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2 – Ciência e Religião 2.1 Fé e razão Texto 1: Duas visões conciliatórias Albert Einstein, judeu, foi um dos maiores cientistas de todos os tempos e sempre exaltou a ideia de Deus. Teilhard de Chardin foi um padre católico que se tornou cientista, louvando a ciência como instrumento de conhecimento da realidade divina. Ambos, de pontos de vista diferentes, tinham uma visão de mundo científica e ao mesmo tempo religiosa. Dizia Einstein: Ciência sem religião é aleijada e religião sem ciência é cega. (...) A meu ver, a ciência não só purifica o impulso religioso do entulho do antropomorfismo, como contribui para uma espiritualização religiosa de nossa compreensão da vida. Trechos extraídos de: Albert Einstein. Escritos da maturidade. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1994. Afirma Chardin: Aparentemente, a Terra moderna nasceu de um movimento anti-religioso. O homem bastando a si mesmo. A razão substituindo-se à crença. Nossa geração e as duas precedentes quase que só ouviram falar do conflito entre a fé e a ciência. A tal ponto que pôde parecer, a certa altura, que esta era decididamente chamada a tomar o lugar daquela. Ora, à medida que a tensão se prolonga, é visivelmente sob uma forma muito diferente de equilíbrio não eliminação, nem dualidade, mas síntese - que parece haver de se resolver o conflito. Após quase dois séculos de lutas apaixonadas, nem a ciência nem a fé conseguiram diminuir-se uma à outra; mas, muito pelo contrário, torna-se patente que não se poderiam desenvolver normalmente uma sem a outra: e isto pela simples razão de que uma mesma vida anima a ambas. (...) Religião e ciência: as duas faces ou faces conjugadas de um mesmo ato completo de conhecimento - o único que pode abarcar, para contemplá-los, medi-los e consumá-los, o passado e o futuro da evolução. Teilhard de Chardin. O fenômeno humano. São Paulo, Cultrix, 1995. ATIVIDADES: Você leu as opiniões de um filósofo espírita, de um cientista judeu e de um padre católico cientista. O que há em comum entre elas? Justifique. Um padre foi ver um doente que se recusava a receber os sacramentos da Igreja e dizia que a religião é para ignorantes. Mas o padre disse-lhe que o célebre cientista Volta era católico. O senhor falou que se de fato provasse isso, ele se converteria. O padre conseguiu levar Volta até o senhor que se rendeu enfim à fé cristã. Deste cientista lemos: "Deixei às vezes de realizar boas ações, que era de se esperar de um católico. Reconheço meus erros. Mas nunca pequei contra a fé. A Deus devo dar graças por minha fé. Nela viver e morrer, fé é meu firme propósito. Espero por meio dela alcançar a vida eterna." A fé não é um obstáculo ao progresso em todos os campos da técnica e da ciência. Um ajuda o outro. Pois Deus é o autor da mesma inteligência humana que aceita as afirmações da fé e da ciência, e que com ambas progride e se realiza totalmente. Obrigado, Senhor, pelos homens de tanta sabedoria que ajudam e ajudaram-nos em muitos campos da vida. Obrigado, também, por sua fé esclarecida. Soubeste tão bem dotar-nos de tais capacidades que a tua presença, o conhecer-te, jamais nos afasta da realização de nossa vida nesta terra. Tu nos colocaste neste mundo para nele viver, transformando-o. Que os homens sábios de hoje saibam também dar testemunho de sua fé a todos. Mons. Paulo Daher ATIVIDADES: 1. Em sua opinião, qual é o mito mais importante para explicar a vida humana e os mistérios das religiões? 2. A religião e a ciência procuram dar respostas para o ser humano sobre sua existência. Até que ponto você considera a religião e a ciência importantes para o ser humano? 3. É importante buscarmos respostas nessas duas áreas humanas tão próximas, mas também tão diferentes? Por quê? 4, Quais respostas você considera mais importantes: as da religião ou as da ciência? Justifique sua resposta.