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CAPÍTULO 1 – A ORIGEM DO PENSAMENTO TEOLÓGICO TÓPICO 1 – DEFININDO TEOLOGIA 1 – O que é Teologia? O termo teologia “vem do vocábulo grego “theos”, que significa “deus”, e “logos” que diz respeito a estudo. De origem grega, a palavra teologia quer dizer simplesmente “estudos sobre Deus”. É uma palavra muito abrangente. Refere- se não somente a Deus, mas a tudo que Deus nos revelou na Escritura Sagrada A crença na doutrina da existência de Deus é o primeiro princípio de toda religião, por isso é de suma importância que estudemos sobre nosso Criador, sua criação, seus atributos e sua obra redentora. Além do conhecimento que adquirimos sobre Deus, Teologia também é conhecimento vindo de Deus. Então, não existiria Teologia se Deus não revelasse a si próprio aos homens, e nem se os homens não tivessem se proposto a escutarem e crerem em tudo o que foi dito por meio dEle. A teologia é um estudo sempre em andamento, pois o homem é finito e não chega a um ponto de compreender plenamente o infinito. A verdade é que a ideia de Deus já nasce dentro de nós, é natural na inteligência humana não por causa de qualquer instrução de outra pessoa, mas, porque o próprio Deus que criou o ser humano, depositou dentro dele a ideia de Sua existência. Por isso que se um recém nascido for colocado em algum lugar onde nunca recebeu qualquer informação externa, crescerá com a ideia (de forma imperfeita) da existência de Deus. Então o SENHOR modelou o ser humano do pó da terra, feito argila, e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente. Gênesis 2:7. Desde os primeiros séculos, os homens em todo mundo já tinham como verdade a existência de Deus. Isso é relatado no início de tudo com Adão, que obteve conhecimento acerca do Pai diretamente, profundamente e poderosamente. No Éden, Deus procurou se relacionar com o homem, se fazer conhecido e revelar seus mistérios. Isso era tão real para Adão e Eva que era impossível duvidar da existência daquele que conversava com eles sempre na viração do dia. Então, este conhecimento foi passando de pai para filho e assim se espalhando. Mas, por conta do pecado, trevas cobriram a mente humana para que não entendessem sobre o Supremo Criador. Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que creem por meio da loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21 Dessa forma, podemos dizer que nenhuma investigação racional tem sido capaz de provar cientificamente a existência de Deus. A simples razão humana sem o auxílio da revelação divina, jamais poderia originar a ideia da existência dEle. Estes fatores e questionamentos ao longo da história, fizeram com que homens sedentos pela verdade de Deus, começassem criar pensamentos teológicos, como uma forma de se conscientizarem e crescessem em espírito, verdade e amor. Esta é a minha oração: Que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus. Filipenses 1:9 – 11. Questões sobre Deus, o homem, origem, universo, salvação, fim dos tempos, são alguns dos assuntos que a Teologia aborda. Por isso quando falamos de Deus, estamos falando de tudo isso mencionado. 2 – Quem deve fazer Teologia? Por que eu deveria me importar com teologia? Tudo o que eu preciso está na Bíblia; Eu posso seguir Jesus sem ter de aprender todos os tipos de palavras difíceis. Teologia nos afasta de Deus; Vai fazer teologia, cuidado! Você já ouviu algum cristão dizer algo parecido com essas afirmações? Você mesmo já disse algo assim? Se sim, você não está sozinho. A maioria dos cristãos tem pouco ou nenhum interesse em teologia. Nas mentes de muitos deles, não existe nenhuma conexão necessária entre a teologia e a vida cristã cotidiana. Eles acreditam que a teologia é irrelevante. A desconexão entre teologia e igreja e entre teologia e o cristão teve resultados desastrosos. Alguém precisa apenas olhar as recentes pesquisas examinando o nível de conhecimento teológico no meio dos cristãos professos, para saber que algo deu errado. Quando um grande número de cristãos professos começa a dizer aos seus amigos e familiares: “Você só precisa ler A Cabana! Aprendi muito sobre Deus com esse livro”, então, bem, temos um problema. Quando um grande número de cristãos evangélicos professos não tem a certeza se a divindade de Cristo é um artigo da fé cristã, então nós temos mais que um problema. E são estes que infelizmente estão por aí ensinando, discipulando e doutrinando outros. E ambos estão indo junto para o abismo da ignorância. Por acaso pode um cego guiar outro cego sem que os dois não caiam em algum buraco? Lucas 6:39. Vamos examinar a palavra de Deus. Vocês lembram do que aconteceu com Israel lá no livro de Oseias? Meu povo foi destruído por falta de conhecimento. Uma vez que vocês rejeitaram o conhecimento, eu também os rejeito como meus sacerdotes; uma vez que ignoraram a lei de do seu Deus, eu também ignorarei os seus filhos. Oseias 4:6. Essa repreensão foi para os israelitas que tinham rejeitado a instrução do Senhor e falhado em ser o seu representante para as nações. O problema é que Israel havia se voltado para os deuses de seus vizinhos, e tudo isso os conduziu a uma situação miserável, pois, perderam o conhecimento acerca do Criador. O termo conhecimento nesse texto, traduz um termo hebraico que também era utilizado para se referir a um relacionamento intimo entre marido e mulher. Então quando Deus declara que o povo pereceu por falta de conhecimento, é muito mais que uma junção de informações sobre Deus, e sim, um relacionamento íntimo com o Pai. ATENTE-SE PARA ISTO: Se você usar a Teologia apenas como fonte de conhecimento, sem prática, de nada valerá. Você será uma enciclopédia ambulante, chamado de Teólogo, mas, estará longe de Deus. A teologia é uma ferramenta que você utilizará para aprofundar seu relacionamento com Deus. Nunca se esqueça disto. Lembre-se: Conhecimento é saber que tanto o tomate quanto o caqui são frutas. Sabedoria é saber que na salada, se usa tomate e não o caqui. Vocês erram por não conhecerem as escrituras nem o poder de Deus. Mateus 22:29. 3 – A busca por respostas. É em Cristo que descobrimos quem somos, e o propósito de nossa vida. Muito antes de termos ouvido falar de Deus [...] ele já tinha seus olhos sobre nós; já havia planejado para nós uma vida gloriosa, parte do projeto global que ele está elaborando para tudo e para todos. Efésios 1: 11 Versão a Mensagem. Felizes os que confiam no Senhor [...] São como árvores plantadas às margens de um rio, cujas raízes alcançam águas profundas. Tais árvores não são afetadas pelo calor nem se preocupam com longos meses de seca. Suas folhas permanecem verdes e produzem fruto delicioso. Jeremias 17:7 -8. Temos que entender e aceitar que não somos o cerne da questão. O propósito de nossa vida é muito maior que uma realização pessoal, paz de espírito, felicidade, família, carreira ou mesmo nossas maiores ambições. E agora você deve estar se perguntando: Afinal de contas, para que estou neste mundo? Se você quiser saber por que foi colocado neste planeta, deverá começar por Deus. Você nasceu de acordo com os propósitos dele e para cumprir os propósitos dele. Todavia, essa sede de encontrar respostas para estas perguntas, causa grande angústia no nosso coração. A Ciência até encontra respostas para o questionamento do homem em relação a sua própria origem, porém, seu coração continua com um vazio. A antropologia moderna estuda a origem da vida humana e o desenvolvimento da cultura humana. Mas, muito antes do surgimento da ciência, da antropologia, a teologia cristã já discutiaestudos, pesquisas e debates contínuos e profundos sobre a pessoa humana. “A primeira sentença da Escritura Sagrada apresenta a afirmação sobre a qual tudo mais é estabelecido: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Três pontos fundamentais são afirmados nessa primeira sentença da Escritura: (1) houve um princípio; (2) há um Deus; e (3) há uma criação. Poderíamos pensar que, se o primeiro ponto pode ser estabelecido firmemente, os outros dois seguem por necessidade lógica. Em outras palavras, se houve realmente um princípio para o universo, então deve haver algo ou alguém responsável por esse princípio; e, se houve um princípio, deve haver algum tipo de criação. Em sua maioria, embora não totalmente, aqueles que adotam o secularismo reconhecem que o universo teve um começo no tempo. Os defensores da teoria do Big Bang, por exemplo, dizem que entre 15 a 18 bilhões de anos atrás o universo começou como resultado de uma explosão gigantesca. No entanto, se o universo explodiu para chegar à existência, do que ele explodiu? O universo explodiu a partir do que não existia? Essa é uma ideia absurda. É irônico que a maioria dos secularistas garante que o universo teve um começo, mas rejeitam a ideia de criação e a existência de Deus.” Este é um trecho do livro Somos todos Teólogos: Uma introdução à Teologia Sistemática, do autor R.C. Sproul. Estarei disponibilizando o PDF do mesmo. Estas questões levantadas ao longo dos tempos, vão levando muitos a loucura, e outros a total cegueira alimentada por achismos e falta de um relacionamento com Deus. Um artista pode pegar um bloco quadrado de mármore e dar a forma de uma linda estátua ou pegar uma tela plana e transformá-la em uma linda pintura, mas não foi assim que Deus criou o universo. Deus chamou o mundo à existência, e sua criação foi absoluta no sentido de que ele simplesmente não remodelou coisas que já existiam. A Escritura nos dá a mais breve descrição de como Deus fez isso. Deus criou todas as coisas pelo poder e autoridade de seu comando. Deus disse: “Haja luz...” e houve luz. Esse é ponto. Nada pode resistir ao comando de Deus, que trouxe à existência o mundo e tudo que nele há. 4 – A Teologia como Ciência. A revista Veja publicou um artigo no final de dezembro de 2020 intitulado: A real influência da fé nos tratamentos médicos. Veja um trecho: Você tem fé? Frequenta cultos religiosos? Costuma superar rapidamente a tristeza quando alguém machuca seus sentimentos? Perguntas assim, digamos, não propriamente científicas, podem se tornar comuns na rotina dos consultórios médicos do país. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), referência na medicina brasileira, publicou o mais completo documento sobre a relevância da espiritualidade e de atributos como a compaixão e o perdão no tratamento de diversas doenças. A ideia é que, ao investigar a vida do paciente, profissional dê a mesma dimensão para questões clássicas, como hábitos alimentares, e aquelas associadas à espiritualidade. “É uma abordagem que pode prevenir problemas e capaz também de detectar causas de enfermidades que não são rastreadas por exames convencionais, como dores crônicas, insônia e até depressão”, diz Álvaro Avezum, diretor da Socesp e cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Um dos trabalhos mais interessantes foi desenvolvido pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, com cristãos. Ele atestou que ir à igreja ao menos uma vez por semana pode reduzir a mortalidade de 20% a 30% em um período de até quinze anos. O ponto básico para explicar o papel da fé na saúde é associá-lo ao modo de ver a vida. “Esses pacientes costumam ser mais otimistas e aderir ativamente às terapias”, diz Sidnei Epelman, oncologista pediátrico do Hospital Infantil Sabará e presidente da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer. Uma das possíveis explicações lógicas é a associação que a crença pode ter com hormônios. A prática religiosa está ligada a secreção de endorfina e dopamina, substâncias do prazer e bem-estar. Quem diria que a medicina iria andar de mãos dadas com a fé? Isso é fantástico pois, por mais que não queiram admitir diretamente, eles estão dizendo que sim, nosso Deus está acima de qualquer ciência que exista. Mas, afinal, o que seria Ciência? De acordo com o Dicionário é um conhecimento atento e aprofundado de algo. É observação, identificação, pesquisa e explicação de alguns tipos de fenômenos e fatos gerados racionalmente. Alguns não consideram Teologia como ciência pois, as coisas da religião para eles não entram nas coisas da ciência e Deus está fora de investigação científica já que está em um plano quem não teríamos acesso e a ciência trabalha com aquilo que ela pode ver e observar. Entretanto, há sim princípios adotados a outras ciências bem visíveis na Teologia como criticidade para definir o que é crença popular ou opinião teológica, sistematicidade em organizar os conhecimentos acerca da fé e dinamicidade para olhar para trás e contextualizar debates antigos. A chave de tudo é que a busca da verdade deve ser o alvo final e principal do teólogo que trata cientificamente a revelação de Deus, através do que Ele diz de si mesmo, dos homens e de suas relações com o mundo. A palavra do Senhor é reta e todas as suas obras são fiéis. Salmos 33:4. TÓPICO 2 – FUNDAMENTANDO A TEOLOGIA. 1– A revelação pela escritura. Embora Deus se revele de algumas maneiras a todas as pessoas, em todos os lugares, por meio do que chamamos revelação geral, há outro tipo de revelação, a revelação especial, que nem todos no mundo têm a oportunidade de receber. A revelação especial mostra o plano de Deus para a redenção. Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual fez também o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas. Hebreus 1:1-3. A revelação de Deus na Escritura manifesta as qualidades de seu caráter. Há uma unidade na Palavra de Deus, apesar da diversidade de seus autores. A Palavra de Deus foi escrita durante muitos séculos, por homens inspirados por Deus não com o intuito de elaborar discursos teológicos, mas para que toda a história ficasse na mente e no coração do povo. Mesmo abordando uma variedade de temas, encontramos dentro dessa diversidade uma unidade. Toda a informação que achamos na Escritura – coisas futuras, a expiação, a encarnação, o julgamento de Deus, a misericórdia de Deus, a ira de Deus – têm sua unidade em Deus mesmo. Por isso, quando Deus fala e se revela, há uma unidade nesse conteúdo, uma coerência. Tudo isso resultou em um conjunto de documentos que hoje chamamos de Bíblia. 2– O papel da Palavra de Deus na Teologia. A Bíblia Sagrada é o livro com o maior destaque no mercado editorial mundial. Foi o primeiro livro impresso da história humana. É o maior best seller mundial. É a obra literária mais impressa, lida e distribuída no planeta. Infelizmente, também é a mais odiada e perseguida de todos os séculos. Foi o livro que forjou boa parte da cultura ocidental. Contribuiu decisivamente para o rápido desenvolvimento da ciência. Jesus, o personagem central desse livro, disse que os seres humanos deveriam examinar seu conteúdo, pois ele dá testemunho dEle e contêm o conhecimento necessário para a salvação (João 5:39). Muitos homens e mulheres bem sucedidos exaltaram o valor da Bíblia: Abraham Lincoln, por exemplo, disse: “Aceita deste livro tudo o que puderes pela razão...O restante pela fé e hás de viver como o melhor indivíduo”. Outro estadista norte americano, George Washington, afirmou: “É impossível governar bem o mundo sem Deus e sem a Bíblia”. Existem vários benefícios que adquirimos do estudo assíduo das Escrituras. Esses benefícios são variados e possíveis a todas as pessoas, independentemente de qualquer condição. Embora a leitura da Bíblia seja útil para várias coisas (Ver 2 Timóteo 2:14-16) seu maior benefício, sem dúvida, é o espiritual, é a salvação do leitor. A Bíblia revela o plano de Deus e apresenta a história da salvação em Cristo; A Bíblia dá o vislumbre real sobre o passado, presente e futuro do mundo; A Bíblia é a matriz espiritual da maior parte da civilização humana; A Bíblia é uma ferramenta para Deus mudar atitudes e comportamentos; A Bíblia nutre a vida interior e aumenta a espiritualidade; A Bíblia ilumina nossa mente e expande novos horizontes; A Bíblia apresenta biografias e exemplos inspiradores; A Bíblia é uma âncora nos momentos de crise; A Bíblia é a constituição das igrejas cristãs; A Bíblia, além de ser uma obra inspiradora e sagrada, é um clássico literário de alto nível. 3– A interpretação das Escrituras. Com certa frequência encontramos com alguém que diz com muito fervor: "Você não precisa interpretar a Bíblia; leia-a, apenas, e faça o que ela diz." Concordo que os cristãos devam aprender a ler a Bíblia, crer nela, e obedecê-la. E concordo especialmente que a Bíblia não precisa ser um livro obscuro, se for corretamente estudada e lida. Na realidade, o problema individual mais sério que as pessoas têm com a Bíblia não é uma falta de entendimento, mas, sim o fato de que entendem bem demais a maior parte das coisas! O problema de um texto tal como: "Fazei tudo sem murmurações nem contendas" (Fp 2.14), por exemplo, não é apenas entende-lo, mas, sim, obedecê-lo e colocá- lo em prática. O alvo da boa interpretação é simples: chegar ao "sentido claro do texto." E o ingrediente mais importante que a pessoa traz a essa tarefa é o bom-senso aguçado. A interpretação correta, traz alívio a mente. Mas, se o significado claro é aquilo sobre o que a interpretação diz respeito, então para que interpretar? Por que não ler, simplesmente? O significado simples não vem pela mera leitura? Em certo sentido, sim. Quando o sentido literal das Escrituras não fizer sentido, não procure outro sentido para elas. Temos de descobrir, ou tentar, qual era a intenção original das palavras da Bíblia. Cada afirmação deve ser lida em seu contexto adequado. Veja um exemplo simples: Se eu te mostrasse uma placa com a seguinte inscrição: PROIBIDO USAR BIQUÍNI. Certamente você lê e entende que não se deve usar biquíni. Ok. Agora vamos pegar esta placa e colocar ela na entrada de uma praia de nudismo. A proibição é a mesma, porém o contexto mudou. Se pegássemos essa mesma placa e colocássemos ela em uma praia no Irã? Mais uma vez o contexto mudou radicalmente. A leitura é uma habilidade indispensável à vida social. É através dela que se entende o mundo e se interage com o outro, seja nos estudos, na comunicação, na forma de se expressar e nos conhecimentos que ela proporciona. A necessidade pela leitura e pelo domínio da linguagem escrita na sociedade é cada vez mais intensa. Um fator, é entender que o texto foi escrito por um alguém que viveu em alguma época diferente da nossa, direcionado para um público diferente do que temos hoje. Aí já entram os fatores históricos, sociológicos, culturais, geográficos e outros. O mero movimento de passar de olhos pelas linhas de um texto não é leitura, pois, ler implica uma atividade de procura, pesquisa e crítica por parte do leitor, seja em seu passado, em lembranças e conhecimentos, em tudo que possa ser relevante para a compreensão de um texto que certamente fornece pistas e sugere caminhos, mas que não se é constituído em algo fechado, e sim passível de uma interação texto -autor – leitor. Lembre-se: Não lemos uma bula de remédios da mesma maneira como leríamos uma receita culinária. TÓPICO 3 – CONCEPÇÕES TEOLÓGICAS 1– Religião. Religião é uma palavra de origem latina (religio) e pode significar rigidez, releitura, reeleger ou religar. Assim, a religião seria aquilo que nos religa ao sagrado. Desde os tempos mais primitivos, os primeiros seres humanos sentiram necessidade de explicar fenômenos naturais como a chuva, vento, eclipses, etc. Da mesma forma, queriam entender os acontecimentos como o nascimento e a morte. É esta necessidade de explicação que vai gerar a busca por um mundo metafísico ou seja: além da física, além daquilo que posso ver e tocar. Assim, como um fenômeno inerente à cultura humana, as religiões se configuram como conjunto de sistemas culturais e crenças. De modo geral, as religiões possuem seus credos similares conforme a proximidade geográfica. Os gregos e os romanos foram os primeiros a sistematizar reflexões religiosas. Nos primeiros séculos do cristianismo, novas reflexões teológicas surgirão e se desenvolverão a fim de conciliar a filosofia grega ao cristianismo. Durante a Idade Média, predominava a Filosofia Escolástica quando o Teocentrismo será valorizado. Será durante o Renascimento que este modelo começará a ser questionado. Vale destacar também o advento da expansão europeia pelos continentes levou a religião ocidental pelo mundo. Contudo, também travou contato com culturas e religiões muito distintas daquelas conhecidas até então. Atualmente, nos países da Europa, há certo declínio da religião, sobretudo cristã. Por outro lado, o Cristianismo cresce nos Estados Unidos, na América Latina e na África. O Islamismo se expande pelo sudeste asiático e Europa; e o Hinduísmo, Budismo e Xintoísmo ainda são a maioria no Extremo Oriente. Importante destacar também o Protestantismo, em sua vertente pentecostal, que vem crescendo na América Latina. Por fim, enquanto componente fundamental da cultura humana, a Religião foi motivo de inúmeras guerras. Além disso, estruturou sociedades e definiu o conhecimento científico, filosófico e artístico durante muitos séculos. As religiões possuem em comum alguns aspectos como: caráter público, hierarquias clericais, reuniões regulares, estabelecimento de limites entre o sacro e profano, a sacralização de determinados locais, veneração de divindades, escrituras sagradas ou tradição oral, sacrifícios, festas, serviços funerários e matrimoniais, meditação, arte, calendários religiosos e um sistema de crenças no sobrenatural, geralmente explicando a vida após a morte ou a origem do Universo. 2 – Tipos de religião. Monoteístas: São as religiões mais recentes e populares (cerca de 50% da população mundial), possuem Livro Sagrado no qual está presente a verdade da Revelação Divina, onde se estabelece a divindade soberana e eliminam-se adorações independentes. É onde se estabelece a divindade soberana e eliminam se adorações independentes. É curiosa a escassez de representações do Deus supremo, enquanto as entidades menores (como os anjos) são muito retratadas. Outro detalhe é que o Deus único (Hebreu, Cristão e Islâmico) são masculinos e absorveram os elementos femininos como a bondade. Panteístas: as mais primitivas manifestações religiosas, não possuem livros sagrados, divinizam elementos naturais como o vento, a água, o fogo, os animais, dentre outros. Politeístas: “substituem” as panteístas quando os elementos divinos são personificados e humanizados, havendo uma equivalência entre deidades femininas e masculinas nos cultos. Ateístas: negam a existência de um ser central e supremo (o qual, para elas, seria o Vazio ou um Não-Ser). Não creem em deuses personicados, mas acreditam em forças invisíveis, como fenômenos da natureza inexplicáveis. Deste modo, prega-se a interdependênciaharmônica do Universo, equilibrado por meio do Tao ou encontrado no Nirvana. São exemplos, o Budismo, na Índia e na China, o Taoísmo e o Confucionismo. 3 – Teocentrismo O Teocentrismo (do grego, theos "Deus" e kentron "centro", que significa literalmente "Deus como centro do mundo") é a doutrina calcada nos preceitos da Bíblia, donde Deus é o fundamento de tudo e responsável por todas as coisas. TÓPICO 4 – OS TRÊS PRINCIPAIS SEGMENTOS RELIGIOSOS MONOTEÍSTAS 1 – A religião no oriente médio A religião no Oriente Médio é bastante diversificada, e essas diferenças religiosas têm provocado, ao longo dos anos, bastantes conflitos. O Oriente Médio possui extensão territorial de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, está localizado no oeste da Ásia e é formado pelos seguintes países: Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia. Sua população é de aproximadamente 260 milhões de habitantes. A diversidade étnica e cultural entre os habitantes do Oriente Médio é enorme, fator responsável pelos conflitos naquela região. Um dos elementos diversificados é a religião, com crenças diferentes e disputa por territórios considerados sagrados. As três principais religiões monoteístas, ou seja, crença na existência de um único Deus, surgiram no Oriente Médio: O Islamismo, o Cristianismo e o Judaísmo. O Judaísmo se divide em ortodoxos, conservadores, reformadores e reconstrucionistas. Por sua vez, o Cristianismo se divide em catolicismo romano, catolicismo oriental e protestantismo. Já o Islamismo é uma religião que possui cinco pilares que todo mulçumano deve seguir: 1- Recitar o credo “não existe nenhum deus além de Allah, e Maomé é seu profeta.” 2- Orar cinco vezes ao dia na direção de Meca. 3- Observar o jejum durante o mês sagrado chamado Ramadã. 4- Realizar o zakat, a doação de 2,5% de seus lucros para os mais pobres. 5- Visitar Meca uma vez na vida, desde que se tenha condições para isto.
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