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SISTEMA DE ENSINO
ADMINISTRAÇÃO 
FINANCEIRA E 
ORÇAMENTÁRIA
Despesa Pública - Parte II
Livro Eletrônico
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Despesa Pública - Parte II
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Manuel Regis Pinon
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................... 3
Despesa Pública – Parte II............................................................................................................. 4
1. Restos a Pagar ............................................................................................................................. 4
1.1. Conceito ...................................................................................................................................... 4
1.2. Classificação dos Restos a Pagar ......................................................................................... 5
1.3. Outros Aspectos Relevantes ................................................................................................. 8
1.4. Principais Alterações na Legislação ...................................................................................15
1.5. A Prescrição dos Restos a Pagar ......................................................................................... 18
1.6. Cancelamento e “Reinscrição” dos Restos a Pagar .........................................................19
2. Despesas de Exercícios Anteriores – DEAs .........................................................................20
3. Dívida Passiva Flutuante e Fundada .................................................................................... 25
3.1. Dívida Flutuante ..................................................................................................................... 25
3.2. Dívida Fundada ....................................................................................................................... 27
4. Regime de Adiantamentos (Suprimento de Fundos) ........................................................ 29
4.1. Conceito e Tipos de Suprimento ......................................................................................... 29
4.2. Restrições à Concessão de Suprimento de Fundos ....................................................... 32
4.3. Prestação de Contas ............................................................................................................. 36
4.4. Cartão de Pagamentos do Governo Federal ....................................................................40
5. Ordenador de Despesas .......................................................................................................... 41
Resumo ............................................................................................................................................43
Mapas Mentais .............................................................................................................................. 47
Questões Comentadas em Aula ................................................................................................. 50
Questões de Concurso ................................................................................................................. 53
Gabarito ........................................................................................................................................... 75
Referências ..................................................................................................................................... 76
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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Manuel Regis Pinon
ApresentAção
Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
O nosso objetivo hoje, nesta aula, é conhecer um pouco mais acerca da Despesa Pública.
Como disse o jornalista David Brinkley:
Um homem de sucesso é aquele que cria uma parede com os tijolos que jogaram nele.
Então, vamos botar a mão na massa e pavimentar a nossa estrada da aprovação, usan-
do para isso as dificuldades que aparecem todos os dias em nossa jornada, como se fos-
sem tijolos.
Boa aula.
Prof. Manuel Piñon
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Manuel Regis Pinon
DESPESA PÚBLICA – PARTE II
1. restos A pAgAr
Relembrando as etapas ou fases da execução da despesa, temos que, após a realização do em-
penho da despesa com base na sua dotação orçamentária, considera-se iniciado o cumprimento 
do convênio, do contrato ou da determinação legal. A etapa seguinte é a liquidação da despesa, 
em que se verifica o direito do credor, para que posteriormente ocorra seu o pagamento.
1.1. ConCeito
Restos a pagar são despesas empenhadas que não foram pagas até o dia 31 de dezembro 
do mesmo ano do empenho.
001. (CESPE/AUDITOR/COGE-CE/2019/ADAPTADA) Com base nas regras do Orçamento 
Público dispostas na Lei n. 4.320/1964, julgue.
Distinguidos em processados e não processados, os restos a pagar são as despesas liquida-
das, mas não pagas até o dia 31 de dezembro.
Falsa, já que restos a pagar são despesas que foram empenhadas, mas não foram pagas no 
exercício.
Errado.
Nem sempre uma despesa já empenhada consegue ser paga até o dia 31 de dezembro 
de cada exercício financeiro, ficando pendente ainda, em alguns casos, também a etapa de 
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liquidação. Assim, os valores relativos às despesas que se encontram nessa situação, empe-
nhados e não pagos, devem ser inscritos como “restos a pagar”.
Importante atentar que o conceito de restos a pagar (ou resíduos passivos) somente abar-
ca despesas que já foram empenhadas, ou seja, sem a emissão da nota de empenho, uma 
despesa não paga não pode ser enquadrada como restos a pagar.
Não confunda restos a pagar com obrigações a pagar. Veja 
o termo “obrigações a pagar” como sendo o gênero da qual 
“restos a pagar” é espécie, assim como outras obrigações pas-
sadas, atuais e até mesmo futuras.
1.2. ClAssifiCAção dos restos A pAgAr
São classificadas como restos a pagar (ou resíduos passivos) as despesas que já foram 
empenhadas, mas que não foram pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as proces-
sadas das não processadas.
De acordo com a Lei n. 4.320/1964, os “processados” são os restos a pagar relativos às des-
pesas cuja execução alcançou o estágio da liquidação, enquanto os “não processados” são os 
restos a pagar relativos às despesas cuja execução abrangeu apenas o estágio do empenho.
Restos a pagar
Processados Não processados
O PULO DO GATO
Essa distinção no âmbito de fases, etapas ou estágios da despesa é importante. Guarde que 
temos de um lado as despesas processadas, que se referem a empenhos executados e liqui-
dados, prontos para o pagamento, e de outro as despesas não processadas, que são os empe-
nhos de contratos e convênios ainda em plena execução – nesse caso, por isso mesmo,ainda 
não existe direito líquido e Certo. do credor.
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Não podem ser inscritos em restos a pagar não processados os valores relativos a despesas 
com diárias, ajudas de custo e suprimento de fundos.
002. (CESPE/ASSISTENTE/PGE-PE/2019) A procuradoria-geral de determinado estado da 
Federação adquiriu um computador, tendo o processamento dessa despesa ocorrido da se-
guinte forma:
• empenho: 9/12/2018;
• recebimento do computador: 29/12/2018;
• pagamento da despesa: 19/1/2019.
Nesse caso, de acordo com as normas previstas na Lei n. 4.320/1964, o registro dessa despe-
sa em 31/12/2018 estaria correto caso tivesse sido feito como “restos a pagar processados”.
Temos um caso de um caso de restos a pagar processados, já que o computador foi recebido 
em 29/12/2018, ou seja, a despesa já foi liquidada.
Certo.
Veja no quadro seguinte a relação entre a classificação dos restos a pagar e as etapas da 
despesa efetuadas:
Classificação
Estágios da despesa
Restos a pagar
Processados Não-processados
Fixação X X
Empenho X X
Liquidação X --------
Pagamento -------- --------
Além da classificação da Lei n. 4.320/1964, temos ainda a classificação do artigo 67 do 
Decreto n. 93.872/1986, que manda efetuar o registro dos restos a pagar por exercício e por 
credor. Confira, com grifos nossos:
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Art. 67. Considerem-se restos a pagar as despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro, 
distinguindo-se as despesas processadas das não processadas (Lei n. 4.320/1964, art. 36).
§ 1º – Entendem-se por processadas e não processadas, respectivamente, as despesas liquidadas 
e as não liquidadas, na forma prevista neste decreto.
§ 2º – O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício e por credor.
Podemos concluir, portanto, que existem 3 (três) possíveis classificações para os restos a 
pagar de acordo com a Lei n. 4.320/1964 e com o Decreto n. 93.872/1986:
• por fase da despesa (processada e não processada);
• por ano de inscrição;
• por credor.
003. (CESPE/ANALISTA/EBSERH/2018) Com relação a despesa pública, julgue o item 
subsequente.
Na inscrição dos restos a pagar, é vedado o registro de beneficiários específicos.
Na verdade, quando uma despesa é empenhada, na nota de empenho emitida consta o cre-
dor favorecido (beneficiário). Caso tal despesa não seja paga até o dia 31 de dezembro, essa 
despesa será inscrita em restos a pagar, constando, SIM, o registro do beneficiário específico.
Errado.
De acordo com o manual do SIAF WEB, podemos ainda dividir os RP – restos a pagar em 
3 (três) tipos de acordo com a fase da despesa:
• não processados a liquidar: no momento da inscrição a despesa não estava liquidada, e 
a sua inscrição depende da indicação pelo ordenador de despesas da Unidade Gestora 
ou por pessoa por ele autorizada;
• não processados em liquidação: quando foi entregue o material ou prestado o serviço, 
mas ainda em fase de análise e conferência interna do órgão, não tendo sido formaliza-
do recebimento definitivo do material ou do serviço;
• processados: no momento da inscrição a despesa já estava liquidada.
Em relação à classificação dos restos a pagar, preste muita 
atenção no comando da questão e nas assertivas ou alternati-
vas, já que todas as classificações apresentadas são válidas e 
podem ser cobradas em sua prova.
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Aproveite para firmar o seu entendimento sobre a diferença entre os restos a pagar não 
processados a liquidar e os restos a pagar não processados em liquidação.
No caso dos restos a pagar não processados a liquidar, temos registrado o empenho, mas 
ainda não ocorreu o fato gerador da obrigação, e caso comprovadas as condições necessárias 
para inscrição de restos a pagar, dar-se-á a inscrição desse valor de restos a pagar, que são con-
siderados não processados (já que não ocorreu ainda o fato gerador da obrigação) a liquidar.
Note que essa situação ocorre, por exemplo, quando houve o empenho dentro do exercício 
financeiro, mas o credor só efetuará entrega do produto no exercício seguinte.
Já no caso dos chamados restos a pagar não processados em liquidação, temos que o 
fato gerador da obrigação ocorreu antes de 31/12, mas não tivemos o estágio da liquidação, 
devendo-se, mesmo assim, reconhecer o impacto patrimonial da despesa dentro do exercício. 
Assim, as despesas deverão ser registradas ao fim do exercício como restos a pagar não pro-
cessados em liquidação.
Imagine uma situação em que houve o empenho dentro do exercício financeiro, o credor entre-
gou a mercadoria no mesmo exercício, mas a liquidação só poderá concluída no ano seguinte.
O termo “em liquidação” serve para transmitir a ideia de que a liquidação ainda está acontecen-
do, ou seja, não foi concluída.
Parte-se do princípio que o fornecedor já cumpriu sua obrigação
A ideia do Manual do SIAFI WEB é que a fase “em liquidação” permite distinguir as des-
pesas empenhadas (que já têm um passivo patrimonial – o fato gerador já ocorreu) daquelas 
cujos fatos geradores ainda não ocorreram (empenhos a liquidar).
1.3. outros AspeCtos relevAntes
A execução dos RP (Restos a Pagar) fica condicionada aos limites legais das fontes de 
recursos correspondentes e integra o cálculo do limite de despesas do chamado “teto de gas-
tos” implementado pela Emenda Constitucional (EC) n. 95/2016.
Para que a inscrição em restos a pagar possa ser realizada, algumas condições devem ser 
cumpridas, como as do artigo 35 do Decreto n. 93.872/1986:
Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para 
todos os fins, salvo quando:
I – vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;
II – vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou 
seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;
III – se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;
IV – corresponder a compromissos assumido no exterior.
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Também deve existir suficiente disponibilidade de caixa para atender as despesas inscri-
tas, conforme determina o artigo 42 da LRF:
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestresdo 
seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, 
ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade 
de caixa para este efeito.
Nesse ponto, merece destaque o fato de que, para as despesas continuadas, como limpeza 
e vigilância, o valor referente à disponibilidade de caixa abarca apenas os meses do ano, ou 
seja, até 31 de dezembro.
Além disso, no caso dos restos a pagar não processados, conforme determina o Decreto n. 
7.654/2011, a inscrição da despesa empenhada em restos a pagar é condicionada à indicação 
pelo ordenador de despesas (vide tópico específico sobre o ordenador de despesas).
Os restos a pagar inscritos que não forem pagos no exercício podem ser reinscritos, 
mas tanto a inscrição quanto a reinscrição poderão ter limites estabelecidos pelo Ministério 
da Economia.
Destaque-se também que as notas de empenho (processadas e não processadas) indica-
das pelo ordenador de despesa são inscritas automaticamente pelo SIAFI. Por outro lado, os 
restos a pagar não processados e não indicados pelo ordenador de despesas para inscrição 
são anulados automaticamente pelo SIAFI em 31 de dezembro.
Na verdade, os restos a pagar são “resíduos passivos” que poderão ou não ser pagos no 
exercício seguinte, visto que a mera inscrição não gera direito garantido ao pagamento no 
exercício seguinte, considerando ainda ser necessário cumprir satisfatoriamente a etapa 
da liquidação. Seguindo essa linha de raciocínio, alguns empenhos inscritos em restos a 
pagar, mas ainda não liquidados, podem ser cancelados caso não cumpram fielmente a 
etapa da liquidação.
Por sua vez, os restos a pagar processados não podem ser cancelados, pois, de acordo 
com o Parecer n. 401/2000 da PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional), o cancelamen-
to de restos a pagar processados caracteriza enriquecimento ilícito do Estado, considerando 
que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer e que o Estado não po-
derá descumprir com a obrigação de pagar.
O pagamento de restos a pagar é uma despesa extraorçamentária, uma vez que ocorre com o 
empenho de exercício anterior.
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004. (CESPE/AUDITOR/CGM – JOÃO PESSOA/2018) A respeito das receitas extraorçamen-
tárias, julgue o item.
Ao efetuar o pagamento de restos a pagar, o ente público está convertendo uma despesa ex-
traorçamentária em uma despesa orçamentária.
Como os restos a pagar são despesas empenhadas, porém não pagas no mesmo exercício, 
a despesa inscrita em restos a pagar foi considerada despesa orçamentária no exercício em 
que foi empenhada. Desse modo, no exercício de pagamento, será classificada como despesa 
extraorçamentária.
Além disso, não existe a conversão de uma despesa extraorçamentária em orçamentária no 
pagamento. A despesa só seria considerada orçamentária no exercício se fosse novamente 
empenhada.
Errado.
005. (CESPE/ANALISTA/STJ/2018) Com relação a restos a pagar e a suprimento de fundos, 
julgue o item a seguir.
O pagamento de restos a pagar processados corresponde a uma despesa orçamentária 
da entidade.
O pagamento de restos a pagar é uma despesa extraorçamentária, tendo sido orçamentária no 
exercício em que foi empenhada.
Errado.
Fonte: Agência Senado
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Em relação aos restos a pagar, que integram a chamada “dívida flutuante” (excluídos os 
serviços da dívida), é interessante registar que a despesa que tiver sido empenhada, mas não 
paga dentro do exercício financeiro, deve ser considerada como efetivamente realizada e 
registrada à conta da dotação respectiva, sendo, assim, relacionada em conta própria dos 
depósitos especificados.
Vale destacar ainda que o pagamento que vier a ser reclamado em decorrência de eventu-
al cancelamento pode ser atendido à conta de dotação constante da Lei Orçamentária Anual 
ou de Créditos Adicionais abertos para essa finalidade no exercício em que ocorrer o reconhe-
cimento da dívida.
Guarde que a liquidação das despesas, consideradas restos a pagar não processadas, 
deve ser feita quando do recebimento do material, da prestação do serviço ou da execução da 
obra, obedecendo às mesmas formalidades fixadas para as despesas orçamentárias pagas 
no exercício.
Já a fase de pagamento das despesas inscritas em restos a pagar pela UG deverá ser feita 
via SIAFI ou SIAFEM, mediante emissão da respectiva AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO (AP).
Em casos excepcionais, poderá haver pagamento de restos a pagar antes de sua definitiva 
inscrição, utilizando-se, para esta finalidade, a emissão de AP (AUTORIZAÇÃO DE PAGAMEN-
TO) em código provisório, que posteriormente deverá ser revertido para o respectivo código de 
inscrição de restos a pagar.
Veja o fluxograma seguinte para ter a visão geral:
Dotação Orçamentária
ContingenciadaDisponível
Não paga
Paga
Empenhada
Não empenhada
Não liquidada
Cancelada
Liquidada
Despesa Orçamentária do Exercício Corrente Exercício Subsequente
Restos a pagar
processados
Restos a pagar
não-processados
Liquidação “contábil”
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Lembre-se de que, de acordo com a doutrina, existe a fase ou etapa da despesa denomi-
nada em liquidação, entre o empenho e a liquidação propriamente dita.
Ocorre, por exemplo, quando se recebe a nota fiscal, mas demora-se para conferir se o serviço 
foi efetivamente prestado ou o material efetivamente recebido. Nesse caso, registra-se essa 
nota fiscal na contabilidade como “em liquidação” (liquidação contábil).
006. (CESPE/ANALISTA/IPHAN/2018) A respeito dos mecanismos de execução e controle 
orçamentários, julgue o item que se segue.
Determinada despesa pode ser inscrita em restos a pagar não processados mesmo que o ser-
viço a que ela se refere tenha sido prestado.
Sim, é possível que uma despesa seja inscrita como restos a pagar não processados mesmo 
com o serviço já prestado.
Pense, por exemplo, em uma situação em o serviço seja realizado no final do exercício e a Ad-
ministração não tenha tempo hábil para proceder à liquidação até o final do ano. Nesse caso, 
a despesa deve ser inscrita em restos a pagar não processados (em liquidação).
Certo.
Importante destacar que, para aqueles empenhos referentes a despesas já liquidadas e 
não pagas, assim como os empenhos não anulados, a inscrição em restos a pagar no encer-
ramento do exercício (31/12) deve ser efetuada pelo valor devido, ou, caso ainda não exata-
mente conhecido, pelo valor estimado, mas apenas se cumpridas as condições inerentes ao 
empenho e à liquidação da despesa, já que, em verdade, são encargos incorridos no exercício.
O PULO DO GATO
No caso dos empenhos por estimativa podemos ter duas situações distintas:
a) quando o valor real for maiorque o valor inscrito em restos à pagar, a diferença será empe-
nhada à conta de despesas de exercícios anteriores;
b) quando o valor real for inferior ao valor inscrito em restos a pagar, o saldo existente será 
cancelado.
Obs.: � A Lei n. 4.320/1964, em seus artigos 36 e 37, conceitua os restos a pagar, enquanto o 
Decreto n. 93.872/1986 faz o seu detalhamento. Recomendo uma leitura no menciona-
do decreto, que pode ser encontrado em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/
d93872.html.
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007. (CESPE/PROCURADOR/PREFEITURA DE MANAUS/2018) Acerca da Lei n. 4.320/1964 
e das receitas e despesas públicas, julgue o próximo item.
Obedecendo, sempre que possível, à ordem cronológica, o município poderá realizar des-
pesa para pagar compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício corres-
pondente, desde que o faça à conta de dotação específica consignada no orçamento 
discriminada por elementos.
A resposta está na literalidade do artigo 37 da Lei n. 4.320/1964. Confira com grifos nossos:
Art. 37. As despesas de exercícios encErrado.s, para as quais o orçamento respectivo consignava 
crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época pró-
pria, bem como os restos a pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos 
após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação espe-
cífica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a 
ordem cronológica.
Certo.
Guarde ainda que os chamados restos a pagar com prescrição interrompida são aqueles 
cuja inscrição tenha sido cancelada, mas que ainda esteja em vigor o direito do credor. Nesses 
casos, o pagamento deve ser registrado como despesas de exercícios anteriores.
No âmbito dos restos a pagar, é importante guardar que eles devem constituir item es-
pecífico da programação financeira, devendo o seu pagamento efetuar-se dentro do limite 
de saque fixado, ou seja, os RP são constituídos por recursos correspondentes a exercícios 
financeiros já encErrado.s, mas que integram a programação financeira do exercício em curso.
Outro ponto que merece destaque é o caso específico dos créditos orçamentários com vi-
gência plurianual. Os que não tenham sido liquidados só devem ser computados como restos 
a pagar no último ano de vigência do crédito. Assim, nos anos anteriores somente devem ser 
inscritos em restos a pagar os créditos plurianuais liquidados.
Entenda que, quando tivermos a redução ou o cancelamento dos restos a pagar no mesmo 
exercício financeiro do empenho, teremos obrigatoriamente sua anulação, seja parcial ou total. 
Nesse caso, o valor deve ser revertido à respectiva dotação orçamentária da despesa.
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Temos aqui uma divergência importante entre o MCASP e a Lei n. 4.320/1964.
De acordo com a Lei n. 4.320/1964, quando a anulação de despesa ocorrer após o encerra-
mento do exercício, considerar-se-á receita orçamentária do ano em que se efetivar, mas, de 
acordo com o MCASP não devem
ser reconhecidos como receitas orçamentárias os recursos financeiros oriundos de cancela-
mento de despesas inscritas em restos a pagar, o qual consiste na baixa da obrigação consti-
tuída em exercícios anteriores, portanto, trata-se de restabelecimento de saldo de disponibili-
dade comprometida, originária de receitas arrecadadas em exercícios anteriores, e não de uma 
nova receita a ser registrada.
O PULO DO GATO
Não confunda cancelamento de restos a pagar (que são receitas arrecadadas em exercícios 
anteriores) com o recebimento de recursos provenientes do ressarcimento ou da restituição 
de despesas pagas em exercícios anteriores (que devem ser reconhecidos como receita orça-
mentária do exercício, ou seja, nova receita).
A despesa extraorçamentária não consta na LOA e é mera contrapartida de receita extraorça-
mentária, em função da obrigação de devolver o valor arrecadado transitoriamente, como os 
valores de depósitos e cauções, de pagamentos de restos a pagar e de resgate de operações 
de crédito por antecipação de receita orçamentária. Nessa toada, caso uma despesa seja 
empenhada em um exercício e seja paga no exercício seguinte, ela deve ser contabilizada 
como pertencente ao exercício do empenho, e, nesse caso, os restos a pagar serão contabili-
zados como despesa extraorçamentária, já que o empenho foi efetuado dentro do orçamen-
to do exercício anterior.
Despesa
Empenhada
Despesa
Liquidada
Despesa
paga
Despesa não 
Liquidada
Despesa
não paga
Restos a pagar não 
processados
Restos a 
pagar processados
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Em resumo:
• RPP (Restos a Pagar Processados) = DESPESA EMPENHADA E LIQUIDADA;
• RPNP (Restos a Pagar Não Processados) = DESPESA SOMENTE EMPENHADA.
Veja também de modo esquematizado:
Processados No momento da inscrição a despesa 
estava empenhada e liquidada
No momento da inscrição a despesa 
empenhada estava em processo de li-
quidação e sua inscrição está condi-
cionada a indicação pelo ordenador de 
despesa da unidade gestora
No momento da inscrição a despesa em-
penhada não estava liquidada e sua ins-
crição está condicionada a indicação pelo 
ordenador de despesa da unidade gestora
Não processados
a liquidar
Não processados
em liquidação
Restos
a pagar
(RAP)
O artigo 68 do Decreto n. 93.872/1986 foi objeto de mudanças significativas, tendo sido inclu-
ído o artigo 68-A, efetivadas por meio do Decreto n. 7.654/2011 e do Decreto n. 9.428/2018.
1.4. prinCipAis AlterAções nA legislAção
As mudanças de 2011 trataram apenas dos restos a pagar não processados. Com a edição 
do Decreto n. 9.428/2018 foi alterada a sistemática dos restos a pagar no âmbito na União.
O ponto que merece destaque é o relativo ao instituto da prescrição que, a princípio, foi re-
tirado do ordenamento jurídico pelo Decreto n. 9.428/2018 a nível federal, mas que merece 
uma análise mais aprofundada. Dada a grande relevância do tema, esse tema será tratado no 
tópico 1.5 desta aula.
Vamos às demais principais mudanças:
a) Não é mais possível que seja feita a inscrição automática de restos a pagar não proces-
sados, já que tal inscrição passou a depender da observância de algumas regras do Decreto n. 
93.872/1986. Confira:
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Art. 68. A inscrição de despesascomo restos a pagar no encerramento do exercício financeiro de 
emissão da Nota de Empenho depende da observância das condições estabelecidas neste Decreto 
para empenho e liquidação da despesa.
§ 1º – A inscrição prevista no caput como restos a pagar não processados fica condicionada à indi-
cação pelo ordenador de despesas.
Note, portanto, que passa a ser necessária indicação do ordenador de despesas e precisam 
ser observadas as regras do Decreto n. 93.872/1986, que permanecem as mesmas, ou seja:
Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para 
todos os fins, salvo quando:
I – vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;
II – vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou 
seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;
III – se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;
IV – corresponder a compromissos assumido no exterior.
b) Em regra, os restos a pagar não processados terão validade até 30 de junho do segundo 
ano subsequente ao da sua inscrição, ou seja, os restos a pagar não processados que perma-
neceram sem ser liquidados serão bloqueados em 30 de junho do segundo ano subsequente 
ao da sua inscrição, mas temos algumas exceções.
Guarde que antes era 31/12 do ano subsequente, mas de 2012 para cá é 30/06 do segundo 
ano subsequente ao da sua inscrição. As mencionadas exceções estão previstas no § 3º do 
artigo 68 do Decreto n. 93.872/1986, que regulou a Lei n. 4.320/1964 nesse aspecto. Confira:
§ 2º – Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e que não forem liquidados 
serão bloqueados pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda em 30 de junho 
do segundo ano subsequente ao de sua inscrição, e serão mantidos os referidos saldos em conta 
contábil específica no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – Siafi.
c) Temos aqui as exceções quanto ao bloqueio em 30 de junho do segundo ano subse-
quente à inscrição dos RP não processados. Guarde que permanecem desbloqueados mesmo 
após 30/06 do segundo ano subsequente ao da sua inscrição os RP não processados relativos 
às despesas do Ministério da Saúde; ou decorrentes de emendas individuais impositivas dis-
criminadas com identificador de resultado primário 6, cujos empenhos tenham sido emitidos a 
partir do exercício financeiro de 2016.
Além deles, podem ser desbloqueados os RP não processados de despesas executadas 
diretamente pela União ou descentralizadas aos demais entes que tenha execução iniciada 
antes de 30 de junho. Entenda por “execução iniciada”, no caso de aquisição de bens, como 
sendo a quantidade parcial entregue, atestada e aferida, e, no caso de serviços e obras, como 
sendo a realização parcial medida, atestada e aferida.
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Confira diretamente na literalidade do decreto as exceções quanto ao bloqueio em 30 de 
junho do segundo ano subsequente à inscrição dos RP não processados:
§ 3º – Não serão objeto de bloqueio os restos a pagar não processados relativos às despesas:
I – do Ministério da Saúde; ou
II – decorrentes de emendas individuais impositivas discriminadas com identificador de resultado 
primário 6, cujos empenhos tenham sido emitidos a partir do exercício financeiro de 2016.
§ 4º – As unidades gestoras responsáveis pelos saldos dos restos a pagar bloqueados poderão 
efetuar os respectivos desbloqueios, desde que se refiram às despesas executadas diretamente 
pelos órgãos de entidades da União ou mediante transferência ou descentralização aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, cuja execução tenha sido iniciada até a data prevista no § 2º.
§ 5º – Considera-se iniciada a execução da despesa, para fins do disposto no § 4º I – na hipótese 
de aquisição de bens, a despesa verificada pela quantidade parcial entregue, atestada e aferida; ou 
II – na hipótese de realização de serviços e obras, a despesa verificada pela realização parcial com 
a medição correspondente atestada e aferida.
d) Temos aqui as regras para desbloqueio. Para os RP que atendam às regras de desblo-
queio, ele ocorrerá no mesmo exercício financeiro do bloqueio. Assim, caso tais RPs desblo-
queados não forem liquidados até 31 de dezembro do ano subsequente ao do bloqueio, devem 
ser cancelados. Assim, devem ser cancelados em 31/12 do terceiro ano subsequente ao da 
sua inscrição. Para aqueles RP que permanecerem bloqueados, devem ser cancelados no final 
do exercício do bloqueio, ou seja, em 31/12 do segundo ano subsequente ao da sua inscrição. 
Confira na literalidade do decreto:
§ 6º – O desbloqueio de que trata o § 4º:
I – ocorrerá no mesmo exercício financeiro do bloqueio e a Secretaria do Tesouro Nacional do Minis-
tério da Fazenda providenciará, até o encerramento do exercício financeiro, o cancelamento, no Siafi, 
de todos os saldos de restos a pagar que permanecerem bloqueados; e
II – está, se for o caso, condicionado à comprovação, pelos órgãos concedentes, de que os ajustes 
conveniais assegurados orçamentariamente pelas despesas inscritas em restos a pagar encon-
tram-se vigentes e cumprem os requisitos definidos pelas normas que tratam da transferência de 
recursos da União mediante convênios, contratos de repasse ou instrumentos congêneres.
§ 7º – Os restos a pagar não processados, desbloqueados nos termos do § 4º, e que não forem 
liquidados, serão cancelados em 31 de dezembro do ano subsequente ao do bloqueio.
e) Temos aqui as regras de gestão dos RP não processados, de
observância principalmente pela Secretaria do Tesouro Nacional, ministros, titulares de ór-
gãos e ordenadores de despesas. Confira na literalidade do decreto, inclusive do artigo 68-A:
§ 8º – Os Ministros de Estado, os titulares de órgãos da Presidência da República, os dirigentes de 
órgãos setoriais dos Sistemas Federais de Planejamento, de Orçamento e de Administração Finan-
ceira e os ordenadores de despesas são responsáveis, no que lhes couber, pelo cumprimento do 
disposto neste artigo.
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§ 9º – A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, no âmbito de suas competências, 
poderá expedir normas complementares para o cumprimento do disposto neste artigo.
Art. 68-A. Os empenhos a serem inscritos e reinscritos em restos a pagar a cada exercício financeiro 
poderão ter seus limites estabelecidos pelo Ministério da Fazenda.
Em âmbito federal, sinteticamente, temos agora que:
• os restos a pagar processados e os restos a pagar não processados liquidados não de-
vem ser cancelados;
• existem os restos a pagar não processados que, mesmo não liquidados, não são blo-
queados, como é o caso das despesas relacionadas ao Ministério da Saúde ou aque-
las decorrentes de emendas individuais impositivas discriminadas com identificador 
de resultado primário 6, cujos empenhos tenham sido emitidos a partir do exercício 
financeiro de 2016;
• existem restos a pagar não processados que são bloqueados em 30 de junho do se-
gundo ano subsequente ao da inscrição, e, posteriormente, desbloqueados com o com-promisso de serem liquidados até 31 de dezembro do ano seguinte ao bloqueio. Nessa 
situação se enquadram as despesas executadas diretamente pelos órgãos e pelas enti-
dades da União ou mediante transferência ou descentralização aos estados, ao distrito 
federal e aos municípios, com execução iniciada até 30 de junho do segundo ano subse-
quente ao de sua inscrição;
• os demais restos a pagar não processados são bloqueados em 30 de junho do segun-
do ano subsequente ao da inscrição e serão cancelados pela Secretaria do Tesouro 
Nacional até 31 de dezembro do ano do bloqueio, caso não se enquadrem nas situa-
ções anteriores.
1.5. A presCrição dos restos A pAgAr
O Decreto n. 9.428/2018 retirou do ordenamento jurídico federal o instituto da prescrição 
sobre os restos a pagar processados e não processados, ao revogar o artigo 70 do Decreto n. 
93.872/1986, que tratava do tema prescrição dos restos a pagar.
De acordo com esse normativo, válido para a União, com o fim do instituto da prescrição, 
os restos a pagar processados ficam abertos até o efetivo pagamento.
Pelo que determina esse decreto, quando da inscrição dos restos a pagar processados, 
como se trata de uma despesa já liquidada que recebeu o ateste, não há necessidade de ne-
nhuma confirmação do ordenador de despesas.
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O PULO DO GATO
Entretanto, esse entendimento não é pacífico na doutrina e no meio jurídico. Boa parte dos 
doutrinadores e juristas considera que a prescrição dos restos a pagar continua sendo de cin-
co anos, já que esse tema permanece regulado pelo Código Civil (Lei n. 10.406/2002).
Vamos ver o que o Código Civil, ainda em plena vigência, determina acerca desse tema:
Art. 206. Prescreve:
(…)
§ 5º – Em cinco anos:
I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular.
Importante destacar que a contagem do prazo prescricional deve ter início no momento da 
inscrição dos restos a pagar (31/12), e não no momento do empenho.
Nessa toada, a inscrição em restos a pagar deve ser feita na data do encerramento do 
exercício financeiro (31/12) de emissão da nota de empenho, mediante registros contábeis, 
conforme dispõe o artigo 68 do Decreto n. 9.428/2018.
Confira com grifos nossos:
Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar no encerramento do exercício financeiro de 
emissão da Nota de Empenho depende da observância das condições estabelecidas neste Decreto 
para empenho e liquidação da despesa.
Assim, para boa parte da doutrina, apesar da revogação do artigo 70 do Decreto n. 
93.872/1986, considerando o disposto no Código Civil, permanece válido o prazo prescricio-
nal de cinco anos para os restos a pagar, contado da data de sua inscrição (31/12 do ano de 
da emissão da nota de empenho).
1.6. CAnCelAmento e “reinsCrição” dos restos A pAgAr
Merece destaque o fato de que o ordenamento jurídico federal passou a contar com o ins-
tituto da “reinscrição” dos restos a pagar não processados que foram bloqueados e que ainda 
não foram cancelados. Nessas situações, as unidades gestoras responsáveis pelos saldos 
dos restos a pagar bloqueados podem desbloqueá-los de modo a reinscrevê-los.
Em contraste, caso os restos a pagar inscritos em anos anteriores sejam cancelados, ine-
xiste possibilidade de “reinscrição”, podendo, entretanto, o fornecedor se habilitar para paga-
mento via DEAs (Despesas de Exercícios Anteriores).
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2. despesAs de exerCíCios Anteriores – deAs
Como o próprio nome sugere, as DEAs (Despesas de Exercícios Anteriores) são dívidas 
resultantes de compromissos gerados em exercícios financeiros anteriores àqueles em que 
ocorrerão os pagamentos.
Podemos dizer que DEAs são despesas cujas obrigações se referem a anos anteriores, 
mas que não foram nem mesmo empenhadas ou tiveram seus empenhos cancelados, seja 
indevidamente ou por falta de saldo financeiro para sua inscrição em restos a pagar.
O PULO DO GATO
Note que, diferentemente de restos a pagar, quando tivemos necessariamente o empenho, no 
caso das DEAs nem mesmo o empenho foi realizado ou, se realizado, foi cancelado.
Em outras palavras, DEAs são as despesas de exercícios encErrado.s, cujos LOA e créditos 
adicionais consignavam crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, mas que não 
foram processados tempestivamente ou na época própria.
O PULO DO GATO
Note ainda que, diferentemente de restos a pagar, que são inscritos somente no final de cada 
exercício (31/12), no caso das DEAs o reconhecimento se dá durante o exercício.
Além dessa primeira situação, temos também os restos a pagar com prescrição inter-
rompida e os compromissos somente reconhecidos após o encerramento do exercício cor-
respondente.
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Despesas de Exercícios Anteriores
Compromissos
reconhecidos após
o encerramento
do exercícios
Despesas
de exercícios
anteriores
Despesas que não se 
tenham processados
na época própria
Restos a pagar
com prescrição
interrompida
008. (CESPE/ANALISTA/STJ/2018) Julgue o item, relativo a receita e despesas públicas.
Uma despesa que for regularmente inscrita em restos a pagar ao final do exercício financeiro 
terá de ser contabilizada como despesas de exercícios anteriores no exercício em que ocorrer 
o pagamento.
Restos a pagar e despesas de exercício anteriores não são a mesma coisa. Restos a pagar 
são despesas empenhadas e que não foram pagas até o fim do exercício. Apenas eventual-
mente um valor relativo a restos a pagar com prescrição interrompida pode ser contabilizada 
como conta de DEA.
Vamos ver os conceitos na Lei n. 4.320/1964, com grifos nossos:
Art. 36. Consideram-se restos a pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de 
dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.
Art. 37. As despesas de exercícios encErrado.s, para as quais o orçamento respectivo consignava 
crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época 
própria, bem como os restos a pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhe-
cidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação 
específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, 
a ordem cronológica.
Errado.
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De acordo como artigo 37 da Lei n. 4.320/1964, as DEAs podem ser pagas à conta de do-
tação específica consignada na LOA, com a devida discriminação dos elementos, e obedecida, 
sempre que possível, a ordem cronológica. Confira:
Art. 37. As despesas de exercícios encErrado.s, para as quais o orçamento respectivo consignava 
crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época 
própria, bem como os restos a pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhe-
cidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação 
específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possí-
vel, a ordem cronológica.
Assim, classificam-se como despesas de exercícios anteriores, aquelas que podem ser 
atendidas à conta de dotação específica consignada no orçamento anual do Estado ou em 
créditos adicionais, desde que reconhecido o direito do requerente, e ainda:
a) as despesas de exercícios JÁ encErrado.s para as quais o orçamento respectivo con-
signava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, MAS que, por motivo superve-
niente, não tenha sido empenhado na época própria, DESDE que o fornecimento do material, 
a prestação do serviço ou a execução da obra JÁ tenha efetivamente ocorrido. Normalmente 
são aquelas cujo empenho tenha sido considerado subsistente e anulado no encerramento do 
exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o fornecedor (credor) tenha 
cumprido a sua obrigação.
b) aqueles restos a pagar com prescrição interrompida.
Como exemplo, podemos citar o caso dos restos a pagar não processados que foram cancela-
dos por erro. Assim, para fins de prescrição não se considera a data da inscrição dos restos a 
pagar não processados, mas sim a data de reconhecimento do fato gerador após o vencimen-
to.
c) os compromissos somente reconhecidos após o encerramento do exercício, DESDE 
QUE tenham decorrido de situação ou fato independente da vontade do ordenador da des-
pesa. Normalmente refere-se àquela obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas 
que somente teve reconhecido o direito de reclamante após o encerramento do exercício cor-
respondente.
Diferentemente dos restos a pagar, as despesas de exercícios anteriores não foram empenha-
das ou, se foram, tiveram seus empenhos anulados ou cancelados.
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Podemos citar como exemplo desse tipo de DEA aquela situação em que o servidor faz jus a 
receber um valor de auxílio-natalidade pelo nascimento de seu filho em novembro de X1, mas 
só entrega os documentos relativos ao nascimento em fevereiro de X2.
Guarde que, para o regular pagamento de uma DEA, a correspondente despesa deve ser em-
penhada novamente, ou seja, a DEA entra no orçamento vigente à época do efetivo pagamento.
Existe, portanto, a necessidade de nova autorização orçamentária.
Ressalte-se que, na classificação por natureza da despesa, existe um elemento de despesa 
específico “despesas de exercícios anteriores”.
O PULO DO GATO
O pagamento de despesas de exercícios anteriores se processa nos mesmos modos das de-
mais despesas orçamentárias, já que são despesas orçamentárias, diferentemente do paga-
mento de restos a pagar que são despesas extraorçamentárias.
Como é uma despesa de exercícios anteriores, faz-se necessária a abertura de um proces-
so administrativo que contemple toda a documentação relativa ao direito do credor.
Importante salientar que a autoridade competente para o reconhecimento de despesas 
de exercícios anteriores no âmbito da administração direta do Poder Executivo Estadual é o 
Secretário de Estado das Finanças, e, nos demais Poderes, são os respectivos ordenadores 
de despesa (vide tópico específico sobre ordenador de despesas).
Já no caso das autarquias, das fundações e dos demais órgãos da administração indireta, 
compete ao respectivo dirigente o reconhecimento de dívidas de exercícios anteriores em rela-
ção a despesas custeadas com “recursos próprios” da entidade e ao Secretário de Estado das 
Finanças quando se tratar de despesas custeadas com “recursos do Tesouro”.
Importante destacar, ainda, que uma despesa de exercício anterior qualquer só pode ser re-
conhecida pelo Secretário de Finanças se presente declaração do titular do órgão beneficiário 
da despesa de que reconhece e atesta a entrega do bem, a realização do serviço ou da obra, 
sendo tal declaração, para todos os fins de direito, considerada como liquidação da despesa.
009. (CESPE/ANALISTA/IPHAN/2018) A respeito dos mecanismos de execução e controle 
orçamentários, julgue o item que se segue.
O reconhecimento da obrigação de pagamento das despesas de exercícios anteriores cabe à 
autoridade competente para empenhar a despesa.
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A resposta está na literalidade do artigo 22 do Decreto n. 93.872/1986. Confira com gri-
fos nossos:
Art. 22. As despesas de exercícios encErrado.s, para as quais o orçamento respectivo consignava 
crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época pró-
pria, bem como os restos a pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos 
após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destina-
da a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria (Lei n. 
4.320/1964, art. 37).
§ 1º – O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade 
competente para empenhar a despesa.
§ 2º – Para os efeitos deste artigo, considera-se:
a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido 
considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, den-
tro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;
b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha 
sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;
c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento cria-
da em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do 
exercício correspondente.
Certo.
Após o reconhecimento da DEA, temos o detalhamento do crédito orçamentário, e só de-
pois é emitida a respectiva Nota de Empenho, sendo o processo enviado para liquidação e 
pagamento.
O PULO DO GATO
As DEAs, embora sejam relativas a despesas de anos anteriores, são despesas orçamentá-
rias, já que a emissão da Nota de Empenho foi efetuada utilizando dotação orçamentária do 
ano corrente.
Confira agora como o Decreto n. 93.872/1986 regulamenta o artigo 37 da Lei n. 4.320/1964:
Art. 22. As despesas de exercícios encErrado.s, para as quais o orçamento respectivo consignava 
crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época pró-
pria, bem como os restos a pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos 
após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destina-
da a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria (Lei n. 
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§ 1º – O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade 
competente para empenhar a despesa.
§ 2º – Para os efeitos deste artigo, considera-se:
a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido 
considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, den-
tro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;
b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha 
sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;
c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento cria-
da em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do 
exercício correspondente.
Confira agora uma tabela comparativa entre restos a pagar e DEAs e seu efeito no orçamento:
Critério Restos a pagar DEAs
No Registro do empenho Despesa Orçamentária Despesa Orçamentária
Quando emite a 
Nota de Empenho No ano da despesa Em ano posterior
Quando do pagamento Despesa Extraorçamentária Despesa Orçamentária
3. dívidA pAssivA flutuAnte e fundAdA
A dívida passiva ou dívida pública representa as obrigações do ente público para com ter-
ceiros, tendo origem principalmente em operações de crédito internas e externas.
A dívida pública, de acordo com o prazo de vencimento, deve ser registrada no passivo 
financeiro circulante – a chamada “dívida flutuante” – e no passivo financeiro de longo prazo, 
a chamada “dívida fundada”.
Na Lei n. 4.320/1964, também conhecida como norma geral das finanças públicas e dos 
orçamentos, são apresentados os conceitos de dívida flutuante e fundada, e é comum o exa-
minador cobrar a literalidade desses conceitos.
3.1. dívidA flutuAnte
Art. 92. A dívida flutuante compreende:
I – os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
II – os serviços da dívida a pagar;
III – os depósitos;
IV – os débitos de tesouraria.
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A dívida flutuante é composta por passivos financeiros exigíveis em até 12 meses e que 
não necessitam de autorização orçamentária para que sejam pagas. Na verdade, já foram auto-
rizadas anteriormente pelo Poder Legislativo, faltando apenas a etapa do pagamento, ou ainda 
são relativas a dispêndios extraorçamentários que naturalmente dispensam tal autorização.
Vamos agora comentar cada um dos incisos desse artigo para facilitar o seu entendimento.
I – Os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida
Vale ter em mente que restos a pagar são despesas empenhadas e não pagas no exercício 
financeiro, valendo essa definição tanto para os processados quanto para os não processados.
010. (CESPE/ANALISTA/STJ/2018) Julgue o item que se segue, relativo às receitas e às des-
pesas públicas.
No final do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e não pagas deverão ser inscri-
tas em restos a pagar e, assim, constituirão dívida flutuante.
Confira na legislação:
Em atendimento ao artigo 36 da Lei n. 4.320/1964, as despesas empenhadas e não pagas no exer-
cício devem ser inscritas em restos a pagar, e, atendendo ao artigo 92 dessa Lei, os restos a pagar 
integram a dívida flutuante.
Certo.
II – Os serviços da dívida a pagar
Consideram-se serviços da dívida a pagar os valores relativos à amortização do principal, 
dos juros, da correção monetária e dos demais encargos (normalmente oriundos da dívida 
de longo prazo). As Notas de Empenho relativas aos seus pagamentos já foram emitidas no 
ano anterior.
III – Os depósitos
Aqui temos dispêndios extraorçamentários que naturalmente dispensam autorização tais 
como as cauções em dinheiro, obrigações de terceiros a recolher e outros valores com nature-
za de devolução.
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IV – Os débitos de tesouraria
Consideram-se como sendo débitos de tesouraria aquelas operações de ARO (Antecipa-
ção de Receita Orçamentária) realizadas para cobrir insuficiências pontuais de caixa.
Ressalte-se que esse tipo de operação somente pode ser realizado a partir de 10 de janeiro 
e que deve, necessariamente, ser liquidada até 10 de dezembro desse ano, tanto o valor do 
principal quanto dos juros e dos demais encargos.
O glossário de termos técnicos do Senado Federal apresenta os seguintes conceitos de 
dívida flutuante:
A contraída pelo Tesouro Nacional, por um breve e determinado período de tempo, quer como admi-
nistrador de terceiros, confiados à sua guarda, quer para atender às momentâneas necessidades de 
caixa. Segundo o art. 92 da Lei n. 4.320/1964, a dívida flutuante compreende os restos a pagar, ex-
cluídos os serviços de dívida, os serviços de dívida a pagar, os depósitos e os débitos de tesouraria.
Veja outra definição:
Dívida Flutuante
• é aquela contraída a curto prazo ou mesmo por prazo indeterminado, para atender a 
necessidades momentâneas de caixa ou para a administração de bens de terceiros, 
Conforme a Lei n; 4.320/64, (art. 92):
I - os restos apagar (processados);
II - os serviços da dívida a pagar;
III - os depósitos; e
IV - os débitos de tesouraria.
O Decreto n. 93.872/1986 detalhou o conceito de dívida flutuante presente na Lei n. 
4.320/1964 como sendo aquela que compreende os compromissos exigíveis, cujo pagamen-
to independe de autorização orçamentária, assim entendidos os restos a pagar, excluídos os 
serviços da dívida, os serviços da dívida, os depósitos, inclusive consignações em folha, as 
operações de crédito por antecipação de receita e o papel-moeda ou moeda fiduciária.
3.2. dívidA fundAdA
Vamos ver primeiro a literalidade, com grifos nossos, e depois comentar o artigo para faci-
litar o seu entendimento.
Art. 98. A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, 
contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos.
Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permi-
tam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços 
de amortização e juros.
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Compõem a dívida fundada, também conhecida como “dívida consolidada”, os passivos 
financeiros que tenha exigibilidade superior a 12 meses e que necessitem de autorização do 
Poder Legislativo para seu pagamento, destacando-se que já devem ter ocorrido os respecti-
vos empenho e liquidação.
O Decreto n. 93.872/1986 detalhou o conceito de dívida fundada presente na Lei n. 
4.320/1964 e conceitua como sendo aquela que compreende os compromissos de exigibili-
dade superior a 12 meses contraídos mediante emissão de títulos ou celebração de contratos, 
para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos, e 
que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.
O glossário de termos técnicos do Senado Federal apresenta os seguintes conceitos de 
dívida fundada, distinguindo-o da Lei n. 4.320/1964 do da LRF:
Lei n. 4.320/1964 – Compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender 
a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos.
LRF (artigo 29) – Montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da 
Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de ope-
rações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses.
Veja na esquematização seguinte um resumo:
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4. regime de AdiAntAmentos (suprimento de fundos)
4.1. ConCeito e tipos de suprimento
Considerando a lentidão do processo tradicional da realização de despesas, principalmen-
te quando se exige prévia licitação, excepcionalmente a autoridade competente pode autorizar 
a realização da despesa por meio de suprimento de fundos, quando essa não puder ser reali-
zada pelo processo normal da execução orçamentária.
Sendo uma exceção à realização de um processo licitatório, o suprimento de fundos não 
pode ser usado para despesas com caráter repetitivo que são tipicamente previsíveis, sendo 
aplicável apenas os casos de despesas expressamente definidas em lei.
O embasamento legal desse procedimento, também chamado de “despesas sob regi-
me de adiantamento”, é o artigo 74 do Decreto-Lei n. 200/1967, os artigos 68 e 69 da Lei n. 
4.320/1964 e os artigos 45 e 47 do Decreto n. 93.872/1986, que serão reproduzidos nos co-
mentários das questões.
Guarde ainda que o regime de adiantamentos precisa respeitar as três fases da execução 
da despesa pública: empenho, liquidação e pagamento.
O PULO DO GATO
Apesar de o suprimento de fundos ser uma despesa orçamentária, não representa uma despe-
sa pelo enfoque patrimonial, já que, no momento da concessão, ainda não ocorreu redução no 
patrimônio líquido. Na liquidação da despesa orçamentária, ao mesmo tempo em que ocorre 
o registro de um passivo, há também a incorporação de um ativo, que representa o direito de 
receber um bem ou serviço, objeto do gasto a ser efetuado pelo suprido ou a devolução do 
numerário adiantado, constituindo-se assim um fato permutativo.
011. (CESPE/ANALISTA/STM/2018) Julgue o item que se segue, relativo às receitas e às 
despesas públicas.
O ato de suprimento de fundos constitui uma despesa orçamentária, embora a despesa patri-
monial correspondente deva ocorrer somente em momento futuro.
Guarde que o ato de suprimento de fundos constitui despesa orçamentária, mas não uma 
despesa pelo enfoque patrimonial, que somente ocorre no momento da prestação de contas.
Certo.
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Suprimento de fundos é um procedimento que consiste na entrega de numerário a um ser-
vidor, sempre precedida de empenho na dotação própria à despesa a realizar, que não possa 
subordinar-se ao processo orçamentário normal.
012. (CESPE/ANALISTA/TCE-MG/2018/ANALISTA) Julgue:
A concessão de suprimento de fundos se destina a despesas que não possam subordinar-se 
ao processo normal de aplicação e prescinde de empenho prévio.
Guarde que o empenho nunca pode ser dispensado. Confira no Decreto n. 93.872/1986, com 
grifos nossos:
Art. 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade, 
poderá ser concedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido do empenho na dotação 
própria às despesas a realizar, e que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.
Errado.
Em relação aos tipos de suprimento de fundos, podemos dizer que são consideradas situ-
ações passíveis de utilização de suprimento de fundos os seguintes casos:
1) para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que 
exijam pronto pagamento em espécie;
2) quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regula-
mento e constar do ato de concessão; ou
3) para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor não ultra-
passe aos limites estabelecidos pela legislação.
Dos três tipos de suprimento de fundos, somente as despe-
sas de pequeno vulto é que têm limites monetários definidos, 
usando como parâmetro os valores da Lei de Licitações.
O valor adiantado a título de suprimento de fundos pode relacionar-se a mais de uma natureza 
de despesa, desde que precedidos dos empenhos nas dotações respectivas, respeitados os 
valores de cada natureza. Guarde, portanto, que na classificação por natureza da despesa não 
existe um elemento específico para suprimento de fundos. Assim, a situação difere, por exem-
plo, da DEA onde existe o elemento “despesas de exercícios anteriores”.
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Importante destacar ainda que o suprimento poderá ser concedido ao servidor designado 
para a execução do serviço, a coordenador, a presidente de comissão ou de grupo de trabalho, 
quando for o caso, para as despesas em conjunto ou, isoladamente, de cada integrante da co-
missão ou grupo de trabalho, bem assim a servidor a quem se atribua o encargo do pagamento 
das despesas autorizadas pela autoridade ordenadora.
Guarde que pode ser concedido também aquele que, eventualmente, tenha sido encarre-
gado do cumprimento de missão que exija transporte, quando a repartição não dispuser de 
meios próprios, ou para atender situações de emergência.
Entretanto, não pode ser concedido suprimento destinado a cobrir despesas de locomoção 
de servidor em viagem quando esse houver recebido diárias, posto que essas se destinam a 
suprir as despesas de alimentação, pousada e locomoção urbana.
Registre-se ainda que os valores-limites para concessão de suprimento de fundos, bem 
como o limite máximo para despesas de pequeno vulto, serão fixados em Portaria do Ministé-
rio da Fazenda (atual Ministério da Economia) e disponibilizados no SIAFI para consulta.
Obs.: � Um questionamento que pode surgir em prova é acerca de uma possívelalteração 
nesses limites em função da Lei n. 14.133/2021, a nova Lei de Licitações e Contratos.
Acredito que ainda não está pacificada essa situação.
Parte da doutrina acredita que, por força do que fixa a própria Lei n. 14.133/2021, em seu 
artigo 191, nenhuma de suas disposições pode ser aplicada de forma combinada com quais-
quer dispositivos de quaisquer leis de licitação anteriores. Em outras palavras, o que a nova lei 
trouxe é um novo regime, e não a alteração das leis já vigentes.
Nessa toada, quanto ao Suprimento de Fundos, se o órgão está aplicando-o com base 
nas normas constantes das Leis n. 8.666/1993 e 4.320/1994, deve continuar aplicando sem 
nenhuma alteração, até que migre para o novo regime da Lei n. 14.133/2021. A aplicação de 
um ou de outro regime deve ser claramente identificada nos autos do processo, e de maneira 
alguma pode usar dispositivos do regime novo combinado com leis antigas, total ou parcial-
mente, no mesmo processo.
Nessa linha de raciocínio, o suprimento de fundos não é disciplinado na Lei n. 8.666/1993 
nem na Lei n. 14.133/2021. A disciplina é da Lei n. 4.320/1964, e do Decreto n. 93.872/1986, 
sendo os limites dos valores de suprimento de fundos para despesas de pequeno vulto previs-
tos em “Portaria do Ministro da Fazenda” (atual Economia).
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De acordo com a IN STN n. 04/2004, não é admitido o fracionamento das despesas, e falta 
de planejamento não justifica a realização de compras continuadas por meio do suprimento 
de fundos. A aquisição de material permanente também, em regra, não pode ser efetuada por 
meio do suprimento de fundos, exceto em casos especiais devidamente justificados.
Com exceção das despesas sigilosas, as despesas que po-
dem ser realizadas por meio do suprimento de fundos devem 
necessariamente ser urgentes, eventuais e não podem se su-
jeitar ao processo normal de aquisição por causarem algum 
prejuízo ao ente público.
Em relação às situações que exigem tratamento sigiloso, temos que a concessão e a apli-
cação de suprimento de fundos para atender peculiaridades da Presidência e da Vice-Presi-
dência da República, do Ministério da Fazenda, do Departamento de Polícia Federal, das repar-
tições do Ministério das Relações Exteriores, bem como militares e de inteligência, obedecerão 
a regime especial de execução estabelecido em instruções aprovadas pelos respectivos Mi-
nistros de Estado, pelo Chefe da Casa Militar e pelo Secretário-Geral da Presidência da Repú-
blica, sendo vedada a delegação de competência.
Vale ressaltar que a entrega do numerário deve sempre precedida do empenho ordinário na 
dotação própria das despesas a realizar e será feita mediante crédito em conta bancária, em 
nome do suprido, aberta para esse fim, com autorização do ordenador de despesa, ou median-
te entrega do numerário ao suprido por meio de OPB (Ordem de Pagamento Bancário).
4.2. restrições à ConCessão de suprimento de fundos
Não poderá ser concedido suprimento de fundos a quem não seja servidor e a servidor:
a) responsável por dois suprimentos;
b) que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não 
houver na repartição outro servidor;
c) responsável por suprimento de fundos que não tenha prestado contas de sua aplicação 
no prazo previsto; e
d) declarado em alcance ou que esteja respondendo a inquérito administrativo.
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013. (CESPE/ANALISTA/MPE-PI/2018) De acordo com a Lei n. 4.320/1964, na administra-
ção pública, as despesas de pequeno vulto podem ser viabilizadas por meio de suprimentos 
de fundos.
Conforme essa lei, o suprimento de fundos poderá ser concedido a qualquer servidor, desde 
que este ocupe cargo de confiança.
Na verdade, inexiste qualquer restrição no sentido de se conceder suprimento de fundos ape-
nas para servidores que ocupem cargo de confiança. Em regra, a qualquer servidor pode ser 
concedido suprimento de fundos, exceto àqueles com as restrições impostas pelo Decreto n. 
93.872/1986:
Art. 45.
§ 3º – Não se concederá suprimento de fundos:
a) a responsável por dois suprimentos;
b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não 
houver na repartição outro servidor;
c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de 
sua aplicação; e
d) a servidor declarado em alcance.
Errado.
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014. (CESPE/ANALISTA/TCE-MG/2018/ADAPTADA) Julgue:
É vedada a concessão de suprimento de fundos a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou 
a utilização do material a adquirir, em qualquer hipótese.
Falsa, já que nos casos em que não tenha outro servidor na repartição, é SIM permitida a con-
cessão de suprimento de fundos a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do 
material a adquirir. Confira no Decreto n. 93.872/1986, com grifos nossos:
Art. 45.
§ 3º – Não se concederá suprimento de fundos:
b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não 
houver na repartição outro servidor.
Errado.
O PULO DO GATO
Entende-se por servidor em alcance aquele que não tenha prestado contas de suprimento, no 
prazo regulamentar ou cujas contas não tenham sido aprovadas em virtude de desvio, desfal-
que, falta ou má aplicação de dinheiro, bens ou valores confiados à sua guarda, verificados na 
prestação de contas.
015. (CESPE/PROCURADOR/PREFEITURA DE MANAUS/2018) Acerca da Lei n. 4.320/1964 
e das receitas e despesas públicas, julgue o próximo item.
O suprimento de fundos, também conhecido como regime de adiantamento, não pode ser au-
torizado para servidor público em alcance, ou seja, aquele que ainda não obteve aprovação no 
estágio probatório.
Embora não possam ser autorizados suprimentos de fundos para servidor público em alcance, 
a assertiva erra ao afirmar que servidor em alcance é aquele que ainda não foi aprovado no 
estágio probatório. Na verdade, servidor em alcance é aquele que não prestou contas no prazo 
ou que teve as contas reprovadas.
Errado.
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Na aplicação do suprimento de fundos, observar-se-ão as condições e finalidades previs-
tas no seu ato de concessão.
Lembrando que o ato de concessão é a autorização do suprimento de fundos formalizada 
no documento de concessão, do qual