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TCC Késia - Corrigido (1)

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FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA
KÉSIA SANTOS CONCEIÇÃO GARCIAS
	
LIDERANÇA DO ENFERMEIRO NA ATUAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. 
EUNÁPOLIS-BA
2020
KÉSIA SANTOS CONCEIÇÃO GARCIAS
LIDERANÇA DO ENFERMEIRO NA ATUAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como parte do requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem. 
Orientador: Johan Paulo Rodrigues da Silva
EUNÁPOLIS-BA
2020
KÉSIA SANTOS CONCEIÇÃO GARCIAS
LIDERANÇA DO ENFERMEIRO NA ATUAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE. 
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, Eunápolis, BA, pela seguinte banca examinadora:
Prof..............................................(Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
_________________________________________________________
Prof..............................................(Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
_________________________________________________________
Prof..............................................(Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
_________________________________________________________
Prof.ª Maria Cristina Marques
Coordenadora do curso de Enfermagem 
Eunápolis-BA ________________________________
DEDICATÓRIA
Aos meus avós e ao meu amigo Pe. Isidoro, os maiores incentivadores para a busca dos meus sonhos através dos estudos e do conhecimento.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sua infinita graça.
Aos meus pais, Miriam e Givaldo, por ser a minha base e por nunca terem medido esforços para me proporcionar um ensino de qualidade.
 Aos melhores irmãos do mundo, Kassia e Kelvin, pelo companheirismo e pela cumplicidade em todos os momentos da minha vida. 
A Jessika, Alan, Alenilda, Guilherme, Graziela, Franciele, Laís e Jaqueline, que sempre me apoiaram e me encorajaram. 
Minha sincera gratidão a Raiana, Laila, Julia e Isabela, colegas de classe que ao decorrer da caminhada acadêmica foram minhas fiéis companheiras se tornando grandes amigas.
Sou grata aos meus professores pelos ensinamentos, à minha coordenadora Maria Cristina pelo carinho e preocupação em nos proporcionar conteúdos de excelência, e ao meu querido orientador Johan Paulo por ser o meu espelho profissional e por conduzir o trabalho com empenho e dedicação. 
Por fim, agradeço a todos os familiares e amigos que sempre acreditaram e estiveram ao meu lado nesse momento tão importante da minha vida.
EPÍGRAFE
"Qualquer filosofia que trate apenas do aqui e agora não serve para o homem.”
 Billy Graham
RESUMO
A revisão pretende identificar as questões relacionadas às atividades do enfermeiro atuante na Estratégia de Saúde da família, bem como a suas habilidades e dificuldades na relação laboral com a equipe e com o processo de liderança e supervisão do trabalho do Agente Comunitário de Saúde. Uma vez que o ACS é um profissional que necessita de constantes atualizações e direcionamento para desenvolver as suas atividades de maneira assertiva, assim como é pretendida pela Política Nacional de Atenção Básica, o enfermeiro é fundamental em articular e mediar todas as ações por eles executadas. Objetivo: Analisar como o enfermeiro exerce o seu papel de liderança e supervisão no trabalho com o Agente Comunitário de Saúde na Estratégia de Saúde da Família. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, com base na questão norteadora: Quais as dificuldades encontradas pelo enfermeiro para realizar a liderança na Estratégia de Saúde da Família? A coleta de dados se deu através de consultas à Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), considerando as seguintes bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e BDENF. Resultados: Foram encontrados os seguintes tipos de estudos 02 estudos quantitativos e 03 qualitativos. Com relação ao ano de publicação dos 05 artigos encontrados, pode-se observar na distribuição do quadro 01 que nos anos de 2009, 2010, 2011, 2012, 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019 não foram encontradas publicações, 01 foi publicado em 2013, 01 em 2016 e 03 em 2018. Conclusão: O enfermeiro encontra dificuldades em liderar os Agentes Comunitários de Saúde, isso se dá pelas várias outras atribuições que o enfermeiro deve executar no âmbito da ESF. Entretanto, mesmo com alguns estorvos, como sobrecarga de trabalho e tempo escasso, os enfermeiros vêm exercendo a sua função de líder aos profissionais sob sua responsabilidade conforme a lei do exercício profissional (COREN) sugere. 
Palavras-chave:Enfermagem, Agente Comunitário de Saúde, Liderança
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	5
2 REVISÃO INTEGRATIVA	8
2.1 HISTÓRIA DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO BRASIL	8
2.2 ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE	10
2.3 EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA	10
2.4 O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE	11
2.5 ATRIBUÇÕES DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE	13
2.6 O ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA	14
2.7 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO	15
2.8 O ENFERMEIRO NA LIDERANÇA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE	16
3 METODOLOGIA	16
4 RESULTADOS	18
5 DISCUSSÃO	20
6 CONCLUSÃO	24
7 REFERÊNCIAS	25
1 INTRODUÇÃO
O Programa de Saúde da Família (PSF) criado no final de 1993, pelo Ministério da Saúde, a partir de experiências municipais vigentes no país naquele período, e que é conhecido hoje como a Estratégia de Saúde da Família (ESF), por não se tratar apenas de um “programa”; surgiu na perspectiva de reorientação do modelo assistencial, imprimindo uma nova dinâmica na oferta dos serviços de saúde e para estabelecer um vínculo com a comunidade, tornando mais humanizada esta prática de assistência primária a saúde (BRASIL, 2010).
Fundamentada na universalidade, integralidade, equidade, hierarquização, descentralização e controle social, a Estratégia de Saúde da família é um projeto catalisador do SUS, fruto da evolução e organização do sistema de saúde brasileira. Desde a sua implantação no início de 1994, vem apresentando um crescimento cada vez mais expressivo, principalmente em cidades com dificuldades em oferta de saúde especializada (BRASIL, 2000).
Deste modo, o Programa propõe organizar as práticas nas suas Unidades Básicas de Saúde (UBS), manifestando o caráter multiprofissional e interdisciplinar das Equipes de Saúde da Família (ESF), com a oferta de atendimento integral nas especialidades básicas de saúde, num território delimitado; garante serviços de referências à saúde para os níveis de maior complexidade, permitindo que o reconhecimento da saúde seja visto como um direito da cidadania (BRASIL, 2004).
De acordo a portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 foi estabelecido que para a implantação das Equipes de Saúde da Família deva existir, entre outros quesitos, uma equipe multiprofissional responsável por 2.000 a 3.500 habitantes. Além dessa faixa populacional, podem existir outros arranjos de adscrição conforme vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitária. Todos os integrantes devem cumprir jornada de trabalho de 40 horas semanais, sendo função da Administração Municipal assegurar o cumprimento de horário integral de todos os profissionais atuantes na equipe de saúde da família. 
A equipe básica é composta por no mínimo: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e Agentes comunitários de Saúde. O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos; esse número deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, sendo no máximo 750 pessoas por ACS (BRASIL, 2017).
Essa mesma portaria define as atribuições específicas de cada profissional que compõe a ESF, onde mostra que umadas atribuições específica do profissional enfermeiro é coordenar, liderar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de enfermagem. Cabe ainda aos enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família, facilitar situações referentes à educação, não só com a comunidade, como também na capacitação dos profissionais no qual estão sob a sua liderança (BRASIL, 2011).
Nesse contexto, o enfermeiro tem um importante papel como líder dos ACS, devendo estar preparado para administrar diversas situações, fomentando novas competências ao trabalho deste grupo, fortalecendo e incentivando aquilo que está dando certo e somando novos conhecimentos, para que junto com os demais profissionais esteja preparado para enfrentar os desafios impostos, possibilitando e garantindo qualidade na oferta dos serviços para a população assistida.
A ação educativa ministrada pelo enfermeiro deve gerar questões de problematização estimulando o pensamento crítico, ético e reflexivo (ACIOLI, 2008). Nesse sentindo, percebe-se a relevância do papel desempenhando pelo enfermeiro, e de conhecer melhor o seu trabalho dentro do âmbito da ESF, pois é visto que para desempenhar as suas atribuições, esse profissional precisa organizar estrategicamente as suas ações para ampliar e aperfeiçoar a assistência ofertada à população. Dessa forma surge a questão norteadora dessa pesquisa: O enfermeiro realiza liderança efetiva na coordenação das ações do Agente Comunitário da Saúde na Estratégia de Saúde na Família?
 Nessa perspectiva, o estudo se propõe em seu objetivo geral: Descrever o papel que o enfermeiro exerce na liderança e supervisão junto ao Agente Comunitário de Saúde na Estratégia de Saúde da Família; como objetivos específicos: Descrever a Atenção Primária e a Estratégia de Saúde da Família, Identificar as atribuições do Enfermeiro como gerente da unidade, Relatar o papel do Agente Comunitário de Saúde como membro da equipe multiprofissional da Estratégia de Saúde da Família.
Portanto, pode-se vislumbrar a relevância deste trabalho, no âmbito da Estratégia de Saúde da Família, para que os profissionais envolvidos busquem capacitar-se ao lidar com as adversidades encontradas no ambiente de trabalho, e que obtenham informações para agregar em sua área de atuação, a fim de reduzir as dificuldades que surgem no decorrer das atividades laborais. Desta forma, utilizando de recursos para a capacitação profissional, identifique a importância da comunicação, levando os profissionais da área a uma reflexão sobre o diálogo, liderança e ações educativas. 
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1 PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO BRASIL
No início da década de 90, começou a ser implantado no Brasil o Programa de Saúde da Família (PSF), criado pelo Ministério da Saúde, inspirado pelas experiências encontradas no cenário da saúde pública em países como Inglaterra, Canadá, Cuba e outros. Com características próprias, adaptado a realidade dos estados brasileiros e com as primeiras experiências acontecendo em cidades nordestinas, o Programa se tornou um marco importante na saúde, utilizado ao disposto na Constituição Federal de 1988 e, especificamente, na Lei Orgânica da Saúde, de 1990, que dispões sobre a promoção, proteção e recuperação da saúde (BRASIL, 2010).
No Brasil, a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) surge no ano de 1991, mais especificamente na Bahia, com pessoas da comunidade as quais foram treinadas e supervisionadas por profissionais de saúde. O PACS nasceu com base em experiências bem sucedidas, com o intuito de agregar uma estratégia que pudesse proporcionar a população o acesso e a universalização do atendimento á saúde, descentralizando as ações (BRASIL, 2002).
O PSF iniciou-se como estratégia no ano de 1994, por meio de uma parceria entre o Ministério da Saúde/MS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância/UNICEF. Surgiu com o propósito de alterar o modelo assistencial de saúde, centrado no modelo hospitalocêntrico, que privilegiava a parte curativa em detrimento da preventiva. O PSF veio para abastar as necessidades de uma atenção integral desenvolvida por uma equipe multiprofissional, ao individuo e a comunidade (BRASIL, 2010).
O objetivo da estratégia foi aplicar os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), de integralidade, universalidade, equidade e participação social. Estruturado como uma estratégia para dar conta do processo de reorganização da rede de atenção primária, o PSF, por essa potencialidade seria também uma estratégia de reorganização de todo o sistema. Dos pontos relevantes da estratégia compreende a territorialização com a adstrição de clientela, criação de vínculo entre equipe e usuário, e o aumento da oferta de serviços de saúde (BRASIL, 2000).
A portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 caracteriza a Atenção Básica como um conjunto de ações de saúde individuais, coletivas e familiares que compreende a promoção e proteção da saúde, o tratamento, a reabilitação, prevenção de agravos, o diagnóstico e a manutenção da saúde. Estabelecida com o intuito de desenvolver uma atenção integral por meio de práticas gerenciais sanitárias, democráticas e participativas (BRASIL, 2012)
A Atenção Básica é a forma preferencial de contato com os serviços de saúde que os usuários têm. Orientado pelos princípios da universalidade, integralidade, equidade e da participação social, a Atenção Básica tem a Saúde da Família como uma estratégia indispensável para sua efetivação de acordo os princípios do SUS (BRASIL, 2011).
A Política Nacional de Atenção Básica corrobora que a estrutura do ESF exija que, basicamente em uma unidade de Saúde da Família (USF) conte com uma equipe multiprofissional mínima recomendável pelo Ministério da Saúde contendo um médico clínico geral, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e ACS, que terá o seu número definido de acordo com a base populacional, critérios socioeconômicos, demográficos e epidemiológicos (BRASIL, 2017).
A proposta é que uma Equipe de Saúde da Família acompanhe um número definido de famílias, de acordo a área geográfica delimitada, prestando serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde, reabilitação de doenças e agravos mais recorrentes, seja na UBS ou nas residências das pessoas, por meio das visitas domiciliares (ACIOLLI, 2008).
Portanto, de acordo o Ministério da Saúde (2011) cada equipe de saúde da família deve acompanhar de 600 a 1.000 famílias, o que corresponde a 2.500 a 4.500 pessoas. As Equipes de Saúde da Família possuem atribuições e características próprias que lhes permitem conhecer a realidade das famílias assistidas, com critério que podem ser flexíveis de acordo às peculiaridades politicas e socioeconômicas das regiões, permitindo identificar os problemas de saúde que mais assolam a população e a situações de risco na qual os mesmos estão expostos. 
Segundo o Caderno de Atenção Básica (2012) do Ministério da Saúde, cada profissional da Equipe de Saúde da Família, tem as suas atribuições específicas. 
2.2 ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE
A portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 caracteriza a Atenção Básica como um conjunto de ações de saúde individuais, coletivas e familiares que compreende a promoção e proteção da saúde, o tratamento, a reabilitação, prevenção de agravos, o diagnóstico e a manutenção da saúde. Estabelecida com o intuito de desenvolver uma atenção integral por meio de práticas gerenciais sanitárias, democráticas e participativas. Aufere tecnologias de alta complexidade.
A Atenção Básica é a forma preferencial de contato com os serviços de saúde que os usuários têm. Orientado pelos princípios da universalidade, integralidade, equidade e da participação social, a Atenção Básica tem a Saúde da Família como uma estratégia indispensável para sua efetivação de acordo os princípios do SUS (BRASIL, 2011).
2.3 EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
A Política Nacional de Atenção Básica corrobora que a estrutura do ESF exija que, basicamente em uma unidade de Saúde da Família (USF) conte com uma equipe multiprofissionalmínima recomendável pelo Ministério da Saúde contendo um médico clínico geral, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e ACS, que terá o seu número definido de acordo com a base populacional, critérios socioeconômicos, demográficos e epidemiológicos (BRASIL, 2017).
A proposta é que uma Equipe de Saúde da Família acompanhe um número definido de famílias, de acordo a área geográfica delimitada, prestando serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde, reabilitação de doenças e agravos mais recorrentes, seja na UBS ou nas residências das pessoas, por meio das visitas domiciliares (ACIOLLI, 2008).
Portanto, de acordo o Ministério da Saúde (2011) cada equipe de saúde da família deve acompanhar de 600 a 1.000 famílias, o que corresponde a 2.500 a 4.500 pessoas. As Equipes de Saúde da Família possuem atribuições e características próprias que lhes permitem conhecer a realidade das famílias assistidas, com critério que podem ser flexíveis de acordo às peculiaridades politicas e socioeconômicas das regiões, permitindo identificar os problemas de saúde que mais assolam a população e a situações de risco na qual os mesmos estão expostos. 
Segundo o Caderno de Atenção Básica (2012) do Ministério da Saúde, cada profissional da Equipe de Saúde da Família, tem as suas atribuições específicas.
2.4 O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Historicamente, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) surgiu no cenário mundial de saúde, no Canadá, em 1920, onde apareceu para auxiliar no movimento de organização comunitária. No Brasil a profissão surgiu na Bahia, em 1991, a partir da criação do PACS (Programa dos Agentes Comunitários de Saúde) como parte do processo de construção do Sistema Único de Saúde, estabelecida por norma constitucional em 1988 (BRASIL, 2006).
Segundo a Política Nacional de Atenção Básica, o ACS deve ser alguém que tenha proximidade e se identifique com a sua própria comunidade e conheça suas peculiaridades e problemáticas, a fim de poder lutar por bens comuns da população em defesa dos serviços de saúde pública, a fim de democratizar a oferta assistencial (BRASIL, 2012).
Os ACS atuam no apoio aos indivíduos identificando as situações de risco á saúde, oferecendo acompanhamento, orientação e educação popular em saúde. Repassam conhecimentos com o intuito de prevenir ou sanar problemas sanitários, promover a saúde coletiva, orientando cuidados gerais, alimentares e de higiene, desenvolvendo interações sociais de uma maneira ética e humanística (BRASIL, 2009).
A Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, fixa as atribuições dos ACS, e o Decreto Federal nº 3.189, de 04 de outubro de 1999, estabelece diretrizes para o exercício de suas atividades, oferecendo uma perspectiva qualitativa de suas ações concentradas nas atividades da promoção da saúde, por meio da orientação, mobilização de recursos, práticas sociais com características de educação popular em saúde e cidadania. 
Portanto, cada dimensão expressa uma realidade do trabalho do ACS, por meio da proposta de sua competência, visto que cada profissional incorpora três dimensões do saber: o saber-ser (expressa por sua capacidade crítica e de reflexão), o saber-conhecer (diz respeito ao conhecimento que possui), e o saber-fazer (proatividade e atitude), é considerada transversal a competências e habilidades críticas expressas pela reflexão e mudança em si mesmo e no meio em que atua (BRASIL, 2012).
O trabalho do ACS é realizado nos domicílios dos pacientes de sua área de atuação, e entre as suas atribuições especificas estão: realizar mapeamento e territorialização; Cadastrar as famílias e manter esses cadastros atualizados; Identificar área de risco e indivíduos expostos; Identificar casos suspeitos de doenças e agravos; Orientar as famílias quanto a utilização adequada dos serviços de saúde; Desenvolver ações que integrem a equipe de saúde e a população adstrita à UBS; Realizar visita domiciliar com periodicidade estabelecida no planejamento da equipe (BRASIL, 2006).
Fazem ainda parte das atribuições dos ACS: Identificar e registrar situações que interfiram no curso das doenças, ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais; Estar sempre informado, e manter informado os demais integrantes de sua equipe sobre a situação das famílias acompanhadas, principalmente as que estão em situação de risco; Desenvolver ações de educação e vigilância a saúde, enfatizando a promoção da saúde e prevenção de doenças; Promover a educação e a mobilização comunitária, visando desenvolver ações coletivas de saneamento e melhorias do meio ambiente; Expor para a ESF a dinâmica social da comunidade que assiste, trazendo suas necessidades, potencialidades e limites (BRASIL, 2009).
2.5 ATRIBUÇÕES DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
O trabalho do ACS é realizado nos domicílios dos pacientes de sua área de atuação, e entre as suas atribuições especificas estão: realizar mapeamento e territorialização; Cadastrar as famílias e manter esses cadastros atualizados; Identificar área de risco e indivíduos expostos; Identificar casos suspeitos de doenças e agravos; Orientar as famílias quanto a utilização adequada dos serviços de saúde; Desenvolver ações que integrem a equipe de saúde e a população adstrita à UBS; Realizar visita domiciliar com periodicidade estabelecida no planejamento da equipe (BRASIL, 2006).
Fazem ainda parte das atribuições dos ACS: Identificar e registrar situações que interfiram no curso das doenças, ou que tenham importância epidemiológica relacionada aos fatores ambientais; Estar sempre informado, e manter informado os demais integrantes de sua equipe, sobre a situação das famílias acompanhadas, principalmente as que estão em situação de risco; Desenvolver ações de educação e vigilância a saúde, enfatizando a promoção da saúde e prevenção de doenças; Promover a educação e a mobilização comunitária, visando desenvolver ações coletivas de saneamento e melhorias do meio ambiente; Expor para a ESF a dinâmica social da comunidade que assiste, trazendo suas necessidades, potencialidades e limites (BRASIL, 2009).
2.6 O ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
A enfermagem em nível superior é uma profissão regulamentada pela lei federal do exercício profissional lei nº 7498/86, que dispõe sobre os direitos de todos os componentes da classe. A enfermagem é uma profissão que pode ser exercida somente por pessoas habilitadas e inscritas no conselho que confere o exercício da enfermagem, somente a profissionais Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteira, respeitando os respectivos graus de habilitação (COFEN, 2019).
Filiados ao Conselho Internacional de Enfermeiros em Genebra, o COFEN tem a função de normatizar e fiscalizar o exercício da profissão de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, prezando pela qualidade na oferta dos serviços em cumprimento da Lei do exercício profissional. Possui competência para aplicar sanções administrativas e disciplinares aos que infrinjam os direitos e deveres da atividade profissional.
O COREN tem como principal objetivo supervisionar e deliberar sobre as inscrições no Conselho, bem como seu cancelamento, prezar pela qualidade dos serviços prestados pela enfermagem, o respeito ao código de ética e a lei que regulamento o exercício profissional.
Os enfermeiros desempenham um papel fundamental na ESF, situações diversas relacionadas a questões sociais, culturais e econômicas da população assistida, interagindo aspectos que giram em torno da integridade da família, e também, lidar com o binômio saúde / doença dos indivíduos. Desta forma é executado o seu trabalho; o enfermeiro passa a reconhecer os indivíduos e a família que atende, compreende as questões que influencia e determina a saúde daquele local e apropria cada vez mais do papel em que a unidade familiar exerce sobre a saúde de cada indivíduo, incorporando este conhecimento ao plano de cuidado (BRASIL, 2011).
De acordo a lei nº 7.498/86, o enfermeiro é um profissional qualificado de nível superior, responsávelpela prevenção, promoção, recuperação e reabilitação dos indivíduos que recebem seus cuidados, seja ele de forma individual, coletiva ou comunitária. O enfermeiro está apto para atuar na assistência ao paciente, na área gerencial ou administrativa (BRASIL, 1986).
O enfermeiro lotado na Estratégia de Saúde da Família desenvolve as suas atribuições em dois campos de atuação: na unidade física e na comunidade, dando suporte de liderança ao trabalho do ACS e do técnico de enfermagem, bem como assistindo aos pacientes que necessitam de atendimento e cuidados de enfermagem, sejam elas na unidade ou em suas residências (BRASIL, 2010).
De acordo a portaria do Ministério da Saúde (2017) são atribuições do enfermeiro que atua na Atenção Básica: realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas a equipe na unidade ou em outros ambientes (domicilio, escolas, associações), quando necessário; realizar consulta de enfermagem, solicitar exames, prescrever cuidados de enfermagem e medicamentos, conforme protocolos e normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, estadual ou federal;
Segundo mesmo autor é atribuição do enfermeiro: realizar e/ou supervisionar o acolhimento, de acordo normativas e protocolos estabelecidos; organizar e coordenar grupos específicos com indivíduos em situação de risco; planejar, gerenciar e liderar ações desenvolvidas pelos técnicos de enfermagem e ACS, coordenar e realizar atividades de qualificação e educação permanente dos ACS, participar do gerenciamento de insumos necessários para o funcionamento adequado da UBS; realizar atividades em grupos e encaminhar pacientes a outros serviços de saúde, quando necessário, conforme o fluxo local estabelecido (BRASIL, 2017).
2.7 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO
O enfermeiro desenvolve as suas atribuições em dois campos de atuação: na Unidade Básica de Saúde e na comunidade, dando suporte de liderança ao trabalho do ACS e do técnico de enfermagem, bem como assistindo aos pacientes que necessitam de atendimento e cuidados de enfermagem, sejam elas na unidade ou em suas residências. 
De acordo a portaria do Ministério da Saúde (2017) são atribuições do enfermeiro que atua na Atenção Básica: realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas a equipe na unidade ou em outros ambientes (domicilio, escolas, associações), quando necessário; Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames, prescrever cuidados de enfermagem e medicamentos, conforme protocolos e normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, estadual ou federal; Realizar e/ou supervisionar o acolhimento, de acordo normativas e protocolos estabelecidos; Organizar e coordenar grupos específicos com indivíduos em situação de risco; Planejar, gerenciar e liderar ações desenvolvidas pelos técnicos de enfermagem e ACS; Coordenar e realizar atividades de qualificação e educação permanente dos ACS; Participar do gerenciamento de insumos necessários para o funcionamento adequado da UBS; Realizar atividades em grupos e encaminhar pacientes a outros serviços de saúde, quando necessário, conforme o fluxo local estabelecido (BRASIL, 2017).
2.8 O ENFERMEIRO NA LIDERANÇA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
A portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 do Ministério da Saúde (MS) aprova que a Política Nacional de Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) preconiza que, o Enfermeiro seja responsável em coordenar, acompanhar e avaliar sistematicamente o trabalho do ACS, ter participação nos treinamentos e aprimoramento de pessoal, principalmente nos programas de educação continuada (BRASIL, 2017).
O enfermeiro da ESF é um profissional que se encontra a todo instante com situações concretas referentes à educação, não só da comunidade em que atua como também dos profissionais que lidera. A ação educativa realizada por esse profissional da saúde é fundamental quando exercida de acordo com sua experiência pessoal e laboral embasadas nas leis e portarias que regulamentam a profissão (ACIOLI, 2008). 
A capacitação do ACS ocorre na medida em que é exercida a função, uma vez que estes não carregam, muitas vezes, a bagagem de um conhecimento formal em saúde, já que o Ministério da Saúde preconiza como critério para a contratação, que o ACS apenas saiba ler e escrever torna-se relevante que o responsável pelo processo de educação permanente, que neste caso será o enfermeiro, esteja ciente de que o conhecimento natural do senso comum do cotidiano tenha presença marcante e que saiba lidar com esses aspectos (BRASIL, 2006).
Em sua literatura, Acioli (2008, p. 118) relata que,
A Enfermagem tem na ação educativa, um de seus principais eixos norteadores que se concretiza nos vários espaços de realização das práticas de Enfermagem em geral e especialmente no campo da Saúde Pública, sejam elas desenvolvidas em comunidades, serviços de saúde vinculados à Atenção Básica, escolas, creches, e outros locais. 
Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, educador é aquele que tem a incumbência de educar, aperfeiçoar e capacitar com o intuito de contribuir na formação moral, cultural ou profissional do individuo. Neste sentido, o enfermeiro como educador deve assumir uma atitude aberta e não dogmática, ligando a teoria e a prática para obter êxito nos processos laborais de sua equipe (ACIOLI, 2008).
A liderança e a supervisão sempre foi um exercício intrínseco ao exercício profissional dos enfermeiros, devido às singularidades da expressividade e força de trabalho em saúde e em enfermagem, onde o enfermeiro é o responsável técnico pelas ações de toda equipe em enfermagem (CONFEN, 2019). 
A supervisão foi inserida ao trabalho do enfermeiro como uma estratégia gerencial inserida pelo Ministério da Saúde há mais de trinta anos, tratando dos serviços em unidade de saúde. Naquela época já se definia supervisão com base na qualidade dos serviços a serem prestados à população, enfatizando questões que incluem o aperfeiçoamento dos trabalhadores em saúde, avaliando o desempenho e a dinâmica organizacional (BRASIL, 1986). 
Com a vinculação dos ACS às equipes de saúde, em especial na Estratégia de Saúde da Família, os gestores municipais forma designando gradativamente ao enfermeiro assistencial as tarefas relacionadas a liderança, capacitação e supervisão na atuação desses trabalhadores até ser legalmente formalizada como uma de suas atribuições na atenção básica (BRASIL, 2010).	
Com a publicação da Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, no capítulo I, quando define as atribuições específicas dos profissionais das equipes de saúde da família, diz que é uma atribuição específica do enfermeiro “supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de enfermagem” (BRASIL, 2017).
Ainda na Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, pode-se observar que dentre as atribuições específicas do enfermeiro estão, 
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe;
VII - Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS;
Para desempenhar tal função, o enfermeiro utiliza seus conhecimentos desempenhados para a equipe de enfermagem, comtempla também a liderança e supervisão do ACS, mesmo com um trabalho que é pouco abordado na academia, o que provavelmente tem desencadeado diferentes formas de atuação do enfermeiro junto ao ACS na Atenção Básica (BARATIERI; MARCON, 2012).
3 METODOLOGIA
O estudo está caracterizado por uma reflexão a partir de uma revisão integrativa da literatura sobre estratégia de saúde da família: liderança do enfermeiro na atuação do agente comunitário de saúde. A coleta de dados foi realizada por meio de consulta à Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), considerando as seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical LiteratureAnalysisandRetrieval System Online (MEDLINE) e BDENF, por meio dos descritores:“Enfermagem”, “Agente Comunitário de Saúde”, “Liderança”.
1. O levantamento dos estudos ocorreu no mês de fevereiro de 2020. Para selecioná-los, foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Em seguida, para a realização de uma busca avançada foi realizado o cruzamento dos descritores, usando o operador “AND” e “OR”, resultando nos seguintes cruzamentos: “AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE AND LIDERANÇA” e “ AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE AND ENFERMAGEM”.
1. Foi estabelecido marco temporal, considerando as publicações dos últimos dez anos, 2010-2020, diante do pequeno número de trabalhos sobre a temática nos últimos anos, visando obter estudos relevantes e sobre a temática foram utilizados leis e cadernos de atenção básica do Ministério da Saúde.
1. Após o levantamento das publicações foram encontrados 136 artigos, os resumos foram lidos e analisados segundo os critérios de inclusão/exclusão preestabelecidos, que serão descritos abaixo. Em um segundo momento, os artigos foram recuperados na íntegra e examinados. Assim, do material obtido procedeu-se à leitura minuciosa de cada resumo/artigo, destacando aqueles que responderam ao objetivo proposto por este estudo.
1. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos disponíveis na íntegra nas bases de dados, publicados em periódicos nacionais ou estrangeiros, mas com estudos realizados no Brasil, publicações na língua portuguesa, referentes ao conteúdo, com recorte temporal de 2010-2020 e que atendesse a temática abordada.
1. Os critérios de exclusão foram: monografias, dissertações, artigos em outro idioma, artigos repetidos, textos incompletos bem como estudos que não abordassem a temática relevante ao objetivo da revisão. Após a remoção das repetições e dos artigos que não atenderam a temática foram selecionados 05.
O fluxograma PRISMA abaixo descreve o processo de busca dos artigos (Figura 1):
 (
ITIFICAÇÃO
) (
Artigos identificados através de busca na base de dados
LILACS
n: 
75
BDENF
n:
 54
MEDLINE
n:
 07
 Total
 
n:
 136
 
) (
ELEGIBILIDADE
) (
TRIAGEM
) (
Estudos incluídos na revisão integrativa
n:
 05
) (
Artigos removidos por duplicação
n:
 08
) (
Artigos sujeitos à Triagem
n:
 128
)
1. 
1. 
1. 
 (
Artigos removidos por não atender a critérios de inclusão
n:
 114
)
 (
Artigos com texto integral para aplicação de critérios de elegibilidade
n: 14
1
)
 (
Artigos com texto integral que não responde à pergunta da pesquisa
n:
 09
)
 (
INCLUSÃO
)
Figura 1: Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleção dos estudos incluídos na revisão integrativa.
4 RESULTADOS
Com relação ao ano de publicação dos 05 artigos encontrados entre 2009 e 20019, pode-se observar na distribuição do quadro 01 que 01 foi artigo foi publicado em 2013, 01 em 2016 e 03 em 2018, e que nos anos de 2009, 2010, 2011, 2012, 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019 não foram encontradas publicações.
No quadro abaixo estão descritos os 05 artigos utilizados contendo as respectivas informações: base de dados, ano de publicação, título, autor, revista, amostra de estudo e país. Foram encontrados 02 tipos de estudos quantitativos e 03 qualitativos. Os estudos foram classificados segundo o nível de evidência.
A avaliação minuciosa dos 05 estudos selecionados se deu por meio da leitura dos títulos, resumos, revisões, discussões e dos resultados dos estudos, onde se buscou a resposta problemática norteadora dessa revisão integrativa.
	BASE DE DADOS
	ANO
	TÍTULO/AUTOR
	REVISTA
	TIPO DE ESTUDO
	AMOSTRA DE ESTUDO
	PAÍS
	LILACS
	2018
	Atividades gerenciais do enfermeiro no monitoramento das visitas domiciliares do agente comunitário de saúde/ RIBEIRO et al.
	Arq. Ciências saúde UNIPAR.
	Estudo qualitativo.
	14 enfermeiros atuantes na ESF
	BRASIL
	BDENF
	2018
	Agentes comunitários de saúde: perfil sociodemográfi co, condições laborais e hábitos de vida/ ANDRADE et al.
	Revista de Enfermagem da UFPE.
	Estudo quantitativo
	400 Agentes Comunitários de Saúde.
	BRASIL
	LILACS
	2018
	Cargas de trabalho do agente comunitário de saúde: Pesquisa e assistência na perspectiva convergente assistêncial/ LOPES et al.
	Texto e contexto enfermagem.
	Estudo qualitativo.
	14 Agentes Comunitários de Saúde.
	BRASIL
	LILACS
	2013
	Estressores laborais em agentes comunitários de saúde/ SANTOS; VARGAS, REIS.
	Rev. De psicologia organizacional do trabalho.
	Estudo quantitativo.
	 236 ACS do estado de SE.
	BRASIL
	MEDLINE
	2016
	Práticas de cuidado da enfermeira na Estratégia Saúde da Família/ SANTOS et al.
	Revista Brasileira de enfermagem
	Estudo qualitativo.
	34 usuários cadastrados em 7 unidades de ESF diferentes.
	BRASIL
Quadro 1: Distribuição da produção científica a respeito da liderança do enfermeiro na atuação do agente comunitário de saúde (2009-2019).
5 DISCUSSÃO
Explorando o que a literatura traz acerca da liderança na Equipe de Saúde da Família, percebe-se um grande enfoque de estudos que atribuem esse papel ao enfermeiro sem considerar uma possível liderança de outros profissionais atuantes na equipe. 
A prática da liderança do enfermeiro fortalece o exercício da gerência, principalmente no que tange o gerenciamento da sua equipe, possibilitando a integração dos envolvidos e a efetivação do trabalho. O investimento na construção de boas relações e a liderança do enfermeiro constitui a primeira etapa de uma prática interdisciplinar, sendo a continuidade uma responsabilidade de toda a equipe (RIBEIRO et al, 2018).
Considerando a centralidade da ação educativa na prática do enfermeiro, parte-se do pressuposto que essa prática faz parte do cuidado em Enfermagem e de sua atuação profissional. É de extrema importância criar ambientes que privilegiam a problematização quanto à complexidade dos problemas de saúde e seus determinantes. Cada profissional envolvido contribui com a sua especificidade, e é indispensável o diálogo na busca do consenso, possibilitando o pleno exercício da liderança para o desenvolvimento laboral da equipe (ANDRADE et al, 2018).
É importante enfatizar que o Código de Ética em Enfermagem determina a responsabilidade dos profissionais na promoção do aprimoramento técnico, científico e cultural dos colaboradores sob a liderança e orientação do enfermeiro, tornando o monitoramento do processo de trabalho da sua equipe como uma estratégia para democratização das ideias e ações no ambiente laboral (RIBEIRO et al, 2018).
Desse modo, tanto nas atribuições do enfermeiro na Equipe de Saúde da Família (ESF), quanto na lei do exercício profissional e no Código de Ética em Enfermagem, são frisadas a colaboração desses profissionais na construção, na implementação e na avaliação de ações educativas no sentido de capacitar os profissionais sob sua liderança e de contribuir para melhoria da saúde da população (RIBEIRO et al, 2018).
Os líderes procederiam em influenciar, fomentar e sensibilizar o comportamento dos liderados, esse processo se dá em uma conjuntura grupal. Uma vez que o conceito de liderança engloba, em suas soluções mais usuais, três princípios: influência, grupo e objetivo, esse conceito abrange os esforços físicos, cognitivos e os psicoafetivos. Os esforços físicos dizem respeito ao trabalho e corpo físico do colaborador; As cognitivas resultam do processo laboral; Já as psíquicas são desencadeadas por um possível estresse ou sofrimento gerado ou agravado no ambiente de trabalho (SANTOS; VARGAS e REIS, 2013). 
De acordo a perspectiva da qual o conceito de liderança nos traz, vê-se que a organização laboral é produto de um processo intersubjetivo, implicando um desenvolvimento de ações próprias às situações do ambiente organizacional enquanto ambiente que infere influências psíquicas e construção de relações sociais (RIBEIRO et al, 2018).
A atuação do enfermeiro líder concebe-se de diferentes dimensões consideradas complementares, dentre as quais se sobressaem à dimensão assistencial e a gerencial. Na primeira dimensão, centraliza o foco de intervenção das necessidades de cuidado de enfermagem, tem por intento o cuidadointegral. Na segunda, o enfermeiro estabelece como foco a arranjo laboral, e os recursos humanos em enfermagem, objetivando criar e programar condições adequadas de cuidado aos pacientes e de diligência para os trabalhadores (SANTOS et al, 2016).
Observa-se que o enfermeiro tem exercido a liderança em suas ações de enfermagem na ESF, e que este, por acúmulo de encargos e responsabilidade, pode corriqueiramente apresentar dificuldades em exercer horizontalmente a sua liderança (RIBEIRO et al, 2018). Na ESF, constata-se que o monitoramento realizado pelos enfermeiros está estritamente relacionado ao controle e a educação. No que concerne o controle, que predominantemente manifesta-se para o cumprimento dos horários, atividades e jornada de trabalho (ANDRADE et al, 2018).
Para Lopes et al (2018), no Brasil o número de ACS vem aumentando expressivamente em decorrência dos investimentos do Ministério da Saúde, como possibilidade para reorganização inicial da Atenção Básica. Os Agentes Comunitários de Saúde surgem como protagonistas dos novos modelos de atenção à saúde, por ser uma categoria profissional para comunidade e criada pela mesma, atuando como elo entre os usuários e a Estratégia de Saúde da Família, carrega uma característica fundamental que os tornam imprescindíveis na reorientação do modelo de atenção da assistência (ANDRADE et al, 2018).
Visto que o ACS é a ligação entre a comunidade e a equipe de saúde, e isso permite que ele conheça a realidade e o cotidiano da comunidade com mais especificidade do que os demais integrantes da equipe apontam que o mesmo realiza um trabalho bidirecional, pois por um lado ele deve manter sua equipe informada, e por outro tem como atribuição conduzir as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde (LOPES et al, 2018).
Apesar de compreender que o diagnóstico, indicação de tratamentos, prescrição de medicamentos e outras atividades que são de núcleos específicos de outras categorias profissionais, o ACS buscam entender sobre esses campos a fim de auxiliar com informações para sua equipe contribuindo nas demandas diárias de trabalho (ANDRADE et al, 2018).
Considera-se que o profissional enfermeiro é um fundamental líder e educador, depara-se com a necessidade de orientar seu cliente/paciente, sua família e até mesmo a sua comunidade, bem como capacitar equipe sob sua liderança, contribuindo para a melhoria da qualidade de assistência à população. O Ministério da Saúde considera que a liderança e a supervisão são necessárias em todo processo de trabalho realizado coletivamente, no qual estão presentes profissionais com distintas formas de agir e de pensar (RIBEIRO et al, 2018).
Cabe ao enfermeiro da Atenção Básica a identificação das necessidades de capacitação e reciclagem da equipe de ACS, esta necessidade, se observada em serviço, pode gerar um planejamento específico para o treinamento ou até mesmo uma capacitação para o campo de atuação da equipe (SANTOS et al, 2016). 
A Estratégia de Saúde da Família traz as equipes, desafios para a capacitação do ACS, pois os mesmos não trazem, muitas vezes, uma bagagem de conhecimentos, o ensino formal, uma vez que o Ministério da Saúde preconiza apenas como critério de contratação que o ACS apenas saiba ler e escrever, entre outros já citados. Sem dúvidas, os responsáveis pela liderança e pelo processo de capacitação devem estar cientes da presença marcante dos saberes cotidianos, que é mais difícil de ser modificado, e também mais resistente ao novo (ANDRADE et al, 2018). 
Outro estudo abordou a capacitação e a liderança do enfermeiro dispensada ao ACS como elementos que poderão elevar a qualidade da assistência ofertada à população, faz-se necessário mencionar a Educação Permanente em Saúde – EPS, que tem a sua base firmada na transformação das práticas e a melhoria da qualidade dos serviços, trabalhando com os indivíduos em seu próprio processo de trabalho, considerando as vivências pessoais na construção dos saberes (LOPES et al, 2018). 
No entanto, entende-se que a participação dos profissionais, enquanto sujeito do processo de trabalho educativo que o mesmo requer, cresce à medida que os mesmos são capacitados, frente às problemáticas observadas no dia a dia, embasadas nas vivências e experiências pessoais (RIBEIRO et al, 2018). 
Nesse contexto, ressalta- se que o trabalho exercido pelo ACS exige uma série de conhecimentos referentes à área da saúde e por este motivo faz-se necessário à educação, supervisão e a liderança em enfermagem para com esses trabalhadores, de uma maneira sistematizada a fim de dar sentindo e corroborar com a assistência prestada pela equipe de saúde para a população (LOPES et al, 2018).
 
 
6 CONCLUSÃO
Analisando os resultados obtidos através deste estudo foi comprovado que o enfermeiro desempenha diversas funções na ESF, dentre elas buscou-se identificar as concepções que guiam o trabalho de liderança e supervisão do enfermeiro dispensado ao ACS. Ao desenvolver tal função, o enfermeiro deve valorizar o saber popular dos trabalhadores a fim de encontrar espaços para introduzir novos saberes que possibilitem a sistematização do conhecimento para um crescimento laboral da sua equipe.
O enfermeiro encontra dificuldades em supervisionar o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde, bem como verificar se a atividade está coerente com as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica, isso se dá pelas várias outras atribuições que o mesmo deve executar. 
Neste sentido, visando uma liderança assertiva, a educação permanente e o monitoramento das ações executadas, torna necessário que o enfermeiro promova reuniões periódicas, com todos os ACS, para discussão de temas relacionados ao trabalho, utilizando metodologias como a da problematização.
Para exercer mais essa função no cenário da ESF, é necessário que o enfermeiro se atualize sempre para realizar uma liderança adequada ao perfil dos colaboradores, de uma forma que contribua para o aprendizado formando sujeitos sociais capazes de produzir ações que impliquem mudanças no processo saúde doença da comunidade, e assim contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população assistida.
Refletindo sobre as diferentes atribuições estabelecidas para o enfermeiro da ESF, é possível vislumbrar inúmeros desafios que lhes são lançados, um deles seria sistematizar a supervisão do trabalho do ACS, facilitaria a delegação de funções, a detecção das demandas de trabalho, e o estabelecimento de metas a curto, médio e longo prazo.
Acredito que a avaliação do trabalho realizado pelo ACS deva ser tanto quantitativa, como qualitativa. O conhecimento a respeito da liderança do ACS estimula reflexões e subsidia discussões quanto aos limites de atuação do enfermeiro e o envolvimento de outros profissionais da atenção básica, que até então tem ficado sob a responsabilidade exclusivamente do enfermeiro. 
Este estudo mostra a importância do trabalho da enfermagem na ESF, e que o enfermeiro, mesmo tendo que enfrentar algumas dificuldades, sabe da importância das capacitações continuadas e de estar sempre pronto para enfrentar novos desafios. 
Dessa forma, os enfermeiros inseridos na Atenção Primária mesmo com alguns estorvos, como sobrecarga de trabalho e tempo escasso, vêm exercendo a sua função de líder aos profissionais sob sua responsabilidade conforme a lei do exercício profissional (COREN) sugere. 
7 REFERÊNCIAS
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