Estudo_da_regncia_ _Regncia_verbal

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Professora Gislene Teixeira Coelho – Terceiro Ano Integrado 
Segundo Bimestre – Aula 12 
Aula do dia: 11/08/2021. 
 
 
 
ESTUDO DA REGÊNCIA VERBAL 
 
 Analise as tirinhas abaixo: 
 
Texto I: 
 
 
Texto II: 
 
 
Antes de analisar os casos de regência verbal presentes nas tirinhas, é importante esclarecer 
dois conceitos sobre TERMOS REGENTES e TERMOS REGIDOS. Acompanhem abaixo. 
1) Termos regentes: são aqueles que comandam, que regem os seus complementos, no caso da 
regência verbal, são constituídos por VERBOS. 
 
2) Termos regidos: atendem ao comando dos termos regentes, iniciando, portanto, com ou sem 
preposição de acordo com as exigências dos respectivos VERBOS. 
 
Vamos agora destacar a regência de alguns verbos dos TEXTOS I e II: 
 
No Texto I, temos os seguintes verbos e regências: 
Visitar – verbo transitivo direto que pede um OBJETO DIRETO (nos). 
Ir – verbo intransitivo, acompanhado do adjunto adverbial de lugar (à Inglaterra). 
 → IR – Observem que o verbo pede a preposição a, indicando movimento. 
Atacar – verbo transitivo direto que pede um OBJETO DIRETO (castelos). 
Perguntar – verbo transitivo direto que pede OBJETO DIRETO (aquilo). 
 
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Professora Gislene Teixeira Coelho – Terceiro Ano Integrado 
Segundo Bimestre – Aula 12 
Aula do dia: 11/08/2021. 
 
No Texto II, temos os seguintes verbos e regências: 
Cair – verbo intransitivo 
Começar – verbo intransitivo, acompanhado do adjunto adverbial de tempo (em junho). 
Converter – verbo transitivo direto que pede um OBJETO DIRETO (os francos) 
Saquearam – verbo transitivo direto que pede um OBJETO DIRETO (a nossa aldeia). 
Ter – verbo transitivo direto que pede um OBJETO DIRETO (os filhotes). 
 
3) Resumindo: 
Pelos exemplos extraídos do texto, percebe-se que se estabelecem relações entre os VERBOS 
e os SEUS COMPLEMENTOS, a que se dá o nome de REGÊNCIA VERBAL. 
Essas relações podem ou não ser intermediadas pelo emprego de PREPOSIÇÕES. 
 
 
 
 ESTUDO DA REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS: 
 
 
Para o estudo da regência verbal, deve-se estar atento à transitividade dos verbos, de modo a 
comandar ou não o uso de preposições antes de seus complementos (objetos direto e indireto). Vale 
lembrar que temos quatro modelos de transitividade verbal: 
 
- Verbos transitivos diretos (VTD): não exigem preposição, portanto, pedem objeto direto. 
- Verbos transitivos indiretos (VTI): exigem preposição, portanto, pedem objeto indireto. 
- Verbos bitransitivos, transitivos diretos e indiretos (VTDI): somente o objeto indireto é 
acompanhado de preposição. 
- Verbo intransitivo (VI): não exigem complementos. 
 
 Exemplos: A idosa necessitava de ajuda para descer do ônibus. 
 VTI objeto indireto (preposição de) 
 
 Exemplo: A idosa recusou ajuda para descer do ônibus. 
 VTD objeto direto 
 
 Exemplo: A idosa enviou uma reclamação à diretoria. 
 VTDI objeto direto objeto indireto 
 
 Exemplo: A idosa partiu hoje cedo. 
 VI 
 
 Embora seja do nosso domínio a transitividade da maioria dos verbos, alguns verbos geram 
frequentes oscilações entre os usos cotidianos e o uso normativo previsto pelas gramáticas. Vamos 
apresentar alguns casos que merecem sua atenção. 
 
Aspirar 
- No sentido de “inalar”, “sorver”, “respirar”, pede objeto direto. 
 Exemplo: Aspiramos o ar poluído diariamente. 
 
- No sentido de “ambicionar”, “desejar”, “pretender”, pede objeto indireto. 
 Exemplo: Aspiro a um futuro melhor. (preposição a) 
 
 
 
 
Professora Gislene Teixeira Coelho – Terceiro Ano Integrado 
Segundo Bimestre – Aula 12 
Aula do dia: 11/08/2021. 
 
Assistir 
- No sentido de “ajudar”, “ajudar”, “socorrer”, pede, indistintamente, objeto direto ou objeto 
indireto. 
 Exemplo: A enfermeira assistiu a paciente idosa. 
 A enfermeira assistiu à paciente idosa. (preposição a) 
 
- No sentido de “ver”, “presenciar”, pede objeto indireto. 
 Exemplo: Os alunos assistiram ao debate dos candidatos. (preposição a) 
 
- No sentido de “caber razão ou responsabilidade a alguém”, pede objeto indireto. 
 Exemplo: O direito de defesa assiste a todos os réus. (preposição a) 
 
Implicar 
- No sentido de “acarretar”, “ocasionar”, “trazer consequência”, pede objeto direto. 
 Exemplo: Os esforços da equipe implicaram a vitória. 
 
- No sentido de “ter implicância com alguém”, pede objeto indireto. 
 Exemplo: Os moradores têm implicado com o bar recém-inaugurado. (preposição com) 
 
Precisar 
- No sentido de “expressar com precisão e exatidão”, “necessitar”, pede objeto direto. 
 Exemplo: O candidato precisou seu plano de governo no debate de domingo. 
 
- No sentido de “ter necessidade”, pede objeto indireto. 
 Exemplo: Todos precisamos do apoio dos amigos. (preposição de) 
 
Chegar 
- Pede preposição a, que indica movimento. 
 Exemplo: Chegaram ao aeroporto meia hora antes do voo. 
 
Quando usado na acepção de “alcançar algum lugar” (movimento a), o verbo chegar é 
intransitivo. Logo, “ao aeroporto” funciona como adjunto adverbial de lugar. 
 
Esquecer / lembrar 
- Quando empregados na forma pronominal, pedem objeto indireto. 
 Exemplo: Esqueceu-se de levar a chave do carro. (preposição de) 
 Exemplo: Lembrou-nos de seu aniversário. (preposição de) 
 
- Quando não empregados na forma pronominal, pedem objeto direto. 
 Exemplo: Esqueceram o celular sobre o balcão da loja. 
 Exemplo: Não lembrava o seu nome. 
 
Obedecer / desobedecer 
- Pede preposição a, pois é transitivo indireto. 
 Exemplo: Recusam-se a obedecem às ordens do chefe da seção. (preposição a) 
 
Pagar / perdoar / ensinar 
- Quando se referem a coisas, pedem objeto direto. 
 Exemplo: Perdoou a dívida. 
 
 
 
Professora Gislene Teixeira Coelho – Terceiro Ano Integrado 
Segundo Bimestre – Aula 12 
Aula do dia: 11/08/2021. 
 
 Exemplo: Pagou o café. 
 Exemplo: Ensina técnicas de respiração. 
 
- Quando se referem a pessoas, pedem objeto indireto. 
 Exemplo: O pai perdoou ao filho. (preposição a) 
 Exemplo: O rapaz pagou à garçonete. (preposição a) 
 Exemplo: Ensinou a lição aos próprios filhos. (preposição a) 
 
Preferir 
- Normalmente pede objeto direto e objeto indireto (regido pela preposição a). 
Exemplo: Preferimos a cidade ao campo. (bitransitivo quando indica escolha entre dois 
elementos) 
Exemplo: Preferimos filmes de ficção científica. (transitivo direto quando indica uma 
preferência) 
 
- É muito comum encontrar desvios de regência, condenados pela gramática normativa, em 
relação ao verbo preferir, em que se emprega a preposição do que e outras formas de 
intensificar o valor semântico do verbo. 
Exemplo: Prefiro mil vezes doce do que salgado. 
 
Responder 
- Para indicar a quem ou ao que se responde, pede objeto indireto. 
 Exemplo: Respondam às questões 1 e 2. (preposição a) 
 
- Para indicar a resposta, pede objeto direto. 
 Exemplo: Todos responderam sim. 
 
Visar 
- No sentido de “mirar”, “dar visto”, pede objeto direto. 
 Exemplo: Visou o passaporte. 
 
- No sentido de “pretender”, “objetivar”, “ter em vista”, pede objeto indireto. 
 Exemplo: A menina visava a um futuro promissor. (proposição a) 
 
Querer 
- No sentido de “desejar”, pede objeto direto. 
 Exemplo: Todos queriam uma nova oportunidade. 
 
- No sentido de “gostar”, “estimar”, “querer bem”, pede objeto indireto. 
 Exemplo: Queria bem a todas as crianças do orfanato. (preposição a) 
 
Chamar 
- No sentido de “convocar”, “solicitar a presença de alguém”, pede objeto direto. 
 Exemplo: A recepcionista chamou a primeirapaciente. 
 
- No sentido de “dar nome”, “qualificar”, “apelidar”, pede objeto direto ou indireto. 
 Exemplo: Chamou o jovem ignorante. (sem preposição) 
Exemplo: Chamou o jovem de ignorante. (preposição de) 
 Exemplo: Chamou ao jovem ignorante. (sem preposição) 
 
 
 
Professora Gislene Teixeira Coelho – Terceiro Ano Integrado 
Segundo Bimestre – Aula 12 
Aula do dia: 11/08/2021. 
 
Exemplo: Chamou ao jovem de ignorante. (preposição de) 
 
- No sentido de “invocar”, pede objeto indireto. 
 Exemplo: A idosa chamava por socorro. (preposição por) 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS: 
 
1) Leia as tirinhas abaixo e encontre a incorreção quanto ao uso de regência verbal. No espaço 
indicado a seguir, corrija as frases que contenham o erro detectado. Justifique sua resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Em todas as alternativas, a regência verbal está correta, exceto em: 
a) Preferiu-me às outras sobrinhas, pelo menos nessa época. 
b) Você chama isso de molecagem, Zé Luís. 
c) Ele só visava o benefício próprio. 
d) De Barbacena, lembro-me do frio e da praça. 
e) Um implica o outro que, por sua vez, implica um terceiro. 
 
Lembre-se que a 
parceira da gente 
também é livre 
para escolher suas 
amizades. 
 
 
 
Professora Gislene Teixeira Coelho – Terceiro Ano Integrado 
Segundo Bimestre – Aula 12 
Aula do dia: 11/08/2021. 
 
Corrija, abaixo, a alternativa incorreta quanto às normas de regência verbal estudadas. Justifique 
sua resposta. 
 
 
 
 
 
3) Complete as frases com a palavra em parênteses. Faça as adaptações de regência necessárias. 
Aspiramos_________________________________________________. (a vaga do anúncio) 
A enfermeira assistiu __________________________ (o paciente) na hora do ataque cardíaco. 
A criança assistia _____________________________ (o desenho preferido) todos os dias. 
Chegamos ____________________________ (a Itália) ainda pela manhã. 
Pagou _____________________________ (a gerente) com cheque pré-datado. 
Visava _____________________________ (a finalização do projeto) em menos de um mês. 
O filho não obedecia ____________________________ (as ordens do pai) 
A família esqueceu-se _______________________________ (parte de sua bagagem) 
 
4) Assinale as frases que não apresentam erro de regência e corrija aquelas que contenham esse 
tipo de desvio gramatical: 
 
a) ( ) Meu amigo, isto implicará em sua demissão. _____________________ 
b) ( ) O candidato não respondeu todas as questões. _____________________ 
c) ( ) As leis às quais eram obrigados a obedecer pareciam injustas. _____________________ 
d) ( ) Este aviso corresponde à semana que você faltou. _____________________ 
e) ( ) Nas noites frias, lembro-me quando estávamos juntos. _____________________ 
f) ( ) A menina aspirou com prazer o perfume das flores. _____________________ 
g) ( ) Assisti ao espetáculo sozinho. _____________________ 
h) ( ) Preferia estar com as tias do que com os primos. _____________________ 
 
 
 
 
GABARITO 
 
1) Destacando e corrigindo as frases em que constam as incorreções quanto à regência verbal, 
teríamos: 
Texto I: “Lembre-se de que a parceira da gente também é livre para escolher suas amizades.” 
Texto II: “Aquela mulher com que você está saindo é a esposa do Amaro?” 
 
No primeiro caso, “lembrar-se”, quando usado na forma pronominal, deve ser acompanhado da 
preposição “de”, pedindo, portanto, como complemento um objeto indireto. No segundo caso, o verbo 
regente é “sair” e pede a preposição “com”, que deve ser colocada antes do pronome relativo “que”. 
 
 
 
 
 
Professora Gislene Teixeira Coelho – Terceiro Ano Integrado 
Segundo Bimestre – Aula 12 
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2) Letra C 
O verbo “visar”, no sentido de “pretender”, “ter em vista”, exige a preposição “a” antecedendo o 
complemento do verbo (objeto indireto), funcionando como um verbo transitivo indireto. Somente 
quando significa “mirar”, “dar visto” é que o mesmo verbo funciona como transitivo direto, não 
comandando o uso de preposição. 
 
3) 
Aspiramos à vaga do anúncio. 
A enfermeira assistiu o / ao paciente na hora do ataque cardíaco. 
A criança assistia ao desenho preferido todos os dias. 
Chegamos à Itália ainda pela manhã. 
Pagou à gerente com cheque pré-datado. 
Visava à finalização do projeto em menos de um mês. 
O filho não obedecia às ordens do pai. 
A família esqueceu-se de parte de sua bagagem. 
 
4) Estão corretas as letras C, D, F e G. 
a) Meu amigo, isto implicará sua demissão. 
b) O candidato não respondeu a todas as questões. 
e) Nas noites frias, lembro-me de quando estávamos juntos. (Ou: lembro quando estávamos...) 
h) Preferia estar com as tias a estar com os primos. (Preferia estar com as tias aos primos). 
 
 
Referências: 
 
 
ABAURRE, Maria Luíza M.; ABAURRE, Maria Bernadete; PONTARA, Marcela. Português: 
contexto, interlocução e sentido. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016. 
 
BARRETO, Ricardo Gonçalves (org.). Ser protagonista. 1. ed. São Paulo: Edições SM, 2010. 
 
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens. 9. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2013. 
 
DE NICOLA, José. Língua, literatura e produção de textos. São Paulo: Scipione, 2009.