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A DIFICULDADE DE OBTER COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS Para que se possa interpretar a linguagem oral ou escrita, a mente passa por um processo cognitivo, onde, o resultado, é o entendimento da mensagem de maneira satisfatória. Muitas vezes podemos observar uma correção de alguém ou de um professor sobre um determinado texto, onde este coloca a observação de que não há coerência no que foi escrito, ou ainda que o texto não tem coesão. Comum ouvir esses argumentos, incomum o conteúdo ser abordado em gramáticas ou em sala de aula. Isso ocorre porque o campo de estudo da coerência e da coesão é considerado como “um terreno meio indefinido, vago, impreciso, para onde vamos jogando tudo o que não sabemos explicar bem; sobretudo quando se trata de dificuldades menos superficiais” (ANTUNES, 2005, p.16). Como se poderia apontar exatamente onde falta coerência ou onde não há coesão em um texto? Tendo em vista que nem mesmo as gramáticas aprofundam-se, ou nada falam sobre o tema em questão, Antunes (2005, p. 18), observa: “como poderíamos distinguir paralelamente como é um texto sem coesão; que recursos concorrem para que um texto seja coeso; o que falta em um texto sem coesão?” Pontos isolados da gramática como um sinal de acentuação ou uma preposição colocada errada em uma frase, tem na gramática brasileira, e em todos os meios de comunicação, mais ênfase e importância do que a necessidade de compreensão da mensagem e da organização correta de um texto. Será que essa falha no ensino e na construção de um texto coeso e coerente é proveniente da falta de conhecimento dos professores ou da dificuldade dos alunos em aprender o conteúdo? A língua portuguesa rotulada como uma “gramática difícil” pode não conseguir ser percebida em sua amplitude das questões linguísticas a ponto de ser extinta? Antunes (2005, p.18-19) se pronuncia sobre essa questão quando diz que devido aos brasileiros não saberem falar bem a língua portuguesa e modificarem seu sentido com gírias e expressões inventadas, [...] corre solto o boato de que a língua portuguesa é uma língua muito difícil. Algo assim, impossível de ser aprendida; só uns poucos superdotados é que conseguem, depois de muita luta. Ou, ainda, o outro boato, meio terrorista, de que a língua portuguesa corre o risco de desaparecer [...] Diante do contexto, exposto acima, que trata da dificuldade de obter coerência e coesão textuais, expõe-se sobre essas noções para que se possa entender as suas dificuldades e a maneira ampla de desenvolver a competência de utilizar a língua portuguesa, na criação de mensagens que possuam consistência e adequação. REFERÊNCIAS ANTUNES, Irandé. Lutar com as palavras: coerência e coesão. São Paulo: Parábola Editorial. 2005.
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