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eBook da Unidade 1 - Português Instrumental - Fechado - Telesapiens

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Prévia do material em texto

Unidade I
Comunicação Corporativa e 
Qualidade Textual
Português 
Instrumental
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
RAFAELLA FÉLIX
WILLIAM AUGUSTO SILVA
AUTORIA
Rafaella Félix
Sou formada em Letras. Sou apaixonada pelo que faço e adoro 
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! 
William Augusto Silva 
Graduado em Letras (português e espanhol) e mestre em Letras - 
Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo 
(USP). Atualmente, realizo pesquisa de doutorado na mesma instituição. 
Tenho experiência com ensino de língua portuguesa, literatura e redação.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessárias 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
A importância da comunicação escrita na organização ............... 12
Os níveis de linguagem .............................................................................................................. 13
A escrita eficiente no mundo corporativo ..................................................................... 15
O que é necessário para uma redação técnica de qualidade? .................... 18
Os elementos de comunicação .......................................................................................... 20
Qualidades de um texto ................................................................................22
Características de qualidade textual .................................................................................22
Simplicidade ....................................................................................................................22
Objetividade .....................................................................................................................23
Precisão ...............................................................................................................................23
Impessoalidade .............................................................................................................23
Formalidade .....................................................................................................................24
Coesão .................................................................................................................................24
Naturalidade ....................................................................................................................27
Harmonia ............................................................................................................................27
Clareza .................................................................................................................................27
Coerência ...........................................................................................................................28
Concisão .............................................................................................................................28
“Queísmo” ...........................................................................................................................28
Correção .............................................................................................................................29
Opositores Textuais ......................................................................................... 31
Os opositores às qualidades textuais ............................................................................... 31
Barbarismo acidental ................................................................................................33
Obscuridade textual ...................................................................................................33
Rebuscamento ...............................................................................................................34
Prolixidade .........................................................................................................................35
Subjetividade...................................................................................................................37
Cacofonia ...........................................................................................................................37
Expressões de mau gosto .................................................................................... 38
Ambiguidades ............................................................................................................... 38
Tautologias ....................................................................................................................... 40
Vícios de linguagem e organizadores textuais..................................42
Vícios de linguagem .....................................................................................................................42
Prolixidade ........................................................................................................................ 46
Plebeísmo ......................................................................................................................... 46
Gerundismo ..................................................................................................................... 46
Clichê ....................................................................................................................................47
Chavões .............................................................................................................................. 49
Os organizadores textuais ........................................................................................................ 50
9
UNIDADE
01
Português Instrumental
10
INTRODUÇÃO
Escrever bem é uma competência cada vez mais escassa entre 
os jovens profissionais que buscam uma colocação no mercado de 
trabalho. A deficiência do sistema nacional de ensino, aliada a uma cultura 
cibernética que prioriza os vídeos e demais objetos multimídia à boa e 
velha leitura, vêm transformando as novas gerações em verdadeiros 
analfabetos funcionais. Algumas profissões, como as relacionadas à 
gestão, comunicação e direito, exigem do profissional uma maior fluência 
verbal e escrita da língua portuguesa. Nosso desafio nesta unidade será 
capacitar você a utilizar algumas técnicas e dicas de linguagem para 
tornar a sua comunicação mais eficiente no seu ambiente de trabalho. 
Preparado para uma viagem rumo ao conhecimento? Então, aperte o 
cinto.
Português Instrumental
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos deaprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Interpretar a comunicação no contexto organizacional e a 
importância do uso eficiente da língua portuguesa nesta 
comunicação. 
2. Identificar as qualidades de um texto eficiente. 
3. Reconhecer os opositores textuais e como devem ser evitados. 
4. Identificar os vícios de linguagem mais comuns e os organizadores 
textuais. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Português Instrumental
12
A importância da comunicação escrita 
na organização
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender a 
comunicação no contexto organizacional e a importância 
do uso eficiente da língua portuguesa nessa comunicação.
Dependendo da área em que se trabalhe, errar um texto pode ser 
algo imensamente comprometedor. Imagine, por exemplo, que você 
trabalha em uma faculdade, no departamento de Letras, e comete alguns 
“errinhos” de português em uma mensagem publicada na página oficial 
da instituição em uma grande rede social. Vexatório, não é? Dia após dia, 
as empresas vão passando por situações como esta. E-mails, postagens, 
cartazes, banners e folders eletrônicos, de um modo geral, necessitam 
de um revisor de língua portuguesa para filtrar possíveis erros na redação 
desses textos. Mas, nem sempre isso é possível. Assim, cada profissional 
deve buscar seu melhoramento no que tange ao seu modo de escrever, 
procurando se utilizar do formato e estilo mais adequado à comunicação 
com seu público alvo. 
Um aspecto importante a ser esclarecido a quem deseja melhorar 
seu desempenho na elaboração textual é o fato de que há uma diferença 
entre a linguagem escrita e oral. A primeira só surgiu depois da segunda, 
como já sabemos. A língua escrita é uma tentativa de reproduzir a 
linguagem oral. No entanto, ela não é por si só capaz de representar 
total e completamente a linguagem oral, visto suas inúmeras variações 
de sentido oferecidas pela entonação ou a complementação por um 
gesto, por exemplo. Não é raro que a comunicação entre duas pessoas 
possa ser até mesmo por um simples olhar ou um gesto com o corpo, 
aspectos dificilmente reproduzidos adequadamente pela língua escrita. 
Uma coisa é falar com nosso interlocutor, outra coisa é tentar escrever o 
que seríamos capazes de falar. 
Português Instrumental
13
Assim, é importante ter consciência de que a língua escrita tem suas 
próprias dificuldades, exigindo treino incessante, concentração e domínio 
de um vocabulário suficientemente extenso, entre outros fatores. Escrever 
um texto claro e bem redigido é sempre resultado de várias tentativas e do 
esforço em torna-lo mais e mais adequado, seja simplesmente trocando 
uma palavra pela outra ou reformulando períodos etc. 
Não é difícil perceber que as pessoas não falam de uma mesma 
forma. O uso que fazemos da língua varia de acordo com fatores como a 
idade, instrução, região e a situação em que ocorre o ato da fala. Portanto, 
verificamos que uma criança não fala como um adulto, e a forma como 
falamos no trabalho não é a mesma que falamos junto à nossa família. 
Inclusive, você certamente já deve ter observado que a língua 
portuguesa não é falada do mesmo modo em todas as regiões do país, 
por todas as classes sociais e passou por muitas modificações no decorrer 
do tempo. O português não é estático ou imutável, mas consiste em um 
conjunto de variedades. 
Essas variedades e diversidades do idioma implicaram no 
surgimento de níveis de linguagem, como consequência de vários fatores 
como o sociocultural, por exemplo. 
Podemos reconhecer, portanto, que existem níveis de linguagem. 
De forma simplista, podemos agrupá-los basicamente em dois grupos: o 
coloquial ou informal ou o culto ou formal. 
Os níveis de linguagem
Os níveis de linguagem também são chamados de níveis de fala e 
consistem dos diferentes registros em que a linguagem pode ser usada 
pelos falantes, de acordo com o contexto de comunicação, o nível de 
escolaridade, a interação, idade, entre outros fatores. 
Os idiomas sofrem influências de algum tipo de evolução até 
mesmo dentro de um próprio país. A língua portuguesa não é diferente e 
vai se adaptando à condições culturais, políticas, econômicas, geográficas 
e sociais. 
Português Instrumental
14
VOCÊ SABIA?
Dialeto é uma variação de uso regional da língua que 
pode ser verificada na entonação, no vocabulário e 
algumas estruturas da sintaxe, caracterizando uma dada 
comunidade dentro de um certo espaço geográfico. 
Registros são as variações que decorrem de ajustes de 
situações contextuais e do destinatário. Em consequência, 
é possível separar várias modalidades e níveis de língua: 
escrita, falada, jurídica, dos internautas, etc.
De forma generalizada, temos que:
 • O nível culto é caracterizado pelo uso da linguagem normativa 
(que é o ramo da gramática que estabelece as regras que são 
seguidas pelos que desejam escrever corretamente), que faz uso 
da língua considerada padrão. Esse nível é utilizado em situações 
formais e também é usado na literatura de forma geral. 
 • O nível comum, despreocupado ou coloquial é intermediário entre 
o culto e o popular. É uma linguagem mais espontânea e familiar.
 • O nível popular é o considerado subpadrão, pois faz uso de um 
vocabulário restrito a certos grupos e situações e apresenta o uso 
de gírias.
 • Já o nível técnico ou científico é próximo ao nível culto, embora 
apresente uma linguagem peculiar, usada por comunidades 
específicas, com vocabulário preciso, rigoroso e caracterizado 
pela ausência de emoção. 
Quadro 1 – Modalidades e níveis da língua 
Fonte: Elaborado pela autora com base em Gold e Segal (2008, p.14)
Português Instrumental
15
Embora a língua escrita esteja sujeita a menos variações que a oral, 
essas observações também podem ser aplicadas a ela. Quando vamos 
escrever um texto, temos que ter em mente as características de quem 
o recebe e a natureza do tema. Se quisermos escrever um e-mail para 
um amigo, certamente o nível de fala a ser usado não será o mesmo que 
usaremos para nosso chefe, por exemplo. 
REFLITA:
Com essa diversidade de níveis, é coerente se perguntar: 
mas o que é certo e o que é errado ou, ao menos, adequado? 
A verdade é que o grau de liberdade de quem redige está 
relacionado com a adequação da linguagem à situação comunicativa e 
ao assunto a ser tratado. 
Levando em consideração todos esses fatores, devemos escolher 
a forma mais adequada de estabelecer a comunicação em um dado 
momento e local, pois é fato que falamos de uma maneira e escrevemos de 
outra e cada uma tem suas características próprias. Não há superioridade 
de uma em detrimento de outra. São somente modalidades diferentes 
realizadas em diferentes contextos. 
Linguagem é a faculdade do homem de expressar seus 
pensamentos. A linguagem envolve sons e sinais que podem ser usados 
para transmitir suas ideias, sensações, experiências etc. A linguagem, 
como foi visto, pode ser falada ou escrita, ou ainda, gesticulada.
Língua é quando um sistema de sons e sinais passa a representar 
um código compartilhado por um povo. Podemos dizer que a língua é a 
linguagem articulada. 
A escrita eficiente no mundo corporativo
A verdade é que nunca se escreveu tanto como hoje em dia. A 
tecnologia aumenta o uso da linguagem escrita, como também causa 
uma revolução na maneira como os textos são escritos e também 
lidos. Com a comunicação baseada na Internet, um enorme volume de 
Português Instrumental
16
informações passa a ser disponibilizada de forma instantânea para milhões 
de pessoas no mundo todo. Por isso, a clareza e a coerência e o emprego 
adequado da linguagem escrita, precisa mais do que nunca ser livre de 
entendimentos imprecisos e de erros, garantindo o sucesso comunicativo. 
A comunicação tem que ser dotada de agilidade e precisão. Comunicar 
é buscar a compreensão, o entendimento e a corretatroca de ideias e 
sensações. 
Em sua essência mais simples, comunicar é permitir que alguém 
transponha a mensagem que deseja a alguém que recebe essa informação 
usando uma determinada forma. Linguagem, por sua vez, deveria ser o 
exercício da elaboração do pensamento. 
Nesse sentido, ao mesmo tempo que vemos uma maior produção 
textual no mundo, temos também a degradação na manifestação escrita 
em certos textos na Internet através de uma linguagem mais reduzida ou 
praticamente abreviada, sobretudo pelos mais jovens. 
Figura 1 - Foto ilustrativa fazendo referência à redação técnica 
Fonte: Freepik
É possível perceber que na atualidade, há uma mudança no estilo 
das comunicações na forma escrita. Os textos se tornaram menos prolixos 
e muito mais inteligíveis em termos de comunicação da mensagem. No 
entanto, ainda lidamos com alguns problemas no que tange à clareza. 
Português Instrumental
17
A produção textual escrita é uma atividade que, para ser eficaz, 
deve estar apoiada no domínio compreensivo de uma série de estratégias 
e habilidades, além de conhecimentos específicos. 
Muitos pensam que simplesmente seguir as regras da gramática 
à risca através de fórmulas prontas de “colocação” de ideias no papel 
perfazem um bom texto. 
Na prática, temos que produzir textos e não é fazer redações. Textos 
esses, dos mais diferentes tipos para as mais diversas necessidades e que 
também venham a atender os mais diversos objetivos.
A linguagem escrita não é simplesmente a transposição da linguagem 
oral e não decorre da interação face a face em contextos comunicativos, 
onde ambos os interlocutores estão presentes. A linguagem escrita vai 
além disso: ela permite a comunicação sem depender de tempo e lugar. 
Isso se reflete na sua estrutura e nas suas necessidades de explicitação.
A produção de um bom texto envolve certamente um bom domínio 
da norma culta da língua, mas também necessita de um bom conhecimento 
de outros tantos mecanismos necessários à estruturação do texto, como 
a organização de parágrafos, a construção textual, a clareza na forma de 
expressão das ideias que se deseja passar e o conhecimento de outros 
meios de estruturação na composição desse texto. Acima de tudo, o texto 
deve ter o elemento essencial: a clareza. É a clareza que objetivamos ao 
elaborar um texto escrito. 
Mas, obviamente, a tarefa de redigir em uma determinada língua 
impõe o domínio dos elementos do léxico, os quais trazem consigo 
informações sintáticas, semânticas e fonológicas, bem como das possíveis 
combinações entre eles, o que resulta no conhecimento da boa ou má-
formação (sintática, fonológica e semântica) de sequências.
De fato, todas as variedades linguísticas têm o seu valor e a sua 
importância, desde que sejam empregadas na situação adequada.
Podemos dizer que “escrever bem” é o mesmo que “falar no 
papel”. Por isso, devemos redigir de maneira simples (simplicidade) e 
organizada (organização). Ao escrever, temos por obrigação “juntar” todas 
Português Instrumental
18
as informações de que dispomos, para que a nossa mensagem seja 
compreendida com a maior clareza possível (clareza, correção, coesão e 
coerência).
No contexto profissional, a redação técnica é aquela utilizada para 
fins objetivos (objetividade). Difere da redação literária, carregada de 
valores artísticos e, até mesmo, subjetivos (impessoalidade).
Para se escrever uma redação técnica, é necessário que certos 
cuidados sejam observados, como: o tipo de linguagem, a estrutura do 
texto, o espaçamento, a forma de iniciar ou finalizar o texto, entre outras 
(formalidade e padronização).
Dessa maneira, a redação técnica difere da literária pelas suas 
finalidades e pela sua forma: 
é uma comunicação objetiva, obedecendo a uma 
padronização que facilita o trabalho e dá ao redator mais 
segurança de sua eficiência. Caracteriza-se pelo texto 
em nível culto, gramaticalmente correto, claro, objetivo e 
com vocabulário adequado à área de atuação. (TOLEDO; 
NADOLSKIS, 2002, p.119)
O que é necessário para uma redação 
técnica de qualidade?
Por ser impessoal, a redação técnica não admite que o redator se 
expresse de maneira própria e individual, como se faz na comunicação 
de cunho pessoal. Por isso, existem requisitos essenciais que devem 
ser observados. Na correspondência oficial poderíamos mencionar os 
seguintes requisitos:
1. Linguagem/registro – o texto sempre deverá usar o padrão culto 
da língua;
2. Simplicidade – o texto deve possuir uma linguagem simples, sem 
palavras rebuscadas ou repetidas;
3. Impessoalidade – linguagem impessoal, sem intimidades;
Português Instrumental
19
4. Objetividade/precisão – texto objetivo, utilizando-se todas as 
informações conhecidas, de maneira objetiva, visando-se um 
objetivo central, sem os famosos “rodeios”;
5. Coesão – resulta da perfeita relação de sentido que deve haver 
entre as partes de um texto;
6. Clareza – o texto deve ser claro, como forma de evitar múltiplas 
interpretações, o que prejudica os comunicados;
7. Concisão – no texto, deve-se mencionar apenas, o estritamente 
necessário, revelando o maior número de ideias com o mínimo 
possível de palavras;
8. Correção – o texto deve sempre estar de acordo com as regras da 
nossa Gramática Normativa;
9. Harmonia – o texto deve primar por ser harmônico e fiel àquilo que 
seu relator procura exprimir;
10. Formalidade – o texto oficial deve ser expresso de maneira formal;
11. Padronização – inclui uma boa digitação e uma correta 
diagramação do texto;
12. Organização – refere-se à estrutura do texto, que deve ser formado 
de três partes distintas: introdução, desenvolvimento e conclusão;
13. Fecho ou término adequado – antes, existiam muitas maneiras 
de se terminar uma correspondência oficial. Atualmente, usam-
se maneiras bem mais simples, como: “Respeitosamente” ou 
“Atenciosamente”.
Português Instrumental
20
VOCÊ SABIA?
O fecho das comunicações oficiais possui, além da 
finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o 
destinatário. Os modelos que vinham sendo utilizados 
foram simplificados para somente dois fechos diferentes 
para todas as modalidades de comunicação oficial:
 • Para autoridades superiores, inclusive o Presidente da 
República: “Respeitosamente”;
 • Para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia 
inferior: “Atenciosamente”.
Sempre se coloca a vírgula após o advérbio.
Os elementos de comunicação
Os seres humanos têm a necessidade de externar suas ideias, 
vivências e emoções. O processo de comunicação consiste em alguém 
que envia uma mensagem a alguém que a recebe usando uma 
determinada linguagem. 
Em meados do século XX foi criado o modelo de comunicação 
humana onde estão presentes seis elementos: 
 • A mensagem que é o conjunto de informações a ser transmitido.
 • O emissor ou remetente que é aquele de quem parte a mensagem.
 • O receptor ou destinatário eu é aquele a quem a mensagem se 
destina.
 • O código que é um sistema que o emissor e o receptor 
compartilham, como a língua.
 • O canal - é o meio físico pelo qual a comunicação se dá (como por 
exemplo, a televisão).
 • O referente ou contexto que é o assunto da mensagem. Aquilo a 
que ela se refere. 
Português Instrumental
21
Importante: Vale lembrar que em uma situação dinâmica como 
uma conversa que se instaura pessoalmente, face a face, o emissor e o 
receptor trocam o tempo todo de lugar, de acordo com aquele que está 
falando e quem está recebendo a mensagem.
Figura 2 – Emissor e receptor uma via de duas mãos
Fonte: Pixabay
Figura 3 – Elementos de comunicação
Fonte: Wikimedia commons
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Vamos então 
recapitular o que estudamos neste capítulo. A língua 
escrita tem peculiaridades próprias que a diferem da 
língua falada. A tarefa de redigir em uma determinada 
língua impõe o domínio dos elementos gramaticais, como 
o léxico e a organização sintática.No contexto profissional, 
a redação técnica é aquela utilizada para fins objetivos. 
Daí decorre sua necessária objetividade. Por isso, alguns 
requisitos são essenciais, como, por exemplo, a linguagem, 
a simplicidade, a impessoalidade, a coesão, a clareza, a 
concisão e correção, entre outros. 
Português Instrumental
22
Qualidades de um texto
[Objetivo]: O objetivo deste capítulo é fazer você entender e 
aplicar as características que conferem qualidade a um texto usado para 
comunicação organizacional.
O que faz um texto ser facilmente compreendido pelo receptor 
da mensagem? Que características adicionam qualidade a um texto? Ao 
término deste capítulo, esperamos que você tenha compreendido as 
principais características de um texto bem escrito. 
Características de qualidade textual
Figura 4 - Foto de estudantes fazendo uma redação
Fonte: Wilimedia commons
Simplicidade
Escrever com simplicidade é uma das coisas mais difíceis que 
existem. A tendência natural dos que se consideram eruditos parece 
levá-los a complicar um pouco o texto, usar palavras difíceis, citações 
excessivas, como se isso significasse valorizar o que escrevem.
Português Instrumental
23
Objetividade
Escrever com objetividade significa:
 • Identificar a ideia principal;
 • Identificar as ideias secundárias;
 • Identificar quais as ideias que interessam ser expressas e quais as 
que devem ser dispensadas.
Precisão
A precisão é obtida pelo uso de substantivos e verbos, em lugar 
de adjetivos, advérbios e outras expressões vagas e vazias. A precisão 
da linguagem técnica também envolve o uso adequado das expressões 
próprias, que devem ser adotadas na redação, usando-se sinônimos no 
lugar de palavras estranhas ao vocabulário técnico.
Assim, escrever com precisão significa empregar a forma ideal para 
expressar o pensamento de modo preciso. Obtém-se a precisão:
 • Procurando encontrar a palavra certa, consultando, frequentemente 
o dicionário;
 • Evitando palavras desgastadas pelo uso e fórmulas feitas;
 • Revendo criteriosamente o texto e, se necessário, reescrevendo-o.
Impessoalidade
A finalidade da língua é comunicar-se, quer pela fala, quer pela 
escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
 • Alguém que comunique;
 • Algo a ser comunicado.
 • Alguém que receba essa comunicação.
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre a Instituição; 
o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do 
Serviço Público; o destinatário é o público ou outro órgão da administração.
Português Instrumental
24
O tratamento impessoal dado aos assuntos que constam das 
comunicações administrativas decorre:
 • Da ausência de impressões individuais de quem comunica: 
embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado pelo 
Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Órgão que é 
feita a comunicação;
 • Da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas 
possibilidades: ela pode ser dirigida ao público, ou a outro Órgão. 
Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma 
homogênea e impessoal;
 • Do caráter impessoal do próprio assunto tratado: não cabe 
qualquer tom particular ou pessoal.
Dessa forma, não há lugar, na redação administrativa, para 
impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta 
a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto 
literário. A redação administrativa deve ser isenta da interferência de quem 
a elabora.
Formalidade
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, 
obedecer a certas regras de forma, além das já mencionadas exigências 
de impessoalidade e de utilização do padrão culto da linguagem. Também 
é necessário certa formalidade ao se dirigir a uma autoridade. Empregar 
corretamente o pronome de tratamento expressa a civilidade requerida 
pelo tipo de situação comunicativa instaurada.
Coesão
A construção de um texto pressupõe que os seus segmentos se 
sucedem em uma progressão constante e, por essa razão, cada parte 
deverá ir acrescentando novas informações ao que foi dito anteriormente, 
formando uma continuidade, uma unidade, tornando o texto coeso.
Português Instrumental
25
Dessa maneira, produzir um texto coeso e coerente é muito mais do 
que emitir palavras em cadeia, frases interligadas ou aglomeradas. Num 
texto que possui harmonia e coerência, encontra-se um fio condutor, no 
qual uma ideia deve suceder a outra.
Por coesão entende-se a conexão interna entre vários enunciados 
presentes no texto; enunciados esses que devem estar articulados e 
concatenados entre si por elementos linguísticos. Cria-se uma espécie de 
ligação que dá ao texto unidade de sentido ou unidade temática.
Um texto tem coesão quando as palavras, frases e parágrafos são 
interligados de forma correta, oferecendo continuidade um ao outro. Os 
elementos de coesão oferecem a transição correta das ideias através das 
frases e parágrafos. A coesão pode ser referencial, lexical e sequencial. 
Exemplo: 
1. Ele comeu muito mas não passou mal. A palavra mal oferece uma 
ideia de oposição que liga as duas ideias. 
2. Dei para a caridade um sofá que não usava mais. A palavra que 
oferece uma retomada à palavra sofá.
A coesão promovendo essa continuidade do texto garante a sua 
interpretação, por meio da noção de conjunto que se cria entre os vários 
segmentos interligados entre si. 
EXEMPLO: a inflação é a maior inimiga da Nação. É meta prioritária 
do governo eliminá-la = A inflação é a maior inimiga da Nação; logo, é 
meta prioritária do governo eliminá-la.
Elementos De Coesão Textual - Ideias / Palavras / Expressões:
 • Adição: e; nem e não; não só... mas também; tanto...como; não 
apenas...como.
 • Alternância: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja.
 • Causa: porque; pois; porquanto; que; dado; visto; por; como; devido 
a; graças a; por causa de; em vista de; em face de; já que; visto que; 
uma vez que; em razão de; em virtude de; dado que; etc.
Português Instrumental
26
 • Comparação: como; qual tal; como assim; do mesmo modo que; 
como se; etc.
 • Condição: se; caso; sem; salvo; mediante; a menos que; contanto 
que; exceto se; etc. 
 • Conformidade: como; conforme; consoante; segundo; em 
conformidade com; de acordo com; etc.
 • Consequência imprevista: tão; tal; tanto; tamanho... que; de modo 
que; de forma que; de sorte que; de maneira que; tanto que; etc.
 • Consequência lógica: assim; logo; portanto; etc.
 • Finalidade: para que; porque; a fim de que; a fim de; com o fito de; 
com a intenção de; com o propósito de; com o intuito de; etc. 
 • Oposição: embora; conquanto; muito embora; apesar de; não 
obstante; a despeito de; sem embargo de; mesmo que; ainda que; 
em que pese; posto que; se bem que; por muito que; por mais 
que; etc.
 • Oposição/adversidade: mas; porém; contudo; todavia; entretanto; 
no entanto.
 • Proporção: à proporção que; à medida que.
 • Tempo: quando; enquanto; apenas; mal; então; enfim; sempre; 
imediatamente; agora; anteriormente; afinal; raramente; finalmente; 
agora; hoje; nunca antes que; logo que; sempre que; assim que; 
depois que; desde que; toda vez que; cada vez que; logo depois; 
logo após; a princípio; pouco antes; pouco depois; às vezes; por 
vezes; não raro; ao mesmo tempo; nesse ínterim; nesse meio 
tempo; enquanto isso; etc.
 • Outros elementos de coesão textual: ainda, da mesma forma, 
finalmente, a propósito, aliás, também, daí, em resumo, por fim, 
dessa forma, por isso, pouco depois, além do mais, em seguida, 
pelo contrário, além disso, então, assim, em primeiro lugar, 
enquanto isso.
Português Instrumental
27
Naturalidade
A escrita deve correr simples e espontânea, sem que se perceba o 
esforço da arte e a preocupação do estilo. Para se alcançar a naturalidade, 
deve-se evitar o artificialismo e a afetação, como, por exemplo, emprego 
de vocábulos inacessíveis para a maioria das pessoas e de expressões 
empoladas(extravagantes). 
Harmonia
A prosa harmônica prima pela adequada escolha e disposição 
dos vocábulos, pelos períodos não muito longos e pela ausência de 
cacofonias (união não harmônica dos sons da fala).
Clareza
Uma das qualidades de um bom texto é a clareza. Expressar o 
pensamento sem obscuridade é uma arte, que exige muito exercício, 
até que o redator se acostume a escrever de forma simples, com frases 
curtas e objetivas e de fácil compreensão para o leitor.
Obtém-se a clareza ao:
 • Ordenar as ideias e as palavras;
 • Evitar os períodos longos e as intercalações excessivas;
 • Escolher adequadamente o vocabulário
 • Fugir da gíria e do coloquialismo;
 • Utilizar os termos técnicos somente quando forem indispensáveis;
 • Evitar ambiguidades e cacofonia;
 • Pontuar adequadamente o texto;
 • Evitar acúmulo ou excesso de fatos, opiniões ou aspectos;
 • Ter cuidado especial com o uso do adjetivo e do advérbio;
 • Preferir períodos curtos, coordenados; fugir dos períodos 
subordinados longos e vagos.
Português Instrumental
28
Coerência
Não podemos falar em coesão, contudo, sem explicar a sua “irmã 
gêmea”, a coerência. O texto é coerente quando existem possibilidades 
dele funcionar como peça comunicativa, como meio de interação verbal. 
As relações entre coesão e coerência, portanto, são bastante estreitas e 
interdependentes, não podendo haver uma separação entre elas, visto 
que a coesão existe em função da coerência.
Coerência é a harmonia semântica entre as partes de um texto, em 
dado contexto que leva à compreensão do sentido. É a junção de fatos e 
ideias oferecendo nexo ou lógica na composição como um todo. 
Concisão
Escrever de forma concisa, ou escrever com concisão, quer dizer 
ser objetivo, direto, não repetir ideias ou palavras, não alongar o texto 
desnecessariamente.
Ser conciso é ser exato, não abusar das palavras para exprimir 
uma ideia. Logo, ao produzirmos um texto, devemos ir diretamente ao 
assunto, evitando rodeios, divagações, rebuscamentos, frases feitas e 
redundâncias.
“Queísmo”
O excesso de “quês” é um empecilho sintático extremamente 
comum à concisão. Ele é ocasionado pela transposição, para a escrita, 
de um fluxo ininterrupto do pensamento, sem que haja o devido cuidado 
com a estrutura frasal daquilo que é transmitido. O excesso de “quês” 
pode ser facilmente corrigido com algumas substituições, de uso comum 
na língua. 
Português Instrumental
29
EXEMPLOS: 
 • Espero que me respondas a fim de que se esclareçam as dúvidas 
que dizem respeito ao assunto que foi discutido.
 • Espero (sua) resposta a fim de esclarecer as dúvidas a respeito 
do (sobre o) assunto discutido. 
 • Redator que não se cuida produz textos confusos.
 • Redator descuidado produz textos confusos.
 • Um diretor, que detinha pouco conhecimento, foi exonerado 
 • Um diretor, detentor de pouco conhecimento, foi exonerado.
 • Quero que saibam que chegarei dia 10
 • Quero que saibam da minha chegada dia 10.
 • É necessário que se obedeça às leis 
 • É necessário obedecer às leis.
 • Aguardo seu pronunciamento sobre o material que foi remetido 
para análise 
 • Aguardo seu pronunciamento sobre o material remetido para 
análise.
 • O pedido que foi entregue não está de acordo com o que nosso 
setor de compras solicitou.
 • O pedido entregue não está de acordo com o solicitado pelo 
setor de compras. 
Correção
Significa expressar-se segundo a norma culta da língua. Obtêm-se 
correção:
 • Dando especial atenção à morfologia, à sintaxe e à semântica;
 • Obedecendo aos padrões ortográficos vigentes;
 • Fugindo dos vícios de linguagem e da estereotipia;
 • Revendo criteriosamente o texto.
Português Instrumental
30
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar no tema deste capítulo? Recomendamos 
o acesso à fonte de consulta e aprofundamento disponível 
clicando aqui.
RESUMINDO:
Neste capítulo, você compreendeu melhor algumas das 
qualidades de um bom texto escrito. Conheceu os conceitos 
de coesão e coerência e aprendeu maneiras de conferir 
objetividade e impessoalidade às suas comunicações 
escritas. Aprendeu, ainda, técnicas para se obter um texto 
claro e conciso e como evitar o uso exagerado de “quês” 
numa frase (o “queísmo”).
Português Instrumental
https://youtu.be/Ze4e3n5GOpU
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Opositores Textuais
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de reconhecer 
os opositores da qualidade textual e como devem ser 
evitados. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Da mesma forma que existem características favoráveis à qualidade 
textual, há também aquelas que depõem contra essa qualidade: são 
os opositores textuais, ou seja, a antítese das qualidades estudadas no 
capítulo anterior. 
Os opositores às qualidades textuais
Todas as vezes que o ato comunicativo não se processa da forma 
como deveria entre o emissor e o receptor, causando problemas na 
compreensão da mensagem, dizemos que ocorre com ruído. Os ruídos 
não são somente os sons que interferem na comunicação oral como logo 
nos vem à mente, mas, na linguagem escrita, são desvios na sintaxe, 
falhas na forma de empregar uma palavra, ambiguidade no sentido entre 
muitos outros problemas. Esses desvios não são intencionais e irrompem 
a norma padrão da língua, portando-se como opositores às qualidades 
textuais. 
O ruído é toda interferência indesejável ao transmitir uma 
mensagem. Na linguagem oral pode ser a sirene de uma ambulância ou 
na forma escrita pode até ser um borrão, assim como pode ser uma falha 
na construção da mensagem, fugindo à norma culta. 
Os desvios são o fruto do uso de opositores às qualidades textuais. 
São situações em que escrevemos falhando com a norma culta da língua 
portuguesa.
Essas falhas compreendem problemas de gramática, acentuação, 
concordância verbal e nominal, pontuação, crase, entre outros. 
Português Instrumental
32
Os opositores à qualidade textual ficam ainda mais evidentes em 
situações em que precisamos usar uma linguagem mais formal. Assim, é 
importante verificar se o que estamos escrevendo está de acordo com a 
situação, pois algumas situações não permitem desvios. O uso ou não das 
normas gramaticais impacta na qualidade do texto. 
Os desvios ocorrem na fala e na escrita. As escrita sofre interferência 
da forma como falamos, portanto temos que cuidar tanto da produção 
oral quanto da escrita. 
Os opositores à qualidade podem tomar conta do texto por descuido 
ou por desconhecimento das normas da língua.
Um dos opositores à qualidade do texto é a entropia. Ela é uma 
desorganização na construção da mensagem como em “eu um homem sou”.
Outro opositor à qualidade do texto é a redundância exagerada que 
consiste da repetição que fazemos ao objetivar clareza, como em: “aqui, 
neste mesmo lugar, onde eu estou e que você também está, aqui fiquei”.
O quadro 2 traça um paralelo entre algumas qualidades de um 
texto e alguns de seus respectivos opositores.
Quadro 2 - Qualidades textuais e seus respectivos opositores
Fonte: Elaborado pela autora (2022)
Português Instrumental
33
Barbarismo acidental
O barbarismo acidental é o emprego errado de vocábulos por sua 
acentuação, forma ou significado.
Rubríca - rubrica 
Geito – jeito
Adevogado – advogado
Cidadões – cidadãos
Mamãos – mamões
Gratuíto - gratuito
Figura 5 – Alusão ao barbarismo acidental em gratuito
Fonte: Freepik
Obscuridade textual
A obscuridade textual está presente quando o texto não tem clareza, 
apresenta escrita confusa, não tem coesão nem tampouco coerência, 
objetividade, correção e exatidão. Para que o texto não fique obscuro, 
Português Instrumental
34
essencialmente, é preciso organizar a linha de raciocínio, sabendo como 
estabelecer a prioridade das informações, fazendo uso correto da norma 
culta no momento da escrita.
Figura 6 – Clareza textual
Fonte: Pixabay
Rebuscamento
O rebuscamento excessivo de um texto pode levar a uma 
grande faltade naturalidade. Em algumas profissões ou situações esse 
rebuscamento é desejável, mas em um texto comum, o rebuscamento 
é sinônimo da mais completa falta de naturalidade. O rebuscamento 
pode tornar um texto obscuro, sem clareza, desviando-o de seu objetivo 
principal que é comunicar uma mensagem.
Os advogados, por exemplo, fazem uso de uma linguagem 
rebuscada que remonta uma postura tradicional em seu papel. 
Alguns textos acadêmicos também são produzidos idealmente com 
rebuscamento. No entanto, na prática diária de nosso trabalho, por 
exemplo, o rebuscamento pode ser motivo de distanciamento entre 
quem emite a mensagem e quem a recebe. 
Português Instrumental
35
Figura 7 – Alusão ao rebuscamento na área jurídica
Fonte: Freepik
Prolixidade
O oposto da concisão é a prolixidade. Ser prolixo é utilizar mais 
palavras do que o necessário para exprimir uma ideia. O redator prolixo 
adora delongas. Costuma dar voltas e voltas até chegar ao ponto crucial 
de uma questão, usando, frequentemente, expressões redundantes e 
palavras em desuso.
É prioritário termos argumentos suficientes para sustentar a 
elaboração de uma mensagem. No entanto, ao abusar dos argumentos, 
escrevendo em demasia, com muitos rodeios, podemos fazer com que 
o texto se torne prolixo. A prolixidade é quando protelamos demais a 
conclusão do discurso, prorrogando-o, escrevendo demasiadamente 
sobre o tema. O texto tende a ficar enfadonho e confuso quando abusamos 
dos argumentos. 
Português Instrumental
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Figura 8 – Alusão à fala prolixa
Fonte: Freepik
EXEMPLO: informamos que a entrada, a frequência e a permanência 
nas dependências desta seção são terminantemente proibidas, seja 
qual for o pretexto, a pessoas que não fazem parte de seu quadro de 
funcionários.
A melhor redação seria: É proibida a entrada de pessoas estranhas. 
Sempre é possível tornar um texto mais conciso. Vejamos alguns 
outros exemplos de como melhorar:
 • O acordo foi assinado porque assim pediram todos
 • O acordo foi assinado a pedido de todos
 • Atos de guerra 
 • Atos bélicos
 • Pessoa sem discrição
 • Pessoa indiscreta
 • Fazer uma viagem
 • Viajar
Português Instrumental
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 • Pôr as ideias em ordem
 • Ordenar as ideias
Subjetividade
A falta de objetividade em um texto comercial, por exemplo, revela 
informações desnecessárias ao contexto comunicativo a que se destina, 
talvez até demonstrando um certo caráter pessoal. As informações devem 
estar presentes em número suficiente para que a mensagem seja passada 
de forma objetiva. Um texto subjetivo carrega as opiniões do emissor da 
mensagem e abarca valores diversos. 
Figura 9 – Alusão à objetividade desejada
Fonte: Pixabay
Cacofonia
A palavra cacofonia vem do grego: (KAKÓS = do grego MAU) + 
(FONÓS = do grego SOM) = CACOFONIA = MAU SOM. Trata-se de um som 
desagradável, seja em razão de alguma sugestão de sentido, seja em 
razão da dificuldade de pronúncia. Resulta da junção de duas ou mais 
palavras na cadeia da frase: 
 • Ora veja como ela (moela) está!;
 • O tijuca ganhou (caga) o jogo;
Português Instrumental
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 • O jogador marca o gol (cagol);
 • Herói da nação (danação);
 • Ela tinha (latinha) muito dinheiro;
 • Senti que a boca dela (cadela) se aproximava;
 • Meu coração por ti gela (tigela);
 • Mande-me já (mejá) isso;
 • Já não posso amar ela (amarela);
 • Na vez passada (vespa assada) falei com você;
 • Já nela não penso mais (janela).
Expressões de mau gosto
Existem expressões e termos usados, tanto na língua falada quanto 
na escrita, que comprometem a vida social e as pretensões profissionais 
de qualquer pessoa. Esses vocábulos em um texto escrito, além de 
empobrecê-lo, com formas vazias de conteúdo, deixam-no repleto de 
erros – os chamados (pecados redacionais). Vejamos alguns exemplos:
 • Aproveitamos o ensejo;
 • Certos de sua compreensão;
 • Renovamos nossos protestos de grande estima e consideração;
 • Sem mais para o momento;
 • Tomamos a liberdade de...;
 • Conforme o acordado;
 • Ficamos à sua inteira disposição.
Ambiguidades
Ambiguidade consiste em redigir um período que poderá ser 
tomado em mais de um sentido, isto é, a frase admite mais de uma 
interpretação:
Português Instrumental
39
 • Marcos sentou no sofá e quebrou o braço (Marcos sentou e o 
braço do sofá quebrou);
 • Para todos aqueles que têm filhos e não sabem, nós temos uma 
creche no segundo andar;
 • Quinta-feira, às cinco horas, haverá reunião no Clube das Jovens 
Mamães que estão amamentando. Todas aquelas que quiseram 
se tornar uma jovem mamãe, devem contatar Padre Cavalcante 
em seu escritório;
 • Sendo este o domingo de Páscoa, chegue cedo à missa, pois, 
pediremos à Sra. Jandira que ponha um ovo no altar;
 • Eliana viu o incêndio do seu prédio;
 • Muitos políticos fazem na vida pública o mesmo que fazem na 
privada;
 • Alugam-se quartos para moças de fundos amplos e ventilados;
 • O postulante não foi encontrado porque morreu, porém a viúva 
continua com o negócio aberto;
 • Penhorei uma mesa de comer velha de quatro pés...
 • Tragam prendas para a próxima venda para beneficência. Uma 
boa ocasião para livrar-se das coisas inúteis em casa. Tragam seus 
maridos;
 • Vende-se este apartamento com o proprietário;
 • Família muda vende tudo.
 • Maurício vendia meias para a freguesia de baixa qualidade;
 • Ontem, saí atrasado da empresa e peguei o ônibus correndo;
 • O gerente escreveu um relatório da nossa firma que não vale nada;
 • O presidente da empresa e seu diretor operacional se 
desentenderam por causa da sua má administração;
 • Não deixe a preocupação acabar com você. Deixe que nosso 
serviço social ajude.
Português Instrumental
40
Tautologias
Ocorre tautologia ou pleonasmo, quando a repetição do termo ou 
expressão for considerada DESNECESSÁRIA, inútil à frase.
 • entrar para dentro;
 • subir para cima; 
 • descer para baixo;
 • sair para fora;
 • certeza absoluta;
 • afta na boca;
 • prazo limite;
 • fato real;
 • encarar de frente; 
 • amanhecer o dia; 
 • gritar bem alto; 
 • exceder em muito; 
 • comparecer pessoalmente;
 • conviver junto; 
 • detalhes minuciosos;
 • Elo de ligação;
 • Surpresa inesperada;
 • Escolha opcional;
 • Monopólio exclusivo;
 • Reenviar novamente;
 • Adiada para depois;
 • Acabamento final;
Português Instrumental
41
 • A seu critério pessoal;
 • Abertura inaugural;
 • Duas metades iguais;
 • Empréstimo temporário.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Agora, só para 
termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos 
aqui. Você aprendeu a se prevenir contra os opositores da 
qualidade textual. Você estudou os vícios de linguagem, 
o conceito de cacofonia e conheceu algumas expressões 
ambíguas, tautológicas ou tidas como de mau gosto. 
Português Instrumental
42
Vícios de linguagem e organizadores textuais
OBJETIVO:
O objetivo deste capítulo é fazer com que você não cometa 
mais os vícios de linguagem e utilize, de forma eficiente, os 
organizadores textuais.
Alguns elementos que se opõem às qualidades textuais são 
conhecidos como vícios de linguagem, a exemplo da prolixidade, do 
plebeísmo, entre outros. 
Vícios de linguagem
Figura 10 - Os operadores de telemarketing e call center normalmente incorrem em vícios 
de linguagem
Fonte: Wikimedia commons
Os vícios de linguagem são desvios que se opõem à qualidade 
textual. São incorreções no uso da língua falada ou escrita. Expressões e 
estruturas linguísticas que não condizem com a norma culta e surgem por 
descuido por parte do emissor da mensagem ou por seu desconhecimento 
da forma correta.
Português Instrumental
43
Figura 11 – Alusão ao vícios de linguagem que não levam ao lugar desejado
Fonte: Pixabay
Mas esses vícios são mais comuns do que se pensa. Entre eles, 
podemos citar:
 • Ambiguidade – defeito da frase que apresenta duplo sentido,podendo comprometer a mensagem. Exemplo: Convence, por fim, 
a namorada o namorado apaixonado. (quem convence?)
 • Barbarismo – São todos os erros que atentam contra a forma das 
palavras, como erros de pronúncia, de grafia, de flexão, palavras 
mal formadas etc. Exemplo: Os homens estavam até sentindo 
ância (em vez de ânsia). Os barbarismos mais frequentes são a 
cacoépia e a cacografia, bem como a silabada.
 • Cacoépia é qualquer erro de pronúncia pelo deslocamento do 
acento tônico que pode ser reproduzido também na forma escrita 
por consequência. Exemplo
Abóboda – abóbada
Areoporto – aeroporto
Acumpuntura – acupuntura 
Esteje – esteja
Português Instrumental
44
Mendingo – mendigo
Metereologia – meteorologia
Mortandela – mortadela
 • Cacografia é qualquer erro de grafia como troca de letras. 
Exemplos:
Magestoso – majestoso
Excessão – exceção 
Xuxú – chuchu
geito – jeito
fraze – frase
 • Silabada ou prosódia - se refere aos erros na pronúncia e 
acentuação das palavras. Exemplo: rúbrica ao invés de rubrica.
 • Cacofonia ou cacófato – som desagradável gerado pela 
contiguidade de palavras de certas palavras na frase. Exemplo: a 
boca dela, janela não penso mais, entre muitos outros como visto 
no capítulo anterior.
 • Estrangeirismo – uso de palavras, expressões ou construções que 
pertencem a línguas estrangeiras. Exemplos: 
Menu – cardápio, 
Apartheid – segregação racial, 
Software – programa, 
Penalty – penalidade máxima.
Show – espetáculo, exibição 
Hall –vestíbulo
Outdoor – painel publicitário
Performance – desempenho
Glamour – fascínio, encanto
App – aplicativo
Português Instrumental
45
As palavras estrangeiras, idealmente, devem se limitar aos casos 
em que não existe correspondente no português. Estrangeirismos 
incorporados à nossa língua devem ser usadas na forma vernácula. 
Exemplo:
Record – recorde
Short - xorte
Shampoo - xampu 
Figura 12 - Penalty
Fonte: Freepik
 • Colisão – sucessão desagradável de consoantes iguais ou 
idênticas. Exemplo: viaje já; o rato roeu a roupa do rei de roma.
 • Eco – concorrência de vocábulos que têm a mesma terminação 
sem que seja com a finalidade de fazer um poema, por exemplo. 
Exemplo: O ardor não tem odor, sabor nem sabor.
 • Obscuridade – sentido obscuro ou duvidoso em decorrência de 
uma construção enredada da frase, impropriedade de termos, 
má colocação de vocábulos, pontuação defeituosa ou estilo 
empolado.
Português Instrumental
46
 • Pleonasmo vicioso ou tautologia – redundância, existência de 
palavras supérfluas como vimos no capítulo anterior. Exemplo: 
entrar para dentro e sair para fora. 
 • Solecismo – Falha de sintaxe, regência, concordância ou 
colocação. Exemplo: Falta nove palitos na caixa. Amanhã começa 
as aulas em minha escola.
 • Rebuscamento ou preciosismo – linguagem artificial, vazia de 
sentido. 
 • Plebeísmo – uso de palavras ou expressões vulgares. Exemplo: 
Vou dar um jeito nesse troço (coisa, objeto etc.)
Prolixidade
Um texto não deve possuir períodos longos e cansativos. Mesmo 
quando o assunto pode ser tratado em poucas linhas, o redator utiliza 
estratégias de preenchimento para seu texto mais extenso e valorizado. 
Entretanto, essa ideia está ultrapassada para a linguagem comercial. Em 
nome da objetividade, o redator, sempre que possível, deve fazer um 
texto conciso, enxuto.
Plebeísmo
Palavras vulgares ou gírias não devem ser usadas na redação 
administrativa, em que é exigida a linguagem padrão e a correção 
gramatical. O redator deve observar seu vocabulário para se expressar de 
forma precisa e clara. 
EXEMPLOS: 
 • Ele é um advogado bacana.
 • Fiquei besta com a sentença.
Gerundismo
É um problema recente. Surgiu primeiramente no atendimento 
telefônico e se espalhou para todos os tipos de atendimento, sendo que 
agora entrou também na redação dos Órgãos Públicos e Privados.
Português Instrumental
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Consiste em uma estranhíssima locução verbal formada por três 
ou mais verbos; parece ter sido gerada da soma de uma má tradução 
do inglês com uma enorme vontade de não se comprometer perante o 
cliente.
Figura 13 – Alusão ao gerundismo no telemarketing onde se faz muito presente
Fonte: Freepik
EXEMPLO: 
 • Nosso gerente vai estar entrando em contato com o senhor e vai 
estar resolvendo o seu problema; 
 • Trocar por: “Nosso gerente entrará em contato com o senhor 
para resolver o problema”.
 • Eu vou estar cuidando para que isso não aconteça e vou estar 
ligando para o senhor a fim de passar uma posição.
 • Trocar por: “Estarei cuidando para que isso não aconteça e ligarei 
para o senhor a fim de passar uma posição”.
Clichê
Assim são denominados os lugares-comuns, os modismos, as 
fórmulas estereotipadas, desgastadas pelo uso excessivo, frequentemente 
Português Instrumental
48
utilizadas na comunicação verbal. Muitos redatores lançam mão de 
clichês, acreditando que tais palavras representam qualidade ou erudição. 
Na realidade, a estereotipia representa pobreza vocabular, devendo ser 
rejeitada por todos aqueles que pretendem imprimir ao texto precisão e 
clareza. Muitos modismos, aliás, contrariam a norma culta e, por serem 
demasiadamente empregados no uso coloquial, são aceitos como 
corretos pela maioria dos usuários do idioma.
EXEMPLOS: 
 • Tecer considerações;
 • Grata satisfação;
 • Lamentável equívoco;
 • Dirimir dúvidas;
 • A nível de;
 • Deixar a desejar;
 • Chegar a um denominador comum;
 • Otimizar;
 • Problemática;
 • Face a;
 • Fazer uma colocação;
 • Operacionalizar;
 • Enquanto;
 • Junto a;
 • Por intermédio de.
A comunicação escrita, dependendo da área a que pertence, 
apresenta fórmulas feitas, amplamente utilizadas, que fazem parte do 
jargão profissional. Condena-se, no entanto, o uso abusivo de clichês, 
que comprometem a mensagem e dificultam sua compreensão, não se 
justificando, consequentemente, o apego exagerado de alguns redatores 
Português Instrumental
49
a tais formas. Expressões desse tipo devem ser substituídas por outras 
mais elegantes e criativas que personalizem a redação.
Chavões
Chavão é um vício de estilo já incorporado como linguagem em 
um texto administrativo. Alguns chavões contêm erros gramaticais ou 
impropriedades semânticas, mas outros são apenas expressões que, 
de tanto uso, tornaram-se acessórios que convém evitar, uma vez que 
nada acrescentam ao texto. Os chavões ou frases feitas indicam falta de 
imaginação e de vocabulário, causando perda de tempo na redação do 
texto e na leitura. Eles não significam nada em termos de informação e, às 
vezes, têm até conotações negativas.
EXEMPLOS:
 • Acusamos o recebimento de... 
→  Use: Em resposta a..., Em atenção a..., Em referência a...
 • O corrente mês..., O mês em curso... 
→ Diga: este mês... Ou: repita o nome do mês.
 • Como dissemos acima... 
→ Se já dissemos, por que repetir e ainda avisar que estamos 
repetindo?
 • Na certeza de...; Contando com...; Agradecemos antecipadamente...;
 • Devidas providências...; Providências cabíveis...;
 • Solicito providências no encaminhamento do processo tal;
 • Venho através desta...; Vimos pela presente...; Tem a presente a 
finalidade de...;
 • Sem mais para o momento...; Limitados ao acima exposto...;
 • Sendo só o que se nos apresenta no momento.
Português Instrumental
50
Os organizadores textuais
Para facilitar a redação, tornando-a clara e coerente, oferecemos 
agora algumas indicações que devem ser utilizadas, os chamados 
ORGANIZADORES TEXTUAIS (conectivos), os quais expressam melhor as 
relações que queremos estabelecer ao redigirmos. São eles, de acordo 
com suas funções:
 • Conectivos que indicam adição de ideia:
 • não só... mas também;
 • Conectivos que indicam contraste entre ideias ou argumentos 
contrários:
 • entretanto, embora, ainda que, no entanto, contudo, apesar de, 
mesmo que, mas;
 • Conectivos que indicam explicação/constatação/confirmação
 • de fato, comefeito;
 • Conectivos que introduzem conclusões:
 • assim, por isso, assim sendo, portanto;
 • Conectivos que introduzem argumentos, causas ou justificativas
 • já que, uma vez que, devido a, como, isso posto, pelo fato de, 
porque, pois, visto que.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar no tema deste capítulo? Recomendamos 
o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: 
Blog: “Dicas de Português” (Esquadrão do Conhecimento, 
2017), acessível clicando aqui. 
RESUMINDO:
Vamos recapitular tudo o que você acabou de aprender? 
Este capítulo foi dedicado a lhe ensinar como evitar os 
vícios de linguagem, como o gerundismo e os clichês. 
Além disso, aqui você também aprendeu a utilizar os 
organizadores textuais de forma eficiente. Esperamos que 
tenha aproveitado!
Português Instrumental
https://esquadraodoconhecimento.wordpress.com/linguagens-codigos/dicas-de-portugues/
51
REFERÊNCIAS
GOLD, M.; SEGAL, M. Português instrumental para cursos de direito: 
Como elaborar textos jurídicos. São Paulo: Pearson, 2008
MEDEIROS, J. B. Português Instrumental. São Paulo: Atlas, 1995.
 MENDES, M. L. Manual de Redação de Documentos Comerciais. Belo 
Horizonte: Centro Universitário Newton Paiva, 2014.
TOLEDO, M. P., & NADÓLSKIS, H. Comunicação Jurídica.  São Paulo: 
Companhia Editora Nacional, 2002.
Português Instrumental
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	O que é necessário para uma redação técnica de qualidade?
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