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JARDINISMO DE INTERIORES

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INTERIORES 
 
JARDINS: PLANEJAMENTO, INFRAESTRUTURA E PLANTIO 
 
Autor: Drª. Tamara Zamadei 
Revisor: Fernanda Delmutte de Andrade 
INICIAR 
 
introdução 
Introdução 
Nesta unidade, aprenderemos como atuar no planejamento, implantação e manutenção de 
um jardim. De início, serão apresentados conceitos sobre o solo – tipos e análises, que irão 
nortear práticas como a adubação. 
 
Posteriormente, veremos como a luminosidade do ambiente influencia a escolha das espécies 
vegetais que irão compor o jardim. Para isso, deverão ficar claras as categorias de plantas: 
pleno sol, meia sombra e sombra e suas necessidades. Além disso, também serão 
apresentadas dicas quanto à iluminação artificial da área ajardinada. 
 
Além da luz, fator essencial ao desenvolvimento das plantas, serão abordados pontos 
importantes relacionados à água. Dentre eles, os relativos à infraestrutura do projeto: 
drenagem e irrigação. Por fim, serão estudados os jardins formais e informais, principais estilos 
e composição vegetal característica. 
 
Tipos de Solo 
 
O solo é a base para a implantação do jardim, seja externo ou interno, suspenso ou não. É o 
material a ser ajustado e trabalhado para que forneça as melhores condições de 
desenvolvimento às espécies vegetais escolhidas. 
 
Nesse contexto, você sabia que existem diferentes tipos de solo classificados por ordem, 
subordem, e assim por diante? A partir de observações morfológicas em campo e análises 
laboratoriais de propriedades físicas, químicas e mineralógicas, um solo pode ser classificado 
de acordo com um sistema previamente estabelecido. Contudo, no Brasil, utiliza-se o Sistema 
Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). 
 
Por ter dimensões continentais, o Brasil apresenta muitas variedades de solos, com diferentes 
denominações, que podem ser: argissolos, cambissolos, chernossolos, espodossolos, 
gleissolos, latossolos, luvissolos, neossolos, nitossolos, organossolos, planossolos, plintossolos, 
vertissolos. Cada um desses tipos com características próprias de constituição. 
 
Frente às diferentes condições edáficas que podem ser encontradas no momento de 
planejamento e implantação de um jardim, são necessários conhecimentos em manejo e 
preparo de solos para torná-los aptos ao bom desenvolvimento das plantas. 
 
Análise e Ajustes 
Inicialmente, o levantamento topográfico irá mapear a superfície do terreno, identificando 
suas características e orientando as decisões subsequentes de manejo do solo. Essa etapa é 
imprescindível a qualquer obra, porém é mais utilizada quando se trata de um projeto de 
grande escala. No caso do jardinismo de interiores, normalmente os espaços são reduzidos, e 
essa etapa já foi realizada previamente na implantação da área construída. 
 
De qualquer forma, o levantamento fornece informações essenciais à execução do projeto, 
como o tamanho da área e desníveis, orientando se deve haver interferências (ex.: cortes ou 
aterros) conforme as necessidades do jardim. 
 
E quanto ao manejo do solo, você sabe do que se trata? O manejo consiste no conjunto de 
atividades definidas e aplicadas ao solo para torná-lo apto ao plantio. A seguir, veremos 
algumas das práticas principais e essenciais ao sucesso do projeto. 
 
Analisar o solo consiste em identificar suas características físico-químicas, fertilidade e 
disponibilidade de nutrientes, a fim de corrigi-lo por meio do uso de corretivos e adubos. Tais 
características influenciam no desenvolvimento vegetal e na drenagem do solo. Para tal, é 
necessário que se faça amostragem, análise química e posterior interpretação dos dados. 
 
Além disso, alguns elementos químicos, quando em excesso, podem causar toxicidade à planta 
e limitar seu crescimento. Para que haja o bom desenvolvimento vegetal, o solo precisa estar 
equilibrado, com níveis adequados de nutrientes, pH e elementos químicos. Para tal, conforme 
análise previamente realizada, pode ser que se faça necessária correção através de práticas de 
calagem e gessagem: 
 
Calagem: prática agrícola responsável pela correção da acidez do solo, neutralização do 
alumínio tóxico e do manganês, aumento na disponibilidade de cálcio, fósforo e magnésio, a 
melhoria da estrutura do solo e a atividade microbiana. 
Gessagem: embora não tenha efeito de correção da acidez do solo, o gesso agrícola 
disponibiliza cálcio e enxofre, neutralizando a ação do alumínio tóxico no solo. Além disso, 
carrega nutrientes para as camadas mais profundas do solo, promovendo o condicionamento 
do perfil do solo (SENAR/AR-GO, 2018, p. 68-76). 
Um solo pode ser considerado fértil quando fornece todos os nutrientes essenciais às plantas e 
podem ser divididos em macro e micronutrientes. Os macronutrientes são imprescindíveis ao 
desenvolvimento vegetal: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e 
enxofre (S). Necessários em menores quantidades, mas tão importantes quanto, são os 
micronutrientes: ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn), boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu) e 
molibdênio (Mo). 
 
Sendo assim, vejamos algumas das principais funções dos macronutrientes no 
desenvolvimento vegetal: 
 
Nitrogênio - É o nutriente responsável pelo crescimento das plantas. Promove a formação das 
proteínas que fazem parte do tecido vegetal. 
Fósforo - Estimula o crescimento das raízes e contribui na formação de frutos e sementes. É 
Importante no processo de respiração das plantas. 
Potássio - Provoca o espessamento dos tecidos, dando às plantas maior resistência às doenças 
e à falta temporária de água. 
Cálcio - Faz parte da parede celular das plantas. É Importante para o desenvolvimento das 
raízes - se não há cálcio no solo as raízes não se aprofundam. Serve como transporte para 
diversos outros elementos na planta. 
Magnésio - Entra na composição da clorofila - responsável pela captação de energia solar para 
a função da fotossíntese (RIBEIRO, 1994, p. 15). 
Adubação e Pragas 
Em caso de deficiência de nutrientes, realiza-se a adubação química do solo, que consiste na 
aplicação de fertilizantes inorgânicos ou minerais conforme a necessidade nutricional das 
plantas. Esses fertilizantes apresentam-se na forma de fertilizantes ou adubos minerais simples 
(nitrogenados, fosfatados, potássicos) ou mistos. 
 
O NPK (Nitrogênio-Fósforo-Potássio) é um dos fertilizantes mistos mais conhecidos, é 
composto de nitrogênio, fósforo e potássio, pode ser encontrado em diferentes formulações 
que influenciam na dosagem a ser utilizada. Geralmente, aplica-se em torno de 100 g/m², em 
gramados (repetição a cada 90 dias), 150 g/m² para canteiros de flores (a cada 30 dias), 100 g 
por arbusto ou planta ornamental (a cada 45 dias) e 200 g por árvore (a cada 60 dias), 
contudo, em vasos costuma-se utilizar fertilizantes líquidos (NIEMEYER, 2019). 
 
Para nutrição das plantas também pode ser empregue adubação orgânica, pois é mais barata e 
sustentável. Os adubos orgânicos são constituídos de resíduos animais ou vegetais, como 
biofertilizantes, esterco, camas de aves, cinzas, vinhaça, serragem, bagaço, adubo verde. 
 
Dentre as vantagens da adubação orgânica, pode-se citar: aumento da capacidade de 
infiltração da água no solo, favorecimento da proliferação de microorganismos benéficos, 
melhoria da disponibilidade de nutrientes, redução de custos e aumento da sustentabilidade 
(SENAR/AR-GO, 2018). 
 
Simões et al. (2002, p. 10-11) orientam o preparo do composto orgânico: 
 
1. Amontoar o material vegetal em pilhas de seção trapezoidal, intercalando uma camada de 
restos vegetais com uma fina camada de material inoculante (esterco), tendo-se o cuidado de 
molhar cada camada. A pilha deve apresentar cerca de 3,0 m largura na base inferior, 1,5 m de 
altura e comprimento variável, de acordo com a disponibilidade de material. 
2. Manter o material sempre úmido, molhando-o pelo menos uma vez por semana. 
3. A cada 15-20 dias, picar erevolver o material formando uma nova pilha. 
4. Aos noventa dias aproximadamente, o material estará curtido e transformado em matéria 
orgânica. O produto final deve ter a cor escura, ser rico em húmus, moldável quando apertado 
entre as mãos, cheiro de terra e temperatura baixa no interior do monte. 
Além dos cuidados com a fertilidade do solo, deve-se atentar às pragas que influenciam tanto 
quanto, ou mais, no desenvolvimento sadio das plantas, especialmente das mudas. 
 
Nesse contexto, as principais pragas de jardim são os insetos e moluscos, os besouros 
costumam atacar raízes e galhos, chegando a cortar troncos; lesmas e caramujos se alimentam 
de folhas, flores e caules; lagartas e formigas cortam folhas, hastes e flores; pulgões e 
cochonilhas sugam a seiva, podendo transmitir doenças (RIBEIRO, 1994). 
 
 
Figura 2.1 - Lagarta alimentando-se de folha 
Fonte: Ivan Sanek / 123RF. 
O controle de pragas pode ser realizado de diferentes métodos: controle mecânico, cultural, 
biológico ou químico. O controle mecânico consiste na retirada manual das pragas, podendo 
ser realizado com o auxílio de armadilhas. Essa forma é indicada para áreas pequenas, como 
jardins residenciais. O controle cultural, como o próprio nome diz, envolve ações diretas na 
própria cultura, como rotação de plantas no canteiro. Já o controle biológico consiste no 
combate através de inimigos naturais, e por fim, o químico faz uso de inseticidas, lesmicidas e 
iscas (GALHEGO, 2017). 
 
saiba mais 
Saiba mais 
Você sabia que é possível utilizar o controle biológico em jardins? Nessas áreas podem-se 
combater pragas como cochonilhas e pulgões com o uso de joaninhas. Isso mesmo, aquele 
inseto simpático na realidade é um grande predador. 
 
A prefeitura de Belo Horizonte deu início este ano à produção de joaninhas em uma biofábrica 
no Parque das Mangabeiras, para controle biológico de ambientes públicos, e também serão 
doadas à população. Assista ao vídeo a seguir e saiba mais detalhes. 
 
ASSISTIR 
praticar 
Vamos Praticar 
Dentre as principais pragas de jardim estão os insetos, aracnídeos e moluscos. Esses animais 
pequenos e indefesos são responsáveis por ataques às espécies vegetais, danificando as partes 
estruturais das plantas, podendo transmitir doenças e até mesmo provocar a morte. 
Considerando as formas de combate a essas pragas, temos o controle cultural. Nesse contexto, 
assinale a alternativa que apresenta um exemplo de prática correspondente a este método. 
 
a) Aplicação de bioinseticidas. 
b) Destruição de restos vegetais, como folhas e galhos. 
c) Utilização de produtos químicos. 
d) Introdução de inimigos naturais, como outros insetos predadores. 
e) Emprego de armadilhas para catação manual. 
Luz 
 
Dentre os aspectos importantes a serem considerados durante o planejamento e implantação 
de um jardim, está a iluminação. A luz, tanto natural quanto artificial, influencia na disposição 
dos elementos de projeto, principalmente da vegetação. Sendo assim, vejamos, no conteúdo a 
seguir, alguns aspectos importantes sobre o assunto. 
 
Luminosidade 
Com relação à luz, há três aspectos que influenciam no desenvolvimento vegetal: quantidade 
(horas), intensidade e espectro. A luminosidade influencia diretamente a escolha e disposição 
das plantas em um jardim, conforme a necessidade/tolerância de luz solar, as espécies podem 
ser cultivadas em pleno sol, meia sombra ou sombra. 
 
De acordo com Paiva (2008, p. 435), “plantas de sol são aquelas que necessitam de uma 
intensidade luminosa para a realização da fotossíntese entre 50.000 a 100.000 lux; plantas de 
meia sombra até 20.000 lux e plantas de sombra apenas 5.000 lux”. Sendo assim, confira no 
quadro 2.1 a relação de alguns arbustos e herbáceas ornamentais classificados de acordo com 
a luminosidade. 
 
Nome popular Nome científico Hábito Porte até Luminosidade 
Hortênsia Hydrangea macrophylla arbusto 1,5 m pleno sol 
Lantana Lantana camara arbusto 1,5 m pleno sol 
Brinco de princesa Fucsia sp arbusto 2 m meia sombra 
Dracena Dracaena spp arbusto 5 m meia sombra 
Beijinho Impatiens balsamina herbácea 0,60 m sombra 
Grama preta anã Ophiopogon japonicus ‘nana’ herbácea 0,10 m sombra 
Copo de leite Zantedeschia aeothipica herbácea 0,60 m pleno sol 
Gerânio Pelargonium x hortorum herbácea 0,60 m pleno sol 
Quadro 2.1 - Arbustos e herbáceas ornamentais. 
Fonte: Adaptado de Petry (2014). 
No caso de jardins internos, a faixa de luminosidade irá condicionar a escolha das espécies 
vegetais. Segundo Niemeyer (2019), a faixa de pleno sol é indicada para o plantio de espécies 
floríferas, a faixa de meia sombra é ideal para folhagens tropicais, já a área sombreada é 
inadequada para flores e folhas variegadas (aquelas que possuem mais de uma cor ou tom). 
 
Efeitos 
Além de influir na escolha e arranjo das espécies vegetais, a luz pode ser empregada para criar 
efeitos visuais. A iluminação dos elementos por luz natural ou artificial valoriza o jardim e 
realça sua composição. Para tal, faz-se uso de postes, luminárias, refletores, de forma geral ou 
direcionada aos elementos. 
 
Diz-se que a iluminação é cênica quando a luz é projetada nos elementos, assumindo interesse 
decorativo. Esse tipo de iluminação permite destacar plantas e elementos arquitetônicos, 
proporcionando sensações não percebidas à luz natural (NIEMEYER, 2019). 
 
 
Figura 2.2 - Iluminação cênica em jardim 
Fonte: Kevin McCarthy / 123RF. 
As características morfológicas das plantas que compõem o jardim podem ser empregadas no 
planejamento da iluminação. “O projeto luminotécnico deve analisar a diferença de tamanho, 
volumes, cores e texturas para gerar o efeito desejado” (GALHEGO, 2017, p. 134). Ainda nesse 
contexto, vejamos algumas dicas de Niemeyer para composição vegetação x iluminação 
(NIEMEYER, 2019, p. 55): 
 
● Lâmpadas coloridas afetam a percepção cromática, acentuando cores iguais às delas e 
distorcendo as contrárias. Na iluminação cênica, é fundamental conhecer tais efeitos; 
● Cores fortes, como o vermelho, são ressaltadas sob luz intensa. Já as cores suaves, como as 
azuis, por exemplo, ou as pastéis, parecem desbotadas devendo ser utilizadas em áreas com 
menos intensidade de luz; 
● Flores brancas “desaparecem” sob luz solar intensa, mas ganham vida sob luz difusa, como 
aquela que incide em interiores; 
● Flores amarelas ou laranjas ganham destaque sob a luz dourada do entardecer. 
Além do apelo estético, a iluminação também possui funcionalidades. Para orientação de seus 
usuários, luminárias podem ser instaladas no chão ou em postes ao longo dos caminhos. 
Quando posicionadas de forma estratégica no mobiliário, têm o intuito de favorecer as 
atividades ali desenvolvidas, como, por exemplo, a leitura. 
 
No caso de jardins internos, também é possível trabalhar diferentes efeitos de luz por meio do 
uso de telhas translúcidas ou transparentes, criando áreas de iluminação natural sem a 
existência de aberturas propriamente ditas. 
 
praticar 
Vamos Praticar 
Leia o trecho a seguir: 
 
“São aquelas que, para se desenvolverem bem, necessitam de pelo menos 6 horas de 
exposição direta ao sol. Nesse grupo podem ser enquadradas as flores anuais, que dão um 
colorido especial ao jardim”. 
 
RIBEIRO, W. L. Jardim e jardinagem. Brasília: EMATER-DF/EMBRAPA-SPI, 1994. p. 42. 
 
Considerando a citação apresentada, assinale a alternativa correspondente ao tipo de planta 
(classificação de tolerância à luminosidade) a que se refere o trecho em destaque. 
 
a) Pleno sol. 
b) Sombra. 
c) Dias curtos. 
d) Meia sombra. 
e) Dias longos. 
Infraestrutura 
 
Durante o planejamento de um jardim, deve-se contemplar que a infraestrutura do projeto, 
energia e água, na maioria das vezes, são essenciais. Nesse contexto, estamos falando da água 
que será utilizada para irrigação e fornecida aos demais elementos como espelhos d’água, 
fontes, chafarizes.Ainda durante as etapas iniciais, é fundamental a observação das condições do terreno quanto 
à drenagem. Caso seja necessário ao projeto, deve-se implementar sistemas de drenagem e 
irrigação. 
 
Água e Drenagem 
A água é elemento fundamental na manutenção de um jardim, contudo, a drenagem na área 
ajardinada irá depender do solo e sua capacidade de infiltração. Como esses espaços são 
irrigados constantemente, deve ser dada uma atenção redobrada à drenagem do terreno. 
 
Caso ocorra escoamento superficial, é indispensável a instalação de um sistema de drenagem. 
Para drenagem no caso de jardins residenciais, podem ser instalados sistemas que utilizam 
canos e calhas subterrâneas, ligadas a um dreno principal; ou mesmo canais com grelhas. 
 
O emprego de elementos naturais, como pedras, também favorecem a infiltração. Em vasos ou 
jardineiras, camadas de pedras e areia são intercaladas com a terra para evitar o acúmulo de 
água no substrato. 
 
Os próprios jardins podem ser utilizados como artifícios para melhorar a drenagem em áreas 
urbanas. Os chamados “jardins de chuva” são sistemas de biorretenção, áreas verdes 
propositalmente criadas em regiões impermeabilizadas para captar e infiltrar a água pluvial. 
 
Irrigação e Materiais 
Em áreas vegetadas, o excesso de água é um problema, mas a sua falta também. É essencial 
que as plantas tenham sempre quantidade de água suficiente disponível para o pleno 
desenvolvimento. 
 
No caso de ausência de chuvas, deve-se fornecer água regando a vegetação. Além do método 
manual, a irrigação em jardins pode ser realizada de forma automatizada por aspersão, 
microaspersão ou gotejamento. 
 
A aspersão é comum e muito utilizada em áreas grandes e abertas, pois “é uma técnica que 
visa suprir a demanda hídrica da cultura pelo fracionamento de um jato de água em gotas 
lançadas sobre a superfície do terreno, simulando uma chuva intensa e uniforme” (SILVA et al., 
2012, p. 4). 
 
 
Figura 2.3 - Sistema de irrigação de jardim por aspersão. 
Fonte: Михаил Павленко / 123RF. 
A microaspersão e o gotejamento são sistemas de irrigação localizada, nos quais pequenas 
áreas recebem aplicação de água, em intensidade mais suave. Esses métodos são mais 
eficientes quando comparados à aspersão, visto que ocorrem menos perdas por evaporação e 
arraste (vento). Ainda visando à redução no desperdício de água, podem ser empregados 
controladores de vazão e periodicidade de rega. 
 
Na microaspersão, a aplicação de água é realizada por microaspersores, que espalham 
gotículas de água a pequenas distâncias, sendo normalmente posicionados a cada duas 
plantas. Já no sistema de irrigação por gotejamento, utilizam-se gotejadores dentro ou 
conectados em uma mangueira, que aplicam baixas vazões com altas frequências 
(CONCEIÇÃO, 2005). 
 
praticar 
Vamos Praticar 
Para que ocorra o bom desenvolvimento da planta, devem-se observar suas necessidades 
fisiológicas, quanto à luminosidade e disponibilidade de água. Em locais muito secos, ou que 
apresentam épocas de estiagem, deve ser realizada a rega manual ou automatizada dos jardins 
para que as espécies vegetais cresçam de forma saudável e plena. 
 
Dentre os tipos de irrigação automatizada estão a aspersão, microaspersão e gotejamento. 
Nesse contexto, assinale a alternativa que descreve, corretamente, o sistema de gotejamento. 
 
a) Alta pressão e longo alcance, recomendado para irrigação de grandes áreas. 
b) Irrigação localizada, realizada por emissores que lançam gotículas de água em alta pressão a 
curtas distâncias. 
c) Sistema de irrigação de baixa vazão, realizado por borbulhadores instalados no chão. 
d) Método de irrigação que aplica água de forma pontual, através de tubos perfurados ou 
emissores conectados a mangueiras. 
e) Sistema de rega manual, utilizado principalmente em pequenas áreas e/ou vasos. 
Composição Paisagística 
 
Na composição paisagística, faz-se necessário o uso de diferentes elementos, com significados 
ou influências culturais e/ou religiosas, a fim de valorizar o espaço. Sendo assim, princípios 
estéticos, como ritmo e simetria, são empregados para compor um ambiente agradável, que 
condiga com os fins propostos. 
 
Jardins Informais e Formais 
Os denominados jardins formais são caracterizados pela rigidez, arranjos e composições 
simétricas e geométricas. O uso de topiarias e formas retilíneas é característico desse estilo, 
conhecido por seus padrões clássicos; um exemplo são os jardins franceses, considerados os 
mais formais. 
 
Com isso, os jardins desse estilo são compostos de elementos como a água, que é essencial, 
pode ser utilizada em fontes, espelhos d’água e lagos. Além disso, também compõem esses 
cenários, galerias com desenhos complexos, grandes vasos e cachepôs (GALHEGO, 2017). 
 
Os jardins informais têm como pressuposto imitar a natureza, pois seus contornos são 
curvilíneos, os elementos são arranjados de forma assimétrica, evitam-se formas geométricas. 
Preconizam “a aproximação do homem à natureza e a negação do elemento ordenado” 
(NIEMEYER, 2019, p. 22). 
 
reflita 
Reflita 
Caso o objetivo de um projeto seja criar um jardim formal, como os elementos podem ser 
dispostos e arranjados para ir ao encontro do que preconizam os princípios estéticos 
característicos desse estilo? Imagine como você iria criar as composições no espaço, quais 
artifícios utilizaria para torná-lo clássico. 
 
Estilos e Espécies Vegetais 
Os jardins egípcios, gregos, romanos, persas, italianos e franceses são classificados como 
formais. Vejamos a seguir algumas de suas características principais quanto à vegetação 
(PETRY, 2014; GALHEGO, 2017): 
 
Jardins egípcios 
emprego frequente de palmeiras ornamentais e plantas aquáticas. Com objetivos funcionais, 
também eram cultivadas espécies frutíferas e leguminosas; 
 
Jardins gregos 
dedicados aos deuses, apresentavam vegetação virgem (sem intervenção humana), também 
com o cultivo de caráter funcional como nos egípcios; 
 
Jardins romanos 
vegetação marcada pela topiaria - poda ornamental - em plantas como buxinho (Buxus 
sempervirens), teixo (Taxus baccata) e 
louro (Laurus nobilis). Cultivavam-se pomares, hortas e roseiras. Os bosques eram formados 
por árvores e plantas de médio porte; 
 
Jardins persas 
arranjo da vegetação sob jogo de luzes e sombras; utilização de grandes palmeiras e árvores; 
jardins suspensos; cultivo de hortas e pomares; 
 
Jardins italianos 
a cor predominante é o verde; marcado por gramados e topiarias, plantas frutíferas e flores; 
 
Jardins franceses 
emprego de gramados com função de tapete verde, sem serem pisoteados (tapis vert); cercas-
vivas; plantas em vasos. 
 
Como exemplos do estilo informal, podem-se citar os jardins chineses, japoneses e ingleses. Os 
estilos orientais são caracterizados pela influência mística de suas culturas; os jardins 
japoneses de forma geral apresentam poucas plantas, mas extremamente ornamentais, dentre 
elas bambus, azaleias, camélias, íris, glicínias, tuias, cerejeira-do-Japão. Os jardins chineses 
apresentam vegetação heterogênea estrategicamente posicionada em locais simbólicos 
(NIEMEYER, 2019). 
 
 
Figura 2.4 - Jardim japonês 
Fonte: pr2is / 123RF. 
Conhecer os estilos de jardim existentes e suas composições (tanto vegetais quanto de 
elementos arquitetônicos) é de grande valia na elaboração de projetos, visto que as 
peculiaridades podem ser replicadas e combinadas de forma a atingir os objetivos solicitados 
pelos clientes. 
 
Estilos e Espécies Vegetais 
Os jardins egípcios, gregos, romanos, persas, italianos e franceses são classificados como 
formais. Vejamos a seguir algumas de suas características principais quanto à vegetação 
(PETRY, 2014; GALHEGO, 2017): 
 
praticar 
Vamos Praticar 
Leia o trecho a seguir: 
 
“[...] palavra que os historiadores modernos restringiram para designar a poda pitoresca de 
arbustos.Na verdade, essa poda foi inventada e praticada pelos jardineiros romanos para 
substituir e popularizar o uso das estátuas [...] Para essa arte, os romanos utilizavam ciprestes, 
buxos e loro-anão”. 
 
STRINGHETA, Â. C. O.; COELHO, L. L. Plantas ornamentais e paisagismo: a história da arte dos 
jardins. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2014. p. 19. 
 
Nesse contexto, assinale a alternativa que indica a denominação do tipo de poda que surgiu 
nos jardins romanos. 
 
a) Tapis vert. 
b) Rond-points. 
c) Rinceau. 
d) Parterre. 
e) Topiaria. 
indicações 
Material Complementar 
 
LIVRO 
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos 
Embrapa 
 
Editora: Embrapa 
 
ISBN: 978-85-7035-817-2 
 
Comentário: livro técnico que aborda o sistema taxonômico de solos: conceitos básicos e 
nomenclaturas, horizontes diagnósticos, níveis categóricos. Com sua leitura é possível 
aprofundar os conhecimentos acerca dos tipos de solos brasileiros, suas características 
morfológicas e físico-químicas. 
 
FILME 
Uma beleza fantástica 
Ano: 2016 
 
Comentário: o filme conta a história de Bella Brown, uma jovem extremamente perfeccionista 
e cheia de manias. Bella é escritora, inquilina em uma casa com um grande jardim, mas devido 
sua aversão a plantas e à natureza, o mantinha abandonado. Quando o proprietário da casa 
descobriu a situação em que o local se encontrava, Bella foi ameaçada de despejo. Para evitar, 
foi obrigada a recuperar o jardim com auxílio de seu vizinho que entendia do assunto. Você irá 
se surpreender com o resultado final. Envolto por romance, o filme mostra a composição de 
um jardim residencial, tipos e espécies vegetais, atividades de plantio e manutenção. Uma bela 
inspiração para futuros projetos. 
 
Para conhecer mais sobre o filme, acesse o trailer, disponível em: 
 
TRAILER 
conclusão 
Conclusão 
Prezado(a), chegamos ao fim de mais uma unidade. Fazendo uma recapitulação do conteúdo 
abordado, podemos afirmar que você foi capaz de desenvolver diversas competências acerca 
do assunto. 
 
Na primeira seção, foram trazidos à tona conhecimentos sobre os diversos tipos de solo 
existentes, bem como as etapas de análises que precedem as recomendações de correção e 
adubação. Também foram identificadas as principais pragas que atacam os jardins e os 
métodos de combate possíveis. 
 
Na segunda e terceira seções foram elucidados conceitos técnicos acerca da luminosidade e 
drenagem de áreas ajardinadas, que norteiam a escolha de espécies para composição vegetal 
e os cuidados necessários ao bom desenvolvimento. 
 
Por último, mas não menos importante, você pôde conhecer os diferentes tipos de jardins, 
formais e informais, seus estilos e vegetação característica. 
 
referências 
Referências Bibliográficas 
CONCEIÇÃO, M. A. F. Irrigação: sistemas e manejo. Embrapa Uva e Vinho. Sistema de 
Produção, dez. 2005. ISSN 1678-8761. Disponível em: 
https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvasSemSementes/irrigaca
o.htm. Acesso em: 23 dez. 2019. 
 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (Embrapa). Uvas sem sementes. Irrigação 
Sistema de Produção. Embrapa Uva e Vinho, 2005. ISSN 1678-8761. 
 
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NIEMEYER, C. A. da C. Paisagismo no planejamento arquitetônico. 3. ed. Uberlândia: EDUFU, 
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PAIVA, P. D. O. Paisagismo: conceitos e aplicações. Lavras: Editora UFLA, 2008. 608 p. 
 
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RIBEIRO, W. L. Jardim e jardinagem. Brasília: MATER-DF/EMBRAPA-SPI, 1994. 
 
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SENAR/AR-GO – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL DE GOIÁS. Cultivo e Produção 
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STRINGHETA, Â. C. O.; COELHO, L. L. Plantas ornamentais e paisagismo: a história da arte dos 
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