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INTERIORES JARDINS: PLANEJAMENTO, INFRAESTRUTURA E PLANTIO Autor: Drª. Tamara Zamadei Revisor: Fernanda Delmutte de Andrade INICIAR introdução Introdução Nesta unidade, aprenderemos como atuar no planejamento, implantação e manutenção de um jardim. De início, serão apresentados conceitos sobre o solo – tipos e análises, que irão nortear práticas como a adubação. Posteriormente, veremos como a luminosidade do ambiente influencia a escolha das espécies vegetais que irão compor o jardim. Para isso, deverão ficar claras as categorias de plantas: pleno sol, meia sombra e sombra e suas necessidades. Além disso, também serão apresentadas dicas quanto à iluminação artificial da área ajardinada. Além da luz, fator essencial ao desenvolvimento das plantas, serão abordados pontos importantes relacionados à água. Dentre eles, os relativos à infraestrutura do projeto: drenagem e irrigação. Por fim, serão estudados os jardins formais e informais, principais estilos e composição vegetal característica. Tipos de Solo O solo é a base para a implantação do jardim, seja externo ou interno, suspenso ou não. É o material a ser ajustado e trabalhado para que forneça as melhores condições de desenvolvimento às espécies vegetais escolhidas. Nesse contexto, você sabia que existem diferentes tipos de solo classificados por ordem, subordem, e assim por diante? A partir de observações morfológicas em campo e análises laboratoriais de propriedades físicas, químicas e mineralógicas, um solo pode ser classificado de acordo com um sistema previamente estabelecido. Contudo, no Brasil, utiliza-se o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Por ter dimensões continentais, o Brasil apresenta muitas variedades de solos, com diferentes denominações, que podem ser: argissolos, cambissolos, chernossolos, espodossolos, gleissolos, latossolos, luvissolos, neossolos, nitossolos, organossolos, planossolos, plintossolos, vertissolos. Cada um desses tipos com características próprias de constituição. Frente às diferentes condições edáficas que podem ser encontradas no momento de planejamento e implantação de um jardim, são necessários conhecimentos em manejo e preparo de solos para torná-los aptos ao bom desenvolvimento das plantas. Análise e Ajustes Inicialmente, o levantamento topográfico irá mapear a superfície do terreno, identificando suas características e orientando as decisões subsequentes de manejo do solo. Essa etapa é imprescindível a qualquer obra, porém é mais utilizada quando se trata de um projeto de grande escala. No caso do jardinismo de interiores, normalmente os espaços são reduzidos, e essa etapa já foi realizada previamente na implantação da área construída. De qualquer forma, o levantamento fornece informações essenciais à execução do projeto, como o tamanho da área e desníveis, orientando se deve haver interferências (ex.: cortes ou aterros) conforme as necessidades do jardim. E quanto ao manejo do solo, você sabe do que se trata? O manejo consiste no conjunto de atividades definidas e aplicadas ao solo para torná-lo apto ao plantio. A seguir, veremos algumas das práticas principais e essenciais ao sucesso do projeto. Analisar o solo consiste em identificar suas características físico-químicas, fertilidade e disponibilidade de nutrientes, a fim de corrigi-lo por meio do uso de corretivos e adubos. Tais características influenciam no desenvolvimento vegetal e na drenagem do solo. Para tal, é necessário que se faça amostragem, análise química e posterior interpretação dos dados. Além disso, alguns elementos químicos, quando em excesso, podem causar toxicidade à planta e limitar seu crescimento. Para que haja o bom desenvolvimento vegetal, o solo precisa estar equilibrado, com níveis adequados de nutrientes, pH e elementos químicos. Para tal, conforme análise previamente realizada, pode ser que se faça necessária correção através de práticas de calagem e gessagem: Calagem: prática agrícola responsável pela correção da acidez do solo, neutralização do alumínio tóxico e do manganês, aumento na disponibilidade de cálcio, fósforo e magnésio, a melhoria da estrutura do solo e a atividade microbiana. Gessagem: embora não tenha efeito de correção da acidez do solo, o gesso agrícola disponibiliza cálcio e enxofre, neutralizando a ação do alumínio tóxico no solo. Além disso, carrega nutrientes para as camadas mais profundas do solo, promovendo o condicionamento do perfil do solo (SENAR/AR-GO, 2018, p. 68-76). Um solo pode ser considerado fértil quando fornece todos os nutrientes essenciais às plantas e podem ser divididos em macro e micronutrientes. Os macronutrientes são imprescindíveis ao desenvolvimento vegetal: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S). Necessários em menores quantidades, mas tão importantes quanto, são os micronutrientes: ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn), boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu) e molibdênio (Mo). Sendo assim, vejamos algumas das principais funções dos macronutrientes no desenvolvimento vegetal: Nitrogênio - É o nutriente responsável pelo crescimento das plantas. Promove a formação das proteínas que fazem parte do tecido vegetal. Fósforo - Estimula o crescimento das raízes e contribui na formação de frutos e sementes. É Importante no processo de respiração das plantas. Potássio - Provoca o espessamento dos tecidos, dando às plantas maior resistência às doenças e à falta temporária de água. Cálcio - Faz parte da parede celular das plantas. É Importante para o desenvolvimento das raízes - se não há cálcio no solo as raízes não se aprofundam. Serve como transporte para diversos outros elementos na planta. Magnésio - Entra na composição da clorofila - responsável pela captação de energia solar para a função da fotossíntese (RIBEIRO, 1994, p. 15). Adubação e Pragas Em caso de deficiência de nutrientes, realiza-se a adubação química do solo, que consiste na aplicação de fertilizantes inorgânicos ou minerais conforme a necessidade nutricional das plantas. Esses fertilizantes apresentam-se na forma de fertilizantes ou adubos minerais simples (nitrogenados, fosfatados, potássicos) ou mistos. O NPK (Nitrogênio-Fósforo-Potássio) é um dos fertilizantes mistos mais conhecidos, é composto de nitrogênio, fósforo e potássio, pode ser encontrado em diferentes formulações que influenciam na dosagem a ser utilizada. Geralmente, aplica-se em torno de 100 g/m², em gramados (repetição a cada 90 dias), 150 g/m² para canteiros de flores (a cada 30 dias), 100 g por arbusto ou planta ornamental (a cada 45 dias) e 200 g por árvore (a cada 60 dias), contudo, em vasos costuma-se utilizar fertilizantes líquidos (NIEMEYER, 2019). Para nutrição das plantas também pode ser empregue adubação orgânica, pois é mais barata e sustentável. Os adubos orgânicos são constituídos de resíduos animais ou vegetais, como biofertilizantes, esterco, camas de aves, cinzas, vinhaça, serragem, bagaço, adubo verde. Dentre as vantagens da adubação orgânica, pode-se citar: aumento da capacidade de infiltração da água no solo, favorecimento da proliferação de microorganismos benéficos, melhoria da disponibilidade de nutrientes, redução de custos e aumento da sustentabilidade (SENAR/AR-GO, 2018). Simões et al. (2002, p. 10-11) orientam o preparo do composto orgânico: 1. Amontoar o material vegetal em pilhas de seção trapezoidal, intercalando uma camada de restos vegetais com uma fina camada de material inoculante (esterco), tendo-se o cuidado de molhar cada camada. A pilha deve apresentar cerca de 3,0 m largura na base inferior, 1,5 m de altura e comprimento variável, de acordo com a disponibilidade de material. 2. Manter o material sempre úmido, molhando-o pelo menos uma vez por semana. 3. A cada 15-20 dias, picar erevolver o material formando uma nova pilha. 4. Aos noventa dias aproximadamente, o material estará curtido e transformado em matéria orgânica. O produto final deve ter a cor escura, ser rico em húmus, moldável quando apertado entre as mãos, cheiro de terra e temperatura baixa no interior do monte. Além dos cuidados com a fertilidade do solo, deve-se atentar às pragas que influenciam tanto quanto, ou mais, no desenvolvimento sadio das plantas, especialmente das mudas. Nesse contexto, as principais pragas de jardim são os insetos e moluscos, os besouros costumam atacar raízes e galhos, chegando a cortar troncos; lesmas e caramujos se alimentam de folhas, flores e caules; lagartas e formigas cortam folhas, hastes e flores; pulgões e cochonilhas sugam a seiva, podendo transmitir doenças (RIBEIRO, 1994). Figura 2.1 - Lagarta alimentando-se de folha Fonte: Ivan Sanek / 123RF. O controle de pragas pode ser realizado de diferentes métodos: controle mecânico, cultural, biológico ou químico. O controle mecânico consiste na retirada manual das pragas, podendo ser realizado com o auxílio de armadilhas. Essa forma é indicada para áreas pequenas, como jardins residenciais. O controle cultural, como o próprio nome diz, envolve ações diretas na própria cultura, como rotação de plantas no canteiro. Já o controle biológico consiste no combate através de inimigos naturais, e por fim, o químico faz uso de inseticidas, lesmicidas e iscas (GALHEGO, 2017). saiba mais Saiba mais Você sabia que é possível utilizar o controle biológico em jardins? Nessas áreas podem-se combater pragas como cochonilhas e pulgões com o uso de joaninhas. Isso mesmo, aquele inseto simpático na realidade é um grande predador. A prefeitura de Belo Horizonte deu início este ano à produção de joaninhas em uma biofábrica no Parque das Mangabeiras, para controle biológico de ambientes públicos, e também serão doadas à população. Assista ao vídeo a seguir e saiba mais detalhes. ASSISTIR praticar Vamos Praticar Dentre as principais pragas de jardim estão os insetos, aracnídeos e moluscos. Esses animais pequenos e indefesos são responsáveis por ataques às espécies vegetais, danificando as partes estruturais das plantas, podendo transmitir doenças e até mesmo provocar a morte. Considerando as formas de combate a essas pragas, temos o controle cultural. Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta um exemplo de prática correspondente a este método. a) Aplicação de bioinseticidas. b) Destruição de restos vegetais, como folhas e galhos. c) Utilização de produtos químicos. d) Introdução de inimigos naturais, como outros insetos predadores. e) Emprego de armadilhas para catação manual. Luz Dentre os aspectos importantes a serem considerados durante o planejamento e implantação de um jardim, está a iluminação. A luz, tanto natural quanto artificial, influencia na disposição dos elementos de projeto, principalmente da vegetação. Sendo assim, vejamos, no conteúdo a seguir, alguns aspectos importantes sobre o assunto. Luminosidade Com relação à luz, há três aspectos que influenciam no desenvolvimento vegetal: quantidade (horas), intensidade e espectro. A luminosidade influencia diretamente a escolha e disposição das plantas em um jardim, conforme a necessidade/tolerância de luz solar, as espécies podem ser cultivadas em pleno sol, meia sombra ou sombra. De acordo com Paiva (2008, p. 435), “plantas de sol são aquelas que necessitam de uma intensidade luminosa para a realização da fotossíntese entre 50.000 a 100.000 lux; plantas de meia sombra até 20.000 lux e plantas de sombra apenas 5.000 lux”. Sendo assim, confira no quadro 2.1 a relação de alguns arbustos e herbáceas ornamentais classificados de acordo com a luminosidade. Nome popular Nome científico Hábito Porte até Luminosidade Hortênsia Hydrangea macrophylla arbusto 1,5 m pleno sol Lantana Lantana camara arbusto 1,5 m pleno sol Brinco de princesa Fucsia sp arbusto 2 m meia sombra Dracena Dracaena spp arbusto 5 m meia sombra Beijinho Impatiens balsamina herbácea 0,60 m sombra Grama preta anã Ophiopogon japonicus ‘nana’ herbácea 0,10 m sombra Copo de leite Zantedeschia aeothipica herbácea 0,60 m pleno sol Gerânio Pelargonium x hortorum herbácea 0,60 m pleno sol Quadro 2.1 - Arbustos e herbáceas ornamentais. Fonte: Adaptado de Petry (2014). No caso de jardins internos, a faixa de luminosidade irá condicionar a escolha das espécies vegetais. Segundo Niemeyer (2019), a faixa de pleno sol é indicada para o plantio de espécies floríferas, a faixa de meia sombra é ideal para folhagens tropicais, já a área sombreada é inadequada para flores e folhas variegadas (aquelas que possuem mais de uma cor ou tom). Efeitos Além de influir na escolha e arranjo das espécies vegetais, a luz pode ser empregada para criar efeitos visuais. A iluminação dos elementos por luz natural ou artificial valoriza o jardim e realça sua composição. Para tal, faz-se uso de postes, luminárias, refletores, de forma geral ou direcionada aos elementos. Diz-se que a iluminação é cênica quando a luz é projetada nos elementos, assumindo interesse decorativo. Esse tipo de iluminação permite destacar plantas e elementos arquitetônicos, proporcionando sensações não percebidas à luz natural (NIEMEYER, 2019). Figura 2.2 - Iluminação cênica em jardim Fonte: Kevin McCarthy / 123RF. As características morfológicas das plantas que compõem o jardim podem ser empregadas no planejamento da iluminação. “O projeto luminotécnico deve analisar a diferença de tamanho, volumes, cores e texturas para gerar o efeito desejado” (GALHEGO, 2017, p. 134). Ainda nesse contexto, vejamos algumas dicas de Niemeyer para composição vegetação x iluminação (NIEMEYER, 2019, p. 55): ● Lâmpadas coloridas afetam a percepção cromática, acentuando cores iguais às delas e distorcendo as contrárias. Na iluminação cênica, é fundamental conhecer tais efeitos; ● Cores fortes, como o vermelho, são ressaltadas sob luz intensa. Já as cores suaves, como as azuis, por exemplo, ou as pastéis, parecem desbotadas devendo ser utilizadas em áreas com menos intensidade de luz; ● Flores brancas “desaparecem” sob luz solar intensa, mas ganham vida sob luz difusa, como aquela que incide em interiores; ● Flores amarelas ou laranjas ganham destaque sob a luz dourada do entardecer. Além do apelo estético, a iluminação também possui funcionalidades. Para orientação de seus usuários, luminárias podem ser instaladas no chão ou em postes ao longo dos caminhos. Quando posicionadas de forma estratégica no mobiliário, têm o intuito de favorecer as atividades ali desenvolvidas, como, por exemplo, a leitura. No caso de jardins internos, também é possível trabalhar diferentes efeitos de luz por meio do uso de telhas translúcidas ou transparentes, criando áreas de iluminação natural sem a existência de aberturas propriamente ditas. praticar Vamos Praticar Leia o trecho a seguir: “São aquelas que, para se desenvolverem bem, necessitam de pelo menos 6 horas de exposição direta ao sol. Nesse grupo podem ser enquadradas as flores anuais, que dão um colorido especial ao jardim”. RIBEIRO, W. L. Jardim e jardinagem. Brasília: EMATER-DF/EMBRAPA-SPI, 1994. p. 42. Considerando a citação apresentada, assinale a alternativa correspondente ao tipo de planta (classificação de tolerância à luminosidade) a que se refere o trecho em destaque. a) Pleno sol. b) Sombra. c) Dias curtos. d) Meia sombra. e) Dias longos. Infraestrutura Durante o planejamento de um jardim, deve-se contemplar que a infraestrutura do projeto, energia e água, na maioria das vezes, são essenciais. Nesse contexto, estamos falando da água que será utilizada para irrigação e fornecida aos demais elementos como espelhos d’água, fontes, chafarizes.Ainda durante as etapas iniciais, é fundamental a observação das condições do terreno quanto à drenagem. Caso seja necessário ao projeto, deve-se implementar sistemas de drenagem e irrigação. Água e Drenagem A água é elemento fundamental na manutenção de um jardim, contudo, a drenagem na área ajardinada irá depender do solo e sua capacidade de infiltração. Como esses espaços são irrigados constantemente, deve ser dada uma atenção redobrada à drenagem do terreno. Caso ocorra escoamento superficial, é indispensável a instalação de um sistema de drenagem. Para drenagem no caso de jardins residenciais, podem ser instalados sistemas que utilizam canos e calhas subterrâneas, ligadas a um dreno principal; ou mesmo canais com grelhas. O emprego de elementos naturais, como pedras, também favorecem a infiltração. Em vasos ou jardineiras, camadas de pedras e areia são intercaladas com a terra para evitar o acúmulo de água no substrato. Os próprios jardins podem ser utilizados como artifícios para melhorar a drenagem em áreas urbanas. Os chamados “jardins de chuva” são sistemas de biorretenção, áreas verdes propositalmente criadas em regiões impermeabilizadas para captar e infiltrar a água pluvial. Irrigação e Materiais Em áreas vegetadas, o excesso de água é um problema, mas a sua falta também. É essencial que as plantas tenham sempre quantidade de água suficiente disponível para o pleno desenvolvimento. No caso de ausência de chuvas, deve-se fornecer água regando a vegetação. Além do método manual, a irrigação em jardins pode ser realizada de forma automatizada por aspersão, microaspersão ou gotejamento. A aspersão é comum e muito utilizada em áreas grandes e abertas, pois “é uma técnica que visa suprir a demanda hídrica da cultura pelo fracionamento de um jato de água em gotas lançadas sobre a superfície do terreno, simulando uma chuva intensa e uniforme” (SILVA et al., 2012, p. 4). Figura 2.3 - Sistema de irrigação de jardim por aspersão. Fonte: Михаил Павленко / 123RF. A microaspersão e o gotejamento são sistemas de irrigação localizada, nos quais pequenas áreas recebem aplicação de água, em intensidade mais suave. Esses métodos são mais eficientes quando comparados à aspersão, visto que ocorrem menos perdas por evaporação e arraste (vento). Ainda visando à redução no desperdício de água, podem ser empregados controladores de vazão e periodicidade de rega. Na microaspersão, a aplicação de água é realizada por microaspersores, que espalham gotículas de água a pequenas distâncias, sendo normalmente posicionados a cada duas plantas. Já no sistema de irrigação por gotejamento, utilizam-se gotejadores dentro ou conectados em uma mangueira, que aplicam baixas vazões com altas frequências (CONCEIÇÃO, 2005). praticar Vamos Praticar Para que ocorra o bom desenvolvimento da planta, devem-se observar suas necessidades fisiológicas, quanto à luminosidade e disponibilidade de água. Em locais muito secos, ou que apresentam épocas de estiagem, deve ser realizada a rega manual ou automatizada dos jardins para que as espécies vegetais cresçam de forma saudável e plena. Dentre os tipos de irrigação automatizada estão a aspersão, microaspersão e gotejamento. Nesse contexto, assinale a alternativa que descreve, corretamente, o sistema de gotejamento. a) Alta pressão e longo alcance, recomendado para irrigação de grandes áreas. b) Irrigação localizada, realizada por emissores que lançam gotículas de água em alta pressão a curtas distâncias. c) Sistema de irrigação de baixa vazão, realizado por borbulhadores instalados no chão. d) Método de irrigação que aplica água de forma pontual, através de tubos perfurados ou emissores conectados a mangueiras. e) Sistema de rega manual, utilizado principalmente em pequenas áreas e/ou vasos. Composição Paisagística Na composição paisagística, faz-se necessário o uso de diferentes elementos, com significados ou influências culturais e/ou religiosas, a fim de valorizar o espaço. Sendo assim, princípios estéticos, como ritmo e simetria, são empregados para compor um ambiente agradável, que condiga com os fins propostos. Jardins Informais e Formais Os denominados jardins formais são caracterizados pela rigidez, arranjos e composições simétricas e geométricas. O uso de topiarias e formas retilíneas é característico desse estilo, conhecido por seus padrões clássicos; um exemplo são os jardins franceses, considerados os mais formais. Com isso, os jardins desse estilo são compostos de elementos como a água, que é essencial, pode ser utilizada em fontes, espelhos d’água e lagos. Além disso, também compõem esses cenários, galerias com desenhos complexos, grandes vasos e cachepôs (GALHEGO, 2017). Os jardins informais têm como pressuposto imitar a natureza, pois seus contornos são curvilíneos, os elementos são arranjados de forma assimétrica, evitam-se formas geométricas. Preconizam “a aproximação do homem à natureza e a negação do elemento ordenado” (NIEMEYER, 2019, p. 22). reflita Reflita Caso o objetivo de um projeto seja criar um jardim formal, como os elementos podem ser dispostos e arranjados para ir ao encontro do que preconizam os princípios estéticos característicos desse estilo? Imagine como você iria criar as composições no espaço, quais artifícios utilizaria para torná-lo clássico. Estilos e Espécies Vegetais Os jardins egípcios, gregos, romanos, persas, italianos e franceses são classificados como formais. Vejamos a seguir algumas de suas características principais quanto à vegetação (PETRY, 2014; GALHEGO, 2017): Jardins egípcios emprego frequente de palmeiras ornamentais e plantas aquáticas. Com objetivos funcionais, também eram cultivadas espécies frutíferas e leguminosas; Jardins gregos dedicados aos deuses, apresentavam vegetação virgem (sem intervenção humana), também com o cultivo de caráter funcional como nos egípcios; Jardins romanos vegetação marcada pela topiaria - poda ornamental - em plantas como buxinho (Buxus sempervirens), teixo (Taxus baccata) e louro (Laurus nobilis). Cultivavam-se pomares, hortas e roseiras. Os bosques eram formados por árvores e plantas de médio porte; Jardins persas arranjo da vegetação sob jogo de luzes e sombras; utilização de grandes palmeiras e árvores; jardins suspensos; cultivo de hortas e pomares; Jardins italianos a cor predominante é o verde; marcado por gramados e topiarias, plantas frutíferas e flores; Jardins franceses emprego de gramados com função de tapete verde, sem serem pisoteados (tapis vert); cercas- vivas; plantas em vasos. Como exemplos do estilo informal, podem-se citar os jardins chineses, japoneses e ingleses. Os estilos orientais são caracterizados pela influência mística de suas culturas; os jardins japoneses de forma geral apresentam poucas plantas, mas extremamente ornamentais, dentre elas bambus, azaleias, camélias, íris, glicínias, tuias, cerejeira-do-Japão. Os jardins chineses apresentam vegetação heterogênea estrategicamente posicionada em locais simbólicos (NIEMEYER, 2019). Figura 2.4 - Jardim japonês Fonte: pr2is / 123RF. Conhecer os estilos de jardim existentes e suas composições (tanto vegetais quanto de elementos arquitetônicos) é de grande valia na elaboração de projetos, visto que as peculiaridades podem ser replicadas e combinadas de forma a atingir os objetivos solicitados pelos clientes. Estilos e Espécies Vegetais Os jardins egípcios, gregos, romanos, persas, italianos e franceses são classificados como formais. Vejamos a seguir algumas de suas características principais quanto à vegetação (PETRY, 2014; GALHEGO, 2017): praticar Vamos Praticar Leia o trecho a seguir: “[...] palavra que os historiadores modernos restringiram para designar a poda pitoresca de arbustos.Na verdade, essa poda foi inventada e praticada pelos jardineiros romanos para substituir e popularizar o uso das estátuas [...] Para essa arte, os romanos utilizavam ciprestes, buxos e loro-anão”. STRINGHETA, Â. C. O.; COELHO, L. L. Plantas ornamentais e paisagismo: a história da arte dos jardins. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2014. p. 19. Nesse contexto, assinale a alternativa que indica a denominação do tipo de poda que surgiu nos jardins romanos. a) Tapis vert. b) Rond-points. c) Rinceau. d) Parterre. e) Topiaria. indicações Material Complementar LIVRO Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Embrapa Editora: Embrapa ISBN: 978-85-7035-817-2 Comentário: livro técnico que aborda o sistema taxonômico de solos: conceitos básicos e nomenclaturas, horizontes diagnósticos, níveis categóricos. Com sua leitura é possível aprofundar os conhecimentos acerca dos tipos de solos brasileiros, suas características morfológicas e físico-químicas. FILME Uma beleza fantástica Ano: 2016 Comentário: o filme conta a história de Bella Brown, uma jovem extremamente perfeccionista e cheia de manias. Bella é escritora, inquilina em uma casa com um grande jardim, mas devido sua aversão a plantas e à natureza, o mantinha abandonado. Quando o proprietário da casa descobriu a situação em que o local se encontrava, Bella foi ameaçada de despejo. Para evitar, foi obrigada a recuperar o jardim com auxílio de seu vizinho que entendia do assunto. Você irá se surpreender com o resultado final. Envolto por romance, o filme mostra a composição de um jardim residencial, tipos e espécies vegetais, atividades de plantio e manutenção. Uma bela inspiração para futuros projetos. Para conhecer mais sobre o filme, acesse o trailer, disponível em: TRAILER conclusão Conclusão Prezado(a), chegamos ao fim de mais uma unidade. Fazendo uma recapitulação do conteúdo abordado, podemos afirmar que você foi capaz de desenvolver diversas competências acerca do assunto. Na primeira seção, foram trazidos à tona conhecimentos sobre os diversos tipos de solo existentes, bem como as etapas de análises que precedem as recomendações de correção e adubação. Também foram identificadas as principais pragas que atacam os jardins e os métodos de combate possíveis. Na segunda e terceira seções foram elucidados conceitos técnicos acerca da luminosidade e drenagem de áreas ajardinadas, que norteiam a escolha de espécies para composição vegetal e os cuidados necessários ao bom desenvolvimento. Por último, mas não menos importante, você pôde conhecer os diferentes tipos de jardins, formais e informais, seus estilos e vegetação característica. referências Referências Bibliográficas CONCEIÇÃO, M. A. F. Irrigação: sistemas e manejo. Embrapa Uva e Vinho. Sistema de Produção, dez. 2005. ISSN 1678-8761. Disponível em: https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvasSemSementes/irrigaca o.htm. Acesso em: 23 dez. 2019. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (Embrapa). Uvas sem sementes. Irrigação Sistema de Produção. Embrapa Uva e Vinho, 2005. ISSN 1678-8761. GALHEGO, A. de A. Paisagismo: floricultura, parques e jardins. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. NIEMEYER, C. A. da C. Paisagismo no planejamento arquitetônico. 3. ed. Uberlândia: EDUFU, 2019. PAIVA, P. D. O. Paisagismo: conceitos e aplicações. Lavras: Editora UFLA, 2008. 608 p. PETRY, C. Paisagens e Paisagismo: do apreciar ao fazer e usufruir. Passo Fundo, RS: Ed. Universidade de Passo Fundo, 2014. RIBEIRO, W. L. Jardim e jardinagem. Brasília: MATER-DF/EMBRAPA-SPI, 1994. SILVA, D. G. da et al. Irrigação por aspersão. Programa Rio Rural: manual técnico 33. Niterói: Programa Rio Rural, 2012. SIMÕES, F. C. et al. Noções Básicas de Jardinagem. Boletim técnico. Lavras: UFLA, 2002. SENAR/AR-GO – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL DE GOIÁS. Cultivo e Produção de Cana-de-açúcar. Goiânia: SENAR/AR-GO, 2018. STRINGHETA, Â. C. O.; COELHO, L. L. Plantas ornamentais e paisagismo: a história da arte dos jardins. Viçosa: Ed. UFV, 2014.
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