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Prévia do material em texto

Floricultura
Prof.ª Ana Paula Alves Barreto Damasceno
Paisagismo e
Indaial – 2022
1a Edição
Elaboração:
Prof.ª Ana Paula Alves Barreto Damasceno
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. DAMASCENO, Ana Paula Alves Barreto.
Paisagismo e Floricultura. Ana Paula Alves Barreto Damasceno. Indaial - SC: 
UNIASSELVI, 2022.
204p.
ISBN 978-85-515-0579-3
ISBN Digital 978-85-515-0573-1
“Graduação - EaD”.
1. Paisagismo 2. Floricultura 3. Produção 
CDD 635.9
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Caro acadêmico!
O desenvolvimento de uma atividade começa por conhecê-la e assim descobrir 
as possibilidades que essa atividade pode proporcionar. Com este livro didático iremos 
conhecer como funciona o setor de paisagismo e floricultura. Neste livro, vamos ver ainda 
que o desenvolvimento desta atividade depende de vários fatores, entre eles conhecer 
as necessidades das plantas e as preferências pessoais do consumidor. Flores e plantas 
ornamentais fazem parte de um grupo que possui suas próprias especificidades e por 
isso é preciso compreendê-las para aumentar as possibilidades.
Na Unidade 1, vamos conhecer os aspectos relacionados ao cultivo das flores 
e das plantas ornamentais. Quais as estruturas necessárias para sua produção, quais as 
principais espécies, quais as questões envolvidas que podem afetar o produto final e 
como evitar esses problemas e o que é necessário observar por quem deseja entrar 
nessa cadeia produtiva. 
Na Unidade 2, iremos conhecer os principais aspectos relacionados à atividade do 
paisagismo, quais as etapas do processo paisagístico, os elementos que compõem um 
projeto, os estilos que foram desenvolvidos durante diversos períodos da história e qual 
a sua importância no meio social.
Na Unidade 3, veremos a importância e a necessidade de parques e jardins, como 
deve ser realizada sua implantação e manutenção para que tenha um impacto positivo na 
vida da população urbana e como a arborização influencia o espaço urbano de forma a 
proporcionar bem-estar nas cidades.
Bons estudos!
Ana Paula Alves Barreto Damasceno
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
QR CODE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À FLORICULTURA ......................................................1
TÓPICO 1 — ASPECTOS ECONÔMICOS E PERSPECTIVAS DO MERCADO 
DE FLORES........................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 SITUAÇÃO DA FLORICULTURA NO CONTEXTO MUNDIAL E NACIONAL ...........4
3 IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE NO BRASIL ......................................................... 5
4 CADEIA PRODUTIVA DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS ......................... 5
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................ 9
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 10
TÓPICO 2 — CULTIVO E MANEJO DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS ....... 13
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
2 ÁREA DE PRODUÇÃO EM FLORICULTURA ....................................................... 13
2.1 SISTEMA DE PRODUÇÃO A CAMPO ABERTO ...............................................................14
2.2 SISTEMA DE PRODUÇÃO COM TELA DE SOMBREAMENTO ....................................14
2.3 SISTEMA DE PRODUÇÃO EM AMBIENTE PROTEGIDO ..............................................16
3 TIPOS DE SUBSTRATOS PARA AS PLANTAS ................................................... 18
4 ADUBAÇÃO .........................................................................................................23
5 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO .................................................................................26
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................29
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................30
TÓPICO 3 — FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS ...............................................33
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................33
2 PRINCIPAIS CULTURAS DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS ..................33
3 CONCEITOS SOBRE PROPAGAÇÃO ..................................................................39
3.1 PROPAGAÇÃO SEXUADA .................................................................................................39
3.2 PROPAGAÇÃO ASSEXUADA ............................................................................................41
3.2.1 Estaquia ...................................................................................................................... 42
3.2.2 Mergulhia ...................................................................................................................44
3.2.3 Alporquia ....................................................................................................................45
3.2.4 Enxertia ......................................................................................................................45
3.2.5 Micropropagação .....................................................................................................46
4 PRAGAS E DOENÇAS QUE AFETAM OS CULTIVOS ..........................................46
4.1 PRAGAS ................................................................................................................................46
4.2 CONTROLE DE PRAGAS .................................................................................................. 49
4.3 DOENÇAS ............................................................................................................................ 49
4.3.1 Doenças fúngicas .....................................................................................................51
 4.3.2 Doenças bacterianas ..............................................................................................54
4.3.3 Viroses ........................................................................................................................ 55
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................56
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 57
TÓPICO 4 — COLHEITA, PÓS-COLHEITA, ARMAZENAMENTO E 
COMERCIALIZAÇÃO .........................................................................59
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................59
2 ASPECTOS DA COLHEITA DE FLORES DE CORTE ............................................59
3 CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA .......................................................................62
4 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO COMERCIAL ................................................65
LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................68
RESUMO DO TÓPICO 4 .......................................................................................... 72
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 73
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 75
UNIDADE 2 — INTRODUÇÃO AO PAISAGISMO ..................................................... 77
TÓPICO 1 — IMPORTÂNCIA DO PAISAGISMO ....................................................... 79
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 79
2 CONCEITO E ATUAÇÃO ...................................................................................... 79
3 ATUAÇÃO ............................................................................................................80
4 ÁREAS VERDES .................................................................................................. 81
5 EVOLUÇÃO HISTÓRICA E ESTILOS DE JARDINS ............................................ 84
5.1 IDADE ANTIGA (3000 a.C. ATÉ 476 d.C.) ......................................................................85
5.2 IDADE MÉDIA (476 d.C. ATÉ 1453) ................................................................................. 87
5.3 IDADE MODERNA (1453 ATÉ 1789) ................................................................................ 87
5.4 IDADE CONTEMPORÂNEA (1789 ATÉ OS DIAS ATUAIS) ..........................................90
6 PAISAGISMO NO BRASIL ................................................................................... 91
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................92
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................93
TÓPICO 2 — ARQUITETURA PAISAGÍSTICA ........................................................95
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................95
2 ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO E ESTÉTICA ....................................................95
2.1 ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO NO JARDIM ............................................................. 95
2.1.1 Linha ............................................................................................................................. 96
2.1.2 Formas .........................................................................................................................97
2.1.3 Textura .........................................................................................................................98
2.1.4 Cor ................................................................................................................................ 99
2.2 ELEMENTOS DE TRABALHO PAISAGÍSTICO ............................................................. 102
2.2.1 Elementos naturais ................................................................................................ 103
2.2.2 Vegetação ................................................................................................................ 103
2.2.3 Animais..................................................................................................................... 105
2.2.4 Outros elementos naturais.................................................................................. 105
2.2.5 Elementos arquitetônicos ................................................................................... 106
2.2.6 Circulação e pisos ................................................................................................. 106
2.2.7 Construções do jardim ..........................................................................................107
2.3 PRINCÍPIOS DE ESTÉTICA ............................................................................................. 108
3 GRUPOS VEGETAIS ..........................................................................................109
3.1 ÁRVORES .............................................................................................................................111
3.2 CONÍFERAS ....................................................................................................................... 113
3.3 PALMEIRAS ....................................................................................................................... 114
3.4 TREPADEIRAS ................................................................................................................... 115
3.5 ARBUSTOS ......................................................................................................................... 116
3.6 HERBÁCEAS .......................................................................................................................117
3.7 FORRAÇÕES ...................................................................................................................... 119
3.8 PISOS VEGETAIS ............................................................................................................. 120
3.9 PLANTAS ATÍPICAS ......................................................................................................... 120
4 MACROPAISAGISMO E MICROPAISAGISMO ..................................................120
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................122
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 123
TÓPICO 3 — PROJETO PAISAGÍSTICO ............................................................... 125
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 125
2 TIPOLOGIAS: JARDINS, PARQUES E ESPAÇOS VERDES .............................. 125
3 ELABORAÇÃO DE PROJETOS .........................................................................128
4 ANTEPROJETO ................................................................................................ 129
5 PROJETO EXECUTIVO .....................................................................................130
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................133
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................138
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 139
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 141
UNIDADE 3 — VEGETAÇÃO NA PAISAGEM ........................................................143
TÓPICO 1 — PARQUES E JARDINS: ASPECTOS GERAIS ...................................145
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................145
2 PLANEJAMENTO .............................................................................................145
3 IMPLANTAÇÃO .................................................................................................149
3.1 ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO ........................................................................................... 154
4 MANEJO ........................................................................................................... 162
4.1 TÉCNICAS DE MANEJO .................................................................................................. 163
4.2 PODA .................................................................................................................................. 164
4.2.1 Reação das árvores à poda .................................................................................. 165
4.2.2 Tipos de podas ....................................................................................................... 166
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................168
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 169
TÓPICO 2 — ARBORIZAÇÃO URBANA .................................................................171
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................171
2 IMPORTÂNCIA ...................................................................................................171
3 CONFORTO AMBIENTAL .................................................................................. 173
4 CLASSIFICAÇÃO DA VEGETAÇÃO URBANA ................................................... 178
4.1 FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO DAS .............................................. 180
ÁRVORES INSERIDAS NO MEIO URBANO ........................................................................ 180
5 SELEÇÃO DE ESPÉCIES PARA ARBORIZAÇÃO URBANA .............................. 181
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................185
AUTOATIVIDADE .................................................................................................186
TÓPICO 3 — LEGISLAÇÃO ...................................................................................189
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................189
2 LEIS E NORMAS ................................................................................................189
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 195
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 199
AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 200
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 203
1
UNIDADE 1 — 
INTRODUÇÃO À 
FLORICULTURA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 conhecer	a	cadeia	produtiva	de	flores	e	plantas	ornamentais;
•	 compreender	os	aspectos	agronômicos	relevantes	das	espécies	vegetais	passíveis	
de	uso	em	projetos	paisagísticos;
•	 identificar	as	principais	espécies	ornamentais;
•	 reconhecer	 as	 técnicas	 de	 propagação,	 cultivo	 e	manejo	 de	 espécies	 de	 flores	 e	
plantas	ornamentais	de	maior	interesse	econômico;
•	 avaliar	os	aspectos	da	pós-colheita	de	flores	de	corte.
	 A	cada	tópico	desta	unidade	você	encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	
reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO 1 – ASPECTOS ECONÔMICOS E PERSPECTIVAS DO MERCADO DE FLORES
TÓPICO 2 – CULTIVO E MANEJO DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS
TÓPICO 3 – FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS
TÓPICO	4	–	 COLHEITA,	PÓS-COLHEITA,	ARMAZENAMENTO	E	COMERCIALIZAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
ASPECTOS ECONÔMICOS E PERSPECTIVAS 
DO MERCADO DE FLORES
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A	floricultura	é	o	ramo	da	agricultura	dedicado	ao	cultivo	comercial	de	flores	e	
plantas	ornamentais.	Por	seu	processo	produtivo	assemelhar-se	ao	de	plantas	hortícolas	
e	medicinais,	também	é	chamada	de	horticultura	ornamental.
Dentre	 os	 produtos	 comercializados	 temos	 as	 flores	 de	 corte,	 desidratadas,	
envasadas,	folhagens	de	corte,	de	interior,	mudas	de	jardins,	mudas	para	arborização	
urbana	e	gramados.
Essa	 é	 uma	 área	 de	 grande	 importância	 seja	 do	 ponto	 de	vista	 comercial	 e	
social.	A	diversidade	de	climas	e	solos	do	Brasil	contribui	para	a	expansão	do	setor	com	
o	cultivo	de	flores	e	plantas	ornamentais	diversas,	sejam	elas	nativas	ou	exóticas	que	
podem	ser	adaptadas.
Do	ponto	de	vista	social,	a	produção	de	flores	e	plantas	ornamentais	contribui	para	
a	melhor	distribuição	de	renda,	pois	os	números	alcançados	por	esse	mercado	atraem	os	
pequenos	produtores.
O	mercado	 de	flores	 e	 plantas	 ornamentais	 possui	 alta	 sazonalidade,	 atingindo	
picos	de	venda	em	datas	comemorativas	como	Dia	das	Mães,	Namorados	e	Finados,	no	
entanto,	ele	é	dinâmico,	pois	os	consumidores	estão	sempre	em	busca	de	novidades.
Para	melhor	classificar	os	segmentos	da	produção	de	flores	e	plantas	ornamentais	
no	Brasil,	utilizaremos	a	seguinte	divisão:	flores	de	corte,	flores	de	vaso,	sementes,	plantas	
de	interiores,	plantas	de	paisagismo	e	folhagens.
A	produção	de	plantas	ornamentais	é	uma	atividade	dinâmica,	para	a	qual	 se	
deve	estar	atento	tanto	aos	aspectos	fitossanitários	das	espécies	cultivadas,	preservando	
a	qualidade	e	a	estética	do	produto,	quanto	às	novas	tecnologias	que	surgem	e	que	
podem	ser	utilizadas	no	setor,	de	forma	a	se	manter	sempre	atualizado.
A	seguir	veremos	os	números	alcançados	por	este	setor.
4
2 SITUAÇÃO DA FLORICULTURA NO CONTEXTO MUNDIAL 
E NACIONAL
Estima-se	 que	 a	 área	 mundial	 plantada	 com	 flores	 e	 plantas	 ornamentais	
ultrapasse	1,7	milhões	de	hectares	e	que	movimentam	valores	acima	de	109	bilhões	de	
dólares.
As	 flores	 de	 corte	 (frescas	 e	 secas)	 representam	 o	 principal	 produto	 exportado,	
devido	às	exigências	sanitárias	que	restringem	a	exportação	de	plantas	com	raízes	e	solo.	
Em	2020,	o	comérciode	flores	de	corte	atingiu	valores	acima	de	8	bilhões	de	dólares.
A	 perspectiva	 de	 crescimento	 do	 setor	 de	floricultura	 e	 plantas	 ornamentais	
é	de	6,3%	até	2024.	 Isso	demonstra	o	quanto	esse	mercado	continua	em	ascensão,	
apesar	da	crise	do	COVID-19	no	período	de	2020-2021	que	reduziu	o	consumo.
Segundo	da	OEC	 (2022),	os	cinco	maiores	exportadores	mundiais	foram	Holanda	
(US$	4,01	bilhões),	Colômbia	(US$	1,42	bilhão),	Equador	(US$	835	milhões),	Quênia	(US$	596	
milhões)	e	Etiópia	(US$	191	milhões),	no	ano	de	2020.	E	os	cinco	maiores	importadores	
para	o	mesmo	ano	foram	Estados	Unidos	(US$	1,68	bilhão),	Alemanha	(US$	1,26	bilhão),	
Reino	Unido	(US$	832	milhões),	Holanda	(US$	830	milhões)	e	Rússia	(US$	559	milhões).
As	flores	mais	populares	no	comércio	global	são	rosas,	crisântemos,	tulipas	e	lírios.
No	 Brasil,	 a	 área	 ocupada	 pela	 floricultura	 representa	 cerca	 de	 15.600	 ha,	
onde	são	cultivadas	2.500	espécies	e	aproximadamente	17.500	variedades.	O	setor	é	
bilionário,	com	cifras	acima	de	R$10	bilhões,	segundo	dados	da	Ibraflor	(2022)	–	Instituto	
Brasileiro	de	Floricultura	–	responsável	por	representar	e	promover	a	cadeia	produtiva	da	
floricultura	no	país.
Entre	os	segmentos	do	setor	destacam-se	decoração,	autosserviço,	paisagismo	
e	floricultura	como	os	mais	lucrativos,	respondendo	por	cerca	de	88%	do	faturamento.	De	
toda	a	produção,	97,5%	é	absorvido	pelo	mercado	interno,	o	restante	é	exportado	para	
países	como	Estados	Unidos,	Uruguai	e	Holanda.
O	 Estado	 que	 mais	 produz	 flores	 no	 Brasil	 é	 São	 Paulo,	 seguido	 por	 Minas	
Gerais,	Ceará,	Rio	de	Janeiro	e	Rio	Grande	do	Sul.	Entre	as	espécies	destacam-se	rosas,	
crisântemos,	orquídeas,	kalanchoes	(flor	da	fortuna)	e	antúrios.
Assista a uma reportagem sobre o comércio de flores. Acesse o vídeo 
em: http://twixar.me/j0Mm
DICA
5
3 IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE NO BRASIL
O	setor	de	flores	e	plantas	ornamentais	apresenta-se	em	crescimento	constante,	
com	uma	geração	de	empregos	que	chega	a	209.000	pessoas	envolvidas.	O	modelo	
de	 produção	 segue	 o	 da	 agricultura	 familiar,	 uma	 vez	 que	 a	 maior	 parte	 das	 áreas	
produtoras	pertencem	a	pequenos	produtores.	O	tamanho	médio	das	propriedades	é	1,88	
ha.	Estima-se	que,	a	cada	hectare	cultivado	para	horticultura	ornamental	sejam	criados	
oito	empregos	diretos.
Segundo	Terra	e	Züge	(2013,	p.	2):
A	 função	 social	 da	 floricultura	 refere-se	 à	 utilização	 de	 pequenas	
propriedades	rurais,	que	muitas	vezes	são	consideradas	impróprias	
para	outras	atividades	agropecuárias,	sendo	uma	alternativa	para	o	
pequeno	produtor,	oferecendo	a	possibilidade	de	fixar	o	homem	do	
campo	à	zona	rural,	reduzindo	o	êxodo	rural,	assim	como	permite	que	
a	atividade	seja	familiar,	por	empregar	pessoas	de	ambos	os	sexos	e	
de	todas	as	idades.
Além	disso,	possui	alta	rentabilidade,	as	espécies	cultivadas	possuem	crescimento	
rápido	e	podem	ser	cultivadas	em	áreas	menores	do	que	aquelas	utilizadas	pela	agricultura	
alimentar.	 Os	 produtos	 têm	 faturamento	 superior	 àqueles	 alcançados	 por	 produtos	
alimentares,	e	isso	gera	uma	receita	significativa.
Também	 é	 uma	 atividade	 que	 atrai	 as	 mulheres,	 seja	 na	 produção	 ou	 na	
comercialização,	de	forma	a	se	tornar	a	atividade	principal	da	propriedade	ou	complementar	
a	renda	com	a	participação	das	mulheres	no	campo.
As	mulheres	são	mais	requeridas	na	área	de	cultivo	de	flores	por	ser	uma	atividade	
que	exige	maior	delicadeza,	principalmente,	na	colheita,	 já	que	se	trata	de	um	produto	
considerado	frágil,	e,	nesse	caso,	considera-se	que	as	mulheres	possuem	mais	tato.
4 CADEIA PRODUTIVA DE FLORES E PLANTAS 
ORNAMENTAIS
A	 cadeia	 produtiva	 constitui	 um	 ciclo	 que	 pode	 iniciar	 com	 a	 produção	
dos	 insumos	que	serão	utilizados	até	chegar	ao	produto	final.	É	composta	por	produtores,	
distribuidores,	varejistas	 e	 consumidores.	 Dessa	 forma,	 podemos	 dividir	 os	 aspectos	 da	
produção	em	três	elos:	antes	do	campo,	no	campo	e	depois	do	campo.
O	primeiro	elo,	antes	do	campo,	envolve	toda	a	produção	de	insumos	necessários	
para	a	atividade	ser	praticada.	Estamos	falando	de	mudas,	 sementes	e	bulbos,	 substratos,	
adubos	e	fertilizantes,	defensivos,	equipamentos	e	estruturas	que	são	fundamentais	para	o	
trabalho	no	campo.
6
As	 empresas	 que	 atuam	 nessa	 fase	 podem	 ser	 divididas	 em	 dois	 tipos:	 as	 que	
fornecem	 insumo	e	as	que	fornecem	equipamento	e	 investimento	essenciais.	O	primeiro	
tipo	é	caracterizado	pela	perecibilidade	do	material	fornecido,	que	normalmente	não	é	
reaproveitado	por	mais	de	um	ano,	sendo	consumido	durante	a	ou	as	safras	do	ano	agrícola	
em	vigor.	O	segundo	tipo	apresenta	materiais	que	podem	ser	utilizados	por	mais	tempo,	
cerca	de	três	anos,	assim	são	reaproveitados	em	várias	safras,	dependendo	da	espécie	
cultivada,	no	entanto,	para	sua	durabilidade,	é	preciso	realizar	atividades	de	manutenção.
O	segundo	elo	da	cadeia	produtiva	de	flores	e	plantas	ornamentais	corresponde	
às	atividades	praticadas	no	campo	para	a	produção,	como:	preparo	do	solo,	aplicação	
de	 calcário,	 adubação,	 semeio	 ou	 plantio	 das	mudas,	 tratos	 culturais,	 colheita,	 pós-
colheita,	armazenamento	e	transporte.
Nesta	etapa,	 a	eficiência	das	atividades	desenvolvidas	pode	ser	medida	pela	
produtividade	ou	rendimento	da	cultura	e	pela	produtividade	dos	fatores	de	produção,	ou	
seja,	o	quanto	foi	alcançado	em	relação	ao	que	foi	utilizado	para	gerar	o	produto.	Outro	
índice	importante	é	o	da	qualidade	dos	produtos.
Os	produtores	podem	estar	organizados	em	cooperativas,	geralmente,	atendem	
a	 atacadistas	 e	 varejistas,	 essa	 organização	 proporciona	 que	 haja	maior	 controle	 das	
informações	 e,	 também,	 maior	 alcance	 tecnológico	 para	 a	 produção,	 como	 melhor	
precificação	para	a	compra	de	materiais,	insumos	e	venda	da	produção.	Há	também	os	que	
atuam	em	centrais	de	abastecimento	públicas	ou	privadas,	que	muitas	vezes	compram	
a	produção	de	vizinhos	para	ter	maior	volume	de	produtos	e	aumentar	o	faturamento	
de	suas	vendas.	O	terceiro	grupo	são	os	produtores	independentes	que	possuem	menor	
acesso	ao	uso	de	tecnologia	para	a	produção	e	maior	dificuldade	na	gestão	do	negócio.
O	terceiro	elo,	depois	do	campo,	é	representado	pelas	etapas	de	comercialização	
e	 logística,	que	têm	por	objetivo	a	distribuição	do	produto	entre	três	mercados	destino:	
varejo,	atacado	e	consumidor	final.	A	forma	como	os	produtores	estão	organizados	pode	
influenciar	em	como	essa	distribuição	ocorre.
Acerca	 de	 como	 o	 comércio	 varejista	 está	 dividido	 o	 Sebrae	 (2015,	 p.	 33)	
apresenta	o	seguinte:
O	setor	varejista	brasileiro	de	distribuição	de	flores	e	plantas	orna-
mentais	compõe-se	de	diferentes	modalidades	de	empreendimentos,	
que	podem	ser	classificados,	de	uma	maneira	geral,	em	três	diferentes	
categorias,	 a	 saber:	 a)	 equipamentos	 e	 agentes	 tradicionais;	 b)	
autosserviço	e	c)	comércio	eletrônico.	No	grupo	dos	equipamentos	
e	agentes	tradicionais,	incluem-se	as	floriculturas,	lojas	de	plantas	e	
acessórios,	feiras	livres	e	vendedores	ambulantes.	Já	o	grupamento	
do	autosserviço	agrega	os	super	e	hipermercados	e	os	garden centers.	
Finalmente,	 o	 comércio	 eletrônico	 inclui	 as	 lojas	 de	varejo	virtual	
especializadas	nas	vendas	de	flores	e	plantas,	acompanhamentos	e	
produtos	afins.
7
O	setor	atacadista	também	pode	estar	dividido	em	alguns	formatos	(SEBRAE,	2015):
• Leilão
Neste	sistema,	é	possível	manter	a	qualidade	do	produto	porque	um	maior	volume	é	vendido	
em	um	curto	tempo,	além	disso,	os	preços	alcançados	são	considerados	mais	justos.
• Contratos de intermediação (formais e informais)
Neste	sistema,	são	fechados	contratos	que	podem	ser	de	curto,	médio	ou	longo	prazo	
entre	 quem	produz	 e	 quem	distribui,	 de	 forma	 que	 existe	 uma	 espécie	 de	 garantia,	
tanto	para	o	produtor,	que	pode	programar	as	atividades	de	produção,	quanto	para	o	
distribuidor	que	pode	fixar	os	preços	do	produto	no	decorrer	do	ano.
• Comercialização virtual
Neste	 sistema,	 os	 produtores	 disponibilizaminformações	 acerca	 da	 quantidade,	
qualidade,	preço	e	prazo	de	entrega	de	seus	produtos,	e	os	interessados	têm	acesso	a	
essas	informações	para	a	tomada	de	decisão	por	meio	da	internet	ou	de	terminais	fixos.
• Centrais de abastecimento S/A (Ceasas)
Trata-se	do	sistema	mais	antigo	e	tradicional,	em	que	os	próprios	produtores	oferecem	
sua	 produção	 diretamente	 para	 os	 clientes,	 sejam	 eles,	 varejistas,	 atacadistas	 ou	 o	
consumidor	final.
•	 Centrais	de	distribuição	e	comercialização	de	flores	e	plantas	ornamentais
Em	locais	onde	não	há	centrais	de	abastecimento,	este	tipo	de	central	é	utilizado	para	
suprir	 a	necessidade	de	estruturas	próprias	para	o	 setor	na	comercialização	atacadista,	
pode	ser	implantado	e	gerido	tanto	pela	iniciativa	pública	quanto	privada.
• Centrais atacadistas privadas
Geralmente,	compostos	por	sócios	e	operadas	pela	 iniciativa	privada,	com	o	objetivo	
de	escoar	a	produção	de	floricultores	que	estão	fora	dos	demais	formatos	de	atacados	
mencionados	anteriormente.
Os	produtos	cultivados	podem	ser	categorizados	em	três	segmentos	distintos:	
plantas	ornamentais	para	paisagismo	e	jardinagem,	flores	e	folhagem	de	corte,	e	flores	e	
plantas	em	vasos.	Dentro	da	cadeia	produtiva	de	flores	e	plantas	ornamentais,	o	setor	de	
serviços	tem	destaque	por	utilizar	esses	produtos	como	insumos	para	suas	atividades.	
Entre	 os	 principais	 empreendimentos	 podemos	 citar:	 a)	 decoradores	 e	 artistas	 florais;	 b)	
funerárias;	e	c)	paisagistas	e	jardineiros	profissionais.	Com	relação	ao	consumidor	final,	o	
qual	pode	adquirir	o	produto	por	meio	de	algum	dos	agentes	da	cadeia	ou	diretamente	do	
produtor,	a	relação	com	esse	setor	ocorre	de	acordo	com	a	renda,	conjuntura	econômica,	
classe	social	e	fatores	de	gênero.
8
FIGURA 1– FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES NA CADEIA DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS
Textos-
Rubik Light (tamanho 10 espaçamento 14)
Títulos-
-Títulos de primeira ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Caixa alta - Negrito)
-Títulos de segunda ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Caixa alta - regular)
-Títulos de terceira ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Apenas a primeira
letra em maiúsculo - regular)
Setor de Insumos
Produção
Mercado Interno Exportações
Atacado
Cooperativas,
Centrais de abastecimento,
Centrais privadas
Distribuidores/ Intermediários
Vendas diretas
Varejo Setor de serviços
Tradicional,
Autosserviço ou
Comércio
eletrônico
Consumidor final
Decoração,
Paisagismo,
Setor funerário
FONTE: a autora
9
Neste tópico, você aprendeu:
•	 O	 setor	 de	 floricultura	 está	 inserido	 na	 agricultura	 como	 um	 ramo	 da	 horticultura,	
devido	às	práticas	de	cultivo	serem	muito	semelhantes.
•	 Se	trata	de	um	setor	bilionário	e	que	tem	importância	mundial.	Que	está	em	expansão	e	
com	chances	de	alcançar	números	cada	vez	maiores.
•	 Você	pode	observar	que	a	atividade	é	desenvolvida,	em	grande,	parte	por	pequenos	e	
médios	produtores	que	atuam	em	cooperativas	ou	mesmo	sozinhos.
•	 O	desenvolvimento	da	atividade	não	exige	grandes	áreas	e	por	isso	pode	ser	implantado	
na	agricultura	familiar,	o	que	pode	gerar	uma	renda	extra	para	os	agricultores.
•	 A	 cadeia	produtiva	 envolve	diversos	 atores	 como	em	outras	 culturas,	 no	 entanto,	
no	 caso	 de	 flores	 e	 plantas	 ornamentais,	 diferencia-se	 por	 serem	mais	 requeridas	
em	 certas	 datas	 comemorativas,	 quando	 há	maior	 procura	 e,	 portanto,	 os	 atores	
envolvidos	precisam	ter	maior	organização	para	que	não	haja	falta	do	produto.
RESUMO DO TÓPICO 1
10
1	 O	 cultivo	de	flores	 e	plantas	 ornamentais	 estão	 inseridos	na	 agricultura	 como	uma	
parte	 da	 horticultura	 que	 movimenta	 um	mercado	 bilionário	 tanto	 externa	 como	
internamente,	de	forma	que	a	cada	ano	ganha	mais	 importância.	Sobre	esse	mercado,	
classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	A	 horticultura	 ornamental	 envolve	 o	 cultivo	 de	 flores,	 plantas	 ornamentais	 e	
hortaliças.
(			)	 O	mercado	de	flores	e	plantas	ornamentais	possui	vendas	durante	todo	o	ano,	mas	o	
pico	de	vendas	acontece	no	período	de	datas	comemorativas	como	dia	das	mães	e	dos	
namorados.
(			)	 A	exportação	principal	de	produtos	ornamentais	são	as	flores	e	folhagens	envasadas.
(			)	A	Holanda	é	um	país	que	tanto	exporta	como	também	importa	flores.
(			)	 São	Paulo	é	o	Estado	responsável	pela	maior	parte	da	produção	brasileira	de	flores	e	
plantas	ornamentais.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 F	–	V	–	F	–	V	–	V.
b)	 (			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	V.
c)	 (			)	 F	–	F	–	V	–	V	–	F.
d)	 (			)	 V	–	F	–	V	–	F	–	F.
2	 A	 produção	 de	 flores	 e	 plantas	 ornamentais	 envolve	 diversos	 agentes,	 que	 estão	
presentes	 antes	mesmo	de	 iniciar	 o	 cultivo	 das	 plantas,	 e	 participam	das	 demais	
etapas	até	que	o	produto	chegue	ao	consumidor	final.	Sobre	a	produção	comercial	de	
flores	e	plantas	ornamentais,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	
falsas:
(			)	 A	produção	de	flores	e	plantas	ornamentais	no	Brasil	ocorre	em	áreas	pequenas	
menores	que	2	ha.
(			)	 Os	 produtos	 da	 horticultura	 ornamental	 podem	 atingir	 valores	 muito	 superiores	 aos	
produtos	da	agricultura	alimentar.
(			)	 A	 cadeia	 produtiva	 de	 flores	 ornamentais	 é	 composta	 somente	 por	 produtores	 e	
consumidor	final.
(			)	 O	primeiro	elo	da	cadeia	produtiva	corresponde	ao	setor	de	insumos,	o	segundo	elo	à	
produção	e	o	terceiro	elo	à	comercialização	do	produto.
(			)	 O	setor	de	varejo	inclui	floriculturas,	supermercados	e	o	comércio	eletrônico.
AUTOATIVIDADE
11
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 F	–	F	–	V	–	F	–	F.
b)	 (			)	 F	–	V	–	F	–	V	–	F.
c)	 (			)	 V	–	V	–	F	–	V	–	V.
d)	 (			)	 V	–	F	–	V	–	F	–	V.
3	 No	mercado	 de	venda	 dos	 produtos	 ornamentais,	 a	 comercialização	 pode	 ser	 feita	
tanto	a	nível	varejista	como	atacadista.	Assinale	a	alternativa	que	contém	apenas	
formatos	do	setor	atacadista:
a)	 (			)	 Hipermercados	e	lojas	de	planta.
b)	 (			)	 Garden	centers	e	leilão.
c)	 (			)	 Leilão	e	contrato	de	intermediação.
d)	 (			)	 Centrais	de	abastecimento	e	lojas	de	planta.
4	 A	 atividade	de	produção	de	flores	e	plantas	ornamentais	 representa	uma	área	de	
grande	 importância	para	a	agricultura	brasileira.	Dessa	 forma,	 é	necessário	 conhecer	
os	atores	 inseridos	em	cada	elo	da	cadeia	produtiva	de	flores.	Cite	em	qual	elo	se	
encontram	e	quem	são	esses	atores:
5	 Os	setores	varejista	e	atacadista	estão	divididos	em	diferentes	modalidades.	Cite	as	
modalidades	de	cada	setor.
12
13
CULTIVO E MANEJO DE FLORES E 
PLANTAS ORNAMENTAIS
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Quando	se	deseja	 investir	na	produção	de	qualquer	espécie	de	planta,	 alguns	
aspectos	precisam	ser	observados.	A	decisão	sobre	a	área	de	produção,	quais	substratos	
devem	ser	utilizados,	como	a	adubação	será	realizada	e	qual	sistema	de	irrigação	melhor	se	
adéqua,	devendo	levar	em	consideração	a	especificidade	destes	parâmetros	para	cada	
cultivo	em	particular,	e	assim	obter	o	sucesso	da	produção.
As	espécies	ornamentais	possuem	características	que	podem	exigir	maior	grau	
de	tecnicidade	e	conhecimento,	o	que	pode	tornar	sua	produção	mais	onerosa	quando	
comparada	às	culturas	cujo	a	finalidade	é	a	alimentação.
Nos	 subtópicos	 a	 seguir,	 serão	 apresentados	 parâmetros	 indispensáveis	 para	 a	
instalação	de	uma	área	de	produção	que	proporcione	a	cultura	os	elementos	necessários	
para	o	seu	pleno	e	saudável	desenvolvimento.
2 ÁREA DE PRODUÇÃO EM FLORICULTURA
Para	iniciar	qualquer	tipo	de	produção	de	plantas,	é	preciso	estar	atento	a	alguns	
pontos	 fundamentais.	 Em	primeiro	 lugar,	 é	necessário	 conhecer	o	 ambiente	de	cultivo,	 o	
clima	da	região,	o	tipo	de	solo,	o	relevo,	o	nível	de	fertilidade	do	solo,	a	disponibilidade	de	
água,	o	nível	de	conhecimento	do	produtor,	dentre	outros	aspectos.
As	áreas	de	produção	das	plantas	recebem	o	nome	de	viveiros,	independentemente	
de	serem	ou	não	cobertos.	Esses	viveiros	devem	possuir	estruturas	anexas	que	atendam	
devidamente	às	necessidades	da	produção.De	acordo	com	as	 informações	obtidas	sobre	o	 local	de	produção,	será	possível	
definir	as	espécies	que	melhor	se	adéquam	e	que	tipo	de	sistema	produtivo	será	utilizado.	
A	seguir,	conheceremos	três	sistemas	de	produção:	a	campo	aberto,	sob	telado	e	em	
ambiente	protegido.
14
2.1 SISTEMA DE PRODUÇÃO A CAMPO ABERTO
Neste	 sistema,	 o	 cultivo	 é	 semelhante	 ao	 que	 acontece	 no	 plantio	 de	 grandes	
culturas,	como	soja,	trigo	e	milho.	As	plantas	são	conduzidas	em	campo	aberto	e	ficam	
sujeitas	 aos	 fatores	 ambientais,	 como	 vento,	 chuva,	 incidência	 direta	 dos	 raios	 de	
sol,	variações	de	temperatura	e	luminosidade	excessiva	ou	insuficiente,	e	ao	ataque	de	
insetos.
Não	há	controle	sobre	o	que	acontece	com	as	plantas.	Esse	sistema	pode	ser	
utilizado	para	espécies	menos	exigentes,	como	plantas	ornamentais,	que	serão	utilizadas	
em	jardins	externos,	por	exemplo,	já	que	essas	plantas	precisam	apresentar	rusticidade	em	
relação	às	intempéries	ambientais.
O	cultivo	a	céu	aberto	é	mais	barato	porque	não	utiliza	estruturas	de	proteção,	no	
entanto,	algumas	espécies,	quando	cultivadas	nesse	sistema,	podem	perder	qualidade.
Dentre	as	espécies	para	a	produção	de	flores	de	corte	que	se	adaptam	a	esse	
tipo	de	sistema,	temos	o	crisântemo	 (Dendranthema grandiflora	T.).	A	espécie	pode	ser	
cultivada	dessa	 forma	no	 inverno,	 quando	ocorrem	menos	chuvas,	 e	 em	 locais	 com	
ausência	de	geadas.	Contudo,	a	luminosidade	pode	ser	um	fator	limitante	à	produção,	uma	
vez	que	nesse	período	os	dias	são	mais	curtos.	
Outra	espécie	é	a	gérbera	(Gerbera jamesonii	L.),	que	possui	rusticidade	e	tolera	
solos	 secos,	 suportando	 melhor	 irregularidades	 no	 período	 chuvoso,	 no	 entanto,	 é	
necessário	que	as	regas	ocorram	ao	menos	uma	ou	duas	vezes	por	semana.
Outras	espécies	que	podem	ser	cultivadas	a	céu	aberto,	tomando-se	os	devidos	
cuidados	 com	 a	 época	 de	 plantio,	 são	 gladíolo	 (Gladiolus hortulanus	 L.),	 girassol	 de	
corte	(Helianthus annuus	L.),	dália	(Dahlia pinnata	Cav.)	e	áster	(Aster ericoides	L.).	Além	
dessas,	algumas	cultivares	de	rosa	também	podem	ser	cultivadas	dessa	forma.
2.2 SISTEMA DE PRODUÇÃO COM TELA DE SOMBREAMENTO
Também	chamadas	de	sombrite,	as	telas	de	sombreamento	possuem	a	capacidade	
de	 restringir	 a	 quantidade	de	 luz	 solar	 que	 chega	 às	 plantas	 e	 podem	ser	 utilizadas	
em	diversas	atividades.	Neste	tipo	de	sistema,	as	plantas	podem	ser	produzidas	sob	
diferentes	níveis	de	sombreamento,	e	as	cores	das	telas	são	escolhidas	de	acordo	com	a	
necessidade.
A	coloração	nas	telas	é	utilizada	com	o	objetivo	de	promover	a	filtração	diferencial	dos	
raios	de	sol	que	chegam	às	plantas,	pois	podem	barrar	ou	estimular	certos	comprimentos	
de	 onda	 de	 acordo	 com	 a	 cor	 da	 tela	 utilizada.	 Algumas	 respostas	 fisiológicas	 das	
plantas,	como	o	crescimento,	atividades	enzimáticas	e	acúmulo	de	nutrientes	nos	tecidos	
vegetais,	são	reguladas	pela	luz	e,	por	isso,	sofrem	interferência	das	cores.
15
Esse	produto	é	confeccionado	com	fios	de	polietileno	de	alta	densidade,	quanto	
maior	a	densidade	maior	o	sombreamento,	assim,	quanto	menor	a	densidade	mais	claro	
será	o	ambiente.
O	uso	das	telas	de	sombreamento	protege	as	plantas	do	excesso	de	luz	e	calor	nos	
períodos	mais	quentes,	e	do	vento	e	poeira	também	nos	períodos	mais	frios	do	ano.	
As	telas	permitem	a	passagem	de	ar,	distribuem	melhor	a	luminosidade	e	aumentam	a	
umidade	de	forma	regulada,	visando	à	produção	vegetal	em	um	ambiente	mais	ameno.	
Além	disso,	protegem	da	incidência	direta	dos	raios	de	sol	que	podem	causar	queima	
nas	pétalas	e	de	chuvas	muito	fortes	que	podem	causar	a	queda	dos	botões	florais	pelo	
impacto	das	gotas.
As	densidades	das	telas	encontradas	no	mercado	variam	de	30%	a	90%,	mas,	
na	média,	se	utiliza	para	plantas	densidades	entre	50%	e	70%,	que	permitem	às	plantas	
luz	suficiente	para	que	suas	funções	fisiológicas	não	sofram	nenhum	prejuízo.
Plantas	 como	 Samambaias	 (Nephrolepis exaltata;	 Adiantum capillus-veneris;	
Polypodium persicifolium	 –	 e	 outras	 espécies),	 Azaleia	 (Rhododendron simsii	 P.)	 e	
Orquídeas	 (Cattleya Walkeriana;	Ludisia discolor;	Phalaenopsis	 –	e	outras	espécies)	
são	beneficiadas	com	o	cultivo	em	áreas	teladas.
É	importante	ressaltar	alguns	conceitos	importantes	sobre	a	relação	das	plantas	
com	a	luminosidade.
A	 quantidade	 de	 incidência	 da	 luz	 durante	 o	 dia,	 ou	 seja,	 a	 duração	 do	 dia	 é	
chamada	 de	 fotoperíodo,	 e	 a	 forma	 como	 as	 plantas	 respondem	 biologicamente	 às	
modificações	que	ocorrem	na	proporção	de	luz	e	escuridão	durante	um	ciclo	de	24	horas,	
recebe	 o	 nome	 de	 fotoperiodismo.	 Cada	 espécie	 possui	 um	 fotoperíodo	 crítico,	 que	
corresponde	ao	valor,	em	horas	diárias,	necessário	de	iluminação	para	provocar	a	floração.
De	 acordo	 com	 esse	 fotoperiodismo	 as	 plantas	 podem	 ser	 classificadas	 em	
plantas	de	dias	curtos	 (PDC),	plantas	de	dias	 longos	 (PDL)	e	plantas	de	dias	neutros	
(PDN).	As	espécies	PDC	são	aquelas	que	florescem	nas	épocas	do	ano	cujo	fotoperíodo	é	
inferior	ao	seu	máximo	fotoperíodo	crítico,	ou	seja,	os	dias	devem	ter	duração	menor	que	
a	quantidade	de	horas	em	que	a	planta	pode	ficar	exposta	à	luz,	exemplo:	crisântemo	
(Chrysanthemum	spp.	L.)	e	begônia	(Begonia	sp.	L.).
Já	as	espécies	PDL	florescem	principalmente	no	verão,	quando	o	fotoperíodo	é	
igual	ou	superior	ao	seu	fotoperíodo	crítico,	ou	seja,	os	dias	têm	duração	maior	e	há	maior	
exposição	à	luz	solar,	exemplo:	cravo	(Syzygium aromaticum	L.)	e	trevo-branco	(Trifolium 
repens	L.).	E	as	espécies	PDN	são	aquelas	que	não	são	afetadas	pelo	comprimento	do	dia,	
podendo	florescer	em	uma	ampla	faixa	de	duração	da	luz	(tomate	e	pepino).
16
2.3 SISTEMA DE PRODUÇÃO EM AMBIENTE PROTEGIDO
Estufas	 são	 construções	 que	 proporcionam	 um	 ambiente	 protegido	 para	 as	
plantas,	utilizando	materiais	diversos	como	madeira,	bambu	ou	aço	galvanizado,	e	cobertos	
com	material	plástico	próprio	para	revestir	toda	a	estrutura,	que	podem	ser:	polietileno	
(PE)	de	baixa	densidade	(PEBD)	ou	de	alta	densidade	(PEAD),	EVA	(etileno-vinil-acetato),	
PVC	(policloreto	de	vinila),	PMM	(Polimetacrilato	de	metil),	policarbonato	e	vidro.
Algumas	plantas,	para	se	desenvolverem	de	forma	mais	produtiva,	necessitam	
de	um	ambiente	controlado.	Neste	caso,	 as	estufas	atuam	proporcionando	condições	
microclimáticas	que	permitem	a	entrada	da	luminosidade,	regulam	a	temperatura	e	a	
umidade	e,	protegem	as	plantas	do	vento,	chuva	e	da	entrada	de	insetos.
Nas	estufas,	podem,	ou	não,	serem	instalados	equipamentos	para	a	climatização	
e	 irrigação	 das	 plantas.	 Quando	 a	 estufa	 é	 climatizada,	 existe	 um	 controle	 sobre	 as	
variáveis	do	clima,	como,	temperatura,	umidade,	radiação	e	CO2.	Para	isso,	são	utilizados,	
em	geral,	equipamentos	automatizados.
O	controle	das	variáveis	é	feito	com	a	instalação	de	materiais	e/ou	equipamentos	
que	variam	de	acordo	com	o	objetivo.	No	caso	da	luminosidade,	dependendo	da	espécie,	
as	opções	podem	ser	telas	ou	filmes	plásticos	desde	transparentes	até	translúcidos.	O	uso	
de	telas	de	sombreamento	no	interior	da	estufa	ou,	até	mesmo,	o	uso	de	luz	artificial	em	
culturas	sensíveis	ao	fotoperiodismo	e	que	possuem	alto	valor	agregado.
Para	 o	 controle	 da	 temperatura	deve	 ser	 instalado	um	termômetro	no	 centro	 da	
estufa,	que	mede	a	temperatura	máxima	e	a	mínima,	e	que	não	fique	exposto	diretamente	
à	luz	solar.	
Para	que	a	temperatura	se	mantenha	dentro	do	desejado,	é	preciso	conhecer	as	
necessidades	fisiológicas	da	espécie	que	será	cultivada,	e,	assim,	montar	uma	estrutura	
que	possibilite	manter	as	condições	favoráveis.
A	 umidade	 pode	 ser	 verificada	 utilizando	 um	 higrômetro,	 instalado	 junto	 ao	
termômetro.	Existem	aparelhos	que	fazem	as	duas	 leituras,	denominados	de	termo-
higrômetros.	De	modo	geral,	a	umidade	exerce	uma	relação	 inversa	com	temperatura,	ou	
seja,	reduz	durante	o	dia	quando	a	temperatura	é	mais	alta,	e	aumenta	durante	a	noite,	
quando	a	temperatura	reduz.
A	ventilação	pode	interferirna	umidade,	seja	para	aumentá-la	ou	reduzi-la.	Em	
ambientes	climatizados	utilizam-se	exaustores	e	ventiladores	para	 renovar	o	ar	dentro	do	
ambiente.
17
As	estufas	não	climatizadas	são	estruturas	construídas	com	o	objetivo	de	promover	
a	proteção	das	plantas	contra	a	incidência	de	chuvas	fortes,	ao	mesmo	tempo	que	é	feito	o	
controle	da	luminosidade	e	da	umidade	internamente.	No	entanto,	a	temperatura	sofre	
influência	 dos	 fatores	 externos	 e,	 consequentemente,	 a	 umidade	 também	varia.	 Essa	
estrutura	 tem	 menor	 custo	 de	 instalação	 e	 manutenção,	 entretanto,	 devido	 à	 estrutura	
ser	 aberta	 e	 haver	 variações	 internas	 em	 função	 do	 reduzido	 controle	 das	 condições	
ambientais,	as	plantas	estão	mais	sujeitas	à	ocorrência	de	pragas	e	doenças.
A	utilização	de	estufas	climatizadas	ou	não	climatizadas	para	a	produção	de	
flores	e	plantas	ornamentais	possibilitam	ao	produtor	cultivar	também	em	períodos	de	
entressafra.	A	escolha	de	qual	tipo	depende	do	nível	de	exigência	da	espécie	cultivada	
e	dos	recursos	de	que	o	produtor	dispõe.
Plantas	 como	 amor-perfeito	 (Viola tricolor L.),	 antúrio	 (Anthurium andraeanum 
L.),	begônia	 (Begonia elatior L.),	crisântemo	(Chrysanthemum morifolium L.)	e	 lírio-da-
paz	(Spathiphyllum L.)	são	exemplos	de	espécies	que	respondem	melhor	em	ambiente	
protegido.
As	 estruturas	 básicas,	 para	 que	 uma	 área	 de	 produção	 possa	 iniciar	 sua	
operação	 são:	 estradas,	 poço	 semiartesiano,	 energia	 elétrica,	 topografia	plana	 (relevo)	 e	
quebra-vento.
As	estruturas	de	produção	são	as	estufas	de	produção,	depósitos	para	insumos,	
bandejas	e	equipamentos,	câmara	de	germinação,	reservatórios	de	água,	galpões	para	
semeadura,	desinfecção	e	lavagem	de	bandejas.
E	não	menos	 importante,	as	estruturas	de	apoio,	escritório,	 laboratórios,	estufas	
para	pesquisa,	 cozinha	com	 refeitório,	banheiros,	vestiários	e	 locais	para	destinação	e	
tratamento	do	lixo.
Conheça mais sobre a construção de estufas. Acesse o site: http://twixar.
me/V0Mm.
DICA
18
3 TIPOS DE SUBSTRATOS PARA AS PLANTAS
Podemos	definir	o	substrato	como	qualquer	material,	seja	de	um	único	tipo	ou	
uma	mistura	 com	propriedades	que	permitem	o	desenvolvimento	e	 a	 estruturação	das	
raízes	e	da	parte	aérea	das	plântulas	em	um	recipiente	com	volume	limitado.
Os	substratos	podem	ser	divididos	em	quatro	tipos,	de	acordo	com	sua	origem	
(SENAR,	2017):
•	 Naturais	 –	 são	 os	materiais	 encontrados	na	natureza	 como	 serrapilheira,	 turfa,	 areia,	
pedras,	conchas.
•	 Sintéticos	–	são	materiais	industrializados	a	partir	de	elementos	químicos.	Poliestirenos	
(isopor),	poliuretanos	(espuma),	lã	de	vidro.
•	 Minerais	 –	 são	materiais	 industrializados	 a	 partir	 de	 elementos	minerais.	 Vermiculita,	
perlita,	argila	expandida,	pedra-pomes.
•	 Orgânicos	–	são	materiais	que	se	decompõem	com	o	passar	do	tempo,	devido	a	sua	
origem	 orgânica.	 Estercos	 e	 vermicompostos,	 resíduos	 de	madeira,	 de	 folhas,	 de	
cascas	de	árvores	e	de	frutos	(cascas	de	arroz,	cascas	de	coco,	folhas	de	carnaubeiras,	
casca	de	pinos).
Segundo	 Bunt	 (1961),	 é	 necessário	 fazer	 algumas	 considerações	 acerca	 das	
alterações	que	ocorrem	na	relação	entre	a	raiz	e	o	substrato,	devido	ao	uso	de	vasos	ou	
outros	recipientes:
•	 O	pequeno	volume	do	vaso	leva	a	uma	alta	concentração	de	raízes,	consequentemente,	
ocorre	maior	demanda	em	relação	à	taxa	de	fornecimento	de	oxigênio	e	 remoção	
de	dióxido	de	 carbono,	 isso	 significa	que	há	necessidade	que	 o	 substrato	 apresente	
porosidade	suficiente	para	a	realização	das	trocas	gasosas.
•	 A	grande	quantidade	de	água	necessária	para	sustentar	as	altas	taxas	de	crescimento	
deve	 estar	 disponível	 em	 um	 volume	 muito	 restrito.	 O	 substrato	 deve	 possuir	
capacidade	de	reter	a	água	e	liberá-la,	de	acordo	com	a	demanda.
•	 A	pouca	profundidade	do	recipiente	dificulta	a	drenagem	com	risco	de	encharcamento.	
O	material	escolhido	deve	ser	permeável	para	evitar	o	excesso	no	acúmulo	de	água.
•	 A	 alta	 frequência	 de	 rega	 torna	 o	 substrato	 sujeito	 à	 lixiviação.	Dessa	 forma,	 podem	
ocorrer	a	perda	dos	nutrientes	adicionados.
As	propriedades	químicas,	físicas	e	biológicas	dos	substratos	podem	influenciar	o	
processo	inicial	para	obtenção	de	mudas,	seja	pela	germinação,	seja	pelo	enraizamento	
de	estacas	e,	por	isso,	é	preciso	ter	atenção	quanto	à	escolha	dos	materiais	que	serão	
utilizados.	Um	bom	substrato	deve	equilibrar	a	quantidade	de	água	e	oxigênio	presente	
no	recipiente	onde	a	semente	será	depositada,	para	germinar	e	possuir	uma	quantidade	
de	nutrientes	onde	a	plântula	se	desenvolva	em	boas	condições	para,	posteriormente,	
ser	transplantada.
19
Essas	 características	 consistem	 em	 propriedades	 conhecidas	 e	 constantes.	
As	propriedades	químicas	são	capacidade	de	troca	de	cátions	(CTC),	teor	total	de	sais	
solúveis	 (TTSS),	 pH,	 teor	percentual	 de	matéria	orgânica,	 condutividade	elétrica	 (CE)	
e	 nutrientes	disponíveis	e	as	propriedades	físicas	são	densidade	seca,	porosidade	total,	
capacidade	de	retenção	de	água	a	10	cm	(CRA10),	espaço	de	aeração	(EA),	drenagem	
e	economia	hídrica.	As	características	biológicas	se	 referem	à	ausência	de	patógenos,	
pragas	e	propágulos	de	plantas	daninhas.
TABELA 1 – RESUMO DAS PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS SUBSTRATOS
Propriedade Conceito Obtenção
Valores recomenda-
dos
Capacidade de troca 
de	cátions	(CTC)
Representa	a	
capacidade do 
substrato	em	absorver	
e	trocar	cátions.
Ca²+Mg²+ K+ +
H++Al3+
Quanto	maior	a	CTC,	
maior	a	disponibilidade	
de	nutrientes.
pH
Determina	o	nível	de	
acidez	ou	alcalinidade	
do	meio.
Obtido	por	medi-
ção	direta	com	o	
uso	de	phmetro	
(peagâmetro).
Varia	de	0	a	14.
Material	orgânico	pre-
dominante	–	5,5	a	6,5;
Material	mineral	predo-
minante	–	6,0	a	7,0.
Teor	percentual	de	
matéria	orgânica
A	matéria	orgânica	
melhora	as	proprieda-
des	químicas	e	físicas	
dos	substratos.
Existem	algumas	
metodologias	que	
determinam	o	
valor	de	carbono	
orgânico	e,	a	par-
tir	disso,	o	teor	de	
matéria	orgânica.
Varia	com	a	espécie.
Condutividade	elétrica	
(CE)
Mede	a	facilidade	do	
extrato	em	conduzir	
corrente	elétrica	em	
função	da	quantidade	
de	solutos	iônicos	
(sais)	presentes	na	
solução.
Obtido	por	medi-
ção	direta	com	o	
uso	de	conduti-
vímetro.	Pode	ser	
expressa	em	dS	
m-1,	mS	cm-1 ou 
µS	cm-1.
Na	literatura	há	uma	
grande	variação	
dos	valores	de	
condutividade,	o	que	
indica	que	a	tolerância	
pode	mudar	de	acordo	
com	as	condições	de	
cultivo.
Densidade	seca
Consiste	na	relação	
entre	a	massa	seca	e	
o	volume	do	substrato.
Ds	=	densidade	
seca	(kg	/m3 ou 
g/L);
mS	=	massa	do	
substrato	(kg	ou	
g);
vS	=	volume	do	
substrato	(m3 ou 
L).
Células	e	bandejas	–	
100	a	300	kg/m3;
Vasos	até	15	cm	de	
altura	-	200	a	400	kg/
m3;
Vasos	de	20	a	30	cm	
de	altura	-	300	a	500	
kg/m3;
Vasos	acima	de	30	cm	
de	altura	-	500	a	800	
kg/m3.
20
Porosidade	total
Proporção	de	volume	
de	solo	ou	substra-
to	não	ocupado	por	
partículas	sólidas,	
tem	influência	sobre	
o	volume	de	ar	e	água	
presente	no	solo.
Pt	=	porosidade	
total	(%);
Ds	=	densidade	
seca	(kg	/m3);
Dp	=	densidade	
de	partículas	(kg	
/m3);
85%
Obs.:	Dp
Partículas	minerais	–	
2,65	g	cm-3
Partículas	orgânicas	-	
1,45	g	cm-3
Capacidade de 
retenção	de	água	a	10	
cm	(CRA10)
Quantidade	de	água	
retida	no	substrato	
quando	submetido	a	
10	cm	de	sucção.
Depois	de	satu-
rado	por	24	h,	o	
substrato	é	sub-
metido	em	uma	
mesa	de	tensão	
ajustada	para	10	
cm	de	coluna	de	
água	(10	hPa),	por	
cerca	de	48	h.	
Após	esse	tempo,	
é	retirado,	pesado	
e	seco	em	estufa	
a	65	°C,	por	cerca	
de	48	h	ou	até	
obter	massa	
constante.
Espaço	de	aeração	(EA)
É	o	inverso	da	capaci-
dade	de	retenção,	cor-
responde	ao	volume	
de	ar	presente,	após	
a	água	ser	liberada	na	
tensão	de	10	hPa.
β	=	espaço	de	
aeração	(m3	m-3);
Pt =	porosidade	
total	(m3	m-3);
V10	=	volume	de	
água	retida	na	
tensão	de	10	hPa
(m3	m-3).
20	a	40%
FONTE: a autora
É	também	esperado	que	os	substratos	sejam	um	meio	estérile	que	não	sofram	
alterações	físicas	e/ou	químicas	no	decorrer	do	cultivo.	Além	disso,	quando	submetidos	
à	 esterilização	 ou	 ao	 armazenamento,	 que	 sejam	 facilmente	 encontrados	 próximos	 aos	
centros	 produtores,	manuseáveis,	 disponíveis	 em	grandes	 quantidades,	 não	 onerem	
os	custos	da	produção,	que	se	adéquem	ao	cultivo	de	várias	espécies	e	promovam	boa	
agregação	às	raízes.
Os	principais	problemas	relacionados	ao	uso	de	substratos	podem	ser	evitados	
com	uma	escolha	consciente	sobre	os	materiais	usados,	assim,	se	você	conhece	as	
propriedades	do	material	que	será	utilizado,	é	possível	que	sua	produção	tenha	maior	
êxito.
21
Entre	 os	 problemas,	 podemos	 citar	 aqueles	 relacionados	 às	 questões	 hídricas.	
O	 substrato	 deve	 ter	 boa	 capacidade	 de	 retenção	 de	 água	 e	 mantê-la	 facilmente	
disponível	para	as	plantas,	o	excesso	de	água	pode	reduzir	a	concentração	de	oxigênio	
e	comprometer	o	crescimento	das	raízes,	além	do	risco	de	podridões	na	base	do	caule	
pela	maior	incidência	de	doenças.
O	 tamanho	 das	 partículas	 e	 a	 alta	 densidade	 e	 pouca	 estabilidade	 podem	
resultar	em	compactação,	que	reduz	a	drenagem	e	a	porosidade	e,	com	isso,	o	espaço	de	
aeração,	afetando	diretamente	no	crescimento	das	raízes	que	ocorre	mais	lentamente,	
isso	significa	que	haverá	comprometimento	na	absorção	de	nutrientes	e,	por	sua	vez,	
no	desenvolvimento	das	plantas.
O	pH	deve	estar	dentro	da	faixa	 ideal	para	a	espécie	cultivada.	Em	geral,	quando	
predomina	 matéria	 orgânica,	 a	 recomendação	 é	 que	 esteja	 entre	 5,5	 e	 6,5,	 e	 quando	
predomina	material	mineral,	 entre	6,0	e	7,0.	Valores	muito	alcalinos	ou	muito	ácidos,	
considerando	 esses	 intervalos,	 influenciam	 na	 absorção	 de	 nutrientes	 e	 causam	
desequilíbrios	fisiológicos.
O	teor	de	sais	reduz	o	potencial	osmótico	da	planta,	que	irá	precisar	gastar	mais	
reservas	 para	 absorver	 água	 em	 um	 meio	 salino.	 Algumas	 espécies	 possuem	 maior	
tolerância	ao	ambiente	salino,	no	entanto,	o	estresse	causado	promove	o	fechamento	de	
estômatos,	o	que	reduz	a	fotossíntese	e	a	translocação	dos	nutrientes	absorvidos	pelas	
raízes.
A	tolerância,	em	relação	ao	teor	total	de	sais	solúveis	presentes	no	substrato,	
divide	 as	 plantas	 ornamentais	 em	 três	 grupos:	 plantas	 sensíveis	 (<	 1,00	 g	 L-1),	 entre	 as	
espécies	 temos	 azaléa,	 avenca,	 érica,	 antúrio,	 gardênia,	 amor-perfeito	 e	 impatiens;	
plantas	medianamente	sensíveis	(1,00	–	2,00	g	L-1),	são	elas:	gérbera,	gloxínia,	cíclame,	
afelandra	e	 rosa;	 e	plantas	 resistentes	 (2,00	–	3,00	g	L-1)	 como	gerânio,	 crisântemo,	
aspargo,	petúnia,	lobularia,	poinsetia,	hortênsia	e	lobélia.
22
TABELA 2 – SUBSTRATOS ESPECÍFICOS PARA PRODUÇÃO DE PLANTAS ORNAMENTAIS
Materiais
Sementeiras
Turfas,	compostos	orgânicos,	casca-de-arroz	carbonizada,	
cascas	de	árvores,	vermiculita	e	perlita.
Enraizamento
Casca-de-arroz	carbonizada,	vermiculita,	areia	e	espuma	fenólica.
Produção/Crescimento
Orquídeas	e	bromélias
Epífitas:	cascas	de	árvores	(pinus)	não	compostadas	e	não	
desintegradas;	cascas	de	acácia,	fibra	de	coco	e	turfa	fibrosa.
Terrestres:	composto,	areia	e	cascas	de	árvores	compostadas.
Cactáceas	e	suculentas Areia,	composto	orgânico,	turfa,	perlita	e	vermiculita.
Floríferas em vaso
a)	azaleias	e	éricas Turfa,	areia,	cascas	de	árvores	e	acículas	de	conífera.
b)	violetas	e	gloxínias
Cascas	de	árvores	compostadas	ou	trituradas,	composto	
orgânico,	fibra	de	coco,	perlita,	vermiculita	e	turfa.
c)	ciclâmen
Areia,	cascas	de	árvores,	composto	orgânico
e	turfa.
d)	kalanchoe Areia,	cascas	de	árvores,	composto	orgânico	e	turfa.
e)	crisântemo
Areia,	cascas	de	árvores,	casca	de	arroz	carbonizada,	compostos	
orgânicos,	fibra	de	coco,	perlita	e	turfa.
f)	impatiens
Cascas	compostadas	ou	trituradas	e	casca	de	arroz	carbonizada,	
fibra	de	coco,	perlita	e	turfa.
Folhagens de interior
Caladium,	Anthurium,	
Monstera,	Philodendron	e	
samambaias
Areia,	cascas	de	árvores	(pinus,	acácia),	compostos	orgânicos,	
fibra	de	coco	e	turfas	fibrosas.
Árvores e arvoretas
Areia,	composto	orgânico,	cascas	de	árvores	e	estercos.
FONTE: Adaptada de Petry (2008)
 Aprenda mais sobre substratos. Acesse o site: http://twixar.me/20Mm.
DICA
23
4 ADUBAÇÃO
As	plantas	são	seres	autotróficos,	ou	seja,	produzem	seu	próprio	alimento	através	da	
fotossíntese.	No	entanto,	para	que	esse	processo	funcione,	elas	necessitam	de	suprimento	
contínuo	dos	nutrientes	essenciais	para	desempenhar	suas	atividades	metabólicas.
Ao	todo,	são	16	nutrientes	considerados	essenciais	para	as	plantas.	Três	deles	são	
obtidos	pela	água	ou	pelo	ar,	no	caso,	hidrogênio,	oxigênio	e	carbono.	Os	demais	são	
divididos	em	dois	grupos	em	relação	à	quantidade	exigida	pelas	plantas.
Os	macronutrientes	são	exigidos	em	maior	quantidade.	São	eles	nitrogênio,	fósforo,	
potássio,	 cálcio,	 magnésio	 e	 enxofre.	 Já	 os	 micronutrientes	 são	 exigidos	 em	 menor	
quantidade	pela	planta,	sendo	eles	o	ferro,	zinco,	boro,	manganês,	cobre,	molibdênio	e	cloro.
Mesmo	variando	a	quantidade	exigida	de	cada	nutriente,	é	importante	saber	que	a	
falta	ou	o	excesso	de	qualquer	nutriente,	seja	ele	macro	ou	micro,	provocam	disfunções	
metabólicas	na	planta,	que	podem	interferir	na	absorção	de	outros	nutrientes,	atrasar	
as	fases	do	ciclo	fenológico,	deixar	a	planta	susceptível	ao	ataque	de	pragas	e	doenças,	
provocar	deformações,	dentre	outras	disfunções.
Para	que	as	plantas	possam	absorver	os	nutrientes,	estes	devem	ser	encontrados	
em	formas	disponíveis	e	assimiláveis	na	solução	do	solo.	Portanto,	é	necessário	estar	atento	
e	realizar	análises	periódicas	do	meio	onde	se	encontram	as	plantas	para	evitar	problemas.
A	 adubação	 consiste	 em	 fornecer	 nutrientes	 às	 plantas	 pela	 adição	 dos	
elementos	ao	solo	para	a	complementação	daquilo	que	a	planta	exige,	considerando	o	
que	pode	ficar	retido	ou	possa	ser	perdido.	É	preciso,	então,	que	haja	uma	análise	do	solo	
ou	substrato	e,	 também,	conhecer	as	necessidades	nutricionais	da	espécie	escolhida,	
para	a	devida	aplicação	do	adubo.
Além	 da	 análise	 do	 solo,	 para	 quantificar	 os	 elementos	 que	 estão	 em	 falta,	
existem	fatores	como	pH	e	a	CTC	que	podem	influenciar	na	disponibilidade	e	na	absorção	
dos	nutrientes.	Dessa	forma,	é	necessário	que	se	faça	a	correção	do	solo	com	o	uso	do	
calcário.	Esta	prática,	conhecida	como	calagem,	reduz	o	pH	do	solo,	fornece	dois	nutrientes	
essenciais	para	as	plantas	que	são	o	cálcio	e	o	magnésio,	aumenta	a	disponibilidade	dos	
outros	nutrientes,	 reduz	problemas	de	 toxicidade	causados	por	 alumínio,	manganês	e	
ferro,	em	consequência	disso,	a	produtividade	da	cultura	melhora.
Os	adubos	podem	ser	de	origem	orgânica	 (restos	vegetais	ou	animais)	ou	de	
origem	mineral	 (químicos),	também	podem	ser	organominerais	 (combinação	dos	dois	
tipos).	Os	adubos	orgânicos	utilizam	materiais	que	seriam	descartados,	são	 ricos	em	
vários	 nutrientes,	 influenciam	 de	 forma	 muito	 positiva	 nas	 propriedades	 químicas	
e	 físicas	do	 solo	 como	na	estrutura	 e	na	 retenção	de	 água.	No	entanto,	 existe	uma	
dificuldade	na	quantificação	dos	nutrientes	disponíveis,	que	pode	ser	muito	variável	em	
função	da	origem	do	composto	orgânico.
24
TABELA 3 – COMPOSIÇÃO DE ALGUNS ADUBOS ORGÂNICOS COM BASE NA MATÉRIA SECA
Adubo MO N P2O5 K2O C/N
%
Bagaço	de	cana-de-acúcar 71,4 1,0 0,2 0,9 37/1
Bagaço	de	cevada 95,0 5,1 1,3 0,1 10/1
Borra	de	café 90,4 2,3 0,4 1,2 22/1
Cascas	de	arroz 54,5 0,8 0,6 0,5 39/1
Esterco	bovino 57 1,7 0,9 1,4 32/1
Esterco	de	aves 50 3,0 3,0 2,0 11/1
Esterco	de	suínos 53 1,9 0,7 0,4 16/1
Folhas	de	mandioca 91,6 4,3 0,7 - 12/1
Penas	de	galinha 88,2 13,5 0,5 0,3 4/1
Sabugos	de	milho 45,2 0,5 0,2 0,9 101/1
Serrapilheira 30,7 1,0 0,1 0,2 17/1
Serragem	de	madeira 93,4 0,1 traços traços 865/1
Torta de coco 94,5 4,3 2,4 3,1 11/1
Torta	de	mamona 92,2 5,4 1,9 1,5 10/1
MO	–	matéria	orgânica.	N	–	Nitrogênio.	P2O5	–	Fósforo.	K2O	–	Potássio.
	C/N	–	relação	carbono/nitrogênio.
FONTE: Adaptado de Kiehl, 1985 e Ribeiro,Guimarães e Alvarez (1999)
Os	adubos	minerais	são	preferidos	por	disponibilizarem,	de	forma	 imediata,	os	
nutrientes	para	as	plantas,	no	entanto,	são,	muitas	vezes,	responsáveis	por	encarecer	
os	custos	da	produção.
TABELA 4 – PRODUTOS COMERCIAIS UTILIZADOS PARA A ADUBAÇÃO DE MACRONUTRIENTES
Produto N P2O5 K2O CaO MgO S
%
Sulfato	de	amônio 21
Ureia 45
Salitre	do	chile 16
Nitrato	de	amônio 33
Nitrato	de	cálcio	(F) 15,5
Nitromag	(F) 26
Nitrato	de	magnésio	(F) 11
Fosfato	monoamônico	(MAP)	(F) 11 61
Magnum	–	P44	(F) 18 44
25
FertiCare	(F) 13 44
Superfosfato	simples 18 25 28 12
Superfosfato	triplo 45
Fosfato	de	Araxá 30
Fosfato	natural	de	Arad 33 37
Fosfato	natural	de	Gafsa 29 36 36
Fosfato	monopotássico	(F) 51 33
Kemifos	PK	(F) 30 20
Cloreto	de	potássio 60
Sulfato	de	potássio	(F) 50 18
Sulfato	de	potássio	e	magnésio 20 18 22
Calcário	dolomítico 30 20
Calcário	calcítico 45
Cal	hidratada 46 53
(F)	–	O	produto	pode	ser	aplicado	via	fertirrigação.	N	–	Nitrogênio.	P2O5	–	Fósforo.	K2O	–	Potássio.	
CaO	–	Cálcio.	MgO	–	Magnésio.	S	–	Enxofre.
FONTE: Adaptado de Segovia (2020)
Os	micronutrientes,	muitas	vezes,	estão	disponíveis	em	quantidades	suficientes	
no	 solo,	mas	 alguns	 elementos	 são	 disponibilizados	 indiretamente	 quando	 realizada	
a	 fertilização	com	macronutrientes,	 é	o	 caso	do	cloro	quando	se	utiliza	o	 cloreto	de	
potássio	como	fonte	de	potássio.
No	 entanto	 existem	 alguns	 produtos	 comerciais	 que	 podem	 ser	 utilizados	 como	
o	ácido	bórico	(boro),	óxido	de	cobre	(cobre),	sulfato	férrico	 (ferro),	óxido	manganoso	
(manganês),	óxido	de	molibdênio	(molibdênio)	e	óxido	de	zinco	(zinco).
A	primeira	adubação	é	chamada	de	adubação	de	base,	realizada	no	preparo	do	
solo,	após	a	correção,	ou	no	preparo	do	substrato.	Neste	caso,	os	nutrientes	são	fornecidos	
para	permitir	que,	após	a	germinação,	as	mudas	tenham	um	desenvolvimento	mais	rápido	
e	possam	manter	o	vigor.
Caso	 a	 opção	 seja	 por	 produtos	 de	 liberação	 lenta,	 normalmente	 não	 serão	
necessárias	 adubações	complementares,	 de	 acordo	com	a	ação	do	produto	e	o	 ciclo	da	
espécie	 cultivada.	 Caso	 a	 adubação	 seja	 feita	 da	 forma	 tradicional,	 é	 provável	 que	 os	
nutrientes	necessitem	ser	repostos	devido	ao	esgotamento	no	decorrer	do	ciclo	da	planta.
As	recomendações	para	a	adubação	variam	em	relação	à	espécie,	ao	ciclo	e	ao	
meio	de	cultivo.	Já	a	forma	de	aplicação	pode	ser	a	mesma	para	algumas	espécies.
26
Por	 exemplo,	 no	manejo	 das	 espécies	 alpínias	 (Alpinia purpurata V.),	 bastão	
do	 imperador	 (Etlingera elatior J.),	 gladíolos	 (Gladiolus sp. L.),	 helicônia	 (Heliconia 
orthotricha L.)	e	roseira	(Rosa grandiflora L.)	recomenda-se	que	o	fósforo	seja	aplicado	
todo	na	 adubação	de	base,	 juntamente	 com	40%	do	nitrogênio	 e	40%	do	potássio.	Na	
adubação	de	cobertura,	aplica-se	o	restante	do	nitrogênio,	e	o	potássio	é	parcelado	em	
cinco	vezes.
5 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO
A	água	é	o	principal	veículo	de	 transporte	dos	nutrientes	presentes	no	 solo	 ou	
substrato	para	a	planta.	Em	sistemas	de	cultivo	em	ambiente	protegido	a	água	deve	ser	
fornecida	às	plantas	de	forma	que	não	haja	excesso	ou	déficit	hídrico.
A	irrigação	é	o	modo	como	a	água	é	fornecida	às	plantas	e,	também,	pode	ser	
utilizada	para	a	aplicação	de	adubos	(fertirrigação)	ou	de	biocidas	(quimigação).
Para	que	a	 irrigação	seja	eficiente,	parâmetros	relacionados	à	água,	à	planta,	ao	
solo	e	ao	clima	devem	ser	observados.
Em	primeiro	lugar,	é	necessário	conhecer	a	qualidade	da	água	que	será	utilizada	
para	a	irrigação.	A	água	interfere	diretamente	no	pH	dos	substratos,	e	como	já	vimos,	as	
alterações	no	pH	interferem	na	disponibilidade	dos	nutrientes.	Assim,	a	alcalinidade	é	um	
fator	a	ser	verificado	antes	de	definir	um	projeto	de	irrigação.
Outros	fatores,	também	importantes,	são	a	condutividade	elétrica,	a	razão	de	
adsorção	do	sódio	(RAS)	e	a	toxicidade.
Quando	 falamos	 de	 alcalinidade,	 nos	 referimos	 ao	 pH	 da	 água,	 que	 pode	
alterar	o	pH	do	substrato,	e	devemos	 lembrar	que	há	uma	faixa	que	promove	o	melhor	
desenvolvimento	 das	 plantas.	 O	 que	vai	 definir	 o	 quanto	 essa	 alcalinidade	 pode	 ser	
crítica	é	o	tempo	necessário	para	o	desenvolvimento	da	muda,	o	tamanho	do	recipiente	e	o	
nível	de	tolerância	da	espécie	cultivada.
Com	o	tempo	ocorre	acúmulo	de	carbonatos	e	bicarbonatos	que	aumentam	o	pH,	
além	disso,	recipientes	maiores	comportam	maior	quantidade	de	substrato	o	que	atrasa	
o	processo	de	 alcalinização,	 e	 o	mais	 importante,	 cada	espécie	 cultivada	possui	 um	
limite	de	tolerância	que,	quando	alcançado,	prejudica	o	seu	desenvolvimento,	caso	o	
problema	não	seja	resolvido.
O	controle	da	alcalinidade	pode	ser	feito	com	a	utilização	de	adubos	acidificantes,	
que	contenham	amônio	em	sua	formulação,	ou	pela	adição	de	ácidos	como	o	nítrico,	o	
fosfórico,	o	sulfúrico	e	o	cítrico,	na	água	que	será	utilizada	para	a	irrigação.
27
A	condutividade	elétrica	mede	a	presença	de	sais	solúveis	na	água,	o	acúmulo	
desses	sais	nos	substratos	reduz	a	capacidade	de	absorção	das	plantas	devido	aos	efeitos	
osmóticos.	O	nível	de	salinidade	que	pode	afetar	os	cultivos	depende	do	nível	de	tolerância	
da	espécie	cultivada,	e	é	importante	observar	que	essa	tolerância	está	relacionada	à	soma	
da	salinidade	acumulada	pela	adubação	e	à	utilização	de	águas	salinas.
Para	 reduzir	 as	perdas	por	esse	problema,	em	casos	onde	a	água	disponível	
possui	salinidade	alta,	uma	solução	é	escolher	espécies	mais	tolerantes,	no	entanto,	
mesmo	as	mais	tolerantes	podem	ser	sensíveis	nas	fases	mais	jovens,	então	é	necessário	
procurar	 uma	outra	 fonte	 com	água	de	melhor	 qualidade.	Caso	 o	 local	 de	produção	
possua	duas	fontes,	uma	de	melhor	qualidade	e	outra	com	água	salina,	pode-se	realizar	a	
mistura	das	águas	para	a	irrigação	de	forma	a	atingir	o	limite	tolerado	para	as	culturas.
A	razão	de	adsorção	do	sódio	(RAS)	corresponde	à	concentração	de	sódio	em	
relação	ao	cálcio	e	magnésio,	ou	seja,	ele	calcula	o	risco	de	sodicidade	do	substrato,	
ou	 solo,	 pelo	 deslocamento	 do	 cálcio	 e	 magnésio	 que	 são	 substituídos	 pelo	 sódio.	
Quanto	maior	o	valor,	maior	a	retenção	da	água	pelo	meio	e	maior	a	redução	do	oxigênio	
devido	 aos	 poros	 estarem	 preenchidos,	 prejudicando	 o	 desenvolvimento	 da	 raiz	 e,	
consequentemente,	da	planta.
A	RAS	é	utilizada	para	dividir	a	água	em	quatro	classes,	com	relação	ao	risco	de	
sodicidade.	De	acordo	com	a	classe	em	que	a	água	se	encontra,	ela	deve	ser	utilizada	
observando	os	critérios	de	cada	classe.	É	preciso	ter	em	mente	que	quanto	maior	a	CE	da	
água,	maior	o	risco	de	sodicidade	mesmo	que	a	RAS	seja	considerada	baixa.
A	 toxicidade	 pode	 ocorrer	 pela	 contaminação	 da	 água	 por	 elementos	 como	
o	boro,	o	flúor,	cloretos	e	sódio.	Esses	elementos,	quando	presentes	em	quantidades	
excessivas,	podem	causar	danos	às	plantas	como	queimaduras	nas	folhas	pela	absorção,	
ou	se	acumularem	sob	as	folhas	em	forma	de	resíduos,	prejudicando	a	absorção	de	luz.
A	escolha	do	sistema	de	irrigação	depende	da	quantidade	de	água	disponível,	da	
qualidade	da	água,	do	capital	que	se	dispõe	e	da	rentabilidade	que	se	espera	alcançar.	
Os	sistemas	tradicionalmente	utilizados	são	por	aspersão,	localizado	e	por	capilaridade.
Dentro	 do	 sistema	 por	 aspersão	 o	método	mais	 simples	 é	 o	manual	 com	 a	
aspersão	 por	mangueira,	 ou	 utilizando	 tubos	 perfurados	 (chuveiros).	 O	 investimento	
inicial	é	baixo	quando	comparado	a	outros	métodos,	no	entanto,	esse	método	se	torna	
oneroso	por	exigir	mais	mão	de	obra,	e	a	aplicação	de	água	não	é	uniforme	com	maior	
perda	de	água.
Outro	 método,	 consiste	 no	 uso	 de	 miniaspersores	 rotativos	 distribuídos	 em	
tubulação	suspensa.	Neste	caso,	o	investimento	inicial	é	maior	em	relação	ao	método	
anterior	porque	envolve	adquirir	tubulação,	conjunto	motobomba,	mas	o	sistema	pode	ser	
automatizado	e	reduzir	os	custos	com	mão-de-obra,	além	da	melhor	uniformidade	na	
distribuição	da	água	e	menor	desperdício.
28
No	 sistema	 de	 irrigaçãolocalizada,	 um	 dos	 métodos	 mais	 utilizados	 é	 o	
gotejamento.	Neste	sistema,	a	água	é	aplicada	em	volumes	menores	e	bem	próximo	ao	
solo,	na	área	onde	se	encontram	as	raízes,	o	que	permite	um	maior	aproveitamento	da	
água	pelas	plantas.
No	 caso	 de	 canteiros,	 utilizam-se	 linhas	 gotejadoras	 que	 formam	 uma	 faixa	
molhada	por	toda	extensão	da	área	cultivada.	No	caso	de	vasos	e	outros	recipientes,	são	
utilizados	os	gotejadores	de	múltiplas	 saídas	ou	os	microtubos,	que	 são	distribuídos	ao	
redor	das	plantas	e	proporcionam	menor	desperdício	da	água,	que	poderia	ser	jogada	
em	áreas	sem	cultivo.
O	uso	de	microaspersores	do	tipo	spray,	também	chamado	de	nebulizadores,	
é	 outro	método	do	 sistema	de	 irrigação	 localizado	que	é	muito	utilizado	em	ambientes	
protegidos,	geralmente	com	o	objetivo	de	aumentar	a	umidade	relativa	dentro	da	estufa	
para	promover	o	enraizamento	de	estacas	e	aclimatação	de	plantas	in vitro.
O	 sistema	por	capilaridade,	 também	chamado	subirrigação,	 é	muito	utilizado	
para	 irrigar	 bandejas,	 tubetes	 ou	 mesmo	 vasos.	 Parte	 do	 substrato	 é	 saturado	 em	
contato	com	a	água	que	chega	até	as	raízes	por	capilaridade.	O	sistema	deve	utilizar	
algum	 processo	 de	 reciclagem	 e	 reaproveitamento	 da	 água,	 nesse	 caso	 há	 riscos	 de	
salinidade	na	água	pelo	acúmulo	de	fertilizantes	e	pela	presença	de	patógenos,	se	não	
houver	algum	processo	de	desinfecção.
O	 manejo	 da	 irrigação	 se	 baseia	 em	 quando	 e	 quanto	 irrigar,	 para	 isso,	 é	
necessário	 conhecer	 a	 capacidade	 de	 campo	 (CC),	 ou	 capacidade	 de	 vaso	 (CV)	 do	
substrato,	que	corresponde	à	quantidade	máxima	de	água	retida	após	a	livre-drenagem.	
Esse	 valor	 reduz	 à	medida	 que	 o	meio	 começa	 a	 secar	 pela	 evapotranspiração	 das	
plantas.	O	controle	deve	ser	realizado	de	forma	a	evitar	que	o	meio	seque,	causando	
danos	irreversíveis	para	a	planta,	ou	seja,	chegue	no	ponto	de	murcha,	quando	a	planta	
não	consegue	mais	se	recuperar.
Além	disso,	devem-se	evitar	irrigações	muito	frequentes,	que	mantenham	o	solo	
muito	úmido	e,	com	isso,	aumente	a	incidência	de	doenças.	Outra	propriedade	já	falada,	é	
a	capacidade	de	retenção	do	solo	ou	substrato,	que	também	deve	ser	conhecida.
A	capacidade	de	retenção	indica	a	profundidade	de	armazenamento	da	água	
que	estará	disponível	para	as	plantas.	Se	a	quantidade	de	água	aplicada	for	excessiva,	a	
água	em	excesso	pode	ser	perdida	por	percolação	ou	lixiviar	nutrientes,	se	for	aplicada	
abaixo	 da	 capacidade	 pode	 haver	 apenas	 um	 molhamento	 da	 superfície	 que	 logo	
será	absorvida	ou	perdida	por	evaporação,	o	que	significa	aumentar	a	frequência	de	
aplicação.
Conhecer	o	nível	de	umidade	do	solo,	a	capacidade	do	solo	em	manter	a	água	
disponível	para	as	plantas	e	as	condições	ambientais	nas	áreas	de	cultivo	auxiliam	a	
definir	a	necessidade	de	irrigação.
29
Neste tópico, você aprendeu:
•	 As	flores	 e	 plantas	 ornamentais	 podem	ser	 cultivadas	 a	 céu	 aberto,	 em	ambientes	
telados	ou	em	ambientes	protegidos,	que	são	as	estufas.	A	escolha	de	qual	sistema	
será	utilizado	depende	da	espécie	a	ser	cultivada	e,	também,	do	recurso	financeiro	de	
que	se	dispõe.
•	 O	 cultivo	 em	 ambiente	 protegido	 possui	 um	 investimento	 inicial	 que	 pode	 ser	 mais	
oneroso,	no	entanto,	proporciona	plantas	com	melhor	qualidade,	característica	que	
vai	implicar	no	valor	de	comercialização	do	produto.
•	 A	estrutura	para	produção	de	flores	e	plantas	ornamentais	vai	além	da	área	de	cultivo,	
empregando	outros	setores	que	são	fundamentais	para	auxiliar	todo	o	processo.
•	 Com	 relação	ao	substrato	que	qualquer	material,	que	possa	servir	de	base	para	a	
planta	emitir	suas	raízes,	e	que	também	possa	fornecer	nutrientes	sem	interferir	no	seu	
desenvolvimento,	poderá	ser	utilizado.
•	 Os	 substratos	 possuem	 propriedades,	 assim	 como	 o	 solo,	 e	 que	 a	 utilização	 de	
materiais	diferentes	e	com	qualidade	podem	fornecer	um	meio	completo	para	o	bom	
desenvolvimento	das	plantas.
•	 A	 escolha	 do	 substrato	 varia	 de	 acordo	 com	 a	 espécie,	 é	 importante	 adquirir	
substratos	que	se	adequem	às	mais	diversas	espécies,	mas	é	fundamental	conhecer	
as	necessidades	das	plantas	que	serão	cultivadas.
•	 A	adubação	é	outro	aspecto	de	extrema	importância	e	deve	ser	realizada	de	acordo	com	
a	necessidade	da	espécie	cultivada.	O	excesso	ou	a	falta	de	nutrientes	pode	ser	muito	
prejudicial	ao	desenvolvimento	das	plantas	e	afetar	a	qualidade	final	do	produto.
•	 Com	 relação	 à	 irrigação,	 dois	 pontos	 são	 principais:	 a	 qualidade	 da	 água	 que	 será	
utilizada	para	a	irrigação,	a	qual	pode	afetar	diretamente	o	desenvolvimento	das	plantas;	
e	a	escolha	da	forma	como	a	água	será	aplicada,	que	deve	ser	feito	de	acordo	com	a	
espécie	para	evitar	que	haja	escassez	e,	também,	danos	às	estruturas	das	plantas.
RESUMO DO TÓPICO 2
30
1	 O	 sistema	 de	 produção	 tem	muita	 importância	 com	 relação	 à	 escolha	 das	 espécies	
que	 serão	cultivadas	e,	 também	 influencia,	 posteriormente,	na	comercialização	dos	
produtos	obtidos.	Se	tratando	desse	assunto,	classifique	V	para	sentenças	verdadeiras	e	
F	para	Falsas:
(			)	O	cultivo	de	flores	e	plantas	ornamentais	pode	ser	feito	tanto	a	campo	como	em	
ambiente	protegido.
(			)	No	cultivo	a	céu	aberto,	 as	plantas	estão	sujeitas	às	 intempéries	do	tempo	e	ao	
ataque	de	pragas	e	doenças,	assim,	é	recomendado	que	esse	sistema	seja	utilizado	
para	plantas	que	apresentem	maior	rusticidade.
(			)	 No	sistema	sob	telado	as	plantas	são	cultivadas	em	ambiente	totalmente	controlado.
(			)	 As	estufas	não	são	 indicadas	para	flores	e	plantas	ornamentais	mais	 sensíveis	às	
variações	climáticas.
(			)	 Em	uma	produção	de	flores	e	plantas	ornamentais,	além	da	área	de	produção,	devem	
haver	estruturas	para	dar	suporte	às	atividades	desenvolvidas.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 F	–	V	–	V	–	F	–	V.
b)	 (			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	V.
c)	 (			)	 V	–	F	–	F	–	V	–	V.
d)	 (			)	 F	–	F	–	V	–	V	–	F.
2	 Os	substratos	são	a	base	para	que	as	sementes	ou	mudas	possam	se	estabelecer,	de	
modo	a	emitir	suas	raízes	e	desenvolver	sua	parte	aérea,	dando	a	origem	a	futura	planta.	
Com	relação	aos	substratos,	classifique	V	para	sentenças	verdadeiras	e	F	para	Falsas:
(			)	Os	substratos	podem	ser	de	origem	natural,	sintéticos,	orgânicos	e	minerais.
(			)	 Um	bom	substrato	deve	ser	constituído	de	um	único	material	que	será	capaz	de	suprir	
todas	as	necessidades	das	plântulas.
(			)	 O	CRA10	é	uma	propriedade	que	mede	a	capacidade	de	retenção	de	água	no	substrato.
(			)	Os	substratos	devem	ter	boa	porosidade	e	também	boa	drenagem,	de	forma	que	
retenha	água	suficiente	para	disponibilizar	para	as	plantas	sem	encharcar.
(			)	 O	pH	do	substrato	pode	interferir	no	desenvolvimento	da	planta,	a	faixa	de	5,5	a	7,0	
pode	ser	recomendada	de	acordo	o	material.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 V	–	F	–	F	–	V	–	V.
b)	 (			)	 F	–	F	–	V	–	V	–	V.
c)	 (			)	 V	–		–	V	–	F	–	V.
d)	 (			)	 V	–	F	–	V	–	V	–	V.
AUTOATIVIDADE
31
3	 A	 irrigação	é	a	prática	utilizada	para	que	a	água	chegue	de	forma	uniforme	e	em	
quantidade	 suficiente	 para	 as	 plantas.	 Assinale	 a	 alternativa	 que	 apresenta	 as	
características	que	influenciam	na	irrigação:
a)	 (			)	 pH	da	água	e	condutividade	elétrica.
b)	 (			)	 Adubação	e	CTC	do	solo.
c)	 (			)	 Método	de	irrigação	e	adubação.
d)	 (			)	 Condutividade	elétrica	e	CTC	do	solo.
4	 O	substrato	é	a	base	onde	as	plântulas	serão	 inicialmente	desenvolvidas	e	por	 isso	
devem	ser	observados	aspectos	que	auxiliem	no	crescimento	das	plantas.	Fale	sobre	
as	características	que	um	bom	substrato	deve	ter.
5	 A	salinidade	constitui	um	problema	na	produção	de	mudas	porque	afeta	negativamente	
as	 plantas,	 principalmente	 nessa	 fase.	 Cite	 seis	 plantas	 ornamentais,	 ordenando	
desde	a	mais	tolerante	até	a	mais	sensível	em	relação	à	salinidade.
32
33
TÓPICO 3 — 
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
As	 flores	 e	 plantas	 ornamentais	 fazem	 parte	 de	 um	 grupo	 de	 espéciesque	
possuem	características	bem	diversas,	seja	por	sua	origem	ou	por	sua	capacidade	de	
adaptação	a	vários	ambientes.
Além	 disso,	 há	 uma	 grande	 influência	 do	mercado	 consumidor	 que	 anseia	 por	
plantas	com	características	diferentes,	seja	na	ornamentação	de	eventos,	ou	mesmo,	
para	se	ter	em	casa.
De	toda	forma,	uma	diversidade	de	flores	e	plantas	ornamentais	pode	ser	cultivada	
para	os	vários	segmentos	do	ramo.	A	seguir,	veremos	um	pouco	das	características	de	
algumas	das	mais	conhecidas	plantas	utilizadas	nesse	ramo	da	agricultura.
2 PRINCIPAIS CULTURAS DE FLORES E PLANTAS 
ORNAMENTAIS
Existe	uma	grande	diversidade	de	plantas	ornamentais	que	são	cultivadas	em	
todas	as	regiões	do	país,	e	cada	espécie	possui	variedades	que	se	adaptam	às	diferentes	
condições	climáticas	e	ambientais.
Algumas	são	mais	famosas	e	preferidas	para	a	produção,	seja	por	sua	beleza	ou	
versatilidade	no	cultivo	e	no	uso.	Iremos,	então,	conhecer	algumas	espécies	que	são	mais	
populares.
• Flores de corte
◦	 Roseira							
A	 rosa	 (Rosa	 spp.)	 é,	 provavelmente,	 a	 espécie	 ornamental	 mais	 apreciada	 e	
comercializada	em	todo	o	mundo.	Seu	cultivo,	além	de	flor	de	corte,	é	realizado	para	uso	
em	outros	setores	como	na	produção	de	cosméticos	e	no	setor	culinário.	Pertence	à	
família	Rosaceae,	planta	perene,	arbustiva,	altura	entre	1,5	e	2,0	m,	caule	lenhoso;	folhas	
compostas,	 pinadas	 e	 decíduas;	 as	flores	 são	 emitidas	nos	 ramos	basais	 com	cores	
variadas	como	branco,	rosa,	vermelho,	amarelo	e	até	azul.	A	propagação	é	normalmente	
feita	por	estacas,	mas	também	pode	ser	feita	por	sementes.	A	propagação	por	sementes	
não	é	muito	usual	porque	estas	apresentam	dormência,	e	as	plantas	são	desuniformes	e	
demoram	a	florescer.	O	cultivo	pode	ser	realizado	tanto	a	céu	aberto	como	em	ambiente	
protegido,	as	plantas	são	exigentes	em	insolação,	requerendo	grande	exposição	ao	sol.	
Não	tolera	temperaturas	altas,	a	 faixa	 ideal	está	entre	 17°	a	26°C.	Solo	argiloso,	bem	
drenado	fértil,	pH	entre	5,5	e	6,0,	que	deve	ser	mantido	úmido.
34
◦	 Crisântemo
O	crisântemo	 (Dendranthema T.),	 também	conhecido	 como	 “Monsenhor”	 é	 cultivado	
tanto	como	flor	de	corte	como	flor	de	vaso.	Suas	pétalas	são	comestíveis	e	utilizadas	
em	tratamentos	medicinais.	Pertence	à	família	Asteraceae,	planta	perene,	mas	que	às	
vezes	é	cultivada	como	anual,	porte	herbáceo,	altura	entre	0,3	e	1,0	m,	caule	do	tipo	
haste;	folhas	lobulosas;	as	flores	são	do	tipo	inflorescência,	denominadas	capítulos	com	
cores	variadas	como	branco,	rosa,	vermelho,	amarelo	e	champagne.	A	propagação	se	
dá	a	partir	de	estacas.	O	cultivo	pode	ser	realizado	a	céu	aberto	no	período	do	inverno	
em	 regiões	 onde	 não	 ocorram	 geadas,	 mas	 ocorre	 preferencialmente	 em	 ambiente	
protegido,	 são	 plantas	 de	 pleno	 sol,	 requerem	 dias	 longos	 para	 maior	 exposição	 à	
luminosidade.	Não	tolera	temperaturas	muito	altas	e	nem	muito	baixas	(acima	de	30°C	
e	abaixo	de	3°C),	a	faixa	ideal	está	entre	23°	e	25°C.	Solo	de	textura	leve,	não	sujeito	a	
encharcamento,	com	alto	teor	de	matéria	orgânica	e	pH	entre	5,5	e	6,5.
◦	 Gérbera
A	 gérbera	 (Gerbera	 L.)	 foi,	 por	muito	 tempo,	mais	 produzida	 como	flor	 de	 corte	 por	
sua	longa	vida	pós-colheita,	mas	seu	uso	envasado	também	ganhou	espaço.	É	muito	
utilizada	em	decorações,	buquês,	paisagismo	e	na	produção	de	cosméticos.	Pertence	
à	família	Asteraceae,	planta	perene	de	porte	herbáceo	com	caule	do	tipo	haste,	atinge	
alturas	entre	0,30	e	0,45	m,	as	folhas	estão	dispostas	em	forma	de	roseta,	e	as	flores	
são,	 na	 verdade,	 inflorescências	 denominadas	 capítulos	 com	 cores	 variadas	 como	
branco,	rosa,	vermelho,	amarelo	e	laranja.	A	propagação	se	dá	por	sementes.	A	planta	
em	 seu	 centro	 de	 origem	 cresce	 espontaneamente	 em	 áreas	 sombreadas,	 portanto	
é	melhor	adaptada	ao	cultivo	em	ambiente	sombreado.	São	plantas	que	precisam	de	
um	local	arejado,	em	climas	quentes	e	úmidos	florescem	o	ano	inteiro.	A	faixa	ideal	de	
temperatura	está	entre	22°	a	26	°C.	Tolera	solos	secos,	porém	necessita	de	regas	pelo	
menos	uma	a	duas	vezes	por	semana,	o	solo	deve	possuir	boa	drenagem	pois	a	planta	
não	tolera	encharcamento	e	ser	fértil,	o	pH	deve	estar	entre	5,5	e	6,5.
◦	 Helicônia
A	helicônia	(Heliconia	G.)	pode	ser	utilizada	tanto	como	flor	de	corte	quanto	em	jardins,	de	
acordo	com	a	espécie	cultivada.	Pertence	à	família	Heliconiaceae,	planta	perene,	porte	
herbáceo	com	rizomas	subterrâneos;	altura	entre	1,5	e	4,0m;	folhas	grandes	coriáceas;	
as	flores	são	do	tipo	 inflorescência,	e	são	encontradas	dentro	das	brácteas	coloridas	
com	cores	variadas	como	branco,	rosa,	vermelho,	amarelo	e	creme.	A	propagação	é	feita	
pela	divisão	das	touceiras	ou	separação	dos	rizomas.	O	cultivo	pode	ser	realizado	a	céu	
aberto	ou	em	ambiente	protegido,	são	plantas	que	estão	adaptadas	a	locais	sombreados	
devido	a	sua	origem,	mas	se	desenvolvem	bem	a	pleno	sol	sem	que	a	qualidade	das	
flores	seja	afetada.	A	planta	é	bastante	tolerante	a	temperaturas	altas,	a	faixa	ideal	está	
entre	21°	e	35	°C,	temperaturas	abaixo	de	15	°C	prejudicam	seu	desenvolvimento.	Seu	
desenvolvimento	é	favorecido	em	solos	areno-argilosos,	profundos,	com	boa	drenagem	
e	pH	entre	4,5	e	6,5.
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 Conheça mais sobre as helicônias, acesse o site: http://twixar.me/dDMm.
DICA
◦	 Bastão-do-imperador
A	planta	bastão-do-imperador	(Etlingera elatior	J.)	é	muito	cultivada	para	a	comercialização	
como	flor	de	corte,	mas	é	também	utilizada	na	culinária	de	alguns	países	asiáticos	e	na	
medicina	popular	para	tratamento	de	dores	musculares.	Pertence	à	família	Zingiberaceae,	
planta	 perene,	 porte	 herbáceo	 com	 rizomas	 subterrâneos;	 altura	 entre	 3,0	 e	 6,0m;	
folhas	grandes	e	vistosas;	as	inflorescências	são	cônicas,	com	colorações	branco,	rosa,	
vermelho	e	amarelo	e	são	protegidas	por	brácteas	até	a	abertura.	A	propagação	comercial	
é	 feita	 pela	 divisão	 de	 touceiras	 que	 proporcionam	 plantas	 com	 produção	 precoce.	
A	planta	 também	pode	 ser	propagada	por	 sementes,	 que	possuem	boa	dispersão,	no	
entanto,	a	formação	de	frutos	e	sementes	é	baixa	na	cultura	em	campo.	O	cultivo	pode	
ser	realizado	a	pleno	sol	ou	em	ambiente	parcialmente	sombreado	com	proteção	contra	
os	ventos.	É	necessário	o	cuidado	com	o	espaçamento	e	a	adubação,	por	ser	uma	planta	
que	forma	grandes	touceiras,	pode	haver	competição	por	luz	e	nutrientes.	A	faixa	ideal	
de	 temperatura	 está	 entre	 24°	 e	 30	 °C,	 possui	 sensibilidade	 ao	 frio,	mas	 se	 adapta	 a	
locais	úmidos.	Seu	desenvolvimento	é	favorecido	em	solos	 ricos	em	matéria	orgânica,	
profundos,	bem	drenados,	o	pH	deve	estar	entre	5,6	e	6,2.
• Folhagens de corte
◦	 Avencão
O	avencão	 (Adiantum spp.)	pertence	à	 família	Dryopteridaceae,	é	uma	pteridófita	de	
rizomas	longos	e	folhas	permanentemente	verdes,	muito	usado	em	diversos	arranjos	por	
causa	da	sua	durabilidade	pós-colheita.	Por	ser	uma	pteridófita,	a	propagação	pode	ser	
feita	por	esporos,	pela	divisão	dos	 rizomas	ou	separação	dos	 rebentos.	A	exploração	
comercial	é	feita	de	forma	extrativista	na	 região	da	mata	atlântica.	Tolera	bem	todos	os	
solos.	O	cultivo	deve	ser	feito	em	ambiente	protegido	sombreado	de	40	a	60%.	A	faixa	de	
temperatura	ideal	está	entre	25°	e	30	°C,	a	planta	não	tolera	temperaturas	baixas.	O	solo	
deve	ser	rico	em	matéria	orgânica,	com	boa	drenagem	e	arejado,	mas	mantido	úmido.
◦ Dracena
A	 dracena	 (Dracaena	 spp.)	 pertence	 à	 família	Asparagaceae,	 é	 uma	 planta	 arbustiva,	
perene,	 de	 folhas	 alongadas	 e	 estreitas,	 com	 cores	 lisas	 ou	variegadas.	 Sua	 principal	
característica	é	a	capacidade	de	purificar	o	ar	no	ambiente	em	que	se	encontra,	sendo	
capaz	de	remover	o	NO2	presente	devido	à	poluição.	A	propagação	é	feita	por	estaquia	do	
caule.	O	cultivo	pode	ser	feito	a	sol	pleno,	mas	é	uma	planta	que	se	adapta	bem	ao	uso	
em	interiores,	assim,	o	ambiente	protegido	sombreado	de	20%	a	64%,	é	ideal.	A	faixa	de	
temperatura	ideal	está	entre	25°	e	30	°C,	a	planta	se	adéqua	bem	ao	calor	e	à	umidade,	
não	tolera	geadas.Prefere	solos	areno-argilosos,	que	devem	ser	ricos	em	matéria	orgânica	
e	bem	drenado,	não	tolera	encharcamento,	mas	deve	ser	irrigado	regularmente.
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 Conheça mais sobre plantas que possuem a capacidade de purificar o 
ar, acesse o site http://twixar.me/0DMm.
DICA
◦ Papiro
O	papiro	 (Cyperus	spp.)	pertence	à	família	Cyperaceae,	são	plantas	perenes,	herbáceas,	
com	altura	entre	1,5	e	2,5	m,	caules	tipo	rizoma	que	formam	touceiras.	As	folhas	são	
finas	e	formam	um	tipo	de	cabeleira	pendente	na	extremidade.	A	propagação	é	feita	
pela	divisão	dos	rizomas.	O	cultivo	é	feito	a	pleno	sol.	Não	é	exigente	em	relação	aos	
tratos	culturais	e	 tem	muita	tolerância	à	variação	de	temperatura.	É	considerada	uma	
planta	aquática,	sendo	encontrada	em	margens	de	rios	e	lagos,	por	isso	necessita	de	
solos	férteis	e	encharcados.
◦	 Filodendro
O	filodendro	(Philodendron	spp.)	pertence	à	família	Araceae,	plantas	perenes	e	herbáceas.	
As	 folhas	possuem	formatos	variados	e	coloração	que	varia	entre	o	verde-escuro	 e	 o	
roxo,	de	acordo	com	as	condições	de	luz	do	ambiente	em	que	a	planta	foi	colocada.	A	
propagação	é	feita	pela	estaquia	do	caule.	O	cultivo	deve	se	dar	em	ambiente	protegido,	
com	sombreamento	de	50%	a	70%,	a	maior	luminosidade	acentua	as	cores	mais	claras	nas	
folhas	e	a	menor	 luminosidade	deixa	as	cores	mais	escuras.	Não	tolera	temperaturas	
baixas,	 ideal	é	entre	20°	a	30	 °C.	O	solo	deve	ser	 rico	em	matéria	orgânica,	mantido	
úmido,	mas	nunca	encharcado.
◦	 Costela	de	adão
A	costela	de	adão	 (Monstera deliciosa)	pertence	à	família	Araceae,	é	uma	trepadeira	
perene.	 As	 folhas	 são	 largas,	 com	 bordas	 consideradas	 perfeitamente	 recortadas	 e	
coloração	verde-escura	brilhante,	lembram	uma	costela	humana.	A	propagação	é	feita	
pela	estaquia	do	caule.	O	cultivo	deve	se	dar	em	ambiente	sombreado	de	50	a	70%	ou	
com	luz	difusa.	Não	tolera	geadas,	a	temperatura	ideal	está	entre	20°	a	24°C.	O	solo	deve	
ser	rico	em	matéria	orgânica,	ser	mantido	úmido,	mas	nunca	encharcado.	O	pH	do	solo	
deve	estar	entre	5,6	e	7,5.
• Flores de vaso
◦	 Violeta-africana
A	violeta-africana	 (Saintpaulia ionantha	W.)	pertence	à	família	Gesneriaceae,	as	folhas	
verdes	 são	 cobertas	 por	 penugens	 que	 lembram	 o	 veludo,	 as	 flores	 são	 miúdas,	
abundantes,	não	exalam	perfume	e	são	encontradas	em	várias	cores.	Alcançam	tamanho	
de	0,15	 a	 0,20	m.	A	 propagação	 comercial	 é	 realizada	 pelo	 enraizamento	 das	 folhas	
(folha	+	pecíolo),	mas	é	possível	a	obtenção	de	sementes.	Precisam	da	luminosidade,	
mas	são	muito	sensíveis	 	exposição	direta	ao	sol.	O	solo	deve	ser	 rico	em	nutrientes	
minerais	e	úmido,	mas	irrigações	em	excesso	podem	levar	as	raízes	ao	apodrecimento.	
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A	faixa	de	temperatura	ideal	está	entre	16°	e	28°C.	Podem	ser	plantadas	em	vasos	de	
plástico	ou	de	barro	de	12	centímetros	de	altura,	de	forma	que	os	de	barro	apresentem	
melhor	absorção	da	umidade.	O	cultivo	deve	ser	feito	em	ambiente	fechado	como	uma	
estufa,	e	é	necessário	utilizar	telas	de	sombreamento.
◦	 Kalanchoe
A	 kalanchoe	 (Kalanchoe blossfeldiana)	 é	 uma	 planta	 perene	 pertencente	 à	 família	
Crassulaceae,	 mesma	 família	 dos	 cactos	 e	 o	 utras	 suculentas.	 Suas	 folhas	 são	
suculentas,	com	bordas	 rendadas,	as	flores	apresentam	tonalidades	variadas.	Atingem	de	
0,30	a	0,40	m	de	altura.	Podem	ser	expostas	diretamente	à	luz	do	sol	e	em	áreas	com	
circulação	de	vento,	mas	também	podem	ser	cultivadas	à	meia-sombra,	neste	caso	a	
planta	precisa	ficar	a	pleno	sol	algumas	horas	por	dia.	A	propagação	pode	ser	feita	por	
estaquia	ou	alporquia.	Requerem	bastante	 luminosidade,	são	plantas	bem	adaptadas	
ao	clima	quente	e	úmido,	mas	toleram	o	frio,	a	faixa	de	temperatura	ideal	está	entre	13	
ºC	e	29	ºC.	O	solo	deve	ser	fértil,	bem	drenado	e	rico	em	matéria	orgânica.	A	irrigação	é	
realizada	com	pouca	água,	apenas	para	umedecer	o	solo,	evitando	acúmulo	excessivo,	
em	geral	duas	vezes	por	semana	no	verão	e	uma	no	inverno.
◦	 Orquídeas
A	orquídea	pertence	à	família	Orchidaceae,	diversos	gêneros	 (Phalaenopsis	 sp.;	Cattleyas 
spp.;	 Paphiopedilum	 sp.;	 Cymbidium	 spp.;	 Dendrobium	 spp.;	 Vanda	 sp.;	 Oncidium	 sp.)	
são	cultivados.	Possuem	características	exclusivas	em	relação	a	outras	flores	e	uma	
grande	diversidade	de	cores	e	tamanhos,	além	de	serem	adaptadas	a	diversos	climas.	
As	características	comuns	aos	diversos	gêneros	é	que	são	plantas	herbáceas	e	epífitas,	
apresentam	apenas	raízes	secundárias	que	saem	diretamente	do	caule	que	é	do	tipo	
rizoma.	A	 propagação	 por	 sementes	 é	 inviável,	 de	 forma	 que	 os	 principais	métodos	
utilizados	 são	 estaquia,	 propagação	 de	 ramos	 e	 cultura	 de	 tecidos.	 O	 cultivo	 deve	
ser	realizado	em	ambiente	sombreado,	50	a	70%,	as	plantas	devem	ser	protegidas	da	
incidência	direta	dos	raios	de	sol.	A	faixa	de	temperatura	pode	variar	com	o	gênero,	mas	
é	bem	ampla,	de	10°	a	30°C.	Com	exceção	de	algumas	espécies	que	são	terrestres,	a	
maioria	não	gosta	de	terra	pois	preferem	que	suas	raízes	fiquem	arejadas,	dessa	forma	
as	melhores	opções	são	os	substratos	como	xaxim	desfibrado,	carvão	vegetal,	piaçava	
ou	coxim.	São	plantas	que	precisam	de	uma	boa	ventilação,	principalmente	em	 lugares	
quentes.	A	irrigação	é	determinada	pelo	desenvolvimento	das	raízes	e	pela	temperatura.
◦	 Lírios
O	lírio	(Lilium	sp.)	pertence	à	família	Liliácea,	é	uma	planta	perene,	de	porte	herbáceo	e	seu	
florescimento	é	contínuo.	As	características	desta	planta	 são	 folhas	 lanceoladas	estreitas	
e	carnudas	e	flores	que	podem	ter	formato	plano,	de	trombeta,	cálice	ou	turbante	com	
colorações	variadas,	das	quais	predominam	o	branco,	rosa,	roxo	e	amarelo.	A	propagação	
é	 feita	 por	 pequenos	 bulbos	 (bulbilhos)	 no	 solo,	 que	 se	 formam	 na	 base	 do	 caule	 e	
produzem	raízes	grossas.	Para	entrar	no	período	reprodutivo	é	necessário	que	aconteça	a	
vernalização	dos	bulbos	pela	exposição	ao	frio,	isso	porque	essas	plantas	são	quiescentes	
ou	dormentes	no	inverno.	A	temperatura	ideal	de	cultivo	está	entre	15°	e	29°C.	As	plantas	
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são	 adequadas	 a	 quase	 todos	 os	 tipos	 de	 solo,	 desde	 que	 bem	 estruturados	 e	 bem	
drenados.	A	irrigação	é	realizada	para	manter	o	solo	sempre	úmido	na	área	ocupada	pelas	
raízes,	a	falta	de	água	pode	antecipar	o	ciclo,	o	excesso	pode	retardar.
◦	 Girassol	ornamental
O	 girassol	 (Helianthus annuus	 L.)	 pertence	 à	 família	Asteraceae,	 é	 uma	planta	 herbácea,	
anual,	com	sistema	radicular	pivotante.	Sua	inflorescência	é	do	tipo	capítulo	com	flores	
estéreis	(lígulas)	e	férteis	(tubulares).	As	flores	estéreis	estão	 localizadas	no	raio	com	a	
função	biológica	de	atrair	polinizadores,	 já	as	flores	férteis	ficam	no	centro	do	capítulo.	Já	
existem	variedades	que	não	produzem	pólen.	As	flores,	tradicionalmente,	possuem	cor	
amarela,	mas	através	do	melhoramento	podem	ser	encontradas	variedades	em	tons	de	
ferrugem,	vinho,	rosa,	rosa-claro,	amarelo	com	mesclas	alaranjadas	e	amarelo	 limão.	A	
altura	média	desejada	para	as	plantas	ornamentais	são	0,35	m.	São	plantas	que	requerem	
insolação	direta,	o	cultivo	é	feito	em	ambiente	protegido	para	produção	em	vaso,	mas	
também	podem	ser	cultivadas	para	corte	em	campo	a	pleno	sol.	A	faixa	de	temperatura	
ótima	é	de	20	a	25	ºC.	O	ciclo	de	cultivo	é	mais	curto	varia	entre	50	e	80	dias.	O	solo	pode	
ser	ligeiramente	ácido,	a	faixa	ideal	de	pH	é	de	5,8	a	6,5,	mas	com	boa	drenagem,	as	raízes	
são	sensíveis	à	compactação	do	solo.	É	uma	planta	tolerante	à	seca,	mas	necessita	que	a	
irrigação	mantenha	a	umidade	próxima	à	capacidade	de	campo.
• Folhagens de vaso
Folhagens	de	vaso	são	plantas	que	despertam	o	interesse,	em	geral,	pela	beleza	
de	suas	folhas	 independentemente	de	terem	flores	ou	não,	tornando-se,	assim,	plantas	
ornamentais	para	decoração	de	áreas	 interiores	ou	áreas	sombreadas,	quando	usadas	no	
exterior.
O	cultivo	é	realizado	em	vasos	que	podem	ser	plásticos	na	formação	das	mudas,	
mas	no	decorrer	do	desenvolvimento	das	plantas,	são	realizados	alguns	transplantios,	
desse	modo,	ao	ser	 levada	para	áreadefinitiva,	podem	ser	utilizados	vasos	plásticos,	de	
argila	e	cimento.
A	 luminosidade	 é	 fundamental,	 de	 forma	 que	 é	 preciso	 estar	 atento	 ao	
fotoperíodo	da	espécie	para	que	não	interfira	no	seu	metabolismo	por	excesso	ou	falta.	A	
faixa	de	pH	ideal	para	a	maioria	das	folhagens	está	entre	4,5	e	6,5,	mas	algumas	plantas	
pertencentes	a	gêneros	como	as	marantas	e	várias	samambaias,	crescem	melhor	com	
um	pH	mais	ácido	entre	4,5	e	5,5.
A	 propagação	 comercial,	 normalmente,	 é	 feita	 de	 forma	 assexuada,	 sendo	
mais	comum	por	estaquia.	Há	uma	grande	variação	entre	as	espécies	com	relação	à	
temperatura,	que	pode	variar	de	18°	a	35°C.
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Como	o	produto	de	valor	são	as	folhas,	é	 importante	ter	atenção	com	o	vento,	
que	pode	influenciar	a	produção	de	folhagens.	Quando	não	são	utilizadas	barreiras	para	
proteger	as	plantas,	podem	ocorrer	queima	dos	brotos	e	abrasão	foliar	pela	ação	de	
ventos	mais	fortes	e	isso	reduz	a	qualidade	do	produto.
As	 instalações	necessárias	serão	determinadas	de	acordo	com	o	sistema	de	
produção	e	as	condições	climáticas	 locais	como	variação	de	temperatura,	ventos	fortes,	
incidência	de	chuvas,	geadas,	dentre	outras.	O	sistema	de	irrigação	pode	ser	escolhido	
de	acordo	com	a	arquitetura	da	planta,	o	mais	utilizado	na	produção	de	folhagens	é	o	
de	aspersão.
Alguns	exemplos	de	 folhagens	de	vasos	 são:	 árvore-da-felicidade	 (Polyscias 
fruticosa	 L.);	 camedórea-elegante	 (Chamaedorea elegans	 M.);	 ciclanto	 (Cyclanthus 
bipartitus	 P.);	 cróton	 (Codiaeum variegatum	 L.);	 lança-de-São-Jorge	 (Sansevieria 
cylindrica	 B.);	 palmeira-leque	 (Licuala grandis	 H.);	 peperômia	 (Peperomia sandersii 
R.);	 samambaia	 (Nephrolepis exaltata	 L.);	 yucca	 (Yucca elephantipes	 L.);	 zamioculca	
(Zamioculcas zamiifolia	E.).
3 CONCEITOS SOBRE PROPAGAÇÃO
A	propagação	de	plantas	é	realizada	por	meios	sexuais	e	assexuais	(vegetativos)	
e	 tem	 como	 objetivo	 multiplicar	 plantas	 matrizes	 com	 características	 ideais,	 com	 o	
emprego	das	técnicas	mais	adequadas.
Essas	técnicas	variam	de	acordo	com	a	espécie,	disponibilidade	de	recursos	e	
mão	de	obra	para	a	execução	do	trabalho.	Para	se	obter	sucesso,	é	importante	conhecer	
as	espécies,	o	ambiente	em	que	as	plantas	serão	desenvolvidas	e	como	cada	técnica	
funciona.
A	 propagação	 de	 plantas	 pode	 ser	 feita	 de	 forma	 sexuada	 e	 assexuada.	 A	
propagação	 sexuada	 envolve	 a	 fusão	 de	 gametas	masculinos	 e	 femininos,	 neste	 caso,	
ocorre	variação	genética	em	relação	à	planta	matriz,	e	essa	variação	pode	ter	maior	ou	
menor	intensidade	nas	características	das	plantas	geradas.
3.1 PROPAGAÇÃO SEXUADA
A	 é	 realizada	 por	 sementes.	Muitas	 plantas	 ornamentais	 produzem	 sementes,	 são	
espécies	anuais,	bianuais	e	perenes.	Em	programas	de	melhoramento	vegetal,	a	produção	
de	 sementes	 gera	 variabilidade	 genética,	 que	 proporciona	 indivíduos	 com	 características	
diversas,	e	isso	é	muito	importante	para	realizar	a	seleção	das	melhores	cultivares.
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A	obtenção	de	plantas	por	sementes	é	muitas	vezes	preterida,	porque	numa	
produção	comercial,	a	uniformidade	e	a	qualidade	do	produto	são	condições	necessárias	
para	que	o	produtor	esteja	apto	a	participar	do	mercado.	É	preciso	diferenciar	as	plantas	
chamadas	de	cultivadas	e	as	não	cultivadas.
As	 plantas	 cultivadas	 são	 aquelas	 que	 passaram	 por	 algum	 processo	 de	
melhoramento	genético	como	os	híbridos	comerciais,	cujas	caraterísticas	são	fixadas	e	as	
sementes	devem	ser	adquiridas	para	a	manter	as	exigências	para	a	espécie.	É	o	caso	
de	plantas	como	lisianto	(Eustoma grandiflorum L.),	gérbera	(Gerbera jamesonii L.),	amor-
perfeito	 (Viola tricolor L.),	 begônia	 (Begonia	 sp.	 L.),	 petúnia	 (Petunia	 sp.	 L.),	 Flor-de-
estudante	(Tagetes	sp.	L.),	gazânia	(Gazania rigens L.)	e	sálvia	(Salvia officinalis L.).
As	plantas	não	cultivadas	são	aquelas	cujas	sementes	são	obtidas	pela	coleta,	isto	
é,	por	meio	do	extrativismo	vegetal,	como	é	o	caso	de	árvores	e	palmeiras	utilizados	no	
paisagismo.
A	propagação	sexuada	é	um	método	com	baixo	custo,	além	de	não	exigir	mão	
de	obra	especializada,	proporciona	facilidade	de	transporte	e	armazenamento	por	causa	do	
tamanho	das	sementes.	As	plantas	são	 livres	de	vírus,	que	normalmente	se	desenvolvem	
no	 sistema	vascular	 das	 plantas	 e	 não	 são	 transmitidos	 pelas	 sementes.	 Proporciona	
variabilidade	genética,	que	pode	ser	considerada	uma	vantagem	para	o	melhoramento,	
mas,	no	caso	do	produtor,	implica	variação	com	perda	do	original.
No	entanto,	a	germinação	pode	ser	lenta	e	ter	baixas	taxas	de	poder	germinativo,	
devido,	 também,	 à	 dificuldade	 em	 se	 identificar	 a	 correta	maturação	 das	 sementes,	
causando	 desuniformidade	 no	 campo,	 em	 algumas	 espécies	 as	 sementes	 apresentam	
dormência	e	como	as	plantas	passam	pela	fase	juvenil,	algumas	espécies	podem	demorar	
muito	para	alcançar	a	maturidade.
Além	 dos	 fatores	 intrínsecos	 da	 semente,	 os	 fatores	 ambientais	 também	
influenciam	a	obtenção	de	plantas	por	sementes.	
A	presença	ou	ausência	de	luz	para	a	germinação	é	condição	particular	de	cada	
espécie	 e	 pode	 ser	 usada	 para	 classificar	 as	 sementes	 em	 relação	 à	 sensibilidade	 à	
luz.	 Existem	espécies	que	 são	 fotoblásticas	positivas,	 porque	germinam	melhor	 ou	 só	
germinam	 em	 presença	 de	 luz	 e	 espécies	 que	 são	 fotoblásticas	 negativas,	 germinam	
melhor	quando	há	ausência	de	 luz,	e	um	terceiro	grupo,	afotoblásticas,	para	as	quais	a	
quantidade	de	luz	é	indiferente.	Esse	conhecimento	é	importante	para	que,	no	processo	
de	semeadura,	não	haja	erros	quanto	à	cobertura	das	sementes.
A	temperatura	é	um	outro	fator	que	influencia	a	germinação	de	forma	expressiva,	ela	
regula	o	processo	germinativo,	alterando	a	velocidade	de	germinação	e	de	absorção	de	água,	
as	reações	bioquímicas	e,	consequentemente,	a	germinação	total	pela	alteração	(aumento	
ou	redução)	do	número	de	dias	necessários	para	que	o	processo	ocorra.	É	 imprescindível	
conhecer	os	limites	(máximo	e	mínimo)	para	cada	espécie	que	se	deseja	produzir.
41
A	água	é	responsável	por	 reativar	o	metabolismo	da	semente,	a	absorção	de	
água	é	o	primeiro	 acontecimento	no	processo	de	germinação	e	 será	 tão	 importante	
quanto,	 nas	 demais	 fases.	 Se	 a	 disponibilidade	 hídrica	 for	 insuficiente,	 o	 processo	
germinativo	pode	ser	 retardado	ou	até	mesmo	 interrompido	pela	morte	do	embrião.	Por	
outro	lado,	o	excesso	de	água	também	é	prejudicial	devido	à	menor	aeração,	que	facilita	o	
surgimento	de	doenças	e	o	apodrecimento	das	sementes.	É	necessário,	então,	que	haja	
uma	manutenção	constante	do	teor	de	umidade	exigido	pela	espécie	cultivada.
A	forma	como	se	realiza	a	semeadura	também	pode	influenciar	a	germinação,	
é	preciso	ter	cuidado	com	a	profundidade	na	qual	a	semente	será	depositada,	e	 isso	
pode	ser	definido	de	acordo	com	o	tamanho	da	semente	em	questão.	Quanto	maior	a	
semente,	maior	a	profundidade	da	cova,	enquanto	sementes	muito	pequenas	devem	ser	
colocadas	superficialmente	e	cobertas	com	uma	camada	fina	de	substrato	como	areia	
ou	pó	de	coco.	Algumas	sementes	devem	ser	apenas	comprimidas	para	que	entrem	em	
contato	com	o	solo	ou	substrato,	sem	que	haja	a	necessidade	de	cobri-las.
 Os esporos são as estruturas sexuais de propagação das pteridófitas 
(samambaias e avencas), sendo produzidos em grande quantidade por 
este tipo de plantas.
INTERESSANTE
3.2 PROPAGAÇÃO ASSEXUADA
A	 propagação	 assexuada,	 vegetativa	 ou	 agâmica	 consiste	 em	 utilizar	 partes	
da	planta	 (células,	 tecidos,	 órgãos	ou	propágulos)	que	não	 sejam	as	 sementes,	 para	
produzir,	por	meios	de	mecanismos	de	divisão	e	diferenciação	celular,	novas	mudas	que	
possuam	as	características	agronômicas	da	planta	matriz.	A	principal	característica	do	
método	é	a	obtenção	de	plantas	uniformes	e	produtivas	nas	condições	de	clima	e	solo	
favoráveis.
A	 propagação	 vegetativa	 é	 possível	 devido	 a	 uma	 propriedade	 denominada	
totipotência	 celular,	 que	 é	 a	 capacidade	 que	 as	 células	 vegetais	 possuemde	 se	
organizarem	em	um	novo	 indivíduo,	 por	 conterem	em	 seus	 núcleos	 toda	 a	 informação	
genética	necessária	para	dar	origem	a	uma	nova	planta.
As	vantagens	da	propagação	vegetativa	 são:	 obtenção	de	mudas	em	menor	
tempo,	 a	 carga	 genética	 transmitida	 é	 igual	 à	 da	 planta	mãe,	 precocidade	 das	 plantas	
geradas,	 redução	 na	 duração	 do	 período	 juvenil	 e	 de	 não	florescimento,	 perpetuação	 de	
espécies	que	produzem	poucas	sementes	ou	sementes	estéreis,	uniformidade	do	plantel.
42
Entre	 os	 aspectos	 negativos	 estão	 a	 susceptibilidade	 a	 pragas	 e	 doenças	
vasculares	 (bacterianas	e	viroses),	necessidade	de	manutenção	de	plantas	matrizes	e	de	
instalações	apropriadas	para	uso	das	técnicas,	gera	um	volume	de	material	muito	grande	
que	dificulta	o	transporte	e	o	armazenamento.
A	propagação	vegetativa	pode	ocorrer	naturalmente	por	estruturas	especializadas	
naturalmente	produzidas	pelas	plantas	como:
• Estolões ou estolhos	 –	 consistem	 em	prolongamentos	vegetativos	 originados	 a	
partir	 da	 axila	 da	 folha,	 determinados	 pelo	 fotoperíodo:	 Chlorophytum comosum,	
Saxifraga stolonifera,	Ajuga reptans e Ophiopogon jaburan.
• Rebentos ou brotos	–	são	brotações	que	surgem	das	raízes	ou	do	caule	das	plantas,	
também	 são	 chamados	 de	 perfilhos:	Handroanthus	 spp.,	Ravenala madagascariensis,	
Chlorophytum comosum e Ananas bracteatus.
• Bulbos	–	são	órgãos	subterrâneos	especializados,	consistem	em	um	caule	e	folhas	
adaptadas	 ao	 armazenamento:	Narcissus	 spp.,	 Tulipa	 sp.,	Hyacinthus orientalis e 
Gladiolus	sp.
• Rizomas ou soca	–	tipo	especializado	de	caule	que	apresenta	gemas	e	substâncias	
de	 reservas	 em	 que	 o	 eixo	 principal	 da	 planta	 cresce	 horizontalmente	 ou	 logo	
abaixo	da	superfície	do	solo,	onde	emitem	raízes:	Heliconia rostrata,	Zingiberaceae,	
Sansevieria trifasciata e Dietes iridioides.
A	 propagação	 também	 pode	 ser	 feita	 por	 intervenção	 humana,	 são	 os	
denominados	métodos	 “artificiais”,	porque	não	ocorrem	naturalmente	e	utilizam	outras	
estruturas	das	plantas:	estaquia,	mergulhia,	alporquia,	enxertia	e	micropopagação.
3.2.1 Estaquia
A	estaquia	é	uma	técnica	que	consiste	em	induzir	porções	de	uma	planta,	sob	
condições	 favoráveis	 ao	 enraizamento	 adventício	 e	 formação	 da	 parte	 aérea,	 dando	
origem	a	uma	muda.	As	estacas	podem	ser	formadas	a	partir	de	segmentos	do	caule,	
folhas	ou	raízes,	desde	que	haja	pelo	menos	uma	gema	vegetativa.
O	processo	ocorre	devido	à	capacidade	de	regeneração	das	células,	que	se	dá	
em	razão	da		totipotência,	que	já	vimos	antes,	e	a	desdiferenciação,	que	é	a	capacidade	
que	uma	célula	madura	(diferenciada	ou	especializada)	possui	de	funcionar	como	uma	
célula	meristemática	e	desenvolver	um	novo	ponto	de	crescimento.
A	estaquia	proporciona	a	obtenção	de	um	grande	número	de	plantas,	em	curto	
espaço	de	tempo	e	a	com	maior	aproveitamento	das	plantas	matrizes,	por	 isso	é	um	
método	que	pode	 ser	 considerado	 rápido,	 simples	 e	 barato.	No	 entanto,	 pode	haver	
uma	grande	variação	natural	na	capacidade	de	enraizamento	que	é	relativa	aos	fatores	
intrínsecos	da	planta	e	às	condições	ambientais.
43
As	 estacas	 podem	 ser	 classificadas	 de	 acordo	 com	o	 tipo,	 quanto	 ao	 órgão;	
em	 caulinares	 (Hibiscus	 spp.,	 Rosa	 spp.,	 Bougainvillea	 spp.),	 foliares	 (Saintpaulia 
sp.,	Sansevieria	 spp.,	Begonia	 sp.,	Kalanchoe blossfeldiana	 e	 outras	Crassulaceae)	 e	
radiculares	(Peschiera affinis,	Papaver orientale,	Emilia fosbergii).
As	 estacas	 que	 são	 retiradas	 do	 caule	 podem	 ser	 classificadas	 quanto	 à	
consistência	e	a	posição	no	ramo.	Quanto	à	consistência	podem	ser	herbáceas	–	retiradas	
das	pontas	dos	ramos	em	crescimento,	normalmente	com	folhas	(Rhododendron simsii, 
Dendranthema grandilfora,	Plumbago auriculata,	Salvia officinalis);	 semilenhosa	ou	semi-
herbácea	–	 tomadas	da	 porção	mediana	dos	 ramos	 (Rosa	 spp.,	Euonymus japonicus, 
Jasminum	sp.,	Hydrangea macrophylla);	lenhosa	–	retiradas	da	porção	madura	dos	ramos	e	
caules	(Hibiscus	spp.,	Bougainvillea	spp.).
Quanto	 à	 posição	 no	 ramo,	 chama-se	 de	 apical,	 retirada	 no	 ápice	 da	 planta	
(Dracaena	 spp.,	 Dendranthema grandilfora, Rhododendron simsii)	 e	 medianas,	 da	
porção	intermediária	da	estaca	(Bougainvillea	spp.,	Hydrangea macrophylla),	ou	ainda	
basal,	de	forma	que	essa	escolha	deve	ter	por	base	a	quantidade	de	auxina	endógena,	
que	é	variável	em	cada	parte	do	ramo,	de	acordo	com	a	espécie.
A	formação	das	 raízes	pode	ser	afetada	por	fatores	 internos	e	externos,	que	
podem	facilitar	o	enraizamento	de	algumas	espécies	ou	dificultar	o	sucesso	na	produção	
de	mudas	por	estacas.	Os	fatores	internos	são	(PETRY,	2008):
•	 condição	fisiológica	 da	matriz:	 condições	 hídricas,	 nutricionais	 e	 sanitárias	 da	
planta	matriz	comprometem	a	capacidade	de	enraizamento	das	estacas;
• idade da planta:	 a	 maturidade	 pode	 reduzir	 a	 capacidade	 de	 enraizamento	 de	
algumas	espécies	que	só	enraízam	na	fase	juvenil;
• tipo de estaca:	é	uma	característica	importante	a	ser	considerada	em	espécies	de	
difícil	enraizamento,	a	escolha	é	feita	com	no	acúmulo	de	reservas	ou	hormônios	que	
facilitem	o	processo	de	emissão	de	raízes;
• época do ano:	está	relacionada	às	condições	fisiológicas	da	estaca	e	às	condições	
ambientais	como	temperatura,	umidade	do	ar,	disponibilidade	de	água;
• potencial genético do enraizamento:	algumas	espécies	possuem	maior	capacidade	
de	formar	 raízes	em	suas	estacas	do	que	outras,	elas	podem	ser	classificadas	em	
fácil,	mediano	ou	difícil	enraizamento;
• balanço hormonal:	os	hormônios	exercem	ação	sobre	o	enraizamento,	em	especial	as	
auxinas	 (promotoras	de	enraizamento),	giberelinas	e	citocininas	 (podem	atuar	como	
inibidores	ou	indutores	de	crescimento	competitivo	com	o	enraizamento).
A	auxina	tem	efeito	no	alongamento	e	divisão	celular	e	estimula	a	diferenciação	
dos	tecidos	vasculares	(floema	e	xilema);	a	formação	de	raízes	em	estacas;	a	dominância	
apical	em	ramos;	e	retarda	o	amadurecimento	de	frutos;	e	promove	o	florescimento	em	
plantas	das	bromeliáceas.
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As	 giberelinas	 atuam	 no	 crescimento	 do	 caule	 e	 dos	 frutos;	 e	 induzem	 a	
germinação	de	sementes	e	a	produção	de	enzimas	nesse	período;	além	da	masculinidade	
em	flores	dioicas.
As	citocininas	têm	efeito	na	divisão	celular;	induzem	o	crescimento	de	brotos	
laterais;	 auxiliam	a	 expansão	 foliar;	 retardam	a	 senescência	 das	 folhas;	 e	 influenciam	a	
abertura	dos	estômatos.
Os	fatores	externos	são	a	temperatura,	que	favorece	a	divisão	celular	e	com	isso	a	
formação	de	raízes,	no	entanto,	estimula	a	transpiração,	que	em	estacas	herbáceas	ou	
semi-herbáceas	resulta	em	murchamento;	a	luz	que	é	importante	para	a	fotossíntese,	
mas	degrada	a	auxina	que	auxilia	no	enraizamento;	a	umidade	que	mantém	a	turgidez	
das	células;	e	o	substrato,	em	relação	as	suas	características	(pH,	aeração,	umidade),	
que	variam	de	acordo	com	a	espécie.
Em	estacas	de	difícil	enraizamento,	ou	quando	se	deseja	maximizar	a	quantidade	
de	raízes,	podem	ser	aplicadas	algumas	técnicas	para	facilitar	o	processo,	podemos	citar:	
tratamento	 com	hormônio	 (auxina	 sintética);	 câmara	 de	nebulização;	 aquecimento	 do	
leito	de	propagação;	enriquecimento	com	CO2.
3.2.2 Mergulhia
A	mergulhia	 é	 um	método	 de	 propagação	 assexuada	 pelo	 qual	 um	 ramo	da	
planta	é	submetido	ao	enraizamento,	enquanto	ainda	faz	parte	dela.	Para	isso,	o	ramo	é	
curvado	em	direção	ao	solo,	onde	terá	sua	porção	 intermediária	enterrada,	mantendo	a	
ponta	para	fora.	A	planta	a	ser	formada	só	é	destacada	da	matriz	após	ter	formado	seu	
próprio	sistema	radicular.	É	um	processo	de	uso	limitado	a	características	 inerentes	às	
plantas,	como	ramificações	baixas	e	flexíveis,	no	caso	de	arbustos	ou	trepadeiras.
O	processo	é	caracterizado	por	apresentar	alta	porcentagem	de	enraizamento	e	a	
possibilidade	de	formar	mudas	já	bem	desenvolvidas.	No	entanto,	o	rendimento	é	baixo	
devido	à	produção	de	poucas	mudas	por	matriz	e	ser	um	processo	trabalhoso	elento	
(pouca	aplicação	comercial).
Entre	 as	 espécies	 que	 podem	 ser	 propagadas	 por	 este	método	 podemos	 citar:	
Wisteria	 sp.,	Cotoneaster	 spp.,	Rosa wichuraiana,	Allamanda cathartica,	Rhododendron 
simsii,	Magnolia	spp.
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3.2.3 Alporquia
A	 alporquia	 é	 um	 tipo	 de	mergulhia,	 também	 chamada	 de	mergulhia	 aérea,	
utilizada	 quando	 o	 ramo	não	pode	 ser	 levado	 até	 o	 solo,	 por	 não	 possuir	 comprimento	
suficiente	ou	por	não	ser	flexível.
As	raízes	são	formadas	na	parte	aérea	da	planta,	para	isso	é	realizado	o	anelamento	
em	uma	parte	do	 ramo	onde	pode	ou	não	 ser	 aplicado	um	 regulador	de	 crescimento	
(auxina),	dependendo	do	seu	teor	endógeno,	e	o	 local	 lesionado	é	envolvido	com	solo	
ou	outro	substrato	contido	em	plástico	 (o	preto	é	mais	 recomendado	pela	sensibilidade	
das	raízes	à	luz)	amarrado	firmemente	nas	extremidades,	de	forma	a	proporcionar	boas	
condições	para	o	enraizamento.
Este	método	pode	ser	utilizado	em	plantas	como	Rhododendron simsii,	Myrciaria 
cuspidata,	Wisteria	sp.,	Spiraea cantoniensis.
3.2.4 Enxertia
A	enxertia	é	uma	técnica	que	consiste	em	unir	partes	(tecidos	vivos)	de	duas	ou	
mais	plantas,	normalmente	do	mesmo	gênero,	de	modo	que	eles	sejam	combinados	e	haja	
a	regeneração	de	tecidos,	para	que	à	medida	que	aconteça	o	processo	de	crescimento,	
as	partes	se	desenvolvam	como	uma	única	planta.
A	escolha	do	material	é	feita	de	acordo	com	as	características	desejáveis	para	
a	copa	ou	enxerto,	que	é	a	planta	que	se	deseja	produzir	para	a	comercialização,	e	para	o	
porta-enxerto	ou	cavalo,	que	é	a	planta	que	possui	alguma	qualidade	que	lhe	confere	
maior	resistência	a	doenças	e	pragas	ou	adaptada	às	condições	locais.
Existem	inúmeros	processos	para	se	fazer	a	enxertia,	que	podem	ser	agrupados	
em	 três	 categorias	 que	 representam	 as	 mais	 empregadas:	 garfagem,	 borbulhia	 e	
encostia.	A	garfagem	consiste	na	retirada	e	transferência	de	um	pedaço	de	ramo	que	
contenha	uma	ou	mais	gemas,	chamado	de	garfo,	para	o	caule	de	uma	planta	que	teve	sua	
parte	aérea	decepada	a	certa	altura	do	solo.
A	 enxertia	 por	 borbulhia	 consiste	 na	 justaposição	 de	 uma	 única	 gema	 e	 uma	
pequena	seção	de	casca,	com	ou	sem	lenho,	sobre	um	porta-enxerto	enraizado,	ou	seja,	a	
planta	que	receberá	o	enxerto	precisa	estar	estabelecida	e	ter	atingido	um	diâmetro	mínimo	
do	caule,	para	permitir	a	aplicação	da	técnica	e	o	sucesso	no	pegamento	do	enxerto.
A	encostia	consiste	em	se	promover	a	 junção	de	 ramos	de	duas	plantas	ou,	
inclusive,	 duas	plantas	 inteiras,	 enxerto	e	porta-enxerto,	 no	caso	de	 ramos	o	porta-
enxerto	ainda	deve	estar	ligado	à	matriz,	que	são	mantidas	dessa	forma	até	a	união	dos	
tecidos.	O	contato	é	feito	por	cortes	realizados	nos	dois	ramos,	de	forma	que	os	tecidos	
se	liguem	por	regeneração.	Pode	ser	utilizada	em	roseiras,	coníferas	e	cactáceas.
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3.2.5 Micropropagação
A	micropropagação	ou	propagação	“in vitro”	envolve	técnicas	de	cultura	de	tecidos	
para	a	produção	de	plantas	idênticas	à	planta	matriz.	Consiste	em	isolar	qualquer	parte	da	
planta	(chamada	explante),	seja	uma	célula,	um	tecido	ou	um	órgão,	para	cultivá-lo	em	
um	meio	nutritivo	artificial	sob	condições	assépticas.
Possibilita	propagar	vegetativamente	ou	clonar	genótipos	de	interesse,	produzindo	
mudas	 com	 alta	 qualidade	 genética	 e	 fitossanitária	 a	 partir	 de	 pequenos	 propágulos,	
partindo	do	pressuposto	que	qualquer	célula	no	organismo	vegetal	é	totipotente.
Representa	 uma	 alternativa	 para	 a	 multiplicação	 de	 plantas	 que	 produzem	
poucas	sementes	ou	sementes	estéreis	via	reprodução	sexuada,	ou	quando	o	emprego	de	
outros	métodos	de	propagação	vegetativa	não	se	torna	viável.
Entre	as	vantagens	deste	método,	estão	a	produção	de	um	grande	número	de	
plantas	a	partir	de	um	explante	em	menor	tempo,	uniformidade	das	plantas	obtidas,	
número	 menor	 de	 matrizes	 e	 possibilidade	 de	 produzir	 mudas	 livres	 de	 patógenos	
causadores	de	doenças	a	partir	de	plantas	contaminadas.
Entre	 as	desvantagens	estão	o	 tempo	para	o	estabelecimento	da	cultura	que	
pode	ser	 longo,	os	procedimentos	podem	ser	muito	caros	de	acordo	com	a	espécie,	o	
emprego	das	técnicas	implica	a	compra	de	equipamentos	de	laboratório	de	custo	elevado	
e	mão	de	obra	especializada.
Exemplos	de	plantas	cultivadas	comercialmente	por	esta	técnica	são	orquídeas,	
samambaias,	gérberas,	crisântemos,	bromélias,	violetas	e	palmeiras.
4 PRAGAS E DOENÇAS QUE AFETAM OS CULTIVOS
Em	cultivos	comerciais,	um	dos	maiores	problemas	a	se	enfrentar	é	o	controle	de	
pragas	e	doenças,	que	podem	representar	um	risco	tanto	para	a	qualidade	do	produto	final,	
devido	às	modificações	em	sua	aparência,	quanto	uma	perda	total	dos	recursos	investidos,	
caso	as	plantas	não	possam	completar	seu	ciclo.	Dessa	forma,	precisamos	conhecer	os	
principais	organismos	que	são	capazes	de	causar	danos	às	plantas	ornamentais.
4.1 PRAGAS
Quando	 um	 organismo	 causa	 danos	 econômicos	 a	 uma	 determinada	 cultura,	
ele	pode	ser	 considerado	praga.	Esses	organismos	atacam	as	plantas	afetando	o	 seu	
desenvolvimento,	 transmitem	moléstias,	 provocam	 a	morte	 das	 plantas	 ou	 danificam	
as	partes	 comercializadas,	 como	as	 folhagens	 e/ou	 as	flores,	 e	 reduzem	seu	valor	 de	
mercado.
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A	forma	como	as	plantas	são	infestadas	pode	variar	de	acordo	com	o	sistema	de	
cultivo.	Nas	áreas	de	cultivo	em	estufas,	os	organismos	podem	ser	levados	para	dentro	
do	ambiente	protegido	através	de	mudas	infestadas,	ferramentas	e	pelo	próprio	homem.	
Já	em	áreas	de	cultivo	a	céu	aberto	ou	apenas	sombreadas,	além	dessas	formas,	os	
organismos	podem	ser	transportados	pelo	vento	ou	pela	migração	dos	organismos	de	
outros	cultivos.
As	 pragas	 utilizam	 as	 plantas	 como	 hospedeiras	 para	 abrigo,	 reprodução	 e	
principalmente	 alimentação.	 As	 pragas	 que	 ocorrem	 com	maior	 frequência	 em	 plantas	
ornamentais	 são:	 ácaros,	 besouros,	 cochonilhas,	 lagartas,	 lesmas,	 mosca-branca,	
mosca-minadora,	 pulgões,	 tripes,	 entre	 outras.	 Abaixo	 são	 caracterizados	 os	 principais	
organismos	que	afetam	as	plantas	ornamentais	de	acordo	com	Petry	(2008):
•	 Ácaros	(Acari – Eryophiidae, Tetranychidae)	–	Os	ácaros	são	ápteros	que	possuem	
aparelho	 bucal	 sugador	 e	 tanto	 as	 ninfas	 quanto	 os	 adultos	 sugam	 a	 seiva	 nas	
folhas,	 são	 encontrados	 sob	 finas	 teias	 na	 face	 inferior	 das	 folhas.	 Suas	 ações	
provocam	cloroses,	deformações,	queda	de	folhas	e	falta	de	florescimento	da	planta.	
As	principais	espécies	de	ácaros	citadas	para	plantas	ornamentais	 são:	Eriophyes 
tulipae, Tetranychus urticae, Tetranychus cinnabarina, Tetranychus mexicanus.
•	 Besouros	 (Coleoptera – Scarabaeidae, Chrysomelidae)	–	Eles	são	pragas	tanto	na	
fase	de	 larva	como	na	 fase	adulta,	mas	é	na	 fase	adulta	que	os	principais	danos	
são	 provocados.	 Os	 adultos	 são	 dotados	 de	 peças	 bucais	 mastigadoras,	 eles	 se	
alimentam	 de	 folhas,	 flores	 e	 caules,	 especialmente	 nas	 folhas,	 o	 resultado	 são	
buracos	arredondados.	As	principais	espécies	citadas	em	plantas	ornamentais	são:	
Diabrotica speciosa, Euphoria lurida, Macrodactylus pumilio, Paraulaca dives, Pelidnota 
pallidipennis, Pelidnota sordida, Rutela lineola.
•	 Cochonilhas	 (Homoptera – Diaspididae, Coccidae, Margarodidae, Pseudococcidae, 
Ortheziidae)	–	Um	grande	número	de	espécies	faz	parte	deste	grupo.	São	 insetos	
diminutos	que	vivem	geralmente	em	colônias.	Possuem	aparelho	bucal	sugador	e	
fixam-se	na	face	inferior	das	folhas,	nas	hastes,	brotações	novas	e	nas	raízes	sob	a	
terra.	O	ataque	provoca	o	amarelecimento	das	plantas	e	o	definhamento,	podendo	levá-
las	à	morte.	Expelem	líquidos	açucarados,	os	quais	favorecem	o	aparecimento	de	um	
fungo	preto	que	recobre	as	folhas	com	uma	película	preta,	chamada	de	“fumagina”,	o	
que	dificulta	a	fotossíntese	e	a	respiração	das	plantas,	e	atraem	formigas	açucareiras.	
As	 principais	 espécies	 de	 cochonilhas	 em	ornamentais	 são:	Chrysomphalus ficus, 
Chrysomphalus dictyospermi, Coccus viridis, Coccus hesperidium,Eurhizococcus 
brasiliensis, Icerya brasiliensis, Mytilococcus beckii, Orthezia spp., Pericerya purchasi, 
Pseudococcus maritimus.
•	 Lagartas	(Lepidoptera – Noctuidae, Eucleidae, Megalopygidae)	–	As	formas	jovens	de	
mariposas	ou	borboletas	são	as	lagartas,	que	possuem	aparelho	mastigador.	Essa	fase	
é	considerada	nociva,	porque	as	lagartas	alimentam-se	de	folhas,	hastes,	brotações,	
botões	florais.	As	 principais	 espécies	 citadas	 em	ornamentais	 são:	Agrotis ipsilon, 
Callopistria floridensis, Helicoverpa zea, Megalopyge lanata, Phobetron hipparchia, 
Podalia sp., Spodoptera eridania.
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•	 Lesmas	 (Classe	Gastropoda)	 –	Na	produção	de	mudas	ornamentais,	 o	 desequilíbrio	
na	população	desses	moluscos	pode	trazer	prejuízos	importantes	tanto	em	aspectos	
quantitativos	quanto	qualitativos,	pois	diminuem	a	produtividade,	podem	causar	danos	
estéticos	e,	em	casos	severos,	o	esgotamento	e	a	morte	das	plantas.	São	capazes	de	
se	alimentar	de	qualquer	tipo	de	material	vegetal,	mas	têm	preferência	pelas	folhas	
mais	 tenras.	A	 espécie	 que	mais	 tem	causado	problemas	 atualmente	 é	 a	Achatina 
fulica,	por	ser	uma	espécie	invasora	que	não	possui	inimigos	naturais.
•	 Moscas-brancas	 (homoptera – aleyrodidae)	 –	 Os	 adultos	 e	 ninfas	 sugam	 a	 seiva	
das	 plantas	 diretamente	 do	 floema,	 através	 de	 seu	 aparelho	 bucal	 que	 é	 do	 tipo	
picador-sugador.	Sua	localização	nas	plantas	é	a	face	inferior	das	folhas.	O	ataque	
provoca	o	enfraquecimento	das	plantas	e	a	 redução	do	vigor,	que	podem	resultar	
na	 morte	 delas,	 mas	 também	 podem	 ocorrer	 atrofiamento	 ou	 deformações	 nas	
plantas	 infestadas.	Expelem	o	excesso	de	seiva	sugada	na	forma	de	uma	substância	
pegajosa	 e	 açucarada	 como	 as	 cochonilhas,	 e,	 também,	 podem	 ser	 responsáveis	
pela	transmissão	de	viroses.	As	principais	espécies	de	moscas-brancas	citadas	em	
ornamentais	são	Bemisia tabaci, Bemisia argentifoli, Trialeurodes vaporariorum.
•	 Moscas-minadoras	(Diptera – Agromyzidae)	–	São	insetos	extremamente	pequenos,	a	
postura	dos	ovos	é	feita	nas	folhas,	onde,	após	a	eclosão	dos	ovos,	as	larvas	passam	
a	viver	dentro	do	tecido	foliar,	em	minas.	Os	adultos	provocam	danos	pelas	puncturas	
feitas	nas	folhas	para	alimentação	ou	oviposição,	resultando	em	áreas	necrosadas.	As	
larvas	abrem	minas	nas	folhas,	daí	o	nome,	e	se	alimentam	do	parênquima	foliar.	Este	
processo	pode	danificar	os	tecidos	condutores	de	seiva	e	provocar	a	queda	prematura	
das	 folhas.	 Nas	 plantas	 ornamentais,	 as	moscas-minadoras	 causam,	 principalmente,	
danos	 estéticos.	 As	 principais	 espécies	 associadas	 às	 plantas	 ornamentais	 são:	
Chromatomyia syngenesiae, Liriomyza huidobrensis, Liriomyza sativae, Liriomyza trifolii.
•	 Pulgões	(Homoptera – Aphididae)	–	Podem	ser	encontrados	nos	brotos,	nos	ponteiros,	
na	 base	 de	 botões	 florais	 e	 na	 face	 inferior	 das	 folhas,	 vivendo	 em	 colônias,	 onde	
estão	presentes	ninfas	e	adultos	ápteros	ou	alados.	Tanto	as	ninfas	como	os	adultos	
possuem	aparelho	bucal	do	tipo	picador-sugador	e	inserem	as	peças	bucais	no	floema	
para	remover	a	seiva.	O	resultado	são	plantas	que	podem	apresentar	amarelecimento,	
atrofia,	 deformações	 e,	 inclusive,	 morte	 pelo	 enfraquecimento	 generalizado.	 Também	
expelem	grande	quantidade	de	substância	pegajosa	e	açucarada	como	as	cochonilhas,	
além	 de	 serem	 vetores	 de	 viroses.	 	 As	 principais	 espécies	 de	 pulgões	 citadas	 em	
plantas	ornamentais	 são:	Aphis gossypii, Capitophorus rosarum, Cerataphis lataniae, 
Macrosiphum rosae, Macrosiphum euphorbiae, Macrosiphoniella sanborni, Macrosiphum 
luteum, Myzus persicae.
•	 Tripes	 (Thysanoptera – Thripidae)	 –	 Possuem	 aparelho	 bucal	 intermediário	 entre	
raspador	e	picador-sugador,	o	raspador	atua	sobre	a	superfície	do	vegetal,	expondo	
a	seiva,	que	é	sugada	pela	outra	parte	do	cone	bucal.	Os	ovos	são	inseridos	no	tecido	
vegetal.	 Podem	 ser	 encontrados	 em	 folhas	 ainda	 enroladas	 e	 na	 face	 inferior	 das	
folhas	abertas,	no	interior	de	botões	florais	e	em	hastes.	As	partes	atacadas	tornam-se	
descoradas,	pode	ocorrer	o	enrolamento	de	folhas	e	deformação	das	flores	no	momento	
da	 abertura.	 Em	 ataques	 severos,	 as	 folhas	 secam	 e	 caem.	 Também	 atuam	 como	
transmissores	de	viroses.	As	principais	espécies	de	tripes	citadas	em	ornamentais	são:	
Frankliniella tritici, Frankliniella occidentalis, Heliothrips haemorrhoidalis, Retithrips 
syriacus, Selenothrips rubrocinctus, Thrips tabaci, Thrips palmi, Thrips simplex.
49
4.2 CONTROLE DE PRAGAS
O	ideal	que	se	espera	em	um	cultivo	é	evitar	a	entrada	de	pragas,	mas	esta	é	
uma	prática	quase	impossível	de	ser	realizada	mesmo	em	ambientes	fechados.	Alguns	
insetos	podem	não	parecer	problemáticos,	a	princípio,	devido	à	quantidade,	no	entanto,	
caso	haja	a	multiplicação	desses	insetos	e	não	seja	realizado	nenhum	tipo	de	controle,	
poderemos	ter	um	grande	problema	na	produção.
Nesse	caso,	é	 importante	que	um	trabalho	de	monitoramento	e	 identificação	
seja	feito.	É	preciso	estar	atento	à	presença	de	certos	insetos,	aqueles	que	são	sabidamente	
prejudiciais	às	espécies	cultivadas,	e	à	quantidade	desses	insetos	na	área	de	produção.
A	quantidade	de	 insetos	determina	a	forma	como	será	realizado	o	manejo.	O	
que	é	mais	recomendado	é	que	exista	um	programa	regular	de	inspeção	das	plantas	e/
ou	colocação	de	armadilhas	para	a	avaliação	da	presença	ou	ausência	de	pragas,	para	
se	obter	uma	estimativa	do	tamanho	populacional	e	verificar	os	danos	já	provocados	e	
quais	os	danos	potenciais.
As	medidas	de	controle	devem	levar	em	consideração	fatores	como:	identificação	
da	praga	e	seus	aspectos	biológicos,	tamanho	da	população,	a	produção	e	a	distribuição	das	
plantas	 (necessidade	de	quarentena),	presença	de	predadores	naturais,	a	 resistência	
que	muitas	espécies	apresentam	aos	inseticidas	e	acaricidas	já	utilizados.
Os	métodos	 de	 controle	 podem	 ser	 físicos,	 cujo	 o	 objetivo	 é	 a	 alterar	 fatores	
ambientais,	 como	 luz,	 temperatura,	 umidade	 etc.,	 para	 afetar	 a	 população	de	 insetos,	
a	 principal	 estratégia	 é	 o	 uso	de	 armadilhas.	 Podem	ser	 biológicos	 com	a	utilização	de	
inimigos	naturais	e	inseticidas	biológicos	(extratos	botânicos),	de	forma	a	prevenir,	reduzir	
ou	erradicar	a	infestação	de	pragas.
E	podem	ser	químicos,	com	o	uso	de	moléculas	sintéticas	para	o	combate	de	
pragas,	que	são	diluídos	em	água	para	seu	uso.	São	formulados	visando	o	ideal	de	eliminar	
por	completo	a	população	de	insetos.
4.3 DOENÇAS
Doenças	 são	 distúrbios	 provocados	 pelo	mau	 funcionamento	 de	 células,	 que	
ocorrem	 nas	 plantas,	 cujas	 causas	 podem	 ser	 resultantes	 da	 ação	 contínua	 de	 um	
agente	patogênico	ou	fator	ambiental.	Esses	distúrbios	quebram	o	equilíbrio	do	balanço	
energético	da	planta	e	são	externados	por	alterações	chamadas	sintomas,	que	são	a	
caracterização	da	doença	percebida	pelos	sentidos	humanos.
Mudanças	na	coloração	das	folhas,	manchas	foliares,	encrespamento	de	folhas,	
murcha,	enfezamento	da	planta,	podem	ser	interpretados	como	sintomas	demonstrativos	
de	doenças.	
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As	causas	das	doenças	podem	ser	divididas	em	dois	grupos:	parasitárias	ou	
infecciosas	 (agentes	 bióticos)	 e	 não	 parasitárias	 ou	 fisiológicas	 (agentes	 abióticos).	 Os	
agentes	causais	recebem	o	nome	de	patógenos.
No	grupo	das	doenças	parasitárias	estão	as	causadas	por	fungos,	bactérias,	vírus,	
riquétsias,	 micoplasmas,	 protozoários,	 viroides	 e	 nematoides.	 No	 grupo	 das	 doenças	
fisiológicas	 estão	 as	 induzidas	 por	 temperatura,	 excesso	 ou	 pouca	 umidade	 do	 solo,	 luz,	
oxigênio,	 poluição	 do	 ar,	 deficiência	 nutricional,	 toxicidade	 de	 minerais	 e	 pesticidas	 e	
práticas	culturais	impróprias.
O	 diagnóstico	 da	 doença	 é	 feito	 com	 base	 nos	 sintomas	 apresentados	 pela	
planta	e	na	identificação	do	agente	causal.	A	relação	entre	o	agente	biótico	e	a	planta-
hospedeira	 é	 chamado	 de	 “ciclo	 da	 doença”,	 que	 possui	 cinco	 fases:	 sobrevivência,	
disseminação,	infecção,	colonização	e	reprodução.Os	agentes	causais	danificam	as	plantas:	parasitando,	ou	seja,	quando	o	agente	
retira	 do	 hospedeiro	 todos	 os	 nutrientes	 de	 que	 precisa	 para	 sua	 sobrevivência,	 sem	
oferecer	nada	em	troca;	secretando	toxinas,	que	podem	ser	enzimas	ou	controladores	
de	 crescimento,	 os	 quais	 prejudicam	 a	 planta	 hospedeira;	 bloqueando	 o	 transporte	 de	
nutrientes	nos	tecidos	de	condução	da	planta,	quando	a	colônia	se	estabelece	em	pontos	
centrais	do	sistema	fisiológico	da	planta;	e,	no	caso	do	ambiente,	as	adversidades	podem	
causar	desequilíbrio	químico,	deixando	a	planta	susceptível	a	ação	de	agentes	bióticos.
Os	principais	sintomas	observados	em	plantas	doentes	são:	antracnose,	cancros	
em	ramos	e	caules,	distorção	ou	descoloração	de	folhas	ou	pétalas,	enfezamento	ou	
nanismo,	ferrugens,	galhas,	manchas	de	folhas,	míldios,	mofo	cinzento,	murchas,	oídios,	
podridões,	tombamento	de	plântulas.
O	controle	de	doenças	nas	áreas	de	produção	pode	ser	feito	por	(PETRY,	2008):	
• exclusão	–	com	a	interrupção	da	disseminação	do	patógeno	com	o	uso	de	sementes	e	
mudas	sadias,	eliminação	de	insetos	que	atuam	como	vetores	de	viroses	etc.;
• erradicação	 –	 que	 consiste	 em	 eliminar	 o	 patógeno	 que	 já	 está	 presente	 na	
produção	através	de	técnicas	como	a	rotação	de	culturas,	eliminação	de	hospedeiros	
alternativos,	eliminação	do	agente	presente	no	solo;
• proteção	–	busca	evitar	a	 infecção	pela	penetração	do	agente	nas	células	da	planta	
com	a	pulverização	produtos	químicos	nas	partes	aéreas;
• imunização	 –	 utiliza	 técnicas	 do	melhoramento	vegetal	 para	 introduzir	 resistência	
genética	e	criar	cultivares	menos	susceptíveis	à	ação	do	agente	patogênico;
• terapia	 –	é	 realizada	em	mudas	ou	sementes	no	período	de	quarentena,	antes	de	
introduzir	esse	material	na	área	de	produção,	utilizando	produtos	químicos,	calor;
• regulação	–	são	feitas	modificações	como	a	aplicação	de	tratos	culturais	adequados	ou	
alterações	ambientais	como	maior	ventilação	ou	 insolação,	que	conferem	melhores	
condições	de	resistência	para	as	plantas;
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• evasão	–	o	cultivo	é	realizado	observando	a	escolha	de	área	geográfica,	local,	data	
e	sistema	de	plantio	que	não	favoreçam	o	patógeno.	No	caso	de	ambiente	protegido	
com	controle	dos	fatores	ambientais,	isso	é	facilitado.
Veremos,	a	seguir,	os	sintomas	mais	comuns	observados	em	plantas	ornamentais	
de	acordo	com	o	tipo	de	patógeno	causador.
4.3.1 Doenças fúngicas
•	 Antracnose
É	caracterizada	por	manchas	de	cor	 castanho-claro,	 encharcadas	e	 isoladas	
em	 diversos	 órgãos	 como	 folhas,	 pecíolos,	 hastes,	 botões	 florais	 e	 frutos.	 A	 lesão	 se	
desenvolve	 normalmente	 no	 formato	 circular,	 em	 pequenos	 pontos	 que	 aumentam	 de	
tamanho.	Com	o	progresso	da	doença,	as	lesões	coalescem	e	provocam	seca	precoce	
em	partes	do	órgão,	as	quais	se	destacam	da	planta	ainda	verdes.
Atacam	uma	diversidade	de	plantas:	antúrio,	babosa,	begônia,	cíclame,	comigo-
ninguém-pode,	 espada	 de	 São	 Jorge,	 helicônia,	 hortênsia,	 lírio,	 orquídea,	 palmeira.	 Em	
cíclame	e	orquídeas	o	agente	causal	é	o	Colletotrichum gloeosporioides	e	em	antúrio	é	o	
Colletotrichum	sp.	A	doença	ocorre,	principalmente,	em	regiões	quentes	e	úmidas,	e	a	
disseminação	é	feita	pela	água	da	chuva	ou	pelo	vento.
Para	o	controle,	a	recomendação	é	remover	e	destruir	as	partes	afetadas,	e	que	a	
irrigação	seja	realizada	por	gotejamento	ou	infiltração.
•Ferrugem	
Se	apresenta	como	lesões	em	forma	de	pústulas	irregulares	recobertas	por	massas	
de	esporos	que	podem	ter	coloração	amarelada,	alaranjada	ou	marrom	avermelhada.	Em	
geral,	são	específicas	para	cada	hospedeiro	de	forma	que	a	ferrugem	da	roseira	não	ataca	o	
crisântemo	e	vice-versa,	mas	por	ser	uma	doença	complexa	pode	acontecer	do	patógeno	
precisar	de	mais	de	um	hospedeiro	para	completar	seu	ciclo	de	vida.
As	plantas	ficam	debilitadas	e	em	casos	severos	as	folhas	secam	e	caem,	o	que	
compromete	toda	a	planta,	a	qual	pode	morrer.	Algumas	plantas	hospedeiras	são:	acácia,	
antúrio,	cravo,	crisântemo,	gerânio,	gladíolo,	rosa.
O	 agente	 causal	 em	 cravo	 é	 o	Uromyces dianthi,	 em	 crisântemo	 o	Puccinia 
horiana	 (ferrugem	branca)	e	o	Puccinia chrysanthemi	 (ferrugem	parda),	em	orquídea	o	
Hemileia oncidii,	em	antúrio	o	Uredo anthurii	e	em	roseira	o	Phragmidium	sp.
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O	controle	é	realizado	pela	escolha	de	matrizes	sadias,	retirada	e	 incineração	de	
partes	doentes,	as	folhas	devem	ser	mantidas	secas.	Existem	diversos	princípios	ativos	
registrados	que	poderão	ser	utilizados,	se	for	necessário.
•	 Galha
Caracteriza-se	 pelo	 intumescimento	 de	 órgãos	 como	 folhas,	 pétalas,	 brotos	
e	 frutos	 novos,	 que	 se	 tornam	 espessos	 e	 parcialmente	 deformados	 com	 aspecto	
esbranquiçado.	Algumas	vezes,	pode	apresentar	aspecto	pulverulento.
As	 plantas	 hospedeiras	 são	 azaléa,	 camélia,	 ipomeia	 e	 as	 plantas	 da	 família	
Lauraceae.	O	controle	é	feito	pela	remoção	das	partes	atingidas,	que	devem	posteriormente	
ser	incineradas.
•	 Oídio
É	um	fungo	que	tem	ocorrência	em	diferentes	hospedeiros	(polífago).	Caracteriza-
se	por	apresentar	manchas	esbranquiçadas	na	face	superior	da	folha,	mas	podem	ocorrer	
nas	duas	faces,	em	caso	de	ataque	intenso.
As	 manchas	 podem	 ocorrer	 também	 no	 pecíolo,	 cálice	 pedúnculo	 e	 pétalas.	
Em	estágio	mais	avançado,	as	folhas	tomam	uma	coloração	mais	acinzentada	e	caem	
prematuramente,	 se	 essa	 desfolha	 for	 intensa,	 espécies	mais	 susceptíveis	 deixam	de	
florescer.
Os	 períodos	 mais	 quentes	 e	 alta	 umidade	 (em	 torno	 de	 80%)	 favorecem	 o	
desenvolvimento	 do	 oídio.	 Plantas	 hospedeiras:	 acalifa,	 azaléa,	 begônia,	 hortênsia,	
resedá.	O	agente	causal	em	crisântemo	é	o	Erysiphe cichoracearum,	em	roseira	o	Oidium 
leucoconium	e	em	violeta	africana	o	Oidium	spp.
O	tratamento	começa	com	a	eliminação	dos	órgãos	atacados,	e	a	planta	deve	
ser	 tratada	 com	pulverizações	 à	 base	de	 enxofre.	 Existem	alguns	produtos	 registrados	 e	
recomendados	 pelos	 órgãos	 oficiais	 de	 controle	 para	 as	 pulverizações.	 Outro	 ponto	
importante,	é	não	fazer	novos	plantios	próximos	a	lavouras	infectadas	ou	velhas.
•	 Míldio
Essa	doença	pode	ser	identificada	pelas	manchas	irregulares	de	cor	parda	na	face	
superior	das	folhas,	enquanto	na	face	inferior,	as	estruturas	do	fungo	se	acumulam	em	
formações	semelhantes	ao	algodão.	O	sombreamento,	 temperatura	amena,	umidade	
elevada	(acima	de	90%)	e	alta	densidade	de	plantio	favorecem	o	ataque	do	fungo.
O	resultado	são	folhas	que	se	enrolam,	secam	e	caem,	mas	também	podem	afetar	
as	 extremidades	dos	 ramos,	 pecíolos	 e	brotos.	Como	plantas	hospedeiras	 temos:	 roseira,	
sempre-viva,	girassol.	O	agente	causal	da	doença	em	roseiras	é	o	Peronospora sparsa.
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O	controle	é	feito	com	o	corte	e	a	incineração	das	partes	afetadas.	Para	o	roseiral	
é	 indicado	que	se	faça	uma	poda	para	o	arejamento,	de	forma	a	diminuir	a	umidade	
dentro	do	plantel.	Recomendam-se	aplicações	de	chlorothalonil	ou	Mancozeb.
•	 Mofo	cinzento
É	 uma	 doença	 em	 que,	 os	 primeiros	 sinais	 são	 pequenas	 manchas	 marrons	
aquosas	de	 rápido	espalhamento,	essas	queimaduras	ocorrem	no	ápice	das	folhas	e	se	
estendem	até	a	base	e	o	pecíolo.
Os	 órgãos	 afetados	 ficam	 cobertos	 pelas	 estruturas	 do	 fungo	 de	 aspecto	
pulverulento	 e	 coloração	 acinzentada,	 tornando-se	 inúteis.	 A	 disseminação	 é	 muito	
rápida	em	condições	favoráveis	com	temperaturas	amenas	(16	a	23	°C),	alta	umidade	e	
ventilação	deficiente.
Entre	as	plantas	hospedeiras	temos:	antúrio,	begônia,	cíclame,	cravo,	crisântemo,	
gerânio,	gloxínia,	lírio,	orquídea,	roseira	e	violeta.	O	agente	causal	em	todos	é	o	Botrytis 
cinerea.
O	tratamento	consiste	em	eliminar	os	órgãos	afetados.	No	caso	das	roseiras,	
deve-se	 realizar	 uma	poda	 de	 arejamento.	 Reduzir	 a	 umidade	 do	 ambiente	 também	
contribui	para	diminuir	a	intensidade.
•	 Manchas	de	folhas
Consiste	em	áreas	escuras	de	tamanho	e	forma	variáveis,	e	podem	apresentar	
zonas	 concêntricas	 de	 tecido	 morto	 e	 necrosado.As	 pontuações	 podem	 iniciar	 em	
qualquer	parte	do	 limbo,	posteriormente	aumentam	de	tamanho	podendo	atingir	folha	
toda.	 As	 características	 das	manchas	mudam	 de	 acordo	 com	 a	 planta	 hospedeira	 e	 o	
patógeno.
Diversas	 plantas	 podem	 ser	 afetadas:	 crisântemo,	 dracenas,	 gramas	 em	 geral,	
hibisco,	 ipês,	 roseira.	 A	 doença	 tem	 como	 agentes	 causais:	 Alternaria	 sp.,	 Septoria 
chrysanthemi e Ascochyta chrysanthemi.
O	tratamento	depende	do	patógeno	envolvido,	mas	a	retirada	das	partes	afetadas,	
ajuda	a	reduzir	a	disseminação	para	outras	plantas.	É	necessário	exame	laboratorial	para	o	
diagnóstico	adequado.
• Murcha
Caracteriza-se	pela	flacidez	total	ou	parcial	da	planta,	devido	à	 incapacidade	
da	planta	em	absorver	água,	mesmo	com	o	solo	úmido.	O	patógeno	age	entupindo	os	
vasos	com	suas	estruturas.	
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O	ataque	acontece	pelas	raízes,	onde	o	patógeno	penetra	e	impede	a	subida	da	
seiva.	Sem	conseguir	absorver	a	água,	a	planta	perde	a	turgescência,	se	a	doença	progredir	
ocorre	o	ressecamento	das	folhas,	enquanto	as	raízes	apodrecem	em	pouco	tempo.
Temperaturas	 altas	 e	 solos	 mal	 drenados	 favorecem	 o	 aparecimento	 dessa	
doença.	 Plantas	 que	 podem	 ser	 prejudicadas	 são:	 antúrio,	 cravo,	 crisântemo,	 dália,	
margarida,	orquídea.	O	problema	mais	comum	é	a	Murcha	de	Fusarium,	que	tem	como	
agente	causal	o	fungo	Fusarium	sp.
O	controle	é	realizado	com	base	em	medidas	preventivas	como	a	manutenção	do	
solo	ou	substrato	bem	drenado,	 limpeza	e	destruição	de	plantas	doentes,	substituição	da	
terra	do	canteiro,	rotação	de	cultura.
4.3.2 Doenças bacterianas
•	 Mancha	bacteriana
Caracteriza-se	pela	presença	de	manchas	transparentes,	aquosas,	com	formas	
irregulares	 que	 se	 tornam	 amareladas	 ou	 pardas	 com	 a	 morte	 dos	 tecidos.	 Podem	
ocorrer	no	limbo	ou	nas	margens	das	folhas,	na	haste	da	planta	ou	nos	cálices	das	flores.
A	chuva	e	água	de	irrigação	são	os	principais	vetores	que	facilitam	a	disseminação	
da	 bactéria.	 Plantas	 hospedeiras:	 begônia,	 cravo,	 crisântemo,	 gerânio,	 orquídea.	 No	
Crisântemo	o	agente	causal	é	o	Pseudomonas cichorii.
As	 plantas	 doentes	 devem	 ser	 separadas	 e	 as	 partes	 afetadas	 retiradas	 e	
destruídas.	 O	 local	 de	 cultivo	 deve	 ter	 baixa	 umidade	 e	 bom	 arejamento.	 O	 material	
propagativo	deve	ser	adquirido	em	locais	onde	a	doença	não	ocorra.
•	 Murcha	bacteriana
As	bactérias	vivem	no	solo	e	penetram	nas	plantas	pelas	 raízes,	semelhante	aos	
fungos,	entopem	os	vasos	que	conduzem	a	seiva.	A	haste	fica	amolecida	e	os	vasos	se	
tornam	 escurecidos.	As	 plantas	 susceptíveis	 a	 este	 ataque	 são	 o	 cravo	 e	 a	 dália.	 O	
agente	causal	é	a	bactéria	Pseudomonas caryophylli.
O	 tratamento	 consiste	 em	 destruir	 as	 plantas	 doentes,	 rotação	 de	 cultura	 e	
esterilização	do	solo.
•	 Galha	da	coroa
Caracteriza-se	pelo	aparecimento	de	tumores	esféricos	e	ásperos	na	haste	da	
planta,	chamadas	de	galhas	que,	quando	envolvem	a	haste	causam	a	interrupção	na	
circulação	da	seiva	e	a	planta	torna-se	clorótica	e	raquítica,	o	que	pode	levar	à	morte.	A	
penetração	ocorre	por	ferimentos	provocados	nas	raízes.
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Plantas	hospedeiras:	crisântemo,	girassol,	roseira.	O	agente	causal	é	o	Agrobacte-
rium tumefaciens.
As	 plantas	 doentes	 devem	 ser	 erradicadas,	 deve-se	 realizar	 tratamentos	 com	
antibióticos	como	oxitetraciclina	+	estreptomicina	nas	áreas	afetadas,	esterilização	do	
solo	utilizado	em	canteiros	ou	vasos,	rotação	de	cultura.
4.3.3 Viroses
Vírus	são	proteínas	complexas	capazes	de	se	reproduzir	e	se	perpetuar	somente	
no	corpo	de	um	hospedeiro	vivo.	Podem	ser	 levados	entre	as	plantas	por	 insetos	ou	
transmitidos	ao	propagar	estacas	de	plantas	doentes.
Nas	 plantas	 ornamentais,	 observa-se,	 como	 efeitos	 das	 viroses,	 distorção	 ou	
descoloração	de	folhas	ou	pétalas,	as	mudanças	podem	ser	na	forma	ou	na	cor	de	folhas	
ou	pétalas.	Essas	alterações	da	cor	são	manchas	em	forma	de	anel,	estrias,	mosaico	e	
clorose.
O	ataque	de	vírus	em	plantas	como	o	cravo	podem	causar	mancha	em	forma	de	
anel,	estrias	amarelas	e	vermelhas	e	mosaico	mosqueado;	nas	orquídeas	surgem	clorose,	
estrias	brancas	e	mosaico,	já	em	roseiras	podem	surgir	o	mosaico	amarelo	e	o	mosaico	
comum.
Para	 citar	 alguns	 agentes	 viróticos	 temos	 em	 crisântemo	 o	 Topo	 virose	 –	
Chysanthemun	 stem	 necrosis	 vírus	 (CSNV),	 em	 orquídea	 o	 Cymbidium	 mosaic	 virus	
(CyMV)	e	Odontoglossum	 ringspot	virus	 (ORSV),	e	em	 roseira	o	mosaico	causado	por	um	
complexo	viral.
O	controle	das	viroses	é	preventivo,	deve-se	utilizar	material	sadio	para	propagação	
e	as	plantas	afetadas	devem	ser	destruídas.
56
Neste tópico, você aprendeu:
•	 Conhecer	 algumas	 espécies	 que	 podem	 ser	 cultivadas	 para	 corte	 ou	vaso	 e	 que	 há	
uma	 diversidade	 entre	 as	 opções	 citadas.	 Esta	 diversidade	 é	muito	 ampla,	 devido	 à	
quantidade	de	espécies	e	variedades	conhecidas,	que	podem	ser	utilizadas	na	área	
da	floricultura.
•	 A	 propagação	 de	 flores	 e	 plantas	 ornamentais	 pode	 ser	 feita	 sexuadamente	 por	
sementes,	mas	existe	uma	preferência	por	métodos	vegetativos	(assexuada)	como	o	
uso	de	estacas,	ganhando	importância	as	técnicas	de	cultura	de	tecido.
•	 Conhecemos	 algumas	 pragas	 e	 doenças	 que	 podem	 prejudicar	 a	 produção,	 e	 que	
medidas	de	controle	devem	ser	adotadas	desde	o	início,	para	evitar	maiores	danos.	A	
melhor	forma	de	evitar	o	ataque	é	a	prevenção.
RESUMO DO TÓPICO 3
57
1	 As	 plantas	 que	 serão	 cultivadas,	 podem	 ser	 escolhidas	 considerando	 o	 mercado	
que	 se	 deseja	 atender,	mas,	 para	 tanto,	 é	 necessário	 conhecer	 as	 características	
intrínsecas	de	cada	espécie,	as	quais	afetam	as	relações	de	cultivo.	Com	relação	às	
plantas	ornamentais,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 As	 flores	 de	 corte	 apresentam	 como	 principal	 característica	 a	 capacidade	 de	 se	
manterem	belas	na	pós-colheita.
(			)	O	papiro	é	uma	folhagem	de	corte	que	se	adapta	muito	bem	em	regiões	alagadas.
(			)	 A	kalanchoe	é	uma	planta	suculenta	que	também	pode	ser	utilizada	como	planta	de	
corte.
(			)	 As	orquídeas	são	plantas	epífitas	que	só	se	desenvolvem	bem	quando	cultivadas	a	
pleno	sol.
(			)	 A	maioria	das	folhagens	de	vaso	possuem	características	bem	parecidas,	entre	elas	o	
pH	recomendado	que	fica	entre	4,5	e	5,5.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	V.
b)	 (			)	 F	–	F	–	V	–	V	–	F.
c)	 (			)	 F	–	V	–	F	–	V	–	V.
d)	 (			)	 V	–	F	–	V	–	V	–	F.
2	 A	propagação	de	plantas	é	uma	fase	da	produção	na	qual	se	deve	escolher	o	método	
que	melhor	se	adeque	à	espécie	escolhida,	mas	também,	aquele	que	proporcione	
maior	economia	nos	custos	da	produção.	Sobre	os	métodos	de	propagação,	assinale	
a	alternativa	correta:
a)	 (			)	 A	propagação	sexuada	é	a	principal	forma	de	multiplicação	das	espécies	orna-
mentais	cultivadas.
b)	 (			)	 O	método	da	estaquia	consiste	em	retirar	uma	parte	dos	ramos	que	não	contenha	
gemas	para	induzir	o	enraizamento.
c)	 (			)	 O	uso	da	borbulhia	com	gemas	de	uma	mesma	espécie,	mas	de	cores	diferentes	em	
uma	única	planta,	resulta	em	ramos	com	flores	de	cada	cor	utilizada.
d)	 (			)	 A	 mergulhia	 é	 a	 prática	 de	 envolver	 uma	 parte	 de	 um	 ramo	 não	 flexível	 com	
substrato	para	induzir	o	enraizamento.
e)	 (			)	 Na	alporquia	os	 ramos	flexíveis	são	enterrados	para	que	possam	enraizar	e	dar	
origem	a	uma	nova	planta.
3	 As	pragas	são	um	grande	problema	para	a	produção	de	plantas	ornamentais.	Entre	as	
principais	pragas	encontradas	neste	tipo	de	cultivo,	temos	aquelas	que	expelem	uma	
substância	açucarada	que	favorece	o	surgimento	de	fungos,	são	elas:
AUTOATIVIDADE
58
a)	 (			)	 Lagartas,	besouros,	tripes.
b)	 (			)	 Lesmas,	ácaros,	lagartas.
c)	 (			)	 Mosca-branca,	ácaros,	pulgões.
d)	 (			)	 Cochonilha,	mosca-minadora,	tripes.
e)	 (			)	 Cochonilha,	mosca-branca,	pulgões.
4	 A	propagação	de	plantas	pode	ocorrer	de	forma	sexuada,	pela	obtenção	de	sementes,	
ou	de	forma	assexuada,	utilizandopartes	da	planta	para	 realizar	a	multiplicação	da	
espécie.	Descreva	os	métodos	de	propagação	vegetativa.
5	 Doenças	 são	 distúrbios	 que	 ocorrem	 nas	 plantas	 devido,	 muitas	 vezes,	 à	 ação	 de	
microrganismos	 que	 podem	 danificar	 as	 plantas	 e	 levá-las,	 inclusive,	 à	morte.	As	
doenças	podem	ser	causadas	por	agentes	bióticos	que	podem	ser	fungos,	bactérias	ou	
vírus.	Cite	os	principais	sintomas	observados	em	cada	grupo	e	as	medidas	de	controle.
59
TÓPICO 4 — 
COLHEITA, PÓS-COLHEITA, 
ARMAZENAMENTO E COMERCIALIZAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A	colheita	corresponde	ao	final	da	fase	de	produção.	Depois	de	todos	os	cuidados	
despendidos	durante	o	ciclo	de	desenvolvimento	da	planta,	é	na	colheita	que	vemos	o	
resultado	de	todo	o	trabalho.
Na	pós-colheita,	outros	cuidados	são	necessários	para	que	o	produto	chegue	
ao	consumidor	final	mantendo	a	qualidade.	No	entanto,	é	também	 imprescindível	evitar	
perdas	que	gerem	prejuízos	para	toda	a	cadeia.
Neste	tópico,	veremos	os	cuidados	necessários	para	que,	não	sejam	em	vão	
todos	os	esforços	aplicados	durante	o	cultivo.	Compreenderemos	que	nessa	fase	é	preciso	
ter	tanta	ou	mais	atenção	durante	a	condução	das	atividades	necessárias	para	que	o	
produto	chegue	ao	consumidor	final.
2 ASPECTOS DA COLHEITA DE FLORES DE CORTE
A	 colheita	 de	 flores	 de	 corte	 é	 normalmente	 realizada	 quando	 a	 flor	 está	 em	
botão.	Este	ponto	pode	ser	 indicado	como	o	estágio	de	abertura	a	ser	completado	com	
sua	colocação	em	água.	A	colheita	da	haste	com	a	flor	aberta	deve	ser	evitada	porque	
apresenta	maior	risco	de	perda.
O	momento	da	colheita	está	 sujeito	a	variações	 regionais,	que	 influenciam	a	
época	do	ano	em	que	ocorre	a	colheita,	o	sistema	de	cultivo	utilizado	(campo	aberto,	
telado	ou	estufa),	as	variedades	plantadas	e	a	distância	do	mercado	consumidor.
Cada	 material	 vegetal	 possui	 padrões	 que	 definem	 sua	 qualidade,	 e	 esses	
padrões	 levam	em	conta	aspectos	externos	como	o	formato	da	flor,	comprimento	da	
haste,	 número	de	flores	 e	 botões,	 presença	de	 resíduos	químicos,	 danos	 causados	por	
pragas	 e/ou	 doenças,	 defeitos	 aparentes;	 e	 aspectos	 internos	 como	 a	 longevidade	
em	 ambientes	 internos	 sem	 alteração	 da	 cor,	 resistência	 ao	 estresse	 do	 transporte	 e	
comercialização,	suscetibilidade	ao	resfriamento	e	o	etileno.
É	 importante	que	as	flores	estejam	em	seu	desenvolvimento	normal	ao	serem	
colhidas,	estejam	com	boa	quantidade	de	 reservas	e	adequado	suprimento	de	água,	
antes	de	atingir	o	ponto	de	completa	maturação.
60
Os	horários	 indicados	para	a	colheita	são	aqueles	do	 início	da	manhã	e	do	final	
da	tarde,	quando	as	temperaturas	são	mais	amenas,	sendo	a	faixa	de	horário	definida	
pela	 sensibilidade	 da	 espécie	 ao	 calor,	 porém,	 a	 exposição	 excessiva	 é	 totalmente	
desaconselhada	para	qualquer	espécie,	pois	pode	ocorrer	desidratação	das	hastes.
Quando	a	colheita	é	realizada	em	horários	mais	quentes,	os	tecidos	estão	menos	
túrgidos,	o	que	significa	que	há	menos	água	e,	com	a	separação	da	flor	em	relação	à	
planta-mãe,	resulta	em	maior	desidratação	da	haste,	que	reflete	em	menor	resistência	na	
pós-colheita.
A	colheita	de	flores,	em	geral,	é	realizada	manualmente,	dessa	forma,	é	possível	
selecionar	aquelas	que	estão	no	ponto	de	colheita	adequado	para	a	comercialização.	
O	 corte	 deve	 ser	 realizado	 com	 uma	 ferramenta	 afiada	 e	 ser	 feito	 na	 base	 da	 haste.	
Podem	ser	 utilizadas	 tesouras	 ou	 lâminas	 próprias	 para	 o	 corte,	 de	 forma	 a	 evitar	 o	
esmagamento	dos	vasos	condutores.
Considerando	que	doenças	e	pragas	podem	ser	 levadas	de	um	canteiro	a	outro	
pelo	uso	de	ferramentas,	é	 importante	fazer	a	desinfestação	da	ferramenta	utilizada,	ao	
menos	na	mudança	de	canteiro	de	forma	preventiva.	Recomenda-se	utilizar	solução	com	
hipoclorito	de	sódio	a	5%.
O	 ponto	 de	 colheita	 varia	 entre	 as	 espécies,	 uma	 vez	 que	 cada	 uma	 possui	
características	próprias	e	específicas.
Para	o	antúrio	(Anthurium	spp.),	o	ponto	de	colheita	pode	ser	detectado	pela	
mudança	 da	 coloração	 da	 espádice	 e	 a	 proporção	 de	 flores	 abertas	 sobre	 a	 espádice.	
Deve-se	observar	que	a	espata	esteja	 totalmente	expandida	e	metade	a	2/3	de	 suas	
flores	 estejam	 maduras.	 Colheitas	 precoces	 podem	 reduzir	 a	 vida	 pós-colheita	 das	
inflorescências	e	colheitas	tardias	comprometem	a	qualidade	do	produto	final.
Na	alpínia	(Alpinia	spp.)	a	maior	durabilidade	é	verificada	quando	o	terço	superior	
das	brácteas	já	se	encontra	totalmente	expandido,	a	haste	floral	deve	possuir	diâmetro	
igual	ou	maior	que	1cm	e	ser	o	mais	longo	possível,	devendo	ser	colhido	inteiro.
A	colheita	de	estrelícia	(Strelitzia	spp.)	pode	ser	realizada	quando	as	primeiras	
flores	saem	da	espata	e	ainda	estiverem	fechadas	ou	quando	a	primeira	flor	abrir.	A	
haste	contendo	a	inflorescência	é	quebradiça	e	exige	cuidado	no	manuseio,	ela	deve	ser	
arrancada	da	planta	com	um	leve	puxão,	e	não	cortada.
A	 colheita	 da	 helicônia	 (Heliconia	 spp.)	 é	 realizada	 quando	 as	 hastes	 florais	
apresentam	duas	ou	três	brácteas	abertas	e	medem	70	cm-100	cm	de	altura.	O	corte	deve	
ser	em	diagonal	na	base	da	planta,	deixando	pelo	menos	de	10	a	15	cm	do	pseudocaule	
junto	 à	 haste.	 As	 folhas	 acima	 das	 inflorescências	 devem	 ser	 eliminadas,	 deixando-se	
apenas	os	pecíolos	para	proteção	durante	o	transporte.
61
As	 hastes	 do	 sorvetão	 (Zingiber spectabile)	 devem	 ser	 colhidas	 quando	 a	
inflorescência	 inteira	medir	pelo	menos	15	cm	de	comprimento.	Os	tecidos	devem	estar	
bem-hidratados	e	todas	as	flores	devem	ser	removidas.	O	ponto	de	colheita	pode	variar	
desde	a	fase	de	botão	à	inflorescência	totalmente	expandida.
No	bastão-do-imperador	 (Etlingera elatior)	o	ponto	de	colheita	é	definido	pelo	
mercado	a	que	se	destinam	as	flores.	A	colheita	pode	ser	feita	desde	o	estágio	de	botão	até	
o	de	brácteas	 totalmente	expandidas.	O	 tamanho	mínimo	exigido	das	hastes	florais	para	
comercialização	é	de	60	cm.	O	ideal	é	que	as	hastes	ao	serem	colhidas	sejam	colocadas	
em	locais	sombreados	e	as	bases	imersas	em	água,	para	evitar	a	perda	da	turgescência	
dos	tecidos.
Na	roseira	(Rosa	spp.)	o	ponto	ideal	para	a	colheita	é	quando	as	rosas	estão	no	
estágio	de	botões	fechados,	com	hastes	e	flores	túrgidas.	O	corte	do	botão	deve	ser	
realizado	a	partir	da	4º	gema.	As	flores	devem	ser	mantidas	na	água	após	colhidas	para	
não	perder	a	turgidez.
No	crisântemo	(Chrysanthemum	spp.)	a	definição	do	ponto	de	colheita	ocorre	em	
relação	à	distância	do	mercado	onde	as	flores	serão	comercializadas,	de	forma	que,	para	
mercados	distantes	parte	das	inflorescências	devem	estar	fechadas	(40	a	50%	fechadas)	
e	para	mercados	próximos	as	 inflorescências	podem	estar	mais	abertas	(70%	abertas).	
Visualmente,	o	ponto	de	colheita	é	o	estágio	em	que	as	lígulas	externas	se	encontram	
abertas,	e	as	flores	do	centro	da	inflorescência	encontram-se	em	início	de	abertura.
O	girassol	ornamental	para	corte	(Helianthus annuus	L.)	deve	ser	colhido	com	
o	 capítulo	 parcialmente	 aberto,	 pois	 estas	 hastes	 quando	mantidas	 em	 água,	 podem	
durar	 até	 uma	 semana	 após	 a	 completa	 abertura.	 O	 diâmetro	 mínimo	 exigido	 para	
comercialização	de	girassol	de	corte	para	capítulos	parcialmente	abertos	varia	de	45	a	
55mm	de	acordo	com	o	tamanho	das	hastes.
O	ponto	de	colheita	para	a	flor	de	corte	da	gérbera	(Gerbera jamesonii B.)	ocorre	
quando	há	duas	fileiras	de	flores	tubuladas	(flores	da	coroa)	visivelmente	abertas.	Deve-se	
puxar	as	hastes	com	remoção	de	sua	base	antes	da	hidratação.
Para	algumas	espécies	ou	variedades	pode	haver	a	necessidade	de	se	ter	uma	
solução	com	conservante	para	imersão	da	base	da	haste	imediatamente	após	a	colheita,	
ou	a	utilização	de	algum	material	como	papel,	papel	impermeável	ou	polietileno,	para	o	
acondicionamento	das	flores.
A	operação	de	colheita	é	realizada	de	acordo	com	a	logística	estabelecida	para	
venda	do	produto	e	o	tamanho	da	área,	mas	também	deve	respeitar	o	ponto	de	colheita	
da	espéciecultivada.	Pode	ocorrer	uma	duas	vezes	por	semana.
62
3 CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA
Ao	 finalizar	 a	 colheita	 alguns	 processos	 devem	 ser	 iniciados	 para	 manter	 a	
qualidade	 do	 produto,	 até	 que	 esse	 chegue	 ao	 consumidor	 final,	 e	 evitar	 perdas	 de	
produtos,	 mantendo	 a	 quantidade	 de	 produtos	 comercializados	 próxima	 da	 que	 foi	
colhida.	A	esse	conjunto	de	práticas	que	visam	manter	ao	máximo	a	durabilidade	dos	
produtos	dá-se	o	nome	de	pós-colheita.
A	produção	e	qualidade	das	flores	colhidas	estão	correlacionadas	com	cultivares,	
condições	edafoclimáticas,	tratos	culturais,	condições	fitossanitárias	e	condições	nutri-
cionais	das	plantas.	Dessa	forma,	a	qualidade	do	produto	na	pós-colheita	é	influenciada	
pelas	escolhas	feitas	na	pré-colheita.
Sabemos	que	as	flores	 têm	um	tempo	de	vida	pré-determinado,	 sua	 função	
biológica	é	a	reprodução,	por	isso	elas	permanecem	abertas	por	um	período	que	seja	
suficiente	para	ocorrer	a	polinização.	A	expectativa	no	comércio	de	flores	é	prolongar	esse	
período	o	máximo	possível.
Podemos	dizer	que,	a	pós-colheita	inicia-se	no	momento	do	planejamento	do	
cultivo	e	deve	 ser	 considerada	em	todo	o	manejo	durante	 a	 condução	das	plantas.	A	
decisão	sobre	o	ponto	em	que	se	deve	iniciar	a	colheita	e	a	forma	como	o	material	vegetal	
é	manuseado	durante	o	processo,	podem	influenciar,	 junto	com	os	tratamentos	pós-
colheita,	a	extensão	da	vida	útil	das	flores	de	corte,	ou	mesmo,	quando	comercializadas	
como	planta	em	vaso.
Ao	 serem	 cortadas,	 os	 processos	 fisiológicos	 passam	 a	 atuar	 sobre	 flores	 e	
folhagens	 de	 forma	mais	 rápida	 já	 que,	 suas	 reservas,	 compostas	 principalmente	 por	
carboidratos,	gradativamente	são	exauridas	devido	à	respiração	normal.
Podem	ocorrer	outros	fatores	que	alterem	a	durabilidade	desse	material	durante	
e	após	o	corte	como:	 lesões	durante	a	colheita;	exposição	excessiva	a	temperaturas	
inadequadas	após	o	corte;	colheita	antecipada	ou	muito	atrasada;	armazenamento	ina-
dequado	que	propicia	doenças	pós-colheita;	perda	de	umidade	em	razão	da	transpiração;	
alterações	bioquímicas;	acúmulo	de	etileno.
Veremos	agora,	os	fatores	fisiológicos	que	afetam	a	pós-colheita	das	flores	de	corte	
durante	o	transporte,	armazenamento,	comercialização	e	utilização	final	do	produto.
• Relações hídricas
O	murchamento	e	a	senescência	das	pétalas	podem	acontecer	devido	à	absorção	
de	água	pelas	hastes	ocorrer	de	forma	deficiente	pela	redução	da	condutância	hidráulica	
na	haste.	 Isso	acontece	porque	os	vasos	 xilemáticos	 são	obstruídos	fisicamente	por	
microrganismos,	pela	deposição	de	pectina	e	fenóis	ou	por	embolismo.
63
Como	a	planta	não	consegue	absorver	ou	absorve	muito	pouco	a	água	fornecida,	
ela	perde	turgescência	em	razão	do	desbalanceamento	que	ocorre	entre	a	água	que	foi	
utilizada,	ou	perdida,	e	a	água	que	chegou	até	os	tecidos.	Quando	a	flor	chega	ao	ponto	
de	murchamento	ou	apresenta	problemas	para	a	abertura	das	pétalas,	significa	que	sua	
vida	útil	acabou.
A	 qualidade	 da	 água	 também	 é	 um	 fator	 a	 ser	 considerado,	 porque	 sua	
composição	pode	influenciar	diretamente	a	longevidade	de	flores	de	corte.	A	presença	de	
sais	pode	afetar	a	absorção	devido	ao	efeito	osmótico.
O	pH	também	pode	determinar	a	capacidade	de	absorção	de	água	pelas	flores	
cortadas,	quando	é	alcalino	diminui	a	mobilidade	desta	no	caule,	de	forma	contrária,	a	
água	é	mais	rapidamente	absorvida	quando	o	pH	é	ácido.
• Carboidratos
O	momento	da	colheita	representa	a	separação	entre	a	planta-mãe	e	o	material	
colhido	 (flores	ou	folhagens),	que	param	de	 receber	nutrientes	e	passam	a	se	manter	
consumindo	as	reservas	em	seus	tecidos.
Os	 carboidratos	 são,	 então,	 requeridos	 para	 que	 a	 respiração	 seja	 mantida,	
e	 também	 agem	 como	 regulador	 osmótico	 dos	 tecidos.	 Dessa	 forma,	 o	 início	 da	
senescência	é	marcado	pela	diminuição	da	concentração	de	carboidratos.	Quanto	maior	
essa	concentração	maior	durabilidade	pós-colheita.
• Etileno
A	 senescência	 das	 pétalas	 e	 flores	 é	 a	 fase	 final	 do	 desenvolvimento	 e	 está	
relacionada	com	processos	que	conduzem	à	desorganização	celular,	esse	conjunto	de	
processos	fisiológicos	que	culminam	com	a	morte	e	a	abscisão.
Esta	fase	pode	ser	espontânea	devido	ao	processo	natural	do	desenvolvimento	
das	plantas,	marcado	por	mudanças	bioquímicas	como	a	elevação	da	atividade	de	enzimas	
hidrolíticas,	degradação	do	amido	e	da	clorofila	e	produção	climatérica	de	etileno,	mas	
também	pode	desencadeada	por	agentes	externos	como	o	corte	da	haste	ou	o	uso	do	
etileno.
O	 etileno	 é	 o	 regulador	 de	 crescimento	 que	 tem	 efeitos	 sobre	 a	 indução	 da	
senescência,	 abscisão	 e	murchamento	 das	flores.	Algumas	flores	 apresentam	maior	
ou	menor	sensibilidade	à	ação	do	etileno,	e	são	agrupadas	em:	muito	sensíveis	(cravo,	
orquídeas,	lírio);	pouco	sensíveis	(antúrio,	gérbera,	tulipas)	e	insensíveis	ao	etileno	(rosas,	
gladíolos,	ave	do	paraíso).
64
O	etileno	é	um	regulador	de	crescimento	endógeno	e	o	único	hormônio	vegetal	
gasoso.	 Seu	 aumento	 na	 planta	 ocorre	 quando	 há	 a	 abscisão	 foliar,	 a	 senescência	
de	flores	 e	 o	 amadurecimento	 de	 frutos.	Alguns	 fatores	 externos	 induzem	a	 síntese	
de	etileno,	devido	ao	estresse	sofrido	pela	planta	 (escuro,	 injúria	mecânica,	doenças	e	
estresses	 fisiológicos).	 O	 etileno	 tem	papel	 importante	 na	 regulação	 do	 processo	 de	
degradação	intrínseca	da	planta.
O	principal	objetivo	na	pós-colheita	é	aumentar	a	durabilidade	dos	produtos.	
Para	 que	 isso	 aconteça,	 existem	 tratamentos	 que	 podem	 aumentar	 o	 tempo	 de	
armazenamento	e,	com	isso,	o	período	de	comercialização	das	flores	e	folhagens	cortadas.	
O	 armazenamento	 é	 importante	 para	 a	 manutenção	 do	 equilíbrio	 entre	 o	 mercado	
distribuidor	e	consumidor	de	flores	de	corte.
• Pré-acondicionamento
Consiste	 em	 um	 tratamento	 com	 água	 quente	 que	 extrai	 o	 ar	 dos	 talos.	 O	
tratamento	 também	 melhora	 a	 posterior	 absorção	 de	 água	 porque	 provoca	 efeitos	
bioquímicos	no	interior	dos	tecidos.
As	plantas	que	 respondem	bem	a	 esse	 tratamento	 são	 as	 lenhosas,	 rosas	de	
estufa,	crisântemos,	dálias	e	produtoras	de	látex.
• Pré-resfriamento
As	flores	e	folhagens	são	resfriadas	rapidamente	logo	após	a	colheita.	Com	isso,	
é	possível	reduzir	a	perda	de	umidade,	retirar	o	calor,	retardar	a	deterioração,	diminuir	
a	 respiração	 e	 o	 risco	 de	 infecção	 por	 patógenos.	 Botões	 de	 cravo	 e	 crisântemos	
respondem	bem	a	esse	tratamento.
• Resfriamento
A	refrigeração	reduz	a	transpiração,	a	taxa	de	respiração,	a	produção	de	etileno,	
reduz	a	atividade	enzimática	e	inibe	a	incidência	de	microrganismos.	É	o	método	mais	
econômico	para	armazenamento	longo,	e	mesmo	que	sejam	utilizados	outros	métodos,	
estes	 se	 tornam	mais	 eficientes	 quando	 suplementados	 com	 tratamentos	 de	 baixas	
temperaturas.	
Entre	as	desvantagens	das	baixas	temperaturas,	é	que	podem	ocorrer	mudanças	
na	coloração	das	pétalas	e	queima	das	folhas.
Os	métodos	de	armazenamento	refrigerado	variam	em	função	da	espécie	e	do	
período	de	estocagem.	O	método	úmido	é	utilizado	para	curtos	períodos	de	armazenagem,	
e	o	método	a	seco	é	usado	para	períodos	prolongados.
65
Várias	flores	de	corte	podem	ser	armazenadas	dessa	forma	como	antúrio,	cravo,	
crisântemo,	gérbera,	gladíolo,	lírio	e	rosa.
• Tratamentos químicos
As	soluções	preservativas	são	utilizadas	para	manter	a	qualidade	e	prolongar	
a	vida	das	flores	ou	folhagens	colhidas.	São	compostas	por	um	substrato	energético	
(sacarose);	uma	substância	conservante	básica	como	um	agente	biocida	 (8-HQC);	e	uma	
substância	conservante	auxiliar,	como	um	agente	acidificante	(sulfato	de	alumínio	ou	
ácido	cítrico)	ou	um	agente	antietileno	(tiossulfato	de	prata).
As	soluções	são	formuladas	de	acordo	com	o	objetivo	(PETRY,	2008):
◦ Soluções de condicionamento:	é	realizada	a	saturação	com	água	para	a	restauração	
da	turgidez	das	flores	e	folhagens	cortadas,	pode	ser	feita	após	a	colheita,	duranteo	
transporte	ou	no	armazenamento.
◦ Soluções de pulsing:	 consiste	 em	 saturar	 os	 tecidos	 florais	 com	 açúcares.	 O	
tratamento	é	considerado	rápido	e	afeta	a	fase	final	da	vida	das	flores	e	folhagens,	
prolongando-a	mesmo	após	a	transferência	para	a	água	ou	soluções	de	manutenção.
◦	 Soluções	de	abertura	floral:	utilizadas	quando	os	botões	colhidos	estão	 imaturos	
ou	 a	 quantidade	 de	 botões	 abertos	 necessárias	 numa	 determinada	 época	 não	 são	
suficientes.	Semelhante	à	solução	de	pulsing,	porém	o	teor	de	açúcar	é	inferior,	e	o	
período	de	uso	superior.
◦ Solução de manutenção:	 são	 utilizados	 produtos	 comerciais	 que	 favorecem	 a	
qualidade	das	flores	e	folhagens	cortadas.
4 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO COMERCIAL
a)	Mercado
Para	iniciarmos	uma	produção	comercial,	é	importante	que	o	produtor	conheça	a	
estrutura	do	mercado	de	flores,	esta	informação	serve	para	indicar	o	caminho	mais	viável.	
Os	setores	que	compõem	a	cadeia	do	agronegócio	são:	produção,	distribuição,	atacado,	
varejo	e	consumidor.
Um	estudo	de	mercado	eficiente	deve	considerar	seis	aspectos	fundamentais:	
segmentação;	público-alvo;	necessidades	do	público-alvo;	concorrência;	barreiras	de	
entrada;	regulamentação.
A	segmentação	traça	o	perfil	dos	diferentes	grupos	de	compradores	de	acordo	
com	suas	necessidades	e	preferências,	que	no	caso	das	plantas	ornamentais	podemos	
dividir	em	quatro	segmentos	principais:	flores	de	corte;	folhagens	de	corte;	flores	de	
vaso;	e	folhagens	de	vaso.
66
O	 público-alvo	 é	 o	 grupo	 que	 pode	 trazer	 maior	 retorno	 financeiro	 para	 o	
investimento,	 o	 qual	 pode	variar	 de	 acordo	 com	a	 região	 de	 produção,	 a	 escolha	 das	
espécies	cultivadas	e	no	caso	das	flores	as	datas	comemorativas.	Quando	se	tem	em	
mente	 o	 público-alvo	 é	 possível	 definir	metas	 de	 trabalho	 e	 oferecer	 produtos	 para	
suprir	suas	necessidades.
Conhecer	a	concorrência	e	oferecer	produtos	diferenciados	é	outro	aspecto	que	
não	deve	ser	esquecido	para	que	o	negócio	possa	crescer.
É	preciso	identificar	potenciais	barreiras	que	possam	impedir	ou	dificultar	o	início	ou	
a	expansão	da	produção.
A	regulamentação	se	refere	às	questões	burocráticas,	como	leis	e	normas	técnicas,	
que	precisam	ser	atendidas	quando	se	inicia	qualquer	atividade	comercial	agrícola.
b)	Localização
O	cultivo	de	flores	requer	espaço,	portanto	a	área	escolhida	deverá	ser	buscada	na	
zona	rural.	É	preferível	que	haja	proximidade	com	as	cidades	para	facilitar	a	comercialização,	
mas	quando	não	é	viável,	é	indicado	que	o	local	fique	próximo	a	rodovias	para	facilitar	o	
escoamento	da	produção.
Outro	ponto	 importante,	é	conhecer	o	solo	antes	de	adquirir	o	 local,	devendo	
ser	realizada	uma	análise	em	laboratório	certificado,	pois	uma	produtividade	expressiva	
depende	da	qualidade	do	solo	e	da	capacidade	de	ajuste	às	condições	ideais	de	plantio.
Podemos	 dividir	 em	 três	 categorias	 alguns	 aspectos	 considerados	 como	
favoráveis	 para	 a	 produção:	 infraestrutura	 (energia	 elétrica,	 água	 e	 esgoto,	 serviço	
telefônico	e	de	internet;	via	de	acesso	ao	local	de	produção	e	pontos	de	escoamento	da	
produção),	existência	de	mão	de	obra	qualificada	e	condições	naturais	(solos	favoráveis	
para	o	plantio	de	várias	espécies,	terrenos	pouco	acidentados	e	clima	favorável).
c)	Espécies	cultivadas
No	Brasil,	 há	 uma	diversidade	 de	 climas	 e	 solos,	 o	 que	 permite	 o	 cultivo	 de	
espécies	diversas,	de	origens	nativas	e	exóticas,	oriundas	de	clima	temperado	e	tropical.	
No	 entanto,	 a	 escolha	 da	 espécie	 precisa	 ser	 feita	 de	 acordo	 com	 a	 região	 onde	 a	
produção	será	instalada.
É	importante	conhecer	a	espécie	que	se	pretende	cultivar	e	quais	os	aspectos	
relacionados	 a	 isso	 como:	 classificação	 botânica,	 substrato	 adequado,	 necessidades	
nutricionais,	 principais	 pragas	 e	 doenças,	manejo	 pós-colheita,	 durabilidade,	 tipo	 de	
estrutura	mais	adequada	para	a	produção,	controle	do	fotoperíodo	e	temperatura	dentre	
outras.
67
É	 importante	 conhecer	 bem	 os	 ciclos	 das	 espécies	 de	 plantas	 ornamentais	
cultivadas,	pois	cada	espécie	tem	a	época	e	as	condições	de	solo	e	clima	adequadas	para	
o	plantio,	e	isso	pode	influenciar	na	comercialização	do	produto,	seja	porque	as	plantas	
não	atingiram	a	maturidade	e	por	isso	não	podem	ser	colhidas	ou	porque	há	excesso	de	
produto	no	mercado.
d)	Fornecedores/matéria-prima
Deve-se	estar	atento	à	escolha	de	fornecedores	 idôneos	e	comprometidos	para	
garantir	a	qualidade	e	a	sanidade	dos	produtos.
Os	principais	produtos	utilizados	pelos	produtores	de	flores	e	plantas	ornamentais	
são:	estufas,	telas	de	sombreamento,	sistema	de	irrigação,	sistema	de	iluminação,	câmara	
fria,	vasos,	bandejas,	substratos,	mudas,	sementes,	bulbos,	rizomas,	adubos,	defensivos	
químicos	e	biológicos,	reguladores	de	crescimento,	embalagens,	dentre	outros.
e)	Organização	do	processo	produtivo
É	 importante	conhecer	bem	os	ciclos	das	flores	e	plantas	ornamentais	que	serão	
cultivadas,	para	disponibilizar	os	produtos	durante	o	ano	e,	especialmente,	nas	principais	
datas	comemorativas	quando	há	um	aumento	significativo	da	demanda.
Cada	espécie	tem	suas	próprias	exigências	fisiológicas,	que	se	refletem	na	época	
e	nas	condições	de	solo	e	clima	adequados	para	a	implantação	do	cultivo.	
f)	 Comercialização
A	 comercialização	 eficiente	 exige	 estruturação	 logística	 que	 inclua	 técnicas	
e	 operações	 de	 transporte,	 utilização	 de	 caminhões	 com	 isolamento	 térmico	 e	
acondicionamento	dos	produtos	em	locais	adequados.
A	estrutura	do	mercado	interno	para	a	comercialização	de	produtos	é	formada	por	
atacado,	onde	atuam	as	cooperativas,	centrais	de	abastecimento	e	centrais	privadas;	
distribuidores	ou	 intermediários	para	a	venda	direta;	o	varejo,	que	pode	ser	tradicional,	
autosserviço	ou	comércio	eletrônico;	o	setor	de	serviços,	para	o	qual	as	flores	e	plantas	
ornamentais	são	insumos	para	o	serviço	oferecido.
Todos	esses	atores	têm	por	finalidade	fazer	o	produto	chegar	ao	consumidor	final,	
que	pode	ser	qualquer	um	de	nós.
A	comercialização	é	uma	fase	que	pode	ser	muito	crítica	dentro	da	cadeia	de	
produção	de	flores	e	plantas	ornamentais.	O	destino	da	produção,	desde	o	produtor	até	o	
consumidor	final,	passa	por	diferentes	veículos	de	comercialização.	Se	esta	etapa	não	for	
eficiente,	todas	as	anteriores	serão	perdidas.
68
LEITURA
COMPLEMENTAR
ASPECTOS LEGAIS DA PRODUÇÃO DE PLANTAS ORNAMENTAIS
Ângela	Maria	Pereira	do	Nascimento
Simone	Novaes	Reis
Lívia	Mendes	Carvalho
A	produção	de	sementes	e	a	formação	de	um	viveiro	de	mudas	para	fins	de	
exploração	comercial	deverão	ser	registrados	junto	ao	Ministério	da	Agricultura,	Pecuária	
e	Abastecimento	 (MAPA),	conforme	a	Lei	Federal	Nº	 10.711,	de	5	de	agosto	de	2003,	
que	 regulamenta	o	Sistema	Nacional	de	Sementes	e	Mudas.	O	produtor	deve	obedecer	
às	normas	e	aos	padrões	técnicos	e	legais	vigentes,	e	responsabilizar-se	pela	qualidade	
do	 produto	 e	 por	 todos	 os	 procedimentos	 pertinentes	 ao	 registro	 e	 à	 condução	 da	
produção,	além	de	fornecer	as	informações	solicitadas,	no	momento	da	fiscalização	das	
áreas	de	produção.
Cada	estado	possui	sua	própria	legislação	no	que	tange	à	produção,	ao	comércio,	
trânsito,	armazenamento	e	à	sanidade	das	mudas	de	plantas	ornamentais,	cabendo	ao	
produtor	procurar	o	órgão	responsável,	providenciar	o	registro	do	viveiro	e	o	seu	próprio,	
como	produtor	de	mudas,	e	contratar	um	responsável	técnico.
Para	a	produção	de	mudas	e	sementes,	o	produtor,	bem	como	todos	os	agentes	
envolvidos	 no	 processo	 (responsáveis	 técnicos,	 fiscais,	 comerciantes,	 transportadoras	
etc.),	 devem	 estar	 devidamente	 inscritos	 no	 Registro	 Nacional	 de	 Sementes	 e	Mudas	
(RENASEM).	Todas	as	categorias	envolvidas	no	processo	deverão	realizar	os	cadastros	de	
acordo	com	as	normas	estabelecidas.	As	etapas	básicas	deste	processo	consistem	em:
•	 ler	todas	as	normas	correspondentes	à	categoria;
•	 coletar	e	reunir	documentos	necessários;
•	 preencher	formulários	anexos	de	acordocom	a	categoria;
•	 realizar	o	pagamento	das	taxas	correspondentes;
•	 manter	os	dados	cadastrais	atualizados;
•	 ficar	atento	aos	prazos	de	renovação	do	cadastro;
•	 manter	a	documentação	disponível	para	a	fiscalização.
69
A	produção	de	flores	e	plantas	ornamentais	precisa	estar	em	conformidade	com	
a	seguinte	legislação	específica:
•	 Lei	nº	10.711/2003:	dispõe	sobre	o	Sistema	Nacional	de	Sementes	e	Mudas	e	dá	outras	
providências.
•	 Lei	9456/1997:	institui	a	Lei	de	Proteção	de	Cultivares,	e	dá	outras	providências.
•	 Instrução	 Normativa	 Nº	 35/2008:	 aprova	 os	 formulários	 necessários	 para	 o	
requerimento	de	proteção	de	cultivar	e	para	o	relatório	técnico	descritivo	de	obtenção	de	
cultivar.
•	 Instrução	Normativa	Nº	52/2007:	estabelece	a	lista	de	pragas	quarentenárias	ausentes	
(A1)	e	de	pragas	quarentenárias	presentes	(A2),	e	aprova	os	procedimentos	para	as	
suas	atualizações.
•	 Instrução	Normativa	Nº50/2006:	aprova	as	Normas	para	 Importação	e	Exportação	de	
Sementes	e	de	Mudas.
•	 Instrução	Normativa	Nº	24/2005:	aprova	as	Normas	para	Produção,	Comercialização	e	
Utilização	de	Mudas.
O	MAPA	é	o	órgão	responsável	por	promover,	coordenar,	normatizar,	supervisionar,	
auditar	e	fiscalizar	as	ações	decorrentes	da	produção	de	mudas.	Além	disso,	os	Estados	e	
o	Distrito	Federal	devem	elaborar	normas	e	procedimentos	complementares	relativos	à	
produção,	e	exercer	a	fiscalização	do	comércio	estadual	de	sementes	e	mudas.
Todas	 as	 etapas	 de	 produção	 de	 mudas	 deverão	 ser	 acompanhadas	 pelos	
responsáveis	técnicos,	pelo	engenheiro	agrônomo	ou	engenheiro	florestal,	que	devem	
estar	devidamente	credenciados	no	RENASEM.	O	Responsável	Técnico	deverá	assumir	
a	responsabilidade	por	todas	as	fases	do	processo,	firmando	os	Termos	de	Compromisso	
junto	 ao	 MAPA,	 de	 acordo	 com	 as	 atividades	 exercidas,	 efetuar	 a	 Anotação	 de	
Responsabilidade	Técnica	 (ART),	elaborar	e	assinar	o	projeto	técnico	de	produção	de	
mudas,	quando	for	o	caso.	Responde,	também,	pela	realização	das	vistorias	e	assinatura	
dos	laudos	necessários.
A	 vistoria	 é	 o	 processo	 de	 acompanhamento	 da	 produção	 de	 mudas	 pelo	
responsável	técnico	em	todas	as	suas	etapas,	até	a	identificação	do	produto	final,	visando	
a	 verificar	 o	 atendimento	 às	 normas,	 aos	 padrões	 e	 procedimentos	 estabelecidos,	
mediante	a	emissão	do	respectivo	Laudo	de	Vistoria.	Deverão	ser	efetuadas	vistorias	
durante	os	processos	de	semeadura,	no	plantio,	na	enxertia	ou	 repicagem	e	na	fase	
de	pré-comercialização.	No	processo	de	certificação,	as	vistorias	serão	realizadas	pelo	
responsável	técnico	do	certificador	e	do	produtor.	No	laudo	de	vistoria,	deverão	constar	as	
recomendações	técnicas	e	os	procedimentos	necessários	à	produção	de	mudas,	como	a	
indicação	de	não-conformidades	e	suas	respectivas	medidas	corretivas.
70
Muitos	materiais	e	várias	técnicas	podem	ser	utilizados	no	processo	de	produção	
de	mudas,	 sendo	que,	para	cada	material,	devem	ser	observadas	as	 respectivas	normas.	
Os	materiais	podem	ter	origem	genética	comprovada,	ou	não,	devendo	ser	observadas	as	
exigências	em	cada	caso.	Os	principais	materiais	propagativos	descritos	na	legislação	são:
•	 Borbulheira:	 conjunto	 de	 plantas	 de	 uma	mesma	 espécie	 ou	 cultivar	 proveniente	 de	
planta	básica,	planta	matriz	ou	muda	certificada,	destinadas	a	fornecer	borbulhas.
•	 Planta	básica:	obtida	a	partir	de	processo	de	melhoramento,	sob	responsabilidade	e	
controle	diretos	do	seu	obtentor	ou	introdutor,	mantidas	as	suas	características	de	
identidade	e	pureza	genética.
•	 Planta	matriz:	fornecedora	de	material	de	propagação	que	mantém	as	características	
da	planta	básica	da	qual	é	proveniente.
•	 Jardim	clonal:	conjunto	de	plantas,	matrizes	ou	básicas,	destinadas	a	fornecer	material	
de	multiplicação	de	determinada	cultivar.
Todas	 as	 plantas	 fornecedoras	 de	 material	 para	 propagação	 deverão	 ser	
devidamente	registradas.	Os	diferentes	materiais	propagativos	devem	possuir	a	inscrição	
junto	ao	órgão	de	fiscalização	da	Unidade	da	Federação	em	que	estes	estejam	instalados,	e	
serem	renovados	a	cada	três	anos,	salvo	o	previsto	em	normas	específicas.
A	certificação	é	o	processo	que	controla	a	produção	de	mudas,	mediante	controle	
de	qualidade	em	todas	as	suas	etapas,	incluindo	o	conhecimento	da	origem	genética	e	o	
controle	de	gerações.	O	processo	de	certificação	tem	por	objetivo	disponibilizar	material	
de	propagação	vegetal	com	garantia	de	identidade	e	qualidade,	atendidos	os	padrões	e	as	
normas	específicas	estabelecidas.
A	certificação	da	produção	é	feita	pelo	MAPA,	pela	entidade	certificadora	ou	pelo	
certificador	de	produção	própria	credenciados	no	RENASEM.	A	muda	certificada	poderá	
ser	obtida	a	partir	de	material	de	propagação	proveniente	de	planta	básica,	planta	matriz,	
jardim	clonal	ou	borbulheira,	e	também,	a	partir	de	sementes,	das	categorias	genética	e	
básica	certificadas	de	primeira	geração	–	C1;	ou	de	segunda	geração	–	C2.
O	 MAPA	 certificará	 a	 produção	 nos	 seguintes	 casos:	 por	 abuso	 do	 poder	
econômico	das	entidades	certificadoras;	em	caráter	suplementar,	em	face	da	suspensão	
ou	cassação	do	credenciamento	do	certificador	ou	da	entidade	certificadora;	caso	seja	
necessária	sua	atuação	para	atender	aos	 interesses	da	agricultura	nacional	e	da	política	
agrícola;	 e	 para	 atender	 às	 exigências	 previstas	 em	 acordos	 e	 tratados	 relativos	 ao	
comércio	internacional.
No	processo	de	certificação,	 a	produção	de	mudas	fica	condicionada	à	prévia	
inscrição	 da	 Planta	 Básica,	 Planta	 Matriz,	 Jardim	 Clonal	 ou	 Borbulheira	 no	 órgão	 de	
fiscalização,	observados	os	padrões	e	as	normas	estabelecidos.	A	certificação	fitossanitária	
é	um	procedimento	que	atesta	a	condição	de	origem	e	sanidade	de	produtos	vegetais	
capazes	de	disseminar	pragas	regulamentadas.	Os	documentos	emitidos	são:	o	Certificado	
71
Fitossanitário	de	Origem	(CFO)	para	o	produto	vegetal	na	propriedade	rural,	e	o	Certificado	de	
Origem	Consolidado	(CFOC)	na	unidade	de	consolidação	(beneficiadora,	processadora	ou	
embaladora).	Só	estão	autorizados	a	emitir	os	certificados	os	Responsáveis	Técnicos	(RT),	
engenheiros,	agrônomos	ou	florestais	habilitados	em	cursos	específicos	de	capacitação,	
ministrados	regularmente	nos	órgãos	estaduais	de	fiscalização.
Estará	apta	à	comercialização,	em	todo	o	território	nacional,	a	muda	produzida	e	
identificada	de	acordo	com	o	Regulamento	da	Lei	nº	10.711,	de	2003,	aprovado	pelo	Decreto	
nº	5.153,	de	2004.	A	comercialização	de	mudas	somente	poderá	ser	feita	por	produtor,	
reembalador	 ou	 comerciante	 inscrito	 no	 RENASEM.	 No	 processo	 de	 comercialização,	
transporte	 e	 armazenamento,	 a	 muda	 deve	 estar	 identificada	 e	 acompanhada	 da	
respectiva	Nota	Fiscal	e	de	cópia	do	Atestado	de	Origem	Genética,	ou	do	Certificado	de	
Mudas,	ou	do	Termo	de	Conformidade,	em	função	de	sua	classe	e	categoria.	Em	alguns	
casos,	quando	exigido	pela	 legislação	fitossanitária,	para	o	trânsito	de	mudas,	além	dos	
documentos	supracitados,	será	obrigatória	a	Permissão	de	Trânsito	de	Vegetais.
O	preparo	da	muda	para	comercialização	deverá	ser	realizado	de	acordo	com	as	
normas	estabelecidas	para	cada	espécie.	As	etapas	de	preparação	da	muda	envolvem:	
coleta	ou	arranquio,	beneficiamento	(operações	para	aprimorar	a	qualidade	da	muda)	e	
embalagem	e	identificação	detalhada	das	mudas.	Após	o	preparo	da	muda,	elas	deverão	
ser	armazenadas	de	forma	a	manter	a	individualidade	dos	lotes	e	em	local	adequado	à	
manutenção	de	sua	qualidade.
No	processo	de	comercialização,	pode	haver	 intermediários	e	reembaladores.	
Entende-se	 por	 reembalador	 de	mudas	 toda	 pessoa	 física	 ou	 jurídica,	 e	 inscrita	 no	
RENASEM,	que,	assistida	por	Responsável	Técnico	adquire	muda	reembala	e	a	revende.	
O	 reembalador	 de	 mudas	 deve	 responsabilizar-se	 pela	 reembalagem	 e	 pelo	 controle	 da	
qualidade	e	identidade	das	mudas,	em	todas	as	etapas	da	reembalagem;	deve	atender	
a	todos	os	prazos	e	normas	estabelecidos	para	esses	procedimentose	o	armazenamento.	
A	identificação	do	lote	de	mudas	formado	a	partir	da	reembalagem,	deverá	permitir	sua	
correlação	com	o	lote	que	lhe	deu	origem.	A	muda	certificada	poderá	ser	reembalada,	
desde	que	sua	certificação	seja	 revalidada.	Sem	esta	 revalidação,	a	muda	certificada	
passará	à	categoria	da	classe	não	certificada.
As	ações	de	fiscalização	da	produção	de	mudas	podem	ocorrer	em	todas	as	etapas	
do	processo	de	produção.	Pode	ser	iniciado	com	a	inscrição	do	viveiro	ou	da	unidade	de	
propagação	in	vitro	e	concluído	com	a	emissão	da	nota	fiscal	de	venda	pelo	produtor	ou	
pelo	reembalador,	com	o	objetivo	de	verificar	se	as	mudas	estão	sendo	produzidas	em	
conformidade	com	as	normas	e	os	padrões	estabelecidos.	No	exercício	de	suas	funções,	
o	fiscal	terá	poder	de	polícia	e	 livre	acesso	aos	estabelecimentos,	produtos	e	documentos	
previstos	na	legislação	referente	às	mudas.
FONTE: http://twixar.me/zDMm2. Acesso em: 8 jun. 2022.
72
Neste tópico, você aprendeu:
•	 A	importância	dos	cuidados	na	colheita.	O	ponto	de	colheita	pode	influenciar	na	longe-
vidade	pós-colheita,	e	que	é	necessário	o	uso	de	ferramentas	afiadas	e	desinfectadas.
•	 Vimos	também,	o	ponto	de	colheita	de	algumas	espécies	e	como	 isso	é	mutável,	
inclusive	 entre	 as	 variedades	 de	 uma	 mesma	 espécie	 pode	 haver	 diferenças	 no	
momento	ideal	para	a	colheita.
•	 Com	relação	à	pós-colheita,	podemos	compreender	que	os	cuidados	dispensados	até	a	
colheita	influenciam	diretamente	na	durabilidade	do	produto.
•	 Três	 processos	fisiológicos	 são	 responsáveis	 pelas	 perdas	 de	qualidade	durante	 o	
transporte,	 armazenamento	 e	 comercialização:	 relações	 hídricas,	 carboidratos	 e	
etileno,	mas	existem	tratamentos	capazes	de	parar	ou	ao	menos,	desacelerar	estes	
processos.
•	 Uma	 produção	 comercial	 precisa	 ser	 bem	 planejada	 e	 todos	 os	 aspectos	 que	 a	
envolvem	devem	ser	observados	para	que	se	tenha	sucesso.
•	 A	comercialização	é	uma	fase	muito	importante	e	deve	ser	parte	do	planejamento,	
porque	mesmo	que	 toda	 a	 parte	 de	 cultivo	 tenha	 sido	 bem-feita,	 o	 trabalho	 será	
perdido	caso	o	produto	seja	disponibilizado	em	um	período	errado.
RESUMO DO TÓPICO 4
73
1	 A	 colheita	 das	flores	 de	 corte	 representa	 um	momento	 crucial	 do	 cultivo,	 uma	vez	
que	se	não	for	 realizada	corretamente	pode	 representar	a	perda	de	todo	o	trabalho	
empenhado	durante	o	ciclo	da	cultura.	Sobre	esse	aspecto,	classifique	as	sentenças	
em	V	para	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 O	ponto	de	colheita	é	igual	para	todas	as	espécies	e	não	sofre	influência	da	época	do	
ano.
(			)	A	qualidade	de	uma	flor	de	corte	é	avaliada	de	acordo	com	a	espécie,	pois	cada	
espécie	possui	características	próprias.
(			)	As	 flores	 devem	 ser	 colhidas,	 preferencialmente	 em	 períodos	 de	 temperaturas	
amenas	para	reduzir	as	perdas	de	água.
(			)	 As	 ferramentas	 utilizadas	 na	 colheita	 podem	 transportar	 pragas	 e	 doenças	 de	 um	
canteiro	 para	 outro,	 por	 isso	 recomenda-se	que	 se	 faça	 a	 desinfecção	 antes	 da	
mudança.
(			)	 O	ponto	de	colheita	da	Rosa	spp.	é	quando	as	pétalas	estão	completamente	abertas.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 F	–	V	–	F	–	V	–	F.
b)	 (			)	 F	–	F	–	V	–	V	–	F.
c)	 (			)	 F	–	V	–	V	–	V	–	F.
d)	 (			)	 V	–	V	–	F	–	V	–	F.
2	 A	pós-colheita	se	inicia	ainda	na	área	de	produção.	No	momento	em	que	se	realiza	a	
colheita,	já	deve	haver	uma	estrutura	que	minimize	as	perdas	que	os	produtos	sofrem	
após	serem	desligados	da	planta-mãe.	Assinale	a	alternativa	correta	em	relação	a	
pós-colheita	de	flores:
a)	 (			)	 A	pós-colheita	não	é	influenciada	pelos	cuidados	realizados	durante	o	período	de	
cultivo.
b)	 (			)	 Problemas	 durante	 a	 condução	 da	 colheita	 podem	 alterar	 a	 durabilidade	 das	
flores	e	folhagens	na	pós-colheita.
c)	 (			)	 Após	o	corte,	os	processos	fisiológicos	são	paralisados,	não	sendo	necessário	
nenhum	tipo	de	ação	para	o	armazenamento	dos	produtos.
d)	 (			)	 O	etileno	é	responsável	por	manter	a	respiração	normal	das	flores	e	folhagens	
após	o	corte.
e)	 (			)	 O	uso	de	tratamentos	químicos	não	é	recomendado	para	a	pós-colheita	de	flores	e	
folhagens.
AUTOATIVIDADE
74
3	 Para	se	obter	sucesso	com	a	produção	comercial	de	flores	e	plantas	ornamentais	
é	 imprescindível	 ter	 atenção	 com	 os	 diversos	 aspectos	 que	 envolvem	 a	 cadeia	
produtiva.	 Com	 relação	 a	 esses	 aspectos,	 classifique	 as	 sentenças	 em	V	 para	 as	
verdadeiras	e	F	para	as	Falsas:
(			)	Conhecer	o	mercado,	no	qual	se	pretende	estar	inserido,	é	importante	para	evitar	
erros	que	possam	ser	cruciais.
(			)	A	 localização	 da	 área	 de	 produção	 não	 tem	 importância,	 podendo	 ser	 escolhida	
qualquer	uma	que	seja	mais	barata.
(			)	Conhecer	o	ciclo	das	espécies	cultivadas	auxilia	na	escolha	da	época	de	plantio	
mais	adequada	para	disponibilizar	os	produtos.
(			)	 A	escolha	de	fornecedores	 idôneos	para	a	aquisição	de	matérias	primas	é	um	dos	
pontos	importantes	no	planejamento	comercial.
(			)	A	distribuição	dos	produtos	é	feita	exclusivamente	para	os	atacados.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	V.
b)	 (			)	 F	–	F	–	V	–	V	–	F.
c)	 (			)	 F	–	V	–	F	–	V	–	V.
d)	 (			)	 V	–	F	–	V	–	V	–	F.
4	 Para	uma	pós-colheita	eficiente	é	 importante	que	a	colheita	seja	realizada	com	os	
cuidados	devidos.	Cite	os	cuidados	que	se	deve	ter	para	aumentar	a	durabilidade	das	
flores	e	folhagens	de	corte	na	pós-colheita.
5	 Após	 a	 colheita,	 as	 flores	 e	 folhagens	 iniciam	 rapidamente	 diversos	 processos	
fisiológicos	que	passam	a	utilizar	as	 reservas	presentes	nos	tecidos	e	que,	se	não	
forem	interrompidos,	resultarão	na	rápida	degradação	dos	produtos.	Explique	como	
os	processos	fisiológicos	afetam	a	pós-colheita	de	flores	e	folhagens	de	corte.
75
ALEXANDRE,	M.	A.	V.	et al.	Doenças	das	plantas	ornamentais.	In:	AMORIM,	L.	
Manual de Fitopatologia:	doenças	das	plantas	cultivadas.	São	Paulo,	SP:	
Agronômica	Ceres,	2016.	v.	2,	5.	ed.,	cap.	63,	p.	603-624.
BUNT,	A.	C.	Some	physical	properties	of	pot-plant	composts	and	their	effect	on	
plant	growth.	Plant and soil,	[s. l.],	v.	13,	n.	4,	p.	322-332,	1961.
IBRAFLOR.	O	mercado	de	flores	no	Brasil.	2022.	Disponível	em:	https://www.
ibraflor.com.br/_files/ugd/b3d028_2ca7dd85f28f4add9c4eda570adc369f.
pdf.	Acesso	em:	20	abr.	2022.
KIEHL,	E.	J.	Fertilizantes orgânicos.	Piracicaba:	Editora	Agronômica	Ceres	
Ltda.,	1985.	492	p.
OEC.	The	Observatory	of	Economic	Complexity.	Cut	flowers,	2022.	Disponível	
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PETRY,	C.	Plantas ornamentais:	aspectos	para	a	produção.	Passo	Fundo:	
Editora	Universidade	de	Passo	Fundo,	2008.	202	p.
RIBEIRO,	A.	C.;	GUIMARÃES,	P.	T.	G.;	ALVAREZ,	V.	V.	H.	Recomendações para 
o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais.	Viçosa,	MG:	Comissão	
de	Fertilidade	do	Solo	do	Estado	de	Minas	Gerais,	1999.	359	p.
SEBRAE.	Como	montar	um	negócio	para	cultivo	de	flores,	2017.	Disponível	
em:	http://twixar.me/SDMm.	Acesso	em:	30	maio	2022.
SEBRAE.	Flores e plantas ornamentais do Brasil.	Série	estudos	
mercadológicos,	v.	2.	2015.Disponível	em:	http://twixar.me/5DMm.	Acesso	em:	
21	abr.	2022.
SEGOVIA,	J.	F.	O.	Princípios	de	nutrição	e	adubação	de	flores	e	plantas	
ornamentais	tropicais.	In:	SEGOVIA,	J.	F.	O.	(ed.).	Floricultura tropical: 
técnicas	e	inovações	para	negócios	sustentáveis	na	Amazônia.	Brasília,	DF:	
Embrapa,	2020.	Cap.	4,	p.	67-112.
SENAR.	Plantas ornamentais:	jardinagem.	Brasília:	SENAR,	2017.	84	p.
TERRA,	S.	B.;	ZÜGE,	D.	P.	P.	de	O.	Floricultura:	a	produção	de	flores	como	uma	
nova	alternativa	de	emprego	e	renda	para	a	comunidade	de	Bagé-RS.	Revista 
Conexão UEPG,	Ponta	Grossa,	v.	9,	n.	2,	p.	342-353,	jul./dez.	2013.
REFERÊNCIAS
76
77
INTRODUÇÃO AO 
PAISAGISMO
UNIDADE 2 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender conceitos sobre paisagem;
• conhecer os principais elementos paisagísticos;
•	 identificar	os	fatoresque	influenciam	no	planejamento	de	jardins;
•	 desenvolver	 habilidades	 para	 elaborar	 propostas	 de	 espaços	 livres	 de	 pequena	 e	
média complexidade.
A	cada	tópico	desta	unidade	você	encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	
reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO 1 – IMPORTÂNCIA DO PAISAGISMO
TÓPICO 2 – ARQUITETURA PAISAGÍSTICA
TÓPICO 3 – PROJETO PAISAGÍSTICO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
78
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 2!
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79
TÓPICO 1 — 
IMPORTÂNCIA DO PAISAGISMO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A	 atividade	 paisagística	 traz	 a	 proposta	 de	 expressar	 a	 beleza.	 Tal	 qual	 outros	
artistas, o paisagista tem a capacidade de provocar sensações por meio de composições 
que	unem	a	natureza	e	aquilo	que	pode	ser	criado	pelo	ser	humano.
Em	 diversas	 épocas,	 os	 diversos	 povos	 tentaram	 unir	 homem	 e	 natureza	 e,	
por	vezes,	 sobrepor	 o	 homem	 à	 natureza,	 de	 forma	 que	 a	 paisagem	 sempre	 exerceu	
um	fascínio	e,	por	 isso,	a	história	nos	conta	como	essa	relação	foi	estabelecida	com	o	
desenvolvimento dos diversos estilos.
O	paisagismo	nos	devolve	a	conexão	homem	e	natureza,	de	modo	a	promover	um	
bem-estar	que,	mesmo	com	toda	a	tecnologia	que	facilita	nossa	vida,	não	poderemos	
encontrar	em	outro	lugar.
2 CONCEITO E ATUAÇÃO
Podemos	definir	o	paisagismo	como	uma	forma	de	organizar	o	espaço	externo	de	
modo	a	 inserir	 o	 homem	de	volta	 na	natureza,	 em	um	processo	 consciente	no	qual	
se	 recria	 a	 paisagem	 fisicamente	 harmonizada,	 considerando	 o	 planejamento	 e	 a	
manutenção	dos	objetos	e	da	natureza	que	farão	parte	em	conjunto	desse	cenário.
O	paisagismo	é	uma	ciência	que	estuda	o	espaço	exterior	ordenado	para	trazer	
bem-estar	ao	ser	humano	devido	à	relevância	que	os	elementos	naturais	possuem.	É	
também	uma	arte	ao	considerar	critérios	estéticos	e	artísticos	que	manifestam	emoções	
estritamente	humanas	ao	contemplar	o	belo.	E	para	que	ciência	e	arte	 interajam	são	
utilizadas	 técnicas	 que	 combinem	 os	 elementos	 fundamentais:	 a	 vegetação,	 o	 ser	
humano	e	as	construções.
Além	 do	 conceito	 de	 paisagismo,	 outros	 conceitos	 precisam	 ser	 entendidos.	
Paisagem	 pode	 ser	 descrita	 como	 a	 porção	 dentro	 de	 uma	 extensão	 territorial	 que	
pode	ser	alcançada	pela	visão	em	um	golpe	de	vista,	 ou	seja,	 se	considerarmos	um	
expectador	que	está	fixo	em	determinado	ponto,	a	paisagem	será	tudo	aquilo	que	seus	
olhos	alcançam	a	partir	daquele	ponto.
Uma	 visão	 paisagística	 corresponde	 àquilo	 que	 agrada	 visualmente	 e	 com	
naturalidade,	 envolvendo	 aspectos	 de	 clima,	 natureza	 e	 pessoas	 que	 interagem	 entre	 si	
naquele	cenário	que	pode	ser	natural,	ou	seja,	com	pouca	ou	nenhuma	interferência	
humana,	ou	artificial,	assim	dizendo,	planejado	pelo	homem.
80
No	caso,	as	paisagens	artificiais	 recebem	o	nome	de	 jardim.	A	palavra	 jardim	
tem	 origem	 no	 hebreu	 e	 corresponde	 à	 junção	 de	 duas	 ideias	 “gan”;	 que	 significa	
defender,	proteger	e	“eden”;	que	constitui	a	ideia	de	prazer,	encanto.	Dessa	forma,	tem-se	
a	percepção	de	um	lugar	que	nos	traz	a	sensação	de	ser	agradável	e	resguardado.
Um	jardim	é	um	espaço	sensorial	que	reúne	aspectos	estéticos	e	técnicos,	mas	ao	
mesmo	tempo	pode	ser	observado	sob	um	olhar	de	dinamismo	por	envolver	seres	vivos,	
sujeitos	ao	ciclo	biológico,	que	se	alteram	e	se	modificam	no	decorrer	do	ano	em	razão	
das	mudanças	de	estação.
Dentro	dessa	concepção,	temos	a	 jardinagem,	que	pode	ser	considerada	uma	
arte	 na	 qual	 os	 jardins	 são	 construídos,	 sendo,	 portanto,	 uma	 atividade	 que	 possui	
caráter	 prático,	 ou	 seja,	 corresponde	 à	 execução	 da	 atividade	 paisagística,	 a	 instalação	
propriamente	dita	do	que	foi	planejado.
3 ATUAÇÃO
Ao	analisarmos	o	que	vem	a	ser	o	paisagismo	e	outros	conceitos,	vemos	que	o	
que	se	espera	de	quem	pretende	atuar	no	planejamento	paisagístico	é	que	possua,	além	
da	técnica,	 a	 sensibilidade	artística	de	fazer	o	melhor	uso	de	um	espaço	delimitado,	
permanecendo	esse	local	belo	e	produtivo.
Segundo	Galhego	(2017a,	p.	10),
Entre	as	atribuições	de	um	profissional	paisagista,	está	a	de	planejar	
e	gerenciar	o	plano	físico	e	os	sistemas	naturais	onde	vivemos.	Eles	
projetam	 jardins,	 sendo	fundamental	que	estes	sejam	 integrados	em	
sua	 totalidade.	Tudo	 o	 que	 possui	vida	 depende	 do	 sistema	 como	
um	 todo	 e	 a	 paisagem	 é	 onde	 tudo	 se	 integra.	 A	 paisagem	 deve	
ser	 referenciada	em	tudo	o	que	for	desenvolvido	nela,	devendo-se	
observar	 o	 seu	 entorno	 e	 sua	 localidade	 para,	 dessa	maneira,	 ser	
bem-sucedida	e	sustentável,	sendo	isso	fundamental	para	a	prática	
do paisagismo.
Busca-se	 na	 criação	 do	 projeto	 conservar	 a	 natureza,	 partindo-se	 da	 premissa	
que	há	um	conhecimento	prévio	sobre	como	a	natureza	está	organizada,	e	com	isso	
diversificar	os	componentes	da	paisagem,	tornando-a	apropriada	para	múltiplos	usos.
A	atuação	no	paisagismo	envolve	diversas	áreas	e	com	 isso,	normalmente,	os	
projetos	 são	elaborados	e	 executados	por	uma	equipe	multidisciplinar,	 na	qual	 cada	
profissional	colabora	com	seus	conhecimentos	para	criar	o	todo.
81
TABELA 1 – ALGUNS CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETO PAISAGÍSTICO
Saberes	necessários Áreas de conhecimento Importância
Manejo	de	recurso	naturais
Ecologia,	Biologia,	Botânica,	
Geologia	e	Geografia	etc.
Compreensão	dos	sistemas	
naturais,	como	formações	
geológicas	de	um	terreno.
Técnicas	de	cultivo
Agronomia	(Fitopatologia,	
Entomologia,	Fitotecnia,	
Adubação,	Fisiologia	Vegetal,	
Horticultura,	Solos,	Nutrição	de	
plantas,	Proteção	de	plantas,	
Climatologia,	Topografia,	
Irrigação	e	Drenagem	etc.)
Tipo	de	solo,	vegetação	nativa,	
topografia,	recursos	hídricos,	
clima,	luminosidade	e	ecologia.
Organização	dos	espaços Arquitetura	e	Urbanismo
Construções	e	sua	execução,	
como	estradas,	pontes,	muros	
e pisos.
Conhecimentos artísticos
Artes	plásticas:	elementos	
vivos	e	inertes	(esculturas);	
Artes	industriais:	cerâmicas,	
serralherias, marcenarias etc.
Uso	de	ferramentas	como	
croquis	e	fotomontagens,	
utilizando-se	de	elementos	
de	projetos	como	formatos,	
texturas	e	cores.
FONTE: Adaptado de Galhego (2017b) e Bellé (2013)
Para saber mais sobre o paisagismo, assista ao vídeo “Importância e 
funções do Paisagismo”. Acesse: http://twixar.me/XDMm.
DICA
4 ÁREAS VERDES
As	 áreas	 verdes	 e	 os	 espaços	 livres	 são	 importantes	 espaços	 urbanos	 que	
desempenham	 funções	 paisagísticas,	 representando	 os	 valores	 visuais,	 as	 funções	 de	
entretenimento,	que	são	os	valores	recreativos	e	funções	de	sustentabilidade,	ou	valores	
ambientais.	São	funções	não	excludentes,	ou	seja,	o	espaço	pode	abarcar	todas	ao	mesmo	
tempo,	sendo	esse	o	ideal,	que	todas	as	atividades	possam	ser	interligadas.
As	 áreas	verdes	 podem	 funcionar	 em	 diferentes	 papéis	 como	valorizar	 aspectos	
da	topografia	de	um	determinado	local,	delimitar	o	início	e	o	fim	de	áreas	urbanizadas,	
formar	 espaços	 paisagísticos.	Além	 disso,	 elementos	 naturais	 presentes	 na	 paisagem	
podem	 ser	 aproveitados	 e	 melhor	 apreciados	 como	 os	 cursos	 d’água	 (rios,	 riachos,	
córregos,	ribeirões	etc.),	lagos,	lagoas,	represas.
82
Podem	ser	 criados	 pontos	 de	 observação	da	 paisagem	em	áreas	 de	 topografia	
privilegiada.	Outra	função	que	merece	ser	 lembrada	é	a	de	que	áreas	verdes	funcionam	
como	um	“refúgio”	em	relação	às	construções	que	a	rodeiam,	um	local	em	que	se	pode,	
de	certo	modo,	descansar	a	visão	em	relação	ao	cenário	cinza	de	grandes	cidades.
Segundo	Oliveira	Filho	et al.	 (2013),	as	áreas	verdes	 influenciam	na	qualidade	
de	 vida	 ao	 suscitar	 benefícios	 que	 muitas	 vezes	 são	 derivados	 essencialmente	 por	
sua	 existência,	 de	 forma	que	minimizam	os	 efeitos	 da	 excessiva	 impermeabilização,	
regulam	o	microclima,	amenizando	as	altas	temperaturas	produzidas	pela	concentraçãode	 áreas	 edificadas	 ou	 pavimentadas,	 tudo	 isso	 porque	 propiciam	 sombra,	 conforto	
térmico,	 redução	da	poluição	e	de	 ruídos,	ameniza	o	estresse,	melhora	a	estética	da	
cidade,	entre	outros.
O	 papel	 que	 áreas	 verdes	 exercem	 em	 relação	 às	 condições	 ambientais	 é	
notável,	 o	 efeito	 sobre	 a	 temperatura	 ao	 amenizar	 a	 sensação	 de	 conforto	 térmico	 é	
facilmente	sentido	pelos	cidadãos,	sobretudo,	àqueles	que	vivem	em	 locais	de	clima	
predominantemente	quente.
Esse	 desempenho	 vai	 além	 do	 imediato,	 ou	 seja,	 pode	 ser	 verificado	 com	 o	
passar	 do	 tempo,	 uma	vez	 que	 a	 presença	 dessas	 áreas	 produz	variações	 térmicas	
que	alteram,	além	da	temperatura,	o	ciclo	dos	ventos,	o	regime	pluvial	e	com	isso	atenuam	
efeitos	nocivos	como	“ilhas	de	calor”	que	muitas	vezes	se	formam	em	áreas	com	muitas	
construções.
Também	ganha	importância	a	proteção	do	solo,	a	vegetação	com	a	fixação	de	
suas	raízes	ajuda	a	manter	a	estabilidade	do	solo,	com	isso	áreas	íngremes	em	encostas	
podem	ser	beneficiadas	com	projetos	que	viabilizem	seu	uso	para	áreas	verdes.
Essas	áreas	verdes	proporcionam	proteção,	pois	 reduzem	o	 risco	de	erosão,	 ao	
mesmo	tempo	melhoram	a	infiltração	de	água	no	solo,	aumentando	o	armazenamento	
de	 água	 no	 subsolo,	 resguardam	mananciais	 do	 risco	 de	 assoreamento	 e	 com	 isso	
reduzem	problemas	como	o	desabastecimento	hídrico.
Podemos	dividir	as	funções	das	áreas	verdes	da	seguinte	forma:
• Função Social:	as	áreas	verdes	dentro	de	centros	urbanos	podem	ser	utilizadas	como	
áreas	 de	 lazer,	 elas	 possuem	 características	 distintas	 em	 relação	 à	 luminosidade,	
ventilação,	 temperatura	ambiente	e	outros	parâmetros	capazes	de	afetar	 a	 saúde	
mental	e	física	da	população.
• Função Estética:	a	presença	dessas	áreas	diversifica	a	paisagem,	e	cria	um	ambiente	
visual	que	ornamenta	a	imagem	que	se	tem	da	paisagem	urbana.
• Função ecológica:	 as	 áreas	 verdes	 podem	 atuar	 diretamente	 na	 preservação	
ambiental	de	diversas	formas,	pela	melhoria	na	qualidade	do	ar,	por	influenciar	no	ciclo	
hidrológico	e	por	reduzir	o	risco	de	erosão	ao	promover	a	estabilidade	dos	taludes.
83
• Função Educativa:	a	educação	ambiental	pode	utilizar	essas	áreas	para	desenvolver	
uma	consciência	coletiva	a	respeito	da	preservação	do	meio	ambiente,	podendo	tais	
locais	se	tornarem	patrimônios	culturais	por	sua	participação	na	história	local.
• Função Psicológica:	esses	 locais	podem	ser	utilizados	para	recreação	com	atividades	
que	promovam	o	relaxamento	e	o	bem-estar	daqueles	que	decidem	frequentá-los,	
permitindo	o	contato	com	elementos	naturais.
Existem	 divergências	 sobre	 a	 conceituação	 de	 área	 verde,	 que,	 por	 muitas	
vezes,	é	um	termo	utilizado	de	forma	indiscriminada,	assim,	vejamos	algumas	definições	
importantes:
• Espaço livre:	este	conceito	abrange	de	forma	geral	todas	as	áreas	consideradas	livres	
de	construções	dentro	das	áreas	urbanas	do	ponto	de	vista	de	espaços	abertos.
• Área verde:	podemos	considerar	como	áreas	verdes	aqueles	 locais	onde	predominam	
vegetação	arbórea,	os	quais	podem	ser	representados	por	praças,	jardins	públicos,	
parques	 urbanos,	 incluindo	 canteiros	 e	 rotatórias,	 desde	 que	 não	 sejam	 calçadas	
impermeabilizadas.
• Praça:	é	um	espaço	arquitetônico,	considerada	um	espaço	 livre	por	ser	uma	área	
aberta,	 que	 pode	 ou	 não	 ser	 arborizada	 e	 muitas	 vezes	 encontra-se	 totalmente	
impermeabilizada,	de	forma	que	nem	sempre	seja	considerada	uma	área	verde.
• Jardim público:	 é	semelhante	a	praça,	no	entanto,	corresponde	a	áreas	onde	são	
cultivadas	 plantas	 ornamentais,	 com	 o	 objetivo	 de	 proporcionar	 uma	 experiência	
mais	visual	com	a	vegetação.
• Parque urbano:	é	uma	área	verde	que	proporciona	o	contato	mais	próximo	entre	
o	ser	humano	e	a	natureza	por	funcionar	como	um	 local	de	preservação	ecológica,	
mas	que	adiciona	a	paisagem	urbana	o	elemento	estético	e	propicia	aos	cidadãos	
um	local	para	atividades	de	lazer.	Trata-se	de	áreas	cuja	extensão	é	maior	do	que	a	
ocupada	por	praças	e	jardins	públicos.
• Parque ambiental:	são	áreas	cujo	principal	objetivo	é	a	preservação	de	espécies,	flora	
e/ou	fauna,	ou	mesmo	recursos	terrestres,	como	cavernas,	e/ou	hídricos.	Esses	 locais	
podem	ou	não	serem	abertos	ao	público	de	forma	a	funcionar,	também,	como	áreas	
de lazer.
• Arborização urbana:	 corresponde	 à	 vegetação	 de	 porte	 arbóreo	 que	 se	 encontra	
espalhada	 por	 toda	 a	 área	 urbana,	 mesmo	 aquelas	 que	 se	 encontram	 em	 áreas	
impermeabilizadas	como	o	leito	de	vias	públicas	(calçadas).
Um	ponto	em	comum	nos	conceitos	é	que	para	se	considerar	um	determinado	
espaço	 como	área	verde,	 o	 local	 deve	possuir	 solo	 permeável,	 ou	 seja,	 não	deve	haver	
construções	que	impeçam	a	infiltração	de	água,	e	há	um	consenso	de	que	a	porcentagem	
de	área	permeável	deva	ser	pelo	menos	70%	do	espaço	delimitado	com	a	vegetação.
Áreas	verdes	são	espaços	que	funcionam	sob	várias	óticas	e	com	isso	existem	
inter-relações	 que	 devem	 ser	 consideradas	 na	 sua	 elaboração,	 de	 forma	 que	 não	 é	
apenas	uma	questão	quantitativa,	é	necessário	ter	em	mente	a	que	essa	área	verde	se	
destina,	onde	será	instalada,	qual	a	sua	distribuição	no	meio	urbano.
84
Mesmo	a	preservação	de	fauna	e	flora	sendo	uma	questão	de	grande	importância,	
um	 sistema	 de	 áreas	verdes	 deve	 estar	 associado	 ao	meio	 urbano,	 de	 forma	 que	 a	
população	possa	estabelecer	uma	relação	de	uso	consciente	desse	espaço,	ao	mesmo	
tempo	em	que	supra	suas	necessidades,	havendo,	assim,	um	equilíbrio	na	 relação	do	
homem	com	a	natureza.
O	planejamento	correto	deve	considerar	a	diversidade	de	funções	desenvolvidas	
simultaneamente	 nessas	 áreas	 verdes,	 os	 aspectos	 físicos	 das	 áreas	 urbanas,	 os	
processos	 naturais	 que	 ocorrem,	 as	mudanças	 sociais	 que	 fazem	 parte	 do	movimento	
das	cidades	e,	assim,	além	de	promover	a	recuperação	de	áreas	naturais,	tornar	a	vida	
urbana	mais	agradável.
Ilhas de calor se referem a um fenômeno antrópico caracterizado pelo aumento 
acentuado das temperaturas nas cidades. Esse processo ocorre principalmente nos 
grandes centros, cujas áreas principais são marcadas pelo grande adensamento urbano. 
FONTE: <http://twixar.me/BDMm>. Acesso em: 4 ago. 2022.
Talude é um terreno inclinado que serve para dar sustentação 
e estabilidade ao solo próximo de um platô. Também são 
conhecidos por morros, encostas ou rampas. Os taludes 
podem ser de origem natural, ou seja, criados pela natureza, ou 
artificiais, quando feitos pelos seres humanos. 
FONTE: <http://twixar.me/RDMm> Acesso em: 4 ago. 2022.
INTERESSANTE
5 EVOLUÇÃO HISTÓRICA E ESTILOS DE JARDINS
Os	 jardins	 fazem	 parte	 da	 história	 humana	 desde	 os	 séculos	 passados	 e	 sua	
importância	 se	 deve	 à	 relação	 desenvolvida	 entre	 o	 homem	e	 a	 natureza,	 relação	 esta	
muitas	vezes	marcada	pelo	desejo	humano	por	controle.
Ao	longo	da	história,	os	jardins	foram	construídos	de	acordo	com	as	pretensões	
de	cada	povo,	 de	 forma	a	 atender	 as	necessidades	que	 surgiram	em	cada	época.	A	
seguir,	veremos	como	os	estilos	se	alteraram	em	razão	da	sociedade	e	da	época	em	que	
foram	projetados.
85
5.1 IDADE ANTIGA (3000 a.C. ATÉ 476 d.C.)
A	palavra	jardim	tem	origem	hebraica	e	traz	a	ideia	de	um	espaço	a	ser	apreciado	
onde	as	pessoas	podem	conviver	em	harmonia	com	a	natureza.	A	criação	de	 jardins	
se	 relaciona	com	o	progresso	civilizatório,	uma	vez	que	se	trata	de	áreas	onde	eram	
cultivadas	plantas	utilizadas	na	alimentação	humana	como	frutas,	 legumes	e,	 inclusive,	
flores.	Isso	permitia	ao	homem	maior	proteção	em	relação	a	sua	sobrevivência	e	maior	
controle	ambiental	quanto	à	produção.
Os	locais	onde	se	instalavam	os	jardins	eram	o	interior	ou	o	entorno	de	palácios,	e	
geralmente	possuíam	topografia	plana,	quando	não,	utilizavam-se	patamares.	Os	egípcios,	
por	exemplo,	orientavam	seus	jardins	de	acordo	com	os	pontos	cardeais.	A	arquitetura	
desses	jardins	era	marcada	por	formas	geométricas	simétricas	e	rigidezdas	linhas	retas.
As	principais	construções	presentes	tinham	o	objetivo	de	ser	funcionais,	com	isso	
foram	construídos	canais	de	água	para	facilitar	a	irrigação	e	proporcionar	maior	conforto	
térmico	pelo	controle	da	umidade.
Podemos	destacar	o	cultivo	de	plantas	como	lótus	(Nelumbo nucifera	L.),	papiro	
(Cyperus papyrus	 L.),	 parreira	 (Vitis vinífera	 L.),	 figueira-do-faraó	 (Ficus sycomorus 
L.),	macieira	 (Pyrus malus	 L.),	mirra	 (Commiphora mollis O.; C. myrrha	 L.)	 e	 o	 jasmim	
(Jasminum azoricum	L.),	além	de	palmeiras	e	ciprestes.
Os	 jardins	persas	 são	 conhecidos	por	 serem	os	mais	 antigos	de	que	 se	 tem	
notícia,	 as	 principais	 características	 desses	 jardins	 são	 o	 fechamento	 por	 muros,	
vegetação	organizada	em	um	jogo	de	luzes	e	sombra,	além	disso,	o	jardim	era	dividido	em	
quatro	quadrantes,	projetados	com	desenhos	quadriculados.
Os	 jardins	eram	cortados	por	dois	canais	de	água	com	tanques	no	centro	ou	
alamedas	em	forma	de	cruz,	possuíam	também	fontes	de	baixa	pressão.	Fizeram	uso	de	
pátios	e	varandas	para	acentuar	o	contato	entre	as	pessoas	e	o	jardim,	além	de	pórticos,	
eixos	de	composição	e	caminhamentos	revestidos	de	azulejos.
As	 plantas	 cultivadas	 nesses	 jardins	 eram	 frutíferas,	 plantas	 ornamentais	 e	
aromáticas,	mas	com	a	introdução	da	aclimatação	de	espécies,	foi	possível	utilizar	outras	
espécies	 como	grandes	 palmeiras	 e	 árvores	 que	 promovem	 sombra.	 Entre	 as	 espécies	
podemos	 destacar:	 os	 plátanos	 (Platanus orientalis	 L.),	 ciprestes	 (Cupressus	 sp.	 L.),	
palmeiras	(ordem:	Arecales),	pinheiros	(Pinus	sp.	L.),	rosas	(Rosa	sp.	L.),	tulipas	(Tulipa	sp.	L.),	
narcisos	 (Narcissus	 spp.	L),	 jacintos	 (Hyacinthus	 spp.	L),	 jasmins	 (Jasminum	 spp.	L),	
açucenas	(Hippeastrum	spp.	L)	etc.
Os	jardins	suspensos	da	Babilônia	são	os	mais	famosos	desse	período,	trata-se	
de	uma	construção	realizada	por	amor,	pelo	rei	Nabucodonosor,	para	que	sua	esposa	
preferida,	Amitis,	pudesse	matar	a	saudade	de	sua	terra.
86
Trata-se	de	uma	obra	com	extraordinária	estrutura	de	alvenaria,	composta	por	
uma	 sucessão	 de	 terraços	 escalonados	 em	 patamares	 ascendentes,	 que	 formavam	
terraços	na	encosta	de	um	morro	de	25	a	100	metros	de	altura	irrigados	por	um	complexo	
sistema	de	canalizações	que	retiravam	água	do	Rio	Eufrates.
Da	 forma	 como	 foram	 projetados,	 a	 paisagem	 circundante	 proporcionava	
sombra	e	conforto	térmico.	Se	assemelhavam	ao	estilo	persa	e	tinham	características	dos	
estilos	egípcio	e	grego,	no	entanto,	possuíam	maior	número	de	detalhes	e	uso	de	plantas	
floríferas	e	perfumadas	presando	não	apenas	o	valor	prático,	mas	também	a	aparência	
paisagística.
Uma	 espécie	 que	 ganhou	 importância	 nesse	 jardim	 é	 a	 tamareira	 (Phoenix 
dactylifera	L.).	Os	jardins	gregos	eram	compostos	por	vegetação	nativa	e	sem	interferência	
humana,	 utilizavam	 formas	 mais	 naturais	 e	 menos	 simétricas.	 Foram	 densamente	
influenciados	 pelos	 jardins	 egípcios,	mas	 se	 diferenciaram	desse	 estilo	 em	virtude	 do	
relevo	elevado	e	declivoso,	além	do	tipo	climático.
A	 principal	 característica	 desse	 estilo	 era	 a	 de	 que	 os	 gregos	 buscavam	 a	
natureza	 e	 reconheciam	 como	 importante	 preservar	 o	 “genius loci”,	 o	 que	 fazia	 desses	
jardins	locais	racionais	e	ponderados,	assim	como	a	intelectualidade	grega.
Genius loci é um conceito que remonta à época clássica românica, 
podendo ser traduzido como o “espírito do lugar”; o termo refere-se, 
na sua origem, ao espírito protetor de um local, uma entidade que 
surge onde estão presentes seres humanos. 
FONTE: http://twixar.me/VDMm. Acesso em: 4 ago. 2022.
INTERESSANTE
Entre	 as	 obras	 construídas	 nesses	 jardins,	 houve	 a	 introdução	 de	 colunas	 e	
pórticos,	 e	 essas	 estruturas	 promoviam	 uma	 transição	 harmoniosa	 entre	 a	 parte	 externa	
e	 interna	 do	 jardim,	 já	 que	 utilizavam	 recintos	 fechados	 para	 os	 jardins,	 além	disso,	
possuíam	esculturas	humanas	e	de	animais	bem	realistas.
Os	jardins	também	tinham	a	proposta	de	serem	úteis,	e,	com	isso,	havia	o	cultivo	
de	legumes,	trigo,	plantas	frutíferas	como	romãs,	peras,	figos,	oliveiras,	uvas,	algumas	
flores	e	hortaliças.
87
Os	 jardins	 romanos	 tiveram	 influência	 grega	 em	 sua	 composição,	 no	 entanto,	
destacam-se	 pela	 decoração	 pomposa	 e	 por	 serem	 valorizados	 apenas	 para	 atividades	
recreativas.	 O	 foco	 principal	 era	 a	 arquitetura,	 e	 havia	 como	 ideia	 predominante	
a	 interpenetração	 casa-jardim,	 que	 integrava	 o	 jardim	 à	 residência	 de	 forma	que	 as	
varandas,	com	jardineiras,	eram	construídas	para	serem	locais	agradáveis	de	estar	e	
lazer,	e	nos	muros	eram	utilizadas	trepadeiras	para	revesti-los.
Esses	 jardins	eram	projetados	de	forma	metódica	e	ordenada,	com	o	objetivo	de	
poderem	ser	utilizados	tanto	durante	o	dia	como	a	noite,	por	isso	eram	incluídas	áreas	
ensolaradas	e	 sombreadas.	Em	sua	decoração	possuíam	elementos	diversos	como	 lagos	
que	funcionavam	como	espelhos	d’água,	mesas	de	mármore,	recursos	arquitetônicos	
(pérgulas	e	pórticos),	vasos,	estátuas	e	floreiras.	
Outro	destaque	nesse	estilo	de	 jardim	é	a	utilização	de	um	recurso	chamado	
de	topiaria,	que	corresponde	a	uma	poda	plástica,	ou	seja,	uma	poda	que	consiste	em	
moldar	 a	 planta	 criando	 uma	 escultura	 vegetal,	 aplicada,	 principalmente,	 em	 plantas	
como	 cipreste	 (Cupressus	 sempervirens	 L),	 buxinho	 (Buxus sempervirens	 L.),	 teixo	
(Taxus baccata	L.)	e	louro	(Laurus nobilis	L.).
Também	 estavam	 presentes	 pequenas	 hortas	 irrigadas	 com	 plantas	 que	 eram	
utilizadas	para	alimentação	e	condimentos,	além	de	plantas	arbóreas	como	amendoeiras,	
pessegueiros,	macieiras,	coníferas	e	plátanos.
5.2 IDADE MÉDIA (476 d.C. ATÉ 1453)
Os	jardins	nesse	período	passaram	para	ambientes	totalmente	fechados,	no	caso,	
mosteiros	e	castelos,	em	superfícies	planas,	com	caminhos	desenhados	em	ângulos	
retos	 que	 lembravam	 uma	 cruz	 cristã.	 Ao	 redor	 dos	 jardins	 eram	 colocadas	 cercas	
revestidas	por	plantas	trepadeiras	ou	arbustos.
As	plantas	cultivadas	eram	espécies	úteis	que	 serviam	para	a	 alimentação,	 em	
usos	medicinais	e	aromáticas,	além	de	flores	de	corte	que	eram	colocadas	nos	altares	
como	ornamentação.
5.3 IDADE MODERNA (1453 ATÉ 1789)
Os	 jardins	no	 renascimento	 representam	bem	a	época	de	transformações	que	
ocorria	na	Europa,	assumindo	um	estilo	mais	imperialista	e	grandioso.	As	plantas	passaram	
a	ser	vistas	como	esculturas	e	eram,	dessa	forma,	integradas	à	grandiosidade	que	se	via	
nas	construções.
Os	 jardins	 passaram	 a	 ser	 luxuosos,	 em	 oposição	 à	 simplicidade	 do	 período	
medieval,	e	bem	elaborados,	aproveitando	a	maior	liberdade	e	variedade	de	formas	para	
se	compor,	incluindo	o	uso	de	estátuas	e	fontes	como	em	períodos	anteriores.
88
A	 arquitetura	 passou	 a	 ser	 mais	 valorizada,	 o	 que	 caracteriza	 esses	 jardins	
como	mais	artificiais	em	relação	aos	anteriores.	Utilizavam	áreas	cada	vez	maiores	e	
diversificadas,	com	espaços	para	animais	selvagens,	piscicultura,	aves,	pomares	e	o	que	
mais	se	pudesse	imaginar.	Há	o	predomínio	de	formas	geométricas	e	simetria,	que	se	
refletia	na	maneira	como	as	plantas	eram	dispostas	e	organizadas.
O	uso	de	técnicas	como	a	topiaria	e	o	parterre	demonstram	o	interesse	em	mostrar	
a	 superioridade	 do	 ser	 humano	 em	 relação	 à	 natureza,	 de	 forma	 que	 eram	utilizadas	
espécies	como	as	coníferas,	murtas,	buxos,	camélias,	plátanos,	 louros,	 rosas	e	plantas	
aromáticas.
Os	 jardins	 italianos	 que	 foram	 idealizados	 no	 período	 renascentista	 eram	
locados	em	áreas	mais	 rurais,	 devido	ao	 clima	ameno	encontrado	nessas	áreas,	 além	
de	proporcionarem	vistas	panorâmicas	da	paisagem.	Por	 serem,	muitas	vezes,	 terrenos	
acidentados,	 localizavam-se	em	colinas	e	 encostas,	 foram	utilizadas	escadarias	de	pedra	
acompanhadas	de	corredeiras	de	água	e	terraços.	Quando	o	terreno	era	plano,	instalavam-
se	fontes	grandiosas.	Também	fizeram	uso	de	estátuas	e	grutas	em	áreas	de	nascente.
A	casa	e	o	 jardimeram	projetados	para	estarem	unidos	por	meio	de	galerias	
externas	que	 levavam	a	 áreas	privativas	 e	 a	 outras	 abertas,	 onde	 realizavam	festas.	
Caracterizavam-se	 pelos	 traçados	 lineares	 que	 apresentavam	 a	 simetria	 no	 uso	 de	
linhas geométricas.
Na	vegetação	foi	muito	empregada	a	técnica	da	topiaria,	que	evidenciava	a	ideia	
da	 domesticação	 da	 natureza.	As	 plantas	 eram	 distribuídas	 por	 toda	 área,	 tendo	 como	
ponto	mais	elevado	e	central	da	composição,	a	residência.	Esses	jardins	foram	marcados	
pelo	verde,	que	se	tornava	mais	escuro	e	sombreado	à	medida	que	se	distanciava	da	casa.
As	espécies	mais	apreciadas	para	o	uso	nesses	 jardins	foram	 louro,	 azinheiro,	
tuia,	pinheiro,	cipreste,	oliveiras	e	buxinhos	(em	topiarias).
O	 jardim	francês	dava	destaque	às	construções	utilizando	espécies	arbustivas	
em	maior	quantidade,	de	forma	que	as	obras	arquitetônicas	tinham	maior	visibilidade.	
Em	sua	composição	estavam	as	topiarias	e	os	canteiros	floridos	que	embelezavam	a	
paisagem	no	período	de	primavera-verão.
Esse	 estilo	 valorizava	 a	 perspectiva,	 de	 modo	 a	 se	 criar	 uma	 sensação	 de	
grandiosidade	na	paisagem,	na	qual	o	homem	é	o	senhor	soberano	sobre	a	natureza.	Para	
que	esse	efeito	cenográfico	se	tornasse	maior,	foram	adotados	os	parterres	(tapetes	florais	
que	impactam	visualmente),	uma	vez	que	os	terrenos	tinham	desníveis	pouco	acentuados.	
Foram	adicionados	a	esses	jardins	enormes	espelhos	d’água	e	fontes	colossais.
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Entre	as	características	desse	 jardim	podemos	citar	a	 rígida	distribuição	axial,	 a	
residência	como	parte	da	paisagem,	proporções	matemáticas,	escala	monumental,	simetria	
e	a	perspectiva	unidirecional	infinita.	Os	jardins	do	Palácio	de	Versailles	representam	bem	a	
composição	desse	estilo.
Enquanto	 o	 jardim	 francês	 trazia	 aspectos	 de	 artificialidade,	 o	 jardim	 inglês	
buscava	o	retorno	à	natureza.	Em	sua	composição	havia	uma	diversidade	de	plantas,	de	
forma	 que	 era	 possível	 encontrar	 espécies	 herbáceas	 anuais	 e	 arbustivas	 perenes	
misturadas	a	espécies	bulbosas,	flores	silvestres	e	forrações,	além	de	incluir	espécies	
exóticas.
Esse	estilo	 tem	como	características	a	 informalidade	em	sua	 implantação,	 com	
orientação	assimétrica	e	utilizavam	recursos	como	muros	e	sebes	(cercas	vivas),	além	
disso	enfatizavam	a	presença	de	extensos	gramados,	a	definição	do	projeto	se	dava	
pela	escolha	das	árvores,	normalmente	nativas	e	valorizavam	a	exploração	do	elemento	
surpresa	devido	às	descobertas	que	poderiam	ocorrer	no	caminho.
Elementos	arquitetônicos	também	fizeram	parte	deste	estilo,	dos	quais	temos	as	
ruínas,	bancos,	pérgulas,	pagodes,	arcos	e	pontes.	A	água	estava	presente	em	grandes	
espelhos	d’água	ou	em	lagos.
Os	 jardins	chineses	e	 japoneses	tinham	sua	concepção	baseada	em	recriar	a	
natureza,	sendo	marcante	a	presença	de	uma	montanha	ou	um	lago.	A	construção	se	
dava	 considerando	 aspectos	 da	 topografia,	 clima	 e	vegetação	 da	 região	 e,	 diferente	
dos	jardins	europeus,	não	estavam	presos	a	formas	rígidas	e	simétricas.	Nos	lagos	era	
comum	a	presença	de	carpas.
Outros	elementos	presentes	são	a	areia,	muitas	vezes	utilizada	para	representar	a	
água	onde	não	havia,	pedras	para	formar	os	caminhos	e	contornar	a	água	ou	a	areia,	
cascalhos,	edificações,	pontes	e	lanternas.	
A	 vegetação	 consistia	 no	 uso	 de	 plantas	 perenes	 de	modo	 a	 ter	 estabilidade	
na	paisagem	durante	 todo	o	 ano.	As	espécies	mais	 comuns	eram	azaleias,	 bambus,	
camélias,	 cerejeiras	 e	 pinheiros.	As	 árvores	 preferidas	 são	 do	 gênero	Acer, devido à 
variação	de	cores	e	folhas	e	do	gênero	Pinus	com	formas	e	texturas	variadas.	Já	nas	
frutíferas	ganham	destaque	a	amendoeira	e	a	cerejeira.
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Parterre é um componente do jardim geométrico clássico, um plano de terra 
onde se desenha os canteiros para espécies de forração baixa (folhagens 
ou flores), com controle sobre o crescimento da planta para permitir a 
visão da fachada da edificação. Em pontos estratégicos, pode-se permitir a 
introdução de espécies arbustivas. 
FONTE: <http://twixar.me/1FMm>. Acesso em: 4 ago. 2022
INTERESSANTE
5.4 IDADE CONTEMPORÂNEA (1789 ATÉ OS DIAS ATUAIS)
Nesses	jardins	é	possível	observar	a	influência	dos	demais	estilos,	encontrando	
diversos	elementos	que	fizeram	parte	das	tendências	que	se	desenvolveram	no	passado.	
Portanto,	o	projeto	pode	seguir	um	único	estilo	ou	combinar	elementos	desses	estilos	
pré-existentes. 
Os	principais	estilos	são:
• Jardim clássico ou formal:	 predomínio	de	formas	geométricas,	 simetria	e	 separação	
rígida	dos	espaços;	uso	de	coníferas	e	plantas	apropriadas	para	esculturas	vegetais,	
estátuas,	escadarias	e	fontes	de	desenho	clássico.
• Jardim inglês:	traçado	é	orgânico,	com	elementos	integrados;	plantas	em	sua	forma	
natural.
• Jardim tropical:	 composição	 informal,	vegetação	composta	por	palmeiras,	helicônias,	
zingiberáceas,	 bromélias	 e	 outras	 plantas	 tropicais.	Marcado	 pela	 exuberância	 da	flora	
tropical,	mostrando	a	presença	de	muito	verde	e	muitas	flores.
• Jardim rochoso ou árido:	 adequado	 para	 locais	 que	 possuem	 solos	 arenosos	 e	
climas	secos;	a	vegetação	é	composta	por	cactos,	plantas	suculentas	e	plantas	xerófitas;	
reproduz	a	paisagem	árida.
• Jardim alpino:	adequado	para	as	regiões	onde	o	clima	seja	temperado	e	por	isso	as	
temperaturas	baixas	predominam.	A	vegetação	é	composta	por	plantas	adaptadas	às	
condições	frias	como	coníferas,	hortênsia,	amor-perfeito,	dentre	outras.
• Jardim japonês:	os	elementos	remetem	a	uma	concepção	espiritual	alinhados	com	a	
filosofia	oriental.	Marcado	pela	presença	de	pedras,	água,	bambu,	bonsai	e	plantas	
como	samambaia,	cerejeira	do	Japão	e	grama	japonesa.
• Jardim especial:	o	objetivo	é	atender	pessoas	que	fazem	parte	de	um	grupo	especial	de	
usuários,	como	portadores	de	deficiência	visual,	crianças	e	pessoas	idosas.
91
6 PAISAGISMO NO BRASIL
No	Brasil	colonial,	a	tendência	era	de	construções	que	ocupavam	totalmente	o	
terreno,	de	modo	que,	em	geral,	não	existiam	jardins	nas	residências,	e	onde	existia	era	
difícil	determinar	algum	estilo	ou	tendência	paisagística	marcante.
As	 plantas	 eram	 cultivadas	 para	 servirem	 ao	 uso,	 seja	 na	 alimentação	 ou	
como	 ervas	medicinais	 e	 plantas	 aromáticas;	 as	 plantas	 ornamentais	 eram	cultivadas	
nos	mosteiros	e	conventos,	para	decoração	das	igrejas	e,	outros	tipos	de	árvores	eram	
plantados aleatoriamente de modo a tentar amenizar o calor tropical.
A	chegada	de	Dom	João	VI	 impulsionou	o	paisagismo	no	Brasil	com	a	criação	de	
várias	praças	e	parques	e	a	fundação	do	Horto	Real,	hoje	o	Jardim	Botânico	do	Rio	de	
Janeiro,	que	era	um	local	para	aclimatação	de	plantas,	o	que	permitiu	a	 introdução	de	
espécies	ornamentais	exóticas	como	cróton,	canforeira,	falsa	murta,	gardênia,	cássia,	
entre	outras.
O	trabalho	de	Roberto	Burle	Marx	marcou	o	paisagismo	brasileiro	no	século	XX,	
que	 iniciou	 seus	 trabalhos	em	Recife	onde	projetou	e	executou	 jardins	públicos,	 dando	
ênfase	ao	uso	de	plantas	nativas	da	caatinga	e	da	flora	amazônica.
A	escolha	em	utilizar	plantas	nativas	nas	composições	paisagísticas	que	elaborou,	
marcou	 seu	 trabalho	 como	 um	 registro	 na	 linha	 projetual.	 Ele	 se	 ocupou	 em	 coletar	
diversas	espécies,	 oriundas	das	diferentes	 regiões	brasileiras,	 e	ao	utilizá-las	em	suas	
composições	deu-lhes	o	devido	valor	paisagístico.
Burle	Marx	gostava	das	formas	orgânicas	e	dos	volumes	nas	suas	composições	e	
utilizava	traçados	sinuosos	e	livres	em	seus	projetos.	Seu	falecimento	ocorreu	em	1994,	aos	
84	anos,	deixando	grande	número	de	jardins	projetados,	tanto	no	Brasil	como	no	exterior.
Para saber mais sobre os estilos de jardins veja “Plantas ornamentais e 
paisagismo: a história da arte dos jardins”. Acesse em: http://twixar.me/TFMm.
DICA
92
Neste tópico, você aprendeu:
•	 O	 paisagismo	 busca	 recriar	 aspectos	 da	 natureza	 dentro	 dos	 centros	 urbanos	 de	
forma	a	reconectar	o	homem	e	o	verde.
•	 Para	atuar	no	paisagismo	são	necessários	conhecimentosde	diversas	áreas.
•	 Os	espaços	livres	são	áreas	importantes	nas	cidades	e	se	dividem	em	diversos	tipos.
•	 As	áreas	verdes	são	aquelas	em	que	a	vegetação	ocupa	a	maior	parte	do	espaço	
projetado,	proporcionado	bem-estar	aos	frequentadores.
•	 Ao	longo	de	décadas,	o	paisagismo	foi	sendo	modificado	e	ganhando	importância	pelos	
diversos	povos	que	a	ele	se	dedicaram.
RESUMO DO TÓPICO 1
93
1	 Quando	falamos	em	paisagismo	nos	vem	a	ideia	de	áreas	cercadas	por	plantas	onde	é	
possível	o	contato	com	toda	a	beleza	proporcionada	pela	natureza	e	de	forma	segura.	
Sobre	a	importância	do	paisagismo	analise	as	afirmativas	a	seguir:
I-	 O	paisagismo	tem	por	objetivo	ornamentar	a	parte	interior	das	residências,	prédios	
comerciais	e	públicos.
II-	 O	 paisagismo	 pode	 ser	 implantado	 tanto	 em	 áreas	 públicas	 quanto	 em	 áreas	
privadas,	como,	por	exemplo,	jardins,	parques,	praças,	entre	outros.
III-	 Os	 jardins	 proporcionam	 sensações	 em	 seus	 frequentadores	 de	 maneira	 visual,	
olfativa	e	tátil.
Assinale a alternativa CORRETA:
a)	 (			)	 Somente	a	I	está	correta.
b)	 (			)	 I	e	II	estão	corretas.
c)	 (			)	 II	e	III	estão	corretas.
d)	 (			)	 Somente	a	II	está	correta.
e)	 (			)	 Somente	a	III	está	correta.
2	 Os	espaços	livres	são	divididos	em	públicos	e	privados,	mas	em	relação	ao	acesso,	podem	
ter	 caráter	 público	 ou	privativo.	Assim,	 temos	espaços	públicos	 cujo	 acesso	 é	público	 e	
outros	cujo	acesso	é	privativo.	Do	mesmo	modo,	temos	espaços	privados	cujo	acesso	
é	público	e	aqueles	cujo	acesso	é	privativo.	Sobre	os	locais,	os	quais	são	espaços	livres,	
público	de	acesso	público	e	privado	de	acesso	privativo,	respectivamente,	assinale	a	
alternativa CORRETA:
a)	 (			)	 Praça	e	pátio	de	shopping.
b)	 (			)	 Pátio	de	escola	pública	e	supermercado.
c)	 (			)	 Fórum	e	praia.
d)	 (			)	 Praia	e	pátio	de	escola	particular.
e)	 (			)	 Universidade	e	parque.
3	 No	 decorrer	 das	 diferentes	 épocas,	 o	 paisagismo	 se	 modificou	 de	 acordo	 com	 as	
mudanças	de	pensamento	de	cada	época	e,	também,	com	a	diversidade	dos	povos,	
o	que	deu	origem	a	estilos	de	composição	variados.	Sobre	a	evolução	histórica	dos	
estilos	de	jardim	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 Os	jardins	suspensos	da	Babilônia	são	os	principais	representantes	do	paisagismo	
na Idade antiga.
b)	 (			)	 Na	Idade	Média,	os	jardins	eram	implantados,	principalmente,	na	parte	externa	
dos mosteiros.
AUTOATIVIDADE
94
c)	 (			)	 Os	jardins	na	Idade	Moderna	foram	caracterizados	pela	simplicidade.
d)	 (			)	 Os	 jardins	da	 Idade	Contemporânea	são	revolucionários	e	não	utilizam	nenhum	
elemento dos estilos anteriores.
e)	 (			)	 O	jardim	japonês	se	destaca	por	utilizar	elementos	ocidentais	em	sua	composição.
4	 Os	espaços	 livres	 recebem	diferentes	nomenclaturas,	de	acordo	com	sua	finalidade	
de	uso.	Diante	disso,	explique	qual	é	a	diferença	entre	áreas	verdes,	jardim	público	e	
parque	ambiental?
5	 Os	diferentes	estilos	de	 jardim	possuem	elementos	que	os	tornam	marcantes	e	mais	
fáceis	de	serem	reconhecidos.	Discorra	sobre	o	que	há	de	marcante	nos	estilos	de	
jardim	de	cada	período.
95
ARQUITETURA PAISAGÍSTICA
UNIDADE 2 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Para	criar	uma	composição	é	preciso	combinar	os	diversos	elementos,	e	para	que	
essa	 combinação	 atenda	 aos	 objetivos	 propostos	 é	 importante	 conhecê-los	 e	 também	
saber	identificar	o	que	eles	comunicam.
Todo	elemento,	seja	natural	ou	arquitetônico,	tem	uma	função	e	um	significado	
que	fará	com	que	o	espaço	projetado	seja	um	lugar	considerado	excepcional	ou	apenas	
monótono, de acordo com as escolhas realizadas pelo paisagista.
A	estética	entra	como	uma	ferramenta	que	auxilia	a	montar	as	combinações	e	
assim	o	paisagista	pode,	através	de	sua	arte,	atender	as	expectativas	daqueles	que	irão	
desfrutar	do	ambiente	projetado.
2 ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO E ESTÉTICA
Se	considerarmos	o	paisagismo	como	arte,	estamos	dizendo	que	ele	é	capaz	
de	 nos	 comunicar	 sentimentos	 através	 de	 sua	 composição,	 seja	 tanto	 com	 elementos	
naturais,	quanto	com	elementos	arquitetônicos.
No	entanto,	é	uma	arte	que	está	sujeita	a	aspectos	que	incluem	a	fertilidade	do	
solo,	o	regime	das	chuvas,	a	germinação	das	plantas,	o	ciclo	fenológico	de	cada	espécie	
cultivada,	e	diversos	outros	fatores	da	ecologia.
Segundo	Lira	Filho	(2002,	p.	14),	“o	jardim	ordenado,	nos	espaços	urbanos	atuais,	é	
um	convite	ao	convívio,	à	recuperação	do	tempo	real	da	natureza	das	coisas,	em	oposição	
à	velocidade	ilusória	das	regras	da	sociedade	de	consumo”.
2.1 ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO NO JARDIM
O	projeto	paisagístico	 tem	o	objetivo	de	estabelecer	um	tipo	de	 comunicação	
entre	as	pessoas	e	a	paisagem	na	forma	como	elementos	naturais	e	arquitetônicos	são	
distribuídos	em	um	cenário	natural	já	existente.	E	para	que	haja	essa	comunicação	alguns	
elementos	devem	ser	utilizados	pelo	paisagista,	são	eles:	 linha,	forma,	textura	e	cor.	A	
seguir	veremos	mais	sobre	cada	um	deles.
96
2.1.1 Linha
As	 linhas,	 do	ponto	de	vista	 físico/concreto,	 não	existem	na	natureza,	 elas	 são	
na	verdade	percepções	nossas	de	contornos	dos	objetos	presentes	no	 jardim	ou	da	
maneira	 como	a	vegetação	 está	 distribuída.	Assim,	 poderemos	 chamar	 de	 linha,	 um	
conjunto	de	árvores	enfileiradas	sequencialmente	em	uma	direção	única,	mas	também	
podemos	usar	uma	pérgula	ou	um	banco	para	estabelecer	o	alinhamento	do	 jardim,	
estaremos	nessa	configuração	atribuindo	o	aspecto	de	linha	ao	limite	da	forma.
A	 percepção	 das	 linhas	 ocorre	 tanto	 na	 direção	 horizontal,	 chamada	 de	
horizontalidade,	a	qual	visualizamos	quando	olhamos	em	direção	ao	mar	ou	em	uma	
longa	estrada,	por	exemplo,	como	na	direção	vertical,	chamada	de	verticalidade,	que	
pode	ser	visualizada	em	locais	com	presença	de	árvores	altas	como	as	palmeiras,	ou	o	
jequitibá-rosa	e	edifícios	ou	torres.
As	composições	paisagísticas	são,	então,	formadas	por	essas	linhas	que	podem	
ser	geometrizadas,	quando	são	previstas	no	projeto,	e	as	linhas	orgânicas,	quando	estão	
presentes	naturalmente	na	paisagem.	O	peso	que	cada	 linha	dependerá	do	desenho	do	
projeto,	de	modo	que	se	não	houver	atenção,	alguns	objetos	chamarão	mais	atenção	
que	outros	devido	ao	contraste	que	irá	provocar.
Por	 exemplo,	 se	 um	projeto	 é	marcado	por	 ser	 composto	 por	 linhas	 retas,	 a	
presença	de	linhas	curvas	ou	sinuosas	pesarão	na	paisagem,	o	mesmo	ocorre	quando	
há	o	predomínio	da	horizontalidade	e	são	 incluídas	 linhas	verticais	sem	que	haja	um	
equilíbrio	entre	os	elementos.
As	linhas	podem	transmitir	diversas	sensações,	mesmo	que	de	maneira	imper-
ceptível	e	isso	pode	agregar	maior	significado	ao	jardim	por	aqueles	que	o	frequentam,	
algo	que	pode	ser	explorado	de	acordo	com	o	sentimento	que	se	quer	exprimir	ou	pro-
vocar.
97
FIGURA 1 – TIPOS DE LINHA
Textos-
Rubik Light (tamanho 10 espaçamento 14)
Títulos-
-Títulos de primeira ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Caixa alta - Negrito)
-Títulos de segunda ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Caixa alta - regular)
-Títulos de terceira ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Apenas a primeira
letra em maiúsculo - regular)
Vertical
Nobre
Inspiradora
Horizontal
Calma
Fluída Ativa Efusiva
Brutal Curvilínea
Feminina-Suave
Rugosa Sólida Estável
Instável Crescente
Expansiva
Decrescente
Depressiva
Dinâmica Estática
Focal-Fixa
Caótica
Confusa
Otimista
Feliz
Pessimista
Deprimida
Indireta
Concentração Paralelismo Excitação
Nervosismo
Divergência
Divisão
FONTE: Lira Filho (2002, p. 22)
A	 função	 que	 é	 dada	 às	 linhas	 numa	 composição	 paisagística	 é	 a	 de	 dividir	
espaços	em	razão	do	que	se	pretende	passar	em	cada	ambiente	introduzido	no	jardim.
2.1.2 Formas
O	conceito	de	forma	está	interligado	a	linha,	uma	vez	que	para	existir	a	forma	
é	necessário	a	presença	da	 linha	para	delimitá-la,	então	podemos	dizer	que	a	forma	
corresponde	a	superfície	ou	o	volume	formado	dentro	do	limite	estabelecido	pela	linha.
E	 essa	 forma	 pode	 ter	 diversas	 constituições	 visuais,	 que	 podemtransmitir	
sentimentos	diferentes.	Cada	elemento	que	é	utilizado	para	compor	a	paisagem	possui	
sua	forma	e	pode	ser	trabalhado	de	acordo	com	o	que	se	espera	transpor	na	composição.
98
O	peso	que	cada	forma	terá	na	composição	vai	depender	do	seu	tamanho,	uma	
vez	que	formas	grandes	geralmente	são	mais	chamativas,	no	entanto,	formas	pequenas	
com	cores	atrativas	também	podem	se	destacar.	Outro	fator	que	 influencia	o	peso	da	
forma	 na	 composição	 é	 a	 sua	 localização,	 um	 objeto	 colocado	 de	 forma	 central,	 por	
exemplo,	supõe	a	ideia	de	que	aquele	é	o	ponto	principal	da	paisagem.
Outro	exemplo	é	o	cuidado	que	se	deve	ter	com	o	 lado	direito,	considera-se	
que	a	observação	de	uma	paisagem	ocorre	da	esquerda	para	a	direita,	assim,	o	uso	dos	
elementos	deve	ser	bem	estudado	para	que	não	haja	o	risco	de	comprometer	toda	a	
composição	por	torná-la	estática.
As	formas	escolhidas	podem	tornar	um	elemento	mais	destacado	por	seu	valor	
próprio,	é	o	caso	de	estátuas	humanas	ou	de	animais,	símbolos	religiosos,	ou	qualquer	
objeto	que	represente	algo	importante	para	quem	observa.
Em	relação	à	vegetação,	o	peso	visual	está	presente	em	toda	a	planta,	mas	as	copas	
de	árvores	e	arbustos	possuem	as	formas	mais	marcantes	para	a	composição.
2.1.3 Textura
Textura	é	uma	característica	em	determinada	superfície	que	nos	transmite	uma	
sensação	tátil	apenas	pelo	que	visualizamos,	ou	seja,	quando	olhamos	um	objeto	de	
mármore	ou	o	tronco	de	uma	árvore,	percebemos	de	forma	visual	que	essas	superfícies	
possuem	 aspectos	 distintos	 ao	 toque,	 uma	 é	 lisa,	 enquanto	 a	 outra	 é	 áspera,	 essa	
percepção	pelo	olhar	sem	a	necessidade	de	tocar	o	objeto	é	o	que	chamamos	de	textura	
do	objeto.
Cada	objeto	é	constituído	por	linhas,	formas	e	cores,	de	modo	que	a	agregação	
desses	 elementos	 pode	 promover,	 em	 sua	 superfície,	 diferentes	 texturas,	 que	 são	
diferenciadas	pelo	padrão,	ou	trama,	desenvolvido	por	formas	repetidas,	em	função	da	
escala e da cor.
As	 plantas	 ornamentais	 que	 são	 utilizadas	 nos	 jardins	 apresentam	 diversas	
texturas	 em	 relação	 a	 folhagem	e	 em	 relação	 ao	 caule,	 o	 paisagista	 pode	 fazer	 uso	
dessa	diversidade	junto	com	outros	elementos	do	jardim	para	criar	efeitos,	por	exemplo	de	
distância,	já	que	quanto	mais	próximo	o	observador	está	do	objeto	mais	sua	textura	se	
mostra	nítida	e	quanto	mais	distante	temos	o	inverso.
99
FIGURA 2 – FORMAS DE EXEMPLIFICAR A TEXTURA
FONTE: A autora
2.1.4 Cor
A	cor	é	a	sensação	visual	produzida	pela	luz	refl	etida	ou	absorvida	pelos	corpos,	
de	forma	que	o	que	há,	na	verdade,	é	a	percepção	da	 luz,	que	chega	em	diferentes	
comprimentos	de	onda	e	produz	as	diferentes	cores.
Vemos	os	objetos	devido	à	 refl	exão	da	 luz	que	ocorre	quando	a	 luz	bate	em	
um	objeto	e	volta	para	os	nossos	olhos.	Um	corpo	branco	refl	ete	cerca	de	85%	da	luz,	
enquanto	um	corpo	negro	absorve	cerca	de	85%	da	luz.	As	variações	entre	a	luz	refl	etida	
e absorvida determinam os tons de cinza.
No	 entanto,	 conseguimos	 ver	 as	 outras	 cores	 porque	 o	 objeto	 absorveu	 de	
forma	 seletiva	 a	 luz	 em	um	determinado	 comprimento	 de	 onda	 e	 a	 refl	etiu	 no	mesmo	
comprimento	 de	 onda,	 possibilitando	 aos	 nossos	 olhos	 enxergar	 a	 cor	 em	 questão	
(vermelho,	amarelo,	verde,	azul	etc.).
Outro	 ponto	 a	 se	 considerar	 é	 o	 fato	 de	 que	 a	 luz	 é	 uma	 forma	 de	 energia	
e,	 portanto,	 pode	 se	 transformar	 em	outras	 formas	de	 energia,	 isso	 signifi	ca	que	na	
escolha	de	determinados	objetos	é	preciso	ter	atenção	com	a	escolha	das	cores.	Objetos	
escuros	tendem	a	absorver	mais	luz,	que	se	transforma	em	calor.	Em	contrapartida,	se	
esses	objetos	forem	bancos	expostos	à	 luz	solar,	por	exemplo,	será	desconfortável	a	
visualização,	de	forma	que	é	preferível,	nesse	caso,	o	uso	de	cores	claras.
100
• Polígono das cores
O	polígono	das	cores	é	 formado	por	dois	 triângulos,	um	deles	 invertido,	que	se	
cruzam,	formando	uma	estrela	com	seis	vértices,	os	quais	representam	as	cores	primárias	
(vermelho,	verde	e	azul)	e	secundárias	(magenta,	amarelo	e	ciano)	.
FIGURA 3 – POLÍGONO DAS CORES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
FONTE: A autora
As	cores	primárias	não	podem	ser	obtidas	pela	combinação	de	outras	cores,	
ou	 seja,	 elas	não	 se	decompõem,	 são	consideradas	puras,	 enquanto	as	 secundárias	
resultam	da	combinação	das	cores	primárias.
As	 cores	posicionadas	em	extremidades	opostas	no	polígono	 são	 chamadas	
de	 complementares	 por	 apresentarem	 contrastes	 mais	 fortes	 entre	 si,	 temos	 então:	
vermelho-ciano;	 amarelo-azul;	magenta-verde.	 Enquanto	 as	 cores	 que	 são	 vizinhas	
apresentam	contrastes	mais	suaves,	por	exemplo	azul	e	ciano.
As	 variações	 das	 cores	 podem	 ser	 qualifi	cadas	 por	 três	 parâmetros	 que	 são	
chamados	de	dimensões	da	cor:	tonalidade	ou	matiz;	luminosidade	ou	brilho;	e	saturação	
ou	croma	(pureza	da	cor).
A	cor	de	uma	superfície	é	chamada	de	tonalidade,	e	corresponde	ao	valor	do	
comprimento	 de	 onda	 predominante	 na	 luz	 refl	etida	 e	 absorvida,	 por	 exemplo:	 laranja-
avermelhado	 e	 vermelho-violeta.	 As	 tonalidades	 são	 encontradas	 no	 gradiente	 que	
há	entre	duas	cores	vizinhas,	por	exemplo,	azul	e	verde,	esse	grupo	de	variações	da	
tonalidade denomina-se matiz.
O	brilho	 (ou	 luminosidade)	corresponde	à	quantidade	de	 luz	que	a	superfície	
refl	ete	ou	emite	em	certo	comprimento	de	onda.	Pode	determinar	 também	o	grau	de	
mistura	entre	o	branco	e	determinado	tom	de	cor,	o	que	indica	quão	clara	ou	escura	é	a	
cor.	Por	exemplo,	em	uma	escala,	se	pegarmos	o	tom	vermelho	mais	forte	como	sendo	
a	cor	mais	escura	e,	adicionarmos	o	branco	a	ela,	chegando	ao	tom	rosa	mais	claro,	
teremos	uma	gradação	de	cores	dentro	da	mesma	tonalidade.
101
A	pureza	da	cor,	também	chamada	de	saturação	ou	croma,	se	refere	à	intensidade	
que	uma	cor	contém	de	si	mesma,	ou	seja,	é	o	grau	de	mistura	de	uma	cor	de	certa	
tonalidade	com	valores	de	preto	a	cinza,	ou	até	mesmo	outras	tonalidades.	Cores	brilhantes	
e	vívidas	são	aquelas	que	possuem	a	máxima	saturação	e	nenhuma	mistura	com	o	cinza,	
enquanto	cores	opacas	possuem	menor	saturação	e	maior	mistura	com	o	cinza.
Sabemos	que	as	cores	secundárias	são	resultado	da	mistura	de	cores	primárias,	ou	
seja,	a	soma	de	duas	ou	mais	luzes	coloridas	resulta	em	uma	nova	sensação	visual.	No	
caso	das	cores	primárias,	elas	são	também	aditivas	porque	podem	dar	origem	a	qualquer	
outra	cor	variando	apenas	sua	intensidade	na	combinação,	além	disso	se	combinadas	as	
três	(vermelho,	verde,	azul)	com	a	mesma	intensidade,	o	resultado	é	a	cor	branca.
FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO DA COMBINAÇÃO DE CORES
Textos-
Rubik Light (tamanho 10 espaçamento 14)
Títulos-
-Títulos de primeira ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Caixa alta - Negrito)
-Títulos de segunda ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Caixa alta - regular)
-Títulos de terceira ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Apenas a primeira
letra em maiúsculo - regular)
Verde (Primária)
Ciano (Azul + Verde)
Azul (Primária)
Magenta (Azul + Vermelho)
Vermelho (Primária)
Amarelo (Vermelho + Verde)
FONTE: A autora
Conhecer	as	cores	e	as	 sensações	que	podem	ser	 transmitidas	por	elas,	dá	ao	
paisagista,	 junto	com	os	outros	elementos	 (linha,	 forma	e	textura),	 ferramentas	para	
criar	paisagens	de	acordo	com	os	sentimentos	que	se	deseja	passar.
As	 cores	 podem	 ser	 divididas	 em	 dois	 grupos:	 cores	 quentes	 e	 cores	 frias.	
As	 cores	 quentes	 (amarelo,	 vermelho	 e	 laranja)	 são	 visualmente	 mais	 chamativas,	
excitantes	e	criam	a	impressão	de	proximidade.	Já	as	cores	frias	(azul,	verde	e	violeta)	
tem	menor	destaque,	são	calmantes	e	provocam	a	sensação	de	afastamento.
A	cor	em	um	jardim	tem	a	função	de	transmitir	com	clareza	a	mensagem	que	
se	deseja	passar,	de	forma	que	ela	é	um	instrumento	técnico,	então	podemos	dizer	que	a	
escolha	das	cores	deve	ser	realizada	de	forma	criteriosa	para	se	obter	o	equilíbrio	entre	as	
cores	e	os	demais	elementos,	e	assim	obter	uma	composição	paisagística	equilibrada	eharmoniosa.
102
As cores que existem na natureza são responsáveis pela beleza da paisagem e ajudam 
na identificação dos seus componentes. Assim, objetos de mesma forma e mesma 
textura se distinguirão pela cor. A cor dos objetos é reflexo da luz que incide neles.
No paisagismo, é importante saber combinar as cores desses objetos, bem como os 
sentimentos que cada uma delas transmitem. Para combiná-las, basta que conheçamos 
sua posição no polígono das cores e saibamos que se conseguem os maiores contrastes 
com as cores opostas e os menores com as cores vizinhas.
As plantas ornamentais fornecem uma grande variação de cores que pode ser explorada 
pelo paisagista. Não se pode deixar de levar em consideração os matizes das flores, dos 
frutos, da folhagem e dos demais órgãos da planta como raízes e galhos (ramos). 
No campo perceptivo da paisagem, existem elementos que forçam a 
direção do olhar e chamam mais atenção do que outros. No mundo das 
cores, algumas direcionam a força do olhar, obrigando que se olhe para 
elas. Entretanto, qualquer cor pode ser dominante, desde que seja a 
mais forte na composição paisagística.
Na hora de escolher a cor predominante no jardim, convém 
não esquecer algumas regras:
• tem sempre maior efeito uma massa de vegetação com uma cor só, 
do que a de uma mistura de cores;
• é melhor formar maciços de cores uniformes, alternando 
eventualmente as cores dos maciços, do que misturar todas as 
cores num bloco único;
• alguns contrastes são visualmente mais agradáveis do que outros. 
Consegue-se melhor efeito combinando harmonicamente as 
cores.
FONTE: LIRA FILHO, J. A. de. Comunicando através da paisagem. 
In: LIRA FILHO, J. A. de. Paisagismo: elementos de composição e 
estética. Viçosa: Aprenda fácil, [s. l.], v. 2, cap. 2, p. 38-41, 2002.
DICA
2.2 ELEMENTOS DE TRABALHO PAISAGÍSTICO
Um	projeto	 paisagístico	 é	 composto	 por	 dois	 tipos	 de	 elementos:	 naturais	 e	
artificiais.	Os	elementos	naturais	correspondem	àqueles	já	existentes	no	local	ou	que	
foram	 inseridos,	 e	 são	 compostos	 por	 uma	combinação	de	 agentes	 físicos	 (clima,	 solo,	
água)	e	agentes	biológicos	(plantas	e	animais),	podemos	citar	os	lagos,	rios,	afloramento	
de	rochas,	árvores,	canteiros	de	flores,	entre	outros.
Os	elementos	artificiais	são	também	chamados	de	elementos	arquitetônicos,	
aqueles	que	foram	construídos	pelo	homem,	ou	seja,	não	estariam	no	local	a	não	ser	por	
ação	humana	para	moldá-los,	tais	como	vasos,	coretos,	portões,	bancos,	piscinas,	obras	
de	arte,	entre	outros.
103
2.2.1 Elementos naturais
Na	natureza	existe	toda	uma	harmonia,	na	qual	os	componentes	naturais	se	
relacionam	entre	 si	 de	 forma	tão	profunda	que	 influenciam	toda	a	paisagem	ao	 redor	
com	 a	 diversidade	 de	 formas,	 tamanhos,	 aromas,	 cores,	 movimentos,	 sons	 e	 demais	
caracteres	que	lhe	sejam	atribuídos.
Desse	modo,	podemos	dizer	que	animais	e	plantas	não	estão	presentes	apenas	
como	 decoração,	 eles	 fazem	 parte	 do	 sistema,	 de	 forma	 a	moldá-lo	 e	 transformá-lo,	
sendo	considerados	elementos	de	alto	valor	estético	e	funcional.	Ainda	assim,	é	permitido	
que	 alguns	 dos	 elementos	 naturais	 possam	 ser	modificados	 ou	melhorados	 para	 que	
o	 jardim	fique	mais	adequado,	esteticamente,	e	se	apresente	mais	agradável	aos	seus	
frequentadores.
2.2.2 Vegetação
Por	 serem	 seres	 vivos,	 o	 uso	 das	 plantas	 exige	 que	 o	 paisagista	 possua	
conhecimentos	sobre	as	espécies	escolhidas	para	compor	a	paisagem	sobre	seu	ciclo	
vegetativo,	sua	forma,	aspectos	ambientais	de	cultivo	(clima,	solo,	água	e	luminosidade)	
e	tratos	culturais	(podas).
A	 vegetação	 é	 dotada	 de	 atributos	 estéticos	 por	 ser	 constituída	 por	 uma	
diversidade	de	espécies	com	portes,	formas,	texturas	e	cores	diferentes,	e	isso	a	torna	
de	extrema	importância	na	composição	paisagística.	Para	facilitar	o	trabalho	paisagístico	
existem	algumas	classificações	propostas:
• Quanto à forma
◦	 Arquitetura	própria:	sua	forma	e	volume	não	se	alteram	independentemente	de	onde	
estejam,	corresponde	a	uma	característica	que	é	própria	do	tipo	de	planta	que	as	
torna	facilmente	reconhecíveis,	é	o	caso	das	árvores,	dos	arbustos	e	das	herbáceas.
◦	 Arquitetura	 dependente:	 são	 plantas	 que	 necessitam	 de	 um	 suporte,	 como	
pérgulas	ou	caramanchões,	para	que	tenha	sustentação,	de	modo	que	se	moldem	
ao	suporte	em	sua	forma,	aqui	temos	as	trepadeiras,	os	arbustos	escandentes	e	
as	forrações.
◦	 Arquitetura	plástica:	corresponde	aos	arbustos	que	suportam	maior	número	de	podas	
e	podem	ser	moldados	para	a	criação	de	esculturas,	ou	sejam,	nessas	plantas	pode	
ser aplicada a técnica de topiaria.
104
• Quanto ao cultivo
◦	 Plantas	 de	 jardim:	 são	 aquelas	 que	 podem	 ser	 cultivadas	 diretamente	 no	 solo	 em	
canteiros	sem	a	necessidade	de	adaptação	prévia,	a	maioria	das	plantas	ornamentais	
pode ser considerada desse tipo.
◦	 Plantas	 de	 vaso:	 devido	 ao	 grau	 de	 domesticação	 necessitam	 de	 cuidados	
especiais	 em	 relação	 ao	 solo/substrato,	 quantidade	 de	 água,	 de	 luz,	 normalmente	
possuem	porte	pequeno,	é	o	caso	das	orquídeas	e	das	violetas.
◦	 Plantas	de	corte:	são	plantas	que	exigem	total	controle	das	variáveis	ambientais	
para	seu	cultivo,	uma	vez	que	seu	valor	está	em	serem	utilizadas	para	ornamentação	
em	ambientes	internos,	são	exemplos	as	gérberas,	crisântemos,	tulipas	e	rosas.
◦	 Outras:	são	espécies	que	não	possuem	um	cultivo	específico	para	se	enquadrar	
nas	classificações	citadas	anteriormente,	temos	assim	as	bromélias,	os	cactos	e	as	
suculentas.
• Quanto ao ciclo de vida
◦	 Anuais:	todo	o	seu	ciclo	vegetativo	é	completado	em	um	ano,	de	forma	que,	após	
a	sua	floração,	será	necessário	preparar	novamente	o	solo	e	uma	nova	semeadura.
◦	 Bianuais:	 seu	 ciclo	 vegetativo	 é	 completado	 em	 dois	 anos	 e	 após	 isso	 todo	 o	
processo é reiniciado.
◦	 Perenes:	seu	ciclo	vegetativo	é	indefinido	e	se	repete	por	vários	anos,	de	forma	
que	se	deve	realizar	apenas	o	manejo	cultural,	para	evitar	problemas	sanitários	à	
planta,	e	adubação.
• Quanto ao ambiente
Nesta	classificação,	as	plantas	devem	ser	avaliadas	quanto	ao	tempo	de	exposição	ao	
sol,	de	forma	a	se	determinar	se	são	plantas	de	sombra,	pleno	sol,	ou	meia	sombra.
Também	deve-se	considerar	as	necessidades	das	plantas	aquáticas	que	diferem	entre	
aquelas	que	vivem	dentro	da	água	e	as	que	necessitam	de	umidade	alta.
• Quanto ao tipo
◦	 As	 plantas	 são	 separadas	 quanto	 ao	 seu	 tipo	 em	árvores,	 arbustos,	 palmeiras,	
trepadeiras,	 herbáceas	 e	 forrações,	 piso	 vegetal,	 cactos	 e	 suculentas,	 plantas	
aquáticas	 e	 epífitas	 e	 parasitas.	 Veremos	 mais	 cada	 tipo	 no	 subtópico	 “Grupos	
vegetais”.	As	 plantas	 podem	ser	 arranjadas	no	 jardim	de	maneira	 isolada	 ou	 em	
grupos	divididos	em	relação	à	forma	como	se	apresentam	e	o	volume:
◦	 Maciços:	a	característica	principal	é	um	volume	cheio	que	ocupa	proporcionalmente,	no	
sentido	horizontal	e	vertical,	o	espaço	em	que	se	encontra.	Para	esse	agrupamento,	
as	plantas	utilizadas	podem	ser	da	mesma	espécie	ou	de	espécies	diferentes.
◦	 Bordaduras:	 as	 plantas	 utilizadas	 possuem	 porte	 baixo,	 o	 arranjo	 delas	 se	 dá	
de	 forma	 linear	 formando	 bordas	 em	 canteiros,	 caminhos	 ou	 para	 destacar	
determinada	árvore	que	se	quer	em	evidência.
105
◦	 Tufos:	 é	 constituído	 por	 um	volume	 de	 plantas	 que	 se	 torna	mais	vazio	 que	 o	
maciço,	destacando-se	por	ter	forma	mais	vertical	do	que	horizontal.
◦	 Alegretes:	são	tufos	nos	quais	estão	presentes	espécies	com	flores,	proporcionando	
uma	paisagem	mais	alegre	e	colorida.
◦	 Cercas-vivas:	 as	 plantas	 são	 dispostas	 linearmente	 com	 o	 objetivo	 fechar	 ou	
mesmo	dividir	um	ambiente,	para	isso	são	utilizadas	espécies	que	possuam	porte	
médio	a	grande,	caso	as	plantas	sejam	podadas	recebem	o	nome	de	sebe.
◦	 Corbelhas:	várias	plantas	são	associadas	de	modo	a	criar	desenhos	coloridos	no	
jardim,	porque	além	do	volume	e	forma,	são	consideradas	as	cores	e	texturas	das	
espécies selecionadas.2.2.3 Animais
Os	 animais	 são	 um	 ótimo	 recurso	 paisagístico	 e	 devem	 ser	 integrados	 na	
composição	 paisagística,	 de	modo	 a	 adicionar	mais	 beleza	 à	 paisagem.	As	 espécies	
mais	utilizadas	são	as	aves	e	os	peixes,	especialmente	os	coloridos,	mas	há	outros	como	
tartarugas	e	lebres,	que	também	são	opções.
Independentemente	 de	 serem	 previstos	 no	 projeto,	muitos	 animais	 podem	 ser	
encontrados	em	um	jardim	em	função	da	atração	exercida	pelas	plantas	e	pela	água,	é	o	
caso de aves e insetos.
2.2.4 Outros elementos naturais
Primeiramente	temos	a	água,	que	pode	aparecer	de	forma	corrente	ou	parada,	
e	 que	 está	 sempre	presente	por	 sua	 importância	 para	 as	 plantas.	 Ela	 pode	 compor	 a	
paisagem	por	estar	presente	em	reservatórios	de	forma	natural	 (rios,	 lagos,	cachoeiras	
etc.)	ou	de	forma	artificial	(represas,	lagos	cavados	no	solo	e	piscinas)	e	em	fontes.
De	maneira	geral,	a	água	pode	ser	utilizada	tanto	para	a	decoração	como	para	a	
rega,	assim	é	possível	se	pensar	em	maneiras	que	promovam	seu	melhor	aproveitamento	
dentro	da	composição.	Além	disso,	sua	presença	também	provoca	diversas	sensações	
que	podem	ser	combinadas	com	os	outros	elementos	do	jardim.
As	pedras	 são	 elementos	 auxiliares	 que	proporcionam	belos	 contrastes	 com	
as	plantas	em	função	das	diferentes	formas	e	tamanhos	que	apresentam,	devendo	ser	
escolhidos	de	acordo	com	o	ambiente	no	qual	serão	alocados.
106
2.2.5 Elementos arquitetônicos
Para	 que	 o	 jardim	 se	 torne	 esteticamente	mais	 agradável	 e	 seja	 funcional,	 além	
dos	 elementos	 naturais,	 é	 necessário	 que	 se	 adicione	 outros	 elementos	 chamados	 de	
arquitetônicos,	que	irão	complementar	a	paisagem	e	deixar	o	espaço	mais	aconchegante	
para	aqueles	que	irão	usufruir	do	local.
Esses	elementos	podem	constituir	a	infraestrutura	local	para	o	lazer	passivo	ou	
ativo	 com	 a	 construção	 de	vias	 de	 acesso,	 quadras	 de	 esportes,	 luminárias,	 piscinas,	
quiosques	etc.,	mas	também	podem	ter	função	apenas	estéticas	no	caso	de	obras	de	arte.
Os	elementos	arquitetônicos	podem	definir	qual	o	estilo	que	se	propõe	para	a	
composição,	além	de	transmitir	sensações	em	conjunto	com	os	elementos	naturais,	de	
forma	que,	 ao	serem	planejados	deve-se	ter	cuidado	para	que	não	haja	um	embate	
entre	os	dois	tipos,	portanto,	é	importante	considerar	a	frequência	com	que	os	objetos	
arquitetônicos	surgem	na	paisagem,	a	predominância	em	suas	linhas	e	formas	e	quais	os	
materiais	utilizados	para	sua	construção.
2.2.6 Circulação e pisos
Para	o	deslocamento	no	trânsito	de	pedestres	e	veículos,	são	 inseridos	no	 jardim	
caminhos	de	circulação	ou	vias	de	acesso,	que	constituem	os	caminhos	dentro	do	jardim	
para	que	as	pessoas	possam	ser	conduzidas	aos	pontos	de	apreciação	da	paisagem.	Esses	
caminhos	fazem	com	que	o	jardim	seja	ligado	tanto	internamente	quanto	externamente	e	
funcionam	como	elemento	integrador	da	paisagem.
Os	caminhos	não	são	construídos	com	objetivo	estético,	ainda	assim,	a	escolha	
dos	materiais	e	a	forma	como	serão	desenhados	podem	ser	realizadas	de	modo	que	
ornamentem	com	os	demais	elementos	da	paisagem.	A	escolha	da	forma	e	da	 largura	
dependem	do	terreno	onde	será	 locado	o	 jardim,	sendo	preferível	utilizar	a	área	mínima	
para	 sua	 construção,	 priorizando	 a	 área	 vegetada,	 também	 podem	 ser	 permeáveis	 ou	
impermeáveis.
Os	principais	materiais	utilizados	para	a	pavimentação	dos	caminhos	são:	asfalto,	
ladrilhos,	 lajotas	 de	 concreto,	 cimento	 ou	 granito,	 mosaico	 português,	 pedras	 toscas,	
saibro,	seixos	lavados	ou	tijolos	prensados.
Para	 a	 construção	 do	 piso	 em	 outros	 componentes	 do	 jardim	 podem	 ser	
utilizados	materiais	diversos,	de	forma	que	sua	escolha	deverá	ser	realizada	de	acordo	
com	a	forma	como	local	será	utilizado,	sendo	eles:	ardósia,	arenito,	blocos	de	concreto,	
bolachas	de	madeira,	dormentes,	grelha	de	concreto/grama,	 ladrilho	hidráulico,	 lajota	
de	 cerâmica,	 mosaico	 português,	 paralelepípedos,	 pedras	 (pedra	 mineira),	 pedrisco,	 piso	
cimentado,	 placas	 de	 concreto,	 seixo	 branco,	 seixo	 rolado,	 tábuas	 de	madeira,	 terra	
batida	e	tijolo	de	barro.
107
2.2.7 Construções do jardim
Para	que	se	tenha	certos	elementos	arquitetônicos	compondo	a	paisagem,	é	
necessário	realizar	construções	diversas	que	variam	quanto	ao	porte.	Algumas	podem	
ser	 consideradas	 simples	 e	 exigem	 mãos	 habilidosas,	 mas	 sem	 a	 necessidade	 de	
conhecimentos	profundos,	enquanto	que	para	outras	construções	é	impraescindível	a	
contratação	de	mão	de	obra	especializada.
Dentre	os	componentes	que	podem	ser	utilizados	em	jardins	temos:
• Reservatórios e espelhos d'água:	 destacam-se	 os	 tanques	 e	 laguinhos,	 cujas	
funções	na	paisagem	podem	ser	o	cultivo	de	plantas	aquáticas	e	criação	de	peixes	
ornamentais.	Também	são	utilizados	para	a	formação	de	espelhos	d'água,	que	além	
de	efeitos	estéticos,	aumentam	a	umidade	relativa	do	ar	e	a	luminosidade	local	por	
causa	da	reflexão.
• Pontes:	podem	ser	utilizadas	em	áreas	com	presença	de	cursos	d’água,	mas	também	
em	terrenos	acidentados	para	ligar	dois	pontos	do	jardim.
• Pérgulas e caramanchões:	seu	uso	se	deve	à	necessidade	de	um	local	para	que	
as	 plantas	 trepadeiras	 possam	 se	 estabelecer,	 de	 forma	 que	 proporcionam	um	 local	
coberto	que	podem	servir	como	alpendre	ou	até	mesmo	como	garagem,	uma	vez	
que	propiciam	sombra	e	arejamento.
• Treliças:	 são	 estruturas	 em	 forma	 de	 grade	 que	 podem	 ser	 colocadas	 em	muros	
para	que	as	plantas	trepadeiras	se	estabeleçam,	além	de	criar	um	visual	agradável	no	
espaço.
• Quiosques:	podem	ser	tantos	os	locais	comerciais	para	venda	de	alimentos	ou	outros	
produtos	de	interesse	no	local	onde	estão,	como	também	funcionar	como	guarda-sol	
espalhados	pelo	jardim	em	áreas	com	alta	insolação.
• Decks:	 são	 estruturas	 maiores	 e	 planas	 construídas	 em	 madeiras	 que	 funcionam	
como	locais	para	a	confraternização	onde	as	pessoas	podem	apreciar	a	paisagem,	
mas	mantendo	certa	distância	das	plantas.
• Estufas:	são	estruturas	específicas	para	os	amantes	de	plantas	que	desejam	cultivar	
diversas	espécies	que	necessitam	de	condições	climáticas	controladas.
• Mirante:	 são	muito	 utilizados	 em	parques	 que	 possuam	elevações	 no	 terreno	 que	
possibilitem	uma	visão	privilegiada	da	paisagem.
• Telhado verde:	pode	ser	utilizado	na	cobertura	de	casas	e	edifícios,	que	recebem	
um	 tratamento	 impermeabilizante,	 sistema	 de	 drenagem	 e	 barreira	 para	 limitar	 o	
crescimento	das	raízes,	utilizando	espécies	que	se	adaptem	às	condições	de	substrato	
e	clima	oferecidos	de	acordo	com	o	sistema	escolhido	–	intensivo	ou	extensivo	–	que	
diferem	em	relação	ao	nível	de	manutenção.
Além	dessas	construções,	existem	alguns	componentes	cuja	funcionalidade	é	
o	 lazer	ativo	ou	passivo,	de	forma	que	enquadram	como	uma	categoria	especial,	no	
caso,	temos	as	áreas	específicas	para	a	prática	de	esportes	como	campos	de	futebol	e	
quadras	poliesportivas,	divertimento	e	prática	de	esportes	no	caso	de	piscinas	e	áreas	para	
as	crianças	como	os	playgrounds.
108
Os	jardins	são	ambientes	que	podem	ser	frequentados	tanto	durante	o	dia,	quanto	
a	noite,	e	por	isso	é	importante	estar	atento	para	o	uso	da	iluminação,	que	também	pode	
compor	um	ornamento,	criando	novos	efeitos	para	a	paisagem.
Desse	modo,	 o	 uso	 de	 luminárias	 proporciona	 segurança	 aos	 usuários	 do	 jardim	
durante	o	período	da	noite,	mas	também,	de	acordo	com	o	enfoque	desejado,	podem	
realçar	e	valorizar	determinados	elementos,	de	modo	que	é	possível	manter-se	dentro	
dos	mesmos	critérios	definidos	para	a	parte	do	dia,	como	projetar	sensações	distintas	
para a parte da noite.
Caso	se	deseje	criar	divisórias	além	das	horizontais,	no	caso	as	vias	de	circulação,	
podem	ser	utilizadas	as	cercas	vivas,	que	funcionam	como	divisórias	verticais,	além	de	
criar	espaços	mais	reservados,	elas	tornam	o	ambiente	mais	agradável	por	utilizar	o	verde.	
Mas	há	também	a	opção	de	se	utilizar	outros	materiais	como	bambu,	madeira	e	concreto.
Ostipos	 de	 divisórias	 podem	 ser	 as	 cercas-vivas,	 os	 muros	 e	 muretas,	 os	
alambrados e as cercas.
2.3 PRINCÍPIOS DE ESTÉTICA
Para	compor	uma	paisagem	que	seja	ao	mesmo	tempo	funcional	e	agradável	
para	aqueles	que	irão	frequentá-la	é	preciso	levar	em	consideração,	além	dos	fatores	de	
ordem	natural	e	social,	os	princípios	de	estética.
Esses	princípios	direcionam	a	disposição	e	organização	dos	elementos	naturais	e	
arquitetônicos	para	criar	um	ambiente	visualmente	agradável.	De	forma	 inconsciente,	um	
observador	 analisa	 a	 paisagem	 e	 a	 divide,	 atribuindo	 pesos	 visuais	 diferentes	 para	 cada	
elemento,	 da	 organização	 desses	 pesos	visuais	 são	 tirados	 os	 princípios	 que	 norteiam	 a	
composição	paisagística,	sejam	eles:	mensagem,	equilíbrio,	escala,	dominância,	harmonia	
e clímax.
Segundo	Lira	Filho	(2002,	p.111)	
Para	criar	um	espaço	agradável,	o	jardim	é	moldado	por	um	nível	inferior,	
constituído	por	piso,	gramado	e	forrações;	por	um	teto,	proporcionado	por	
elementos	construídos,	copas	de	árvores	ou	trepadeiras	conduzidas;	
e,	lateralmente,	por	maciços	vegetais,	construção	integrada	à	paisagem	
ou	perspectivas	belas	e	repousantes.
O	ideal	de	beleza	em	um	jardim	consiste	em	harmonizar	os	elementos,	de	modo	
que	a	falta	de	unidade	entre	as	partes	resulta	em	‘feiura’,	uma	vez	que	a	presença	de	
elementos	discordantes	gera	confusão	na	mente.	Essa	beleza	é	apresentada	em	três	
níveis:	 emotivo,	 sensitivo	e	 intelectual,	 que	 se	distinguem	de	acordo	com	o	nível	 de	
conhecimento do observador.
109
Iremos	apresentar	os	seis	princípios	básicos	que	fundamentam	a	composição	
paisagística:
•	 Mensagem:	está	diretamente	relacionada	com	o	sentimento	que	se	deseja	transmitir.	
De	modo	que	é	necessário	ter	um	conhecimento	de	a	quem	se	destina	o	espaço.	As	
linhas,	formas,	texturas	e	cores	devem	ser	utilizadas	de	modo	a	transmitir	sensações	
agradáveis	aos	frequentadores.
•	 Equilíbrio:	 promove	 a	 sensação	 de	 estabilidade	 físico-visual	 do	 local	 devido	 a	
algum	 componente	 ou	 composição	 presente	 no	 campo	 visual.	 Por	 esse	 princípio	
se	determina	a	estabilidade	entre	os	pesos	visuais	dos	elementos	e	as	massas	dos	
componentes,	 havendo	 uma	 compensação	mais	 ou	menos	 regular.	 Isso	 pode	 ser	
feito	de	maneira	formal,	onde	se	marca	o	centro	ou	eixo	e	os	pesos	são	distribuídos	
em	igualdade	ao	redor;	e	de	maneira	informal,	no	qual	a	distribuição	dos	pesos	ocorre	
de	maneira	desigual	no	jardim.
•	 Escala:	 corresponde	 ao	 distanciamento	 entre	 os	 elementos,	 de	modo	que	podem	
causar	a	sensação	de	 liberdade	ou	enclausuramento	de	acordo	com	a	forma	como	os	
elementos	estão	dispostos	no	jardim.
•	 Dominância:	 se	 refere	 à	 existência	 de	 elementos	 que	 se	 sobrepõem	 a	 outros	
na	 paisagem,	 devido	 às	 características	 de	 tamanho,	 cor,	 forma	 e	 textura.	 Essa	
dominância	pode	ser	natural,	ou	seja,	o	elemento	possui	qualidades	naturais	que	o	
fazem	se	destacar,	por	exemplo,	a	presença	de	flores	em	árvores,	ou	induzida,	quando	o	
paisagista	direciona	o	projeto	para	que	determinado	elemento	tenha	mais	atenção.	
No	 caso	 da	 dominância	 induzida	 é	 preciso	 considerar	 certos	 pressupostos:	 analogia	 e	
contraste,	sequência	e	ritmo,	convergência	e	eixo,	codominância	e,	moldura.
•	 Harmonia:	reside	na	combinação	entre	os	elementos.	A	ideia	que	se	pretende	é	a	de	
que	haja	unidade	na	composição,	de	modo	que	os	diversos	elementos	ali	presentes	
estejam	dispostos	de	maneira	que	não	há	necessidade	de	alterações	pela	retirada	ou	
adição	 de	 qualquer	 elemento,	mantendo-se	 o	 equilíbrio.	 Esse	 princípio	 considera	 a	
proporção	entre	os	elementos	para	criar	um	ambiente	harmonioso.
•	 Clímax:	corresponde	a	um	elemento	ou	parte	do	jardim	na	qual	o	observador	se	sente	
tão	bem	a	ponto	de	se	deixar	permanecer	por	um	tempo	considerável	de	apreciação	
diferente	de	outros	elementos	ou	outras	partes.
3 GRUPOS VEGETAIS
A	vegetação	 é	 de	 suma	 importância	 para	 o	 paisagismo,	 na	 verdade	 é	 o	 ponto	
principal	do	projeto,	de	forma	que,	conhecer	as	espécies	e	suas	características	ajuda	a	
melhor	desenvolver	uma	ideia	de	concepção	para	um	jardim.
É	 possível	 agrupar	 as	 espécies	 em	 dois	 conjuntos.	 O	 primeiro	 corresponde	 à	
arquitetura	 da	 planta,	 nos	 hábitos	 de	 crescimento	 que	 as	 distinguem	 em	 relação	 à	
ocupação	 do	 espaço	 em	 que	 se	 encontram,	 sendo	 observados	 seu	 formato,	 altura,	
largura,	estrutura	da	copa,	número,	tamanho,	forma	e	disposição	das	folhas,	aspectos	de	
textura	e	cor	do	vegetal	como	um	todo	ou	de	partes	dele.
110
O	segundo	conjunto	diz	respeito	aos	aspectos	ambientais	a	que	cada	espécie	
está	 adaptada.	 Cada	 grupo	 de	 espécies	 possui	 adaptações	 próprias	 para	 os	 diversos	
ambientes,	algumas	são	mais	sensíveis,	outras	mais	tolerantes,	no	entanto	toda	espécie	
tem	 suas	 exigências	 quanto	 ao	 tipo	 de	 solo,	 nível	 de	 umidade,	 quantidade	 de	 luz,	
salinidade	da	água	e	do	solo,	temperatura,	resistência	a	pragas	e	doenças,	e	questões	
que	podem	afetar	seu	crescimento	e	seu	ciclo	fenológico.
Assim,	temos	no	primeiro	conjunto	espécies	de	árvores,	arbustos,	trepadeiras	
e	algumas	herbáceas	têm	sua	escolha	para	composição	de	jardins	realizada	com	base	em	
aspectos	visuais.	Já	para	o	segundo	conjunto,	não	é	possível	uma	clara	categorização	
das	espécies,	uma	vez	que	em	cada	grupo	podem	haver	plantas	que	só	se	adaptam	a	
determinadas	condições	e	outras	que	se	adaptam	às	condições	mais	adversas.
Para	facilitar	a	escolha	das	plantas	que	serão	utilizadas	no	projeto,	é	 realizada	
uma	divisão	no	paisagismo	por	tipos	vegetais,	de	forma	que	as	plantas	são	agrupadas,	
principalmente,	 pelo	 porte	 do	 seu	 caule,	 e/ou	 subdivididas	 de	 acordo	 com	 outras	
características	que	as	aproxime.	O	quadro	a	seguir	resume	esses	tipos:
TABELA 2 – RESUMO DOS PRINCIPAIS TIPOS VEGETAIS UTILIZADOS NO PAISAGISMO
PLANTAS ARBÓREAS: Plantas 
com	altura	normalmente	acima	de	
5	ou	6	metros,	caule	autoportante,	
único	na	base,	repartindo-se	
acima do nível do solo.
1.	ÁRVORES:
Plantas	arbóreas,	com	estrutura	
ramificada	em	diferentes	formas,	
caule	único,	ramos	providos	de	
folhas	laminares,	com	formas	e	
tamanhos variados.
2. PALMEIRAS:
Plantas	de	caule	único,	
provido	de	folhas	alongadas,	
caracteristicamente pinadas, 
inseridas em rosetas na 
extremidade	superior	do	caule.
3.	CONÍFERAS:
Plantas arbóreas, em geral 
de	grande	porte,	estrutura	
monopodial	(caule	vertical	com	
ramificações	laterais),	copa	
frequentemente	cônica,	folha	
em	forma	de	acículas,	lâminas	
estreitas	ou	escamas.
TREPADEIRAS:	Plantas	de	caule	
não	autoportante,	que	crescem	
apoiadas	em	outras	estruturas.
4	TREPADEIRAS
PLANTAS	ARBUSTIVAS:	
Plantas	até	a	altura	de	cinco	
ou	seis	metros,	caule	em	geral	
subdividido	junto	ao	nível	do	
solo, resistente ao menos 
parcialmente.
5	ARBUSTOS
111
PLANTAS HERBÁCEAS: Plantas 
de	caule	não	resistente,	
herbáceo,	com	altura	raramente	
acima de 1 metro.
6.	HERBÁCEAS:
Plantas	erguidas,	geralmente	
até	um	metro	de	altura,	
excepcionalmente podendo atingir 
a	altura	de	um	arbusto,	com	o	
caule	completamente	herbáceo.
7.	FORRAÇÕES:
Plantas	herbáceas,	rasteiras,	
geralmente	em	comunidades	
densamente	enraizada,	com	altura	
até	30	cm,	aproximadamente,	que	
não	admitem	pisoteio.
8.	PISOS	VEGETAIS:
Plantas	herbáceas,	rasteiras,	
normalmente providas de 
rizomas	ou	estolões,	fortemente	
enraizados	e	muito	resistentes	
ao pisoteio, admitindo poda 
rente ao solo.
FONTE: Salviatí (1993, p. 11)
3.1 ÁRVORES
São	plantas	que	se	destacam	pelo	porte	que	atingem	e	são	classificadas	de	
acordo	com	a	altura,	o	diâmetro	de	copa	ou	ambos,	havendo	três	gradações	que	são:	
grande	porte	(>15	m	de	altura,	>12	m	de	diâmetro),	médio	porte	(8	–	15	m	de	altura,	6	–	12	
m	de	diâmetro)	e	pequeno	porte	(até	8	m	de	altura,	até	6	m	de	diâmetro).
Com	 relação	 à	 forma,	 pode	 haver	variações	 entre	 indivíduos	 que	 pertencem	
à mesma espécie devido à variabilidade genética, além disso, condições ambientais deiluminação	podem	modificar	a	forma	como	a	árvore	cresce,	uma	vez	que	as	plantas	que	
crescem	em	 locais	sombreados	podem	apresentar	copa	estreita	e	caule	alongado	em	
razão	da	busca	pela	 luz,	e	quando	colocadas	em	uma	área	aberta	apresentam	outra	
forma.	 Portanto,	 para	 se	 determinar	 a	 forma	 específica	 de	 uma	 árvore,	 ela	 deve	 se	
desenvolver	em	local	com	plena	insolação	e	estar	isolada.
A	forma	é	resultado	de	duas	variáveis	combinadas,	o	formato	da	copa	e	o	tipo	
de	fuste.	O	formato	da	copa	tem	relação	com	a	estrutura	e	conformação	dos	ramos	que	
proporcionam	uma	arquitetura	mais	aberta	ou	mais	fechada.	O	fuste	corresponde	à	parte	
do	caule	que	não	se	subdivide,	ou	seja,	a	parte	do	caule	que	segue	inteiro	da	base	até	que	
inicie	a	copa,	podendo	ser	baixo	(até	2,5	m),	médio	(2,5	–	4	m)	e	alto	(>4	m).
Ainda	 em	 relação	 à	 estrutura,	 o	 tipo	 de	 crescimento	 pode	 resultar	 em	 uma	
forma	mais	vertical,	na	qual	o	tronco	segue	único	e	os	ramos	são	lançados	lateralmente,	
recebendo	 o	 nome	 de	 estrutura	monoaxial,	 ou	 em	 uma	 forma	mais	 distribuída,	 que	
aproveita	 o	 espaço	 ao	 redor	 com	maior	 abertura	 da	 copa,	 uma	 vez	 que	 o	 caule	 se	
subdivide	pelo	menos	uma	vez,	essa	estrutura	recebe	o	nome	de	poliaxial.
112
De	acordo	com	a	densidade	da	folhagem	é	possível	classificar	o	sombreamento	
em:	 denso,	 quando	 os	 raios	 de	 sol	 não	 conseguem	 atravessar	 a	 folhagem,	 de	 forma	
que	 na	 área	 da	 sombra	 projetada	 pela	 copa	 não	 há	 crescimento	 de	 outros	 vegetais;	
médio,	 promove	 considerável	 proteção	 e	 pouca	 entrada	 de	 luz,	 o	 que	 é	 ideal	 para	 o	
desenvolvimento	de	plantas	umbrófilas	(adaptadas	a	lugares	úmidos	e	sombrios);	e	ralo,	
os	raios	de	sol	penetram	o	interior	da	copa,	o	que	resulta	em	pouca	ou	nenhuma	proteção	
do solo abaixo da copa.
A	permanência	da	folhagem	também	influencia	o	sombreamento.	Árvores	com	
folhagem	permanente	fazem	a	troca	de	folhas	naturalmente	sem	que	fiquem	desnudas,	
ou	seja,	sempre	há	presença	de	folhas	em	sua	copa,	enquanto	que	árvores	caducifólias	
perdem	 todas	 as	 suas	 folhas	 em	 determinada	 época	 do	 ano,	 seja	 em	 período	 de	
estiagem	ou	por	ocasião	do	inverno.
As	 árvores	 podem	 ser	 divididas	 entre	 as	 que	 possuem	 raízes	 pivotantes	 ou	
profundas	 e	 aquelas	 que	 possuem	 raízes	 superficiais,	 é	 preciso	 certo	 cuidado	 com	
raízes	superficiais,	pois	danificam	calçadas	e	fundações	ao	 redor,	 sendo	que	árvores	
com	esse	tipo	de	raiz	são	mais	adequadas	a	locais	com	grandes	espaços	de	solo	livre,	
onde	suas	raízes	podem	se	desenvolver	sem	causar	problemas.
Nome científico Nome popular Altura (m)
Diâmetro de 
copa Ø (m)
Acacia podalyriaefolia Acácia	mimosa 5 4
Caesalpinea peltophoroides Sibipiruna 6-7 6
Caesalpinia echinata Pau-brasil 6 8
Callistemon atrinus Calistemo 3	-	5 2
Ceiba speciosa Paineira 12-14 14-15
Enterolobium contortisiliquum Timbaúva 15 8-12
Erythrina crista-galli
Corticeira do 
banhado
12 6
Erythrina speciosa Eritrina 4	-	6 5
Eucaliptus cinerea Eucalipto	prateado 15-18 10-12
Grevillea robusta Grevilha 15 <10
Handroanthus chrysotrichus Ipê	amarelo <15 10
Handroanthus heptaphyllus Ipê	roxo <15 10
Jacaranda mimosifolia
Jacarandá	
mimoso
9-11 7-8
Lagerstroemia indica
Resedá	ou	
extremosa
4	-	6 3
TABELA 3 – LISTA DE ALGUMAS ESPÉCIES DE PLANTAS ARBÓREAS UTILIZADAS NO PAISAGISMO
113
Licania tomentosa Oiti 8	-	15 6
Magnolia grandiflora Magnólia 10-12 8-10
Peltophorum dubium Canafístula 15 8-12
Platanus occidentalis Plátano 15-18 12-15
Salix babilonica Chorão 10-12 8-10
Schinus molle Aroeira 6-8 5-6
Schizolobium paraybum Guapuruvu 15-17 12
Tibouchina mutabilis Quaresmeira 5 4
Tipuana tipu Tipuana < 12 <	10
FONTE: Adaptada de Petry (2014) e Galhego (2017b)
3.2 CONÍFERAS
As	 coníferas	 são	 plantas	 em	 sua	maioria	 de	 porte	 arbóreo,	 que	 apresentam	
resistência	a	pragas	e	doenças	e	que	são	oriundas	de	regiões	mais	frias	ou	com	clima	
temperado.	Sua	forma	é	bem	definida	por	um	tronco	único,	 linear	e	elevado,	do	qual	
saem	 as	 ramificações	 laterais	 que	 são	 regularmente	 distribuídas	 ao	 longo	 do	 seu	
comprimento.
Em	seus	ramos,	as	folhas	podem	ser	finas	(acículas)	ou	estreitas	e	alongadas.	Os	
frutos	característicos	desse	tipo	de	vegetal	 têm	formato	de	cone,	coberto	por	escamas	
lenhosas	onde	podemos	encontrar	as	sementes	nuas.
Apesar	de	mais	conhecidas	pelo	porte	alto,	também	são	encontradas	em	formas	
arbustivas,	sendo	classificadas	em:	porte	anão	(até	1,5	m	de	altura);	porte	pequeno	(1,5	
até	5	m	de	altura);	porte	médio	(5	a	15	m	de	altura);	porte	alto	(15	a	25	m	de	altura);	e	
porte	muito	alto	(acima	de	25	m	de	altura).
A	copa	é	bem	variada	com	formas	amplas	ou	muito	irregulares,	formatos	que	
lembram	um	chapéu	de	sol	no	caso	do	pinheiro-do-Paraná	(Araucaria angustifólia B.),	os	
tipos	mais	comuns	são	as	formas	regulares	e	simétricas,	tais	como	colunar,	cônicas	e	
em	forma	de	morro.
114
3.3 PALMEIRAS
Em	geral,	possuem	caule	esguio	que	pode	ser	vertical	ou	 inclinado,	até	mesmo	
tortuoso,	na	extremidade	superior	do	caule	as	folhas	formam	uma	coroa	em	formato	
de	 roseta	composta	por	folhas	grandes	que	se	caracterizam	pela	aparência	de	pena	
ou	de	leque.	Outra	característica	das	palmeiras	é	que	o	pecíolo	das	folhas	envolve	o	caule,	
marcando	a	transição	para	a	copa.
O	caule	pode	variar	seu	formato,	podendo	ser	perfeitamente	vertical,	 inclinado	
ou	 encurvado,	 múltiplo,	 ramificado	 (em	 casos	 raros),	 e	 também	 assumir	 a	 forma	 de	
trepadeira,	e	ainda	apresentar	variações	em	seu	diâmetro	ao	longo	do	comprimento.	Com	
relação	ao	aspecto	da	superfície,	pode	ser	praticamente	lisa	ou	com	anéis	muito	pouco	
pronunciados,	 com	 ranhuras	 no	 sentido	 vertical,	 fortemente	 anelada,	 com	 espinhos,	
provida	de	remanescentes	do	pecíolo	ou	das	próprias	folhas.
Pelo	 porte	 temos	 palmeiras	 cujo	 caule	 aéreo	 é	 quase	 inexistente	 devido	 ao	
ponto	em	que	saem	as	folhas,	as	de	porte	baixo	(até	2	m	de	altura),	as	de	porte	médio	(2	
a	10	m	de	altura)	e	as	de	porte	alto	(acima	de	10	m	de	altura).
A	copa	pode	ser	mais	globular	quando	as	folhas	possuem	eixos	mais	flexíveis	ou	
em	forma	de	leque	quando	o	eixo	é	menos	deformável.
TABELA 4 – LISTA DE ALGUMAS ESPÉCIES DE PALMEIRAS UTILIZADAS NO PAISAGISMO
Nome científico Nome popular Altura (m)
Diâmetro de 
copa Ø (m)
Bismarckia nobilis Palmeira-azul 12 8
Butia capitata Butiazeiro 7 6
Chamaedorea elegans Camedoréa < 3 < 2
Chrysalidocarpus lutescens Areca	bambu 9 4
Euterpe oleracea Açaí <	15 2
Licuala grandis Leque 2	–	4
Phoenix canariensis Tamareira	das	Canárias 7 5
Phoenix roebelinii Tamareira	anã 3 2
Raphis excelsa Palmeira	rafia <	5 1
Roystonea oleracea Palmeira imperial <	50 5
Roystonea regia Palmeira real <	15 3
Saygrus romanzoffianum Gerivá 17 2
Trachycarpus fortunei Traquicarpo 3-5 3
Wodyetia bifurcata Rabo-de-raposa 6	–	9 3	–	4
FONTE: Adaptada de Petry (2014) e Galhego (2017b)
115
3.4 TREPADEIRAS
São	plantas	que	não	possuem	caule	resistente	e	por	isso	costumam	se	desenvolver	
próximas	a	espécies	arbóreas	e	arbustivas	nas	quais	se	apoiam	para	chegar	até	o	exterior	
da	copa	dessas	plantas	e,	assim,	podem	realizar	suas	funções	fisiológicas	aproveitando	a	
luz	solar.	Seu	sucesso,	na	maioria	das	espécies,	se	deve	a	suas	flores	vistosas.
Existem	 três	 tipos	 de	 trepadeiras	 em	 relação	 ao	 hábito	 de	 crescimento.	 O	
primeiro	grupo	é	constituído	por	plantas	que	não	possuem	órgão	específico	de	fixação,	
utilizando	seus	caules	e	suas	folhas	como	forma	de	ancoragem,	que	pode	ser	facilitada	
pela	 presença	 de	 espinhos	 ou	 por	 adaptações	 morfológicas	 de	 alguma	 estrutura.	
Algumas	espécies	desse	grupo	precisam	ser	amarradas	quando	cultivadas.
No	segundo	grupo	temos	as	plantas	que	possuem	dispositivos	próprios	para	
promover	sua	amarração,	essas	partes	 recebem	o	nome	de	gavinhas	e	correspondem	
a	alterações	morfológicas	de	outras	partes	vegetais,	 de	modo	que	nascem	de	gemas	
que	dariam	origem	a	folhas,	ramos	ou	flores,	sua	principal	característicaé	se	enrolarem	
rapidamente	ao	apoio	logo	que	o	encontram.	Também	estão	nesse	grupo	as	trepadeiras	
cujas	raízes	são	fixadoras,	encontradas	em	dois	tipos:	as	que	criam	pontos	de	sustentação	
pela	penetração	em	fendas	e	as	que	produzem	um	cimento	de	adesão.
No	 terceiro	 grupo	 estão	 plantas	 que	 possuem	 caules	 volúveis	 e	 com	 isso	
crescem	se	enrolando	ao	suporte	em	espiral	de	forma	bem	estreita,	o	que	pode	causar,	
inclusive,	a	morte	do	suporte.
Com	 relação	 ao	 porte,	 ou	 extensão	 que	 podem	atingir,	 a	 classificação	 se	 dá	
da	 seguinte	 forma:	 pequenas	 trepadeiras	 (dois	 ou	 três	 metros	 de	 comprimento),	
crescimento	 lento,	servindo	para	utilização	em	estruturas	baixas;	trepadeiras	médias	
(cinco	ou	 seis	metros	de	comprimento),	 podem	ser	utilizadas	em	estruturas	com	altura	
de	um	pé	direito	 simples	e;	 trepadeiras	grandes,	 (podem	ultrapassar	os	40	metros	de	
comprimento),	 são	plantas	muito	vigorosas	 e,	 por	 isso,	 não	devem	ser	 utilizadas	 em	
espaços limitados.
116
TABELA 5 – LISTA DE ALGUMAS ESPÉCIES DE TREPADEIRAS UTILIZADAS NO PAISAGISMO
Nome científico Nome popular
Allamanda cathartica Alamanda
Boungainvilea spectabilis Primavera	ou	Três	Marias
Ficus pumila Unha-de-gato
Hedera helix Hera
Ipomoea cairica Cairica
Jasminum meysnii Jasmim amarelo
Jasminum polyanthum Jasmim	perfumado
Pyrostegia venusta Cipó de São João
Rosa sp. Rosa trepadeira
Wisteria sinensis Glicínia
FONTE: Petry (2014, p. 59)
3.5 ARBUSTOS
Com	características	muito	próximas	às	árvores,	a	principal	diferença	se	 refere	ao	
porte,	que	pode	chegar	a	até	6m	de	altura,	e	o	fato	de	que	o	caule	se	reparte	a	partir	do	
nível	do	solo.	A	folhagem	também	se	assemelha	a	das	árvores,	mas	nos	arbustos	as	folhas	
variegadas,	coloridas	ou	manchadas	ocorrem	com	maior	frequência	entre	as	espécies.
Por	terem	formatos	peculiares,	sua	utilização	é	feita	em	conjuntos	vegetais	para	a	
formação	de	barreiras	vegetais	como	sebes,	maciços	ou	cortinas	vegetais,	para	a	organização	
do	jardim.
Os	arbustos	podem	ser	divididos	em	porte	baixo	(até	1m	de	altura),	utilizados	como	
barreiras	ou	divisórias	sem	obstruir	o	campo	visual,	e	porte	alto	(acima	de	1m	de	altura),	que	
funcionam	como	barreiras	físicas	e	obstruem	a	visão,	de	modo	a	criar	áreas	restritas	e	de	
privacidade protegida.
A	forma	que	o	arbusto	terá	depende	da	constituição	do	caule,	que	pode	ser	lenhoso	
ou	semilenhoso,	que	implica	na	sua	resistência,	além	do	tipo	de	ramificação.
117
TABELA 6 – LISTA DE ALGUMAS ESPÉCIES ARBUSTIVAS UTILIZADAS NO PAISAGISMO
Nome científico Nome popular Porte até (m)
Abutilon megapotamicum Lanterna	japonesa 3
Bambusa gracillis Bambuzinho	amarelo 2,5
Brunfelsia uniflora Manacá	de	jardim 2
Caesalpinea pulcherrina Flamboyant	de	jardim 2 – 3
Calliandra tweedii Espuminha,	Caliandra,	Sarandi 2
Callistemon lanceolatus Escova	de	garrafa 4
Camellia japonica Camélia 4
Cordyline terminalis Dracena vermelha 3
Dracaena spp (D. fragans, D. deremensis) Dracena 5
Euonymus japonica Evônimo 3
Fucsia sp Brinco de princesa 2
Gardenia jasminoides Gardênia 2
Hibiscus rosa-sinensis Hibisco 2,5
Hydrangea macrophylla Hortênsia 1,5
Lantana camara Lantana 1,5
Lavandula officinalis Lavanda,	Alfazema 2
Plumbago capensis Bela-emília 2
FONTE: Petry (2014, p. 60)
3.6 HERBÁCEAS
As	plantas	consideradas	herbáceas	requerem	maiores	cuidados	e	manutenção	
quando	comparadas	às	plantas	arbustivas	ou	arbóreas,	havendo,	dependendo	da	espécie,	
certa	necessidade	de	replantio	quando	chega	determinada	época,	e	os	tratos	culturais	
são	mais	frequentes.	Suas	raízes,	em	geral,	são	mais	superficiais,	e	as	plantas	tendem	a	
exigir	sombreamento,	solos	férteis	e	maior	umidade	do	ar.
As	plantas	herbáceas	podem	apresentar	ciclo	de	vida	curto,	dividindo-se	em	
anuais	e	bianuais,	dentro	desse	período	elas	se	desenvolvem	e	florescem,	com	início	
normalmente	 na	 primavera,	 finalizando	 antes	 da	 chegada	 do	 inverno,	 e	 apresentar	
floração	intensa.	Enquanto	as	perenes,	que	possuem	ciclo	de	vida	mais	longo,	possuem	
floração	menos	chamativas,	mas	são	mais	duráveis.
Dividem-se	em	plantas	de	folhagem	persistente,	que	permanecem	verdes	o	ano	
todo,	e	caducas,	perdem	a	parte	aérea	em	certo	período,	mas	os	órgãos	subterrâneos	
permanecem	em	estado	de	dormência,	rebrotando	quando	as	condições	se	apresentam	
favoráveis.
118
TABELA 7 – LISTA DE ALGUMAS ESPÉCIES HERBÁCEAS FLORÍFERAS UTILIZADAS NO PAISAGISMO
Nome científico Nome popular Porte até (cm)
Ageratum houstonianum Agerato 40
Antirrhinum majus Boca	de	leão 40
Begonia semperflorens Begonia 30
Calendula officinalis Calêndula 40
Celosia cristata Crista de galo 50
Cosmos bipinnatus Cosmos 100
Dianthus barbatus Cravina 40
Eschscholtzia californica Papoula 40
Gomphrena globosa Gonfrena 30
Lobelia erinus Lobélia 20
Lobularia marítima Alisso	ou	flor	de	mel 25
Mirabilis jalapa Maravilha 90
Myosotis sylvatica Não	me	esqueça 30
Nemesia strumosa Nemésia 50
Papaver spp Papoula	verdadeira 40
Petúnia x hybrida Petúnia 25
Phlox drummondi Flocos,	flox 40
Portulaca grandiflora Onze horas 20
Salvia splendens Alegria	de	jardim <50
Tagetes pátula Cravo	de	defunto 35/100
Torenia fournieri Torênia 25
Verbena x hybrid Verbena 25
Viola X wittrockiana Amor	perfeito 20
Zinnia elegans Zínia 100
FONTE: Petry (2014, p. 63)
Os	órgãos	subterrâneos	são	encontrados	em	três	tipos:	bulbos,	que	são	formados	
por	 camadas	 que	 se	 sobrepõe	 ou	 uma	 porção	 central	 maciça	 coberta	 por	 escamas;	
rizomas,	 que	 são	 caules	 subterrâneos	 e	 se	 desenvolvem	de	 forma	horizontal	 no	 solo,	
emitem	raízes	e	brotos	e;	tubérculos,	que	podem	ser,	originalmente,	caules	subterrâneos	
ou	raízes	do	tipo	soqueira.
A	maior	 parte	 das	 espécies	 atinge	 no	máximo	 1m	 de	 altura,	mas	 as	 plantas	
pertencentes	à	família	das	Musaceaes,	devido	ao	modo	como	a	bainha	das	folhas	se	
enrola	 no	 caule,	 conseguem	estruturá-lo	 e	 dar	 sustentação	 para	 que	 cheguem	 a	 até	
5	metros	 de	 altura.	 Devido	 à	 quantidade	 de	 espécies	 e	variação	 entre	 elas,	 há	 uma	
diversidade	de	formas	e	estruturas.
119
3.7 FORRAÇÕES
Corresponde	ao	grupo	de	plantas	herbáceas	cuja	altura	máxima	é	de	30	cm	
e	 o	 caule	 é	 rastejante,	 mesmo	 não	 sendo	 resistentes	 ao	 pisoteio,	 possuem	 vigor	 e	
rusticidade	que	lhes	conferem	valor	de	interesse	para	cobertura	de	determinadas	áreas	
do	terreno,	sendo	utilizadas	como	elemento	de	superfície.
A	junção	de	várias	plantas	independentes	forma	touceiras	que,	por	sua	densidade,	
se	estabelecem	sobre	o	solo	em	uma	cobertura	contínua	e	fechada	e,	assim,	impedem	
o	 surgimento	 de	 plantas	 invasoras.	 Normalmente	 são	 espécies	 que	 constituem	 grupos	
extensos,	que	se	multiplicam	em	razão	da	mergulhia	de	seus	caules	por	estarem	sobre	ou	
sob	a	superfície	do	solo.
TABELA 8 – LISTA DE ALGUMAS ESPÉCIES PARA FORRAÇÃO UTILIZADAS NO PAISAGISMO
Nome científico Nome popular Porte até (m)
Acalipha repens Rabo de gato 0,20
Agapanthus umbellatus Lírio do Nilo 0,70
Ajuga reptans Ajuga 0,10
Alternanthera amoena Periquito 0,20
Aptenia morifolia Maringá 0,10
Catharanthus roseus Cataranto	ou	vinca 0,50
Chlorophytum comosum Clorofito 0,30
Cineraria marítima Cinerária,	Falsa	sálvia 0,40
Gazania ringens Funcionária	pública 0,30
Hemerocallis fulva
Hemerocallis flava
Lírio	laranja	e	lírio	amarelo 0,50
Impatiens balsamina Beijinho,	Maria	sem	vergonha 0,60
Ophiopogon jaburans Barba de serpente 0,40
Ophiopogon japonicus Grama	preta	ou	pelo	de	urso 0,25
Ophiopogon japonicus ‘nana’ Grama	preta	anã 0,10
Pelargonium X hortorum Gerânio 0,60
Persicaria capitata Tapete	inglês 0,10
Pilea cadierei Pilea	ou	alumínio 0,40
Setcresea purpúrea Manto	de	viúva 0,20
Stachys bizanthina Pulmonária 0,20
Strelitzia reginae Ave do paraíso 0,90
Tropaelum majus Chaguinhas 0,40
Vinca major Vinca 0,50
Zantedeschia aeothipica Copo de leite 0,60
FONTE: Petry (2014, p. 60)
120
3.8 PISOS VEGETAIS
A	 maior	 parte	 das	 espécies	 utilizadas	 fazem	 parte	 da	 família	 das	 gramíneas,	
possuem	crescimentorasteiro,	têm	resistência	ao	pisoteio	e	podem	sofrer	podas	drásticas	
que	as	deixem	rentes	ao	solo.	O	número	de	espécies	é	muito	extenso	e	diverso,	de	modo	
que	são	encontradas	em	 inúmeras	paisagens	naturais	e	se	adaptam	às	mais	variadas	
condições ambientais.
A	 maior	 parte	 das	 espécies	 cultivadas	 possuem	 estolões	 ou	 rizomas,	 que	
correspondem	 a	 prolongamentos	 do	 caule	 que	 se	 desenvolvem	 horizontalmente.	 O	
estolão	é	um	tipo	de	caule	aéreo	que,	na	proximidade	com	o	solo,	emite	raízes	nos	seus	
nós	e	dá	origem	a	novas	plantas,	já	o	rizoma	é	um	tipo	de	caule	subterrâneo	que	forma	
novas	plantas	nas	suas	extremidades.
TABELA 9 – LISTA DE ALGUMAS ESPÉCIES DE GRAMÍNEAS UTILIZADAS NO PAISAGISMO
Nome científico Nome popular
Axonopus sp Sempre-verde, grama larga
Cynodon dactylon Grama seda
Paspalum notatus Forquilha	ou	paulista
Stenotaphrum secundatum Santo Agostinho
Zoysia sp Coreana	ou	esmeralda
FONTE: Petry (2014, p. 62)
3.9 PLANTAS ATÍPICAS
Nem	 todas	 as	 espécies	 de	 plantas	 que	 podem	 ser	 utilizadas	 no	 paisagismo	
podem	ser	enquadradas	nos	tipos	descritos	anteriormente,	de	modo	que	fazem	parte	
de	grupos	especiais,	os	mais	comuns	são:	a)	Bambus	e	gramíneas	altas;	b)	Bromélias,	
dracenas,	agaves	e	yuccas;	c)	Suculentas	e	cactáceas;	d)	Samambaias-açu	e	cycas;	e)	
Bananeiras	e	helicônias;	f)	Filodendros	e	monstera;	g)	Aquáticas	e	epífitas
4 MACROPAISAGISMO E MICROPAISAGISMO
O	macropaisagismo	tem	como	objetivo	projetos	que	envolvem	grandes	áreas	
verdes	 e	 espaços	verdes	 urbanos,	 em	 geral,	 o	 trabalho	 envolve	 grandes	 equipes	 que	
reúnem	profissionais	diversos	para	realizar	o	planejamento,	a	execução	e	a	conservação,	
as	unidades	básicas	projetadas	são,	em	geral,	as	praças	e	os	parques.
121
Por	 serem	 áreas	 extensas,	 possuem	 escala	 visual	 maior	 e	 as	 representações	
gráficas	são	desenhadas	em	escalas	de	1:5.000	a	1:50.000.	Há	maior	preocupação	em	
se	preservar	a	natureza,	de	modo	que	essas	áreas	são	pensadas	visando	proteção	de	
mananciais,	controle	à	erosão	urbana,	recuperação	de	paisagens	danificadas	etc.
Segundo	Petry	(2014),	as	unidades	básicas	trabalhadas	são	as	praças	e	os	parques	
e	podem	apresentar	muitas	variações:	parques	lineares	(ao	longo	de	rios),	reservas	legais	
urbanas,	quarteirões	verdes	e	a	própria	arborização	urbana	como	uma	malha	tecendo	o	
verde	urbano,	de	modo	que	se	trata	de	áreas	maiores,	espaços	públicos	ou	não.
No	micropaisagismo	o	objetivo	é	 remodelar	áreas	que	tenham	no	máximo	1000	
m2,	que	em	outra	época	correspondiam	aos	jardins	caseiros	ou	residenciais,	os	quais	
poderiam	ser	de	fachada	(o	objetivo	era	valorizar	a	arquitetura	construída)	ou	de	quintal	
(com	o	cultivo	de	hortas	e	pomares	na	parte	de	trás	da	residência).	Os	jardins	internos	
(em	casas,	 lojas,	escritórios	e	outros	ambientes),	chamados	de	 jardins	de	 inverno	ou	
hortas	suspensas,	também	são	projetados	no	micropaisagismo.
Também	é	possível	envolver	o	uso	de	vegetação	na	construção	como	um	todo,	
como	 as	 peles	 verdes	 (trepadeiras	 inseridas	 diretamente	 nas	 paredes),	 muros	 verdes	
(estruturas	verticais	que	permitem	o	uso	de	substrato	e	espécies	herbáceas)	e	telhados	
verdes	 (sobre	 lajes	 de	 construções),	 para	 que	 haja	 mais	 harmonia	 e	 funcionalidade,	
sempre	que	possível,	o	projeto	do	 jardim	deve	ser	elaborado	 junto	com	o	projeto	da	casa	
(PETRY,	2014).
Você sabia que dá para fazer um paisagismo mais ecológico? Leia 
sobre o assunto no artigo intitulado “Paisagismo produtivo”. Acesse 
em: http://twixar.me/4LMm.
DICA
122
Neste tópico, você aprendeu:
•	 Os	jardins	são	projetados	para	comunicar	sensações	diversas	e	essa	comunicação	se	
estabelece	por	meio	de	determinados	aspectos	como:	linha,	forma,	textura	e	cor.
•	 Os	elementos	de	trabalho	se	dividem	em	duas	categorias:	os	elementos	naturais	e	os	
elementos	arquitetônicos.
•	 Tanto	os	elementos	naturais	orgânicos	(plantas	e	animais)	quanto	os	elementos	minerais	
(pedras,	água)	são	importantes	para	definir	e	moldar	a	paisagem.
•	 Os	elementos	arquitetônicos	podem	ter	tanto	aspectos	funcionais	e	deixar	o	espaço	
mais	aconchegante,	quanto	aspectos	apenas	estéticos.
•	 Outro	 ponto	 sobre	 a	 composição	 de	 jardins	 é	 que	 a	 combinação	 dos	 elementos	
naturais	 e	 arquitetônicos	 deve	 considerar	 os	 princípios	 de	 estética:	 mensagem,	
equilíbrio,	escala,	dominância,	harmonia	e	clímax.
•	 A	vegetação	utilizada	para	o	paisagismo	se	divide	em	tipos,	segundo	as	características	
que	 se	 assemelham	 entre	 as	 diversas	 espécies,	 temos	 então:	 árvores,	 palmeiras,	
coníferas,	trepadeiras,	arbustos,	herbáceas,	forrações	e	pisos	vegetais.
•	 A	principal	diferença	entre	o	macropaisagismo	e	micropaisagismo	corresponde	ao	
tamanho	da	área	a	ser	projetada.
RESUMO DO TÓPICO 2
123
1	 A	 comunicação	 entre	 os	 elementos	 que	 compõe	 a	 paisagem	 e	 aqueles	 que	 a	
observam	é	de	grande	importância	para	o	sucesso	de	um	projeto.	Sobre	os	elementos	
de	comunicação	é	possível	afirmar	que:
a)	 (			)	 A	percepção	horizontal	das	 linhas	 se	dá	quando	olhamos	para	uma	palmeira,	
enquanto	a	percepção	vertical	se	dá	quando	olhamos	o	pôr	do	sol	no	mar.
b)	 (			)	 A	forma	corresponde	ao	volume	delimitado	pela	linha.
c)	 (			)	 A	textura	somente	pode	ser	percebida	se	tocarmos	a	superfície.
d)	 (			)	 As	cores	primárias	são	aquelas	que	podemos	obter	pela	combinação	das	cores	
secundárias.
e)	 (			)	 As	topiarias	fazem	parte	dos	elementos	arquitetônicos.
2	 Os	princípios	de	estética	auxiliam	na	distribuição	dos	elementos	naturais	e	arquitetôni-
cos	de	forma	que	o	observador	tenha	uma	experiência	agradável	com	a	composição	
implantada.	Sobre	isso,	analise	as	seguintes	sentenças:
I-	 O	 princípio	 do	 equilíbrio	 visa	 promover	 a	 estabilidade	 físico-visual	 do	 local,	
distribuindo	os	pesos	em	todo	o	espaço.
II-	 O	princípio	da	dominância	se	refere	ao	distanciamento	que	deve	ser	estabelecido	
entre os elementos.
III-	 O	princípio	da	harmonia	busca	trazer	unidade	na	combinação	dos	elementos.
É	correto	afirmar	que:
a)	 (			)	 Somente	I	está	correta.
b)	 (			)	 Somente	II	está	correta.
c)	 (			)	 Somente	III	está	correta.
d)	 (			)	 I	e	II	estão	corretas.
e)	 (			)	 I	e	III	estão	corretas.
3	 As	plantas	são	parte	essencial	em	um	projeto	paisagístico,	uma	vez	que	são	elas	que	
dão	vida	ao	ambiente	do	jardim.	Classifique	em	V	para	verdadeiro	e	F	para	falso	nas	
afirmações	a	seguir:
(			)	As	plantas	que	possuem	arquitetura	plástica	não	modificam	sua	forma,	 indepen-
dentemente	do	local	em	que	se	encontrem.
(			)	As	 plantas	 de	 vaso	 necessitam	 de	 cuidados	 especiais	 em	 razão	 do	 grau	 de	
domesticação	a	que	foram	submetidas.
(			)	 Plantas	perenes	possuem	ciclo	de	vida	 indeterminado,	podendo	emitir	flores	e	frutos	
todos	os	anos	sem	a	necessidade	de	substituição.
AUTOATIVIDADE
124
(			)	 Plantas	de	sombra	são	aquelas	que	podem	ser	colocadas	na	área	exterior,	enquanto	
plantas	de	sol	devem	ficar	no	ambiente	interno.
(			)	As	 plantas	 são	 separadas	 em	 tipos,	 as	 árvores,	 por	 exemplo,	 correspondem	 aos	
vegetais	de	porte	alto,	acima	de	6	metros	e	que	possuem	caule	lenhoso.
Assinale a alternativa correta:
a)	 (			)	 F	–	V	–	V	–	F	–	V.	
b)	 (			)	 F	–	F	–	V	–	V	–	F.	
c)	 (			)	 V	–	V	–	V	–	V	–	F.	
d)	 (			)	 F	–	V	–	F	–	V	–	V.
e)	 (			)	 V	–	F	–	F	–	V	–	F.	
4	 Uma	 composição	 é	 projetada	 utilizando	 diversos	 elementos	 que	 são	 divididos	 em	
naturais	e	arquitetônicos.	Fale	sobre	a	importância	dos	elementos	arquitetônicos.
5	 As	diversas	espécies	que	são	utilizadas	para	a	composição	de	um	 jardim	possuem	
aspectos	 próprios	 que,	 quando	 bem	 combinados,	 proporcionam	 uma	 paisagem	
agradável.	Cite	os	tipos	vegetais	e	suas	principais	características.
125
TÓPICO 3 — 
PROJETO PAISAGÍSTICO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
O	projeto	de	paisagismo	é	elaborado	visando	à	implantação	em	áreas	que	podem	
ser	públicas	ou	privadas,	e	é	percebido	no	espaço	exterior	às	edificações,	podendo	ser	
mais	complexo	ou	menos	complexo	de	acordo	com	a	dimensão	que	irá	alcançar.Corresponde	ao	documento	que	será	elaborado	em	função	do	local,	da	dimensão	e	
do	orçamento	disponível	com	todos	os	elementos	e	etapas	necessárias	para	atingir	os	
objetivos	propostos.
O	projeto	é	a	transposição	para	o	papel	das	 ideias	e	a	primeira	visualização	de	
como	o	espaço	ficará.
2 TIPOLOGIAS: JARDINS, PARQUES E ESPAÇOS VERDES
• Paisagismo em áreas comerciais
A	 atenção	 dos	 projetos	 nesses	 espaços,	 por	 onde	 as	 pessoas	 transitam	
diariamente,	está	nas	paginações	(piso	e	parede)	e	a	vegetação	que	tem	papel	estrutural.	
As	recomendações	para	a	elaboração	de	projetos	são:
◦	 não	é	necessário	considerar	a	privacidade	de	forma	que	se	pode	trabalhar	
com	elementos	de	transparência;
◦	 o	 uso	 das	 plantas	 como	 cortinas	 vegetais	 ajudam	 a	 esconder	 visuais	
indesejáveis	como	medidores	e	caixas	de	força,	por	exemplo,	entre	outros;
◦	 amenizar	os	níveis	de	insolação	em	fachadas	desprotegidas	do	sol;
◦	 promover	o	 sombreamento	de	estacionamentos	externos	utilizando	espécies	
arbóreas	que	se	adequem	a	esse	papel;
◦	 a	vegetação	pode	ser	utilizada	para	demarcar	os	espaços	e	recintos	de	modo	
que	haja	continuidade	interior-exterior;
◦	 o	projeto	deve	enfatizar	e	valorizar	tanto	as	linhas	arquitetônicas	quanto	
seus	matizes	cromáticos,	além	de	dar	destaque	aos	símbolos	principais.
126
• Paisagismo em espaços livres multifamiliares
Aqui	 falamos	 sobre	 espaços	 semipúblicos	 (clubes,	 condomínios	 etc.)	 onde	 a	
visibilidade	exterior	depende	de	como	o	local	é	apresentado,	de	modo	que	o	paisagismo	
pode	ser	realizado	tanto	para	proteger	quanto	para	permitir	que	o	interior	seja	visto.	
As	recomendações	básicas	são:
◦	 as	áreas	utilizadas	para	interações	sociais,	salões	de	festa	e	saunas,	devem	
permanecer	com	privacidade	em	relação	a	outras	áreas	próximas;
◦	 a	 forma	 como	 a	 luz	 solar	 incide	 deve	 ser	 avaliada	 criteriosamente	 para	
que	haja	 insolação	direta	sobre	piscinas,	mas	chegue	filtrada	em	áreas	de	
playgrounds	e,	no	caso	de	varandas	e	locais	de	permanência	haja	proteção	
em	relação	à	insolação;
◦	 usos	de	espécies	arbóreas	para	promover	o	sombreamento	de	estaciona-
mentos ao ar livre;
◦	 o	 zoneamento	deve	ser	criterioso	para	que	haja	organização	em	 relação	
aos	acessos,	às	áreas	de	circulação	tanto	de	veículos	quanto	de	pessoas	e	
das	áreas	de	permanência;
◦	 em	 escadarias	 de	 acesso	 e	 em	 áreas	 lajeadas	 podem	 ser	 utilizadas	
jardineiras	laterais;
◦	 a	vegetação	de	porte	proporciona	visuais	amplos,	funcionando	como	ele-
mento	estético	que	deve	ser	enfatizado;
◦	 antecipar	jardins	de	contemplação	nas	áreas	destinadas	ao	descanso;
◦	 promover	a	valorização	das	fachadas	e,	assim,	mantê-las	protegidas;
◦	 as	 espécies	 vegetais	 (folhagens	 ou	 florísticas)	 devem	 ser	 escolhidas	 de	
acordo	 com	 o	 local	 onde	 serão	 plantadas,	 de	 modo	 que,	 não	 causem	
problemas,	mas	fiquem	bem	adaptadas.
• Paisagismo em áreas livres públicas ou semipúblicas
Os	 espaços	 públicos	 refletem	 a	 qualidade	 ambiental	 urbana	 e	 a	vegetação	
funciona	como	o	principal	suporte	na	composição	paisagística.	O	projeto	deve	atender	
aos	interesses	do	grupo	social	ali	presente.	
É	importante	que	os	seguintes	aspectos	sejam	considerados:
◦	 uso	de	estruturas	que	tragam	significado	para	o	 local,	com	valorização	e	
identificação	do	espaço	pelo	público	usuário;
◦	 o	desenho	deve	ser	elaborado	considerando	o	máximo	de	aproveitamento	
para	o	público;
◦	 deve-se	ter	atenção	com	questões	de	acessibilidade	para	pessoas	portadoras	
de	 deficiência	 e	 idosas,	 instalação	 de	 playgrounds	 em	 locais	 seguros	 e	
harmonizar	conflitos	em	certas	atividades	(carro	x	pedestre);
127
◦	 o	mobiliário	deve	ser	adequado	aos	diferentes	usos	e	possuir	condições	de	
abrigo	em	relação	ao	sol	e	aos	ventos;
◦	 considerar	a	presença	de	grupos	específicos	e	seus	interesses,	incorporando	
na	paisagem	elementos	que	possam	ser	apreciados	por	esses	grupos,	é	o	
caso	de	esculturas,	brinquedos	alternativos	etc.;
◦	 a	 tipologia	 de	 uso	 deve	 estar	 bem	 definida	 com	 base	 na	 localização	 da	
área	 (comercial,	 residencial,	 industrial	 etc.)	 e,	 também,	 o	 mobiliário	 que	
será	instalado	(playgrounds,	quadras	esportivas,	bancos	etc.),	para	que	o	
espaço	seja	bem	dimensionado	e	adequado	às	necessidades	dos	usuários;
◦	 aspectos	 naturais	 já	 existentes	 como	 água,	 vegetação,	 topografia	 e	
paisagens devem ser aproveitados;
◦	 o	estrato	arbóreo	deve	ser	valorizado	para	destacar	o	verde	urbano	e	trazer	
conforto	 climático,	 a	 escolha	 de	 espécies	 deve	 priorizar	 plantas	 nativas	 da	
região;
◦	 estimular	a	escolha	de	plantas	que	façam	parte	do	ecossistema	primitivo	
local,	de	modo	a	preservar	e	recuperar	sempre	que	possível	matas	nativas;
◦	 o	 componente	 vegetal	 tem	 potencial	 arquitetônico	 que	 deve	 ser	 bem	
aproveitado	em	reação	à	forma,	cor,	textura	e	ao	porte	das	espécies,	de	
modo	que	seu	uso	pode	valorizar	a	paisagem	urbana.
• Paisagismo em espaços livres unifamiliares
Diferente	do	que	ocorre	na	tipologia	comercial,	 a	expectativa	é	de	um	projeto	
que	permaneça	sem	muitas	alterações	no	decorrer	dos	anos	e	a	privacidade	tem	muita	
relevância,	somado	a	isso	têm-se	as	necessidades	funcionais	dos	moradores.	A	vegetação	
terá	seu	porte	definido	em	relação	ao	tamanho	da	área	em	que	o	jardim	será	implantado.	
Entre	as	considerações	para	o	projeto	temos:
◦	 é	possível	 propor	 transparência	desde	que	 se	mantenha	a	privacidade	dos	
espaços interiores;
◦	 a	disposição	das	plantas	deve	ser	 tal	 que	 se	mantenham	os	aspectos	de	
funcionalidade	 do	 espaço	 (que	 é	 uma	 moradia)	 e	 o	 conforto	 ambiental	
(proteção	da	privacidade,	insolação,	ventos	etc.);
◦	 arranjar	e	distinguir	os	diversos	espaços	entre	os	que	devem	ser	mantidos	
privados,	 destinados	 aos	 encontros	 sociais,	 utilizados	 como	 áreas	 de	
serviço etc.;
◦	 proporcionar	 com	 a	 vegetação	 a	 sensação	 de	 amplitude	 visual	 e	 de	
continuidade	da	paisagem;
◦	 tornar	o	 jardim	um	ambiente	agradável	onde	se	queira	permanecer	por	um	
tempo, contemplando a paisagem.
128
3 ELABORAÇÃO DE PROJETOS
Um	 jardim	 deve	 ser	 elaborado	 e	 pensado	 para	 seus	 frequentadores,	 sendo,	
portanto,	 importante	 conhecer	 os	 usuários	 para	 que	 as	 diferentes	 necessidades	
possam	ser	atendidas	e	o	espaço	seja	adequado	a	todos,	crianças,	 idosos	ou	pessoas	
com necessidades especiais.
E	 para	 que	 o	 jardim	 tenha	 significado,	 é	 preciso	 conhecer	 as	 preferências	 da	
comunidade	em	relação	às	espécies	vegetais,	o	estilo	paisagístico	que	adequa	a	região	
ou	os	aspectos	estéticos	que	são	esperados.
O	planejamento	tem,	então,	o	objetivo	de	proporcionar	o	melhor	uso	dessa	área	
limitada,	 de	 forma	que	possa	entregar	para	 a	população	um	 local	 que	conserve	 sua	
produtividade	e	beleza	e	que	esteja	em	atenção	aos	aspectos	ambientais.
O	planejamento	pode	ser	dividido	em	duas	fases:	a	arte	de	criar,	que	corresponde	
a	 concepção	 de	 uma	 ideia	 e;	 a	 arte	 de	 organizar,	 quando	 se	 envolve	 conhecimentos	
técnicos	e	científicos	para	que	o	projeto	possa	ser	desenvolvido.
Para	que	a	ideia	sobre	de	como	será	o	jardim	possa	ser	concebida,	o	primeiro	
passo	 é	 o	 estudo	 do	 local	 onde	 se	 pretende	 implantar	 esse	 jardim,	 é	 preciso	 observar	
aspectos	relacionados	ao	tamanho	da	área,	topografia,	tipo	de	solo,	drenagem,	vegetação,	
insolação,	 ocorrências	 climáticas	 (ventos,	 geadas,	 chuvas),	 presença	 de	 fiação	 elétrica	 e	
tubulações,	entre	outros.
Conhecendo o local é preciso, também, conhecer as aspirações e necessidades do 
cliente	ou	usuários,	de	forma	que	se	possa	conciliar	com	as	possibilidades	e	limitações	
da	área	e	definir	a	vocação	do	local.	Para	tanto,	são	realizadas	entrevistas	ou	reuniões,	
também	podem	ser	usados	questionários,	para	que	os	clientes	ou	os	usuários	possam	
estar envolvidos no processo.
Dessa	forma,	é	possível	definir	as	diretrizes	de	projeto,	que	correspondem	às	
intenções	de	projeto	e	o	foco	são	os	usuários.	As	diretrizes	podem	estar	 relacionadasa	 como	os	usuários	 irão	 se	 sentir	 no	 local,	 outras	 se	 referem	ao	acesso	e	orientação,	
poderão	ser	eixos	visuais	e	de	circulações	etc.
O	 planejamento	 também	pode	 ser	 feito	 com	 base	 em	 um	 conceito	 de	 projeto,	
que	 serve	 para	 auxiliar	 na	 pesquisa	 e	 escolha	 dos	 elementos	 que	 serão	 utilizados	 na	
composição.	 Esse	 conceito	 pode	 ter	 inspiração	 na	 natureza,	 na	 arquitetura	 ou	 pode	 ser	
uma	analogia	a	algo	que	se	deseje	representar	como	um	zoológico,	música,	sentimentos	
humanos	etc.
Outra	 parte	 do	 planejamento	 é	 a	 concepção	 de	 um	 programa	 para	 o	 projeto	
de	 paisagismo,	 no	 qual	 se	 realiza	 a	 listagem	 de	 espaços	 e	 equipamentos	 que	 serão	
implantados no espaço e a lista de atividades a serem desenvolvidas, de modo a determinar 
o dimensionamento dos espaços.
129
Definido	 o	 programa,	 deve-se	 realizar	 o	 zoneamento	 espacial,	 que	 consiste	 em	
localizar	na	área	os	elementos	que	serão	implantados,	formando	combinações	até	que	
se	atinja	a	composição	mais	condizente	com	o	conceito	definido	e	que	corresponda	às	
necessidades	dos	usuários.
4 ANTEPROJETO
No	 anteprojeto	 temos	 a	 primeira	 definição	 do	 projeto	 e	 uma	visualização	 da	
proposta.	Todos	os	dados	do	levantamento	estão	nas	mãos	do	projetista,	de	forma	que	
ele	é	capaz	de	esboçar	um	desenho	do	futuro	jardim.
No	 anteprojeto	 são	 apresentados	 os	 recursos	 necessários	 para	 que	 área	
possa	atender	de	forma	conceitual	e	física	as	demandas	dos	clientes	ou	usuários,	com	
distribuição	dos	espaços	em	relação	a	suas	funções	e	das	áreas	onde	haverá	intervenção	
quanto	aos	elementos	naturais	e	arquitetônicos,	adequação	da	escala	em	desenhos	e	
cortes	esquemáticos.
Segundo	Niemeyer	(2019,	p.	61):
O	 anteprojeto	 deve	 ser	 apresentado	 em	 nível	 suficiente	 de	
informações	 para	 permitir	 o	 início	 do	 seu	 detalhamento.	 Vem	
acompanhado	de	memoriais	básicos	que	constam	de	fluxogramas	e	
outros	diagramas,	perspectivas	melhor	definidas,	maquete	física	e/	
ou	eletrônica,	plantas	baixas,	vistas,	seções,	pré-dimensionamentos	
de	 revestimentos	 e	 equipamentos.	 Indica,	 ainda,	 a	 topografia	 final	
e	 especificações	 básicas	 do	 componente	 vegetal,	 sistemas	 de	
irrigação,	drenagem	e	luminotécnica.	Nele	encontramos	a	definição	
dos	volumes	vegetais,	do	mobiliário	e	dos	pavimentos.
Desse	modo,	é	preciso	transportar	para	o	papel	a	 ideia	na	forma	de	desenho	
e	 montar	 as	 combinações	 dos	 elementos,	 que	 deverão	 ser	 definidos	 e	 como	 serão	
distribuídos	 no	 espaço.	 Se	 faz,	 então,	 o	 estudo	 da	 forma	 com	 base	 na	 distribuição	
proporcional	dos	elementos	e,	assim,	se	tenha	um	espaço	harmonioso.
O	ideal	é	que	se	faça	uma	planta	baixa	do	local,	considerando	as	construções	
já	existentes,	e	a	forma	como	a	vegetação	existente	está	distribuída.	A	partir	disso,	são	
realizados	os	rearranjos,	adicionados	outros	elementos	arquitetônicos	e,	assim,	poder	
criar	uma	ligação	entre	esses	elementos.	Com	base	nessas	ligações,	são	definidos	os	
caminhos	e	como	a	vegetação	será	envolvida.
Os	 desenhos	 são	 importantes	 para	 se	 ordenar,	 progredir	 e	 explanar	 como	
funcionará	o	projeto	paisagístico.	Esses	desenhos	técnicos	podem	ser	apresentados	
na	 forma	 de	 planos,	 cortes,	 projeções,	 perspectivas	 e	 elevações	 para	 evidenciar	 os	
detalhes	construtivos	e	as	ligações	estabelecidas	entre	os	elementos	edificáveis.
130
5 PROJETO EXECUTIVO
Com	 o	 anteprojeto	 aprovado,	 pode-se	 partir	 para	 o	 projeto	 executivo	 que	
corresponde	a	uma	sequência	 lógica	de	 informações,	que	 incorpora	em	desenhos	toda	a	
simbologia	gráfica	e	os	requisitos	necessários	para	o	entendimento	e	a	construção	do	
projeto	proposto.
Nessa	fase	são	apresentados	em	escala	os	desenhos	detalhados	por	plantas,	
cortes,	elevações,	perspectivas	e	croquis	coloridos,	memoriais	e	orçamentos.	
Para	Fritsch	e	Souza	(2019,	p.	175):
A	etapa	do	projeto	executivo	compreende	um	detalhamento	muito	
mais	 minucioso	 do	 que	 a	 do	 anteprojeto.	 Nesta	 etapa,	 devem	
ser	 desenvolvidos	 os	 projetos	 referentes	 às	 plantas	 gerais	 de	
implantação,	 aos	 cortes	 (longitudinais	 e	 transversais),	 às	 elevações	
(fachadas),	às	plantas	e	aos	cortes	de	terraplanagem	e	aos	projetos	
referentes	 aos	 detalhamentos	 (tanto	 do	 paisagismo	 como	 dos	
elementos	construtivos).
O	projeto	executivo	é	composto	por	cinco	partes.
TABELA 10 – ETAPAS DE UM PROJETO EXECUTIVO
Etapas Objetivos Características
Profissionais Envol-
vidos
Pré	-	execução	
ou	estrutural
Desenvolver	de	forma	
mais elaborada o 
anteprojeto	ou	esboço	
realizado,	incluindo	
dados reais relativos 
aos itens constantes 
na ideia original, 
tais como detalhes 
de	muros,	escadas,	
pérgulas,	volumes	
vegetais,	disposição	
de	pisos,	diâmetros	
de	árvores,	arbustos	
e	palmeiras,	áreas	de	
forrações,	espelhos	de	
água,	dentre	outros.	O	
projeto	arquitetônico	
deverá	estar	marcado	
com	informações	
como	janelas,	portas	
e	outros	elementos	
pertencentes	ao	projeto	
arquitetônico.
O	produto	final	se	
refere	às	plantas	
de	vários	tipos	que	
podem	ser	distribuídas	
dentre a própria 
equipe	ou	para	
outros	profissionais	
com	informações	
capazes de 
alimentar	os	projetos	
complementares.
Paisagista, 
cliente,	arquiteto,	
gerenciador do 
projeto,	profissionais	
complementares e 
consultores.
131
Projeto	básico	ou	
projeto	executivo
Suprir	informações	de	
projeto,	uma	eventual	
licitação	pública	ou	
privada antes do 
término	do	projeto	
executivo	para	efeitos	
de	diminuição	de	
prazos	de	execução.
O	produto	final	é	
um	conjunto	de	
plantas	que	definem	
a obra e possibilitam 
a	contratação	de	
profissionais	para	
implantar	o	jardim	
através	de	edificação	
de	estruturas	
projetadas,	projeto	
de	plantio	de	mudas	
de grande, médio, 
pequeno	porte	e	
forrações,	decks,	
piscinas	e	outros	
itens passíveis de 
comporem	um	projeto	
paisagístico.
Paisagista, cliente, 
arquiteto	e	gerenciador	
do	projeto.
Compatibilização	
e	coordenação
Verificar	as	interfaces	
entre	os	projetos	e	
analisar as alternativas 
e diretrizes destes.
O	produto	final	é	
um	relatório	com	
observações, listagens 
de atividades, 
desenhos comentados, 
correções	e	ajustes	
necessários.
Paisagista, 
cliente,	arquiteto,	
gerenciador do 
projeto,	profissionais	
complementares e 
consultores.
Projeto	botânico
Mostrar todas as 
espécies vegetais 
componentes 
do	projeto	e	
suas	respectivas	
informações.
O	produto	final	é	um	
relatório	ou	tabela	
onde constam 
das	informações	
componentes, como 
nome	científico	e	
nome	popular	das	
espécies	utilizadas,	
altura	de	chegada	
das plantas na obra, 
espaçamento, cor 
das	flores,	porte,	
diâmetro	da	muda,	
tipo de envasamento, 
observações especiais, 
tipo	de	muda,	dentre	
outras	informações.
Paisagista, cliente, 
gerenciador do 
projeto	e	profissionais	
complementares.
Projeto	de	
iluminação	
paisagística
Listar todos os 
equipamentos	
necessários	para	a	
iluminação	paisagística	
e	seus	respectivos	
modelos e locais para 
instalação.
O	produto	final	é	um	
projeto	onde	constam	
todos os modelos 
de	equipamentos	
de	iluminação	
paisagística,	suas	
informações	técnicas	
e respectivas 
localizações em planta.
Paisagista, 
cliente,	arquiteto,	
gerenciador do 
projeto,	profissionais	
complementares e 
consultores.
FONTE: Adaptado de Galhego (2017b)
132
Definidos	os	elementos	que	 serão	adquiridos	e	 construídos,	 é	necessário	que	 se	
faça	um	orçamento	com	todos	os	custos	de	material,	mão	de	obra,	objetos,	serviços.	
Também	deve-se	adicionar	um	cronograma	para	todas	as	etapas	de	implantação.
DICA
Para saber mais sobre elaboração de projetos leia o artigo 
“Elaboração de projetos paisagísticos”, disponível no seguinte 
endereço: http://twixar.me/bLMm.
133
LEITURA
COMPLEMENTAR
ROTEIRO PARA PROJETO PAISAGÍSTICO DE ESPAÇOS PÚBLICOS ABERTOS
Miua	Cíntia	Maruyama
Juliana	Rammé
Após compreender as principais características e ideias do paisagismo contempo-
râneo,	é	importante	realizarestudos	de	caso	a	fim	de	promover	a	troca	e	atualização	de	
informações,	bem	como	de	ampliar	o	repertório	paisagístico.
O	objeto	de	estudo	volta-se	para	um	espaço	aberto,	preferencialmente	público,	a	
fim	de	facilitar	a	coleta	de	dados.	A	praça	é	o	objeto	que	melhor	se	encaixa	neste	contexto,	
pois	além	de	se	tratar	de	um	espaço	aberto	ela	também	é	um	equipamento	comunitário,	
e	por	isso,	deve	existir	em	todos	os	bairros,	facilitando	a	aplicação	em	outros	semestres	
em	espaços	diferentes.
Após	 definir	 o	 objeto	 de	 estudo,	 no	 caso	 a	 praça,	 define-se	 o	 terreno	 de	
intervenção	dentro	da	área	urbana	do	município,	a	fim	de	desenvolver	o	levantamento	
e	da	área	e	o	projeto	paisagístico.	O	levantamento	é	desenvolvido	em	forma	de	textos,	
mapas,	 esquemas	 gráficos	 e	 croquis,	 buscando	 entender	 a	 área	 em	 todos	 os	 seus	
aspectos.	Para	isso,	os	acadêmicos	seguem	alguns	itens	básicos:
a)	 apresentação,	 localização	 e	 situação	 da	 área	 de	 estudo:	 a	 fim	 de	 nortear	 os	 demais	
levantamentos	e	compreender	se	esta	inserção	no	traçado	urbano	apresenta	alguma	
característica	específica;
b)	dimensões	principais:	para	entender	a	escala	de	intervenção;
c)	 acessos	da	área	de	estudo:	para	compreender	a	 relação	da	população	do	entorno	
com	a	praça,	elencando-os	por	prioridade	de	uso;
d)	sítio	e	o	contexto	(clima,	terra,	água,	topografia	e	vegetação),	a	fim	de	compreender	
questões	importantes	que	serão	norteadoras	do	projeto,	como	a	inclinação	do	terreno,	
qual	sua	insolação,	ventos	dominantes,	características	do	clima	no	inverno	e	verão	etc.
e)	memorial	 botânico:	 busca-se	 conhecer	 cada	 espécie	 através	 de	 suas	 características	
individuais	 como	floração,	 raízes,	 porte,	 densidade	da	 copa,	 frutificação,	 resistência	
a	 intempéries	 e	 sua	 função	principal,	 como,	 por	 exemplo,	 de	 barreira,	 de	 sombra,	
de	odor	agradável	etc.	estas	espécies	são	localizadas	em	um	mapa	individual,	com	
legenda apropriada.
f)	 relação	com	o	entorno:	busca	compreender	qual	é	a	relação	do	objeto	de	estudo	com	
os	elementos	do	entorno,	como	a	rua,	os	edifícios	vizinhos	seus	gabaritos	e	usos,	as	
características	da	população	e	como	estes	elementos	interferem	no	uso	da	praça.
134
g)	 relações	morfológicas:	para	identificar	as	relações	entre	os	espaços	de	domínios	público,	
semipúblico	e	privado,	as	relações	entre	distâncias	percorridas	e	acessibilidade,	as	
relações	entre	cheios	e	vazios,	as	 relações	temporais	de	configuração	do	espaço,	a	
sistematização	de	elementos	tipológicos	e	a	apropriação	dos	espaços	e	as	atividades	
oferecidas.
h)	mobiliário	urbano	existente:	busca	 identificar	a	adequação	da	tipologia	do	mobiliário	
para	seu	uso,	sua	ergonomia,	sua	disposição	de	modo	acessível	e	sua	relação	com	os	
aspectos	estéticos	e	formais	do	espaço;
i)	 tráfegos/fluxos:	 busca-se	 perceber	 quais	 são	 as	 rotas	 utilizadas,	 quais	 são	 seus	
usuários	e	qual	e	mapear	sua	intensidade	de	fluxo.	Estas	análises	são	muito	importantes,	
pois	é	nesse	momento	que	é	possível	considerar	as	rotas	alternativas	e	os	espaços	
com	 maior	 apropriação	 do	 usuário.	 É	 imprescindível	 também	 identificar	 se	 estes	
caminhos	ou	rotas	apresentam	acessibilidade;
j)	 iluminação:	busca	identificar	sua	tipologia,	a	quantidade	e	disposição	no	espaço,	bem	
como	busca	compreender	se	ela	atende	à	demanda	do	espaço	e	se	sua	carência	ou	
excesso pode ocasionar atividades indevidas;
k)	materiais	e	revestimentos:	identificar	o	tipo	de	pavimentação	e	forração	do	espaço,	
compreendendo	se	é	adequado	e	compatível	com	seu	uso.
l)	 análise	crítica	da	área:	busca	estimular	o	acadêmico	a	identificar	e	compreender	o	espaço	
através	 de	 uma	 análise	 crítica,	 onde	 sua	 percepção	 do	 espaço	 e	 seu	 conhecimento	
técnico	 devem	 ser	 avaliados.	 Neste	momento	 é	 possível	 ter	 um	 panorama	 geral	 do	
espaço,	buscando	subsidiar	as	tomadas	de	decisão	sobre	o	projeto	a	ser	desenvolvido.
•	 Estudo	Preliminar
O	estudo	preliminar	é	o	elemento	a	ser	incorporado	ao	projeto	quando	a	escala	
e	ou	a	complexidade	do	programa	assim	o	exigir,	deve	apresentar	a	concepção	e	as	
diretrizes	a	 serem	adotadas,	 indicando	eventualmente	as	alternativas	de	partidos	e	 sua	
viabilidade	física	e	econômica.	Os	critérios	a	serem	observados	neste	momento	são:
a)	 Conceito	do	projeto	paisagístico:	busca	atender	as	condições	levantadas	previamente,	
de	modo	a	se	aproximar	a	realidade	do	local,	levando	em	considerações	as	questões	
ambientais,	sociais,	econômicas	e	culturais.
b)	Diretrizes	e	ações:	visa	elencar	as	principais	intenções	de	projeto	e	como	elas	vão	ser	
elaboradas.
c)	 Programa	de	necessidades:	elaborado	a	partir	do	conceito	e	das	diretrizes	elencadas	
na	fase	do	levantamento	contextual.
d)	Setorização	temática	dos	espaços,	segundo	as	 intenções	de	projeto:	representada	
em	planta	 baixa,	 busca	 determinar	 quais	 atividades	 serão	 desenvolvidas	 e	 em	quais	
espaços.
É	importante	frisar	que	o	conceito	deve	estar	diretamente	conectado	com	todas	as	
etapas	do	projeto.	Ele	deve	ser	o	norteador	das	tomadas	de	decisão.	O	conceito	deve	utilizar	
algum	elemento,	seja	ele	abstrato	ou	não,	que	resgate	as	principais	características	da	área	
de	intervenção	e	que	represente	as	principais	intenções	do	projeto	a	ser	desenvolvido.
135
O	conceito	deve	ser	escrito	em	forma	de	texto	e	deve	utilizar	esquemas	gráficos	
que	auxiliem	no	seu	entendimento.	As	diretrizes	estimulam	o	foco	do	trabalho	e	são	
divididas	em	quatro	ou	cinco,	contemplando	todas	as	ações	de	projeto.	Estas	ações	vão	
desde	a	criação	de	espaços,	como	por	exemplo,	um	playground,	até	a	definição	de	que	
todos os espaços devem ser acessíveis.
O	 programa	 de	 necessidades	 deve	 ser	 desenvolvido	 em	 forma	 de	 tabela,	
facilitando,	 assim,	 a	 relação	 com	 as	 atividades	 oferecidas	 no	 espaço	 e	 seu	 pré-
dimensionamento.	O	 pré-dimensionamento	 é	 imprescindível	 para	 o	 sucesso	do	projeto,	
uma	vez	que	ele	deve	corresponder	ao	tamanho	da	área	disponível	para	a	intervenção.
Por	fim,	a	setorização	temática	fecha	esta	primeira	fase	do	projeto	e	deve	mostrar	
claramente	a	conexão	entre	o	conceito,	as	diretrizes	e	o	programa	de	necessidades.	Todos	
estes	 itens	devem	estar	 bem	estruturados	para	poder	 seguir	 para	 a	 próxima	 fase:	 o	
anteprojeto.
•	 Anteprojeto
O	Anteprojeto	 deve	 ser	 apresentado	 através	 de	 peças	 gráficas,	 plantas,	 cortes,	
elevações,	 ilustrações,	de	forma	a	permitir	o	total	entendimento	do	projeto.	O	partido	
adotado	 deve	 ser	 explicitado,	 assim	 como	 a	 distribuição	 espacial	 das	 atividades	 e	 a	
indicação	do	tratamento	paisagístico	e	linguagem	de	desenho	a	ser	imprimido	a	cada	
espaço.
Deve	 haver	 a	 definição	 básica	 dos	materiais	 a	 serem	 adotados,	 modelagem	
preliminar	do	terreno,	tipologia	da	vegetação	e	 indicação	de	elementos	especiais	tais	
como:	estruturas,	peças	de	água,	obras	de	arte	etc.	Essa	fase	deve	conter	informações	
que	possibilitem	estimativa	de	 custo	da	 implantação	do	projeto.	Os	 critérios	definidos	
nessa	etapa	do	projeto	paisagístico	 são	classificados	a	partir	 das	 três	qualidades	de	
paisagem:	ambiental,	funcional	e	estética.
•	 Qualidade	ambiental
Os	 valores	 ambientais	 causam	melhoria	 na	 ventilação	 e	 areação	 urbana,	 na	
insolação	de	áreas	muito	adensadas,	na	drenagem	das	águas	pluviais	com	superfícies	
permeáveis,	 ajuda	 no	 controle	 da	 temperatura,	 auxilia	 na	 proteção	 do	 solo	 contra	
erosão,	 proteção	 e	 valorização	 dos	mananciais	 de	 abastecimento,	 dos	 cursos	 d’água,	
lagos,	represas	contra	contaminação	e	poluição.	Os	elementos	desta	qualidade	são:
a)	escolha	da	vegetação	(memorial	botânico);
b)	definição	de	corte	e	aterro;
c)	 sustentabilidade:	apresentar	soluções	que	minimizem	os	 impactos	da	 intervenção	feita	
pelo homem;
d)	acessibilidade:	projeção	de	rampa,	piso	antiderrapante,	guarda	corpo	etc.;
136
e)	acessos:	 entrar	 em	 um	 lugar	 é	 condição	 inicial	 para	 poder	 usá-lo.	 São	 definidos	
três	 tipos	 de	 acesso:	 o	 físico,	 que	 se	 refereà	 ausência	 de	 barreiras	 espaciais	 ou	
arquitetônicas,	 o	 acesso	visual,	 que	 informa	 ao	 usuário	 sobre	 o	 local,	 e	 o	 acesso	
simbólico	ou	social,	que	se	refere	à	presença	de	sinais,	sutil	ou	ostensivos,	que	sugere	
quem	é	ou	não	bem-vindo	ao	lugar.
Todos	esses	elementos	são	os	principais	norteadores	do	projeto,	uma	vez	que	as	
definições	de	corte	e	aterro	e	das	massas	vegetativas	podem	alterar	a	posição	dos	demais	
elementos.	A	vegetação	deve	ser	pensada,	principalmente,	 junto	com	os	caminhos	e	
edificações,	 buscando	aproveitar	 ao	máximo	todas	 suas	 funções,	 ou	 seja,	 apesar	do	
destaque	 para	 a	 qualidade	 ambiental,	 ela	 não	 pode	 ser	 pensada	 separadamente	 das	
outras	qualidades:	funcional	e	estética.
•	 Qualidade	funcional
A	 qualidade	 funcional	 avalia	 o	 grau	 de	 eficiência	 do	 lugar	 no	 tocante	 ao	
funcionamento	 da	 sociedade.	 Os	 valores	 funcionais	 são	 uma	 das	mais	 importantes	
opções	de	lazer	urbano.	Os	elementos	desta	qualidade	são:
a)	 definição	 do	 traçado:	 a	 partir	 da	 elaboração	 de	 planta	 baixa	 com	 determinação	 dos	
caminhos	e	áreas	de	circulação,	demonstração	da	situação	anterior	x	proposta,	forma,	
dimensões,	 hierarquia	 de	 caminhos	 (principais,	 secundários,	 intermediários	 etc.),	
materiais	usados	para	pavimentação;
b)	definição	 dos	 elementos	 construídos:	 edificações,	 fontes,	 ou	 outros	 elementos	 que	
fazem	parte	da	composição	do	projeto	paisagístico,	buscando	unidade	visual;
c)	 escolha	do	mobiliário:	deve	estar	em	harmonia	com	o	conceito	e	a	identidade	visual	
da	proposta,	seguir	os	padrões	de	ergonomia,	e	 levar	em	consideração	o	material	em	
relação	ao	seu	uso;
d)	escolha	da	iluminação:	deve	ser	representada	por	uma	planta	noturna,	considerando	
os	raios	de	abrangência	de	cada	lâmpada	e	os	materiais	utilizados;
e)	 atribuição	de	elementos	do	desenho	universal:	deve	considerar	a	diversidade	humana,	
suas	diferentes	capacidades	e	habilidades,	utilizando	elementos	arquitetônicos	que	
proporcionem	estímulos	nos	diversos	canais	perceptivos;
f)	 manutenção	dos	mobiliários	e	estruturas:	deve	ser	considerada	em	todas	as	etapas	do	
projeto,	desde	o	plantio	da	vegetação	até	a	escolha	dos	materiais.
•	 Qualidade	estética
Os	 espaços	 livres	 são	 simbolicamente	 importantes,	 pois	 se	 tornam	 objetos	
referenciais	e	cênicos	na	paisagem	da	cidade,	exercendo	importante	papel	na	identidade	
do	bairro	ou	da	rua.	Os	elementos	desta	qualidade	são:
137
a)	definição	dos	materiais:	deve	partir	do	conceito	e	da	identidade	visual	do	projeto;
b)	 identidade	visual:	 considerando	o	conceito.	Questionar-se:	qual	a	 imagem	que	se	quer	
transmitir?	Essa	imagem	será	criada	pela	unidade	do	conjunto	através	da	composição	
dos	elementos	e	da	linguagem	visual;
c)	 elementos	de	composição:	predominância	de	linhas,	formas	e	sua	distribuição	num	
plano,	proporção,	harmonia,	unidade,	equilíbrio,	dominância,	sequência	e	ritmo,	mo-
vimento,	recursos	visuais	e	cores;
d)	representação	gráfica:	 elaborar	mapas	 e	 plantas	bem	como	perspectivas,	mostrando	
a	 área	geral	 e,	 também,	as	decisões	projetuais	 ao	nível	 do	observador,	 com	texto	
explicativo;
e)	a	qualidade	estética	deve	 ser	 considerada	deste	o	 início	do	projeto.	As	definições	
dos	 materiais,	 muitas	 vezes,	 limitam	 seu	 uso,	 condições	 econômicas	 devem	 ser	
consideradas.
Após	a	correção	do	anteprojeto	é	dado	o	encaminhamento	para	a	elaboração	do	
projeto	executivo,	que	compreende	o	detalhamento	completo	de	todas	as	tomadas	de	
decisão.
•	 Projeto	Executivo	e	Projeto	de	Plantio
O	projeto	executivo	é	apresentado	por	meio	de	desenhos	e	números,	nas	escalas	
convenientes	 e	 adequadas	 para	 a	 total	 compreensão	 do	 projeto	 e	 sua	 implantação.	
É	 composto,	 no	mínimo,	 por	 plantas	 (com	 indicação	 do	modelado	 no	 terreno,	 cotas	
de	 nível,	 especificação	 dos	 materiais	 e	 distribuição	 dos	 equipamentos,	 soluções	 de	
drenagem,	pontos	de	água	e	luz),	cortes	e	detalhes	construtivos.	O	Projeto	executivo	
deve	ser	acompanhado	de	memorial	descritivo	e	quantitativo	e	orçamento	detalhado.
O	projeto	de	plantio	deve	apresentar	a	locação	das	plantas	e	especificação	qua-
litativa	e	quantitativa	das	espécies	vegetais.	É	necessário	também	anexar	tabelas	com	a	
denominação	botânica,	quantidades	e	outras	informações	que	permitam	a	elaboração	de	
orçamentos	dos	serviços	de	plantio	e	a	implantação	do	projeto.	Outros	itens	a	constar	são:	
memorial	de	preparo	do	terreno,	técnicas	de	plantio	e	de	qualidade	das	mudas.
Na	 elaboração	 de	 projeto	 de	 plantio	 devem	 ser	 levados	 em	 consideração	 os	
cuidados	de	manutenção	e	crescimento.	Adotar	projetos	que	usam	topiarias	de	 formas	
geométricas	em	arbustos	requer	atenção	constante	de	podas.	Por	outro	lado,	plantas	
têm	diferentes	velocidades	de	crescimento,	se	o	objetivo	for	proporcionar	sombreamento,	o	
ideal	é	mesclar	espécies	de	crescimento	rápido	e	lento.	As	que	crescem	rapidamente	
logo	proporcionam	sombra,	mas	têm	ciclo	de	vida	curto.	Já	as	que	se	desenvolvem	
lentamente	têm	vida	útil	mais	longa.
FONTE: <http://twixar.me/JLMm> Acesso em: 2 jul. 2022.
138
Neste tópico, você aprendeu:
•	 Os	espaços	onde	o	paisagismo	atua	são	diferentes	em	função	do	público	e,	por	isso,	é	
preciso	ter	atenção	na	hora	de	elaborar	o	projeto.
•	 Vimos	 que,	 em	 um	 planejamento,	 deve-se	 ter	 como	 prioridade	 aproveitar	 bem	 o	
espaço	para	as	necessidades	dos	usuários	sejam	atendidas	da	melhor	forma.
•	 No	anteprojeto	são	definidos	todos	os	principais	pontos	do	projeto,	desde	o	conceito	
até	os	elementos	que	deverão	ser	adquiridos,	e	 isso	é	apresentado	ao	cliente	para	
que	possa	aprovar,	caso	esteja	de	acordo	com	suas	perspectivas.
•	 O	projeto	executivo	corresponde	ao	projeto	final,	aprovado,	com	todos	os	documentos,	
orçamento e cronograma, pronto para ser implantado.
RESUMO DO TÓPICO 3
139
1	 Um	 projeto	 paisagístico	 pode	 ser	 pensado	 para	 diferentes	 ambientes	 que	 possuem	
exigências	próprias	quanto	a	forma	como	deverá	ser	planejado.	Sobre	isso,	analise	as	
afirmativas	e	assinale	a	alternativa	verdadeira:
a)	 (			)	 O	paisagismo	em	ambiente	comercial	tem	como	foco	a	privacidade.
b)	 (			)	 No	paisagismo	no	ambiente	familiar	é	possível	utilizar	muita	transparência.
c)	 (			)	 Espaços	multifamiliares	são	espaços	em	áreas	privativas	como	clubes	e	condo-
mínios,	utilizados	por	diversas	pessoas.
d)	 (			)	 O	projeto	de	paisagismo	para	espaços	públicos	deve	aproveitar	o	mínimo	possível	
da	área.
e)	 (			)	 O	paisagismo	em	espaço	unifamiliar	deve	ser	modificado	todos	os	anos.
2	 O	anteprojeto	é	considerado	uma	importante	fase	porque	é	nele	que	são	discutidas	as	
ideias	entre	o	paisagista	e	o	cliente.	Sobre	o	anteprojeto	analise	as	sentenças:
I-	 O	anteprojeto	é	o	primeiro	esboço	de	como	ficará	um	futuro	jardim.
II-	 A	distribuição	de	espaços	não	ocorre	no	anteprojeto.
III-	 O	anteprojeto	não	precisa	de	muito	detalhamento,	apenas	informações	simples.
a)	 (			)	 Somente	a	I	está	correta.
b)	 (			)	 Somente	a	II	está	correta.
c)	 (			)	 Somente	a	III	está	correta.
d)	 (			)	 I	e	II	estão	corretas.
e)	 (			)	 II	e	III	estão	corretas.
3	 O	projeto	executivo	é	a	fase	na	qual	se	tem	uma	melhor	visão	do	futuro	 jardim,	de	
forma	que	todas	as	ferramentas	que	proporcionem	a	visualização	do	que	se	pretende	
implantar	devem	ser	utilizadas.	Classifique	em	V	para	verdadeiro	e	F	para	falso:
(			)	 Na	etapa	estrutural	do	projeto	executivo,	o	anteprojeto	deve	ser	mais	detalhado	para	
constar	informações	mais	reais	sobre	os	elementos.
(			)	O	projeto	básico	é	uma	etapa	de	mera	formalidade,	podendo	ser	dispensada.
(			)	 O	produto	final	da	compatibilização	é	um	relatório	com	observações	e	 listagens	de	
atividades.
(			)	 A	função	do	projeto	botânico	é	detalhar	 todos	os	componentes	vegetais	que	serão	
utilizados.
(			)	 O	projeto	de	iluminação	é	desnecessário,	a	iluminação	pode	ser	detalhada	junto	com	o	
projeto	botânico.
 
AUTOATIVIDADE
140
Assinale a alternativa CORRETA:
a)	 (			)	 V	–	F	–	V	–	V	–	F.
b)	 (			)F	–	F	–	F	–	V	–	V.	
c)	 (			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	V.	
d)	 (			)	 F	–	V	–	F	–	F	–	V.	
e)	 (			)	 V	–	F	–	F	–	V	–	F.
4	 A	elaboração	de	um	projeto	de	paisagismo	exige	o	conhecimento	do	local	onde	será	
implantado,	caso	seja	aprovado.	Cite	os	passos	necessários	para	o	levantamento	da	
área.
5	 A	elaboração	de	um	projeto	paisagístico	passa	por	algumas	etapas	antes	de	poder	ser	
implantado.	Descreva	as	fases	para	elaboração	de	um	projeto	paisagístico.
141
BELLÉ,	S.	Apostila de paisagismo.	Bento	Gonçalves,	IFRS,	2013.	40p.
DORNELES,	V.	G.	Apostila de projeto de paisagismo.	Curso	de	Arquitetura	e	
Urbanismo.		Universidade	Federal	de	Santa	Catarina.	[s.d.]
FRITSCH,	N.	N.	e	SOUZA,	R.	S.	R.	de.	Projeto	de	paisagismo.	In:	FRITSCH,	N.	N.	e	SOUZA,	
R. S. R. de. Paisagismo.	Londrina,	Editora	e	Distribuidora	Educacional	S.A.,	2019.	unid.	
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GALHEGO,	A.	de	A.	Introdução	ao	paisagismo:	espécies	de	plantas	ornamentais.	In: 
GALHEGO, A. de A. Paisagismo:	floricultura,	parques	e	jardins,	Londrina,	Editora	e	
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GALHEGO, A. de A. Paisagismo:	floricultura,	parques	e	jardins.	Londrina:	Editora	e	
Distribuidora	Educacional	S.A.,	2017b.	193	p.
LIRA	FILHO,	J.	A.	de.	Comunicando	através	da	paisagem.	LIRA	FILHO,	J.	A.	de.	
Paisagismo:	elementos	de	composição	e	estética.	Viçosa:	Aprenda	fácil,	2002.	v.2,	
cap.	2,	p.	10-44.
LIRA	FILHO,	J.	A.	de.	Princípios	de	estética	aplicados	ao	paisagismo.	LIRA	FILHO,	J.	A.	
de. Paisagismo:	elementos	de	composição	e	estética.	Viçosa:	Aprenda	fácil,	[s. l.], v. 2, 
cap.	4,	p.	108-134,	2002.
NIEMEYER,	C.	A.	da	C.	Paisagismo:	métodos	e	técnicas	de	intervenção.	In:	NIEMEYER,	
C. A. da C. Paisagismo no planejamento arquitetônico.	Uberlândia,	EDUFU,	2019.	3.	
ed.,	cap.	4,	p.	59-90.
OLIVEIRA	FILHO,	P.	C.	et al.	A	importância	das	áreas	verdes	em	uma	cidade	de	pequeno	
porte:	estudo	de	caso	na	cidade	de	Irati-PR.	Revista da Sociedade Brasileira de 
Arborização Urbana,	Curitiba,	v.	8,	n.	1,	p.	89-99,	2013.
PETRY,	C.	Paisagens e paisagismo:	do	apreciar	ao	fazer	e	usufruir.	Passo	Fundo,	Ed.	
Universidade	de	Passo	Fundo,	2014.	125p.
SALVIATÍ,	E.	J.	Tipos vegetais aplicados ao paisagismo.	Paisagem	e	Ambiente,	[s. 
l.],	n.	5,	p.	9-45,	1993.	
REFERÊNCIAS
142
143
VEGETAÇÃO NA 
PAISAGEM
UNIDADE 3 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os fundamentos gerais para projetar, executar e manejar parques e 
jardins;
• reconhecer a importância da utilização de árvores na paisagem;
• conhecer as características das espécies para arborização urbana;
•	 identificar	a	legislação	aplicada	à	arborização	urbana.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar	o	conteúdo	apresentado.	
TÓPICO 1 – PARQUES E JARDINS: ASPECTOS GERAIS
TÓPICO 2 – ARBORIZAÇÃO URBANA
TÓPICO 3 – LEGISLAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
144
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
Acesse o 
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145
TÓPICO 1 — 
PARQUES E JARDINS: ASPECTOS GERAIS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Parques e jardins constituem a maior parte das áreas verdes em áreas urbanas, 
junto com a arborização viária, por isso, mesmo com um projeto bem-feito, é importante 
que	outras	ações	sejam	tomadas	a	partir	da	aprovação.
O primeiro passo para que uma área como essa seja implantada é o planejamento, 
de modo que as ações a serem tomadas sejam baseadas na situação encontrada em 
cada	espaço.
Após a implantação, os cuidados devem prosseguir com a manutenção das 
áreas e das plantas, para que elas possam se desenvolver de maneira adequada, e que 
possam	ser	evitados	problemas	que	causem	danos	à	área	urbana.
2 PLANEJAMENTO
As áreas verdes devem fazer parte do planejamento urbano, de forma que sejam 
avaliados fatores de população quanto ao seu crescimento e se determine onde estão 
essas	áreas	verdes,	quantas	existem	e	qual	o	tamanho	delas.	Junto	a	 isso,	é	preciso	
verificar	em	que	condições	de	manutenção	se	encontram,	se	a	população	tem	acesso	e	se	
utilizam, e o que mais for necessário para que esses ambientes proporcionem bem-estar 
aos	usuários	e	qualidade	ambiental	à	região	que	ocupam.
Quando as áreas verdes não estão presentes no planejamento urbano, o resultado 
é uma degeneração socioambiental, porque afeta, junto como outros problemas sociais, a 
qualidade de vida dos habitantes que passam a não contar com um espaço para sua 
recreação	e	lazer.	Além	disso,	as	áreas	tomadas	por	construções	favorecem	o	aumento	
dos	índices	de	desconforto	ambiental.
É preciso considerar que não se pode fazer um planejamento único em todo 
o território nacional, ou tentar transportar o planejamento de uma cidade para outra, 
devemos avaliar as condições de clima e solo que diferem entre as cidades, inclusive 
aquelas	que	são	vizinhas,	e	observar	o	crescimento	urbano	em	relação	às	preferências	
da	população.
146
O Plano Diretor é o documento utilizado pela gestão municipal para o planejamento 
urbano e, com ele, determinar como cada área deve ser mais bem utilizada para o melhor 
funcionamento	 da	 cidade.	 Para	 isso,	 é	 preciso	 conhecer	 bem	 a	 cidade	 para	 trazer	
informações que ajudem nas decisões e, também, dispor de equipe técnica especializada 
que possa indicar os melhores caminhos para o desenvolvimento urbano, considerando a 
preservação	do	meio	ambiente.
Portanto, a arborização urbana deve ser planejada pela gestão pública da mesma 
forma que ocorre com qualquer outra área quando é ocupada, e deve, inclusive, fazer 
parte	da	previsão	orçamentária.	Dessa	forma,	é	preciso	que	haja	uma	equipe	capacitada	
e comprometida em planejar a melhor forma de tornar a cidade mais verde, mas que 
considere,	nesse	planejamento,	as	práticas	devidas	a	sua	eficiente	condução.
O planejamento da arborização pode ser dividido em dois tipos principais: as áreas 
verdes	e	a	arborização	viária.
Para a concepção das áreas verdes (parques, jardins e praças), o seu 
planejamento	 corresponde	 à	 elaboração	 de	 projetos	 paisagísticos,	 de	 implantação	 e	
manejo, que muitas vezes é preparado designadamente para uma determinada unidade, 
não	 podendo,	 ou	 devendo	 ser	 replicado	 devido	 às	 condições	 específicas	 de	 cada	
local.	Por	serem,	muitas	vezes,	 locais	amplos	com	pouca	presença	de	construções	e	
serviços essenciais, há maior liberdade na escolha das espécies para a composição, 
proporcionando	a	elaboração	de	diversas	ideias	de	composições	paisagísticas.
Já a arborização viária corresponde ao plantio de árvores em calçadas pelas 
ruas	 da	 cidade	 e,	 também,	 nos	 canteiros	 que	 separam	 as	 pistas	 em	 avenidas.	 No	
entanto,	devido	à	presença	de	estrutura	de	serviços	essenciais,	ocorrem	 restrições	que	
devem ser observadas no planejamento pelo diagnóstico local através da realização 
de um levantamento de tudo o que existe na área, que deva ser considerado, antes de 
prosseguir	para	a	escolha	da	espécie	que	poderá	ser	utilizada.
Para que o planejamento seja bem realizado, é preciso considerar alguns aspectos 
importantes da localidade ligados a fatores culturais e históricos, além de observar as 
necessidades e anseios da comunidade a qual se destina a arborização, de forma que 
haja	a	participação	da	população,	condição	essa,	importante	para	o	sucesso	do	projeto.
Sabemos que a arborização urbana gera diversos benefícios ambientais, 
consequentemente, melhora a qualidade de vida na cidade, por isso um planejamento 
eficiente	é	tão	importante	e	necessário	para	obter	sucesso	na	implantação.
É preciso, então, que a escolha do local e das espécies arbóreas seja realizada 
adequadamente, para que, assim, as árvores consigam se desenvolver de forma a minimizar os 
problemas	que	envolvam	riscos	de	acidentes	por	quebras	de	ramos,	prejuízos	à	acessibilidade	
por	plantio	em	locais	inadequados,	danos	à	infraestrutura	porpresença	de	raízes	superficiais,	
demasiada	necessidade	de	podas,	entre	outras	situações	a	serem	evitadas.
147
O planejamento adequado da arborização urbana faz com que haja 
enriquecimento	da	paisagem	urbana,	e	deve	ser	pautado	por	definir	objetivos	e	metas,	
qualitativas e quantitativas, que irão contribuir para que os processos de implantação e 
manutenção	sejam	realizados	de	maneira	mais	eficiente.	De	forma	que,	ao	 realizar	o	
planejamento, a escolha da espécie é um fator que ganha importância, porque com base 
nessa	seleção	é	possível	definir	aspectos	que	envolvem	a	compatibilização	entre	o	porte	
e	a	forma	da	árvore	com	o	espaço	físico	disponível.	E	sobre	esse	espaço,	é	necessário	
considerar questões que impactam o cotidiano urbano quando mal planejadas, como a 
distância entre a árvore e o prédio e qual a largura das ruas e calçadas disponível, para 
que	a	implantação	de	uma	árvore	não	crie	um	obstáculo	e	atrapalhe	o	tráfego	local.
Para que o planejamento da arborização em ruas e avenidas seja feito de maneira 
assertiva e não cause problemas, precisamos considerar alguns aspectos dessas áreas:
• Condições ambientais	 –	 cada	 espécie	 possui	 exigências	 próprias	 quanto	 às	
condições edafoclimáticas, que quando não atendidas, interferem nas suas atividades 
fisiológicas	 provocando	 alterações	 em	 seu	 desenvolvimento	 e	 ciclo.	Além	 disso,	 as	
condições em áreas de tráfego de veículos podem ser inóspitas para algumas espécies 
que não toleram certos níveis de poluição, de forma que é importante uma análise do 
local	de	implantação	para	uma	escolha	adequada	da	espécie	que	será	utilizada.
• Características das espécies – conhecer a espécie escolhida também é fundamental 
para obter bons resultados, principalmente em relação ao comportamento da planta 
em uma área que apresenta limitações para seu crescimento, de forma a minimizar 
a ocorrência de inconvenientes que podem ser acarretados por espécies não 
adaptadas.	Um	ponto	importante	a	ser	analisado,	se	refere	à	formação	da	copa	(Figura	
1) das espécies que serão utilizadas para a arborização viária, uma vez que copas 
com ramos muito baixos podem atrapalhar o tráfego de pessoas, enquanto espécies 
com ramos muito longos podem invadir as pistas de trânsito e tirar a visibilidade do 
motorista	quanto	aos	sinais	de	trânsito,	o	que	pode	resultar	em	acidentes.
FIGURA 1 – FORMAÇÕES DE COPAS
Fonte: a autora
148
• Largura de calçadas e ruas – em ruas que tenham menos de 7m de largura (con-
sideradas estreitas) a recomendação é não arborizar, e mesmo nas ruas consideradas 
largas é necessário observar a espessura das calçadas e se as casas possuem recuo, 
algo	que	vai	ajudar	a	definir	o	porte	da	árvore	que	será	plantada.
TABELA 1 – INDICAÇÃO DO PORTE DAS ÁRVORES BASEADO NA LARGURA DAS RUAS E CALÇADAS
Largura da rua Largura da calçada
Recuo das 
edificações (4m)
Porte de árvore 
recomendado
Rua estreita (< 7m) <3m
sem recuo
com recuo
-
pequeno
Rua larga (> 7m)
<3m
sem recuo
com recuo
pequeno
médio
> 3m
sem recuo
com recuo
médio
grande
Fonte: Miranda (1970 apud PIVETTA; SILVA FILHO, 2002 p. 7)
Além da largura, o plantio de árvores em calçadas deve considerar que este é 
um local por onde os pedestres trafegam, de forma que deve haver trânsito livre, sendo 
importante, também, que a árvore possa ter um desenvolvimento adequado, assim, a 
espécie	escolhida	não	deve	atrapalhar	o	caminho,	mas	deve	ter	espaço	suficiente	para	
seu	crescimento.	Com	 relação	a	 isso,	 espécies	 com	 raízes	pivotantes	 são	preferidas	
para o plantio em calçadas que, por seu enraizamento penetram profundamente no 
solo, incorre em menor risco de danos aos muros, calçadas, construções em geral, e ao 
sistema	viário.
Os canteiros centrais são construções utilizadas para separar duas pistas de 
rolamento.	No	caso	dessas	áreas,	a	escolha	do	porte	da	árvore	vai	ser	influenciada	pela	
largura que o canteiro apresenta, caso esse valor seja menor que 1,50m, palmeiras ou 
arbustos se adequam melhor, enquanto espécies de médio a grande porte podem ser 
utilizadas	naqueles	mais	 largos.	De	toda	forma,	a	escolha	também	deve	ser	pautada	
pelo cuidado com a condução no crescimento da planta para evitar que esta invada a 
área	de	deslocamento	dos	veículos	e	possa	causar	acidentes.
• Fiação aérea e subterrânea	–	a	fiação	pode	ser	muito	 impactada	pela	presença	de	
árvores, seja pelo crescimento dos ramos ou pelo crescimento das raízes e, portanto, 
é	outro	ponto	a	ser	observado	no	planejamento.	Em	geral,	a	rede	de	distribuição	da	
energia elétrica está dividida em rede elétrica primária, com tensões trifásicas de 13,8 
a 34,5 kV entre as fases, e a rede elétrica secundária com tensões de 127V por fase e 
220V	entre	as	fases,	e	a	fiação	utilizada	por	provedores	de	internet	e	TV	a	cabo.
149
Para que haja uma boa convivência entre a rede de energia elétrica e as árvores, é 
recomendado	que	na	 implantação	da	fiação	aérea,	os	postes	fiquem,	preferencialmente,	
nas	calçadas	do	 lado	oeste	e	norte,	e	as	árvores,	sob	essa	fiação,	sejam	de	pequeno	
porte,	enquanto	nas	calçadas	leste	e	sul	podem	ser	utilizadas	árvores	de	porte	médio.
Em	 locais	 onde	há	fiação	 subterrânea	e,	 também,	para	proteger	 as	 redes	de	
água e esgoto, a arborização deve ser implantada a uma distância de 1 a 2m do local 
onde a tubulação se encontra, de acordo com o crescimento das raízes da espécie 
escolhida,	para	que	sejam	evitados	problemas	com	obstrução	das	canalizações.
FIGURA 2 – PLANTIO INADEQUADO DE ÁRVORES CUJAS RAÍZES ESTÃO INTERFERINDO 
NAS CANALIZAÇÕES SUBTERRÂNEAS
Fonte: Guia (1988 apud PIVETTA; SILVA FILHO, 2002, p. 9)
• Diversificação das espécies – é uma forma de evitar monotonia na paisagem, pois 
diferencia as áreas, que se tornam pontos de interesse, criando maior dinamismo no 
visual da cidade, além disso, reduz o risco de propagação de pragas e doenças em 
razão	do	plantio	de	uma	única	espécie.
3 IMPLANTAÇÃO
Na fase de implantação, considera-se que a escolha das espécies foi realizada de 
acordo com as condições ambientais do local e que as restrições foram observadas para 
que	não	haja	maiores	problemas.	Portanto,	nessa	etapa,	analisaremos	como	o	terreno	se	
encontra para o plantio e quais os cuidados necessários para que as espécies vegetais se 
adaptem	ao	local	definitivo	para	o	seu	desenvolvimento.
O	uso	de	técnicas	corretas	aliado	à	escolha	de	um	 local	que	seja	conveniente	
para	 todos	 os	 usuários	 e	 a	 utilização	 da	 espécie	 que	melhor	 se	 adequa	 à	 situação,	
proporciona	maiores	benefícios	dentro	da	malha	urbana.
150
O primeiro passo, então, é o preparo do local que irá receber a muda, de modo 
que algumas atividades serão necessárias para que a planta, ao ser transplantada, tenha 
total	capacidade	de	se	desenvolver.	Desse	modo,	devemos	atender	a	certas	condições:
• Solo
O	solo	é	a	base	para	que	a	árvore	se	fixe	e	o	meio	para	que	possa	crescer	e	
expressar seu potencial, de forma que é do solo que as plantas retiram a maior parte dos 
nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento através das raízes, que se distribuem e 
servem	de	apoio	para	que	a	planta	se	mantenha	ereta.
O solo deve apresentar uma boa porcentagem de poros (micro e macroporos) 
suficiente	para	que	o	ar	e	a	água	penetrem,	de	forma	que	haja	boa	aeração	e	boa	umidade,	
fatores que variam de acordo com o tipo de solo e com o nível de intervenção humana na 
área.
TABELA 2 – CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS
Principais características dos solos
Variável Definição Características
Textura
Proporção de areia, silte e argila 
em	sua	composição.
Influencia	na	taxa	de	infiltração	da	
água, no armazenamento da água, 
sua composição na aeração e na 
disponibilização de determinados 
nutrientes	(fertilidade	do	solo).
Estrutura
Referência ao tamanho, forma 
e aspecto dos agregados das 
partículas.
Os agregados têm diversos graus de 
adesão, podendo ser mais friáveis 
(macios)	ou	mais	brandos	(duros).	
A resistência desses agregados é 
conhecida	como	consistência.
Porosidade Sãoos	espaços	dentro	do	solo.
Afeta	a	infiltração	de	água	
(permeabilidade), que, por sua vez, 
transporta material para dentro do 
solo,	das	partes	mais	superficiais	
para	as	mais	profundas.	Relaciona-se	
também com a ação de macro e 
microrganismos	que	vivem	no	solo.
151
Principais tipos de solo quanto à textura
Tipo Aparência Características para o plantio
Arenoso
Maior parte de suas partículas 
classificadas	na	fração	areia,	de	
tamanho	entre	0,05	e	2	mm.
Tem boa aeração e capacidade 
de	infiltração	de	água,	mas	menor	
capacidade	de	retenção.
Siltoso
Maior parte de suas partículas 
classificadas	na	fração	silte,	de	
tamanho entre 0,002 e 0,05 
mm.
É erodível, uma vez que o silte não 
se agrega como as argilas e, ao 
mesmo tempo, suas partículas são 
muito	pequenas	e	leves.
Argiloso
Maior parte de suas partículas 
classificadas	na	fração	argila,	de	
tamanho	menor	que	0,002	mm.
Não é tão arejado, mas possui maior 
capacidade	de	reter	água.
Principais problemas relacionados ao solo para arborização urbana
Problema Significado Características
Compactação
Compressão do solo, promoven-
do aumento de sua densidade 
e redução de sua porosidade, 
resultante da expulsão do ar dos 
poros	do	solo.
Dificulta	o	desenvolvimento	radicular	e	
reduz a absorção de água e nutrientes 
pelas plantas; aumenta o escoamento 
superficial	devido	à	menor	taxa	de	
infiltração	de	água	no	solo.
Erosão
Fenômeno	resultante	da	
desagregação, transporte e 
deposição ou sedimentação das 
partículas	de	solos.
Ocorre quando o solo permanece 
desnudo	e	exposto	à	ação	dos	
ventos	e	da	água.	Remove	a	porção	
mais fértil do solo, onde há melhores 
condições biológicas e físicas ao 
desenvolvimento	radicular	das	plantas.	
Causa o assoreamento de cursos 
d’água,	contribuindo	para	inundações.
Poluição
Significa	a	presença	de	níveis	de	
algum elemento ou substância 
que pode afetar componentes 
bióticos	do	ecossistema.
Compromete a funcionalidade e a 
sustentabilidade	biológica.
Baixa fertilidade Deficiência	de	nutrientes.
Compromete o bom 
desenvolvimento	da	planta.
FONTE: Cemig (2011, p. 48)
152
Solos	em	áreas	urbanas	diferenciam-se	por	uma	série	de	modificações	nas	suas	
propriedades	físicas	que	afetam	o	desenvolvimento	das	plantas	e,	com	isso,	dificultam	o	
processo	de	arborização.	Um	exemplo	disto	são	as	edificações,	onde	ocorre	o	acúmulo	
de diversos resíduos, como entulhos de sobras de construção que, muitas vezes, são 
incorporados ao solo, além do uso de produtos que geram partículas contaminantes e se 
tornam	tóxicas	para	as	plantas.	Além	disso,	o	tráfego	de	máquinas	pesadas	causa	a	
compactação	do	solo	e	diversas	áreas	que	antes	de	receberem	as	construções	ficam	
sem	nenhuma	cobertura	e	sujeitas	a	ação	do	sol,	vento	e	chuva.
Tudo	 isso	se	reflete	em	condições	que	são	adversas	para	o	cultivo	de	árvores,	
o	que	implica	em	plantas	que	terão	dificuldade	em	seu	crescimento	e	poderão	ter	seu	
tempo	de	vida	 reduzido,	 o	 que	 significa	prejuízo	 à	 qualidade	 ambiental	 que	 se	busca,	
além	de	onerar	o	orçamento	com	os	custos	de	arborização	devido	à	necessidade	de	
substituição	dessas	árvores.
Para evitar problemas como esses é que o planejamento da arborização deve 
ser realizado em conjunto com o planejamento urbano para as demais áreas, de modo 
que haja a previsão dos locais que receberão as plantas para que se mantenha essas 
áreas mais naturais, ou seja, com menos interferência na estrutura do solo, de modo a 
se	evitar	desequilíbrio	hídrico	e	nutricional	para	as	plantas.
• Adubação e calagem
Assim,	 como	 ocorre	 na	 agricultura,	 é	 preciso	 conhecer	 fatores	 relacionados	 à	
química do solo, como o nível de acidez e de fertilidade, para poder oferecer melhores 
condições	nutricionais	para	as	plantas.	Portanto,	é	importante	realizar	a	análise	do	solo	para	
proceder	com	as	correções	que	forem	necessárias.
Na análise do solo é possível obter informações quanto aos teores de N, P, K, Mg, 
Ca,	S,	Al	e	dos	micronutrientes	(B,	Cu,	Fe,	Mn,	Zn),	nível	de	acidez	do	solo,	quantidade	de	
matéria	orgânica	e	textura	do	solo,	proporção	de	areia,	silte	e	argila.
Com base nos resultados da análise é feita a recomendação da calagem para 
que o pH possa ser corrigido, em geral essa correção será realizada na área toda e antes 
do	plantio,	obedecendo	um	período	de	pousio	para	que	haja	a	reação	do	calcário	no	solo.
Outro ponto a se determinar, com base na análise, é a necessidade de adubação e 
a quantidade de cada nutriente a ser adicionado ao solo antes do plantio e em cobertura, 
para	garantir	o	pleno	desenvolvimento	da	vegetação.
A	adubação	deve	ser	ajustada	às	plantas	presentes	no	projeto,	de	modo	que	em	
áreas verdes é preciso ter atenção com cada tipo de planta listada no projeto quanto a sua 
necessidade,	algumas	como	arbustos	de	flores	ou	frutíferas	possuem	exigência	maior	
quanto	à	precisão	da	adubação.
153
A forma como a adubação será aplicada também varia com o tipo de vegetal, no 
caso de pisos vegetais e forrações, a adubação pode ser distribuída na área total que será 
coberta pelas plantas, já no caso de árvores e palmeiras, a adubação é aplicada diretamente 
no berço, chamada de adubação ao pé da planta, mas lembrando de tomar cuidado em 
não	colocar	o	adubo	sobre	as	raízes	da	planta	e	causar	danos	como	queima.	Em	plantas	
herbáceas	também	é	possível	aplicar	adubos	foliares	de	acordo	com	a	situação.
A aplicação de matéria orgânica é muito recomendada, ela atua no solo melhorando 
a capacidade de drenagem, o que reduz o risco de encharcamento, melhora a capacidade 
de adsorção dos nutrientes, o que faz com que os nutrientes estejam disponíveis para a 
absorção	pelas	raízes	e	fornece	nutrientes	às	plantas	devido	a	seus	compostos.
Os materiais utilizados para fornecer matéria orgânica ao solo são resultado da 
decomposição de resíduos que podem ser de origem vegetal e animal como restos de 
podas, restos de produção agrícola, ossos de animais, esterco de diferentes animais, 
húmus	de	minhoca,	cinzas	de	madeira	etc.	A	quantidade	a	ser	aplicada	depende	do	solo	e	
da	exigência	das	plantas.
 Espécies vegetais
A aquisição das mudas começa pela escolha dos fornecedores, sendo 
fundamental a pesquisa para garantir a qualidade dos produtos a serem adquiridos, que 
perpassam por diversos insumos necessários para que o projeto seja implantado, sejam 
adubos,	corretivos,	substratos,	e	tudo	mais	que	for	necessário	para	a	implantação.
Além	disso,	é	preciso	ter	uma	lista	de	contatos	de	profissionais	habilitados	nas	
mais diversas áreas, uma vez que um projeto de paisagismo, como já vimos, é constituído 
por	diversas	áreas	de	conhecimento	e	exige,	para	tanto,	uma	equipe	multidisciplinar.
É necessário que façamos uma observação em relação ao que foi falado até aqui, 
neste tópico, porque no caso de implantação em áreas públicas, o processo de aquisição 
de material é realizado através de pregões ou licitação para contratar uma empresa 
fornecedora,	no	caso	dos	profissionais	o	contrato	também	pode	ocorrer	por	 licitação	para	
contratar	uma	empresa	de	paisagismo	ou	por	seleções	para	contratar	cada	profissional.
A	 compra	 das	 mudas	 deve	 ser	 acompanhada	 por	 profissional	 (Engenheiro	
agrônomo	e/ou	Engenheiro	florestal)	que	possua	conhecimento	e	experiência,	para	que	se	
faça	a	avaliação	das	plantas	que	serão	adquiridas	de	forma	que	possam	ser	identificados	os	
aspectos	desejáveis	e,	principalmente,	necessários	como	sanidade	do	material	vegetal.
Portanto, devem ser observados os locais onde as plantas devem ser 
armazenadas até o plantio, as características das plantas como altura, presença e cor 
das	flores,	estado	físico	e	quantidade	de	folhas	e	perfilhos,	condições	físicas	dos	ramos,	
diâmetro do caule, presença de pragas, sinais de doença ou desequilíbrio nutricional, 
entre	outros	fatores	que	se	julgue	importantes	de	acordo	com	a	espécie	e	o	tipo	vegetal.
154
Outro fator que deve ser observado se refere aos custos envolvidos, é esperado 
que se compare as opções existentes nomercado, assim como analisar as possíveis 
formas	de	pagamento,	e	que	estas	sejam	adequadas	ao	orçamento	previsto.	
Também	deve-se	verificar	o	prazo	de	garantia	para	possíveis	perdas	de	plantas,	
que	podem	dificultar	o	cronograma	de	 implantação	devido	à	necessidade	de	 reposição,	
além	dos	prejuízos	financeiros	que	isso	pode	causar.
• Época de plantio
A decisão sobre a época de plantio em áreas urbanas é algo que pode ser variável 
em	relação	às	diferentes	regiões,	no	entanto,	não	possui	limitações	ou	restrições	que	
determinem	qual	a	melhor	época	anual.
O que se recomenda é que ocorra no início do período chuvoso, uma vez que 
haverá maior disponibilidade no fornecimento de água, além disso, os fatores climáticos 
como temperatura e umidade do ar são mais agradáveis, o que facilita a adaptação de 
plantas	jovens.
Caso haja a possibilidade de uso de equipamentos de irrigação, a época de 
plantio	 se	 torna	 flexível,	 podendo	 ser	 definida	 de	 acordo	 com	 outros	 fatores,	 como	
disponibilidade	de	recursos	financeiros	para	a	aquisição	das	mudas	ou	de	equipamentos	
necessários	para	a	 realização	do	trabalho.	Ainda	assim,	é	 importante	ter	atenção	com	o	
período do dia em que será realizado o transplantio, preferencialmente horários menos 
quentes	como	início	da	manhã	ou	final	de	tarde,	já	que	essa	ação	implica	em	fator	de	
estresse	para	a	planta.
No paisagismo urbano, diferente da agricultura, o desenvolvimento das plantas 
não	está	atrelado	à	velocidade	e,	muito	menos,	à	produtividade,	sendo	importante	que	
haja constância para que a planta possa crescer saudável, de modo que é exercido 
um controle sobre o seu desenvolvimento, para que o ambiente em que essas plantas 
estejam	 inseridas	 se	 mantenha	 ordenado.	 Dessa	 forma,	 as	 plantas,	 isoladas	 ou	 em	
conjunto, podem atingir seu potencial máximo em relação aos aspectos paisagísticos, 
ecológicos	e	ambientais.
• Berço (Coveamento)
À	abertura	cavada	no	terreno	onde	a	planta	será	colocada	é	dado	o	nome	de	berço.	
Este	termo	vem	sendo	utilizado	atualmente	e	foi	escolhido	em	substituição	à	“cova”,	que	
foi	empregado	por	muito	tempo,	porque	traduz	de	forma	mais	significativa	a	intenção	que	
se tem ao plantar, uma vez que o berço é utilizado na chegada de uma nova vida, já a 
cova	é	utilizada	quando	uma	vida	termina.
3.1 ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO
155
O preparo do berço para o plantio envolve alguns fatores com os quais é preciso 
ter cuidado, pois o transplantio é um momento crítico para o desenvolvimento da muda, 
que	precisa	se	adaptar	ao	novo	ambiente.	Desse	modo,	devemos	estar	atentos	a	ações	
como: a inversão das camadas de solo, a colocação do adubo de forma adequada, o uso 
de produtos como o gel hidroretentor para manter a umidade do solo, a profundidade do 
berço para a muda, a necessidade de irrigação, e o uso de mecanismos de controle de 
pragas	e	ervas	daninhas	que	possam	ser	prejudiciais	para	a	planta.
O tamanho do berço deve ser compatível com a altura das mudas, que no caso de 
plantas	para	a	arborização	urbana	compreende,	em	geral,	de	2,0	a	2,5	m.	No	caso	das	
plantas de porte herbáceo é possível fazer a semeadura diretamente no local a lanço, sem a 
necessidade de abrir o terreno, ou em sulcos, que podem abertos com ferramentas como 
o	ancinho.	Se	a	opção	for	pela	utilização	de	mudas,	podem	ser	abertos,	no	local,	sulcos	ou	
berços	menores,	de	acordo	com	a	composição.
Nos	projetos	a	serem	implantados	em	áreas	de	florestamento	e	reflorestamento,	
as espécies utilizadas, frequentemente, são de crescimento rápido, e, por isso, as mudas 
possuem	porte	pequeno,	de	forma	que	os	berços	devem	ser	correspondentes.	O	mesmo	
não ocorre com plantas frutíferas e espécies que são transplantadas já com porte maior 
como as palmeiras, que necessitam de aberturas de berços maiores, o que implica no uso 
de	maquinário.
Nesse sentido, as dimensões do berço para plantio variam com tamanho da 
árvore,	mas	também,	com	o	volume	do	torrão	de	terra	na	qual	as	raízes	estão	envolvidas.	
Com relação a este devemos considerar que o solo, principalmente em áreas urbanas, 
possui	condições	que	podem	ser	muito	adversas	para	o	desenvolvimento	da	planta.
No caso de áreas compactadas, as raízes recém transplantadas podem 
ter	 dificuldade	 em	 romper	 a	 barreira	 que	 se	 forma	 ao	 redor,	 o	 que	 pode	 atrasar	 o	
desenvolvimento	 da	 planta.	 Os	 berços	 de	 plantio	 costumam	 ter	medidas	mínimas	 de	
0,5m	x	0,5m	x	0,5m,	mas	 se	 a	 área	 apresentar	 características	que	podem	dificultar	 o	
crescimento das raízes, é recomendável que seja ampliado, optando-se por um berço 
com	maiores	dimensões,	ou	seja,	1,0x1,0x1,0	m.
É necessário frisar que a abertura dos berços implica em custos que devem estar 
nas	planilhas	de	orçamento.	Precisamos	considerar	o	estado	do	solo,	que	no	caso	de	áreas	
compactadas a abertura será maior, o período em que será feita a abertura, caso ocorra 
no	período	chuvoso	o	solo	estará	úmido	e	macio	suficiente	para	não	haver	necessidade	
de maquinário, e o tamanho da muda e do torrão, uma vez que a profundidade deve ser 
adequada	à	planta.
Outro ponto sobre a abertura de berços para o plantio, é que no caso das espécies 
arbóreas ou arbustivas o formato também é fator importante, devendo ser cúbico, uma vez 
que	irá	receber	todo	o	volume	do	torrão,	e	ter	os	chamados	cantos	“vivos”,	ou	seja,	com	
ângulos	de	90°	que	permitem	melhor	distribuição	das	raízes.
156
Diferente dos cantos “vivos”, os cantos arredondados favorecem 
o enovelamento das raízes do espécime, o que pode implicar o 
“estrangulamento” de seu tronco. Acesse em: http://twixar.me/5LMm.
INTERESSANTE
• Plantio
O plantio de cada espécie possui ações diferentes a serem executadas, que 
também	 são	 influenciadas	 pelo	 local	 onde	 a	muda	 será	 colocada,	 de	 forma	 que	 os	
procedimentos tomados para o transplantio de uma árvore, ou mesmo um arbusto, 
diferem daqueles necessários para implantação de pisos vegetais, forrações e herbáceas 
florícolas.	Da	mesma	forma,	muitas	 coisas	precisam	ser	 consideradas	no	plantio	 em	
uma	área	ampla	e	num	local	que	seja	impermeabilizado.
Assim, alguns cuidados devem ser tomados para que se obtenha sucesso nessa 
fase, como, por exemplo, remover recipientes que não sejam biodegradáveis, ou seja, que 
irão permanecer no solo por anos, e essa remoção deve ser realizada de tal forma que o 
torrão	não	seja	desintegrado.	Para	evitar	que	isso	ocorra,	é	importante	que	o	substrato	do	
recipiente	esteja	úmido	o	suficiente	para	que	as	raízes	e	o	solo	se	mantenham	agregados.
Também é necessário observar o estado das raízes, aquelas que se encontram 
enoveladas	devem	ser	eliminadas.	Para	que	 isso	seja	feito,	a	recomendação	é	cortar	o	
fundo do recipiente, em caso de vasos, ou o fundo da embalagem, em caso de sacos, para 
que,	no	corte,	a	parte	enovelada	seja	podada.	No	caso	de	mudas	arbóreas,	é	necessário	
verificar	as	raízes	laterais,	que	devem	ser	podadas,	caso	apresentem	enovelamento.
Ao realizar o transplantio de espécies arbóreas e arbustivas, que possuem caule 
lenhoso,	é	preciso	ter	cuidado	com	o	nível	do	colo	da	planta	(representa	a	parte	final	do	
caule	e	onde	se	inicia	a	emissão	de	raízes),	que	deve	estar	alinhado	com	o	nível	do	terreno.
Caso	 o	 colo	 fique	 enterrado,	 o	 excesso	 de	 umidade	 no	 local	 pode	 facilitar	 a	
entrada de microrganismos que causam o apodrecimento dessa parte e, com isso, a 
morte	da	planta.	O	contrário,	quando	fica	muito	acima,	pode	causar	a	exposição	das	
raízes, facilitando a perda de umidade devido a correntes de ar que retiram a água das 
raízes	expostas	e	provocam	o	ressecamento	da	muda.
Para evitar que haja problemas com o nivelamento, é importante realizar o plantio 
cerca	de,	pelo	menos,	15	dias	após	o	preparo.	Esse	tempo	é	necessário	para	que	o	solo	
remexido	se	acomode	dentro	do	berço	de	plantio,	o	que	é	chamado	de	acamamento.
157
Nos casos em que esse tempo não possa ser cumprido, é necessário que se 
encontre alguma solução para que a planta se mantenha nivelada, depreferência algo 
que a mantenha suspensa para manter o nível com o terreno, porque, uma vez que o 
acamamento ocorra, o solo da área onde a planta está pode ser completado para cobrir as 
raízes	que	ficaram	expostas.
Após a muda ser colocada no berço de plantio, o terreno ao redor deve ser 
levemente	compactado.	Essa	ação	evita	o	tombamento	da	planta	e	elimina	bolsas	de	ar	
que	possam	ter	se	formado	e	que	podem	ser	prejudiciais	no	processo	de	pegamento.	Feito	
isso,	deve-se	aplicar	água	no	solo	a	fim	de	garantir	umidade	suficiente	para	compensar	
as perdas que a planta teve entre a retirada do recipiente em que se encontrava, e ser 
colocada	em	seu	local	definitivo.
Com	relação	à	aplicação	e	manutenção	da	água,	existem	técnicas	que	permitem	
a melhor disponibilização para as plantas que ainda estejam na embalagem, como as 
mudas	recebidas,	e	que	melhoram	a	retenção	de	água	no	entorno	próximo	à	planta	que	já	
esteja	no	seu	local	de	plantio	definitivo.
TABELA 3 – MÉTODOS PARA DISPONIBILIZAR ÁGUA PARA AS PLANTAS
Técnica Característica ou descrição
Gotejamento
A água é aplicada ao solo diretamente sobre a zona da raiz da planta em 
alta	frequência	e	baixa	intensidade.	Possui	alta	eficiência,	porém	maior	
custo	de	implantação.
Aspersão
Gotículas	finas	de	água	são	lançadas	sobre	as	plantas	na	forma	de	chuva.
Cobertura morta
Colocação de lascas de madeira, cascas ou outro material orgânico 
sobre	a	superfície	do	solo	ao	redor	de	uma	árvore.	O	objetivo	é	manter	
constante a temperatura do solo, reduzir a perda de umidade, e eliminar 
ervas	daninhas	que	competem	com	as	árvores	por	água	e	nutrientes.	A	
cobertura	não	deve	estar	em	contato	com	o	tronco	da	árvore.
Hidrogel
Polímero condicionador de solo que tem a capacidade de absorver 
e armazenar água e fertilizante, liberando-os lentamente para a 
planta.	Atua	como	“bolsa	de	água”	no	solo,	que	libera	o	líquido	apenas	
quando as raízes entram em contato com a sua estrutura, evitando a 
movimentação da água para as camadas mais profundas do solo ou 
perdas	por	evaporação,	reduzindo	exigências	de	irrigação.
158
Vermiculita
expandida
Trata-se de produto inerte de origem mineral formado, essencialmente, 
por silicatos hidratados de alumínio e magnésio, sendo utilizado no 
paisagismo	para	contenção	de	umidade	e	de	nutrientes	no	solo.	Utilizado	
tanto de forma independente, incorporado direto ao solo, quanto na 
composição de substratos industrializados para plantio, possui um poder 
de	retenção	de	umidade	de	até	cinco	vezes	o	seu	peso	em	relação	à	água.
Antitranspirante
Produto químico pulverizado em plantas para reduzir a perda de água 
por	transpiração.	A	pulverização	forma	uma	fina	camada	na	folhagem,	
reduzindo	a	perda	de	água.	Usado	para	aumentar	as	chances	de	
sobrevivência das plantas transplantadas em períodos de estresse e em 
condição	de	seca.	Sua	eficiência	depende	da	espécie	e	das	condições	
do	ambiente,	como	temperatura	e	umidade.	Seu	uso	tende	a	ser	mais	
benéfico	em	curtos	períodos	de	tempo,	uma	vez	que	o	uso	prolongado	
pode	gerar	desequilíbrios	na	fisiologia	da	planta.
FONTE: Adaptado de Cemig (2011, p. 55) e SMMA (2019, p. 23)
• Proteção para as raízes
O ambiente urbano implica a necessidade de proteção para as raízes da vegetação 
arbórea, principalmente em locais impermeabilizados, como no caso de calçadas e canteiros 
em	avenidas.	Nos	locais	abertos,	como	as	áreas	verdes,	essa	proteção	é	dispensável	caso	
as	raízes	possuam	amplitude	para	crescer.
A proteção para as raízes pode ser feita de duas formas: área de crescimento e 
cinta	de	proteção.
◦ Área de crescimento
Árvores a serem implantadas em locais altamente impermeabilizados como 
calçadas ou circundadas por áreas pavimentadas, como no caso de estacionamentos, 
devem ter ao seu redor uma área livre, a qual deve ser prevista no planejamento, para 
permitir	 que	 a	 água	 infiltre,	 haja	maior	 aeração	 e	 possam	 ser	 realizadas	 adubações	
quando	necessário.
O termo utilizado para denominar esse espaço é área de crescimento, que 
também	pode	ser	chamado	de	"gola",	essa	região	pode	 influenciar	o	tempo	de	vida	da	
árvore.	Seu	tamanho	não	possui	uma	medida	padronizada	e	deve	ser	dimensionado	de	
acordo	com	o	porte	da	planta	adulta.
É evidente que áreas maiores favorecem o desenvolvimento da muda, no entanto, 
é necessário considerar a área que se tem disponível, de modo a proporcionar uma boa 
relação	entre	a	necessidade	da	planta	e	não	atrapalhar	o	tráfego	dos	pedestres.
159
Mesmo sendo importantes para que as plantas tenham um bom desenvolvimento, 
as áreas de crescimento estão sujeitas a diversas situações inconvenientes como o 
pisoteio, que pode implicar em compactação, e a colocação de lixo por parte dos habitantes, 
podendo	causar	diversos	problemas	para	a	saúde	da	população,	devido	à	presença	de	
animais que podem provocar doenças nas pessoas e nos animais domésticos e ao meio 
ambiente,	em	razão	da	poluição	do	solo.
Para evitar ou ao menos minimizar o problema, uma boa opção é o plantio do piso 
vegetal	ou	alguma	forração	que	emita	flores,	porque	além	de	protegerem	a	área	dessas	
inconveniências,	ajudam	a	manter	a	umidade	do	solo	e	trazem	mais	beleza	ao	local.
◦ Cinta de proteção
As cintas de proteção são elevações, colocadas entre a área impermeabilizada 
e a área de crescimento, no entorno da planta, que servem para evitar que águas sujas, 
provenientes	de	 lavagens,	 infiltrem	na	 área	 radicular,	 carregando	produtos	 tóxicos	para	 a	
planta	como	graxas,	detergentes	e	sabões,	e	assim	possa	causar	danos.
As	 cintas	 podem	 representar	 um	 problema	 em	 relação	 à	 infiltração	 da	 água	
da chuva, uma vez que as áreas de crescimento podem atuar como escoadouros, de forma 
a	evitar	ou	reduzir	os	riscos	de	enchentes	nas	cidades.	Seu	uso,	então,	fica	a	critério	do	
paisagista,	para	definir	sua	necessidade	ou	não,	o	que	depende	da	localização,	já	que	há	
ruas	que	possuem	melhor	drenagem	ou	menor	risco	do	que	outras.
• Proteção para a parte aérea
As plantas nos espaços públicos estão sujeitas a muita hostilidade, inclusive 
agressões	 que	 podem	 ser	 causadas	 pelos	 ventos,	 devido	 à	 canalização	 proporcionada	
pelas	construções,	e	depredações	devido	à	ação	de	animais	e	pessoas.
Para que as plantas tenham tempo de se adaptarem, ganharem resistência e, 
assim, se desenvolverem de forma plena, podemos utilizar dois tipos de proteção para a 
parte	aérea:	o	tutor	e	o	gradil.
◦ Tutor
 
Para que a planta possa crescer de forma retilínea, sem que haja desvios, 
como inclinações, são utilizados suportes que mantêm a sustentação delas, aos quais 
chamamos	de	tutores.	O	tutoramento	é	necessário	porque	muitas	plantas,	principalmente	
aquelas que apresentam caules herbáceos, muitas vezes não conseguem se manter 
eretas sozinhas, e esse equilíbrio é fundamental para evitar danos no caule, inclusive 
quebras,	caso	ocorram	situações	adversas	como	chuvas	ou	ventos	fortes.
 O objetivo de se utilizar o tutor é proteger e ancorar a planta até que seu 
crescimento permita que ela consiga se manter em pé sozinha, quando isso é percebido, 
o	tutor	deve	ser	 retirado.	O	tutoramento	é	 realizado	 logo	após	a	colocação	da	muda	
160
no	berço,	e	deve	ser	posicionado	à	frente	da	muda	verificando	o	sentido	dos	ventos	
predominantes.	O	material	do	tutor	pode	ser	plástico,	mas	é	preferencial	a	utilização	de	
estacas	de	bambu	ou	madeira	tratada,	roliças	e	descascadas.
	 	 	 	 	O	amarrilho	utilizado	para	fixar	a	muda	ao	tutor	deve	ser	de	material	que	
se	 rescinda	com	o	tempo	tais	como	sisal,	fitas	de	borracha	ou	barbante,	que	devem	
envolver	a	planta	e	o	tutor	de	modo	que	não	cause	danos	ao	caule	e	permita	à	planta	
maior	mobilidade.	O	uso	de	fios	de	náilon	ou	arames	podem	causar	o	anelamento	e	o	
descascamento	do	caule	da	planta	e,	por	isso,	seu	uso	deve	ser	completamente	evitado.
Gradil
 
 Em certos casos, assim como ocorre com as áreas de crescimento, é necessário 
o uso de algum tipo de proteção para as mudas recém-plantadas contra agressõesque 
podem ser causadas por animais ou pessoas, ou mesmo evitar choques mecânicos em 
locais	de	grande	circulação.
Segundo	Gonçalves	e	Paiva	(2013,	p.	33):
A necessidade de maior ou menor proteção parece se relacionar com 
o grau de civismo ou, antes, com o grau de consciência ecológica 
da	população.	Ressalta-se,	 no	 entanto,	 que	 a	 proteção	deve	 estar	
intimamente	associada	à	qualidade	e	ao	porte	da	muda	utilizada	na	
arborização,	bem	como	ao	local	de	plantio.
Os materiais utilizados para montar a estrutura dos pilares do gradil devem ser 
resistentes como madeira e ferro, enquanto o material a ser usado para envolver essa 
estrutura deve ser moldável, mas resistente como os arames de aço galvanizado ou 
ripas	de	madeira	macia,	por	exemplo.
A escolha dos materiais é algo regional, de acordo a disponibilidade deste em cada 
local, mas é importante ter atenção com alguns pontos nessa escolha, como o uso de 
materiais	que	possam	machucar	as	pessoas.
O período de 90 dias após o plantio é o mais crítico, em razão das plantas 
estarem	se	adaptando	às	novas	e	condições	e	pela	emissão	de	novas	raízes,	de	modo	que	
é	necessário	verificar	o	nível	de	umidade	no	solo	para	que	não	haja	estresse	hídrico	e	
se	há	presença	de	pragas	e	doenças	que	possam	causar	danos	 irreversíveis	às	plantas.	
Além disso, aos 30 dias após o transplantio, se pode fazer a adubação de cobertura com 
nitrogênio.
161
FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO DOS PONTOS A SEREM OBSERVADOS NO PROCESSO DE TRANSPLANTIO
Fonte: Cemig (2011, p. 52)
TABELA 4 – ETAPAS PARA O TRANSPLANTIO QUE REDUZEM O ESTRESSE CAUSADO NA PLANTA
1.	Abrir	o	berço:
o local para a colocação da planta deve ter, no mínimo, três vezes 
o	diâmetro	do	torrão,	mas	a	profundidade	deve	ser	igual	à	da	altura	
do	torrão,	para	evitar	que	fique	muito	abaixo	ou	acima	do	nível	do	
terreno.	As	raízes	da	muda	devem	crescer	no	solo	circundante	a	fim	
de se estabelecerem, de forma que, no caso de solos compactados é 
importante soltar a terra ao redor da muda para permitir que as raízes 
emerjam	e	se	expandam	na	terra	solta,	apressando	seu	estabelecimento.
2.	Identificar	o	colo	
da muda:
o	colo	é	o	local	de	partida	da	propagação	de	raízes	na	muda.	Este	
ponto deve ser parcialmente visível depois que a muda foi plantada 
e nunca enterrado, caso isso ocorra, poderá ocasionar problemas de 
apodrecimento	em	função	da	umidade	e	a	muda	poderá	morrer.
3.	Remover	o	reci-
piente:
cuidadosamente, se deve cortar as laterais do recipiente e inspecionar o 
torrão	para	identificar	e	cortar	possíveis	raízes	enoveladas.
4.	Colocar	a	muda	
na altura 
apropriada:
a maioria das raízes da muda recém-plantada deverá se desenvolver 
nos	centímetros	superiores	do	solo.	Se	a	muda	for	plantada	muito	
profundamente,	as	raízes	novas	terão	dificuldade	para	se	desenvolver,	
devido	à	falta	de	oxigênio.
5.	Endireitar	a	
muda no berço:
antes de começar a colocar terra no berço, observar a muda de várias 
direções	para	confirmar	que	ela	esteja	ereta.
162
6.	Encher	o	berço	
suavemente, mas 
com	firmeza:
encher o berço até cerca de um terço de sua altura e, de forma delicada, 
mas	firme,	compactar	(ou	apertar)	o	solo	ao	redor	da	base	do	torrão.	
Preencher o restante do berço, tendo o cuidado de eliminar bolsões de 
ar,	que	podem	secar	as	raízes.
7.	Estaquear	a	
muda:
o estaqueamento é necessário em locais onde o vandalismo ou as 
condições	de	vento	são	preocupações.	Duas	estacas	são	usadas	em	
conjunto	e	amarradas	com	material	flexível,	o	que	a	manterá	em	pé,	
minimizando	a	flexibilidade	e	possibilidade	de	lesão	do	caule.
8.	Colocar	cobertura	
morta na base da 
muda:
ela atua como um cobertor para manter a umidade, modera os extremos 
de	temperatura	do	solo	e	reduz	a	concorrência	com	ervas	daninhas.	A	
altura	entre	5	e	10	cm	é	ideal	e	não	deve	ser	superada.	Certificar-se	de	
que	a	base	do	caule	não	esteja	coberta.
9.	Manutenção:
manter o solo úmido, mas não encharcado, regando pelo menos uma 
vez por semana quando não chover, e mais frequentemente durante o 
tempo	seco.
FONTE: adaptado de Cemig (2011)
4 MANEJO
O processo de arborização urbana inicia no planejamento e é executado na 
implantação,	mas	desde	a	colocação	da	árvore	no	seu	local	definitivo,	é	dado	início	a	
uma	outra	etapa	que	terá	sua	duração	até	que	a	planta	chegue	ao	final	de	seu	ciclo	vital.	A	
essa etapa chamamos de manejo, para a qual devem ser pensadas ações de cuidado 
para	que	a	planta	possa	cumprir	seu	papel	no	ambiente.
O	 manejo	 eficiente	 permite	 que	 as	 árvores	 tenham	 longa	 permanência	 no	
ambiente, evitando constantes substituições, de modo que as plantas, sempre frondosas 
e	saudáveis,	contribuam	de	forma	positiva	com	o	objetivo	da	melhoria	ambiental.	
As ações de manejo se referem aos cuidados com a disponibilidade de água para 
as	plantas,	necessidade	de	podas	e/ou	substituições,	readequação	de	canteiros,	remoção	
de	plantas	daninhas	e	supressão	de	plantas.	Para	a	aplicação	dessas	ações	é	preciso	uma	
avaliação	da	planta,	de	modo	que	se	possa	determinar	qual(is)	a(as)	melhor(es)	opção(ões).
163
4.1 TÉCNICAS DE MANEJO
O manejo compreende um conjunto de ações que visam ao melhor 
desenvolvimento e formação das árvores, por isso, é importante que seja realizado de 
forma preventiva e periódica para que as plantas cresçam e permaneçam saudáveis, além 
de	evitar	riscos	à	segurança	pela	queda	de	galhos,	por	exemplo,	e	ações	mais	drásticas	pela	
poda	ou	retirada	da	planta.
• Solo – adubação
No processo de implantação das mudas devem ser realizadas análises do solo para 
definir	a	necessidade	de	correção	e	complementação	dos	nutrientes.	Com	o	crescimento	
da	planta	o	solo	pode	ficar	exaurido,	caso	não	seja	tomada	alguma	ação	para	manter	a	
fertilidade.
Dessa forma, adubações periódicas devem ser programadas de acordo com a 
espécie e a fase do ciclo em que a planta se encontra, devendo-se realizar a análise do 
solo	para	que	seja	feita	essa	complementação.
A recomendação é que as árvores no ambiente urbano recebam adubação uma 
vez ao ano e que a aplicação seja feita no início do período chuvoso, uma vez que a 
disponibilidade maior de água contribui para que as plantas absorvam os nutrientes com 
maior	eficiência.	A	adubação	pode	ser	realizada	com	fertilizantes	orgânicos,	minerais	ou	
a	combinação	dos	dois.
Caso o solo da área plantada, principalmente canteiros de plantas herbáceas e 
algumas arbustivas, esteja desgastado de forma que não seja possível sua recuperação, 
é recomendável a substituição do solo por outro que apresente maior agregação das 
partículas, consequentemente melhor estrutura, e níveis de porosidade e permeabilidade 
que	permitam	o	desenvolvimento	das	plantas,	como,	por	exemplo,	os	solos	orgânicos.
• Irrigação
Para garantir que não falte água para a planta e evitar que haja estresse hídrico 
no início de seu desenvolvimento, é importante que se faça o aporte periódico de 
água, pelo menos, nos primeiros dois anos após a implantação ou até que a planta 
esteja	estabelecida,	com	suas	raízes	ocupando	e	explorando	maior	área	de	solo.	Outra	
estratégia a ser utilizada é o coroamento do solo ao redor da planta, que forma uma 
bacia	e	melhora	a	captação	da	água.
Para	definir	 a	melhor	época	para	aplicação	de	água	e	a	quantidade	necessária,	
devem ser observados alguns parâmetros referentes aos índices pluviométricos, 
evapotranspiração	e	aqueles	ligados	à	capacidade	do	solo	em	reter	água.	Há,	no	entanto,	
a recomendação de que seja aplicado entre 10 e 20 litros de água por planta, de acordo com 
a	necessidade.
164
• Fitossanidade
O controle de pragas e doenças contribui para a longevidade das plantas no 
ambiente	urbano,	onde	estão	susceptíveis	à	ação	de	agentes	bióticos	e	abióticos.	Os	
danos podem ser provocados de maneira intencional ou não, como ferimentos devidos 
a algum tipo de contato físico, a própria poluição pela emissão de gases tóxicos, e, 
inclusive,	 pelo	manejo	 executado	 de	 forma	 inadequada.	 Essas	 ações	 podem	 resultar	 em	
pequenas lesões que, emmuitos casos, servem de entrada ou início para problemas 
maiores	e	com	isso	ocasionar	a	morte	dos	indivíduos.
As	ações	a	serem	tomadas	devem	considerar	a	origem	do	problema.	No	caso	
dos problemas abióticos, eles podem ocorrer em função da ação de fatores ambientais 
como	 temperaturas	 fora	 da	 faixa	 tolerada	 pela	 espécie,	 excesso	 ou	 déficit	 hídrico,	
produtos	químicos	que	possam	causar	fitotoxidez,	entre	outros.	Já	no	caso	de	agentes	
bióticos temos insetos, fungos, bactérias, vírus e, até mesmo, outras plantas chamadas 
de	parasitas.
O	controle	fitossanitário	começa	com	a	observação	dos	indivíduos	para	verificar	
alguma	anormalidade	que	possa	ser	 identificada	como	sintoma.	Caso	sejam	observados	
sintomas,	é	imprescindível	identificar	sua	origem	para	que	o	controle	seja	efetivo.
O	 controle	 fitossanitário	 pode	 ser	 feito	 pela	 exclusão,	 erradicação,	 proteção,	
imunização,	 terapia	 e	 regulação.	Pode-se	utilizar	 o	 controle	biológico	para	 criar	 uma	
situação	de	equilíbrio	ecológico	ou	o	controle	químico	em	casos	muito	específicos,	uma	
vez que, na área urbana, os efeitos colaterais podem causar um problema muito maior, tais 
como intoxicação de pessoas e animais domésticos, já que, nessas áreas, é mais difícil 
se	manter	o	controle	em	relação	ao	contato	direto	com	os	indivíduos	arbóreos.
Plantas parasitas são espécies que apresentam raízes modificadas, 
denominadas de haustórios, que são capazes de perfurar os tecidos 
dos hospedeiros e, assim, retirar parte ou totalmente sua nutrição deles. 
Fonte: https://bit.ly/3f9Y9Zz. Acesso em: 21 set. 2022.
INTERESSANTE
4.2 PODA
A poda consiste na remoção parcial de ramos de uma planta com vistas a 
compatibilizá-la	com	o	espaço	físico	existente	no	entorno.	Por	ser	um	procedimento	
capaz	de	modificar	a	estrutura	da	planta,	também	altera	seu	estado	de	desenvolvimento,	
portanto deve ser realizada de forma criteriosa, objetivando preservar, o quanto possível, 
seu	formato	original	e	natural.
165
A	poda	é	uma	técnica	agronômica,	aplicada	às	plantas	com	finalidades	específicas	
quanto ao resultado esperado, e isso varia com a espécie, podendo ser usada para 
estimular	o	crescimento	da	planta	sob	determinado	formato,	florações,	frutificações	e,	
também,	para	a	limpeza	da	copa.
Em ambientes urbanos, a poda é realizada para que a planta possa se desenvolver 
de forma saudável, sem que cause danos a estrutura pública, mantendo assim seus 
benefícios ambientais, aspecto visual agradável e, principalmente, compatibilidade com o 
espaço	no	seu	entorno.
4.2.1 Reação das árvores à poda
Durante o período de maturação e, também, quando chegam a senescência, 
ocorre a perda de ramos na árvore, em razão do seu crescimento, que promove novas 
brotações e, com isso, provoca o sombreamento de partes mais velhas, que acabam 
perdendo	função	na	planta.
Antes da poda, é preciso ter atenção com a estrutura da planta, de forma a 
identificar	a	relação	dos	ramos	com	a	planta,	numa	análise	de	seus	aspectos	morfológicos	
para, então, ser tomada a decisão de quais ramos devem ser retirados, qual o local onde 
deve	ocorrer	esse	corte	e	qual	a	melhor	época	do	ano	para	isto.
A maioria das espécies possui um processo de proteção que é chamado de 
compartimentalização da lesão, que funciona como uma espécie de cicatrização da área 
lesionada	 pelo	 corte,	 formando	 uma	barreira	 devido	 a	 reações	fisiológicas	 das	 células	
tronco e da base do ramo, de modo a impedir a entrada de microrganismos prejudiciais 
para	si.
• A compartimentalização segue um modelo básico na maioria das espécies: 
• As células localizadas na área do corte, inicialmente, produzem compostos químicos de 
defesa, que são mortais para organismos contaminantes, o que evita sua entrada 
para	o	interior	do	tronco	na	área	exposta.
• De acordo com a espécie, podem ser depositadas resinas, gomas ou cristais, que 
causam	a	obstrução	dos	vasos	que	transportam	a	seiva.
• Nas células localizadas na área do ferimento ocorre o aumento da atividade metabólica, 
também com a liberação de compostos químicos, dando início ao processo de 
cicatrização	mais	aparente	e	impedindo	o	avanço	de	microrganismos	oportunistas.
•	 Por	 último,	 ocorre	 a	multiplicação	 das	 células	 do	 câmbio	 e	 parênquima	floemático,	
promovendo o recobrimento da lesão e, com isso, protegendo o interior do caule 
contra	a	ação	de	agentes	presentes	no	ambiente	externo.
166
Para saber mais sobre podas leia o texto Poda Urbana: Princípios 
Básicos e Execução. Acesse em: http://twixar.me/pLMm.
DICA
4.2.2 Tipos de podas
Na tabela a seguir são apresentados os principais tipos de podas realizados para a 
manutenção de plantas inseridas no ambiente urbano, tanto em áreas verdes como na 
arborização	viária.
TABELA 5 – PODAS E SEUS OBJETIVOS
Tipos de Podas Razão
Roçada
Procedimento adotado em vegetação herbácea utilizada como forração, 
normalmente gramíneas, e se refere ao rebaixamento da vegetação para 
uma altura homogênea de forma a conseguir o melhor aspecto visual do 
maciço.
Topiaria
Trata-se na realidade de uma técnica de jardinagem que utiliza a poda 
para dar formas ornamentais variadas aos maciços vegetais, muitas vezes 
é	utilizada	para	configurar	padrões	artísticos	a	folhagem	de	um	vegetal.	
Na arborização urbana é de difícil utilização, pois exige manutenção e 
poda	constante	do	vegetal	para	atingir	o	fim	desejado.
Poda de formação
A poda de formação é essencial para a padronização e crescimento saudável 
das mudas que serão empregadas na arborização urbana, pois condiciona 
todo	o	desenvolvimento	da	árvore	e	sua	adaptação	às	condições	em	que	
vai	ser	plantada	definitivamente.	De	forma	geral	é	realizada	nos	viveiros	
de produção de mudas e devem atender a padrões técnicos, para árvores, 
independente do porte da espécie, e empregado o sistema denominado 
“haste	única”,	que	consiste	na	desbrota	permanente	num	caule	único	e	ereto,	
até	que	a	muda	atinja	a	altura	mínima	de	2,0	metros.
Poda de
levantamento
Consiste na remoção de ramos e brotações inferiores, que atrapalhem 
a iluminação ou a circulação de carros ou pessoas sob a copa da árvore 
ou	arbusto,	sempre	levando	em	consideração	o	modelo	arquitetônico	da	
espécie	no	qual	se	está	fazendo	a	intervenção.
Poda de condução
Trata-se da remoção precoce de ramos do vegetal, de forma racional, 
visando	à	convivência	harmoniosa	entre	arborização	urbana	e	os	demais	
elementos	da	infraestrutura	da	cidade,	tais	como:	fiações,	iluminação,	
fachadas,	sinalização	de	trânsito,	posteamento,	bocas	de	lobo	etc.,	de	
forma a direcionar o desenvolvimento do espécime para os espaços 
disponíveis,	sempre	levando	em	consideração	o	modelo	arquitetônico.
167
Poda de limpeza
A	poda	de	limpeza	se	refere	à	retirada	de	todo	ramo	ou	brotação	que	
esteja infectado por fungos ou ervas daninha que possam prejudicar o 
vegetal que se queira preservar, assim como quaisquer outras lesões 
que possam ocasionar em situação adversa, seja para a segurança do 
espécime	ou	para	àqueles	no	entorno.
Poda de
adequação
É	empregada	para	solucionar	ou	amenizar	conflitos	entre	equipamentos	
urbanos, como rede aérea no interior da copa de árvores ou quando 
ocorre a obstrução de sinalização de trânsito devido ao crescimento da 
arborização	existente	e	consolidada.
Poda de correção
É empregada quando se torna necessário a remoção de ramos em 
desarmonia ou que estejam comprometendo a estabilidade do exemplar 
vegetal, é normalmente aplicada a árvores ou arbustos que estejam 
desequilibrados	ou	crescendo	de	forma	desigual	para	algum	de	seus	lados.
Poda de
emergência
Consiste na remoção de partes da árvore que apresentam risco iminente 
de queda, podendo comprometer a integridade física das pessoas, ou do 
patrimônio	público	ou	particular.	Por	exemplo,	de	ramos	que	se	quebram	
durante	a	ocorrência	de	chuva,	tempestades	ou	ventos	fortes.
Poda drástica
Trata-se de um tipo de poda de grande impacto visual para a população 
e principalmente sobre a saúde do vegetal, pois consistena retirada de 
grande	volume	de	folhagem	e	galhada.	Normalmente	é	caracterizado	
pela supressão de mais de 30% da copa da árvore, sendo de difícil 
recuperação para o vegetal, geralmente sendo seguido pelo processo 
de	“envassouramento”	em	árvores,	processo	onde	há	o	crescimento	
de grande quantidade de brotações laterais frágeis após a realização 
da	poda.	Este	tipo	de	poda	é	fortemente	desaconselhado,	e	utilizado	
somente	quando	esgotada	as	alternativas.
Poda de raiz
A poda de raiz consiste-se na retirada de partes da raiz de um vegetal 
que por conta de seu desenvolvimento esteja afetando, devido ao 
afloramento	ou	não,	a	estrutura	de	casas,	ou	de	outras	obras	superficiais	
ou	subterrâneas.	É	de	extrema	importância	frisar	que	este	tipo	de	
poda é utilizado com grande cautela e critério técnico, e seu uso é 
desaconselhado na maior parte dos casos, pois a utilização incorreta da 
técnica pode desestabilizar o vegetal em questão e vir a acarretar sua 
queda, desta forma, o procedimento somente deve ser realizado com 
acompanhamento de técnico responsável, principalmente quando nos 
referimos	a	árvores	de	espécies	de	médio	e	grande	porte.
Fonte: Adaptado de SSMA (2019)
168
Neste tópico, você aprendeu:
• O planejamento é uma etapa fundamental para o sucesso da implantação de áreas 
verdes	e	da	arborização	urbana.
• Vimos que a implantação precisa ser orientada pelo planejamento para evitar perdas 
durante	o	processo.
• O manejo deve ser iniciado a partir da implantação para garantir a longevidade das 
plantas.
• A poda é uma técnica que, quando bem utilizada, melhora as condições da planta e 
do	ambiente	ao	redor.
RESUMO DO TÓPICO 1
169
1	 A	fase	de	planejamento	é	muito	importante	para	garantir	o	sucesso	do	projeto.	Por	isso,	
alguns	aspectos	devem	ser	observados	para	evitar	perdas	e	gastos	desnecessários.	
Com relação a estes aspectos, assinale a alternativa CORRETA: 
a)	 (			)	 As	condições	ambientais	não	têm	importância	na	fase	de	planejamento.
b) ( ) A escolha da espécie deve ser feita com muita atenção para evitar problemas 
posteriores.
c)	 (			)	 A	largura	da	calçada	não	influencia	a	escolha	da	espécie.
d)	 (			)	 A	fiação	aérea	não	é	comprometida,	independentemente	do	porte	da	planta.
e)	 (			)	 É	recomendada	a	escolha	de	uma	única	espécie	em	todo	o	território	urbano.
2 Entre as atividades necessárias para a implantação da arborização está a análise de 
solo,	que	fornece	informações	tanto	sobre	os	nutrientes	disponíveis	quanto	à	acidez	
e	à	textura	do	solo.	Sobre	essas	atividades,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 A	calagem	é	recomendada	para	corrigir	o	pH.
b)	 (			)	 Para	corrigir	a	estrutura	do	solo	recomenda-se	o	uso	da	calagem.
c)	 (			)	 A	análise	de	solo	é	realizada	apenas	em	áreas	pequenas	como	as	residenciais.
d)	 (			)	 Imediatamente	após	o	plantio	das	mudas	é	feita	a	adubação	de	cobertura.
e) ( ) A adubação de plantio deve ser aplicada na área total do terreno para qualquer 
tipo	vegetal.
3	 O	manejo	 corresponde	 à	 fase	 de	manutenção	 e	 deve	 se	 estender	 pelo	 tempo	de	
vida da planta, com ações mais ou menos intensas de acordo com as necessidades 
apresentadas	em	cada	situação.	Sobre	o	manejo,	assinale	alternativa	CORRETA:
a)	 (			)	 O	manejo	não	engloba	a	adubação,	que	deve	ser	realizada	apenas	na	implantação.
b) ( ) Não há necessidade de irrigação após dois meses da implantação, porque a 
planta	já	está	estabelecida.
c)	 (			)	 Os	problemas	com	fitossanidade	em	árvores	urbanas	são	decorrentes	apenas	da	
poluição.
d)	 (			)	 A	poda	é	uma	técnica	que	consiste	na	remoção	de	ramos.
e)	 (			)	 A	poda	não	causa	estresse	à	planta.
4 O processo de implantação é uma fase na qual se deve ter todos os cuidados para 
que	a	planta	se	adapte	da	melhor	forma	possível	ao	novo	ambiente.	Com	base	nisso,	
descreva	as	etapas	do	transplantio	da	muda.
5 A poda consiste na retirada de ramos da planta, no entanto existem alguns tipos que 
são	executados	para	se	alcançar	um	determinado	objetivo,	que	pode	estar	relacionado	à	
estética	ou	à	sanidade	da	planta.	De	acordo	com	o	que	foi	visto,	fale	sobre	os	tipos	de	poda.
AUTOATIVIDADE
170
171
ARBORIZAÇÃO URBANA
UNIDADE 3 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
A arborização é uma atividade realizada com a inserção de árvores, seja de forma 
individual ou em grupo, no meio urbano, para qual é feito o planejamento tanto para o 
plantio,	quanto,	posteriormente,	para	a	manutenção	dessas	árvores.
O	conjunto	de	árvores	presentes	por	toda	a	área	urbana	recebe	o	nome	de	floresta	
urbana	por	fazer	parte	desse	ecossistema.	
Essa	vegetação,	composta	em	grande	parte	por	árvores,	exerce	influência	direta	
sobre o ambiente transformado das áreas urbanas, principalmente pela presença de áreas 
verdes, como é o caso de parques e jardins, que possuem funções que interferem no dia 
a dia da vida urbana, por promoverem locais para interações sociais, pelas expressões 
culturais	e	por	contribuírem	de	forma	positiva	para	a	melhoria	estética	das	cidades.	Além	
disso,	atuam	na	preservação	de	espécies	da	flora	e	da	fauna.
2 IMPORTÂNCIA
As árvores são elementos importantes da paisagem urbana por sua capacidade 
de tornar esse espaço mais agradável para as pessoas que transitam e convivem 
diariamente	nesses	 locais	 tomados	pelo	 cinza.	Na	 tabela	 a	 seguir,	 são	 apresentadas	 as	
principais contribuições observadas pela arborização das áreas urbanas:
TABELA 6 – IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO PARA O AMBIENTE URBANO
Contribuição da arborização Razão
Estabilidade do solo
As raízes das árvores reduzem os riscos de 
deslizamentos, principalmente em áreas de encosta, 
porque a quantidade e a forma como as raízes se 
espalham	no	solo,	propiciam	a	maior	fixação	da	terra.
Conforto térmico
A presença de árvores promove equilíbrio do microclima 
presente no ambiente urbano, uma vez que melhora a 
sensação térmica pela absorção dos raios ultravioletas, 
o que contribui para a redução da temperatura e da 
evapotranspiração.
172
Proporcionar sombra
Em áreas arborizadas, a presença de sombra contribui 
tanto com a manutenção de áreas pavimentadas, que 
sofrem	menos	com	os	fenômenos	de	contração	e	
dilatação, diminuindo seu desgaste, quanto com a saúde 
das	pessoas,	que	ficam	menos	expostas	a	ação	direta	
dos raios de sol sobre o corpo, que, quando em excesso, 
podem	causar	doenças	de	pele	e	de	visão.
Reduzir a poluição do ar
As árvores, de acordo com as características de cada 
espécie, possuem a capacidade de reter em suas folhas 
os	particulados	em	suspensão	no	ar.	De	forma	que	
quanto mais pilosa, cerosa ou espinhosa, maior será a 
absorção de gases e folículos poluentes nas superfícies, 
que,	posteriormente,	serão	lavadas	pelas	águas	da	chuva.
Sequestrar e armazenar carbono
As	árvores	capturam	o	gás	carbônico	do	ar	durante	o	
processo da fotossíntese e o utilizam para a formação de 
moléculas orgânicas que serão degradadas na própria 
respiração	da	planta	ou	ficarão	armazenadas	nos	tecidos	
vegetais.
Infiltração	da	água	no	solo
As raízes reduzem a compactação do solo, o que melhora 
consideravelmente	a	infiltração,	dessa	forma,	reduz	o	
escoamento	superficial	das	águas	das	chuvas,	o	que	
evita	a	erosão	do	solo.
Proteção contra o vento e seu 
direcionamento
Funcionam	como	uma	barreira	natural	que,	quando	
arranjada	adequadamente,	protege	as	edificações	contra	
a ação dos ventos ou direcionar sua passagem por um 
determinado	local.
Proteção dos corpos d’água e do 
solo
Existem	espécies	que	filtram	as	impurezas	das	águas,	
aprisionando sedimentos entre suas raízes e troncos, 
e com isso, também impedem a condução direta de 
poluentes	ao	lençol	freático.
Conservação	genética	da	flora	
nativa
O uso de árvores nativas para a arborização, contribui 
com a proliferação das espécies nativas, o que reduz o 
risco	de	extinção	da	espécie.
Abrigo	à	fauna	silvestre
A presença de árvores contribui para o equilíbrio 
das cadeias alimentares, uma vez que permite o 
desenvolvimento de predadores de pragas e agentesvetores	de	doenças.
173
Corredor ecológico
As	árvores	abrigam	uma	infinidade	de	seres	vivos,	como	
insetos,	líquens,	pássaros	e	mamíferos.	Suas	flores	
e frutos servem de atrativo para uma diversidade de 
insetos e aves que enriquecem o ecossistema urbano 
e aumentam sua biodiversidade, o que representa um 
ganho	ambiental	significativo.
Barreira contra ruídos e
alta luminosidade
As estruturas vegetais possuem a capacidade de 
absorver ondas sonoras, de forma que há uma redução da 
poluição	sonora	em	grandes	centros.	Também,	atenuam	o	
incômodo	que	pode	haver	em	decorrência	das	superfícies	
altamente	reflexivas	de	determinadas	edificações.
Bem-estar físico e mental
O aumento da umidade relativa do ar, a redução da 
poluição, em suas diferentes formas, e da temperatura, 
a funcionalidade atribuída aos locais arborizados 
contribuem	para	o	bem-estar	físico	da	população.	De	
outra forma, as texturas, cores e formas diferentes 
propiciam a quebra da monotonia da paisagem 
arquitetônica	na	urbe	pela	promoção	da	beleza	cênica	e	
melhoria estética, que contribuem para um aumento da 
qualidade	de	vida	da	população	e	do	bem-estar	mental.
Interceptar a água da chuva
A água da chuva é fracionada pelas copas das árvores, e 
isso diminui a energia do impacto direto da gota no solo, 
além	disso,	parte	da	água	fica	retida	nas	estruturas	aéreas	
e escorre pelo caule para chegar ao solo, de forma que em 
áreas	arborizadas	o	problema	de	erosão	é	minimizado.
Fonte: Adaptado de Cemig (2011) e Prefeitura Municipal de São Paulo (2015)
Podemos dizer que as árvores são parte de uma estratégia que busca amenizar 
aspectos ambientais adversos pela regulação do ecossistema, mas também 
proporcionam	benefícios	estéticos	e	funcionais	às	pessoas.
3 CONFORTO AMBIENTAL
Conforto térmico é a condição mental que o indivíduo expressa, mostrando-se 
satisfeito	com	a	temperatura	ambiente	do	 local	onde	está	 inserido.	De	forma	que	as	
perdas e ganhos de calor corporal são equivalentes quando a temperatura do local em 
que	a	pessoa	se	encontra	é	mantida	constante.
Podemos	 verificar	 o	 balanço	 dessas	 perdas	 e	 ganhos	 por	 aspectos	 que	 são	
facilmente	 observáveis.	 Quando	 temos	 o	 excesso	 de	 calor,	 que	 representa	 um	 saldo	
positivo	de	energia	incidente,	o	corpo	produz	o	suor	para	eliminar	o	calor	latente.	Por	outro	
lado,	quando	ocorre	o	frio,	significa	que	há	um	saldo	negativo	de	calor,	de	modo	que,	no	
corpo,	isso	é	percebido	pelos	tremores	e	tensionamento	dos	músculos.
174
A forma como a sensação de conforto térmico é percebida, varia entre os indivíduos 
e	depende	das	condições	ambientais	do	local.	No	entanto,	para	termos	uma	ideia	de	como	
ocorre a percepção da temperatura pelos indivíduos, podemos elencar três fatores que 
atuam	na	construção	dessa	percepção,	os	quais	são	divididos	em	físicos,	 referentes	à	
troca	de	calor	com	o	meio,	fisiológicos,	se	referem	à	forma	como	cada	organismo	reage	às	
alterações	do	meio,	e	psicológicos,	que	estão	ligados	a	uma	preferência	individual.
Os processos pelos quais ocorrem a troca de calor entre os indivíduos e o ambiente 
ao	 redor	 são	 a	 condução,	 convecção,	 radiação	 e	 evaporação.	 Esses	 processos	 de	 trocas	
de calor fazem com que o organismo experimente ganhos e perdas de energia com o 
ambiente	sob	a	influência	de	variáveis	(temperatura,	umidade	do	ar	e	radiação),	que	ao	
serem	modificadas	proporcionam	a	cada	indivíduo	a	sensação	de	conforto	térmico	mais	ou	
menos	agradável.
A sensação térmica, que cada indivíduo experimenta, é função da interação entre 
os fatores ambientais e as variáveis individuais metabólicas, de modo que, o resultado 
dessa	interação,	é	chegar	ao	equilíbrio	e	promover	o	conforto	térmico.
Quando	nosso	corpo	experimenta	o	desconforto	térmico,	significa	que	há	um	
intenso trabalho corporal interno, realizado pelo metabolismo, que está sendo exigido 
para que a temperatura interna se mantenha equilibrada pelo hipotálamo, desde que as 
trocas térmicas ocorram de forma proporcional ao trabalho, dando o tempo necessário 
para	que	o	corpo	se	adeque	às	variações.
Basicamente, existem cinco estágios térmicos corporais: a 
eutermia, a hiper e hipotermia, a febre e anapirexia. Sendo 
a eutermia o estado de equilíbrio em que o corpo mantém 
a temperatura interna típica da espécie, apenas com o 
metabolismo basal. A hipertemia e hipotermia ocorrem 
quando há ganho e perda de energia, respectivamente, de 
forma abrupta, e os mecanismos termorreguladores não 
são capazes de atingir a eutermia. Os outros dois estágios 
(febre e anapirexia) são mudanças reguladas da temperatura 
corporal, ou seja, na febre mecanismos de ganho de energia 
são ativados causando o acréscimo da temperatura corporal, 
de forma inversa ocorre com a anapirexia.
Fonte: http://twixar.me/PLMm. Acesso em: 26 set. 2022.
INTERESSANTE
175
Os	fatores	ambientais	que	influenciam	no	conforto	térmico	são	a	temperatura	do	
ar,	medida	pelo	termômetro	de	bulbo	seco	(TBS),	tem	por	base	o	ar	circundante	ao	corpo	
humano, a temperatura radiante média (TRM), que pressupõe a temperatura uniforme 
em uma superfície imaginária como sendo igual a uma troca de calor de um corpo 
humano em condições reais e não uniforme, a umidade relativa do ar, que corresponde 
a quantidade de água presente no ar e a velocidade do ar, que atua na retirada do ar 
quente	e	da	água	presentes	na	superfície	de	um	corpo	humano.
Segundo Silva,	 Gonzalez	 e	 silva	 Filho	 (2011,	 p.	 37):	 “Esses	 fatores	 estão	
relacionados	 às	 trocas	 por	 convecção	 (TBS	 e	 velocidade	 do	 ar),	 por	 radiação	 (TRM)	 e,	
principalmente,	 à	 perda	 de	 calor	 latente	 por	 evaporação,	 que	 depende	 da	 umidade	
relativa	e	da	velocidade	do	ar”.
Com relação aos fatores, que afetam o conforto térmico de forma pessoal em 
cada indivíduo, estão o nível de atividade física que, quanto mais intensa, maior será a taxa 
metabólica e o calor gerado, e o tipo de vestimenta, que pode promover maior isolamento 
térmico	devido	à	resistência	que	apresenta	às	trocas	de	calor	por	convecção	e	radiação.
Com	 relação	 à	 área	 urbana,	 é	 importante	 observar	 questões	 envolvendo	 a	
circulação dos ventos e da quantidade de radiação solar que incide diretamente sobre 
as pessoas e, também, sobre os materiais utilizados para a construção, esses fatores 
irão	 definir	 o	 nível	 de	 conforto	 nessas	 áreas.	As	 árvores	 têm	um	papel	 importante	 na	
promoção do conforto térmico, pois, são capazes de interceptar os raios solares que 
atravessam	a	atmosfera	e	promovem	o	sombreamento	de	maneira	eficaz.
Além disso, o vento ao penetrar em uma área arborizada, entra em contato com 
a superfície das folhas e, por possuir a capacidade de transportar ou retirar calor nas 
trocas por convecção, dependendo de como esteja a superfície (resfriada ou aquecida), é 
refrigerado,	proporcionando	maior	sensação	de	conforto	térmico.
Através	da	abertura	e	fechamento	dos	estômatos,	as	árvores	atuam	na	regulação	
do conforto térmico dentro do ambiente urbano, a forma como isso ocorre está condicio-
nada	a	resposta	fisiológica	das	árvores	em	relação	às	condições	ambientais,	de	forma	
que,	caso	haja	disponibilidade	de	água	e	calor,	os	estômatos	são	abertos	e	partículas	de	
água	são	liberadas	para	o	meio	em	função	da	evapotranspiração.	O	contrário,	quando	
há	uma	situação	adversa,	os	estômatos	se	fecham,	de	modo	a	preservar	a	água	em	seu	
sistema.	Essas	trocas	gasosas	reduzem	a	amplitude	térmica	e	melhoram	a	sensação	
térmica	em	relação	ao	ambiente	urbano.
O	desconforto	que	ocorre	nas	áreas	urbanas	se	deve	às	alterações	do	ambiente	
natural, em função do uso e da construção de materiais e estruturas que auxiliam 
na criação de condições para o desbalanço energético e, com isso, aumentam a 
temperatura,	proporcionando	áreas	onde	atua	um	microclima	quente	e	seco.
176
O	resultado	é	a	ocorrência	de	bolsões,	mais	conhecidos	como	“ilhas	de	calor”,	que	
são decorrentes das alterações promovidas no clima devido a uma série de mudanças 
observadasnas áreas urbanas como a cobertura da superfície natural com materiais que 
alteram a emissão de calor, aumento das taxas de evaporação por superfícies que não 
possuem a capacidade de reter umidade, além de impermeabilizarem o solo, impedindo a 
infiltração	da	água	da	chuva.
Outra questão, são as atividades como indústria e trânsito que, jogam no ar 
diversas partículas de poluentes com a capacidade de se concentrarem em determinadas 
áreas,	fato	esse	devido	à	modificação	no	padrão	de	circulação	dos	ventos.
Além disso, com a supressão da vegetação nessas áreas, a radiação que incide 
diretamente	nas	construções,	é	refletida	para	o	meio,	ao	redor,	na	forma	de	calor,	que,	
por	sua	vez,	não	pode	ser	dissipado	devido	ao	microclima	formado.	A	junção	dessas	ações	
faz com que cidades onde a arborização é inexistente ou muito reduzida lembrem 
estufas,	provocando	maior	desconforto	à	medida	que	o	problema	piora.
Para que se possa avaliar o conforto térmico de áreas externas, existem 
metodologias que consideram os aspectos do ambiente e, também, individuais, com o 
objetivo	de	se	ter	uma	visão	ampla	sobre	como	proporcionar	ambientes	mais	agradáveis.
Para tanto, essas metodologias consideram as variáveis termodinâmicas, que 
podem ser medidas e estão ligadas diretamente ao calor no ambiente como a temperatura 
e a umidade relativa do ar, mas também consideram variáveis mais subjetivas como 
a percepção da sensação térmica por cada usuário e, também, comportamentos 
associados	à	utilização	dos	locais	como	o	horário	em	que	realiza	certas	atividades	e	em	
qual	área	as	pratica.
Com relação ao modo como cada indivíduo se sente mais confortável quanto 
à	 sensação	 térmica,	 algumas	 metodologias	 consideram	 a	 sazonalidade	 percebida	 no	
ambiente ao longo das diferentes épocas do ano, além das diferenças entre as diversas 
regiões, que fazem com que as pessoas de diferentes climas possuam diferentes 
adaptações	e	percepções	quanto	ao	conforto	térmico.
De forma a se elucidar a sensação térmica, foram criados índices a partir das 
metodologias que visam medir o nível de conforto térmico, com base em aferições diretas 
ou	no	comportamento	fisiológico	do	corpo	humano	em	condições	de	estresse	devido	às	
condições	térmicas	do	ambiente.
Esses índices auxiliam na tomada de decisão quanto ao planejamento dos espaços 
abertos	nas	cidades,	o	que	contribui	para	melhorar	a	qualidade	de	vida	dos	cidadãos.	
Esses índices de conforto térmico consideram em seu cálculo a umidade relativa do ar, a 
temperatura	e	a	radiação.	Para	citar	dois	deles	que	servem	de	base	para	outros,	temos:
177
• Universal Thermal Climate Index – UTCI
Esse índice foi desenvolvido pela Comissão 6 da Sociedade Internacional de 
Biometeorologia (ISB na sigla em inglês) e considera variáveis como temperatura do ar, 
temperatura média radiante, pressão de vapor d’água, umidade relativa e velocidade do 
vento	a	10m	de	altura.
Ele permite avaliar as condições térmicas do ambiente externo por meio das 
respostas	fisiológicas	do	corpo,	o	que	faz	dele	um	índice	fisiologicamente	calibrado,	que	
pode ser aplicado independentemente do clima da região e das características individuais 
da	pessoa	(ISB	2001).
• Predicted Mean Vote – PMV – Predicted Percentage of Dissatisfied – PPD ou Modelo 
do	balanço	térmico.
O conforto estimado pelo índice PMV é avaliado com base nas respostas de 
um grupo amostral de pessoas em relação ao ambiente térmico em que se encontram, 
utilizando, para isso, uma escala que vai de +3 (muito quente) a -3 (muito frio), e no caso do 
PPD	é	obtido	o	número	de	pessoas	que	se	apresentam	insatisfeitas.
O	cálculo	desses	índices	utiliza	uma	equação	desenvolvida	por	Fanger	(1967)	
Para entender mais sobre conforto térmico leia o artigo intitulado 
“Influência dos elementos meteorológicos no conforto térmico humano: 
bases biofísicas”. Acesse em: http://twixar.me/6LMm.
DICA
178
Metabolismo é o conjunto das reações químicas que ocorrem 
num organismo vivo com o fim de promover a satisfação 
de necessidades estruturais e energéticas. http://twixar.
me/2LMm. Acesso em: 26 set. 2022.
A capacidade de regular a temperatura corporal, característica 
especial dos animais homeotérmicos, é exercida pelo 
hipotálamo. Este é informado da temperatura corporal, não 
só por termorreceptores periféricos, mas principalmente 
por neurônios que funcionam como termorreceptores. 
A termorregulação está associada à homeostase da 
temperatura corporal do organismo, e o controle da 
temperatura é exercido através de mecanismos do SNA 
Simpático. 
Fonte: http://twixar.me/CLMm. Acesso em: 21 set. 2022.
INTERESSANTE
4 CLASSIFICAÇÃO DA VEGETAÇÃO URBANA
Os conjuntos arbóreos que encontramos em diversas áreas da paisagem urbana 
são chamados de vegetação urbana e, sua presença, tem grande relevância para o bem-
estar	físico	e	mental	das	pessoas	que	vivem	nesses	locais.
Dessa	 forma,	 a	 classificação	 tem	 como	 objetivo	 avaliar	 os	 indivíduos	 arbóreos	
urbanos presentes nas diferentes áreas, de modo a produzir um levantamento que 
apresente informações úteis que serão utilizadas para que o manejo seja realizado de 
forma	eficiente	para	a	melhor	preservação	tanto	das	plantas	como	das	construções	no	
entorno.
Como descrito anteriormente, os conjuntos arbóreos são encontrados em 
diferentes áreas, o que implica em diferentes formas de planejamento e manejo, de 
modo	que	podemos	classificar	esses	conjuntos	em	quatro	tipos:
• Áreas verdes
As áreas verdes incluem praças, parques e jardins, nos quais há presença 
abundante de árvores de vários portes e que, além de exercerem funções estéticas e 
ecológicas,	funcionam	como	áreas	de	convívio	social.
179
• Arborização viária
Segundo Lima et al.,	 (1994,	 p.	 548):	 “Os	 canteiros	 centrais	 e	 trevos	 de	 vias	
públicas, que tem apenas funções estética e ecológica, devem, também, conceituar-se 
como	Área	Verde.	Entretanto,	as	árvores	que	acompanham	o	leito	das	vias	públicas,	não	
devem	ser	consideradas	como	tal”.
A diferença se deve ao fato de que os leitos de vias públicas, normalmente, 
possuem calçadas, de forma que o terreno ao redor das plantas se torna impermeabilizado, 
e isso interfere no desenvolvimento desses indivíduos quando comparados a outros 
indivíduos da mesma espécie, que estão em áreas onde podem desenvolver todo o seu 
potencial.
• Florestas urbanas
Podemos	 dizer	 que	 as	 florestas	 urbanas	 correspondem	 a	 um	 ecossistema	
complexo que circunda os diversos ambientes urbanos, ambientes estes que são 
representados pelas comunidades presentes em áreas rurais, assim como as áreas de 
maior concentração de pessoas no caso de grandes cidades que formam as regiões 
metropolitanas, portanto originam da interação entre o ser humano e os processos 
que	ocorrem	na	natureza.	Desse	modo,	 abrigam	áreas	que	 resguardam	a	vegetação	
nativa e que possuem características (diversidade de espécies, abrigo e alimento para 
animais, proteção do solo e da água) que auxiliam na manutenção de certo equilíbrio 
que	influencia	diretamente	o	ambiente	urbano,	melhorando	o	conforto	térmico.
• Cobertura vegetal
A	cobertura	vegetal	corresponde	às	áreas	onde	há	presença	de	vegetação,	no	
caso da área urbana, qualquer massa verde em qualquer local do perímetro urbano que 
seja observada, fotografada e mapeada sob a perspectiva de instrumentos que tomem 
uma	visão	aérea	do	local,	como	aviões,	drones	ou	satélites.
180
Segundo Paiva e Gonçalves (2002 apud LINDENMAIER, 
2013), árvores isoladas ou em pequenos grupos estão 
presentes em quase todo tecido urbano, incluindo áreas 
predominantemente edificadas. Essas árvores são cultivadas 
e mantidas como indivíduos, sendo planejadas para 
ocuparem o espaço na sua forma dendrológica plena, e a 
sua arquitetura individual é quase sempre trabalhada para 
o planejamento. Para os autores, a ação de plantar e cultivar 
árvores em meio urbano, contempla a noção de indivíduo. 
A plasticidade, a forma e a função, ou seja, o tipo biológico 
de cada árvore influenciana ocupação do espaço urbano. 
Quando se deseja arborizar um espaço qualquer, quase 
sempre se pensa ao nível de espécies, que em última análise 
resumem-se a indivíduos.
Fonte: http://twixar.me/HLMm. Acesso em: 21 set. 2022.
INTERESSANTE
4.1 FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO DAS
ÁRVORES INSERIDAS NO MEIO URBANO
Quando comparamos o desenvolvimento de uma árvore em ambiente 
natural	 e	 em	 ambiente	 urbano,	 vemos	 que	 diversos	 fatores	 influenciam	 seu	 pleno	
desenvolvimento,	 o	 que	 pode	 causar	 modificações	 em	 sua	 estrutura.	 É	 certo	 que	
existem diversas espécies que se adaptaram ao ambiente urbano, e outras que podem 
se adaptar, no entanto, certos fatores podem ser mais ou menos prejudiciais, tais como:
• Compactação do solo – o solo urbano, em geral, encontra-se pavimentado ou asfaltado, 
além disso, a fundação dos prédios e o seu entorno também recebem operações 
de terraplanagem que promovem a compactação dos agregados que formam o 
solo.	Devido	a	 isso,	as	plantas	têm	seu	desenvolvimento	prejudicado,	em	função	do	
crescimento	das	raízes	que	pode	ser	limitado.
• Restos de construção e entulhos no subsolo – as construções em áreas urbanas geram 
muitos resíduos que, diversas vezes, são dispostos de forma totalmente equivocada, 
causando danos ambientais em locais que poderiam ser melhor aproveitados para a 
criação	de	áreas	verdes.
•	 Pavimentação	–	na	via,	as	áreas	que	correspondem	ao	leito	carroçável	e	às	calçadas	são	
pavimentadas para a melhor circulação de carros e pessoas, no entanto, isso impede que 
a	água	das	chuvas	e	o	ar	penetrem	no	solo	e	possam	ser	absorvidos	pelas	raízes.
• Poluição do ar – o ar na área urbana é composto por partículas em suspensão, que 
tem sua origem nas indústrias, principalmente aquelas que utilizam madeira para o 
aquecimento de caldeiras, e nos veículos automotores, que liberam a fumaça pelos 
escapamentos.	Essas	partículas	encontram	as	folhas	e	se	aderem	a	elas	na	forma	de	
poeira e gotículas de óleo, de forma que recobrem a superfície das folhas obstruindo 
os	estômatos,	resultando	em	dificuldade	na	respiração	e	fotossíntese.
181
De acordo com Sousa et al.	(2020,	p.	3):
Os problemas decorrentes da falta de planejamento na arborização 
urbana podem ser representados por danos causados aos passeios 
públicos,	prejuízos	à	mobilidade	urbana,	conflitos	com	as	 redes	de	
eletrificação,	obstrução	da	iluminação	pública	e	danos	causados	às	
redes	de	água,	esgoto	sanitário	e	edificações.	Também	a	utilização	de	
espécies	exóticas	pode	prejudicar	a	biodiversidade	local.
5 SELEÇÃO DE ESPÉCIES PARA ARBORIZAÇÃO URBANA
A escolha das espécies que serão utilizadas para compor os espaços que se 
destinam	à	arborização	 requer,	principalmente,	 conhecimento.	Esses	conhecimentos	 se	
referem aos aspectos botânicos como porte, tipo de caule, formação da copa, tempo de 
desenvolvimento,	período	de	floração,	tipos	de	frutos,	tipos	de	raízes,	além	de	aspectos	
fitossanitários,	como	resistência	ao	ataque	de	pragas	e	de	doenças,	e	tolerância	aos	
níveis	de	poluição.
Outros	 aspectos	 importantes	 se	 referem	 às	 exigências	 fisiológicas	 da	 planta	
e	 características	 de	 adaptação	 como	 a	 relação	 com	 o	 clima.	 É	 importante	 verificar	
se a planta apresenta tolerância a baixas ou altas temperaturas, de acordo com a 
localização da cidade; em qual o tipo de solo ocorre melhor desenvolvimento vegetal; o 
nível de fertilidade, tipo de textura, nível de compactação e a capacidade do solo de 
manter	a	umidade.	Dessa	forma,	é	possível	observar	os	fatores	que	podem	 influenciar	
negativamente	o	crescimento	de	uma	planta.
No que versamos sobre árvores que serão colocadas em áreas públicas, 
especificamente,	 é	 preciso	 estar	 atento	 se,	 na	 espécie	 escolhida,	 há	 presença	 de	
componentes químicos que possam ser tóxicos para seres humanos e animais (alcaloides, 
glicosídeos,	oxalato	de	cálcio,	resinas	etc.)	e	se	a	espécie	é	alelopática.
No que tange a questões mais paisagísticas, na escolha de espécies também 
devem ser observados os elementos de comunicação que irão compor, junto aos elementos 
arquitetônicos,	a	paisagem.	Para	isso,	devem	ser	observados:	linha,	forma,	textura	e	cor.	
E	questões	que	se	referem	às	exigências	quanto	ao	manejo,	como	necessidade	de	rega,	
quantidade de podas, se as plantas forem colocadas em áreas que possuem calçamento é 
preciso saber se a espécie é caducifólia, uma vez que a queda das folhas em certas áreas 
pode	se	tornar	um	resíduo	problemático.
182
A alelopatia é um tipo de interação bioquímica entre vegetais, considerada uma forma de 
adaptação química defensiva das plantas, além de ser um fator de estresse ambiental 
para muitas espécies. Os aleloquímicos, substâncias químicas vegetais 
que atuam nessa interação, podem ter origem no metabolismo 
primário, mas em sua maioria são provenientes do metabolismo 
secundário, destacando-se as saponinas, os taninos e os flavonoides, 
que apresentam solubilidade em água. 
Fonte: http://twixar.me/kLMm. Acesso em: 22 set. 2022.
INTERESSANTE
Na tabela a seguir estão resumidos alguns pontos importantes a serem 
observados	na	escolha	de	espécies.
TABELA 7 – ESCOLHA DE ESPÉCIES
Critério Razão
Origem da espécie botânica
É interessante que mudas de espécies nativas 
sejam preferidas devido a sua adaptação, e dese-
jável que haja diversidade das espécies selecio-
nadas.
Rusticidade
É preciso considerar a escolha de espécies adap-
tadas	às	condições	edafoclimáticas	do	local,	e,	
principalmente,	adaptadas	às	condições	adversas	
da	área	urbana.	Além	disso,	as	plantas	devem	
resistência em relação a pragas e doenças porque 
existem muitas restrições ao uso de agroquímicos 
na	área	urbana.
Dimensões da planta e formato da copa
O local que receberá a árvore deverá ser um 
espaço amplo e compatível com o formato e a 
dimensão	da	copa.
Desenvolvimento
Espécies pioneiras são vigorosas, de rápido cres-
cimento,	ciclo	de	vida	curto,	frágeis	à	ação	dos	
ventos.	As	espécies	mais	resistentes	são	lenhosas	
e	estáveis,	de	desenvolvimento	lento.
Sistema radicular
Devido	à	presença	de	calçadas	nem	sempre	é	
possível destinar um espaço que seja grande o 
suficiente	para	as	espécies	com	raízes	superfi-
ciais,	o	que	pode	resultar	em	danos	às	calçadas	
com o crescimento das raízes, sendo preferível a 
escolha	por	espécies	com	raízes	pivotantes.
183
Interesses	ornamentais	em	flores	e	frutos
É preciso ter cuidado com o tamanho e a perma-
nência	das	flores	na	planta,	uma	vez	que	flores	
grandes caídas podem representar um risco 
de	queda	aos	transeuntes.	Também	é	preciso	
considerar o perfume exalado, que pode se tornar 
enjoativo	para	quem	convive	com	a	planta.
Plantas produtoras de frutos pesados, volumosos 
e deiscentes (que se desprendem da planta) além 
da sujeira nas calçadas, podem representar um 
risco	para	os	transeuntes.	Frutíferas	comerciais	
também devem ser evitadas porque, para produ-
zir, necessitam de cuidados especiais e, também, 
podem	causar	transtornos	àqueles	que	convivem	
com	a	planta.
Folhas
Em espécies com folhagem decídua, a queda de 
folhas velhas normalmente ocorre entre o outono 
e o inverno, o que as torna preferíveis em áreas de 
clima ameno, que devem ser posicionadas con-
forme o sol, para que propiciem sombreamento 
no	verão	e	aquecimento	no	inverno.	Já	em	locais	
de clima quente a preferência é por plantas de 
folhagem	permanente.
Toxicidade e agressividade
Algumas espécies contêm em suas partes princí-
pios tóxicos, efeitos causadores de alergia e mes-
mo espinhos ou acúleos que podem, acidental-
mente, provocar ferimentos em pessoas e animais 
domésticos,	portanto	se	deve	evitar	o	cultivo.
Fonte: Adaptada de Santos (2019)
TABELA 8 – LISTA DE ESPÉCIES QUE PODEM SER UTILIZADAS PARA A ARBORIZAÇÃO DE CALÇADAS
Nome científico Nome popular Altura
Aspidosperma polyneuron Peroba-rosa 20-30m
Astronium fraxinifolium Aroeira-vermelha 8-12m
Caesalpinia peltophoroiddes Pata de vaca 7-10m
Cariniana estrelensis Jequitibá-branco

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