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DOR ABDOMINAL PAPM

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1 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
INTRODUÇÃO 
• 70% dos diagnósticos gastroenterológi-
cos são feitos com história clínica  
• 90% associa-se ao exame físico  
• NEM SEMPRE a etiologia da dor está 
no ABDOME 
DOR ABDOMINAL → ORIGEM 
DA DOR 
DOR ABDOMINAL 
• Parede abdominal 
• Órgãos intraperitoniais 
• Órgãos pélvicos 
• Órgãos retro-peritoneais 
 
EXTRA-ABDOMINAL 
• Órgãos intratorácicos (ex.: paciente 
IAM pode ter sinais de epigastralgia, si-
nais ativos, principalmente diabéticos) 
• Doenças sistêmicas (doenças renais com 
acúmulo de ureia) 
ABDOME AGUDO 
Quadro caracterizado pelo conjunto de sinais e 
sintomas de dor + sensibilidade abdominal, de 
instalação súbita ou de evolução progres-
siva, podendo ser de extrema gravidade e que 
requer conduta terapêutica imediata. 
É geralmente dor abdominal de média a forte 
intensidade que leva o paciente a procurar o 
hospital 
INCIDÊNCIA 
• 7 a 7,5 % - ATENDIMENTOS DE UR-
GÊNCIA 
• até 50% - INTERVENÇÃO MÉDICA 
e/ou CIRÚRGICA 
QUATRO PASSOS FUNDAMENTAIS 
PARA O DIAGNOSTICO E MANEJO DO 
PACIENTE COM ABDOME AGUDO: 
1. Avaliação da gravidade (choque?) 
2. Alívio sintomático 
3. ♀ Excluir gravidez e doença inflamatória 
pélvica 
4. Classificação 
CLASSIFICAÇÃO 
Quanto ao tratamento: 
CIRÚRGICO X NÃO CIRÚRGICO 
• no caso de tratamentos cirúrgicos, são 
patologias que o paciente necessita de 
alguma abordagem videolaparoscopica, 
laparotoexploradoras (ex.: câncer de có-
lon, obstrução intestinal, doença ulce-
rosa péptica perfurada, etc) 
• Quanto as causas não cirúrgicas, temos 
como exemplo um íleo metabólico, alte-
ração de um volvo, quadros inflamató-
rios clínicos, etc. 
QUANTO À ETIOLOGIA 
CLÍNCO: Existem 3 principais etiologias (por-
firia intermitente aguda, saturnismo e febre ti-
fóide) 
CIRÚRGICO: 
TRAUMÁTICO X NÃO TRAUMÁTICO 
• traumático pode ser um abdome traumá-
tico com perfuração, facada, etc 
• já em relação ano não traumático, divi-
dimos em 5 grupos: 
• Inflamatório 
• Obstrutivo 
• Perfurativo 
• Hemorrágico 
• Isquêmico ou Vascular 
Semiologia da dor abdominal 
 
2 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
 
DOR ABDOMINAL 
BASES FISIOLÓGICAS DA DOR: 
 
VIAS AFERENTES RESPONSÁVEIS 
PELA TRANSMISSÃO DA DOR ABDO-
MINAL 
1) do Sistema nervoso central : CÉREBRO 
+ MEDULA ESPINHAL ( CÉREBRO 
ESPINHAL )→ as fibras medulares 
transmitem a dor somática proveniente 
da parede do abdome – DOR PARIE-
TAL OU SOMÁTICA 
2) Do Sistema nervoso periférico : AUTÔ-
NOMO → o sistema simpático sensitivo 
ou aferente (divisão toracolombar) é o 
responsável pela condução dos impulsos 
sensitivos das vísceras e outras estrutu-
ras anatômicas da cavidade celômica – 
DOR VISCERAL VERDADEIRA  a 
dor se situa próximo à localização ana-
tômica do órgão 
3) 
• EXISTEM AINDA: DOR REFERIDA ( 
VISCEROCUTÂNEA) - obedece à dis-
tribuição metamérica → 
resultado da convergên-
cia neuronal das vias afe-
rentes cutâneas e profun-
das um mesmo seg-
mento. Definida como 
sensação dolorosa super-
ficial que se origina em 
estruturas distantes do lo-
cal da dor como a dor pe-
riumbilical na apendicite 
ou dor escapular na có-
lica biliar 
TIPOS DE DOR ABDOMINAL 
Depende das estruturas envolvidas 
 
3 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
• A DOR VISCERAL é originada nos 
órgãos dentro da cavidade abdominal 
(que se chamam vísceras). Os nervos 
das vísceras não respondem a cortes, la-
cerações ou inflamações. Mas respon-
dem a distensão gasosa ou contratura 
muscular abdominal. É geralmente 
vaga, inerte, causa náuseas, e é de difícil 
identificação. A dor abdominal superior 
resulta de distúrbios em órgãos como o 
estômago, duodeno, fígado e pâncreas. 
A dor abdominal em mesogástrio resulta 
de distúrbios de estruturas como o intes-
tino delgado, parte superior do cólon e o 
apêndice. A dor abdominal inferior re-
sulta de distúrbios da parte inferior do 
cólon e dos órgãos no trato genituriná-
rio. 
• A DOR SOMÁTICA surge do peritô-
nio. Ao contrário dos nervos nos órgãos 
viscerais, os nervos no peritônio respon-
dem a cortes e irritação (sangue, infec-
ção, produtos químicos ou inflamação). 
A dor somática é aguda e relativamente 
fácil de ser identificada. 
É altamente sensitiva, é aguda e relativamente 
fácil de ser identificada. O melhor exemplo é o 
abdome agudo perfurativo por exemplo de uma 
doença ulcerosa péptica, ainda tem HCl no pe-
ritônio, então é altamente irritativo, deixa o ab-
dome enrijecido. 
• A DOR REFERIDA é aquela dor per-
cebida longe de sua origem. Exemplos 
de dor referida são dor na virilha cau-
sada por cálculos renais e dor no ombro 
causada por presença de sangue ou in-
fecção provocando irritação do dia-
fragma. 
sempre tentar qualificar a dor, a intensidade, lo-
calização, etc. 
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 
FISIPATOLOGIA: 
PONDO DE OBSTRUÇÃO: Parada de elimi-
nação de gases e fezes 
• Para tentar vencer essa obstrução, o intestino 
“luta” contra essa obstrução com uma contra-
ção mais vigorosa >>peristalse aumentada (pe-
ristalse de luta = timbre metálico) 
• A cada nova contração intensa, o paciente irá 
referir dor (dor em cólica). 
• O intestino continua secretando líquidos para 
o lúmen + deglutição de ar pelo paciente (aero-
fagia) >> distensão abdominal. 
• Quanto mais distal a obstrução, mais evidente 
será a distensão 
• Com a distensão, a vascularização é prejudi-
cada>>paciente pode começar a apresentar is-
quemia, que pode, inclusive, evoluir com ne-
crose e perfuração. 
OBS: Em caso de suboclusão podemos ter o 
que é chamado de diarreia paradoxal 
 
CLASSIFICAÇÕES: 
Alta x Baixa : 
• Alta: Acima da válvula íleoce-
cal) 
• Baixa: Abaixo da vávula íleo-
cecal) 
 
Simples x Complicada 
• Simples: ponto obstrutivo sem sofrimento de 
alça, sem isquemia, sem peritonite. 
 
Mecânica x Funcional: 
• Mecânica (Barreira física: Tumor, brida, 
corpo estranho, volvo 
 
4 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
• Funcional Comprometimento da função mo-
tora: Alteração do potássio (íleo paralítico), 
Síndrome de Ogilve. 
• Obstrução em alça fechada (obstrução em 
dois pontos diferentes) 
Ex: Ca de cólon com vál-
vula íleocecal competente 
(faz com que o fluxo seja 
unidirecional) 
 
 
 
 
 
Ex: Volvo de Sigmoide 
(sinal do grão de café ou 
U invertido) IPC 
 
 
 
 
FATORES IMPORTÂNTES: 
- Anamnese: Idade, temporalidade dos sinto-
mas, qualificação da dor, fatores de melhora e 
piora. Fatores de risco pessoal e familiar. Ritmo 
intestinal prévio. Perda de peso, sinais de 
alarma. 
 
- Exame físico: 
• Inspeção: Distensão abdominal 
• Ausculta: Aumentado (Fase inicial) ; Débil ou 
ausente (fase tardia) 
• Percussão: Hipertimpanismo 
• Palpação: Massas, dor 
 
SINAIS ÚTEIS NAS SÍNDROMES ABDO-
MINAIS AGUDAS: 
SINAL DE GERSUNY : massa volumosa que 
se desprega e é mobilizada quando há pressão 
exercida sobre a mesma no abdome ( fecaloma 
) 
 
EXAME PROCTOLÓGICO ( TOQUE RE-
TAL ): detecta lesões da parede retal, neopla-
sias estenosantes, fecaloma, corpo estranho 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
→EXAMES LABORATORIAIS: 
• HEMOGRAMA – leucocitose com desvio à 
esquerda ou leucopenia 
• BIOQUÍMICA – Uréia, Creatinina, dosagem 
dos eletrólitos, Glicemia 
• AMILASE E LIPASE 
• PROVAS DE FUNÇÃO HEPÁTICA 
• PCR e VHS / HEMOCULTURAS 
• GASOMETRIA ARTERIAL + graves: Cho-
que séptico/hipovolêmico 
• EAS – glicosúria, piúria ou hematúria 
 
→EXAMES de IMAGEM : 
• RX SIMPLES DE ABDOME 
• Rotina abdome agudo: radiografia de abdome 
AP em ortostase e decúbito dorsal + radiografia 
do tórax em ortostase (3 incidências no total)-> 
incluindo tórax para estudo das cúpulas dia-
fragmáticas) 
→íleo paralítico ou metabólico ≠ obst. mecâ-
nica. 
→estima altura da obstrução 
 
OBS.: Porque se radiografa o tórax tambémquando tem abdome agudo¿ 
 R.: para ver se o paciente também tem pneu-
moperitoneo. 
 
5 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
A imagem de-
monstra alças do 
delgado distendi-
das, com empilha-
mento de moedas 
(lisas radiopacas 
na imagem) 
 
 
Alças com empi-
lhamento de mo-
eda no centro (del-
gado), a direita su-
periormente temos 
alças colônicas. 
 
 
O paciente tem 
empilhamento de 
moedas e nível hi-
droaéreo (ar em ní-
veis muito retos), o 
paciente está obs-
truído, provavel-
mente em alças de 
delgado, obstrução 
alta, central. 
 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA / 
RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉ-
TICA→Diagnóstico de massas inflam. abd., 
abcessos intracavitários ou em vísceras paren-
quimatosas. Pode orientar drenagens percutâ-
neas . Não é afetada pela presença de gases in-
testinais. Radiação presente. Muito utilizada no 
estudo das complicações da DDC e definir eti-
ologia e topografia da obstrução: 
As imagens demonstram abdome agudo 
obstrutivo que tem nível hidroaéreo 
 
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA 
• Pouco solicitada no Abdome agudo. 
• Indicação: suspeita de volvo gástrico (tb tera-
pêutica) 
COLONOSCOPIA 
• Volvo de sigmóide, possibilita a introdução 
de sonda lubrificada promovendo a distorção 
espontânea. 
• Nas obstruções neoplásicas do reto ( tb favo-
rece realização de biópsias). 
• Diagnóstico processos inflamatórios ou obs-
trutivos colônicos por neoplasias de localiza-
ção proximal 
 
→OUTROS MÉTODOS 
• contra-indicada nas grandes distensões gaso-
sas 
•pode-se chegar diagnóstico correto em 93% 
 
ABDOME AGUDO PERFURA-
TIVO 
Perfuração de víscera oca (de origem não trau-
mática- se for é abdome traumático) 
OBS.: paciente fica “quietinho” com muita dor 
em posição antálgica 
FATORES IMPORTÂNTES: 
- Posição antálgica 
- Anamnese: Idade, uso de medicamentos crô-
nicos ou usados no período atual (AINES), 
temporalidade dos sintomas, qualificação da 
dor, fatores de melhora e piora. 
Fatores de risco pessoal e familiar. Ritmo intes-
tinal prévio. Perda de peso, sinais de alarma. 
 - Exame físico: 
 
6 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
• Sinal de Jobert (hipertimpanismo em loja he-
pática) Fica timpânico onde era para estar ma-
ciço, pode ser pela presença de ar. 
• Palpação: Abdome extremamente doloroso 
com sinais de peritonite difusamente (abdome 
em tábua) 
CAUSAS: 
- Doença ulcerosa péptica perfurada (princi-
palmente úlcera gástrica) 
Obs: ulcera duodenal sangra mais do que per-
fura. 
- Complicação de diverticulite (perfuração) 
 
EXAMES DE IMAGEM 
ABDOME AGUDO PERFURATIVO 
Rotina de abdome agudo. a) Radiografia de tó-
rax em ortostatismo e b) radiografia de abdome 
em decúbto lateral. Pneumoperitoneo (setas), 
Deitado o ar vai para região mais 
superior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diverticulite aguda perfurada de sigmóide de-
terminando pneumoperitôneo. Na TC, é de-
monstrado o colo sigmóide (sg) distendido por 
meio de contraste iodado (branco). A parede do 
colo está espessada. Nota-se gás (seta branca) 
fora da luz intestinal de permeio à gordura que 
se encontra heterogênea. 
 
Pneumoperitôneo dos 
dois lados. 
 
 
 
 
Pneumoperitônio por 
úlcera duodenal perfu-
rada (parede anterior). 
As imagens mostram 
Raio-x de tórax com 
coleção gasosa infradi-
afragmática bilateral 
 
QUIZ DE ABDOME AGUDO 
1. Cite 3 etiologias de abdome agudo obstru-
tivo: 
R.: Neoplasia de do TGI (principalmente reto-
sigmóide), Bridas e aderências, volvo de sig-
móide (sinal do grão do café) 
 
2. Cite uma etiologia de abdome agudo perfu-
rativo: 
R.: ulcera péptica perfurada 
 
3. Qual o exame complementar de eleição para 
avaliação de pneumoperitôneo? 
R.: Raio x de rotina de abdome agudo 
 
parte 2 
“Dor é uma experiência sensorial e emocional 
desagradável, associada ao dano tecidual real 
ou potencial, ou descrita em termos de tais da-
nos” International Association for the study of 
pain – Pain;1979;6(3):247-8 
 
 
7 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
ABDOME AGUDO INFLAMATÓ-
RIO: 
• A dor é, dos sintomas, talvez o mais im-
portante para o diagnóstico do abdome 
agudo. 
• No abdome agudo inflamatório, em ge-
ral, a dor é acompanhada por descon-
forto. mal-estar, náuseas ou vômitos e 
febre; 
• Sinal de Lenander (temp. retal maior 
ou igual a 1ºC acima da temp. axilar) 
pode estar presente nos processos infla-
matórios do abdome inferior, como 
apendicite aguda. salpingite aguda, di-
verticulite aguda com abscesso 
• Os processos inflamatórios do abdome 
agudo podem provocar a toxemia e cho-
que. 
 
DOR ABDOMINAL 
• Temporalidade 
• Localização 
• Tipo de dor 
• Intensidade 
• Irradiação 
• Evolução 
• Fatores de alívio 
• Fatores de piora 
• Sintomas associados 
 
CHOQUE SÉPTICO 
• SIRS 
• Febre 
• Taquicardia 
• Taquipneia 
• Hipotensão C 
 
APENDICITE AGUDA 
• O apêndice é uma extensão do intestino 
grosso, localizada aderido ao ceco, na 
confluência das tênias 
• A apendicite aguda é a causa mais fre-
quente de abdome agudo cirúrgico 
• O fundo do apêndice pode ter localiza-
ções variadas, mas, em geral, a localiza-
ção em fossa ilíaca direita, no ponto de 
McBurney (é um ponto situado entre o 
umbigo e a espinha ilíaca ântero-supe-
rior. Quando o apêndice está inflamado 
(apendicite), pode ser percebida uma 
sensibilidade no quadrante inferior di-
reito, no ponto de McBurney.) 
• A apendicite deve ser incluída no diag-
nóstico diferencial de dor abdominal em 
qualquer faixa etária, a menos que se te-
nha certeza de que o órgão já foi retirado 
 
• FISIOPATOLOGIA: 
• Obstrução da luz: fecalito, hiperplasia 
linfoide (assim o conteúdo que é produ-
zido ali não tem para onde escoar, ati-
vando cascata inflamatória, causando 
distençaõ e irritação do peritoneo visce-
ral) 
• Distensão: muco, proliferação de micro-
organismos, secreção 
 - Irrita o peritôneo visceral (gera 
dor progressiva que começa no epi-
gátrio, porque o peritoneo é inervado 
por fibras não mielinizadas, não é uma 
dor somática e sim visveral, isso não 
permite uma precisão em relação a loca-
lização da dor) 
• Isquemia: o aumento do gradiente de 
pressão intraluminal pela evolução do 
processo inflamatório faz com que a ir-
rigação sanguínea ao apêndice fique 
prejudicada = isquemia 
 -Irrita o peritôneo parietal (é iner-
vado por fibras mielinizadas que trans-
mitem uma sensação de dor somática e 
bem localizada) 
 
• QUADRO CLÍNICO 
• Anamnese: 
• dor periumbilical que migra para FID 
 
8 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
• outros sinais e sintomas: anorexia, náu-
seas, vômitos, febre, disúria. 
• EXAME FÍSICO 
• Pode haver contratura com a localização 
do processo inflamatório → abdome em 
tábua= peritonite difusa 
 
• SINAIS CLÁSSICOS 
• SINAL DE BLUMBERG: Dor a des-
compressão súbita, que quando posicio-
nado no ponte de mcburney sugere 
apendicite. Fora isso é sugestivo de pe-
ritonite. 
• SINAL DO OBTURADOR: Ao fazer 
distensão da coxa sob o quadril faz uma 
rotação medial e pode gerar dor na re-
gião do forame obturatório. 
• SINAL DE ROSVING: Compressão no 
sentido antiperistáltico do colón des-
cente visando mobilizar a coluna de ar 
ate a região do ceco, distendendo-o, cau-
sando vibração no apêndice e dor 
• SINAL DO PSOAS-ILÍACO OU LAPI-
NSKY: Paciente deitado de lado, dis-
tende a coxa para trás e sente dor na re-
gião posterior. 
• SINAL DE DUNPHY: quando o paci-
ente tosse e sente dor na fossa ilíaca di-
reita 
• SINAL DE MARLE: quando o paciente 
se coloca na ponta dos pés e deixa o 
corpo cair sobre os calcanhares, isso faz 
com que a vibração seja transmitida para 
os peritônios visceral e parietal\al e 
cause dor em fossa ilíaca direita. 
 
• DIAGNÓSTICO: 
 • Clínico, se alta probabilidade (ho-
mem, 10-30 a, apresentaçãoclássica) 
 • Se média probabilidade (criança, 
idoso, mulher e manifestação não clássica) = 
exame de imagem (USG, TC) 
 • Além disso, exame de imagem 
(USG, TC) em caso de suspeita de complicação 
• ESCORE DE ALVARADO: para au-
xílio à tomada de decisão diante de caso 
suspeito. 
• 0-3 = improvável 
• 4-6 = provável 
• ≥ 7 = muito provável 
• TRATAMENTO: 
• Em geral, é cirúrgico 
• Apendicite simples e precoce (48h) = 
exame de imagem  S/ complicações = 
apendicectomia + ATB profilático 
• Abscesso = drenagem + ATBterapia + 
colono em 4-6 semanas +/- apendicecto-
mia tardia  Flegmão = ATBterapia + 
colono em 4-6 semanas +/- apendicecto-
mia tardia  Peritonite difusa = cirurgia 
de urgência + ATBterapia 
DIVERTICULITE AGUDA: 
• É a complicação da doença diverticular 
dos cólons/diverticulose: 
• São frequentes e acometem cerca de 
30°o a 40°ó dos indivíduos acima de 45 
 
9 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
anos. O cólon sigmóide é o mais afe-
tado. 
• Ocorre a expulsão das camadas mucosa 
e submucosa do cólon através da porção 
de maior fragilidade (aa. Retas) 
• Mais frequente em ocidentais (dieta po-
bre em fibras) 
• Ocorre pelo aumento da pressão dos có-
lons 
• Mais comum em pacientes idosos 
• A maioria dos pacientes é assintomático 
e o diagnóstico é um achado de exames 
complementares (colonoscopia e clister 
opaco) 
 
• COMPLICAÇÕES: 
• Hemorragia – cólon direito 
• Diverticulite – cólon esquerdo 
 
• FISIOPATOLOGIA: 
• Obstrução da luz do divertículo 
• Distensão: muco, proliferação de micro-
organismos, secreção 
• Isquemia: o aumento do gradiente de 
pressão intraluminal pela evolução do 
processo inflamatório faz com que a ir-
rigação sanguínea fique prejudicada = 
isquemia e MICROPERFURAÇÕES 
• Formação de abscesso peri-cólico 
 
• MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
• A diverticulite tem, às vezes. formas di-
versas de manifestar-se. 
• ~ a apendicite, porém, acomete o lado 
esquerdo 
• A sensibilidade é, geralmente. mais di-
fusa na diverticulite aguda. embora 
possa haver, com frequência, um quadro 
de peritonite localizada. Raramente a di-
verticulite aguda produz obstrução do 
intestino grosso. 
• No período de crise é comum encontrar-
se; febre, mal-estar, náuseas e vômitos, 
dor no baixo abdome. 
 
• DIAGNÓSTICO: 
• TOMOGRAFIA DE ABDOME = pa-
drão ouro 
• Evitar colonoscopia e enema no pri-
meiro momento = maior risco de agra-
var a perfuração 
• Fazer colonoscopia em 4-6 semanas -> 
TU cólon? 
 
• CLASSIFICAÇÃO DE HINCHEY 
• TRATAMENTO: 
 1. Complicações? 
 a) Não com sintomas mínimos = dieta 
líquida + ATBterapia oral em tto ambu-
latorial 
 b) Não com sintomas exuberantes = 
dieta zero + ATBterapia venosa e tto 
hospitalar 
 c) Sim com abscesso > 4cm = drena-
gem abscesso + ATBterapia + colono 
em 4-6 semanas + cirurgia eletiva 
(>6sem) 
 d) Sim com peritonite ou obstrução = 
ATBterapia venosa + cirurgia de urgên-
cia I Abscesso pericólico Ia Ib Ia – Fle-
gmão Ib – Abscesso pericólico II Abs-
cesso pélvico III Peritonite purulenta IV 
Peritonite fecal 
 
colecistite aguda: 
• A colecistite aguda costuma começar 
como uma crise de dor biliar que piora 
progressivamente. 
• É mais comum em mulheres (4:1), em 
idade fértil, obesas e acima de 40 anos; 
OBS.: mnemônico 4F (mulheres ́ femea´, fértil, 
obesos ´fat´, mais de 40 anos ´fora´) 
 
10 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
• Em geral, as causas associadas ou 
mesmo predisponentes são: a obesidade, 
gravidez múltipla, diabetes mellitus, 
distúrbios pancreáticos, hipotireoidismo 
e doenças hemolítica. 
• Em 93% dos casos de colecistite aguda, 
o paciente tem cálculos biliares. 
 
• FISIOPATOLOGIA: 
• A inflamação aguda da parede da vesí-
cula em geral acompanha a obstrução do 
ducto cístico por um cálculo. 
• A resposta inflamatória pode ser indu-
zida por três fatores: 
 (1) inflamação mecânica produzida por 
pressão e distensão intraluminais au-
mentadas com subsequente isquemia da 
mucosa e da parede da vesícula biliar 
 (2) inflamação química causada pela li-
beração de lisolecitina (devido à ação da 
fosfolipase sobre a lecitina na bile) e por 
outros fatores teciduais locais, assim 
como 
 (3) inflamação bacteriana, que pode 
desempenhar algum papel em 50 a 85% 
dos pacientes com colecistite aguda. 
• Os micro-organismos frequentemente 
isolados por cultura da bile da vesícula 
nesses pacientes incluem Escherichia 
coli, Klebsiella spp., Streptococcus spp 
e Clostridium spp. 
 
• MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
• Cerca de 60 a 70% dos pacientes relatam 
já haver experimentado crises preceden-
tes que regrediram espontaneamente. 
• A dor inicialmente é epigástrica, visce-
ral, acompanhada de náuseas e vômitos, 
e posteriormente mais intensa e locali-
zada no quadrante superior direito, po-
dendo irradiar-se para as regiões lombar 
direita e escapular direita. 
• O sinal de Murphy é frequente  A fe-
bre, quando presente, geralmente é 
baixa 
• O paciente apresenta-se anorético e, na 
maioria das vezes, nauseado. Os vômi-
tos são relativamente comuns, podendo 
produzir sintomas e sinais de depleção 
volêmica 
• A icterícia é incomum no início da evo-
lução da colecistite aguda, mas pode 
ocorrer quando as alterações inflamató-
rias edematosas acometem os ductos bi-
liares e linfonodos circundantes. 
• O QSD do abdome apresenta-se quase 
invariavelmente hipersensível à palpa-
ção. 
 
• DIAGNÓSTICO: 
• O diagnóstico de colecistite aguda é 
feito habitualmente com base em uma 
anamnese característica e um bom 
exame físico. A tríade de início súbito 
de hipersensibilidade no QSD, febre e 
leucocitose é altamente sugestiva. 
• A ultrassonografia demonstra a pre-
sença de cálculos em 90 a 95% dos ca-
sos, sendo útil na identificação dos si-
nais de inflamação da vesícula, como es-
pessamento da parede, líquido pericole-
cístico e dilatação do ducto biliar. 
 
• TRATAMENTO: 
• Cerca de 75% dos pacientes tratados cli-
nicamente obtêm a remissão dos sinto-
mas agudos dentro de 2 a 7 dias após a 
hospitalização. Porém, em 25% dos ca-
sos, uma complicação da colecistite 
aguda ocorre apesar do tratamento con-
servador. 
• Nestas circunstâncias, é necessária uma 
intervenção cirúrgica imediata. D 
• Diante da história natural da doença, a 
colecistite aguda deve ser tratada 
 
11 
 
Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
preferencialmente com cirurgia precoce 
sempre que possível. 
• Deve-se iniciar o uso de antibiótico no 
momento do diagnóstico, e ele deve ser 
suspenso após a cirurgia, nos casos le-
ves. 
• A manutenção da antibioticoterapia é 
necessária nos casos graves (empiema, 
gangrena, perfuração, sepse, disfunção 
de órgãos associada), nos casos diagnos-
ticados tardiamente, nos pacientes dia-
béticos e naqueles com risco cirúrgico 
aumentado, sendo, neste caso, às vezes, 
a única terapia indicada. 
• A pancreatite aguda é o diagnóstico gas-
trintestinal principal mais comum em 
pacientes hospitalizados. 
• A média de permanência hospitalar é de 
4 dias, com custo hospitalar médio de 
6.096 dólares e uma mortalidade de 1%. 
• As taxas de hospitalização aumentam 
com a idade, são 88% maiores em ne-
gros e mais altas em homens. 
 
• PRINCIPAIS CAUSAS DE PAN-
CREATITE AGUDA 
• Cálculos biliares (incluindo microlití-
ase) 
• Álcool (alcoolismo agudo e crônico) 
• Hipertrigliceridemia 
• Colangiopancreatografia retrógrada en-
doscópica (CPRE), particularmente 
após manometria biliar 
• Fármacos (azatioprina, 6-mercaptopu-
rina, sulfonamidas, estrogênios, tetraci-
clina, ácido valproico, medicamentos 
anti-HIV, ácido 5-aminossalicílico [5-
ASA] 
• Traumatismo (em particular trauma-
tismo abdominal fechado) 
• Pós-operatório (cirurgias abdominaise 
não abdominais) 
 
• FISIOPATOLOGIA: 
• Patologicamente, a pancreatite aguda 
varia desde pancreatite intersticial (su-
primento sanguíneo do pâncreas man-
tido), a qual costuma ser autolimitada, 
até pancreatite necrosante (suprimento 
sanguíneo do pâncreas interrompido), 
na qual a extensão da necrose pode estar 
relacionada com a gravidade da crise e 
suas complicações sistêmicas. 
• A autodigestão é uma teoria patogênica 
atualmente aceita; de acordo com essa 
teoria, ocorre pancreatite quando as en-
zimas proteolíticas (p. ex., tripsinogê-
nio, quimiotripsinogênio, proelastase e 
enzimas lipolíticas, como a lipase A2) 
são ativadas nas células acinares do pân-
creas em vez do lúmen intestinal. 
 
• MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
• Dor abdominal: é o principal sintoma 
da pancreatite aguda 
• A dor pode variar desde um desconforto 
leve a um sofrimento intenso, constante 
e incapacitante. A dor, que é constante e 
de natureza lancinante, localiza-se no 
epigástrio e na região periumbilical e, 
com frequência, irradia-se para as cos-
tas, o tórax, os flancos e a parte inferior 
do abdome. 
• As náuseas, os vômitos e a distensão ab-
dominal, devido à hipomotilidade gás-
trica e intestinal e à peritonite química, 
também são queixas frequentes. 
• Febre baixa, taquicardia e hipertensão 
são razoavelmente comuns. 
• O choque não é incomum e pode resultar 
de (1) hipovolemia secundária à exsuda-
ção de sangue e de proteínas plasmáticas 
para dentro do espaço retroperitoneal; 
(2) maior formação e liberação de peptí-
deos tipo cininas, que causam vasodila-
tação e aumento da permeabilidade vas-
cular; e (3) efeitos sistêmicos das 
 
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Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
enzimas proteolíticas e lipolíticas libera-
das e lançadas na circulação. 
 
• A icterícia raramente ocorre; quando 
presente, deve-se em geral ao edema da 
cabeça do pâncreas com compressão da 
porção intrapancreática do colédoco ou 
à passagem de um cálculo ou lama bi-
liar. 
• Em 10 a 20% dos pacientes, há achados 
pulmonares, como estertores nas bases, 
atelectasia e derrame pleural, este úl-
timo mais frequentemente no lado es-
querdo. 
• A hipersensibilidade abdominal e a rigi-
dez muscular estão presentes em graus 
variáveis; no entanto, em comparação 
com a intensa dor, esses sinais podem 
ser menos significativos. 
• Os ruídos intestinais costumam estar re-
duzidos ou ausentes. 
• Um pâncreas aumentado com coleção 
aguda de líquidos, necrose encapsulada 
ou pseudocisto pode ser palpável na 
parte superior do abdome em uma fase 
avançada da doença (i.e., 4 a 6 sema-
nas). 
 
• Pode-se observar uma coloração azul 
pálido ao redor do umbigo (sinal de Cul-
len), em consequência do hemoperitô-
nio, enquanto uma coloração azul-ver-
melho-púrpura ou verde-castanha dos 
flancos (sinal de Grey-Turner) reflete o 
catabolismo tecidual da hemoglobina 
pela pancreatite necrosante severa com 
hemorragia. 
Ocorre por conta de um catabolismo exa-
gerado de hemoglobina 
• DIAGNÓSTICO: 
• Qualquer dor aguda intensa no abdome 
ou nas costas deve sugerir a possibili-
dade de pancreatite aguda. 
• O diagnóstico é estabelecido pela pre-
sença de dois dos três critérios a seguir: 
 1. dor abdominal típica no epigástrio 
que pode se irradiar para o dorso 
 2. elevação de três vezes ou mais nos 
níveis séricos de lipase e/ou amilase 
 3. Achados confirmatórios de pancrea-
tite aguda em exames de imagem abdo-
minais 
• Os pacientes também podem apresentar 
náuseas, vômitos, febre, taquicardia e 
achados anormais no exame abdominal. 
• Os exames laboratoriais podem revelar 
leucocitose, hipocalcemia e hiperglice-
mia. Embora não sejam necessários para 
o diagnóstico, os marcadores de gravi-
dade podem incluir hemoconcentração 
(hematócrito >44%), azotemia (ureia 
>45 mg/dL) na hospitalização, SIRS e 
sinais de falência orgânica. 
 
• TRATAMENTO: 
• É importante observar que 85 a 90% dos 
casos de pancreatite aguda são autolimi-
tados e melhoram de forma espontânea, 
geralmente dentro de 3 a 7 dias após o 
início do tratamento, não exibindo fa-
lência de órgãos ou complicações locais. 
• O manejo da pancreatite aguda começa 
no setor de emergência. Após a confir-
mação do diagnóstico, é iniciada a res-
suscitação agressiva com fluidos, são 
administrados analgésicos intravenosos, 
a gravidade é avaliada e se começa uma 
busca pelas etiologias que podem ter im-
pacto no cuidado agudo. 
 
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Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
• Os pacientes que não respondem à res-
suscitação agressiva com fluidos no se-
tor de emergência devem ser considera-
dos para internação em unidade de cui-
dados intermediários ou intensivos para 
ressuscitação agressiva com fluidos, 
monitoramento hemodinâmico e ma-
nejo de necrose e falência de órgãos. 
 
ABDOME AGUDO HEMORRÁ-
GICO: 
• Sangramento não exteriorizado, mani-
festando-se pelo hemoperitoneo ou pelo 
hematoma retroperitoneal. 
• Se a hemorragia é súbita e maciça, 
existe dor intensa no local do vaso le-
sado e rapidamente se instala o estado 
ele choque hipovolêmico com seus sin-
tomas característicos: taquicardia, pali-
dez. sudorese, dispneia, síncope, sede, 
inquietação e o aparecimento de íleo re-
flexo. Se a hemorragia é menor, ou pro-
gride lentamente, existe também dor 
brusca, seguida de hipotensão arterial 
ortostática e síncope postural. 
• A ruptura espontânea de vísceras paren-
quimatosas e a ruptura vascular não são 
situações comuns, e o abdome agudo he-
morrágico é mais frequentemente asso-
ciado ao trauma, ao pós-operatório e a 
complicações pós-procedimentos (bio-
psias hepáticas, por exemplo). 
• Na mulher em idade fértil, sempre pon-
derar a possibilidade de gravidez ectó-
pica rota 
 
• MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
• A dor tem localização e intensidade va-
riáveis com a causa da hemorragia. 
• A respiraçao é superficial, predominan-
temente torácica. 
• O pulso é rápido de pequena amplitude. 
Muitas vezes, só é possível percebê-lo 
nos grandes vasos. 
• O sinal de Kehr pode estar presente. 
• Hiperestesia cutânea é frequente no ab-
dome agudo hemorrágico. 
• À inspeção do abdome, podem-se notar: 
ferimentos perfurantes, contusões, equi-
moses, distensão abdominal e respira-
ção predominantemente torácica. 
• Na ausculta, é possível notar o peristal-
tismo intestinal diminuído ou ausente. 
• A palpação é extremamente dolorosa . O 
abdome, contudo, é flácido no hemope-
ritônio. O sinal de descompressão 
(Blumberg) é positivo. A percussão é 
dolorosa praticamente por todo o ab-
dome. 
• Pode-se determinar a presença de maci-
cez móvel ou o sinal de piparote nos ca-
sos mais avançados. 
 
OBS.: Gravidez Ectópica Rôta: 
- é uma das causas de 
hemorragia do primeiro 
trimestre da gravidez. 
- Apresenta-se como 
forma grave de abdome 
agudo hemorrágico 
- Mais frequente de 
duas a quatro semanas após o período mens-
trual ausente 
- A paciente pode queixar-se de sinais caracte-
rísticos de gravidez (náuseas, ingurgitamento 
mamário, malestar) 
--A dor é súbita, lancinante, iniciando-se no hi-
pogástrio ou nas regiões ilíacas. 
- Sudorese, palidez cutaneomucosa, inquie-
tude. hipotensão e taquicardia são manifesta-
ções ocasionadas pela dor e pela hemorragia 
- São frequentes o tenesmo e polaciúria por ir-
ritação reflexa do reto e bexiga. 
 
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Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
- O sinal de Laffont é bastante sugestivo de gra-
videz rubária rota e está presente em 35,3°1) 
dos casos. 
- Facies de sofrimento, palidez de tegumentos, 
mucosas descoradas. 
- O sinal de Halstead- Cullen 
- A ausculta, pode-se notar o penstaltismo re-
duzido ou ausente 
- Na palpação, o abdome. em geral, é doloroso. 
- O sinal da descompressão é positivo e fre-
quente. 
 
• A ruptura de aneurisma deaorta abdo-
minal acomete geralmente pacientes 
idosos do sexo masculino, população na 
qual a incidência de aneurisma é maior. 
A aterosclerose é a causa principal, mas 
trauma, infecção (sífilis) e arterites são 
causas possíveis. A sede mais comum é 
abaixo das arterias renais. 
 •A apresentação clássica é dor abdo-
minal difusa, intensa, associada a hipo-
tensão e massa abdominal pulsátil. 
 •Antes da ruptura, o aneurisma passa 
por um processo de distensão aguda 
(dito expansão), o que leva ao estira-
mento do plexo nervoso perivascular, 
gerando dor intensa nos flancos ou no 
dorso. 
 •O local mais comum de ruptura é no 
retroperitônio, e o hematoma que se 
forma contém a hemorragia por algumas 
horas. 
 •O diagnóstico é confirmado por ul-
trassonografia. 
 •Na suspeita clínica, não é necessário 
realizar exames, indicando-se laparoto-
mia imediata. 
 
abdome agudo isquêmico 
• A frequên-
cia do acidente 
vascular intestinal 
é muito menor que 
a observada no co-
ração, cérebro e 
extremidades. 
 
• Entretanto, a necrose intestinal é extre-
mamente grave e, com frequência, fa-
tal. 
• São considerados fatores agravantes do 
íleo vascular: idade avançada, diabetes 
mellitus, hipertensão arterial e taba-
gismo. 
 
• CAUSAS 
• ISQUEMIA MESENTÉRICA 
AGUDA: 
• CAUSAS: 
• Embólica (50%): Cardiopatia emboligê-
nica – FA/ IAM recente 
• Vasoconstrição (20%): choque, vaso-
constritor, cocaína 
• Trombose arterial (15%): Aterosclerose 
(frequentemente associada a doença 
vascular periférica) 
• Trombose venosa (5%): estados de hi-
percoagulabilidade, com transmissão re-
trógrada do aumento da pressão venosa 
para a AMS, levando à isquemia. 
 
• MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
• A dor é súbita, intensa, do tipo cólica ab-
dominal, com localização epigástrica ou 
 
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Luiza Lyrio e Agatha Carvalho MED-103C PAPM 4 
periumbilical, substituída, posterior-
mente, por dor constante, generalizada. 
DESPROPORCIONAL AO EXAME 
FÍSICO 
• A diarreia de muco e sangue (tipo gela-
tina de groselha) aparece em seguida à 
cólica. 
• Os vômitos são frequentes e tardios, sur-
gindo após algumas horas e, comu-
mente. acompanhados de estado de cho-
que. 
• O toque retal demonstra, com frequên-
cia, a presença de sangue. 
• TºC retal < TºC axilar  Irritação perito-
neal ocorre tardiamente = alta mortali-
dade 
• 
• Diagnóstico: 
• Laboratório inespecífico (leucocitose, 
acidose metabólica, hiperlactatemia) 
• Rx de abdome com achados tardios -> 
pneumatose intestinal 
• AngioTC evidenciando falha de enchi-
mento  Angiografia mesentérica sele-
tiva 
 
• TRATAMENTO: 
• Suporte com hidratação venosa, antibio-
ticoterapia, correção dos distúrbios hi-
droeletrolíticos e acido-básicos 
Para a causa embólica ou por trombose: 
• Heparinização 
• Laparotomia com embolectomia/trom-
bectomia e avaliação da viabilidade da 
alça 
• Papaverina para evitar vasoespasmo no 
pós-operatório 
Para a causa por vasoconstrição = papave-
rina intra-arterial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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