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CENTRO REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO SANITÁRIO INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DE SAÚDE Amȇrico Muchanga Júnior Análise da Gestão do Stock de Impressos Hospitalares para minimizar a roptura no Aprovisionamento de Material de Escritório do Hospital Geral José Macamo no primeiro semestre de 2020 Maputo, Novembro de 2020 CENTRO REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO SANITÁRIO INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DE SAÚDE Amȇrico Muchanga Júnior Análise da Gestão do Stock de Impressos Hospitalares para minimizar a roptura no Aprovisionamento de Material de Escritório do Hospital Geral José Macamo no primeiro semestre de 2020 Maputo, Novembro de 2020 Relatório Final de Curso apresentado ao Centro Regional de Desenvolvimento Sanitário e Instituto Médio Politécnico de Saúde como requisito para a obtenção do Grau de Nível Médio em Administração Hospitalar, sob a supervisão do Dr. Viriato Vasco Mutemba. iii Análise da Gestão do Stock de Impressos Hospitalares para minimizar a roptura no Aprovisionamento de Material de Escritório do Hospital Geral José Macamo no primeiro semestre de 2020. Relatório de Final de Curso apresentado ao Centro Regional de Desenvolvimento Sanitário e Instituto Médio Politécnico da Saúde, como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de nível médio em Administração Hospitalar pelo estudante Amȇrico Muchanga Júnior. Júri O Presidente _________________________________ O Oponente _________________________________ O Orientador _________________________________ Dr. Viriato Vasco Mutemba iv Maputo, Novembro de 2020 Declaração de honra Eu, Amȇrico Muchanga Júnior, estudante do curso de Técnico Médio em Administração Hospitalar, declaro por minha honra que este relatório nunca foi apresentado na sua essência para obtenção de qualquer grau e que ele constitui o resultado do meu estágio. É o resultado de investigação pessoal e consulta bibliográfica sob orientação do supervisor doutor Viriato Vasco Mutemba, e o seu conteúdo é original e foi extraído em fontes que estão mencionados na bibliografia final. Maputo, Novembro de 2020 ______________________________ Amȇrico Muchanga Júnior v Dedicatória Aos meus Pais, Sr. Amȇrico António Muchanga. Á minha Mae, Ana Xavier Chipanela Muchanga. vi Agradecimentos Ao SENHOR, e ao meu Senhor! Á família Muchanga, pelo apoio moral e financeiro, Aos profissionais do Hospital Geral José Macamo, pelo acolhimento e criação de espaços para a aprendizagem, Aos profissionais do Hospital Psiquiátrico de Infulene e Hospital Geral de Mavalane, pelo estímulo e incentivo. Á Direcção do Centro Regional de Desenvolvimento Sanitário-Maputo/ Instituto Médio Politécnico de Saúde, pela garantia de recursos de hotelaria, foram de grande relevância no meu processo de aprendizagem, Ao corpo de docentes, pelo zelo e empenho em aturar as nossas dificuldades na assimilação dos conteúdos e pela transmissão de experiencias por si vivida com intuito de transmitir uma imagem prática da vida de um profissional de saúde. Ao meu Supervisor, doutor Viriato Vasco Mutemba, pelo companheirismo que me deu durante os dois anos de formação. A todos meus colegas da turma 04, pelas calorosas discussões desencadeadas em prol da busca de conhecimento de administração hospitalar em Moçambique. E a todos que ajudaram-me directa ou indirectamente na formação no curso de Técnicos Médios em Administração Hospitalar 2018-2020, o meu muito obrigado. vii Lista de abreviaturas, siglas e acrónimos Durante o trabalho serão utilizadas siglas e abreviaturas que precisam de ser esclarecidas. A.M.E. Aprovisionamento de Material de Escritório Art. Artigo BU Boletim de Urgências CFMP Cenário Fiscal de Médio Prazo CRDS/IMEPS Centro Regional de Desenvolvimento Sanitário-Maputo/ Instituto Médio Politécnico de Saúde Dipl. Diploma HGJM Hospital Geral José Macamo ISG Instituto Superior de Gestão MISAU Ministério da Saúde MV Módulo Vocacional NEP Núcleo de Estatística e Planificação R.E. Requisição Externa SIS Sistema de Informação em Saúde SNS Serviço Nacional de Saúde SUR Serviços de Urgências/Banco de Socorro UGEA Unidade Gestora Executora das Aquisições US Unidade Sanitária viii Índice de Figuras Página Figura 1: Mapa da área de Saúde do Hospital Geral José Macamo ………….………….…… 14 Figura 2: Fluxograma das actividades desenvolvidas no sector de Aprovisionamento de Material de escritório do Hospital Geral José Macamo……………………………………………………24 ix Índice Geral CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11 1.1 Contexto .............................................................................................................................. 11 1.2 Objectivos............................................................................................................................ 13 1.2.1 Objectivo Geral ............................................................................................................. 13 1.2.2 Objectivos Específicos ................................................................................................. 13 1.3 Local e Período do Estágio.................................................................................................. 14 1.3.1 Local do estágio ............................................................................................................ 14 1.3.2 Período de estágio ......................................................................................................... 17 1.4 Estrutura do Relatório ......................................................................................................... 17 CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................... 19 2.1 Gestão de Stock de Impressos Hospitalares no Aprovisionamento .................................... 19 2.1.1 Aprovisionamento ........................................................................................................ 19 2.1.2 Importância do Aprovisionamento ............................................................................... 19 2.1.3 Posição e Estruturação do Sector do Aprovisionamento na Organização .................... 20 2.1.4 Gestão de Stock ............................................................................................................ 20 2.1.5 Funções da gestão de stocks ......................................................................................... 21 2.1.6 Procedimentos administrativos de gestão de stock ................................................. 22 2.1.7 Instrumento de gestão de stock ..................................................................................... 22 2.1.8 Impressos Hospitalares ................................................................................................. 23 2.1.9 Importância dos Impressos Hospitalares ...................................................................... 24 2.1.11 Métodos de gestão de stocks de impressos hospitalares............................................. 24 2.2 Fluxograma das Actividades Desenvolvidas no Sector ...................................................... 25 2.3. Descrição de Actividade Desenvolvidas pelo estudante no Sector de Estágio escolhido .. 26 CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA .............................................................................................. 29 x 3.1 Classificação da Pesquisa .................................................................................................... 29 CAPÍTULO 4 – ANÁLISE E DISCUSSÃO ................................................................................31 CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES/CONSTRANGIMENTOS E SUGESTÕES ........................... 34 5.1 Conclusões .......................................................................................................................... 34 5.2. Constrangimento para a Realização do Estágio ................................................................. 34 5.3 Propostas / Sugestões .......................................................................................................... 34 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 35 6.1 Obras Citadas .......................................................................................................................... 35 6.3 Obras Consultadas ............................................................................................................... 37 11 CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 1.1 Contexto O presente relatório do trabalho de final do curso visa abordar sobre a gestão de stock de impressos hospitalares com vista a minimizar a ruptura no Aprovisionamento de Material de Escritório do Hospital Geral José Macamo no primeiro semestre de 2020, assim como demonstrar a importância de se garantir a disponibilidade de stock desse material em qualidade e em quantidade para satisfazer a demanda em tempo oportuno, porque ajuda a manter o controlo dos custos relacionados com a aquisição para Instituição, além de facilitar a previsão de consumos, com a ajuda dele, obtém-se métodos e técnicas para garantir que os impressos estejam disponíveis para se fazer o registo de dados fidedignos e completos para a planificação de recursos no SNS. Segundo (Marques & Valente, 2009), os gestores hospitalares anteriormente tinham a sua atenção voltada para os cuidados médicos, descuidando os custos que lhe são associados mas, devido ao custo dos materiais e ao constante aumento da concorrência na área da saúde, a gestão de stocks de material clínico tem tomado um papel importante nos hospitais, de tal modo que, actualmente, os gestores e especialistas na área da saúde compreendem que uma gestão eficiente destes materiais pode ter como resposta um aumento qualitativo no atendimento e uma diminuição dos custos operacionais. Em virtude disso, a logística oferece soluções a diferentes níveis e com resultados bastante visíveis. A gestão de stocks sendo um dos alicerces da logística, oferece resultados notáveis no interior das organizações, na medida em que se encontra descrito que um dos maiores investimentos que as empresas possuem corresponde aos stocks (Sousa & Silva, 2011). A área da saúde compreende algumas particularidades, que a maioria das empresas de outros sectores não apresenta, sendo impensável a ruptura de stocks em alguns artigos que põem em causa a vida humana ou levam à insatisfação de utentes/clientes (Sousa & Silva, 2011). Essa insatisfação poderá ser causada dentre outras, pela ineficácia dos serviços prestados por causa da indisponibilidade de instrumentos que auxiliam no fluxo de informações. Dos vários instrumentos usados para auxiliar no processo de informação em saúde (SIS), destacam-se os impressos hospitalares, que são os boletins de urgências, processos de 12 internamento, folha de requisição de análises laboratoriais, cardex, certidão de óbitos, diários clínicos e de enfermagem. Segundo MISAU (2016a, p. 119), “os instrumentos específicos do SIS são os impressos e os livros de registos e que permitem o registo, recolha e o envio fiável dos diferentes dados para as diferentes instâncias”. A disponibilidade dos impressos hospitalares auxilia na colecta de dados de qualidade, cujo resultado reflecte-se na tomada de decisão mais realista em benefício dos utentes do SNS. Não obstante o aspecto específico, “os impressos facilitam a recolha e registo de dados e garantem que estes sejam reportados de forma uniforme (MISAU, 2019b, p. 54)”, e o uso de instrumentos inadequados condicionam a colecta de dados de qualidade, uma vez que “registos legíveis, claros e fidedignos são uma condição fundamental para o funcionamento do sistema de informação de saúde” (MISAU, 2019b, p. 54), dai emerge a gestão e controlo desse material de escritório a partir do aprovisionamento para que este esteja disponível sempre que solicitado e que não se desperdice o mesmo. “As instituições de saúde, ao organizarem o seu processo produtivo (tratamento dos doentes), são levadas a manter stock de produtos de forma a garantir a não interrupção do mesmo (MISAU, 2016c, p. 85)”. A gestão de stock de impressos hospitalares é da inteira responsabilidade do sector do aprovisionamento. “O objectivo da gestão de stocks envolve a determinação de três decisões principais: quanto encomendar, quando encomendar; e a quantidade de stock de segurança que se deve manter para que cada artigo assegure um nível de serviço satisfatório para o cliente (MISAU, 2016f, p. 109)”. O que acontece no aprovisionamento de material de escritório do hospital em causa, é que a gestão do stock de impressos hospitalares é feita na base de estimativas, uma vez que não se actualiza de imediato as fichas de stock e de prateleira e faz-se pouco uso dados registados nos instrumentos de controlo de stock. 13 O Instituto de Marqueting Research (2019) afirma que “perceber os produtos que têm, em que quantidades e em que lugares e a altura em que estes entram e saem simplifica algumas tarefas dentro da empresa e ajuda a evitar problemas, como falta e/ou excesso de stock” pois “por vezes, as roturas de stock nesta área podem ter consequências drásticas para o doente, bem como na confiança que a população tem no sistema (MISAU, 2016c, p. 85)”. Sob o mesmo ponto de vista, (Sousa & Silva, 2011) referem que a gestão de stocks baseada no consumo real, permite assim, efectuar um preciso processo de compras, evitando o excedente de artigos e através da existência de stocks de segurança, a ruptura dos artigos, que ponham em causa o funcionamento normal do laboratório” neste caso do hospital. Apesar disso, ter registos fiáveis de movimentação de stock de impressos hospitalares no aprovisionamento poderá ser útil para os outros gestores como também base para a justificação de futuras acções sobre este material, “A gestão de stocks somente é percebida por seus clientes (outros serviços na unidade de saúde hospitalar) quando funciona mal. Se funcionar bem, parece que nem existe, não permitindo uma correcta valorização da sua importância (Silva, 2013, p. 62)”. 1.2 Objectivos 1.2.1 Objectivo Geral Analisar o processo de gestão do stock de impressos hospitalares no aprovisionamento de material de escritório do Hospital Geral José Macamo no primeiro semestre de 2020. 1.2.2 Objectivos Específicos Identificar os instrumentos usados para a gestão de stock de impressos hospitalares no HGJM no primeiro semestre de 2020. Descrever a função aprovisionamento de impressos hospitalares no HGJM no primeiro semestre de 2020; Verificar os procedimentos usados para a gestão de stock de impressos hospitalares no aprovisionamento de material de escritório do HGJM no primeiro semestre de 2020; 14 1.3 Local e Período do Estágio 1.3.1 Local do estágio Por estágio, entende-se como “uma oportunidade excepcional de implementação das teorias assimiladas (MISAU, 2016e)”, ou seja “é a prática profissional que realiza um estudante para pôr em prática os seus conhecimentos e as suas competências (Conceito.de, 2019)”. O local onde decorreram as actividades práticas é o Hospital Geral José Macamo. Segundo o artigo 01 do Diploma Ministerial nº 40/2004 de 18 de Fevereiro que aprova o regulamento que define a caracterização técnica e enunciado de funções das instituições do SNS, “hospitais são instituições de prestação de cuidados clínicos em regime de internamento, eatendimento em ambulatório a doentes que não encontram solução para os seus problemas de saúde nos níveis inferiores. Oferecem sempre a possibilidade de diagnóstico clinico com apoio laboratorial e de outros exames complementares”. O Hospital Geral José Macamo é um hospital de nível secundário. Estes estão sobre tutela da Direcção de Saúde da cidade (nº 1, artigo 04 do Diploma Ministerial 40/2004 de 18 de Fevereiro). Fazem parte dos hospitais do nível secundário os hospitais gerais, rurais e distritais. “Os hospitais gerais são muito idênticos aos hospitais rurais, mas distinguem-se deles por situarem sempre nas zonas urbanas e por servirem de primeiro nível de referência essencialmente a populações provenientes de Áreas de Saúde situadas em zonas urbanas (nº 01, artigo 23 do Diploma Ministerial 40/2004 de 18 de Fevereiro”. Têm como finalidade, proporcionar um primeiro nível de referência para os doentes que não encontram solução para os seus problemas de saúde nos Centros de Saúde, constituem um instrumento de filtragem, solucionando, o mais próximo possível dos locais onde os problemas de saúde ocorrem, aqueles problemas de saúde que não necessitam de cuidados especializados e permitindo assim que só ocorram aos hospitais de nível Terciário e Quaternário os problemas de saúde mais complexos (nº 04, art. 20 do Dipl. Ministerial nº 127/2002). O Hospital Geral José Macamo existe desde o ano de 1922, período em que foi edificado o primeiro bloco. Em 1944, o hospital foi ampliado com a construção de dois novos edifícios e dotado de uma sala de operações. 15 Nesse mesmo ano, é inaugurado como hospital privado pertencente à Igreja Católica, com o nome de Hospital de São José de Lhanguene. Em 1972 conclui-se a edificação da fachada principal. Com o advento das nacionalizações em 1976, o hospital passou para a gestão do Estado e, foi classificado como unidade sanitária de nível secundário, desempenha, no entanto, funções de nível superior (terciário), quer pelas especialidades existentes, quer pelo número de actividades realizadas, quer ainda pela população que serve. O Hospital José Macamo serve uma vasta população constituída não apenas pelos cidadãos residentes na área de saúde de José Macamo, mas principalmente pela população da zona sul da Província de Maputo a qual constitui mais de 50% dos doentes atendidos neste hospital. 1.3.1.1 Dados demográficos e área de saúde A área de Saúde do Hospital Geral José Macamo é de cerca de 52 Km². Esta área é limitada pela Província de Maputo no extremo norte, através da localidade de Michafutene e distrito de Marracuene. A sul é limitada pela Baia de Maputo e Distrito de Matutuine, a este pelos bairros de Chamanculo, Xipamanine, Aeroporto, Mavalane, Albazine e Mahotas. E por último, a Oeste pelo Vale do Infulene. O Hospital Geral José Macamo, é unidade sanitária de referência para dez (10) Centros de Saúde, sendo 3 (três) Centros de nível “A” e 7 (Sete) de nível “B” distribuídos em 23 bairros correspondentes a quatro zonas sanitárias, o hospital ainda presta assistência administrativa aos seguintes Centro de Saúde: de José Macamo, de Bagamoyo, de Zimpeto, da Katembe, de Magoanine, de Magoanine Tendas, de Inhagoia, de Incassane, Mutsécua e de Chamissava. Para além destas unidades sanitárias, em função da sua localização também atende pacientes provenientes de unidades sanitárias da Província de Maputo. 16 Figur a 1: Map a da área de Saúd e do Hosp ital Geral José Maca mo O Hospital tem uma capacidade de internamento de 290 camas, distribuídas pelas seguintes enfermarias: Medicina- 70, Pediatria- 66, Neonatologia - 69, Cirurgia – 62, Ginecologia – 24, Obstetrícia – 68. Para além destas existem 59 camas no serviço de Urgências (adultos e crianças), 20 na sala de partos que não são contabilizados como camas do internamento (CFMP- HGJM, 2020/2023). Fonte: NEP-HGJMM (2020) 17 1.3.2 Período de estágio Segundo o cronograma do iv semestre- pós- emergência (CRDS/IMEPS, de 17 de Agosto a 27 de Novembro de 2020), “o estágio integral decorreu entre 02 de Outubro a 13 de Novembro, em todos dias úteis da semana excepto feriados” das 07h e 30 min à 15h e 30 min. Têm no total 270 horas distribuídas em cinco (05) módulos, nomeadamente” (MISAU, 2016d, p. 58): 1. MV 1: Planificação e orçamentação de acções administrativas e de gestão no sector de saúde; 2. MV 9: Qualidade nas unidades sanitárias; 3. Sub- MV 12.1: Gestão das aquisições (UGEA’s) 4. Sub- MV 12.2: Gestão de aprovisionamento e distribuição nas instituições de saúde; e 5. Sub- MV 12.3: Gestão do sector farmacêutico e artigos médicos. 1.4 Estrutura do Relatório O presente relatório encontra-se estruturado em capítulos, secções e subsecções. No capítulo 1, o presente capítulo, é apresentada a introdução ao relatório, a qual inclui a contextualização, o objectivo geral e específicos, o local e período de estágio. No capítulo 2, apresenta-se a revisão da literatura onde se encontram os conceitos que subsidiam o estudo. Inicia-se com a definição de aprovisionamento e descrição das suas funções, prossegue-se com a definição de gestão de stock, apresentação de instrumentos e objectivos da mesma, definisse-se impressos hospitalares, dando origem a descrição da sua importância e conceituação da gestão de stock dos impressos hospitalares num aprovisionamento, passa-se à descrição do fluxograma das actividades desenvolvidas no sector e conclui-se com a descrição de actividade desenvolvidas pelo estudante no sector de estágio escolhido. No capítulo 3, apresenta-se a metodologia usada, classifica-se a pesquisa quanto aos objectivos e quanto aos procedimentos técnicos. No capítulo 4, realiza-se análise crítica, relacionando a teoria aprendida durante as aulas teóricas e em literatura disponível com a realidade do sector em estudo. No capítulo 5, apresentam-se as conclusões, constrangimentos e sugestões. 18 Por último, discriminam-se as referências utilizadas e consultadas ao longo da realização do estudo e incluem-se ainda os anexos. 19 CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Gestão de Stock de Impressos Hospitalares no Aprovisionamento 2.1.1 Aprovisionamento “Aprovisionamento é um termo integrador de duas funções-base: a função compra e a função gestão de stocks” (Morais & Oliveira como citado em MISAU, 2016c, p. 84). Actualmente no SNS, integra somente a função gestão de stocks e a função armazém. A função compra é da responsabilidade da Unidade Gestora das Aquisições (UGEA), braço direito do aprovisionamento. “Aprovisionamento é uma actividade dinâmica que tem por objectivo garantir a satisfação plena das necessidades de bens e serviços para o funcionamento de uma instituição, para o nosso caso de uma unidade sanitária (MISAU, 2016a, p. 65)”. “A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que permitem pôr à disposição da empresa em tempo oportuno, na quantidade e na qualidade definidas, todos os recursos materiais e serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo (Veludo & ISG, 2004, p. 17)”. “Nos hospitais a função aprovisionamento têm por objectivo colocar à disposição dos serviços utilizadores os materiais e serviços, de que estes carecem, para a realização dos seus fins. Este objectivo deve ser realizado em tempo oportuno, nas quantidades e qualidades convenientes e ao menor custo (Mendes, 2014)”. “O objectivo da função de aprovisionamento consiste em colocar à disposição do prestador de cuidados de saúde os bens ou serviços de que ele necessita para o exercício da sua actividade, no âmbito das funções que lhe são atribuídas, respondendo cabalmente aos requisitos pretendidos quanto ao prazo necessário, aos aspectos qualitativos e quantitativos desejáveis, e aos custos envolvidos (Silva, 2013, p. 12)”.2.1.2 Importância do Aprovisionamento “A importância da função aprovisionamento não se limita apenas ao valor do capital aplicado em stocks, mas pela importância estratégica desta função (Veludo & ISG, 2004)”. 20 Veludo & ISG (2004), referem ainda que, “uma boa gestão da função aprovisionamento pode ser fonte de vantagem competitiva para a organização, na medida em que contribui para reduzir os custos e os prazos de entrega dos produtos (bens tangíveis e serviços) fornecidos através de contratação adequada, de gestão económica dos stocks, de armazenagem e expedição convenientes (p. 8)”. 2.1.3 Posição e Estruturação do Sector do Aprovisionamento na Organização Segundo o Veludo & ISG (2004, p. 9) “a localização do Departamento de Aprovisionamento no organograma da organização depende mais das características da mesma, como a actividade desenvolvida (industrial, comercial, etc.), a dimensão (volume de negócios, número de trabalhadores.), a importância relativa da rubrica “Existências” no activo”. Nos hospitais do SNS, a função aprovisionamento geralmente encontra-se subordinado á Direcção Administrativa. Esta posição coincide ao hospital em estudo, segundo o organograma do mesmo em anexo. 2.1.4 Gestão de Stock Quando se fala de gestão, trata-se essencialmente, de actividades relacionadas com o planeamento da actividade, com a organização e coordenação do trabalho e com o controlo à posteriori dos objectivos previamente definidos (MISAU, 2016c). “A palavra stock - é de origem inglesa, significa aquilo que é reservado para ser utilizado em tempo oportuno (MISAU, 2016g, p. 99)”. “Quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo chamam-se stock (MISAU, 2016a, p. 162)”. De acordo com Silva (2013), “a gestão de stocks não constitui uma célula isolada na organização hospitalar. No contexto hospitalar a gestão de stocks é um órgão integrado numa organização global que, caso não esteja suficientemente desenvolvida, poderá bloquear a acção e a concretização dos objectivos globais do hospital”. “É uma das componentes primordiais do sistema de aprovisionamento e compreende: controlo físico e controlo financeiro (MISAU, 2016g, p. 101)”. 21 Veludo & ISG (2004, p. 4) definem stock ou stocks como “o conjunto de materiais consumíveis ou de produtos ou de mercadorias acumulados, à espera de uma utilização posterior, mais ou menos próxima, e que permite assegurar o fornecimento aos utilizadores quando necessário”. Importa reforçar que o stock é dinheiro que fica parado nas prateleiras, e isto deve preocupar o gestor (MISAU, 2016f, p. 57)”. Para (MISAU, 2016f, p. 56) “ gestão de stock é uma actividade técnico-administrativa que tem como principal objectivo auxiliar o processo de programação e aquisição de produtos, visando a manutenção dos níveis de stocks necessários à satisfação da procura, evitando-se a sobreposição de stocks ou desabastecimento da cadeia do sistema”. “O objectivo básico do controle de stocks é evitar a falta de materiais sem que isto resulte em stocks excessivos relativamente às reais necessidades da organização (Silva, 2013, p. 22)”. “A má ou deficiente gestão de stock implica inevitavelmente sacrificar vidas humanas (MISAU, 2016f, p. 56)”. “O grande desafio que se afigura nesta área é perceber claramente qual deve ser o nível de stock adequado a cada produto, de forma a evitar recorrentes rupturas (MISAU, 2016f, p. 57)”. 2.1.5 Funções da gestão de stocks Segundo o (MISAU, 2016a, p. 163) existem três funções primárias da gestão de stock: Função pulmão: significa manter invariada a disponibilidade dos materiais nos períodos de menor como de maior consumo. Estratégica: significa continuar a dispor dos bens também nos períodos em que houver penúria no mercado. Especulativa: isto significa, evitar sofrer custos adicionais imprevistos nos períodos em que houver penúria dos bens no mercado. Porém, “o controlo consistente de stock é um alicerce fundamental e incontornável para a garantia da qualidade do ciclo logístico no abastecimento dos materiais hospitalares. E tem as seguintes funções (MISAU, 2016g, pp. 99-100)”: Estabelecer quantidades necessárias; Ter registos fiáveis de movimentação de stock; 22 Fornecer informações precisas, com rapidez e clareza, quando solicitadas; Determinar o que deve existir ou permanecer em stock – número de itens; Determinar quando se devem reabastecer os stocks – periodicidade; Determinar a quantidade de stock que será necessária para um período pré-determinado; Accionar o departamento de compras se for o caso, para executar imediatamente a aquisição de stock (Aquisição de uma nova encomenda); e Identificar e retirar dos stocks os itens obsoletos e danificados; Este autor, acrescenta ainda o controlo de stock tem como finalidades: Fixar limites; Prever tendências; Indicar medidas correctivas; Evitar desvios; Reduzir Custos; e Apresentar estatísticas objectivas. 2.1.6 Procedimentos administrativos de gestão de stock Regista-se a entrada de produtos, e actualiza-se as fichas de stock; Faz-se a liquidação física – financeira do produto (Baixas); Confronta-se a informação actual das fichas com o stock físico real (MISAU, 2016a, p. 169). 2.1.7 Instrumento de gestão de stock Para manter um nível de stock aceitável e que dê plena resposta às crescentes necessidades, com regularidade no abastecimento contínuo da rede de serviços, é necessário e bastante pertinente que se implemente um controlo eficiente e a utilização de instrumentos fiáveis para o registo das informações, que facilitem o constante acompanhamento (MISAU, 2016f, p. 57). Para se efectuar esse controlo no aprovisionamento recorre-se aos seguintes instrumentos: Ficha de stock Ficha de prateleira Inventario 23 Guia de remessa e entrada Requisição (interna, e externa) Contracto e Notas de falta/ crédito 2.1.7.1 Ficha de prateleira “É o instrumento básico de anotação e deve ser preenchido a cada variação. O fato de estar na prateleira facilita o manuseio e a confrontação com o estoque (Redação Fispal Food Service, 2016). Na ficha auxiliar ou prateleira (que fica junto ao produto) são registadas apenas as quantidades (entradas e saídas) (MISAU, 2016a, p. 168)”. 2.1.7.2 Ficha de estoque/stock É basicamente um relatório que pode ser organizado em formato de planilha, reunindo de maneira detalhada todas as informações relacionadas aos produtos que entram e saem do estoque de uma empresa comercial (Sebrae). Descreve toda a movimentação do produto. Detecta histórico de consumo, entrada e saída e a evolução de preços (Redação Fispal Food Service, 2016). 2.1.7.2 Requisição “É um instrumento de retirada de produtos junto ao estoque. Cada sector que precise de algum produto faz a requisição na qual deve constar a assinatura do requisitante ou da chefia (Redação Fispal Food Service, 2016)”. 2.1.8 Impressos Hospitalares Por impressos hospitalares entende-se como todos documentos padronizados pelo MISAU de uso específico do SNS, com finalidade de auxiliar na colecta de dados fidedignos para a tomada de decisão, bem como para auxiliar na gestão da informação da saúde dos pacientes. Os impressos hospitalares variam de cada serviço. Tal é o caso BU, para o SUR, questionário do doador para o banco de sangue, etc. e além desses, existem o cardex, o processo de internamento geral, o processo de internamento pediátrico, requisição de análises laboratoriais, processo de consulta, guia de transferências, atestado médico. 24 Estes apresentam-se em forma de documento único, geralmente o seu tamanho máximo é A3 (processo de internamento geral e pediátrico), e no mínimo tamanho A6 (Cartão do doente). 2.1.9 Importância dos Impressos Hospitalares A rotina hospitalarestá cada vez mais complexa e corrida, pois com a demanda aumentando, o dia-a-dia se torna um desafio a cada minuto. Os impressos hospitalares são fundamentais para levar praticidade e facilitar as actividades nesse momento (Gráfica Promopress, n.d.). “De um modo geral, desconhecemos o papel que os materiais impressos efectivamente desempenham na comunicação entre os profissionais e usuários dos serviços de saúde” (Arthur, 1995) citado por (Rozemberg, Silva, & Vasconcellos-Silva, 2002)”. Os impressos hospitalares levam credibilidade e profissionalismo, mostrando aos pacientes que estão em um local que preza por qualidade e responsabilidade. No entanto, em meio a situação que estamos vivendo, esses materiais são essenciais para atender um grande número de pessoas em um só ambiente. Seja para organização, identificação ou sinalização, hospitais e clínicas necessitam desses impressos para melhor atender os seus pacientes. 2.1.11 Métodos de gestão de stocks de impressos hospitalares Dado que os consumos não são estáveis e conhecidos ao longo do ano, existindo variabilidade no sector da saúde, segundo Reis (2008) existem duas opções: Fixação da quantidade a encomendar de cada vez variando o período de tempo de aprovisionamento: efectua-se uma encomenda sempre que o stock atingir um nível determinado, sendo fixa a quantidade da encomenda. Neste método, é necessário saber qual é o ponto de encomenda. Fixação do período de tempo e nesse caso varia a quantidade a encomendar de cada vez: é determinado por um período de tempo constante, sendo variável a quantidade a encomendar. Neste método, é necessário determinar qual a quantidade a encomendar. Veludo & ISG (2004, p. 82) acrescentam o Método Misto: Baseia-se nos dois anteriores, conciliando as vantagens de cada um e ao mesmo tempo atenua os respectivos inconvenientes. 25 Dos métodos enunciados anteriormente, todos eles são plausíveis de aplicação na área saúde, no entanto e dependendo das características organizacionais, podem ou não ser vantajosos. 2.2 Fluxograma das Actividades Desenvolvidas no Sector Figura 2: Fluxograma das Actividades Desenvolvidas no sector de Aprovisionamento do HGJM (primeiro semestre de 2020) Fonte: elaborado pelo autor, Adaptado do Aprovisionamento de Material de Escritório do HGJM (primeiro semestre de 2020) Levantamento das necessidades de impressos Hospitalares: o sector do Aprovisionamento levanta as necessidades através das existências de stock existente nas fichas de controlo, e através das requisições em casos de novos impressos. Elaboração da proposta e submete-se á UGEA (avaliação): uma vez a função compra esta sob o sector da UGEA, o aprovisionamento remete a proposta a este sector para efeitos de avaliação da sua exequibilidade. Por exemplo, avalia-se aspectos relacionados a disponibilidade de fundos para a execução da despesa, e a existência de uma empresa contratada para fornecer o material proposto. Levantamento das necessidades de impressos hospitalares Elaboração da proposta e submissão á UGEA (avaliação) Elaboração da R.E. Submissão da R.E. ao aval do administrador Encaminhame nto da proposta ao despacho Envio da R.E. ao fornecedor Recepção dos impressos hospitalares Entrada dos impressos hospitalares no Aprovisionamento Actualização das fichas de stock e prateleira Aviamento e uso Despacho favorável? SIM NAO Revisão da proposta junto com UGEA 26 Encaminhamento da proposta ao despacho: após a avaliação, caso seja favorável, a proposta é enviada a Direcção do Hospital para o devido despacho, caso seja desfavorável notifica-se ao sector do aprovisionamento as causas para efeitos de correcção, onde poderá contar com a colaboração da UGEA. Elaboração da requisição externa (Original, duplicado e triplicado): deve estar devidamente numerada, e com o aval do Administrador. E procede-se ao Envio da requisição para o fornecedor- Este por sua vez, extrai a original, assina e carimba no duplicado e no triplicado, de seguida prepara a encomenda; Recepção da encomenda (impressos hospitalares): a encomenda recebe-se acompanhada pela guia de remessa/entrada, nota de envio da factura, factura, em caso de fornecimento de quantidade inferior a pedida, junta-se a nota de falta ou crédito. A comissão de recepção verifica a quantidade requisitada através da Requisição Externa. confrontando com a guia de remessa, caso tudo esteja OK, emite-se o auto de recepção. Entrada dos materiais: o aprovisionamento organiza os produtos na respectiva prateleira e de imediato actualiza as fichas de stock e de prateleira, preenchendo a data da entrada do material, movimento, o número e tipo de documento, a quantidade e o custo (Anexo B, e C). Para novos materiais abre-se novas fichas. E de seguida notifica-se os aos sectores a disponibilidade das fichas. 2.3. Descrição de Actividade Desenvolvidas pelo estudante no Sector de Estágio escolhido Nos dias 26 de Outubro de 2020, realizou-se o estágio de gestão de Aprovisionamento no sector de Aprovisionamento de Material de escritório do HGJM. Importa salientar que alem deste, existem outros três (03) aprovisionamentos (de géneros alimentícios, de material de higiene e limpeza e de material medico cirúrgico) e que além de garantir o stock de impressos hospitalares e outros materiais ao HGJM, garante a disponibilidade do mesmo aos dez (10) C.S. da sua área de captação (Figura 1), não obstante a complexa cadeia de abastecimento, constatou-se que o sector não tinha um plano de distribuição. i. Recepção e processamento das requisições internas de material Essa actividade consistiu em receber a requisição e verificar a disponibilidade das quantidades no aprovisionamento, de seguida avaliar a possibilidade de se aviar toda a quantidade pedida. 27 Após isso, o profissional afecto no aprovisionamento e o requisitante confirmam a quantidade fornecida, e ambos registam a data e assinam. Porém constatou o preenchimento em locais inadequados da mesma, isto é “o sector requisitante escriturava na parte de material fornecido e o sector escriturava na parte de quantidade pedida”. Observou que em alguns pedidos de impressos hospitalares, era pedida uma quantidade acima do previsto para um único serviço. Ainda nessa mesma actividade, aquando da actualização das fichas de controlo de stocks, constatou-se que as fichas de stock não apresentavam no final da linha da página frontal a parte para o registo da quantidade a transportar e na página traseira não havia a linha para o “Transporte”. E conseguinte, notou-se que não era usado nenhum método para o reabastecimento do stock, porém, geralmente solicitava-se os impressos quando apresentavam um stock físico próximo do zero. ii. Levantamento físico dos bens Nesta actividade foi confrontada a quantidade de stocks na prateleira, com a quantidade escriturada nas fichas de stock e de prateleira. Caso houvesse uma discrepância ou falta de registo de um movimento, procurava-se identificar o mês em que este movimento aconteceu nas fichas de controlo de stock e verificava-se na pasta de requisições internas, e no processo (composto por nota de envio da factura, factura, requisição externa, guia de remessa, e nota de falta ou credito). Porém, notou-se que as etiquetas não estavam firmes, e em alguns casos não tinha etiquetas. iii. Recepção de encomendas de materiais de escritório Consistiu na recepção dos seguintes documentos trazidos pelo fornecedor: a guia de remessa, nota de envio da factura, factura, requisição externa e a nota de falta, de seguida fez-se a verificação da qualidade e quantidade pedida com a recebida através da factura e guia de remessa respectivamente. Constatou-se que as embalagens contendo os impressos não tinha indicação da quantidade, factor este que obrigou a contagem de váriosimpressos, pois a sua integridade e completude era 28 duvidosa. Não obstante a demora nesta etapa, constatou-se ainda que a fraca iluminação no local influenciava para a demora do processo. Durante o acto de verificação da qualidade e quantidade, deparou-se também com a mistura de diferentes impressos hospitalares numa única embalagem, tal foi o caso do (processos de internamento pediátrico na embalagem dos processos de internamento geral). iv. Entrada dos materiais no aprovisionamento De seguida deu-se entrada do material no aprovisionamento, onde constatou-se as prateleiras estão devidamente numeradas para auxiliar na localização dos produtos, observou-se que nas fichas de controlo não era escriturada o número da prateleira e estante. No acto da entrada dos materiais, observou-se que e estes eram arrumados na prateleira com o seu respectivo nome, porém alguns estavam agrupados em diferentes quantidades e que não estavam especificadas na embalagem. Não obstante a dificuldade na actualização das fichas, notou-se que não era escriturada a unidade/medida do material nas fichas de controlo. v. Outras actividades Realizou-se uma breve discussão acerca do reabastecimento. Constatou-se que esta era feita com base na Requisição externa, onde eram listados os materiais em iminência de ruptura para o reabastecimento. Observou-se que este método garantia a disponibilidade imediata dos materiais, porém, acarretava custos de reabastecimento e gerava ineficiência da verificação das encomendas, pois o sector era susceptível a receber encomendas de mais de um fornecedor em curto intervalo de tempo. 29 CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA A metodologia de trabalho constitui todos os procedimentos necessário para a realização da pesquisa com vista ao alcance dos objectivos preconizados. É um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição objectiva do conhecimento de uma maneira sistemática (Gil, 1991). 3.1 Classificação da Pesquisa Do ponto de vista de seus objectivos O tipo de pesquisa implementado neste trabalho é a pesquisa descritiva. Estamos diante deste tipo de pesquisa quando o “pesquisador apenas registra e descreve os fatos observados sem interferir neles. Nas pesquisas descritivas, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles, ou seja, os fenómenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador (Prodanov & Freitas, 2013, pp. 52-53)”. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos A realização do presente trabalho, foi com base nos métodos bibliográfico e documental. “A pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros e artigos de periódico e actualmente com material disponível na internet (Gil, 1991)”. O método bibliográfico permite a obtenção de conhecimentos e opiniões de vários autores a respeito do assunto tratado. “A utilização da pesquisa documental é destacada no momento em que podemos organizar informações que se encontram dispersas, conferindo-lhe uma nova importância como fonte de consulta (Prodanov & Freitas, 2013, pp. 55-56)”. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema Neste trabalho foi usado a abordagem qualitativa. “Os estudos qualitativos são descritivos e os dados são obtidos sob a forma de palavras e são analisados em toda a sua riqueza, respeitando-se a forma como foram registados ou transcritos (Ludke e Andre, 1986)”. “Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte directa para colecta de dados e o 30 pesquisador é o instrumento-chave. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem (Prodanov & Freitas, 2013, p. 70)”. 31 CAPÍTULO 4 – ANÁLISE E DISCUSSÃO Após a descrição das actividades desenvolvidas no Aprovisionamento do Hospital Geral José Macamo, deparou-se com vários aspectos que divergem com as directrizes literárias, por via disso analisar-se-á a teoria com a prática em três vertentes específicos: Instrumentos usados para a gestão de stock de impressos hospitalares no HGJM no primeiro semestre de 2020 No acto de recepção dos matérias, (MISAU, 2016g) afirma que, deve-se conferir a encomenda, controlando a quantidade, e o número de lote de cada item, com base na Guia de Remessa/Entrada que acompanha os respectivos materiais. Todavia, para se efectuar os registos dos materiais recebidos no sector de Aprovisionamento no (primeiro semestre, 2020), recorria-se a factura ou requisição, deixando-se de lado a guia de remessa e a nota de falta ou credito. Propiciando a ineficácia do processo de verificação da encomenda, pois o dava-se entrada teórica sem material físico, abrindo espaço para rotura do stock. “A verificação do nível de existência de cada artigo, geralmente é feita na respectiva ficha de controlo de stock pelo gestor de stock, podendo também realizar nas fichas de stocks do armazém, na impossibilidade da verificação através da primeira opção (MISAU, 2016f, p. 65)”. No sector de estágio supracitado, nalgumas fichas, as existências de impressos eram diferentes das existências no stock em prateleira (inventário), factor este que causou grande desembaraço no processamento das requisições internas. Também conduz a previsão de quantidades não realísticas, uma vez que os dados usados não são sólidos nem verificáveis, pois “a quantidade pedida será a necessidade de consumo para o próximo período (MISAU, 2016f, p. 65)”. Função aprovisionamento de impressos hospitalares no HGJM no primeiro semestre de 2020 “A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que permitem pôr à disposição da empresa em tempo oportuno, na quantidade e na qualidade definidas, todos os recursos materiais e serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo (Veludo & ISG, 2004, p. 17)”. 32 “Nos hospitais a função aprovisionamento têm por objectivo colocar à disposição dos serviços utilizadores os materiais e serviços, de que estes carecem, para a realização dos seus fins. Este objectivo deve ser realizado em tempo oportuno, nas quantidades e qualidades convenientes e ao menor custo (Mendes, 2014)”. Devido ao método de gestão de stocks de impressos usado no Aprovisionamento do HGJM (primeiro semestre de 2020) que é o método de revisão periódica, a função aprovisionamento apresentava-se ineficiente para o alcance do seu objectivo, pois método usado propiciava mais custos de reabastecimento e longo tempo de espera de fornecimento dos mesmos na medida em que se verificava indisponibilidade de stocks no armazém do fornecedor. Porém “O nível de serviço relativo à gestão de stocks, prestados pelas instituições de saúde deverá, ser de 100%, uma vez que estão em causa vidas humanas (Almeida como citado por (MISAU, 2016c, pp. 85-86). Procedimentos usados para a gestão de stock de impressos hospitalares no aprovisionamento de material de escritório do HGJM no primeiro semestre de 2020 Segundo o MISAU (2016f, p. 87) deve ser elaborada a ficha de stock (para caso de produtos novos) ou actualizada (onde os produtos tiverem sido reabastecidos) deve ser anexado aos produtos numa posição bem visível. Em alguns impressos hospitalares, constatou-se a não actualização da ficha de stock, uma vez que foram recebidos de vários fornecedores em horas seguidas. “Utiliza-se uma Ficha de Stock para cada produto, e qualquer movimento deve ser imediatamente registado na Ficha de Stock (MISAU, 2016g, p. 113)”. A imediaticidade no registo era observada cabalmente, pois aquando da recepção dos impressos hospitalares, nalgumas vezes eram aviados impressos antes de se registar a entrada. Este facto foi bastantenotável para as requisições dos centros de saúde, o que propicia o acontecimento dos seguintes factos: Fraco controlo do stock existente 33 Uma vez que o registo dos movimentos na ficha de stock não é feito de forma imediata aliada a falta de plano de distribuição, os sectores dos HGJM e os 10 centros de saúde podem requisitar o material em horas seguidas. “Todos os produtos que entram no armazém devem ser devidamente registados em livros próprios e nas fichas de controlo de stock (MISAU, 2016a, p. 168)”. “E para cada produto aviado deve-se registar imediatamente na Ficha de Stock correspondente, indicando a data da remessa, o destino da mercadoria, o documento de suporte com o seu respectivo n°, as quantidades aviadas (saída) e actualizar o stock existente (MISAU, 2016g, p. 137) (pg. 137)”. No entanto, verificou-se discrepâncias na quantidade teórica e na quantidade física (inventario), causados pelo não registo imediato das fichas de controlo, este factor acarretava mais tempo para o processamento das requisições internas e externas. Segundo (Silva, 2013), “a previsão das quantidades a adquirir ao longo de um período, é elaborada com base no cálculo feito de forma manual ou automática, tendo em conta as saídas de cada artigo verificadas em período idêntico, a que acresce uma análise semanal, artigo a artigo, feita pela responsável da Gestão de Stocks, de modo a corrigir desvios resultantes de alterações no funcionamento dos serviços utilizadores ou das suas técnicas, e incluir factores de correcção, como sejam prazos de entrega dos fornecedores, e disponibilidade para constituir stocks”. No sector de Aprovisionamento, a previsão era feita com base em estimativas, pois geralmente não eram verificadas as saídas de cada artigo em período idêntico nas fichas de controlo de stock. Esse facto dificultava o controlo fiável das alterações no funcionamento dos serviços, não obstante o controlo informal dos prazos de entrega dos fornecedores, o alto risco de causar indisponibilidade de material evidenciava a fraca previsão das quantidades a adquirir ao longo do ano. 34 CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES/CONSTRANGIMENTOS E SUGESTÕES 5.1 Conclusões Pela observação dos aspectos analisados, conclui-se que o Aprovisionamento de Material de Escritório do HGJM no primeiro semestre de 2020), fazia a verificação das encomendas com base na factura, o que colocava em risco a ruptura de stock e o pagamento de facturas de material que não deu entrada física no aprovisionamento. O objectivo da função aprovisionamento não era alcançado com eficiência, pois o reabastecimento de alguns impressos não era feito em tempo oportuno, nas quantidades e qualidades convenientes e ao menor custo devido ao método usado que é o método de revisão periódica, porém, este método não era aplicado correctamente pois, em vez de se definir um ponto de encomenda, a revisão era feita quando percebia-se a ruptura ou iminência de ruptura. Sobre os procedimentos usados para a gestão de stock de impressos, conclui-se que não éra observada a imediaticidade do registo de todos movimentos inerentes a cada artigo, este factor resultava no surgimento de varias discrepâncias da quantidade física e teórica, e aumentava o tempo de processamento das requisições interna, externa e quantidades a adquirir, pois era necessário primeiro fazer-se a correcção das discrepâncias. 5.2. Constrangimento para a Realização do Estágio Durante a realização do estágio do Módulo de Gestão de Aprovisionamento no sector de aprovisionamento do HGJM, deparou-se com seguintes constrangimentos: Interrupção das actividades no campo de estágio para dar lugar a actividades de fumigação; Não realização de todos procedimentos de gestão do aprovisionamento devido ao curto tempo de estágio. 5.3 Propostas / Sugestões 1. No acto da recepção de encomendas, sugere-se o uso da Guia de remessa para a fazer-se a verificação das quantidades a fornecidas, confrontando-se as quantidades pedidas com base na guia de remessa. 2. Adopção de um método de reabastecimento do stock com vista a alcançar o objectivo da função aprovisionamento com eficiência, destacando se o Misto. E sugere-se o registo 35 imediato de todos os movimentos ocorridos em cada artigo a respectiva ficha de stock e de prateleira. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 6.1 Obras Citadas Conceito.de. (2019). Conceito de estágio. Obtido em 15 de outubro de 2020, de https://conceito.de/estagio Gráfica Promopress. (s.d.). Impressos hospitalares. Obtido em 15 de outubro de 2020, de https://www.promopress.com.br/post/impressos-hospitalares Instituto de Marqueting Research. (31 de Maio de 2019). A IMPORTÂNCIA DE UMA BOA GESTÃO DE STOCKS PARA AS EMPRESAS. Obtido em 14 de Outubro de 2020, de Instituto de Marketing Research: https://www.imr.pt/pt/noticias/a-importancia-de-uma- boa-gestao-de-stocks-para-as-empresas Marques, L. J., & Valente, T. (2009). Gestão de Stocks de Material Clínico no Contexto da CliRia. Relatório de Projecto de Mestrado, Universidade de Aveiro, Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial. Obtido em 20 de outubro de 2020 Mendes, A. F. (2014). RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM GESTÃO E LOGÍSTICA HOSPITALAR. Relatorio de estagio, Viana do Castelo. Obtido em 19 de outubro de 2020 MISAU. (2016a). Sub-módulo vocacional 5.1 ACTIVIDADES ADMINISTRATIVAS DOS SERVIÇOS ASSISTENCIAIS E AUXILIARES NAS UNIDADES SANITÁRIAS (1 ed.). Maputo, Moçambique: e-training & Eductrade. MISAU. (2016c). Módulo Vocacional 12.1 GESTÃO DAS AQUISIÇÕES (UGEA’s). Maputo, Moçambique: e-training & Eductrade. Obtido em 15 de Outubro de 2020 MISAU. (2016d). Manual de integração dos estudantes a instituição de formação (1 ed.). Maputo, Moçambique: e-training & Eductrade. Obtido em 15 de Outubro de 2020 MISAU. (2016e). Sub-módulo 14.1 Formação de recursos humanos em saúde (1 ed.). Maputo, Moçambique: e-training & Eductrade. Obtido em 15 de outubro de 2020 36 MISAU. (2016f). Sub-módulo 12.2 Gestão de aprovisionamento e distribuição nas instituições de saúde (1 ed.). Maputo, Mocambique: E-trainning & Eductrade. MISAU. (2016g). Sub-Módulo Vocacional 12.3 GESTÃO DO SECTOR FARMACÊUTICO E ARTIGOS MÉDICOS (1 ed.). Maputo. MISAU. (2019b). Módulo 1. Planificação e orçamentação de acções administrativas e de gestão no sector da saúde. Maputo: e-training & Eductrade. Quidgest. (s.d.). Gestão de Stocks e Farmácia Hospitalar. Obtido em 07 de Outubro de 2020, de Quidgest: https://www.quidgest.pt/downloads/brochura_FarmaciaHospitalar.pdf Redação Fispal Food Service. (18 de Abril de 2016). 5 documentos básicos que não podem faltar no controle de estoque. Obtido em 31 de Outubro de 2020, de foodconnection: https://www.foodconnection.com.br/empreendedorismo/5-documentos-bsicos-que-no- podem-faltar-no-controle-de-estoque Rozemberg, B., Silva, A. P., & Vasconcellos-Silva, P. R. (16 de maio de 2002). Impressos hospitalares e a dinâmica de construção de seus sentidos: o ponto de vista dos profissionais de saúde. Obtido em 15 de outubro de 2020, de SciELO - Scientific Electronic Library Online: https://www.scielosp.org/article/csp/2002.v18n6/1685-1694/# Sebrae. (s.d.). Como preparar uma ficha de estoque. Brazilia. 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Obtido em 2020 de Outubro de 2020 6.3 Obras Consultadas Tolle, P. E. (2019). Manual APA: Regras gerais de estilo e formatação de trabalhos (2ª ed.). São Paulo: Biblioteca FECAP. Obtido em 2020 de Outubro de 2020 840261514/875261514 2021-06-09T15:50:20+0100 Xai-Xai Americo Muchanga Junior Sou o autor deste documento
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