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13 - Papiloscopia

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Prof. Victor Botteon 
 Aula 08 
 
1 de 89| www.direcaoconcursos.com.br 
Noções de Papiloscopia 
 
 
Aula 08 
Noções de Papiloscopia – 
Curso Regular de Ciências Forenses para concursos 
Prof. Victor Botteon 
2019 
 
Prof. Victor Botteon 
 Aula 08 
 
2 de 89| www.direcaoconcursos.com.br 
Noções de Papiloscopia 
 
Sumário 
NOÇÕES DE PAPILOSCOPIA.................................................................................................................... 3 
NOÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO......................................................................................................................................3 
Legislação Brasileira........................................................................................................................................ 4 
Sistemas de Identificação.................................................................................................................................9 
HISTÓRIA DA PAPILOSCOPIA................................................................................................................................... 13 
LEVANTAMENTO PAPILOSCÓPICO........................................................................................................................... 16 
Principais Características das Impressões Digitais............................................................................................ 16 
Coleta de Impressões Digitais em Local de Crime............................................................................................. 18 
SISTEMA DACTILOSCÓPICO DE VUCETICH................................................................................................................. 23 
Princípios da Papiloscopia.............................................................................................................................. 23 
Tipos Fundamentais de Impressões Digitais.....................................................................................................23 
Fórmula Dactiloscópica.................................................................................................................................. 25 
Pontos Característicos.................................................................................................................................... 27 
Unicidade no Confronto Papiloscópico............................................................................................................ 30 
Anomalias, Enfermidades e Impressões Digitais.............................................................................................. 32 
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÕES E CONFRONTO......................................................................................... 37 
POP da Papiloscopia...................................................................................................................................... 37 
Necropapiloscopia..........................................................................................................................................53 
Confronto Papiloscópico................................................................................................................................. 67 
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR........................................................................................70 
LISTA DE QUESTÕES............................................................................................................................. 79 
GABARITO............................................................................................................................................ 86 
RESUMO DIRECIONADO........................................................................................................................ 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Victor Botteon 
 Aula 08 
 
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Noções de Papiloscopia 
 
Noções de Papiloscopia 
 Bem-vind@s ao universo forense! Essa aula abordará a teoria sobre os principais aspectos cobrados 
sobre a disciplina de PAPILOSCOPIA, esperando que ao final, o aluno compreenda sobre seus principais 
conceitos, subdivisões, princípios e aplicações; sistemas de identificação humana; procedimentos de 
levantamento de impressões digitais em local de crime; classificação e confronto papiloscópico, além de 
resoluções de questões relacionadas aos temas abordados e focadas em concursos públicos. 
 Preparados? Bora lá! 
Noções de Papiloscopia: Sistemas de Identificação; História da Papiloscopia; Levantamento 
Papiloscópico; Princípios, Tipos Fundamentais de Impressões Digitais, Classificação e Fórmula 
Datiloscópica; Procedimentos Operacionais Padrões em Papiloscopia; Necropapiloscopia; Confronto 
Papiloscópico. 
 
Noções de Identificação 
 
 A IDENTIDADE pode ser definida como sendo o conjunto de atributos que individualiza uma pessoa 
ou qualquer coisa, tornando-a única. De acordo com Afrânio Peixoto, a “identidade é o conjunto de sinais 
ou propriedades que caracterizam um indivíduo entre todos, ou entre muitos, e o revelam em 
determinada circunstância, e que estes sinais são específicos e individuais, originários ou adquiridos”, 
consistindo, portanto, na essência de um ser ou de uma coisa. 
A identidade subjetiva consiste na consciência do próprio EU, relacionada à personalidade da sua 
própria identidade. 
A identidade objetiva é definida como o conjunto de elementos materiais que definem uma pessoa ou 
uma coisa e que pode ser atestada por meio de conhecimentos técnicos aplicados através de metodologias 
científicas. O processo para determinar a identidade se chama IDENTIFICAÇÃO, garantindo o 
estabelecimento do conjunto de características, a fim de individualizar uma pessoa ou uma coisa, de forma a 
se tornar indistinguível das demais. 
No caso de IDENTIFICAÇÃO HUMANA, principalmente em casos envolvendo vítimas fatais, a 
Organização Internacional de Polícia Criminal, conhecida pela sua sigla INTERPOL (International Criminal 
Police Organization), criou diversos protocolos para servir como modelo em todo o mundo, como o Protocolo 
de Identificação de Vítimas de Desastre (Disaster Victim Identification – DVI guide), a fim de fortalecer a ação 
coordenada e organizada entre diversos órgãos de diferentes países nos processos de identificação humana 
em casos de acidentes de massa ou em eventos envolvendo muitas mortes. Os métodos para determinar a 
identidade de uma pessoa foram divididos em primários: PAPILOSCOPIA, ANÁLISE DO PERFIL GENÉTICO 
(GENÉTICA FORENSE) E ODONTOLOGIA LEGAL; e secundários, consistindo em diversos outros sistemas e 
técnicas de identificação, podendo ser utilizados de forma combinada. 
Prof. Victor Botteon 
 Aula 08 
 
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Noções de Papiloscopia 
 
Legislação Brasileira 
 Vamos estudar agora as principais Leis nacionais relacionadas à identificação humana e que costumam 
cair em concursos (conteúdo de Legislação específica) principalmente para o cargo de PAPILOSCOPISTA: 
Lei Federal n.º 7.116/1983 (Expedição e Validade Nacional das Carteiras de Identidade); 
Lei Federal n.º 9.454/1997 (Número Único de Registro de Identidade Civil); 
Lei Federal n.º 12.037/2009 (Identificação Criminal do Civilmente Identificado). 
 
LEI Nº 7.116, DE 29 DE AGOSTO DE 1983 
 
Assegura validade nacional as Carteiras de Identidade regula sua expedição e dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º - A Carteira de Identidade emitida por órgãos de Identificação dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios tem fé pública e validade em todo o território nacional. 
Art. 2º - Para a expedição da Carteira de Identidade de que trata esta Lei não será exigida do interessado 
a apresentação de qualquer outro documento, além da certidão de nascimento ou de casamento.§ 1º - A requerente do sexo feminino apresentará obrigatoriamente a certidão de casamento, caso seu 
nome de solteira tenha sido alterado em consequência do matrimônio. 
§ 2º - O brasileiro naturalizado apresentará o Certificado de Naturalização. 
§ 3º - É gratuita a primeira emissão da Carteira de Identidade. (Incluído pela Lei nº 12.687, de 2012) 
Art. 3º - A Carteira de Identidade conterá os seguintes elementos: 
a) Armas da República e inscrição "República Federativa do Brasil"; 
b) nome da Unidade da Federação; 
c) identificação do órgão expedidor; 
d) registro geral no órgão emitente, local e data da expedição; 
e) nome, filiação, local e data de nascimento do identificado, bem como, de forma resumida, a comarca, 
cartório, livro, folha e número do registro de nascimento; 
f) fotografia, no formato 3 x 4 cm, assinatura e impressão digital do polegar direito do identificado; 
g) assinatura do dirigente do órgão expedidor. (PODE CAIR NA ÁREA DE DOCUMENTOSCOPIA!). 
Art. 4º - Desde que o interessado o solicite a Carteira de Identidade conterá, além dos elementos referidos no 
art. 3º desta Lei, os números de inscrição do titular no Programa de Integração Social - PIS ou no Programa de 
Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP e no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da 
Fazenda. 
Prof. Victor Botteon 
 Aula 08 
 
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Noções de Papiloscopia 
 
§ 1º - O Poder Executivo Federal poderá aprovar a inclusão de outros dados opcionais na Carteira de 
Identidade. 
§ 2º - A inclusão na Carteira de Identidade dos dados referidos neste artigo poderá ser parcial e dependerá 
exclusivamente da apresentação dos respectivos documentos com probatórios. 
Art. 5º - A Carteira de Identidade do português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade será expedida 
consoante o disposto nesta Lei, devendo dela constar referência a sua nacionalidade e à Convenção 
promulgada pelo Decreto nº 70.391, de 12 de abril de 1972. 
Art. 6º - A Carteira de Identidade fará prova de todos os dados nela incluídos, dispensando a apresentação 
dos documentos que lhe deram origem ou que nela tenham sido mencionados. 
Art. 7º - A expedição de segunda via da Carteira de Identidade será efetuada mediante simples solicitação do 
interessado, vedada qualquer outra exigência, além daquela prevista no art. 2º desta Lei. 
Art. 8º - A Carteira de Identidade de que trata esta Lei será expedida com base no processo de 
identificação datiloscópica. 
Art. 9º - A apresentação dos documentos a que se refere o art. 2º desta Lei poderá ser feita por cópia 
regularmente autenticada. 
Art. 10 - O Poder Executivo Federal aprovará o modelo da Carteira de Identidade e expedirá as normas 
complementares que se fizerem necessárias ao cumprimento desta Lei. 
Art. 11 - As Carteiras de Identidade emitidas anteriormente à vigência desta Lei continuarão válidas em todo o 
território nacional. 
Art. 12 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 13 - Revogam-se as disposições em contrário. 
 
LEI Nº 9.454, DE 7 DE ABRIL DE 1997 
 
Institui o número único de Registro de Identidade Civil e dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º É instituído o número único de Registro de Identidade Civil, pelo qual cada cidadão brasileiro, nato ou 
naturalizado, será identificado em todas as suas relações com a sociedade e com os organismos 
governamentais e privados. 
Art. 1º É instituído o número único de Registro de Identidade Civil, pelo qual cada cidadão brasileiro, nato ou 
naturalizado, será identificado em suas relações com a sociedade e com os organismos governamentais e 
privados. (Redação dada pela Lei nº 12.058, de 2009) 
Parágrafo único. (VETADO) 
I - (VETADO) 
II - (VETADO) 
Prof. Victor Botteon 
 Aula 08 
 
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Noções de Papiloscopia 
 
III - (VETADO) 
Art. 2º É instituído o Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, destinado a conter o número único 
de Registro Civil acompanhado dos dados de identificação de cada cidadão. 
Art. 2º É instituído o Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, destinado a conter o número único 
de Registro de Identidade Civil, acompanhado dos dados de identificação de cada cidadão. (Redação dada 
pela Lei nº 12.058, de 2009) 
Art. 3º O Poder Executivo definirá a entidade que centralizará as atividades de implementação, coordenação 
e controle do Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, que se constituirá em órgão central do 
Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil. 
§ 1º O órgão central do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil será representado, na Capital de 
cada Unidade da Federação, por um órgão regional e, em cada Município, por um órgão local. 
§ 1º Fica a União autorizada a firmar convênio com os Estados e o Distrito Federal para a implementação do 
número único de registro de identificação civil. (Redação dada pela Lei nº 12.058, de 2009) 
§ 2º Os órgãos regionais exercerão a coordenação no âmbito de cada Unidade da Federação, repassando aos 
órgãos locais as instruções do órgão central e reportando a este as informações e dados daqueles. 
§ 2º Os Estados e o Distrito Federal, signatários do convênio, participarão do Sistema Nacional de Registro de 
Identificação Civil e ficarão responsáveis pela operacionalização e atualização, nos respectivos territórios, do 
Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, em regime de compartilhamento com o órgão central, a 
quem caberá disciplinar a forma de compartilhamento a que se refere este parágrafo. (Redação dada pela Lei 
nº 12.058, de 2009) 
§ 3º Os órgãos locais incumbir-se-ão de operacionalizar as normas definidas pelo órgão central repassadas 
pelo órgão regional. (Revogado pela Lei nº 12.058, de 2009) 
Art. 4º Será incluída, na proposta orçamentária do órgão central do sistema, a provisão de meios necessários, 
acompanhada do cronograma de implementação e manutenção do sistema. 
Art. 5º O Poder Executivo providenciará, no prazo de cento e oitenta dias, a regulamentação desta Lei e, no 
prazo de trezentos e sessenta dias, o início de sua implementação. 
Art. 6º No prazo máximo de cinco anos da promulgação desta Lei, perderão a validade todos os documentos 
de identificação que estiverem em desacordo com ela. (Revogado pela Lei nº 12.058, de 2009) 
Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário. 
 
LEI Nº 12.037, DE 1º DE OUTUBRO DE 2009 (IMPORTANTE!) 
 
Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado, regulamentando o art. 5º, inciso LVIII, da 
Constituição Federal. 
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Noções de Papiloscopia 
 
O VICE – PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber 
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nos casos previstos 
nesta Lei. 
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: 
I – carteira de identidade; 
II – carteira de trabalho; 
III – carteira profissional; 
IV – passaporte; 
V – carteira de identificação funcional; 
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. 
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os 
documentos de identificação militares. 
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: 
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; 
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; 
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantesentre si; 
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade 
judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do 
Ministério Público ou da defesa; 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; 
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento 
apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. 
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou 
outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado. 
Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as 
providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado. 
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos 
autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação. 
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá incluir a coleta de 
material biológico para a obtenção do perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco de dados 
de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
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Noções de Papiloscopia 
 
§ 1º As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar traços 
somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas 
constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos. (Incluído pela 
Lei nº 12.654, de 2012) 
§ 2º Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter sigiloso, respondendo civil, 
penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos 
nesta Lei ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
§ 3º As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos deverão ser consignadas em laudo 
pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em 
informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado ou 
ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada 
da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua identificação civil. 
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término do prazo estabelecido em 
lei para a prescrição do delito. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme 
regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 9º Revoga-se a Lei nº 10.054, de 7 de dezembro de 2000. 
Questão para fixar 
VUNESP– Auxiliar de Papiloscopista Policial (PC-SP)/2018 
Segundo a Lei Federal nº 12.037/2009, em seu artigo 3º, embora apresentado documento de identificação, 
poderá ocorrer identificação criminal quando 
a) o documento for emitido em Unidade da Federação diferente da que está sendo apresentada. 
b) a identificação civil for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária 
competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público 
ou da defesa. 
c) constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações. 
d) o indiciado portar documentos de identidade fornecendo sua qualificação. 
e) o documento apresentar data de emissão anterior à publicação da Lei Federal. 
RESOLUÇÃO: 
 Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: 
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; 
Prof. Victor Botteon 
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Noções de Papiloscopia 
 
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; 
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; 
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária 
competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público 
ou da defesa; 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; 
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento 
apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. 
Gabarito: C 
 
Sistemas de Identificação 
Existem diversos sistemas utilizados para a identificação humana ao longo da história, desde métodos 
cruéis e desumanos, empregados antigamente, até as metodologias científicas atuais, como a identificação 
pelo perfil genético (Genética Forense). Vamos conhecer agora um pouco sobre os principais métodos de 
identificação humana utilizados ao longo da história até chegarmos à PAPILOSCOPIA, nosso objeto de 
estudo. 
Bora lá! 
A AMPUTAÇÃO ou MUTILAÇÃO da orelha, do nariz, dos dedos ou da mão, e até mesmo o vazamento 
dos olhos, era utilizado pelos babilônios (Código de Hamurabi) como um meio de punição e de identificação 
para marcar criminosos, dependendo de suas infrações. 
Outro processo antigo de identificação era o FERRETE, consistindo em marcar as pessoas com ferro em 
brasa, como na fronte ou nas coxas. 
O assinalamento sucinto consistia em um método de anotação de algumas características físicas de um 
indivíduo, como cor dos olhos e do cabelo, altura, peso, idade etc. Uma forma de descrição para 
reconhecimento. 
O processo de identificação divide-se em identificação médico-legal e judiciária (ou policial). Na 
Identificação médico-legal, realizada por peritos médico-legistas, o processo demanda conhecimentos e 
técnicas médico-legais específicas, as quais estudaremos algumas das mais importantes. Já a identificação 
judiciária ou policial utiliza-se de certos critérios atendendo aos seguintes requisitos que possibilitem uma 
classificação (Classificabilidade): 
1- Unicidade: conjunto de características que torne o indivíduo único (individualização). 
2- Perenidade: os elementos devem ser perenes, resistir à ação do tempo. 
3- Imutabilidade: os elementos para identificação devem permanecer sem alteração ao longo do 
tempo. 
4- Praticabilidade: os elementos para a identificação devem ser de fácil obtenção, prático, de fácil 
utilização e de baixo custo. 
 
Prof. Victor Botteon 
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Noções de Papiloscopia 
 
 Prática muito comum para auxiliar no reconhecimento de criminosos é a utilização do RETRATO 
FALADO, consistindo em detalhes de um indivíduo, geralmente um suspeito de cometimento de um crime, 
revelados de memória por outra pessoa (vítima, testemunha). O desenhista policial buscará retratar as 
minúcias mais importantes da fisionomia de uma pessoa, principalmente da face. O retrato (desenho) pode 
ser realizado à mão (meio artístico) ou por meio de programas computacionais (softwares) específicos, como 
ident-kit, photo-kit, comphoto kit, dentre outros. É caracterizado como um método de reconhecimento 
empregado paraapontar um conjunto de características físicas de um indivíduo para a equipe de 
investigação. 
Outro método utilizado para o reconhecimento de indivíduos é a fotografia simples, empregada como 
meio de reconhecimento, mas não pode ser utilizada como um processo de identificação humana por não 
atender aos requisitos para a classificabilidade e individualização de uma pessoa. 
O SISTEMA ANTROPOMÉTRICO DE BERTILLON foi o primeiro método científico de identificação 
civil ou criminal, criado por Alphonso Bertillon, funcionário da Polícia de Paris. O sistema de Bertillon 
também ficou conhecido como BERTILLONAGEM. Este método se baseava em dados antropométricos, em 
descrição (características morfológicas) e sinais individuais (cicatrizes, tatuagens, manchas) para a 
identificação, por meio de 11 medidas para classificação e arquivamento: 
a) diâmetro anteroposterior da cabeça; 
b) diâmetro transversal da cabeça; 
c) comprimento da orelha direita; 
d) diâmetro bizigomático; 
e) comprimento do pé esquerdo; 
f) comprimento do dedo médio esquerdo; 
g) comprimento do dedo mínimo; 
h) comprimento do antebraço; 
i) estatura; 
j) envergadura (comprimento dos braços abertos); 
l) altura do busto. 
 
Outros sistemas adotados para a identificação de pessoas: 
FOTOGRAFIA SINALÉTICA: fotografação de frente e de perfil de um indivíduo, na redução fixa de 
1/7, preconizada também pelo Bertillon. Posteriormente, as fotografias eram superpostas e comparadas em 
seus detalhes. 
Identificação por superposição de imagens: método craniofotocomparativo conhecido por método de 
Piacentino, consistindo na identificação por meio da superposição de negativos de fotografias do indivíduo 
registradas ao longo da vida com fotos do seu crânio. A correspondência ocorre por comparação entre 
diversos pontos do crânio, cotejados em fotografias de frente e três quartos perfil. 
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Noções de Papiloscopia 
 
Identificação por radiografias: método baseado em comparação de radiografias antigas com as 
obtidas de um indivíduo (vivo ou morto), sendo as radiografias do crânio, da face (seios frontais e 
maxilares), de ossos longos e as dentárias as mais comuns. Alguns elementos são sempre importantes de 
serem constatados para a identificação de um indivíduo, como a presença de próteses, placas metálicas, 
malformações, dentre outras. Além disso, algumas próteses, silicones, placas metálicas, dentre outros 
objetos empregados em processo cirúrgico, podem apresentar numeração de série para facilitar a 
identificação de vítimas fatais também. As radiografias da arcada dentária em vida (ante mortem) são 
importantes registros de padrões para confronto com uma arcada dentária questionada de um cadáver, 
possibilitando um método primário empregado para a identificação humana (Odontologia Forense). 
Sistema geométrico de Matheios: medidas de regiões fixas da face depois de determinada idade, a 
partir do confronto entre fotografias ampliadas, no mesmo tamanho de pessoas suspeitas. Sem praticidade e 
classificabilidade. 
Sistema dermográfico de Bentham: idealizava marcar os recém-nascidos com tatuagens. 
Sistema craniográfico de Anfosso: levantamento dos perfis cranianos e as medidas dos ângulos 
formados pelos dedos indicador e médio da mão direita por meio de um aparelho chamado de 
“taquiantropômetro”. 
Sistema otométrico de Frigério: baseado nas características dos pavilhões auriculares, mensurando as 
orelhas por meio de um instrumento denominado de “otômetro”. 
Sistema oftométrico de Capdeville: baseado na cor e em medidas dos olhos de um indivíduo, como a 
medida da curvatura das córneas, distância interpupilar, medida interorbital máxima e outras particularidades 
dos olhos. 
Sistema oftalmoscópico de Levinsohn: fotografia do fundo do olho e de características do nervo 
óptico. 
Sistema radiológico de Levinsohn: baseado na radiografia do metacarpo e do metatarso. 
Sistema flebográfico de Tamassia: baseado em fotografias das múltiplas ramificações venosas do 
dorso da mão. 
Sistema flebográfico de Ameuille: levantamento fotográfico dos ramos venosos da fronte. 
Sistema palmar de Stockes e Wild: registro dos delineamentos dos sulcos palmares. 
Sistema onfalográfico de Bert e Viamay: individualização da cicatriz umbilical. 
Sistema poroscópico de Locard: estudo da individualização dos poros das glândulas sudoríparas nos 
dedos. 
PALATOSCOPIA: também conhecido por rugoscopia palatina, consiste no processo de identificação 
por meio das pregas palatinas transversas encontradas na abóbada bucal (céu da boca). As saliências 
(rugosidades) existentes no palato são imutáveis e deixam a impressão palatina reproduzida em ficha 
palatoscópica. A impressão é coletada por meio de material plastiforme (molde) inserido em toda a mucosa 
palatina. Não é um método muito prático de ser empregado. 
QUEILOSCOPIA: processo de identificação baseado nas impressões labiais (queiloscópicas) deixadas 
pelos sulcos da estrutura anatômica dos lábios de uma pessoa. Comum de ocorrer quando os lábios se 
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encontram impregnados com batom, deixando uma impressão visível em copos, taças e bitucas de cigarro, 
por exemplo. A impressão dos lábios deixada apenas com a presença de saliva será uma impressão oculta 
(latente). A revelação de impressões labiais latentes é geralmente realizada por meio de lisocromos e de 
reagentes fluorescentes aplicados em diversos tipos de superfícies. Além da análise da impressão, é possível 
realizar o levantamento de material genético coletado na saliva, para futuro levantamento de perfil genético 
para confronto, e até determinar a presença de alguma substância presente nos lábios (impressão química). 
Os sulcos das impressões queiloscópicas podem ser simples, apresentando um único elemento em sua 
forma (linhas labiais retas, curvas, angulares e sinuosas); e compostos, apresentando de duas ou mais formas 
distintas (linhas bifurcadas, trifurcadas, anômalas). Apesar das caraterísticas imutáveis dos sulcos labiais, o 
processo de envelhecimento pode resultar em ligeiras alterações dos lábios. 
IDENTIFICAÇÃO PELO REGISTRO DA VOZ (FONÉTICA FORENSE): método baseado na comparação 
entre o registro das vibrações da voz padrão, emitidas por meio de um microfone em um tambor de 
anotações (gravação do sonograma da voz), com as características específicas da voz questionada. A 
identificação correspondente ocorre quando os oscilogramas da frequência da voz coincidem. A comparação 
deve se basear no confronto de particularidades da voz expressando palavras idênticas. Os estudos nesta área 
ainda em evolução iniciaram por volta de 1962, quando Kersta começou a registrar a voz por meio de um 
sonógrafo, desenvolvendo um método eletroacústico para a identificação da voz humana. 
Atualmente, com o avanço tecnológico, imagens de câmera de segurança e recursos computacionais, a 
perícia prosopográfica (PROSOPOGRAFIA) se destaca em uma reconstrução facial e descrição de uma 
pessoa com detalhes, sendo possível até mesmo realizar inferências sobre o rejuvenescimento e 
envelhecimento. Como exemplo, este exame é comum de ser utilizado em casos de crianças que são 
sequestradas ainda bem novas e se faz necessário conhecer a sua fisionomia após anos do evento criminoso, 
por meio da reconstrução facial. 
Com o avanço de recursos e sistemas avançados de biometria aso, também é possível até realizar o 
reconhecimento facial de criminosos fugitivos que utilizam disfarces. Além dos sistemas de identificação já 
citados, hoje é possível também realizar exames de identificação pela íris e de reconhecimento pela retina. 
 
ANTROPOLOGIA FORENSE 
Consiste na aplicação de conhecimentos de Antropologia para elucidar questões judiciais, na área civil 
e/ou penal, principalmente no queconcerne à identificação de cadáveres (post mortem). A identificação 
cadavérica (necroidentificação) por meio da Antropologia Forense baseia-se em características 
morfológicas e na análise dos ossos, sendo bastante aplicada em casos de encontros de cadáveres em 
avançado estado de putrefação; com achados em escavações, com corpos em fase esquelética da putrefação; 
com vítimas fatais em desastres de massa, dentre outros casos. 
Os exames periciais na área permitem inferir sobre a origem dos restos cadavéricos (se realmente se 
trata de um esqueleto humano); características gerais de identificação do indivíduo, como sexo, altura, 
idade aproximada, dentre outras, apuradas por meio de métodos técnicos reconstrutivos; assim como 
determinar características individualizadoras por meio de sinais particulares, como malformações, 
fraturas, dentre outros elementos; procedendo, desta forma, a um estudo comparativo entre as 
características determinadas, a fim de identificar a vítima. 
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Além disso, a Antropologia Forense pode auxiliar na determinação da causa mortis e da data da morte 
(cronotanatognose), com as interpretações das circunstâncias da morte dependendo da qualidade da 
conservação do esqueleto para não prejudicar os exames. 
 
ODONTOLOGIA FORENSE 
A Odontologia Forense auxilia a Justiça com exames periciais na área penal (médico-legal), civil ou do 
trabalho, consistindo em um método primário de identificação humana (post mortem), e pode ser aplicada 
em áreas diversas de intervenção como avaliação de dano orofacial e até na identificação de agressores, 
por meio das marcas de mordida (mordedura). 
Pela grande resistência que apresentam, os dentes se conservam durante anos após a morte e são 
considerados importantes elementos para a identificação humana, por meio de métodos de reconstrução e 
comparação, assim como ocorre em exames realizados na área da Antropologia Forense. Em perícias 
odontológicas, realizadas pelo perito Odontolegista (formação específica), diversas características 
individualizadoras são analisadas, como número de dentes; características específicas da dentição; alterações 
morfológicas congênitas ou adquiridas; alterações traumáticas ou patológicas, como cáries; existência de 
tratamentos ortodônticos, dentre outros. O processo de identificação se dá pela comparação do estudo 
radiológico dos dentes de uma vítima (post mortem) com radiografias da suposta pessoa realizadas quando 
em vida (ante mortem). 
 
História da Papiloscopia 
 
 A história da Papiloscopia é dividida em três fases: pré-história, empírica e científica. 
 Senta que lá vem história! 
 Diversos registros do uso das impressões digitais por civilizações antigas são descritos na literatura, mas 
o nosso maior interesse de estudo são as fases empírica e científica da aplicação da Papiloscopia para fins 
forenses de identificação humana. 
 Em 1563, João de Barros, em Portugal, publicou as primeiras observações feitas na China sobre tomadas 
de impressões digitais em contratos de compra e venda entre pessoas. 
 Em 1685, Govard Bidloo, um anatomista holandês, publicou o livro “Anatomia do corpo humano” que 
incluiu detalhes das cristas papilares do polegar. 
 Em 1687, Marcello Malpighi, o professor da Universidade de Bologna, na Itália, publicou o artigo “Em 
relação aos órgãos táteis externos”, descrevendo a função das cristas papilares (cumes da pele) no aumento 
da fricção entre um objeto e a superfície da pele do dedo. Uma camada da pele foi nomeada em sua 
homenagem (Extrato ou Camada de Malpighi). 
 Em 1788, Johann Christoph Andreas Mayer, anatomista alemão publicou o livro “Placas de cobre 
anatômicas com explicações apropriadas”, detalhando os desenhos papilares das digitais humanas e 
descrevendo sobre a unicidade das impressões digitais pela primeira vez. 
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 Em 1823, Johannes Evangelista Purkinje, professor checo publicou seu trabalho “Comentário à 
examinação fisiológica dos órgãos da visão e do sistema cutâneo”, descrevendo 9 diferentes padrões de 
impressão digital: 
 
 
Crédito: M.E.C. de Araújo & L. Pasquali. 
 
- Flesurae Transversae (flexões tranversais) – Arco Plano; 
- Stria Centralis Longitudinalis (estria central e longitudinal) – Arco Angular; 
- Stria Obliqua (estria torta, curva) – Presilha Externa; 
- Sircus Oblíquos (seio oblíquo) – Presilha Interna; 
- Amigdalus (amendoeira, amídalas) – Verticilo; 
- Spirula (pequena linha em espiral) – Verticilo Espiral; 
- Ellipsis (centro em elipse) – Verticilo Ovoidal; 
- Circulus (centro em círculo) – Verticilo Circular; 
- Vortes Duplicatus (duplo turbilhão) – Presilhas; 
 - Duplas Opostas (Verticilo Sinuoso). 
 
 Em 1858, Sir William James Herschel, oficial britânico e chefe de um distrito em Bengala, na Índia, 
começou a utilizar a impressão da palma da mão como forma de assinatura para o contratos, iniciando suas 
investigações sobre o uso de impressões papilares no combate contra fraudes. Após muitas observações, Sir 
Herschel concluiu sobre a imutabilidade das impressões digitais ao longo da vida. 
 Henry Faulds, médico britânico que atuava em Tóquio no Japão, iniciou seus estudos sobre impressões 
digitais na mesma época do que Herschel, investigando marcas de digitais presentes em cerâmicas pré-
históricas. Em 1880, Faulds escreveu em uma carta ao grande Charles Darwin que as impressões digitais eram 
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únicas e permanentes. Seu trabalho foi publicado na Nature, demonstrando a utilização das impressões 
digitais como método de individualização para identificação humana. 
 Em 1882, Sir Francis Galton, antropólogo inglês e primo de Charles Darwin, publicou seu livro FINGER 
PRINTS, no qual sustentava as ideias sobre a imutabilidade e perenidade das impressões digitais, 
descrevendo o primeiro sistema de classificação. Galton calculou a probabilidade da ocorrência de duas 
impressões digitais idênticas em 1 em 64 bilhões. 
 JUAN VUCETICH era chefe da Agência de Identificação Antropométrica da Polícia em La Plata, na 
Argentina, iniciando seus estudos sobre as impressões digitais em 1891, após ler os trabalhos de Francis 
Galton. Vucetich coletava as impressões digitais dos criminosos e inventou seu próprio sistema de 
classificação, denominado inicialmente de ICNOFALANGOMETRIA. 
 No ano de 1892, o primeiro caso de homicídio foi desvendado pelo uso da impressão digital de um 
polegar encontrado no local de crime, em Buenos Aires, Argentina. Neste célebre caso, duas crianças 
foram encontradas assassinadas. A mãe, Francisca Rojas, apresentava um ferimento na garganta e acusava 
um homem chamado Velasquez pelo homicídio. No levantamento de local de crime, o inspetor Eduardo 
Alvarez coletou um fragmento de impressão digital em sangue presente em uma porta do local. Após a 
análise das impressões digitais, Alvarez encontrou resultado coincidente ao confrontar a impressão 
questionada com a impressão digital de Francisca Rojas, a qual acabou confessando o assassinato dos 
próprios filhos. 
 Em 1894, uma publicação no jornal “La Nacion” da Argentina sugeriu a mudança do nome 
Icnofalangometria para a DATILOSCOPIA. 
 Em 1900, Edward Richard Henry publicou o livro “Classificação e usos de impressões digitais”, na 
Inglaterra, sendo então adotado pela maioria dos países de língua inglesa pouco tempo depois. 
 Nos Estados Unidos, fundador do primeiro sistema de classificação americano foi o Capitão James 
H. Parke, após o famoso caso “Will e Willian West” no ano de 1903, substituindo as medidas 
antropométricas estabelecidas por Bertillon pelas impressões digitais como sistema de classificação. Will 
e William West apresentavamo mesmo nome (homônimos), aparência física (foto) e medidas 
antropométricas bastante similares, sendo confundidos na Penitenciária Federal de Leavenworth, nos 
E.U.A. Os prisioneiros foram então identificados então pelas impressões digitais. 
 
 
Crédito: Daily Mail. 
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 No Brasil, Félix Pacheco era um político que introduziu a Papiloscopia e idealizou o Gabinete de 
Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal (na época era no Rio de Janeiro). Em 1903, a 
Datiloscopia foi reconhecida oficialmente como método para identificação humana pelo presidente da 
República, Rodrigues Alves, sendo até hoje o principal método utilizado para identificação de pessoas, tanto 
na área civil quanto na área penal. 
 
Levantamento Papiloscópico 
Principais Características das Impressões Digitais 
 A PAPILOSCOPIA é o processo de identificação humana por meio das impressões digitais, 
normalmente utilizado para fins judiciários. 
 O termo Papiloscopia, embora não ideal, foi idealizado pelo chileno Humberto Orrego Gauthier, na obra 
“Tratado de Papiloscopia”. 
 A PAPILOSCOPIA é dividida em três áreas principais: DACTILOSCOPIA, QUIROSCOPIA e 
PODOSCOPIA. Além destas áreas, há também a POROSCOPIA, consistindo na identificação dos poros das 
glândulas sudoríparas da epiderme; e a CRITASCOPIA, consistindo na identificação das cristas papilares. A 
dermatoglifia é o nome dado também ao estudo dos padrões das cristas dérmicas. 
 DATILOSCOPIA: DATILA- ou DACTILA = dedo, consistindo na identificação das impressões digitais 
dos quirodáctilos (dedos das mãos). Divide-se em Datiloscopia civil: identificação de pessoas para fins civis e 
para a expedição de documentos oficiais (registro civil); e Datiloscopia criminal: identificação de pessoas 
suspeitas da prática de crimes para a devida acusação em processos penais. 
 QUIROSCOPIA: o prefixo QUIRO é relacionado à mão. Portanto, a Quiroscopia é a identificação das 
impressões das palmas das mãos (face ventral das mãos). A palma da mão é dividida em três regiões: tênar, 
hipotênar e superior: 
 
 
Crédito: Manual de Papiloscopia (PC-PR). 
 
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 O DESENHO PALMAR será formado pelas cristas papilares das palmas das mãos, sendo o 
QUIROGRAMA OU IMPRESSÃO PALMAR o registro do desenho das palmas das mãos (foto). 
 
 
Crédito: quirograma pelo Prof. Wada (PC-SP). 
 
 PODOSCOPIA: PODO = pé, consistindo na identificação das impressões das plantas dos pés, na face 
plantar (sola) e das extremidades ventrais dos artelhos (dedos do pé). É um método de identificação humana 
utilizado em bebês recém-nascidos em maternidades. 
 
 PAPILAS DÉRMICAS 
 A pele (cútis) é o maior órgão do corpo humano, revestindo toda a sua superfície. A pele da região da 
palma das mãos e a planta dos pés são chamadas de pele glabra, não apresentando folículos pilosos 
(pelos); já a pele pilosa recobre a maior parte de nosso organismo. A papila nasce na derme (papila dérmica) 
da pele, projetando-se para a epiderme, camada mais superficial da pele, formando relevos irregulares 
chamados de cristas papilares. As papilas são pequenas bolsas de formação neurovascular, variando em 
forma, dimensão, direção e número, formando o desenho papiloscópico. O registro dos desenhos da pele 
em determinado suporte (superfície) é chamado de impressão digital! 
 A composição química das secreções produzidas pelas glândulas anexas da pele é responsável pelas 
reações quando da aplicação de agentes reveladores que vão possibilitar o levantamento das impressões 
digitais ocultas. 
 Vamos observar na tabela abaixo qual a composição química das secreções produzidas pelas principais 
glândulas presentes em nossa pele: 
 
 
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GLÂNDULAS 
COMPOSTOS 
INORGÂNICOS 
COMPOSTOS 
ORGÂNICOS 
SUDORÍPARAS 
Água, cloretos, sulfatos, 
fosfatos, amônia, íons 
metálicos. 
Aminoácidos, ureia, 
ácido úrico, ácido 
lático, colina, 
creatinina, dentre 
outros. 
SEBÁCEAS - 
Ácidos graxos 
(gorduras), glicerol, 
hidrocarbonetos, 
álcoois. 
APÓCRINAS Ferro. 
Colesterol, proteínas 
e carboidratos. 
 
 A excreção de suor por parte das glândulas sudoríparas encontra-se na região da derme profunda, e o 
duto excretor projeta-se pela epiderme até o suor ser liberado pelos poros (orifícios) presentes na superfície 
da pele. As glândulas écrinas são um tipo de glândula sudorípara presentes em quase todo o corpo, 
produzindo suor para a regulação da temperatura corpórea. Estas glândulas são encontradas em maior 
quantidade na pele das palmas das mãos e na sola dos pés. 
 Já as glândulas apócrinas são outro tipo de glândula sudorípara, as quais estão presentes principalmente 
na região das axilas, aréolas das mamas, e na região da barba na face dos homens. O suor excretado por estas 
glândulas apresentam a consistência um pouco mais viscosa, composição diferente e a excreção se dá por 
meio dos folículos pilosos, iniciando a produção durante a fase da puberdade. O indivíduo acaba levando as 
mãos e os dedos na face ou axilas, por exemplo, entrando em contato com o suor de composição diferenciada 
produzido por estas glândulas. 
 Para a análise de impressões digitais é fundamental o conhecimento de princípios químicos. Portanto, a 
composição química das impressões digitais é basicamente 99% de água e 1% de compostos orgânicos e 
inorgânicos variados. Esses compostos e a superfície aderente determinarão a escolha da melhor técnica para 
a revelação de uma impressão digital latente (oculta) em um local de crime. Variáveis ambientais como 
excessiva umidade e temperaturas elevadas podem influenciar na qualidade da impressão digital, a qual, 
apesar de permanecer por longos períodos, dependendo do suporte, estará sempre sujeita às intempéries 
ambientais e influências antrópicas. 
 
Coleta de Impressões Digitais em Local de Crime 
 A coleta da(s) impressão(ões) digital(is) diretamente das falanges de uma pessoa é realizada pelo 
Papiloscopista, profissional especialista na coleta, levantamento, arquivamento e análise de impressões 
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digitais, operando internamente em unidades ou institutos de identificação (área civil), e até mesmo no IML 
para a identificação de vítimas fatais. Externamente, em locais de crime de naturezas diversas, além da 
atuação do Papiloscopista, o Perito Criminal também atua no levantamento e na devida coleta de impressões 
digitais para análises futuras. 
 Na área penal, a perícia papiloscópica, destinada à análise das impressões digitais, é aplicada para 
determinar a autoria de um crime, podendo também descartar algum suspeito. A impressão testemunha ou 
questionada é aquela localizada no local de crime, a qual será devidamente coletada e submetida ao 
confronto em comparação com uma impressão digital de referência (padrão) ou considerando impressões 
constantes em banco de dados (veremos mais adiante). 
 Em locais de crime, as impressões podem ser encontradas em três tipos distintos: 
IMPRESSÕES PAPILARES VISÍVEIS: podem ser chamadas também de entintadas (reveladas) ou normais. 
Como o próprio nome nos revela, esta impressão está nítida, visível ao olho nu (à vista desarmada), sendo, 
portanto, de fácil observação. Neste caso, não há necessidade de aplicação de técnicas de revelação. Como 
exemplo, temos o registro dos desenhos digitais (impressão digital) quando os dedos do indivíduo tiveram 
contato com sangue, graxas, sujeira e poeira, tintas etc. 
IMPRESSÕES PAPILARES MOLDADAS: encontradas em superfícies que permitem a modelagem em 
baixo relevo, superfície plástica, e são reproduzidasutilizando materiais que gravam os sulcos dos materiais, 
como por exemplo, o gesso, silicone e a parafina. 
IMPRESSÕES PAPILARES LATENTES (IPL): impressões digitais ocultas, invisíveis a olho nu em um local 
de crime, sendo as mais comuns de se deparar por serem produzidas por substâncias secretadas pelo corpo 
do agente (suor e gorduras). Neste caso, há a necessidade da aplicação de métodos de revelação para a 
visualização e a coleta das impressões. 
*Lembrando que para todos os casos, as impressões deixadas no local de crime podem ser dos dedos 
(digitais ou dactiloscópicas), das palmas das mãos e da sola dos pés descalços (mais raro). Em todos os casos, 
antes da coleta o perito deve realizar a fotografação dos fragmentos de impressões digitais, combinando com 
a aplicação de luz oblíqua (45º) para permitir observar e registrar os detalhes com melhor qualidade. 
 Em casos de impressões digitais latentes, os peritos geralmente utilizam agentes químicos para o 
levantamento papiloscópico, de acordo com a superfície (suporte) onde a impressão digital se encontra. 
 
 REVELAÇÃO DE IMPRESSÕES DIGITAIS EM LOCAIS DE CRIMES 
 O processo de tornar uma impressão digital latente (oculta ou invisível) em visível se chama de 
revelação, ocorrendo por meio do emprego de materiais e técnicas apropriadas, permitindo a visualização do 
desenho das cristas papilares (linhas do desenho das impressões digitais). São os elementos presentes nas 
impressões digitais que possibilitarão a classificação da impressão e a identificação humana futura. 
 
 VAPOR DE IODO: o iodo (de coloração roxa) apresenta a capacidade de sublimar nas condições 
adequadas, passando do estado sólido diretamente para o estado gasoso (sublimação) e se ligando por 
absorção física com os lipídeos e ácidos graxos presentes nas impressões digitais latentes. O vapor gerado 
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após a mudança de estado apresenta a coloração marrom amarelada, sendo uma técnica que pode ser 
aplicada geralmente em objetos de pequenas dimensões. 
 
 ÉSTER DE CIANOACRILATO: revelador químico de impressões digitais latentes e também pode ser 
aplicado para a fixação da umidade dos vestígios papilares já revelados, por meio de técnica de vaporização. 
O cianoacrilato é o componente ativo das supercolas conhecidas como Superbonder, atuando de forma a 
polimerizar as substâncias úmidas dos sais minerais e das gorduras contidas nas impressões digitais, 
formando um polímero branco. Apresenta resultados satisfatórios sobre superfícies absorventes, não porosas 
e algumas porosas, podendo atuar em combinação com outros agentes, como substâncias fluorescentes. 
 NINIDRINA (NINHIDRINA): agente químico utilizado para a revelação de impressões digitais latentes. 
Descoberto por engano por Ruhemann, em 1913. Seu potencial forense foi descoberto posteriormente, em 
meado dos anos de 1950. Referida substância reage com os grupamentos amino livres dos alfa-
aminoácidos, os polipeptídios e as proteínas contidas nas impressões digitais latentes, formando um 
composto de coloração geralmente púrpura. 
 A reação entre um determinado aminoácido e a ninidrina pode resultar em um produto com coloração 
diferente, sendo até mesmo possível identificar o aminoácido reagente. A reação com a tirosina gera um 
produto de coloração azul metálica e com a prolina gera um composto amarelo, por exemplo. 
 
 
Crédito: Chemello (2006). 
 
 A ninidrina se apresenta geralmente na forma líquida, em spray, e também na forma de cristal (pó 
branco), sendo utilizada para levantamento de impressões digitais latentes aderidas em superfícies 
absorventes e porosas, especialmente papeis, documentos, dinheiro, dentre outros. Interessante citar 
também que esta substância química apresenta a capacidade de revelar impressões produzidas há alguns 
anos, com o surgimento da impressão geralmente ocorrendo em uma ou algumas horas (geralmente revela 
em menos de 24 h até 72h) após a aplicação do reagente. 
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 A DFO (DIAZAFLUORENOMA) é um composto análogo a ninidrina, o qual apresenta maior 
capacidade de revelação de impressões digitais latentes contidas em papeis (10x mais) e também em 
outras superfícies porosas. A solução de DFO é composta por 50 mg do reagente + 4 mL de metanol e 2 mL 
de ácido acético glacial. Após a dissolução da solução de DFO, adiciona-se 100 mL de freon. 
 NITRATO DE PRATA: o nitrato de prata (AgNO3), em solução a 5% geralmente, reage com os íons 
cloreto (Cl-) presentes nas secreções do suor contidos nas impressões digitais, em aproximadamente 30s. 
XCl(aq) + AgNO3(aq) -> AgCl(ppt) + XNO3(aq) 
 O produto cloreto de prata (AgCl) é insolúvel em água. Após a reação, o suporte deve ser colocado em 
câmara escura para secagem e em luz solar (presença de UV) posteriormente para que o íon prata seja 
reduzido à prata metálica. A impressão digital será revelada sob um fundo negro e deve ser fotografada antes 
do escurecimento total da superfície. 
 REVELADOR FÍSICO: à base de prata, ocorre a formação de um produto de cor cinza, podendo ser 
utilizado em papel e até madeira (não envernizada e de cor clara). 
 TÉCNICA DO PÓ: existem diversos tipos de pós reveladores de impressões digitais latentes, baseados 
nas características físicas e químicas do pó. Esta técnica é recomendada para aplicação em superfícies não 
rugosas (lisas), não adsorventes, sem umidade (seca), possibilitando o decalque da impressão 
posteriormente. 
 
Fonte: Chemello (2006). 
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 Esta é a técnica mais empregada na rotina de um perito ou de um papiloscopista de local, com o pó 
sendo aplicado por meio de pincel especial com cerdas bem macias, por meio de movimentos delicados e 
suaves para não danificar os fragmentos de impressões digitais. Além dos tradicionais pincéis, há também a 
aplicação por spray de aerossol ou por meio de um aparato eletrostático no caso de PÓ MAGNÉTICO. O pó 
magnético é um pó fino aplicado por meio de aplicador magnético, danificando menos os fragmentos de 
impressões digitais, não sendo recomendado a sua aplicação em superfícies metálicas. 
 Existem também os pós fluorescentes de variadas colorações. Os fluorocromos são corantes 
específicos que se ligam na impressão digital e as revelam sob a ação de fonte de luz de comprimentos de 
onda específicos, podendo ser empregados em superfícies porosas. 
 Os pós para superfícies com faces adesivas são extremamente finos, sendo aplicados em superfícies 
claras adesivas. O VIOLETA DE GENCIANA, cristais de violeta ou cloreto de pararosanilina, é um corante 
de coloração violeta, não solúvel em água, o qual também pode ser utilizado para a revelação de impressões 
digitais latentes em superfícies adesivas ou aderentes. 
 O carbonato de chumbo (PbCO3) é um pó branco bem fino que se adere aos compostos químicos do 
suor, utilizado para revelar impressões digitais latentes em superfícies de fundo escuro. 
 A água é o principal componente no qual as partículas de pó aderem quando a impressão digital é de 
origem recente. Posteriormente, os compostos gordurosos secretados pelas glândulas sebáceas se destacam 
na ligação, ocorrendo por meio de forças de van der Waals e ligações de hidrogênio (“pontes de hidrogênio” = 
ligações covalentes entre o H e o oxigênio (O), nitrogênio (N) ou flúor (F), FON). 
 DISSULFETO DE MOLIBDÊNIO (MoS2): pó muito fino, reagente de pequenas partículas, o qual se 
adere a secreções gordurosas contidas nas impressões digitais latentes, revelando-as. Recomendado para 
superfícies não porosas (lisas) e pode ser aplicado em superfícies úmidas, com brevidade na fotografação, 
uma vez que a reação é considerada rápida e logoa imagem da impressão se desfaz. 
 AMIDO BLACK: conhecido como negro de amido, consistindo em uma mistura de amido preto, azul de 
hidroxinaftol, ácido acético e metanol. Este composto é recomendado para superfícies não porosas na 
presença de vestígios de sangue, uma vez que reage com as proteínas presentes no sangue e originando um 
produto de coloração azul escuro. 
 Técnica de visualização térmica de impressões digitais em suportes metálicos: em superfícies 
metálicas, além da aplicação de técnicas tradicionais para a revelação de impressões digitais latentes, novas 
técnicas baseadas na elevação da temperatura, na oxidação e na produção de cores de interferência 
começam a aparecer, melhorando o contraste e a qualidade da impressão digital na amostra. 
 As luzes forenses também podem (e devem) ser empregadas para visualização de impressões papilares 
latentes durante o levantamento papiloscópico, como aplicação da luz azul (440 nm) com filtro amarelo, e a 
luz turquesa (490 nm) com filtro laranja. 
 Outras metodologias forenses inovadoras precisam ser desenvolvidas, como o uso de compostos 
realçadores, como por exemplo a rodamina 6G ao invés do amarelo básico, e os métodos de realçamento 
luminoso (optical lifting method, OLM). 
 
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Sistema Dactiloscópico de Vucetich 
 
Princípios da Papiloscopia 
 A análise de identificação humana por meio das impressões digitais apresenta princípios científicos e 
métodos próprios, fazendo da Papiloscopia uma ciência e da análise papiloscópica uma método válido e 
aceito pela comunidade científica e para fins forenses. 
 
PRINCÍPIOS 
 UNIVERSALIDADE: todo ser humano possui impressões papilares. Algumas anomalias e doenças 
hereditárias são exceções que podem prejudicar o registro das impressões digitais. Veremos mais adiante as 
principais. 
PERENIDADE: imperecibilidade. Os desenhos papilares surgem geralmente a partir do sexto mês de vida 
intrauterina e permanece até a completa putrefação do cadáver. 
IMUTABILIDADE: os desenhos papilares são imutáveis, ou seja, permanecem os mesmos durante toda a vida 
de uma pessoa. Salvo exceções como no caso de determinadas atividades profissionais, cicatrizes, 
amputações, doenças adquiridas, como a lepra ou hanseníase, por exemplo, dentre outras. Com o 
crescimento, os desenhos papilares tendem a aumentar as dimensões apenas, mas não alterar as demais 
características. 
VARIABILIDADE: unicidade ou individualidade das impressões digitais. É o princípio que versa sobre a 
variação das impressões digitais, não sendo possível (ou pouco provável) de se encontrar 2 impressões digitais 
exatamente idênticas, nem mesmo em gêmeos univitelinos. 
CLASSIFICABILIDADE: facilidade de classificação das impressões digitais em tipos fundamentais e subtipos, 
por meio de Fórmula Datiloscópica, possibilitando o arquivamento das impressões em fichas dactiloscópicas 
e meios informatizados para os futuros cotejos necessários. 
PRATICIDADE: a obtenção das impressões digitais é simples, rápida e de baixo custo. 
Cumpre consignar sobre a possibilidade de cópia e falsificação de impressões digitais (imitabilidade), 
principalmente para fins criminosos. Já foram reportados casos em que criminosos falsificaram as impressões 
digitais ou até mesmo colocaram a culpa de determinado crime em outra pessoa. 
 
Tipos Fundamentais de Impressões Digitais 
 As impressões digitais (dactilogramas) são as reproduções físicas dos desenhos formados pelas 
cristas papilares das extremidades dos dedos em determinado suporte ou superfície. 
 DESENHO DIGITAL: conjunto das cristas e dos sulcos localizados na polpa digital (extremidades dos 
dedos). 
 LINHAS PRETAS: linhas de impressão onde ocorre o entintamento em uma impressão digital. 
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 LINHAS BRANCAS: são os sulcos interpapilares. 
 DOBRAOU PREGA INTERFALANGEANA: divisão das falanges localizada nas articulações dos dedos. 
 O sistema de linhas consiste no conjunto de linhas papilares que formam uma impressão digital, sendo 
dividido em: 
 Sistema nuclear: formado pelas linhas centrais de uma impressão digital. 
 Sistema marginal: formado pelas linhas situadas na parte marginal superior da impressão digital, ao 
longo do sulco ungueal (bordas). 
 Sistema basilar: formado pelas linhas situadas na base, região inferior da impressão digital, limitando-
se à dobra interfalangiana. 
 
 
Crédito: Manual de Papiloscopia (PC-PR). 
 
 A identificação papiloscópica baseia-se na análise destes 3 sistemas de linhas convergentes, sendo que 
na confluência destes sistemas de linhas pode ser identificada a região denominada DELTA (foto), elemento 
com formato de pequeno ângulo ou triângulo. A análise do delta corresponde a uma característica 
fundamental na classificação de uma impressão digital. 
 
 
Crédito: França (2017). 
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 A presença ou a ausência de deltas é aplicada como critério para classificação das impressões digitais 
em padrões básicos chamados de TIPOS FUNDAMENTAIS do Sistema Dactiloscópico de Vucetich: 
ARCO (A): NÃO APRESENTA DELTA e região do núcleo, possuindo apenas os sistemas de linhas basilares e 
marginais. 
PRESILHA INTERNA (I): ao contrário da presilha externa, apresenta UM DELTA À DIREITA DO 
OBSERVADOR. O núcleo é voltado em sentido contrário ao delta. 
PRESILHA EXTERNA (E): apresenta UM DELTA À ESQUERDA DO OBSERVADOR. 
VERTICILO (V): apresenta DOIS DELTAS e um núcleo central. 
 
 
Crédito da imagem: Chemello (2006). 
 
Fórmula Dactiloscópica 
 O dactilograma é a impressão digital de um único dedo (monodactilar). As fichas datiloscópicas são 
utilizadas para a tomada das digitais de todos os dedos. A classificação pelo sistema decadactilar (10 dedos 
das mãos) nas fichas dactiloscópicas é baseada na fórmula dactiloscópica para o devido arquivamento, e 
esse sistema de classificação ficou conhecido como SISTEMA DACTILOSCÓPICO DE VUCETICH. 
 A individual dactiloscópica (impressão digital dos 10 dedos) é escrita em forma de fração, apresentando 
o numerador acima do traço e o denominador abaixo do traço, sendo composta por duas partes: a SÉRIE, 
representando as impressões digitais da mão direita, no numerador; e a SEÇÃO, representando as 
impressões digitais da mão esquerda, no denominador da fração. 
 
 SÉRIE: compreende a fundamental, correspondente ao polegar direito (letra maiúscula do tipo 
fundamental de impressão digital); e a divisão, aos demais dedos da mão direita, dada pelos respectivos 
números. 
 SEÇÃO: subclassificação no polegar esquerdo (letra maiúscula do tipo fundamental de impressão 
digital); e subdivisão correspondente aos demais dedos da mão (em números). 
 
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SISTEMA DACTILOSCÓPICO 
TIPO 
FUNDAMENTAL 
POLEGAR OUTROS DEDOS DELTA 
VERTICILO V 4 2 DELTAS 
PRESILHA 
EXTERNA 
E 3 
DELTA À ESQUERDA 
DO OBSERVADOR 
PRESILHA 
INTERNA 
I 2 
DELTA À DIREITA DO 
OBSERVADOR 
ARCO A 1 SEM DELTA 
TIPOS ESPECIAIS 
AMPUTAÇÃO = 0 
GANCHO = G ou 5; 
ANÔMALO = NA ou 6; 
DUPLA = DPL ou 7; 
CICATRIZ = X ou 8. 
 
Pela FÓRMULA DACTILOSCÓPICA temos então: 
= SÉRIE (MÃO DIREITA) / SEÇÃO (MÃO ESQUERDA). 
ORDEM DOS DEDOS DENTRO DE UMA SÉRIE OU SEÇÃO: 
*POLEGAR – INDICATIVO – MÉDIO – ANULAR – MÍNIMO* 
POLEGAR = A (ARCO), I (PRESILHA INTERNA), E (PRESILHA EXTERNA) ou V (VERTICILO); 
DEMAIS DEDOS: 1 (ARCO), 2 (PRESILHA INTERNA), 3 (PRESILHA EXTERNA) ou 4 (VERTICILO). 
 
 Por este sistema de Vucetich existem 1.048.576 combinações possíveis: 
1ª Fórmula de Vucetich: (A 1 1 1 1)/(A 1 1 1 1), todas as impressões digitais sendo do tipoARCO; 
 2ª Fórmula de Vucetich: (A 1 1 1 1)/(A 1 1 1 2), com todas sendo do tipo ARCO e o dedo mínimo da mão 
esquerda sendo do tipo presilha interna; 3ª Fórmula de Vucetich: (A 1 1 1 1)/(A 1 1 1 3), com todas sendo 
do tipo ARCO e o dedo mínimo da mão esquerda sendo do tipo presilha externa (...); 
1.048.576ª Fórmula de Vucetich: (V 4 4 4 4)/(V 4 4 4 4), com todas as impressões digitais sendo do tipo 
verticilo. 
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Exemplo de classificação na prática: 
 
Crédito da foto: França (2017). 
 
 Cada tipo fundamental pode apresentar ainda subtipos, sendo incomum de aparecer em provas, mas 
sempre interessante de citar para conhecimento: 
 SUBTIPOS DO ARCO: Arco Plano (PL), Arco Angular (AG), Bifurcado à Direita (BD), Bifurcado à 
Esquerda (BE), Arco Destro Apresilhado (DA), Arco Sinistro apresilhado (SA). 
 SUBTIPOS DAS PRESILHAS INTERNA E EXTERNA: Normal (NR) e Invadida (VD). 
 SUBTIPOS DO VERTICILO: Circular (CR), Espiral (SP), Ovoidal (OV), Sinuoso (SN) e Duvidoso (DV). 
 
Pontos Característicos 
 Aprendemos sobre a fórmula dactiloscópica e que o seu objetivo é possibilitar uma classificação para o 
arquivamento. Agora veremos mais elementos que permitem a individualização (identidade) das impressões 
digitais, realizada por meio da análise das suas minúcias (minutae), principalmente dos pontos característicos 
(minúcias de Galton). Referidos pontos característicos consistem em acidentes morfológicos encontrados nas 
cristas papilares, os quais são analisados e comparados com a impressão digital questionada. Existem 
diversos pontos característicos descritos pela literatura. Vamos conhecer os principais: 
 
Crédito: Cabellero (2011) apud W. Soares Gomes (2018). 
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Crédito: Manual de Papiloscopia (PC-PR). 
 
Existem nove pontos característicos principais, os quais foram estipulados para a pesquisa e análise 
papiloscópica, apresentados a seguir (o crédito das imagens é da página www.papiloscopia.com.br): 
 PONTO: similar a um ponto final, situado entre duas linhas. 
 
 ILHA OU ILHOTA: de maior dimensão do que um ponto, sendo caracterizada por ser o menor pedaço de 
linha da impressão digital. 
 
 CORTADA: pequeno segmento de linha maior que uma ilha. 
 
EXTREMIDADE DE LINHA: ponto característico mais comum de ser encontrado em uma impressão digital, 
consistindo em um final de linha, seguido pelo estreitamento das duas linhas paralelas ao redor. 
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 CONFLUÊNCIA: abertura de uma linha que se transforma em duas, ocorrendo em sentido anti-horário 
(sentido contrário ao da análise). 
 
BIFURCAÇÃO: abertura ou bifurcação de uma linha que se transforma em duas, ocorrendo em sentido 
horário (sentido de análise de uma impressão digital). 
 
HASTE OU ARPÃO: ocorre quando surge um apêndice (segmento de linha) em uma linha, semelhante a um 
arpão. 
 
 ENCERRO: ponto também chamado de lago, sendo formado por uma abertura da linha e seu fechamento 
logo em seguida (formato de lago). 
 
PONTE OU ANASTOMOSE: curto segmento que faz ligação entre duas linhas, atuando como uma ponte. 
 
 
 Além destes pontos principais, existem inúmeras variações que podem ser encontradas nas impressões 
confrontadas. Para a análise direta, a impressão digital é dividida em quatro quadrantes, com as linhas 
divisórias traçadas na vertical (da característica mais alta a mais baixa) e na horizontal (das características 
mais laterais); e os “acidentes” começam a ser pesquisados em sentido horário, partindo do quadrante 
superior direito. Os pontos característicos encontrados são enumerados em ambas as impressões digitais 
confrontadas para atestar um veredito final quanto à identidade: se há ou não concordância entre as 
impressões analisadas. 
 
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Crédito da imagem: Chemello (2006). 
 
 Além dos pontos característicos principais, outros elementos que podem ser pesquisados e 
analisados são os poros (Poroscopia), pontos claros notados em cada linha papilar, localizados sobre as 
cristas, consistindo em orifícios produzidos pelas glândulas sudoríparas. Na Poroscopia, a quantidade, a 
forma, a posição e a dimensão dos poros sudoríparos são analisadas (Sistema Poroscópico de Locard). 
 E além dos poros, o conjunto das linhas brancas presentes em uma impressão digital, denominado 
de “albodactilograma” (ALBOTADILOSCOPIA), também pode ser utilizado para fins comparativos. 
Entretanto, tais linhas não apresentam valor absoluto para o confronto, uma vez que estas linhas brancas não 
são perenes e nem imutáveis. 
 São incontáveis as minúcias e elementos que podem ser observados nas impressões digitais, tornando- 
as extremamente variadas e únicas. Mas será mesmo? 
 
Unicidade no Confronto Papiloscópico 
 A impressão digital é realmente única para cada pessoa? É um procedimento de identificação válido 
e confiável? 
 Em um famoso caso de repercussão envolvendo explosão de um trem em Madrid, na Espanha, ocorrido 
em 11 de março de 2004, houve a individualização equivocada de um fragmento de impressão digital 
levantada no local de crime (ainda mais pelo F.B.I.), quase incriminando uma pessoa inocente. O princípio da 
Unicidade ou Variabilidade acabou sendo questionado. Neste contexto, qual a quantidade de pontos 
característicos mínimos necessários para realizar uma individualização de uma pessoa por meio de suas 
impressões digitais? 
 Na época, década de 1910, o grande Edmord Locard estabeleceu a lendária regra dos 12 pontos. O 
que seria isto? Para classificar as impressões digitais reveladas, Locard estabeleceu que se 12 pontos 
característicos fossem levantados de um fragmento de impressão digital questionado, o resultado de certeza 
de um confronto com a impressão padrão seria indiscutível quanto à individualização da impressão. Entre 8 a 
12 pontos característicos, o perito deveria analisar outros elementos para atestar a sua conclusão, como pela 
presença das características dos poros sudoríparos (POROSCOPIA), por exemplo. Entretanto, esta estatística 
dos 12 pontos para individualizar uma impressão digital não foi demonstrada por ele. De onde ele tirou esse 
número mágico? 
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 Ao longo da história da literatura, diversos cálculos de probabilidade foram realizados para provar a 
UNICIDADE das impressões digitais. Galdino Ramos calculou que seria preciso 4.660.337 séculos para que um 
homem nascesse com as mesmas impressões digitais de outra pessoa, considerando a população mundial de 
sua época. O ilustre Francis Galton calculou a probabilidade de 1 em 64 bilhões a chance de se encontrar 
duas impressões digitaisidênticas em dedos diferentes. O cálculo de Balthazard dividia o datilograma em 
100 partes e que a probabilidade de constatar 2 impressões digitais idênticas seria de 1/4100 ou 
aproximadamente 1,606 x 1060. Já outro autor, Wentworth, encontrou a probabilidade de 1,15 x1099 em seus 
cálculos. Mesmo com metodologias diferentes de cálculos, observa-se números monstruosos na estimativa 
da probabilidade de encontro de 2 impressões digitais idênticas. 
 O Papiloscopista da Policial Federal C.J. Araújo (2003), apresentado em Martins & Nascimento (2011), 
encontrou os seguintes valores em seus cálculos de probabilidade, a partir da quantidade de pontos 
característicos (minúcias de Galton) para a afirmativa de identidade: 
 
 
Crédito: Martins & Nascimento (2011). 
 
 Obviamente, quanto mais pontos característicos e outros elementos forem levantados,maior será a 
probabilidade para se atestar a certeza de concordância entre 2 impressões digitais em um exame de 
confronto papiloscópico. Não existe norma e base científica que estabeleçam uma quantidade mínima 
necessária de pontos característicos para atestar uma individualização positiva. Nem mesmo em países como 
E.U.A. e Inglaterra apresentam resoluções a respeito. As conclusões para o estabelecimento ou não de uma 
identidade ficam condicionadas à análise da expertise de um Perito ou Papiloscopista (Barberá & Turegáno, 
1988). 
 Portanto, ainda não existe um critério bem definido sobre o número de pontos característicos 
necessários para a afirmativa de uma identidade com certeza absoluta. Entretanto, até hoje em dia, a 
maioria dos peritos ainda utilizam a regra dos 12 pontos (ou buscam atingir no mínimo 12 pontos) para 
atestar uma conclusão. E esse número ainda parece ser cobrado em provas de concursos. Atualmente, os 
softwares (programas de computador) e demais sistemas automatizados de identificação pelas impressões 
digitais conseguem analisar uma grande quantidade de minúcias para garantir uma conclusão categórica e a 
validade do método de forma indiscutível, dependendo da qualidade do fragmento de impressão digital 
analisado. 
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. No trabalho de autoria de Mnookin et al. (2016), intitulado “Error Rates for Latent Fingerprinting as a 
Function of Visual Complexity and Cognitive Difficulty” e publicado na revista internacional “National Institute 
of Justice Award”, citam estudos os quais encontraram erros na correspondência (HIT) de impressões digitais, 
constatando até 8% de falsos negativos, os quais consistem em não correspondência de um par que possui 
correspondente no confronto, permitindo que um suspeito culpado fique impune pela prática de um crime; e 
cerca de 0,1% de falsos positivos, consistindo em um par não correspondente sendo rotulado como uma 
correspondência, podendo levar a condenação de uma pessoa inocente. 
 
Anomalias, Enfermidades e Impressões Digitais 
 Certas enfermidades, anomalias ou estigmas podem alterar e prejudicar os datilogramas (impressões 
digitais), afetando a IMUTABILIDADE. 
 Vamos conhecer agora as principais anomalias e enfermidades relacionadas à área. 
 As ANOMALIAS são deformidades que podem aparecer nas mãos e nos dedos (ou nas falanges) de 
um indivíduo, as quais podem impossibilitar ou dificultar a coleta comum de impressões digitais, podendo ser 
de natureza congênita ou adquirida. As principais anomalias que podem cair nas provas e que são descritas 
pelo Procedimento Operacional Padrão (SENASP, 2013) são: 
 
 ADATILIA: A = prefixo de negação. DATILIA = proveniente de dedos. “Anomalia congênita que 
consiste na ausência total dos dedos de uma ou de ambas as mãos”. 
AMPUTAÇÃO PARCIAL: perda parcial de uma ou mais falanges distais (ponta dos dedos). De origem 
geralmente acidental ou criminosa (adquirida). 
AMPUTAÇÃO TOTAL: perda total de uma ou mais falanges distais, inviabilizando a produção de 
impressões digitais. A amputação pode ocorrer também em todo(s) o(s) dedo(s), mão(s) ou braço(s). 
ANQUILOSE: falta de articulação parcial ou total dos dedos, podendo ser congênita ou adquirida. 
HEMIMELIA: ausência total do(s) braço(s). 
HIPERFALANGIA: HIPER = acima, mais. FALANGIA = vem de falange. Maior quantidade de falanges 
do que o normal (pinça de lagosta). 
 
Crédito: Hiperfalangia por Dultra/Manual de Classificação DI/DPT/BA apud POP (2013). 
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ECTROCERIA: ausência congênita da(s) mão(s). 
ECTRODATILIA: número de dedos inferior ao normal (anomalia congênita). 
 
 
Crédito: Ectrodatilia por Dultra/Manual de Classificação DI/DPT/BA apud POP (2013). 
 
SINDATILIA: SIN = junto, unido. Presença de dedos unidos entre si, podendo ser parcial ou total, de 
origem congênita. 
POLIDATILIA: POLI = vários, muitos. Mais dedos do que o normal, sendo de origem congênita. 
MACRODATILIA: MACRO = grande. Dedo(s) maiores do que a normalidade (foto). 
 
 
Crédito: Dultra/Manual de Classificação DI/DPT/BA apud POP (2013). 
 
MICRODATILIA: MICRO = pequeno. Dedo(s) menores do que a normalidade. 
 
 Além das anomalias congênitas e adquiridas, há doenças hereditárias as quais podem impedir a 
formação das papilas dérmicas e inviabilizar a coleta de impressões digitais, como: 
 QUERATODERMIA OU MAL DE MELEDA: doença hereditária e incurável a qual consiste na formação 
de verrugas, calos ou escamas (papilomas) nos sulcos interpapilares, inviabilizando a coleta de 
impressões digitais. Trata-se de uma enfermidade cutânea que provoca a proliferação de uma camada 
córnea na epiderme, em virtude do excesso de queratina que preenche os espaços dos sulcos interpapilares. 
 SÍNDROME DE NAGALI: o indivíduo nasce sem as papilas digitais (dedos lisos), em virtude de mau 
funcionamento de uma proteína denominada CRETIN 14 (problema genético). 
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 SÍNDROME DE BASAN: displasia ectodérmica hipohidrótica autossômica dominante. Lesões nas mãos 
e nos pés, com textura calosa e endurecida; a prega palmar transversal única e com ausência de desenhos 
papilares. 
 Vamos treinar agora com questões! 
 
Questões para fixar 
FUNCAB - Papiloscopista (PC-SE)/2014 
O iodo é utilizado para revelar impressões papiloscópicas e reage com que grupo de substâncias químicas? 
a) Ácidos Orgânicos e Sais que compõem o suor. 
b) Ácidos graxos e Proteínas. 
c) Proteínas e gorduras. 
d) Peptídeos, bases nitrogenadas e DNA. 
e) Gorduras Insaturadas do suor sebáceo. 
RESOLUÇÃO: 
Questão sobre agente revelador e sua respectiva reação com a composição química das substâncias 
secretadas pelas glândulas sudoríparas e sebáceas. Questão que pode aparecer principalmente para cargos 
de Perito Criminal de formação específica da área de Química, por exemplo. 
Vimos que o vapor de iodo, após o fenômeno de sublimação, vai se ligar com as gorduras (lipídeos) presentes 
na impressão digital latente. 
Gabarito: E 
 
FUNCAB – Papiloscopista (PC-SE)/2014 
A região palmar é dividida em três partes. Uma delas apresenta menor importância criminalística devido à 
elevada quantidade de pregas e pouquíssimos desenhos papilares. Assinale a alternativa que aponta as duas 
outras regiões de maior relevância técnica. 
a) Região mediana/Região tênar. 
b) Região hipotênar/Região tênar. 
c) Região tênar/Região superior. 
d) Região superior/Região hipotênar. 
e) Região hipotênar/Região mediana. 
RESOLUÇÃO: 
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A palma da mão é dividida em região superior, situada na área abaixo dos dedos indicadores, médio, anular e 
mínimo (infra-digital); hipotênar, região do lado externo da palma da mão, oposta à região tenar, abaixo do 
dedo mínimo; e a região de menor importância criminalística: tenar, região situada na base do dedo polegar. 
Gabarito: D 
 
UFMT – Papiloscopista (POLITEC-MT)/2017 
O sistema de classificação idealizado por Juan Vucetich consiste em quatro tipos fundamentais, a saber: arco; 
presilha interna; presilha externa; verticilo. Quanto à classificação, considere a definição a seguir: "é o 
datilograma, geralmente adéltico, formado por linhas que atravessam o campo digital, apresentando em sua 
trajetória formas mais ou menos paralelas e abauladas ou alterações características." O tipo de datilograma 
descrito na definição acima é: 
a) arco. 
b) presilha externa. 
c) presilha Interna. 
d) verticilo. 
RESOLUÇÃO: 
Falou em tipo fundamental de impressão digital “adéltico”, ou seja, SEM DELTA, falou em ARCO. 
Gabarito: A 
 
FUNCAB – Papiloscopista (PC-SE)/2014 
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