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Prof. Victor Botteon Aula 08 1 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Aula 08 Noções de Papiloscopia – Curso Regular de Ciências Forenses para concursos Prof. Victor Botteon 2019 Prof. Victor Botteon Aula 08 2 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Sumário NOÇÕES DE PAPILOSCOPIA.................................................................................................................... 3 NOÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO......................................................................................................................................3 Legislação Brasileira........................................................................................................................................ 4 Sistemas de Identificação.................................................................................................................................9 HISTÓRIA DA PAPILOSCOPIA................................................................................................................................... 13 LEVANTAMENTO PAPILOSCÓPICO........................................................................................................................... 16 Principais Características das Impressões Digitais............................................................................................ 16 Coleta de Impressões Digitais em Local de Crime............................................................................................. 18 SISTEMA DACTILOSCÓPICO DE VUCETICH................................................................................................................. 23 Princípios da Papiloscopia.............................................................................................................................. 23 Tipos Fundamentais de Impressões Digitais.....................................................................................................23 Fórmula Dactiloscópica.................................................................................................................................. 25 Pontos Característicos.................................................................................................................................... 27 Unicidade no Confronto Papiloscópico............................................................................................................ 30 Anomalias, Enfermidades e Impressões Digitais.............................................................................................. 32 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÕES E CONFRONTO......................................................................................... 37 POP da Papiloscopia...................................................................................................................................... 37 Necropapiloscopia..........................................................................................................................................53 Confronto Papiloscópico................................................................................................................................. 67 QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR........................................................................................70 LISTA DE QUESTÕES............................................................................................................................. 79 GABARITO............................................................................................................................................ 86 RESUMO DIRECIONADO........................................................................................................................ 87 Prof. Victor Botteon Aula 08 3 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Noções de Papiloscopia Bem-vind@s ao universo forense! Essa aula abordará a teoria sobre os principais aspectos cobrados sobre a disciplina de PAPILOSCOPIA, esperando que ao final, o aluno compreenda sobre seus principais conceitos, subdivisões, princípios e aplicações; sistemas de identificação humana; procedimentos de levantamento de impressões digitais em local de crime; classificação e confronto papiloscópico, além de resoluções de questões relacionadas aos temas abordados e focadas em concursos públicos. Preparados? Bora lá! Noções de Papiloscopia: Sistemas de Identificação; História da Papiloscopia; Levantamento Papiloscópico; Princípios, Tipos Fundamentais de Impressões Digitais, Classificação e Fórmula Datiloscópica; Procedimentos Operacionais Padrões em Papiloscopia; Necropapiloscopia; Confronto Papiloscópico. Noções de Identificação A IDENTIDADE pode ser definida como sendo o conjunto de atributos que individualiza uma pessoa ou qualquer coisa, tornando-a única. De acordo com Afrânio Peixoto, a “identidade é o conjunto de sinais ou propriedades que caracterizam um indivíduo entre todos, ou entre muitos, e o revelam em determinada circunstância, e que estes sinais são específicos e individuais, originários ou adquiridos”, consistindo, portanto, na essência de um ser ou de uma coisa. A identidade subjetiva consiste na consciência do próprio EU, relacionada à personalidade da sua própria identidade. A identidade objetiva é definida como o conjunto de elementos materiais que definem uma pessoa ou uma coisa e que pode ser atestada por meio de conhecimentos técnicos aplicados através de metodologias científicas. O processo para determinar a identidade se chama IDENTIFICAÇÃO, garantindo o estabelecimento do conjunto de características, a fim de individualizar uma pessoa ou uma coisa, de forma a se tornar indistinguível das demais. No caso de IDENTIFICAÇÃO HUMANA, principalmente em casos envolvendo vítimas fatais, a Organização Internacional de Polícia Criminal, conhecida pela sua sigla INTERPOL (International Criminal Police Organization), criou diversos protocolos para servir como modelo em todo o mundo, como o Protocolo de Identificação de Vítimas de Desastre (Disaster Victim Identification – DVI guide), a fim de fortalecer a ação coordenada e organizada entre diversos órgãos de diferentes países nos processos de identificação humana em casos de acidentes de massa ou em eventos envolvendo muitas mortes. Os métodos para determinar a identidade de uma pessoa foram divididos em primários: PAPILOSCOPIA, ANÁLISE DO PERFIL GENÉTICO (GENÉTICA FORENSE) E ODONTOLOGIA LEGAL; e secundários, consistindo em diversos outros sistemas e técnicas de identificação, podendo ser utilizados de forma combinada. Prof. Victor Botteon Aula 08 4 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Legislação Brasileira Vamos estudar agora as principais Leis nacionais relacionadas à identificação humana e que costumam cair em concursos (conteúdo de Legislação específica) principalmente para o cargo de PAPILOSCOPISTA: Lei Federal n.º 7.116/1983 (Expedição e Validade Nacional das Carteiras de Identidade); Lei Federal n.º 9.454/1997 (Número Único de Registro de Identidade Civil); Lei Federal n.º 12.037/2009 (Identificação Criminal do Civilmente Identificado). LEI Nº 7.116, DE 29 DE AGOSTO DE 1983 Assegura validade nacional as Carteiras de Identidade regula sua expedição e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - A Carteira de Identidade emitida por órgãos de Identificação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios tem fé pública e validade em todo o território nacional. Art. 2º - Para a expedição da Carteira de Identidade de que trata esta Lei não será exigida do interessado a apresentação de qualquer outro documento, além da certidão de nascimento ou de casamento.§ 1º - A requerente do sexo feminino apresentará obrigatoriamente a certidão de casamento, caso seu nome de solteira tenha sido alterado em consequência do matrimônio. § 2º - O brasileiro naturalizado apresentará o Certificado de Naturalização. § 3º - É gratuita a primeira emissão da Carteira de Identidade. (Incluído pela Lei nº 12.687, de 2012) Art. 3º - A Carteira de Identidade conterá os seguintes elementos: a) Armas da República e inscrição "República Federativa do Brasil"; b) nome da Unidade da Federação; c) identificação do órgão expedidor; d) registro geral no órgão emitente, local e data da expedição; e) nome, filiação, local e data de nascimento do identificado, bem como, de forma resumida, a comarca, cartório, livro, folha e número do registro de nascimento; f) fotografia, no formato 3 x 4 cm, assinatura e impressão digital do polegar direito do identificado; g) assinatura do dirigente do órgão expedidor. (PODE CAIR NA ÁREA DE DOCUMENTOSCOPIA!). Art. 4º - Desde que o interessado o solicite a Carteira de Identidade conterá, além dos elementos referidos no art. 3º desta Lei, os números de inscrição do titular no Programa de Integração Social - PIS ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP e no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda. Prof. Victor Botteon Aula 08 5 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia § 1º - O Poder Executivo Federal poderá aprovar a inclusão de outros dados opcionais na Carteira de Identidade. § 2º - A inclusão na Carteira de Identidade dos dados referidos neste artigo poderá ser parcial e dependerá exclusivamente da apresentação dos respectivos documentos com probatórios. Art. 5º - A Carteira de Identidade do português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade será expedida consoante o disposto nesta Lei, devendo dela constar referência a sua nacionalidade e à Convenção promulgada pelo Decreto nº 70.391, de 12 de abril de 1972. Art. 6º - A Carteira de Identidade fará prova de todos os dados nela incluídos, dispensando a apresentação dos documentos que lhe deram origem ou que nela tenham sido mencionados. Art. 7º - A expedição de segunda via da Carteira de Identidade será efetuada mediante simples solicitação do interessado, vedada qualquer outra exigência, além daquela prevista no art. 2º desta Lei. Art. 8º - A Carteira de Identidade de que trata esta Lei será expedida com base no processo de identificação datiloscópica. Art. 9º - A apresentação dos documentos a que se refere o art. 2º desta Lei poderá ser feita por cópia regularmente autenticada. Art. 10 - O Poder Executivo Federal aprovará o modelo da Carteira de Identidade e expedirá as normas complementares que se fizerem necessárias ao cumprimento desta Lei. Art. 11 - As Carteiras de Identidade emitidas anteriormente à vigência desta Lei continuarão válidas em todo o território nacional. Art. 12 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 13 - Revogam-se as disposições em contrário. LEI Nº 9.454, DE 7 DE ABRIL DE 1997 Institui o número único de Registro de Identidade Civil e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º É instituído o número único de Registro de Identidade Civil, pelo qual cada cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, será identificado em todas as suas relações com a sociedade e com os organismos governamentais e privados. Art. 1º É instituído o número único de Registro de Identidade Civil, pelo qual cada cidadão brasileiro, nato ou naturalizado, será identificado em suas relações com a sociedade e com os organismos governamentais e privados. (Redação dada pela Lei nº 12.058, de 2009) Parágrafo único. (VETADO) I - (VETADO) II - (VETADO) Prof. Victor Botteon Aula 08 6 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia III - (VETADO) Art. 2º É instituído o Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, destinado a conter o número único de Registro Civil acompanhado dos dados de identificação de cada cidadão. Art. 2º É instituído o Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, destinado a conter o número único de Registro de Identidade Civil, acompanhado dos dados de identificação de cada cidadão. (Redação dada pela Lei nº 12.058, de 2009) Art. 3º O Poder Executivo definirá a entidade que centralizará as atividades de implementação, coordenação e controle do Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, que se constituirá em órgão central do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil. § 1º O órgão central do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil será representado, na Capital de cada Unidade da Federação, por um órgão regional e, em cada Município, por um órgão local. § 1º Fica a União autorizada a firmar convênio com os Estados e o Distrito Federal para a implementação do número único de registro de identificação civil. (Redação dada pela Lei nº 12.058, de 2009) § 2º Os órgãos regionais exercerão a coordenação no âmbito de cada Unidade da Federação, repassando aos órgãos locais as instruções do órgão central e reportando a este as informações e dados daqueles. § 2º Os Estados e o Distrito Federal, signatários do convênio, participarão do Sistema Nacional de Registro de Identificação Civil e ficarão responsáveis pela operacionalização e atualização, nos respectivos territórios, do Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil, em regime de compartilhamento com o órgão central, a quem caberá disciplinar a forma de compartilhamento a que se refere este parágrafo. (Redação dada pela Lei nº 12.058, de 2009) § 3º Os órgãos locais incumbir-se-ão de operacionalizar as normas definidas pelo órgão central repassadas pelo órgão regional. (Revogado pela Lei nº 12.058, de 2009) Art. 4º Será incluída, na proposta orçamentária do órgão central do sistema, a provisão de meios necessários, acompanhada do cronograma de implementação e manutenção do sistema. Art. 5º O Poder Executivo providenciará, no prazo de cento e oitenta dias, a regulamentação desta Lei e, no prazo de trezentos e sessenta dias, o início de sua implementação. Art. 6º No prazo máximo de cinco anos da promulgação desta Lei, perderão a validade todos os documentos de identificação que estiverem em desacordo com ela. (Revogado pela Lei nº 12.058, de 2009) Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário. LEI Nº 12.037, DE 1º DE OUTUBRO DE 2009 (IMPORTANTE!) Dispõe sobre a identificação criminal do civilmente identificado, regulamentando o art. 5º, inciso LVIII, da Constituição Federal. Prof. Victor Botteon Aula 08 7 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia O VICE – PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nos casos previstos nesta Lei. Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: I – carteira de identidade; II – carteira de trabalho; III – carteira profissional; IV – passaporte; V – carteira de identificação funcional; VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os documentos de identificação militares. Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantesentre si; IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado. Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado. Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação. Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) Prof. Victor Botteon Aula 08 8 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia § 1º As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) § 2º Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) § 3º As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua identificação civil. Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 9º Revoga-se a Lei nº 10.054, de 7 de dezembro de 2000. Questão para fixar VUNESP– Auxiliar de Papiloscopista Policial (PC-SP)/2018 Segundo a Lei Federal nº 12.037/2009, em seu artigo 3º, embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando a) o documento for emitido em Unidade da Federação diferente da que está sendo apresentada. b) a identificação civil for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa. c) constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações. d) o indiciado portar documentos de identidade fornecendo sua qualificação. e) o documento apresentar data de emissão anterior à publicação da Lei Federal. RESOLUÇÃO: Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; Prof. Victor Botteon Aula 08 9 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. Gabarito: C Sistemas de Identificação Existem diversos sistemas utilizados para a identificação humana ao longo da história, desde métodos cruéis e desumanos, empregados antigamente, até as metodologias científicas atuais, como a identificação pelo perfil genético (Genética Forense). Vamos conhecer agora um pouco sobre os principais métodos de identificação humana utilizados ao longo da história até chegarmos à PAPILOSCOPIA, nosso objeto de estudo. Bora lá! A AMPUTAÇÃO ou MUTILAÇÃO da orelha, do nariz, dos dedos ou da mão, e até mesmo o vazamento dos olhos, era utilizado pelos babilônios (Código de Hamurabi) como um meio de punição e de identificação para marcar criminosos, dependendo de suas infrações. Outro processo antigo de identificação era o FERRETE, consistindo em marcar as pessoas com ferro em brasa, como na fronte ou nas coxas. O assinalamento sucinto consistia em um método de anotação de algumas características físicas de um indivíduo, como cor dos olhos e do cabelo, altura, peso, idade etc. Uma forma de descrição para reconhecimento. O processo de identificação divide-se em identificação médico-legal e judiciária (ou policial). Na Identificação médico-legal, realizada por peritos médico-legistas, o processo demanda conhecimentos e técnicas médico-legais específicas, as quais estudaremos algumas das mais importantes. Já a identificação judiciária ou policial utiliza-se de certos critérios atendendo aos seguintes requisitos que possibilitem uma classificação (Classificabilidade): 1- Unicidade: conjunto de características que torne o indivíduo único (individualização). 2- Perenidade: os elementos devem ser perenes, resistir à ação do tempo. 3- Imutabilidade: os elementos para identificação devem permanecer sem alteração ao longo do tempo. 4- Praticabilidade: os elementos para a identificação devem ser de fácil obtenção, prático, de fácil utilização e de baixo custo. Prof. Victor Botteon Aula 08 10 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Prática muito comum para auxiliar no reconhecimento de criminosos é a utilização do RETRATO FALADO, consistindo em detalhes de um indivíduo, geralmente um suspeito de cometimento de um crime, revelados de memória por outra pessoa (vítima, testemunha). O desenhista policial buscará retratar as minúcias mais importantes da fisionomia de uma pessoa, principalmente da face. O retrato (desenho) pode ser realizado à mão (meio artístico) ou por meio de programas computacionais (softwares) específicos, como ident-kit, photo-kit, comphoto kit, dentre outros. É caracterizado como um método de reconhecimento empregado paraapontar um conjunto de características físicas de um indivíduo para a equipe de investigação. Outro método utilizado para o reconhecimento de indivíduos é a fotografia simples, empregada como meio de reconhecimento, mas não pode ser utilizada como um processo de identificação humana por não atender aos requisitos para a classificabilidade e individualização de uma pessoa. O SISTEMA ANTROPOMÉTRICO DE BERTILLON foi o primeiro método científico de identificação civil ou criminal, criado por Alphonso Bertillon, funcionário da Polícia de Paris. O sistema de Bertillon também ficou conhecido como BERTILLONAGEM. Este método se baseava em dados antropométricos, em descrição (características morfológicas) e sinais individuais (cicatrizes, tatuagens, manchas) para a identificação, por meio de 11 medidas para classificação e arquivamento: a) diâmetro anteroposterior da cabeça; b) diâmetro transversal da cabeça; c) comprimento da orelha direita; d) diâmetro bizigomático; e) comprimento do pé esquerdo; f) comprimento do dedo médio esquerdo; g) comprimento do dedo mínimo; h) comprimento do antebraço; i) estatura; j) envergadura (comprimento dos braços abertos); l) altura do busto. Outros sistemas adotados para a identificação de pessoas: FOTOGRAFIA SINALÉTICA: fotografação de frente e de perfil de um indivíduo, na redução fixa de 1/7, preconizada também pelo Bertillon. Posteriormente, as fotografias eram superpostas e comparadas em seus detalhes. Identificação por superposição de imagens: método craniofotocomparativo conhecido por método de Piacentino, consistindo na identificação por meio da superposição de negativos de fotografias do indivíduo registradas ao longo da vida com fotos do seu crânio. A correspondência ocorre por comparação entre diversos pontos do crânio, cotejados em fotografias de frente e três quartos perfil. Prof. Victor Botteon Aula 08 11 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Identificação por radiografias: método baseado em comparação de radiografias antigas com as obtidas de um indivíduo (vivo ou morto), sendo as radiografias do crânio, da face (seios frontais e maxilares), de ossos longos e as dentárias as mais comuns. Alguns elementos são sempre importantes de serem constatados para a identificação de um indivíduo, como a presença de próteses, placas metálicas, malformações, dentre outras. Além disso, algumas próteses, silicones, placas metálicas, dentre outros objetos empregados em processo cirúrgico, podem apresentar numeração de série para facilitar a identificação de vítimas fatais também. As radiografias da arcada dentária em vida (ante mortem) são importantes registros de padrões para confronto com uma arcada dentária questionada de um cadáver, possibilitando um método primário empregado para a identificação humana (Odontologia Forense). Sistema geométrico de Matheios: medidas de regiões fixas da face depois de determinada idade, a partir do confronto entre fotografias ampliadas, no mesmo tamanho de pessoas suspeitas. Sem praticidade e classificabilidade. Sistema dermográfico de Bentham: idealizava marcar os recém-nascidos com tatuagens. Sistema craniográfico de Anfosso: levantamento dos perfis cranianos e as medidas dos ângulos formados pelos dedos indicador e médio da mão direita por meio de um aparelho chamado de “taquiantropômetro”. Sistema otométrico de Frigério: baseado nas características dos pavilhões auriculares, mensurando as orelhas por meio de um instrumento denominado de “otômetro”. Sistema oftométrico de Capdeville: baseado na cor e em medidas dos olhos de um indivíduo, como a medida da curvatura das córneas, distância interpupilar, medida interorbital máxima e outras particularidades dos olhos. Sistema oftalmoscópico de Levinsohn: fotografia do fundo do olho e de características do nervo óptico. Sistema radiológico de Levinsohn: baseado na radiografia do metacarpo e do metatarso. Sistema flebográfico de Tamassia: baseado em fotografias das múltiplas ramificações venosas do dorso da mão. Sistema flebográfico de Ameuille: levantamento fotográfico dos ramos venosos da fronte. Sistema palmar de Stockes e Wild: registro dos delineamentos dos sulcos palmares. Sistema onfalográfico de Bert e Viamay: individualização da cicatriz umbilical. Sistema poroscópico de Locard: estudo da individualização dos poros das glândulas sudoríparas nos dedos. PALATOSCOPIA: também conhecido por rugoscopia palatina, consiste no processo de identificação por meio das pregas palatinas transversas encontradas na abóbada bucal (céu da boca). As saliências (rugosidades) existentes no palato são imutáveis e deixam a impressão palatina reproduzida em ficha palatoscópica. A impressão é coletada por meio de material plastiforme (molde) inserido em toda a mucosa palatina. Não é um método muito prático de ser empregado. QUEILOSCOPIA: processo de identificação baseado nas impressões labiais (queiloscópicas) deixadas pelos sulcos da estrutura anatômica dos lábios de uma pessoa. Comum de ocorrer quando os lábios se Prof. Victor Botteon Aula 08 12 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia encontram impregnados com batom, deixando uma impressão visível em copos, taças e bitucas de cigarro, por exemplo. A impressão dos lábios deixada apenas com a presença de saliva será uma impressão oculta (latente). A revelação de impressões labiais latentes é geralmente realizada por meio de lisocromos e de reagentes fluorescentes aplicados em diversos tipos de superfícies. Além da análise da impressão, é possível realizar o levantamento de material genético coletado na saliva, para futuro levantamento de perfil genético para confronto, e até determinar a presença de alguma substância presente nos lábios (impressão química). Os sulcos das impressões queiloscópicas podem ser simples, apresentando um único elemento em sua forma (linhas labiais retas, curvas, angulares e sinuosas); e compostos, apresentando de duas ou mais formas distintas (linhas bifurcadas, trifurcadas, anômalas). Apesar das caraterísticas imutáveis dos sulcos labiais, o processo de envelhecimento pode resultar em ligeiras alterações dos lábios. IDENTIFICAÇÃO PELO REGISTRO DA VOZ (FONÉTICA FORENSE): método baseado na comparação entre o registro das vibrações da voz padrão, emitidas por meio de um microfone em um tambor de anotações (gravação do sonograma da voz), com as características específicas da voz questionada. A identificação correspondente ocorre quando os oscilogramas da frequência da voz coincidem. A comparação deve se basear no confronto de particularidades da voz expressando palavras idênticas. Os estudos nesta área ainda em evolução iniciaram por volta de 1962, quando Kersta começou a registrar a voz por meio de um sonógrafo, desenvolvendo um método eletroacústico para a identificação da voz humana. Atualmente, com o avanço tecnológico, imagens de câmera de segurança e recursos computacionais, a perícia prosopográfica (PROSOPOGRAFIA) se destaca em uma reconstrução facial e descrição de uma pessoa com detalhes, sendo possível até mesmo realizar inferências sobre o rejuvenescimento e envelhecimento. Como exemplo, este exame é comum de ser utilizado em casos de crianças que são sequestradas ainda bem novas e se faz necessário conhecer a sua fisionomia após anos do evento criminoso, por meio da reconstrução facial. Com o avanço de recursos e sistemas avançados de biometria aso, também é possível até realizar o reconhecimento facial de criminosos fugitivos que utilizam disfarces. Além dos sistemas de identificação já citados, hoje é possível também realizar exames de identificação pela íris e de reconhecimento pela retina. ANTROPOLOGIA FORENSE Consiste na aplicação de conhecimentos de Antropologia para elucidar questões judiciais, na área civil e/ou penal, principalmente no queconcerne à identificação de cadáveres (post mortem). A identificação cadavérica (necroidentificação) por meio da Antropologia Forense baseia-se em características morfológicas e na análise dos ossos, sendo bastante aplicada em casos de encontros de cadáveres em avançado estado de putrefação; com achados em escavações, com corpos em fase esquelética da putrefação; com vítimas fatais em desastres de massa, dentre outros casos. Os exames periciais na área permitem inferir sobre a origem dos restos cadavéricos (se realmente se trata de um esqueleto humano); características gerais de identificação do indivíduo, como sexo, altura, idade aproximada, dentre outras, apuradas por meio de métodos técnicos reconstrutivos; assim como determinar características individualizadoras por meio de sinais particulares, como malformações, fraturas, dentre outros elementos; procedendo, desta forma, a um estudo comparativo entre as características determinadas, a fim de identificar a vítima. Prof. Victor Botteon Aula 08 13 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Além disso, a Antropologia Forense pode auxiliar na determinação da causa mortis e da data da morte (cronotanatognose), com as interpretações das circunstâncias da morte dependendo da qualidade da conservação do esqueleto para não prejudicar os exames. ODONTOLOGIA FORENSE A Odontologia Forense auxilia a Justiça com exames periciais na área penal (médico-legal), civil ou do trabalho, consistindo em um método primário de identificação humana (post mortem), e pode ser aplicada em áreas diversas de intervenção como avaliação de dano orofacial e até na identificação de agressores, por meio das marcas de mordida (mordedura). Pela grande resistência que apresentam, os dentes se conservam durante anos após a morte e são considerados importantes elementos para a identificação humana, por meio de métodos de reconstrução e comparação, assim como ocorre em exames realizados na área da Antropologia Forense. Em perícias odontológicas, realizadas pelo perito Odontolegista (formação específica), diversas características individualizadoras são analisadas, como número de dentes; características específicas da dentição; alterações morfológicas congênitas ou adquiridas; alterações traumáticas ou patológicas, como cáries; existência de tratamentos ortodônticos, dentre outros. O processo de identificação se dá pela comparação do estudo radiológico dos dentes de uma vítima (post mortem) com radiografias da suposta pessoa realizadas quando em vida (ante mortem). História da Papiloscopia A história da Papiloscopia é dividida em três fases: pré-história, empírica e científica. Senta que lá vem história! Diversos registros do uso das impressões digitais por civilizações antigas são descritos na literatura, mas o nosso maior interesse de estudo são as fases empírica e científica da aplicação da Papiloscopia para fins forenses de identificação humana. Em 1563, João de Barros, em Portugal, publicou as primeiras observações feitas na China sobre tomadas de impressões digitais em contratos de compra e venda entre pessoas. Em 1685, Govard Bidloo, um anatomista holandês, publicou o livro “Anatomia do corpo humano” que incluiu detalhes das cristas papilares do polegar. Em 1687, Marcello Malpighi, o professor da Universidade de Bologna, na Itália, publicou o artigo “Em relação aos órgãos táteis externos”, descrevendo a função das cristas papilares (cumes da pele) no aumento da fricção entre um objeto e a superfície da pele do dedo. Uma camada da pele foi nomeada em sua homenagem (Extrato ou Camada de Malpighi). Em 1788, Johann Christoph Andreas Mayer, anatomista alemão publicou o livro “Placas de cobre anatômicas com explicações apropriadas”, detalhando os desenhos papilares das digitais humanas e descrevendo sobre a unicidade das impressões digitais pela primeira vez. Prof. Victor Botteon Aula 08 14 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Em 1823, Johannes Evangelista Purkinje, professor checo publicou seu trabalho “Comentário à examinação fisiológica dos órgãos da visão e do sistema cutâneo”, descrevendo 9 diferentes padrões de impressão digital: Crédito: M.E.C. de Araújo & L. Pasquali. - Flesurae Transversae (flexões tranversais) – Arco Plano; - Stria Centralis Longitudinalis (estria central e longitudinal) – Arco Angular; - Stria Obliqua (estria torta, curva) – Presilha Externa; - Sircus Oblíquos (seio oblíquo) – Presilha Interna; - Amigdalus (amendoeira, amídalas) – Verticilo; - Spirula (pequena linha em espiral) – Verticilo Espiral; - Ellipsis (centro em elipse) – Verticilo Ovoidal; - Circulus (centro em círculo) – Verticilo Circular; - Vortes Duplicatus (duplo turbilhão) – Presilhas; - Duplas Opostas (Verticilo Sinuoso). Em 1858, Sir William James Herschel, oficial britânico e chefe de um distrito em Bengala, na Índia, começou a utilizar a impressão da palma da mão como forma de assinatura para o contratos, iniciando suas investigações sobre o uso de impressões papilares no combate contra fraudes. Após muitas observações, Sir Herschel concluiu sobre a imutabilidade das impressões digitais ao longo da vida. Henry Faulds, médico britânico que atuava em Tóquio no Japão, iniciou seus estudos sobre impressões digitais na mesma época do que Herschel, investigando marcas de digitais presentes em cerâmicas pré- históricas. Em 1880, Faulds escreveu em uma carta ao grande Charles Darwin que as impressões digitais eram Prof. Victor Botteon Aula 08 15 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia únicas e permanentes. Seu trabalho foi publicado na Nature, demonstrando a utilização das impressões digitais como método de individualização para identificação humana. Em 1882, Sir Francis Galton, antropólogo inglês e primo de Charles Darwin, publicou seu livro FINGER PRINTS, no qual sustentava as ideias sobre a imutabilidade e perenidade das impressões digitais, descrevendo o primeiro sistema de classificação. Galton calculou a probabilidade da ocorrência de duas impressões digitais idênticas em 1 em 64 bilhões. JUAN VUCETICH era chefe da Agência de Identificação Antropométrica da Polícia em La Plata, na Argentina, iniciando seus estudos sobre as impressões digitais em 1891, após ler os trabalhos de Francis Galton. Vucetich coletava as impressões digitais dos criminosos e inventou seu próprio sistema de classificação, denominado inicialmente de ICNOFALANGOMETRIA. No ano de 1892, o primeiro caso de homicídio foi desvendado pelo uso da impressão digital de um polegar encontrado no local de crime, em Buenos Aires, Argentina. Neste célebre caso, duas crianças foram encontradas assassinadas. A mãe, Francisca Rojas, apresentava um ferimento na garganta e acusava um homem chamado Velasquez pelo homicídio. No levantamento de local de crime, o inspetor Eduardo Alvarez coletou um fragmento de impressão digital em sangue presente em uma porta do local. Após a análise das impressões digitais, Alvarez encontrou resultado coincidente ao confrontar a impressão questionada com a impressão digital de Francisca Rojas, a qual acabou confessando o assassinato dos próprios filhos. Em 1894, uma publicação no jornal “La Nacion” da Argentina sugeriu a mudança do nome Icnofalangometria para a DATILOSCOPIA. Em 1900, Edward Richard Henry publicou o livro “Classificação e usos de impressões digitais”, na Inglaterra, sendo então adotado pela maioria dos países de língua inglesa pouco tempo depois. Nos Estados Unidos, fundador do primeiro sistema de classificação americano foi o Capitão James H. Parke, após o famoso caso “Will e Willian West” no ano de 1903, substituindo as medidas antropométricas estabelecidas por Bertillon pelas impressões digitais como sistema de classificação. Will e William West apresentavamo mesmo nome (homônimos), aparência física (foto) e medidas antropométricas bastante similares, sendo confundidos na Penitenciária Federal de Leavenworth, nos E.U.A. Os prisioneiros foram então identificados então pelas impressões digitais. Crédito: Daily Mail. Prof. Victor Botteon Aula 08 16 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia No Brasil, Félix Pacheco era um político que introduziu a Papiloscopia e idealizou o Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal (na época era no Rio de Janeiro). Em 1903, a Datiloscopia foi reconhecida oficialmente como método para identificação humana pelo presidente da República, Rodrigues Alves, sendo até hoje o principal método utilizado para identificação de pessoas, tanto na área civil quanto na área penal. Levantamento Papiloscópico Principais Características das Impressões Digitais A PAPILOSCOPIA é o processo de identificação humana por meio das impressões digitais, normalmente utilizado para fins judiciários. O termo Papiloscopia, embora não ideal, foi idealizado pelo chileno Humberto Orrego Gauthier, na obra “Tratado de Papiloscopia”. A PAPILOSCOPIA é dividida em três áreas principais: DACTILOSCOPIA, QUIROSCOPIA e PODOSCOPIA. Além destas áreas, há também a POROSCOPIA, consistindo na identificação dos poros das glândulas sudoríparas da epiderme; e a CRITASCOPIA, consistindo na identificação das cristas papilares. A dermatoglifia é o nome dado também ao estudo dos padrões das cristas dérmicas. DATILOSCOPIA: DATILA- ou DACTILA = dedo, consistindo na identificação das impressões digitais dos quirodáctilos (dedos das mãos). Divide-se em Datiloscopia civil: identificação de pessoas para fins civis e para a expedição de documentos oficiais (registro civil); e Datiloscopia criminal: identificação de pessoas suspeitas da prática de crimes para a devida acusação em processos penais. QUIROSCOPIA: o prefixo QUIRO é relacionado à mão. Portanto, a Quiroscopia é a identificação das impressões das palmas das mãos (face ventral das mãos). A palma da mão é dividida em três regiões: tênar, hipotênar e superior: Crédito: Manual de Papiloscopia (PC-PR). Prof. Victor Botteon Aula 08 17 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia O DESENHO PALMAR será formado pelas cristas papilares das palmas das mãos, sendo o QUIROGRAMA OU IMPRESSÃO PALMAR o registro do desenho das palmas das mãos (foto). Crédito: quirograma pelo Prof. Wada (PC-SP). PODOSCOPIA: PODO = pé, consistindo na identificação das impressões das plantas dos pés, na face plantar (sola) e das extremidades ventrais dos artelhos (dedos do pé). É um método de identificação humana utilizado em bebês recém-nascidos em maternidades. PAPILAS DÉRMICAS A pele (cútis) é o maior órgão do corpo humano, revestindo toda a sua superfície. A pele da região da palma das mãos e a planta dos pés são chamadas de pele glabra, não apresentando folículos pilosos (pelos); já a pele pilosa recobre a maior parte de nosso organismo. A papila nasce na derme (papila dérmica) da pele, projetando-se para a epiderme, camada mais superficial da pele, formando relevos irregulares chamados de cristas papilares. As papilas são pequenas bolsas de formação neurovascular, variando em forma, dimensão, direção e número, formando o desenho papiloscópico. O registro dos desenhos da pele em determinado suporte (superfície) é chamado de impressão digital! A composição química das secreções produzidas pelas glândulas anexas da pele é responsável pelas reações quando da aplicação de agentes reveladores que vão possibilitar o levantamento das impressões digitais ocultas. Vamos observar na tabela abaixo qual a composição química das secreções produzidas pelas principais glândulas presentes em nossa pele: Prof. Victor Botteon Aula 08 18 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia GLÂNDULAS COMPOSTOS INORGÂNICOS COMPOSTOS ORGÂNICOS SUDORÍPARAS Água, cloretos, sulfatos, fosfatos, amônia, íons metálicos. Aminoácidos, ureia, ácido úrico, ácido lático, colina, creatinina, dentre outros. SEBÁCEAS - Ácidos graxos (gorduras), glicerol, hidrocarbonetos, álcoois. APÓCRINAS Ferro. Colesterol, proteínas e carboidratos. A excreção de suor por parte das glândulas sudoríparas encontra-se na região da derme profunda, e o duto excretor projeta-se pela epiderme até o suor ser liberado pelos poros (orifícios) presentes na superfície da pele. As glândulas écrinas são um tipo de glândula sudorípara presentes em quase todo o corpo, produzindo suor para a regulação da temperatura corpórea. Estas glândulas são encontradas em maior quantidade na pele das palmas das mãos e na sola dos pés. Já as glândulas apócrinas são outro tipo de glândula sudorípara, as quais estão presentes principalmente na região das axilas, aréolas das mamas, e na região da barba na face dos homens. O suor excretado por estas glândulas apresentam a consistência um pouco mais viscosa, composição diferente e a excreção se dá por meio dos folículos pilosos, iniciando a produção durante a fase da puberdade. O indivíduo acaba levando as mãos e os dedos na face ou axilas, por exemplo, entrando em contato com o suor de composição diferenciada produzido por estas glândulas. Para a análise de impressões digitais é fundamental o conhecimento de princípios químicos. Portanto, a composição química das impressões digitais é basicamente 99% de água e 1% de compostos orgânicos e inorgânicos variados. Esses compostos e a superfície aderente determinarão a escolha da melhor técnica para a revelação de uma impressão digital latente (oculta) em um local de crime. Variáveis ambientais como excessiva umidade e temperaturas elevadas podem influenciar na qualidade da impressão digital, a qual, apesar de permanecer por longos períodos, dependendo do suporte, estará sempre sujeita às intempéries ambientais e influências antrópicas. Coleta de Impressões Digitais em Local de Crime A coleta da(s) impressão(ões) digital(is) diretamente das falanges de uma pessoa é realizada pelo Papiloscopista, profissional especialista na coleta, levantamento, arquivamento e análise de impressões Prof. Victor Botteon Aula 08 19 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia digitais, operando internamente em unidades ou institutos de identificação (área civil), e até mesmo no IML para a identificação de vítimas fatais. Externamente, em locais de crime de naturezas diversas, além da atuação do Papiloscopista, o Perito Criminal também atua no levantamento e na devida coleta de impressões digitais para análises futuras. Na área penal, a perícia papiloscópica, destinada à análise das impressões digitais, é aplicada para determinar a autoria de um crime, podendo também descartar algum suspeito. A impressão testemunha ou questionada é aquela localizada no local de crime, a qual será devidamente coletada e submetida ao confronto em comparação com uma impressão digital de referência (padrão) ou considerando impressões constantes em banco de dados (veremos mais adiante). Em locais de crime, as impressões podem ser encontradas em três tipos distintos: IMPRESSÕES PAPILARES VISÍVEIS: podem ser chamadas também de entintadas (reveladas) ou normais. Como o próprio nome nos revela, esta impressão está nítida, visível ao olho nu (à vista desarmada), sendo, portanto, de fácil observação. Neste caso, não há necessidade de aplicação de técnicas de revelação. Como exemplo, temos o registro dos desenhos digitais (impressão digital) quando os dedos do indivíduo tiveram contato com sangue, graxas, sujeira e poeira, tintas etc. IMPRESSÕES PAPILARES MOLDADAS: encontradas em superfícies que permitem a modelagem em baixo relevo, superfície plástica, e são reproduzidasutilizando materiais que gravam os sulcos dos materiais, como por exemplo, o gesso, silicone e a parafina. IMPRESSÕES PAPILARES LATENTES (IPL): impressões digitais ocultas, invisíveis a olho nu em um local de crime, sendo as mais comuns de se deparar por serem produzidas por substâncias secretadas pelo corpo do agente (suor e gorduras). Neste caso, há a necessidade da aplicação de métodos de revelação para a visualização e a coleta das impressões. *Lembrando que para todos os casos, as impressões deixadas no local de crime podem ser dos dedos (digitais ou dactiloscópicas), das palmas das mãos e da sola dos pés descalços (mais raro). Em todos os casos, antes da coleta o perito deve realizar a fotografação dos fragmentos de impressões digitais, combinando com a aplicação de luz oblíqua (45º) para permitir observar e registrar os detalhes com melhor qualidade. Em casos de impressões digitais latentes, os peritos geralmente utilizam agentes químicos para o levantamento papiloscópico, de acordo com a superfície (suporte) onde a impressão digital se encontra. REVELAÇÃO DE IMPRESSÕES DIGITAIS EM LOCAIS DE CRIMES O processo de tornar uma impressão digital latente (oculta ou invisível) em visível se chama de revelação, ocorrendo por meio do emprego de materiais e técnicas apropriadas, permitindo a visualização do desenho das cristas papilares (linhas do desenho das impressões digitais). São os elementos presentes nas impressões digitais que possibilitarão a classificação da impressão e a identificação humana futura. VAPOR DE IODO: o iodo (de coloração roxa) apresenta a capacidade de sublimar nas condições adequadas, passando do estado sólido diretamente para o estado gasoso (sublimação) e se ligando por absorção física com os lipídeos e ácidos graxos presentes nas impressões digitais latentes. O vapor gerado Prof. Victor Botteon Aula 08 20 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia após a mudança de estado apresenta a coloração marrom amarelada, sendo uma técnica que pode ser aplicada geralmente em objetos de pequenas dimensões. ÉSTER DE CIANOACRILATO: revelador químico de impressões digitais latentes e também pode ser aplicado para a fixação da umidade dos vestígios papilares já revelados, por meio de técnica de vaporização. O cianoacrilato é o componente ativo das supercolas conhecidas como Superbonder, atuando de forma a polimerizar as substâncias úmidas dos sais minerais e das gorduras contidas nas impressões digitais, formando um polímero branco. Apresenta resultados satisfatórios sobre superfícies absorventes, não porosas e algumas porosas, podendo atuar em combinação com outros agentes, como substâncias fluorescentes. NINIDRINA (NINHIDRINA): agente químico utilizado para a revelação de impressões digitais latentes. Descoberto por engano por Ruhemann, em 1913. Seu potencial forense foi descoberto posteriormente, em meado dos anos de 1950. Referida substância reage com os grupamentos amino livres dos alfa- aminoácidos, os polipeptídios e as proteínas contidas nas impressões digitais latentes, formando um composto de coloração geralmente púrpura. A reação entre um determinado aminoácido e a ninidrina pode resultar em um produto com coloração diferente, sendo até mesmo possível identificar o aminoácido reagente. A reação com a tirosina gera um produto de coloração azul metálica e com a prolina gera um composto amarelo, por exemplo. Crédito: Chemello (2006). A ninidrina se apresenta geralmente na forma líquida, em spray, e também na forma de cristal (pó branco), sendo utilizada para levantamento de impressões digitais latentes aderidas em superfícies absorventes e porosas, especialmente papeis, documentos, dinheiro, dentre outros. Interessante citar também que esta substância química apresenta a capacidade de revelar impressões produzidas há alguns anos, com o surgimento da impressão geralmente ocorrendo em uma ou algumas horas (geralmente revela em menos de 24 h até 72h) após a aplicação do reagente. Prof. Victor Botteon Aula 08 21 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia A DFO (DIAZAFLUORENOMA) é um composto análogo a ninidrina, o qual apresenta maior capacidade de revelação de impressões digitais latentes contidas em papeis (10x mais) e também em outras superfícies porosas. A solução de DFO é composta por 50 mg do reagente + 4 mL de metanol e 2 mL de ácido acético glacial. Após a dissolução da solução de DFO, adiciona-se 100 mL de freon. NITRATO DE PRATA: o nitrato de prata (AgNO3), em solução a 5% geralmente, reage com os íons cloreto (Cl-) presentes nas secreções do suor contidos nas impressões digitais, em aproximadamente 30s. XCl(aq) + AgNO3(aq) -> AgCl(ppt) + XNO3(aq) O produto cloreto de prata (AgCl) é insolúvel em água. Após a reação, o suporte deve ser colocado em câmara escura para secagem e em luz solar (presença de UV) posteriormente para que o íon prata seja reduzido à prata metálica. A impressão digital será revelada sob um fundo negro e deve ser fotografada antes do escurecimento total da superfície. REVELADOR FÍSICO: à base de prata, ocorre a formação de um produto de cor cinza, podendo ser utilizado em papel e até madeira (não envernizada e de cor clara). TÉCNICA DO PÓ: existem diversos tipos de pós reveladores de impressões digitais latentes, baseados nas características físicas e químicas do pó. Esta técnica é recomendada para aplicação em superfícies não rugosas (lisas), não adsorventes, sem umidade (seca), possibilitando o decalque da impressão posteriormente. Fonte: Chemello (2006). Prof. Victor Botteon Aula 08 22 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Esta é a técnica mais empregada na rotina de um perito ou de um papiloscopista de local, com o pó sendo aplicado por meio de pincel especial com cerdas bem macias, por meio de movimentos delicados e suaves para não danificar os fragmentos de impressões digitais. Além dos tradicionais pincéis, há também a aplicação por spray de aerossol ou por meio de um aparato eletrostático no caso de PÓ MAGNÉTICO. O pó magnético é um pó fino aplicado por meio de aplicador magnético, danificando menos os fragmentos de impressões digitais, não sendo recomendado a sua aplicação em superfícies metálicas. Existem também os pós fluorescentes de variadas colorações. Os fluorocromos são corantes específicos que se ligam na impressão digital e as revelam sob a ação de fonte de luz de comprimentos de onda específicos, podendo ser empregados em superfícies porosas. Os pós para superfícies com faces adesivas são extremamente finos, sendo aplicados em superfícies claras adesivas. O VIOLETA DE GENCIANA, cristais de violeta ou cloreto de pararosanilina, é um corante de coloração violeta, não solúvel em água, o qual também pode ser utilizado para a revelação de impressões digitais latentes em superfícies adesivas ou aderentes. O carbonato de chumbo (PbCO3) é um pó branco bem fino que se adere aos compostos químicos do suor, utilizado para revelar impressões digitais latentes em superfícies de fundo escuro. A água é o principal componente no qual as partículas de pó aderem quando a impressão digital é de origem recente. Posteriormente, os compostos gordurosos secretados pelas glândulas sebáceas se destacam na ligação, ocorrendo por meio de forças de van der Waals e ligações de hidrogênio (“pontes de hidrogênio” = ligações covalentes entre o H e o oxigênio (O), nitrogênio (N) ou flúor (F), FON). DISSULFETO DE MOLIBDÊNIO (MoS2): pó muito fino, reagente de pequenas partículas, o qual se adere a secreções gordurosas contidas nas impressões digitais latentes, revelando-as. Recomendado para superfícies não porosas (lisas) e pode ser aplicado em superfícies úmidas, com brevidade na fotografação, uma vez que a reação é considerada rápida e logoa imagem da impressão se desfaz. AMIDO BLACK: conhecido como negro de amido, consistindo em uma mistura de amido preto, azul de hidroxinaftol, ácido acético e metanol. Este composto é recomendado para superfícies não porosas na presença de vestígios de sangue, uma vez que reage com as proteínas presentes no sangue e originando um produto de coloração azul escuro. Técnica de visualização térmica de impressões digitais em suportes metálicos: em superfícies metálicas, além da aplicação de técnicas tradicionais para a revelação de impressões digitais latentes, novas técnicas baseadas na elevação da temperatura, na oxidação e na produção de cores de interferência começam a aparecer, melhorando o contraste e a qualidade da impressão digital na amostra. As luzes forenses também podem (e devem) ser empregadas para visualização de impressões papilares latentes durante o levantamento papiloscópico, como aplicação da luz azul (440 nm) com filtro amarelo, e a luz turquesa (490 nm) com filtro laranja. Outras metodologias forenses inovadoras precisam ser desenvolvidas, como o uso de compostos realçadores, como por exemplo a rodamina 6G ao invés do amarelo básico, e os métodos de realçamento luminoso (optical lifting method, OLM). Prof. Victor Botteon Aula 08 23 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Sistema Dactiloscópico de Vucetich Princípios da Papiloscopia A análise de identificação humana por meio das impressões digitais apresenta princípios científicos e métodos próprios, fazendo da Papiloscopia uma ciência e da análise papiloscópica uma método válido e aceito pela comunidade científica e para fins forenses. PRINCÍPIOS UNIVERSALIDADE: todo ser humano possui impressões papilares. Algumas anomalias e doenças hereditárias são exceções que podem prejudicar o registro das impressões digitais. Veremos mais adiante as principais. PERENIDADE: imperecibilidade. Os desenhos papilares surgem geralmente a partir do sexto mês de vida intrauterina e permanece até a completa putrefação do cadáver. IMUTABILIDADE: os desenhos papilares são imutáveis, ou seja, permanecem os mesmos durante toda a vida de uma pessoa. Salvo exceções como no caso de determinadas atividades profissionais, cicatrizes, amputações, doenças adquiridas, como a lepra ou hanseníase, por exemplo, dentre outras. Com o crescimento, os desenhos papilares tendem a aumentar as dimensões apenas, mas não alterar as demais características. VARIABILIDADE: unicidade ou individualidade das impressões digitais. É o princípio que versa sobre a variação das impressões digitais, não sendo possível (ou pouco provável) de se encontrar 2 impressões digitais exatamente idênticas, nem mesmo em gêmeos univitelinos. CLASSIFICABILIDADE: facilidade de classificação das impressões digitais em tipos fundamentais e subtipos, por meio de Fórmula Datiloscópica, possibilitando o arquivamento das impressões em fichas dactiloscópicas e meios informatizados para os futuros cotejos necessários. PRATICIDADE: a obtenção das impressões digitais é simples, rápida e de baixo custo. Cumpre consignar sobre a possibilidade de cópia e falsificação de impressões digitais (imitabilidade), principalmente para fins criminosos. Já foram reportados casos em que criminosos falsificaram as impressões digitais ou até mesmo colocaram a culpa de determinado crime em outra pessoa. Tipos Fundamentais de Impressões Digitais As impressões digitais (dactilogramas) são as reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares das extremidades dos dedos em determinado suporte ou superfície. DESENHO DIGITAL: conjunto das cristas e dos sulcos localizados na polpa digital (extremidades dos dedos). LINHAS PRETAS: linhas de impressão onde ocorre o entintamento em uma impressão digital. Prof. Victor Botteon Aula 08 24 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia LINHAS BRANCAS: são os sulcos interpapilares. DOBRAOU PREGA INTERFALANGEANA: divisão das falanges localizada nas articulações dos dedos. O sistema de linhas consiste no conjunto de linhas papilares que formam uma impressão digital, sendo dividido em: Sistema nuclear: formado pelas linhas centrais de uma impressão digital. Sistema marginal: formado pelas linhas situadas na parte marginal superior da impressão digital, ao longo do sulco ungueal (bordas). Sistema basilar: formado pelas linhas situadas na base, região inferior da impressão digital, limitando- se à dobra interfalangiana. Crédito: Manual de Papiloscopia (PC-PR). A identificação papiloscópica baseia-se na análise destes 3 sistemas de linhas convergentes, sendo que na confluência destes sistemas de linhas pode ser identificada a região denominada DELTA (foto), elemento com formato de pequeno ângulo ou triângulo. A análise do delta corresponde a uma característica fundamental na classificação de uma impressão digital. Crédito: França (2017). Prof. Victor Botteon Aula 08 25 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia A presença ou a ausência de deltas é aplicada como critério para classificação das impressões digitais em padrões básicos chamados de TIPOS FUNDAMENTAIS do Sistema Dactiloscópico de Vucetich: ARCO (A): NÃO APRESENTA DELTA e região do núcleo, possuindo apenas os sistemas de linhas basilares e marginais. PRESILHA INTERNA (I): ao contrário da presilha externa, apresenta UM DELTA À DIREITA DO OBSERVADOR. O núcleo é voltado em sentido contrário ao delta. PRESILHA EXTERNA (E): apresenta UM DELTA À ESQUERDA DO OBSERVADOR. VERTICILO (V): apresenta DOIS DELTAS e um núcleo central. Crédito da imagem: Chemello (2006). Fórmula Dactiloscópica O dactilograma é a impressão digital de um único dedo (monodactilar). As fichas datiloscópicas são utilizadas para a tomada das digitais de todos os dedos. A classificação pelo sistema decadactilar (10 dedos das mãos) nas fichas dactiloscópicas é baseada na fórmula dactiloscópica para o devido arquivamento, e esse sistema de classificação ficou conhecido como SISTEMA DACTILOSCÓPICO DE VUCETICH. A individual dactiloscópica (impressão digital dos 10 dedos) é escrita em forma de fração, apresentando o numerador acima do traço e o denominador abaixo do traço, sendo composta por duas partes: a SÉRIE, representando as impressões digitais da mão direita, no numerador; e a SEÇÃO, representando as impressões digitais da mão esquerda, no denominador da fração. SÉRIE: compreende a fundamental, correspondente ao polegar direito (letra maiúscula do tipo fundamental de impressão digital); e a divisão, aos demais dedos da mão direita, dada pelos respectivos números. SEÇÃO: subclassificação no polegar esquerdo (letra maiúscula do tipo fundamental de impressão digital); e subdivisão correspondente aos demais dedos da mão (em números). Prof. Victor Botteon Aula 08 26 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia SISTEMA DACTILOSCÓPICO TIPO FUNDAMENTAL POLEGAR OUTROS DEDOS DELTA VERTICILO V 4 2 DELTAS PRESILHA EXTERNA E 3 DELTA À ESQUERDA DO OBSERVADOR PRESILHA INTERNA I 2 DELTA À DIREITA DO OBSERVADOR ARCO A 1 SEM DELTA TIPOS ESPECIAIS AMPUTAÇÃO = 0 GANCHO = G ou 5; ANÔMALO = NA ou 6; DUPLA = DPL ou 7; CICATRIZ = X ou 8. Pela FÓRMULA DACTILOSCÓPICA temos então: = SÉRIE (MÃO DIREITA) / SEÇÃO (MÃO ESQUERDA). ORDEM DOS DEDOS DENTRO DE UMA SÉRIE OU SEÇÃO: *POLEGAR – INDICATIVO – MÉDIO – ANULAR – MÍNIMO* POLEGAR = A (ARCO), I (PRESILHA INTERNA), E (PRESILHA EXTERNA) ou V (VERTICILO); DEMAIS DEDOS: 1 (ARCO), 2 (PRESILHA INTERNA), 3 (PRESILHA EXTERNA) ou 4 (VERTICILO). Por este sistema de Vucetich existem 1.048.576 combinações possíveis: 1ª Fórmula de Vucetich: (A 1 1 1 1)/(A 1 1 1 1), todas as impressões digitais sendo do tipoARCO; 2ª Fórmula de Vucetich: (A 1 1 1 1)/(A 1 1 1 2), com todas sendo do tipo ARCO e o dedo mínimo da mão esquerda sendo do tipo presilha interna; 3ª Fórmula de Vucetich: (A 1 1 1 1)/(A 1 1 1 3), com todas sendo do tipo ARCO e o dedo mínimo da mão esquerda sendo do tipo presilha externa (...); 1.048.576ª Fórmula de Vucetich: (V 4 4 4 4)/(V 4 4 4 4), com todas as impressões digitais sendo do tipo verticilo. Prof. Victor Botteon Aula 08 27 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Exemplo de classificação na prática: Crédito da foto: França (2017). Cada tipo fundamental pode apresentar ainda subtipos, sendo incomum de aparecer em provas, mas sempre interessante de citar para conhecimento: SUBTIPOS DO ARCO: Arco Plano (PL), Arco Angular (AG), Bifurcado à Direita (BD), Bifurcado à Esquerda (BE), Arco Destro Apresilhado (DA), Arco Sinistro apresilhado (SA). SUBTIPOS DAS PRESILHAS INTERNA E EXTERNA: Normal (NR) e Invadida (VD). SUBTIPOS DO VERTICILO: Circular (CR), Espiral (SP), Ovoidal (OV), Sinuoso (SN) e Duvidoso (DV). Pontos Característicos Aprendemos sobre a fórmula dactiloscópica e que o seu objetivo é possibilitar uma classificação para o arquivamento. Agora veremos mais elementos que permitem a individualização (identidade) das impressões digitais, realizada por meio da análise das suas minúcias (minutae), principalmente dos pontos característicos (minúcias de Galton). Referidos pontos característicos consistem em acidentes morfológicos encontrados nas cristas papilares, os quais são analisados e comparados com a impressão digital questionada. Existem diversos pontos característicos descritos pela literatura. Vamos conhecer os principais: Crédito: Cabellero (2011) apud W. Soares Gomes (2018). Prof. Victor Botteon Aula 08 28 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Crédito: Manual de Papiloscopia (PC-PR). Existem nove pontos característicos principais, os quais foram estipulados para a pesquisa e análise papiloscópica, apresentados a seguir (o crédito das imagens é da página www.papiloscopia.com.br): PONTO: similar a um ponto final, situado entre duas linhas. ILHA OU ILHOTA: de maior dimensão do que um ponto, sendo caracterizada por ser o menor pedaço de linha da impressão digital. CORTADA: pequeno segmento de linha maior que uma ilha. EXTREMIDADE DE LINHA: ponto característico mais comum de ser encontrado em uma impressão digital, consistindo em um final de linha, seguido pelo estreitamento das duas linhas paralelas ao redor. Prof. Victor Botteon Aula 08 29 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia CONFLUÊNCIA: abertura de uma linha que se transforma em duas, ocorrendo em sentido anti-horário (sentido contrário ao da análise). BIFURCAÇÃO: abertura ou bifurcação de uma linha que se transforma em duas, ocorrendo em sentido horário (sentido de análise de uma impressão digital). HASTE OU ARPÃO: ocorre quando surge um apêndice (segmento de linha) em uma linha, semelhante a um arpão. ENCERRO: ponto também chamado de lago, sendo formado por uma abertura da linha e seu fechamento logo em seguida (formato de lago). PONTE OU ANASTOMOSE: curto segmento que faz ligação entre duas linhas, atuando como uma ponte. Além destes pontos principais, existem inúmeras variações que podem ser encontradas nas impressões confrontadas. Para a análise direta, a impressão digital é dividida em quatro quadrantes, com as linhas divisórias traçadas na vertical (da característica mais alta a mais baixa) e na horizontal (das características mais laterais); e os “acidentes” começam a ser pesquisados em sentido horário, partindo do quadrante superior direito. Os pontos característicos encontrados são enumerados em ambas as impressões digitais confrontadas para atestar um veredito final quanto à identidade: se há ou não concordância entre as impressões analisadas. Prof. Victor Botteon Aula 08 30 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Crédito da imagem: Chemello (2006). Além dos pontos característicos principais, outros elementos que podem ser pesquisados e analisados são os poros (Poroscopia), pontos claros notados em cada linha papilar, localizados sobre as cristas, consistindo em orifícios produzidos pelas glândulas sudoríparas. Na Poroscopia, a quantidade, a forma, a posição e a dimensão dos poros sudoríparos são analisadas (Sistema Poroscópico de Locard). E além dos poros, o conjunto das linhas brancas presentes em uma impressão digital, denominado de “albodactilograma” (ALBOTADILOSCOPIA), também pode ser utilizado para fins comparativos. Entretanto, tais linhas não apresentam valor absoluto para o confronto, uma vez que estas linhas brancas não são perenes e nem imutáveis. São incontáveis as minúcias e elementos que podem ser observados nas impressões digitais, tornando- as extremamente variadas e únicas. Mas será mesmo? Unicidade no Confronto Papiloscópico A impressão digital é realmente única para cada pessoa? É um procedimento de identificação válido e confiável? Em um famoso caso de repercussão envolvendo explosão de um trem em Madrid, na Espanha, ocorrido em 11 de março de 2004, houve a individualização equivocada de um fragmento de impressão digital levantada no local de crime (ainda mais pelo F.B.I.), quase incriminando uma pessoa inocente. O princípio da Unicidade ou Variabilidade acabou sendo questionado. Neste contexto, qual a quantidade de pontos característicos mínimos necessários para realizar uma individualização de uma pessoa por meio de suas impressões digitais? Na época, década de 1910, o grande Edmord Locard estabeleceu a lendária regra dos 12 pontos. O que seria isto? Para classificar as impressões digitais reveladas, Locard estabeleceu que se 12 pontos característicos fossem levantados de um fragmento de impressão digital questionado, o resultado de certeza de um confronto com a impressão padrão seria indiscutível quanto à individualização da impressão. Entre 8 a 12 pontos característicos, o perito deveria analisar outros elementos para atestar a sua conclusão, como pela presença das características dos poros sudoríparos (POROSCOPIA), por exemplo. Entretanto, esta estatística dos 12 pontos para individualizar uma impressão digital não foi demonstrada por ele. De onde ele tirou esse número mágico? Prof. Victor Botteon Aula 08 31 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia Ao longo da história da literatura, diversos cálculos de probabilidade foram realizados para provar a UNICIDADE das impressões digitais. Galdino Ramos calculou que seria preciso 4.660.337 séculos para que um homem nascesse com as mesmas impressões digitais de outra pessoa, considerando a população mundial de sua época. O ilustre Francis Galton calculou a probabilidade de 1 em 64 bilhões a chance de se encontrar duas impressões digitaisidênticas em dedos diferentes. O cálculo de Balthazard dividia o datilograma em 100 partes e que a probabilidade de constatar 2 impressões digitais idênticas seria de 1/4100 ou aproximadamente 1,606 x 1060. Já outro autor, Wentworth, encontrou a probabilidade de 1,15 x1099 em seus cálculos. Mesmo com metodologias diferentes de cálculos, observa-se números monstruosos na estimativa da probabilidade de encontro de 2 impressões digitais idênticas. O Papiloscopista da Policial Federal C.J. Araújo (2003), apresentado em Martins & Nascimento (2011), encontrou os seguintes valores em seus cálculos de probabilidade, a partir da quantidade de pontos característicos (minúcias de Galton) para a afirmativa de identidade: Crédito: Martins & Nascimento (2011). Obviamente, quanto mais pontos característicos e outros elementos forem levantados,maior será a probabilidade para se atestar a certeza de concordância entre 2 impressões digitais em um exame de confronto papiloscópico. Não existe norma e base científica que estabeleçam uma quantidade mínima necessária de pontos característicos para atestar uma individualização positiva. Nem mesmo em países como E.U.A. e Inglaterra apresentam resoluções a respeito. As conclusões para o estabelecimento ou não de uma identidade ficam condicionadas à análise da expertise de um Perito ou Papiloscopista (Barberá & Turegáno, 1988). Portanto, ainda não existe um critério bem definido sobre o número de pontos característicos necessários para a afirmativa de uma identidade com certeza absoluta. Entretanto, até hoje em dia, a maioria dos peritos ainda utilizam a regra dos 12 pontos (ou buscam atingir no mínimo 12 pontos) para atestar uma conclusão. E esse número ainda parece ser cobrado em provas de concursos. Atualmente, os softwares (programas de computador) e demais sistemas automatizados de identificação pelas impressões digitais conseguem analisar uma grande quantidade de minúcias para garantir uma conclusão categórica e a validade do método de forma indiscutível, dependendo da qualidade do fragmento de impressão digital analisado. Prof. Victor Botteon Aula 08 32 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia . No trabalho de autoria de Mnookin et al. (2016), intitulado “Error Rates for Latent Fingerprinting as a Function of Visual Complexity and Cognitive Difficulty” e publicado na revista internacional “National Institute of Justice Award”, citam estudos os quais encontraram erros na correspondência (HIT) de impressões digitais, constatando até 8% de falsos negativos, os quais consistem em não correspondência de um par que possui correspondente no confronto, permitindo que um suspeito culpado fique impune pela prática de um crime; e cerca de 0,1% de falsos positivos, consistindo em um par não correspondente sendo rotulado como uma correspondência, podendo levar a condenação de uma pessoa inocente. Anomalias, Enfermidades e Impressões Digitais Certas enfermidades, anomalias ou estigmas podem alterar e prejudicar os datilogramas (impressões digitais), afetando a IMUTABILIDADE. Vamos conhecer agora as principais anomalias e enfermidades relacionadas à área. As ANOMALIAS são deformidades que podem aparecer nas mãos e nos dedos (ou nas falanges) de um indivíduo, as quais podem impossibilitar ou dificultar a coleta comum de impressões digitais, podendo ser de natureza congênita ou adquirida. As principais anomalias que podem cair nas provas e que são descritas pelo Procedimento Operacional Padrão (SENASP, 2013) são: ADATILIA: A = prefixo de negação. DATILIA = proveniente de dedos. “Anomalia congênita que consiste na ausência total dos dedos de uma ou de ambas as mãos”. AMPUTAÇÃO PARCIAL: perda parcial de uma ou mais falanges distais (ponta dos dedos). De origem geralmente acidental ou criminosa (adquirida). AMPUTAÇÃO TOTAL: perda total de uma ou mais falanges distais, inviabilizando a produção de impressões digitais. A amputação pode ocorrer também em todo(s) o(s) dedo(s), mão(s) ou braço(s). ANQUILOSE: falta de articulação parcial ou total dos dedos, podendo ser congênita ou adquirida. HEMIMELIA: ausência total do(s) braço(s). HIPERFALANGIA: HIPER = acima, mais. FALANGIA = vem de falange. Maior quantidade de falanges do que o normal (pinça de lagosta). Crédito: Hiperfalangia por Dultra/Manual de Classificação DI/DPT/BA apud POP (2013). Prof. Victor Botteon Aula 08 33 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia ECTROCERIA: ausência congênita da(s) mão(s). ECTRODATILIA: número de dedos inferior ao normal (anomalia congênita). Crédito: Ectrodatilia por Dultra/Manual de Classificação DI/DPT/BA apud POP (2013). SINDATILIA: SIN = junto, unido. Presença de dedos unidos entre si, podendo ser parcial ou total, de origem congênita. POLIDATILIA: POLI = vários, muitos. Mais dedos do que o normal, sendo de origem congênita. MACRODATILIA: MACRO = grande. Dedo(s) maiores do que a normalidade (foto). Crédito: Dultra/Manual de Classificação DI/DPT/BA apud POP (2013). MICRODATILIA: MICRO = pequeno. Dedo(s) menores do que a normalidade. Além das anomalias congênitas e adquiridas, há doenças hereditárias as quais podem impedir a formação das papilas dérmicas e inviabilizar a coleta de impressões digitais, como: QUERATODERMIA OU MAL DE MELEDA: doença hereditária e incurável a qual consiste na formação de verrugas, calos ou escamas (papilomas) nos sulcos interpapilares, inviabilizando a coleta de impressões digitais. Trata-se de uma enfermidade cutânea que provoca a proliferação de uma camada córnea na epiderme, em virtude do excesso de queratina que preenche os espaços dos sulcos interpapilares. SÍNDROME DE NAGALI: o indivíduo nasce sem as papilas digitais (dedos lisos), em virtude de mau funcionamento de uma proteína denominada CRETIN 14 (problema genético). Prof. Victor Botteon Aula 08 34 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia SÍNDROME DE BASAN: displasia ectodérmica hipohidrótica autossômica dominante. Lesões nas mãos e nos pés, com textura calosa e endurecida; a prega palmar transversal única e com ausência de desenhos papilares. Vamos treinar agora com questões! Questões para fixar FUNCAB - Papiloscopista (PC-SE)/2014 O iodo é utilizado para revelar impressões papiloscópicas e reage com que grupo de substâncias químicas? a) Ácidos Orgânicos e Sais que compõem o suor. b) Ácidos graxos e Proteínas. c) Proteínas e gorduras. d) Peptídeos, bases nitrogenadas e DNA. e) Gorduras Insaturadas do suor sebáceo. RESOLUÇÃO: Questão sobre agente revelador e sua respectiva reação com a composição química das substâncias secretadas pelas glândulas sudoríparas e sebáceas. Questão que pode aparecer principalmente para cargos de Perito Criminal de formação específica da área de Química, por exemplo. Vimos que o vapor de iodo, após o fenômeno de sublimação, vai se ligar com as gorduras (lipídeos) presentes na impressão digital latente. Gabarito: E FUNCAB – Papiloscopista (PC-SE)/2014 A região palmar é dividida em três partes. Uma delas apresenta menor importância criminalística devido à elevada quantidade de pregas e pouquíssimos desenhos papilares. Assinale a alternativa que aponta as duas outras regiões de maior relevância técnica. a) Região mediana/Região tênar. b) Região hipotênar/Região tênar. c) Região tênar/Região superior. d) Região superior/Região hipotênar. e) Região hipotênar/Região mediana. RESOLUÇÃO: Prof. Victor Botteon Aula 08 35 de 89| www.direcaoconcursos.com.br Noções de Papiloscopia A palma da mão é dividida em região superior, situada na área abaixo dos dedos indicadores, médio, anular e mínimo (infra-digital); hipotênar, região do lado externo da palma da mão, oposta à região tenar, abaixo do dedo mínimo; e a região de menor importância criminalística: tenar, região situada na base do dedo polegar. Gabarito: D UFMT – Papiloscopista (POLITEC-MT)/2017 O sistema de classificação idealizado por Juan Vucetich consiste em quatro tipos fundamentais, a saber: arco; presilha interna; presilha externa; verticilo. Quanto à classificação, considere a definição a seguir: "é o datilograma, geralmente adéltico, formado por linhas que atravessam o campo digital, apresentando em sua trajetória formas mais ou menos paralelas e abauladas ou alterações características." O tipo de datilograma descrito na definição acima é: a) arco. b) presilha externa. c) presilha Interna. d) verticilo. RESOLUÇÃO: Falou em tipo fundamental de impressão digital “adéltico”, ou seja, SEM DELTA, falou em ARCO. Gabarito: A FUNCAB – Papiloscopista (PC-SE)/2014 Relacione
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