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Medicina Legal pós edital pc pr Aula 02

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Aula 02
Medicina Legal p/ PC-PR (Delegado) -
Pós-Edital
Autor:
Paulo Bilynskyj
Aula 02
10 de Abril de 2020
72371283886 - Eduarda Alizia Fonseca
 
Sumário 
1 – Introdução ao Estudo da Antropologia Forense ....................................................................................... 3 
1.1 – Classificação de identidade ............................................................................................................... 3 
1.2 – Métodos de Identificação ................................................................................................................. 4 
1.3 – Fases da Perícia de Identificação ...................................................................................................... 5 
2 – Classificação de Identificação .................................................................................................................. 6 
2.1 – Identificação Médico-legal, pericial ou antropológica ....................................................................... 6 
2.1.1 - Identificação da espécie ........................................................................................................................................ 7 
2.1.2 - Identificação da raça ............................................................................................................................................. 8 
2.1.3 - Identificação do sexo .......................................................................................................................................... 17 
2.1.4 - Identificação da idade ......................................................................................................................................... 19 
2.1.5 - Identificação da estatura ..................................................................................................................................... 22 
2.1.6 - Identificação por sinais individuais ...................................................................................................................... 25 
2.1.7 - Identificação por meio de malformações e sinais profissionais .......................................................................... 25 
2.1.8 - Identificação pelos dentes ................................................................................................................................... 26 
2.1.9 - Identificação por palatoscopia ............................................................................................................................ 26 
2.1.10 - Identificação por queiloscopia .......................................................................................................................... 26 
2.1.11 - Identificação por superposição de imagens ...................................................................................................... 26 
2.1.12 - Identificação por DNA ....................................................................................................................................... 27 
2.1.13 - Identificação tipo sanguíneo ............................................................................................................................. 28 
3.2 – Identificação Judiciária ou Policial .................................................................................................. 28 
3.2.1 - Assinalamento sucinto ........................................................................................................................................ 31 
3.2.2 - Fotografia ............................................................................................................................................................ 31 
3.2.3 - Retrato falado ...................................................................................................................................................... 31 
3.2.4 - Sistema antropométrico de Bertillon .................................................................................................................. 31 
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3.2.5 - Fotografia sinalética ............................................................................................................................................ 32 
3.2.6 - Sistema dactiloscópico de Vucetich .................................................................................................................... 32 
3.3 – O Sistema Vucetich ......................................................................................................................... 37 
3.4 – AFIS – AUTOMATIC FINGERPRINT IDENTIFICATION SYSTEM ............................................................ 45 
3.5 – Identificação Criminal ..................................................................................................................... 45 
3.6 – Reconhecimento ............................................................................................................................. 47 
3.7 – Genética Forense ............................................................................................................................ 47 
4 – Exames de Locais de Crime.................................................................................................................... 48 
4.1 – Local do Crime ................................................................................................................................ 48 
Resumo....................................................................................................................................................... 53 
Destaque à Legislação e Jurisprudência ...................................................................................................... 55 
Considerações finais ................................................................................................................................... 62 
Questões comentadas ................................................................................................................................ 63 
Lista de Questões ........................................................................................................................................ 71 
Gabarito ..................................................................................................................................................... 88 
 
 
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1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANTROPOLOGIA FORENSE 
Antropologia Forense é o ramo da Medicina Legal que estuda a identificação e a identidade dos seres 
humanos. 
Podemos conceituar identidade como sendo o conjunto de elementos que caracterizam uma pessoa, 
tornando-a única e, consequentemente distinguindo-a das demais pessoas. 
Identificação, por sua vez, é o processo técnico e científico utilizado para se chegar a uma identidade; para 
se determinar uma identidade ou não de uma pessoa. 
 
 
A identidade possui grande importância, seja para efeitos civis, seja para efeitos criminais, já que toda e 
qualquer responsabilização somente é possível após a prévia identificação. 
 
1.1 – CLASSIFICAÇÃO DE IDENTIDADE 
A identidade pode ser classifica em: 
ANTROPOLOGIA 
IDENTIDADE 
É o conjunto de elementos que 
caracterizam uma pessoa. 
IDENTIFICAÇÃO 
É o processo técnico e científico 
utilizado para se chegar a uma 
identidade. 
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 Identidade subjetiva: quando diz respeito à consciência, à capacidade do ser humano de 
compreender que existe como indivíduona estrutura da realidade. 
 
 Identidade objetiva: diz respeito às qualidades físicas do indivíduo. 
 
 A identificação pode ser feita através do corpo vivo ou do cadáver, ainda que em partes e 
através de coisas (unha, cabelo, ossos...). 
 
1.2 – MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO 
Para ser considerado um bom método de identificação, este deve ter algumas características: 
 
• Unicidade: o elemento identificador deve ser único para cada pessoa. (Critério biológico) 
• Imutabilidade: o elemento identificador não sofre a ação do tempo, ou seja, permanece o 
mesmo com o passar do tempo. (Critério biológico) 
Identidade 
Subjetiva 
Objetiva 
Todo ser 
humano possuí 
características 
físicas 
Todo ser 
humano possuí 
características 
únicas 
Cada ser 
humano é 
único 
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• Perenidade: o elemento deve estar presente durante toda a vida e até após a morte (até 
certo tempo). (Critério biológico) 
• Praticabilidade: o elemento deve ser obtido e registrado de forma fácil. (Critério técnico) 
• Classificabilidade: o elemento deve ser de fácil classificação permitindo assim, seu 
arquivamento o qual permitirá uma busca rápida e fácil do registro. (Critério técnico) 
 
Assim, um bom método de identificação deve atender a essas características. 
Esse elemento ficará então registrado e arquivado e, quando necessário será utilizado como padrão de 
comparação (ponto de partida). Será colhido o elemento da pessoa que se pretende identificar e então se 
fará a comparação entre os dois registros. 
 
1.3 – FASES DA PERÍCIA DE IDENTIFICAÇÃO 
Fases da perícia de identificação 
 
A identificação se dará quando da comparação, se positivo trata-se da mesma pessoa de quem foi colhido 
o elemento quando do primeiro registro. Assim, percebe-se que se não houver um registro anterior do 
elemento característico ou se não for possível coletar o mesmo elemento para o confronto, será impossível 
a identificação, já que não haverá padrão para o confronto. Daí podemos inferir que: 
 
 
Registro do 
elemento 
Coleta e registro do 
mesmo elemento do 
indivíduo que se 
pretende identificar 
Comparação dos 
dois registros 
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TODO MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO É COMPARATIVO. 
 
2 – CLASSIFICAÇÃO DE IDENTIFICAÇÃO 
A identificação é classificada em: 
 
 
2.1 – IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL, PERICIAL OU 
ANTROPOLÓGICA 
É aquela realizada pelos médicos legistas, exige conhecimentos médicos e de ciências biológicas e afins. 
Ela, de acordo com Flamínio Favero, divide-se em três partes: física, funcional e psíquica. 
Id
en
ti
fi
ca
çã
o
 
Identificação médico-legal, 
pericial ou antropológica 
Identificação judiciária 
Identificação criminal 
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1. Assim, a identificação física seria aquela que tem como objetivo determinar qual a espécie (se 
animal ou humano), raça, o sexo, a idade, a altura, o peso, sinais, cor, etc. 
 
2. A identificação funcional tem seu foco voltado para o modo como o indivíduo se apresenta, com 
suas atitudes, assim preocupa-se com dados como a voz, a escrita, a força, a forma de andar, gestos 
entre outros. 
 
3. Já a identificação psíquica preocupa-se com a consciência individual, com as manifestações 
psíquicas normais e anormais (patológicas), identifica as oligofrenias, psicoses, neuroses, etc. 
Dito isso vamos verificar as principais identificações médico-legais. 
2.1.1 - Identificação da espécie 
Suponha que o perito médico legista esteja diante de pedaços de ossos ou de fragmentos de 
corpos que não se tenha certeza se são de ser humano ou de animal. Nesses casos, antes de 
qualquer outro exame será necessário identificar a espécie dos restos mortais, se humana ou 
animal. 
Todos os ossos, tanto humanos como de animais possuem em seu interior canalículos 
microscópicos – os canais de Havers. O que difere um osso humano de um osso de animal é a quantidade e 
a largura desses canais, assim, nos humanos temos menor quantidade e maior largura dos canais de 
Havers. 
Se houver sangue nos fragmentos, será submetido a testes para indicar se é humano ou animal e, em 
sendo humano serão feitos testes individuais de tipagem sanguínea. (A, B, AB, O, Rh positivo ou negativo, 
etc.). 
Ident. Médico Legal 
... 
Física Funcional Psíquica 
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Figura 1: Exemplo de Canal de Havers1 
 
2.1.2 - Identificação da raça 
Primeiramente temos que frisar que não existem raças puras, superiores ou inferiores! 
Sabemos que se admite como tipos étnicos fundamentais os caucasianos, mongólicos 
indianos, negroides e australoides. 
Existem alguns elementos que permitem a diferenciação das raças, os principais são: a 
forma do crânio; o índice cefálico (relação entre largura e comprimento do crânio), o 
ângulo facial, as dimensões da face, o tipo de cabelo e a cor da pele. 
 
 
1 Imagem obtida em https://www.slideshare.net/leostefaisk/lminas-explicadas 
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Figura 2: Diferença entre crânio2s 
 Assim, o tipo caucasiano tem como característica a pele branca, cabelos lisos ou crespos, 
castanhos ou louros, íris azul ou castanha e contorno crânio-facial ovoide ou ovoide poligonal 
e perfil facial ortognata e ligeiramente prognata. 
 O tipo mongólico, por outro lado, apresenta pelo amarela, cabelos lisos, face achatada, 
arcada superciliar pouco saliente, pálpebras amendoadas, nariz curto e largo e maxilares 
pequenos. 
 Já o tipo negroide apresenta como características a pele negra, cabelos crespos, perfil facial 
prognata, íris castanha, nariz pequeno de perfil côncavo e narinas curtas e afastadas. 
 Com relação ao tipo indiano podemos dizer que se caracteriza por pele amarela trigueira, 
tendente para o avermelhado, alta estatura, cabelos lisos e pretos, íris castanha, ausência de 
barba e bigode, orelhas pequenas e nariz saliente, longo e estreito. 
 Por fim o tipo australoide pode ser caracterizado como sendo de estatura alta, pele trigueira, 
cabelos pretos, ondulados e longos, nariz curto com narinas afastadas. 
Para a caracterização da raça são levados em conta os seguintes exames: 
a) Formato do crânio. Avaliam-se os contornos vertical, anterior, posterior e laterais, que 
formarão figuras geométricas correspondentes a cada tipo; 
 
 
 
2 Imagem obtida em http://seguindopassoshistoria.blogspot.com/2015/07/o-racismo-cientifico-da-
teoria-pratica.html 
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b) Índices cefálicos. Se subdividem em: (i) índice cefálico horizontal – obtido por meio da relação 
entre a largura e o comprimento do crânio, fixa-se na puberdade e é menos homogêneo na 
mulher; (ii) índice cefálico vertical; (iii) índice cefálico transverso ou vertical posterior – obtido 
pela média do índice cefálico horizontal e vertical; e (iv) índice nasal – obtido por meio da 
relação centesimal entre a largura máxima das fossas nasais e a altura násio-espinhal. 
 
c) Capacidade do crânio. Dada pela quantidade de chumbo necessáriapara encher a cavidade 
craniana após tapado seus orifícios. A quantidade de chumbo (quantitas plumbem) obtida é 
posta em frasco graduado em centímetros cúbicos, determinando-se, o seu volume em 
capacidade. A capacidade do crânio é maior no sexo masculino. E de forma decrescente é maior 
em indivíduos da raça branca, amarela, vermelha e negra. 
 
d) Ângulo facial. Determina o prognatismo (proeminência dos maxilares); quanto mais agudo for o 
ângulo facial maior o prognatismo, na raça branca esse ângulo é máximo e na raça negra é 
mínimo. 
É possível aferir as medidas por meio dos goniômetros (o de Broca, p. ex). 
Existem diversos critérios para aferi-lo; para Jacquart, 
O ângulo é obtido por uma linha vertical que passa pela fronte e pela espinha nasal anterior — linha 
facial — e por uma outra que vai da espinha nasal anterior ao meio da linha biauricular — linha 
aurículo-espinal; 
Já de acordo com Cloquet: 
Essas duas linhas se encontram no rebordo alveolar; 
Curvier, por sua vez utiliza a intersecção dessas duas linhas na margem cortante dos incisivos; 
 
O método de Rivet, por outro lado, consiste em se traçar um triângulo facial por intermédio 
das linhas facial e aurículo-espinal como foram descritas no método de Jacquart, e uma outra 
linha tangente ao mento e aos incisivos mediais inferiores. A partir do comprimento dos três 
lados do triângulo obtido, calcula-se os seus ângulos por meio de tábuas logarítmicas. 
 
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Figura 3: Ângulos faciais 
Com base nas medidas do ângulo facial (método de Camper o qual compreende um plano aurículo-
orbitário que passa pelos bordos inferiores das órbitas e pelas bordas superiores dos orifícios do 
conduto auditivo e por uma reta que, partindo do ponto de inserção dos incisivos, passa pelo 
começo do nariz), classificamos em: 
I. Ortognatas: ângulo com mais de 85º; 
II. Mesognatas: ângulo com mais de 80º a 85º; 
III. Prognatas: ângulo com menos de 80º. 
As partes moles (os lábios, p. ex) impedem a determinação do prognatismo no vivo e no cadáver recente. 
a. Dimensões da face. É obtida por meio da relação entre a largura e a altura da face (Largura máxima 
X 100 – altura násio -alveolar / altura máxima da face – diâmetro bizigomático máximo). A partir das 
dimensões da face classificam-se em braquifacial, mesofacial, dolicofacial, conforme seja o índice 
facial superior encontrado. Levando em consideração os diâmetros bizigomático e násio-alveolar, os 
amarelos têm a face mais larga, seguidos pelos negros e, depois, pelos brancos, (mais estreitas). 
 
b. Envergadura. É um sinal étnico. As pessoas da raça negra em regra têm os membros superiores 
mais longos em relação aos inferiores. 
 
 
Índice R. Negra R. Branca 
Tibiofemoral sup. a 83 inf. a 83 
Radioumeral sup. a 80 inf. a 75 
 
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c. Cabelos. É um sinal étnico. É possível identificar através de exame de DNA se trata-se de animal ou 
ser humano, a raça; o sexo, a idade, a região de onde saíram, se foram arrancados, se caíram, se 
foram cortados. 
 
Aqui no Brasil não temos um tipo racial definido em razão da grande miscigenação. Assim, temos branco, 
negro, índio, mulato (branco + negro), mameluco (branco + índio) e os cafuzos (negro + índio). 
Importante dedicarmos um tempinho ao estudo dos pontos anatômicos cranimétricos utilizados na 
determinação dos índices cefálicos. Conforme ensinam L. Testut e A. Latarjet, Anatomia humana, Salvat 
Ed., 1954, p.284 e s, citados por Dalton Croce em seu Manual de Medicina Legal temos os seguintes pontos 
anatômicos craniométricos: 
 Gnation: que se localiza entre os forames mentonianos bilaterais, na parte mais anterior 
e inferior do mento ósseo; 
 Próstion ou ponto alveolar: que se localizam no rebordo alveolar dos dentes incisivos 
centrais superiores; 
 Násion ou ponto nasal: que se localiza no centro da articulação nasofrontal; 
 Ponto subnasal ou espinal: que se localiza no centro virtual da espinha nasal anterior; 
 Glabela: é aquela protuberância frontal entre as cristas superciliares; 
 Bregma: é o ponto de convergência das suturas sagital, metópica e coronária; 
 Obelion: localiza-se na altura dos buracos parietais; 
 Lambda: é o ponto de junção da sutura lambdoide com a sagital; 
 Ínion: localizado na base da protuberância occipital externa; 
 Metalambda: localizado no centro mais posterior do crânio; 
 Opístion: situado na margem posterior do forame occipital; 
 Básion: localizado no ponto médio da borda anterior do buraco occipital. 
Os pontos anatômicos laterais que merecem destaque são: 
a. Gonion: localizado no lado externo do ângulo mandibular; 
b. Dacrion: o ponto de encontro das suturas vertical lacrimomaxilar e nasofrontal. 
 
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Figura 4: pontos craniométricos.3 
Por ser bastante cobrado em provas, vamos aprofundar os estudos dos índices cefálicos. Assim, temos: 
 - Índice cefálico horizontal — Obtido pela relação entre a largura e o comprimento do crânio. 
Esse índice como já dissemos fixa-se durante a puberdade e é mais homogêneo no homem do 
que na mulher. De acordo com Retzius, temos a seguinte fórmula: 
 
ICH =Largura máxima X100 
--------------------------- 
Comprimento máximo 
 
Onde o comprimento máximo é composto pela longitude glabelo-metalambda. 
 
 
3 extraída de: http://estudos-na-web.blogspot.com/2017/07/anatomia-cranio.html 
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Com base no índice cefálico horizontal denominamos os crânios como sendo: 
 
a. dolicocéfalos: em que o ICH é igual ou inferior a 75; 
b. subdolicocéfalos: em que o ICH vai de 75,01 a 77,77; 
c. mesaticéfalos: em que o ICH vai de 77,78 a 80; 
d. sub-braquicéfalos: em que o ICH vai de 80,01 a 82,33; 
e. braquicéfalos: em que o ICH é de 82,34 ou maior. 
 
 
 
- Índice vertical (perfil) — Obtido pela fórmula: 
 
IV.Pe = Altura basiobregma x 100 
------------------------------------ 
Longitude glabelo-metalambda 
 
Com base no índice vertical denomina-se o crânio como: 
a. Hipsicéfalos (crânios altos): o índice é maior do que 75; 
b. Mesocéfalos (crânios médios): o índice varia entre 75 e 69; 
c. Platicéfalos (crânios baixos): o índice é menor que 69. 
 
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Figura 5:índice vertical (perfil) 
 
Índice transverso ou vertical posterior — Obtido pela média do índice cefálico horizontal e índice vertical 
(perfil). 
IV.Po = Altura basiobregmática X 100 
----------------------------------- 
Diâmetro transverso máximo 
 
De acordo com esse índice os crânios se dividem em: 
a. tapinocéfalos: o índice é de até 91,99; 
b. metriocéfalos: o índice varia de 91,99 a 97,99; 
c. estenocéfalos: o índice é de 98 ou mais. 
 
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Figura 6: Índice transverso 
 
- Índice nasal — Obtido por meio da relação centesimal entre a largura máxima das fossas nasais e a altura 
násio-espinal. 
 
IN = Largura máxima nasal X 100 
--------------------------------- 
Altura násio-espinalDe acordo com esse índice classifica-se em: 
a. Nariz platirrino: característico de negros africanos e da Oceania; 
b. Nariz mesorrino: característico de amarelos; 
c. Nariz leptorrino: característico dos brancos. 
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Figura 7: Índice nasal 
 
 
 
Importante destacar que a classificação em branco, pardo ou negro não é designação 
etnográfica, é sim uma classificação baseada na tonalidade da pele segundo a concentração de 
melanina. 
 
2.1.3 - Identificação do sexo 
Existem diversas formas de identificação do sexo. Obviamente o sexo na pessoa viva e no cadáver recente 
e sem mutilações do aparelho reprodutor e dos caracteres sexuais é muito fácil. Porém existem algumas 
situações em que não será tão simples a identificação, abaixo elencamos algumas dessas situações: 
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 Putrefação avançada, se a putrefação houver destruído os genitais externos ainda é possível 
identificar através dos ovários presentes nas mulheres ou da próstata presente nos homens. 
 Obs.: É possível encontrar o útero preservado em corpos carbonizados; 
 Intersexuais (anomalias que dificultam a determinação do sexo); 
 Hermafroditismo (pseudo) o indivíduo possui gônada de um sexo e características físicas do 
outro, assim o pseudo-hermafroditismo masculino apresenta testículos, mas a continuação e 
aspectos genitais externos se assemelham ao do sexo feminino. O pseudo-hermafroditismo 
feminino se caracteriza por possuir ovários, mas a genitália externa tem aparência masculina. 
O sexo real do indivíduo é atestado através de exame cuidadoso conforme o caso, através de 
cirurgias, bem como pelo estudo da cromatina sexual. 
 Ossada (quando visto o esqueleto, em conjunto, é possível conseguir dados que auxiliam na 
identificação). Nas pessoas do sexo masculino os ossos do crânio são mais espessos quando 
comparados aos das pessoas do sexo feminino, as quais possuem ossos mais delicados, os 
malares são mais salientes nos homens, o tórax tem formato cônico, com a parte superior 
mais larga, enquanto nas mulheres o tórax é ovoide, na bacia as dimensões verticais 
predominam, já nas mulheres a bacia tem maior diâmetro transversal, nos homens o sacro é 
mais alto, já nas mulheres é mais baixo; 
 Sexo genético ou cromossomial: faz-se a análise dos cromossomos, por meio dos 
corpúsculos de Borr e pelo corpúsculo fluorescente; 
 Sexo gonadal: identificado pela presença de testículos e ovários. 
 
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Figura 8: Figura 09: Diferenças na pelve masculina e feminia 
Tanto o crânio como o tórax trazem elementos que permitem se presumir qual o sexo do indivíduo. O 
crânio da pessoa do sexo feminino tem a fronte mais verticalizada, a articulação frontonasal curva, 
saliências ósseas e as apófises mastoides e estiloides menos desenvolvidas quando comparadas ao crânio 
do indivíduo do sexo masculino. Em regra a capacidade do crânio feminino corresponde a nove décimos da 
capacidade do masculino. 
Em indivíduos do sexo feminino, a capacidade torácica é menor e as apófises transversas das vértebras 
dorsais mostram-se mais dirigidas para trás. 
 
Obs.: É possível que o útero se mantenha preservado em caso de incêndio e em caso 
de putrefação avançada. 
Devemos ter em mente, no entanto, que embora crânio e tórax permitam identificar o sexo; é a bacia que 
nos fornece as características diferenciais mais importantes. 
Curiosidade: A inclinação da sínfise vertical é menos pronunciada no sexo feminino. As dimensões verticais 
da bacia masculina ultrapassam as da bacia feminina. 
 
2.1.4 - Identificação da idade 
A vida humana tem as seguintes fases etárias, de acordo com Croce: 
 Vida intrauterina (embrião até o 3º mês, feto até o parto); 
 Infante nascido (nascido que não recebeu cuidados higiênicos); 
 Recém-nascido (nascido que recebeu cuidados higiênicos); 
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 1ª Infância (até os 07 anos de idade); 
 2ª Infância (dos 08 aos 11 anos de idade); 
 Adolescência (dos 12 aos 18 anos de idade); 
 Mocidade (dos 19 aos 21 anos de idade); 
 Idade adulta (dos 22 aos 60 anos de idade); 
 Velhice (dos 61 aos 80 anos de idade); 
 Senilidade (após os 80 anos de idade). 
Tem forma específica para o feto e a partir do nascimento. No feto, verifica-se o aspecto morfológico e a 
estatura. Assim, temos: 
 Do primeiro ao terceiro mês de vida intrauterina: crescimento de 0,6 cm/mês; 
 A partir do quarto mês: crescimento de 5,5 cm/mês. 
A partir do nascimento, serão utilizados os seguintes parâmetros: 
 Aparência: somente é útil para identificar como bebê, jovem e idoso, já que nas transições de faixas 
etárias haverá dificuldades em razão da mudança que se dará ano a ano; 
 Pele: rugas que geralmente aparecem entre 25 e 30 anos. 
 Pelos pubianos: em pessoas do sexo feminino surgem por volta dos 12 a 13 anos e os axilares aos 
15 a 16 anos. Nas pessoas do sexo masculino surgem entre os 13 e 15 anos. 
 Globo ocular: presença do arco senil (faixa acinzentada ao redor da íris) com incidência comum em 
pessoas acima de 80 (oitenta) anos, mas pode aparecer em poucos casos em pessoas na faixa dos 
40 (quarenta anos). 
 Dentes: verifica-se se se trata de 1ª ou 2ª dentição. 
 Radiografia dos ossos: através da ossificação das cartilagens de crescimento. Geralmente utiliza-se 
a radiografia do punho. 
 Crânio: sistema de suturas do palato duro. 
 
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Existem algumas fórmulas para cálculo da idade que vocês devem conhecer: 
Fórmula de Balthazard-Dervieux: fórmula para cálculo da idade fetal em dias pela 
estatura, que é calculada pelos comprimentos das diáfises do fêmur, tíbia e úmero. (I = 
Ex5,6; E=5,6Cf + 8; E=6,5Ct + 8; E=6,5Cu + 8). 
Tabela de Ernestino Lopes: tabela que estima a idade tendo como base as alterações do 
ângulo mandibular. 
Tabela de Ema de Azevedo: tabela utilizada para determinação da idade de 0 a 14 anos, 
fazendo-se uma correlação entre peso, idade e sexo. 
E qual a importância da determinação da idade? 
A idade tem desdobramentos na esfera cível e criminal. E o que fazer se não há Certidão de Nascimento? 
No indivíduo vivo e no cadáver preservado e íntegro é possível a partir do exterior se chegar a uma idade 
aproximada. Não é difícil diferenciar uma criança, de um adulto e de um idoso. O problema está no período 
de transição entre as fases etárias da vida humana, já que a aparência não se modifica da noite para o dia e 
sim aos poucos. 
A idade tem desdobramentos na esfera cível e criminal. E o que fazer se não há Certidão de Nascimento? 
No indivíduo vivo e no cadáver preservado e íntegro é possível a partir do exterior se chegar a uma idade 
aproximada. Não é difícil diferenciar uma criança, de um adulto e de um idoso. O problema está no período 
de transição entre as fases etárias da vida humana, já que a aparência não se modifica da noite para o dia e 
sim aos poucos. 
O arco senil, semitranslúcido, composto de colesterol, triglicérides e fosfolípides, mais constantes nos 
diabéticos, hipertensos e desnutridos, que se manifesta por uma faixa acinzentada circular na periferia da 
íris, pode ou não aparecer acima dos 45 anos (20%), mas está presente em100% dos octogenários. Esse 
arco tem maior frequência na raça negra, no sexo masculino e nos brasileiros. 
Esse arco é de difícil constatação no cadáver se não houver acesso aos recursos de coloração específica. 
Caso esteja presente estará mais acentuado no cadáver do que na pessoa viva, isoladamente não é 
suficiente para determinação da idade mas ao lado de outros meios de prova tem valor para a 
determinação da idade. 
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Também pode ser levado em conta para determinar a idade a diminuição da acuidade visual pela 
presbiopia a partir dos 40 anos e a opacificação dos cristalinos (possuem valor relativo e devem ser levados 
em conta com os demais meios de prova). 
A partir dos 50 anos (cinquenta anos) é possível notar uma diminuição na audição. 
No cadáver é possível se identificar a idade a partir do desenvolvimento e das lesões dos órgãos; assim, por 
exemplo, é característica da senilidade a diminuição do peso dos órgãos e o aumento da próstata nos 
homens. 
 
Curiosidade: As moleiras (seis fontanelas no crânio infantil) desaparecem entre 1 
ano e 1 ano e meio em razão da interpenetração dos ossos, dando lugar às suturas. 
Como já dissemos anteriormente a radiologia do sistema ósseo (punho, cotovelo, úmero, fêmur, joelho, 
bacia, crânio) tem grande importância na determinação da idade. 
 
2.1.5 - Identificação da estatura 
Estatura corresponde à altura total do indivíduo! 
Isso significa que a estatura varia em razão da raça, sexo, idade, desenvolvimento, hormônios etc. Em geral 
as mulheres possuem menor estatura quando comparadas aos homens. 
A estatura é medida na pessoa viva, de pé, já no cadáver e nas crianças as medidas são tomadas em 
decúbito dorsal por dois planos verticais que passam pelo vértice e pela planta dos pés. 
 
Obs.: No cadáver, deve-se subtrair 16mm da medida total, correspondente ao 
achatamento natural dos discos intervertebrais sobre as cartilagens intra-articulares, e, 
no esqueleto em posição normal, deve-se aumentar, nessa medida total, 6cm 
correspondentes às partes moles destruídas. 
Existem tabelas próprias para comparação de ossos longos, então mesmo que não se tenha todo o 
esqueleto ainda assim é possível identificar a estatura. 
Assim, é possível determinar a altura aproximada do indivíduo multiplicando-se o comprimento de um dos 
ossos longos pelos seguintes números: 
TÁBUA 
OSTEOMÉTRICA 
DE BROCA 
Fêmur Tíbia Perônio Úmero Rádio Cúbito 
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Homens 3,66 4,53 4,58 5,06 6,86 6,41 
Mulheres 3,71 4,61 4,66 5,22 7,16 6,66 
 
Outra tabela muito usada é a tabela de Étienne-Rollet que indica o comprimento dos ossos conforme as 
estaturas. 
Membro Inferior Membro Superior 
Estatura Fêmur Tíbia Fíbula Úmero Rádio Ulna 
HOMENS 
1,52m 415mm 334mm 330mm 298mm 223mm 233mm 
1,54m 421mm 338mm 333mm 302mm 226m 237mm 
1,56m 426mm 343mm 338mm 307mm 228mm 240mm 
1,58m 431mm 348mm 343mm 311mm 231mm 244mm 
1,60m 437mm 352mm 348mm 315mm 234mm 248mm 
1,62m 442mm 357mm 352mm 319mm 236mm 252mm 
1,64m 448mm 361mm 357mm 324mm 239mm 255mm 
1,66m 453mm 366mm 362mm 328mm 242mm 259mm 
1,68m 458mm 369mm 366mm 331mm 244mm 261mm 
1,70m 462mm 373mm 369mm 335mm 246mm 264mm 
1,72m 467mm 376mm 373mm 338mm 249mm 266mm 
1,74m 472mm 380mm 377mm 342mm 251mm 269mm 
1,76m 477mm 383mm 380mm 346mm 253mm 271mm 
1,78m 481mm 386mm 384mm 348mm 255mm 273mm 
1,80m 486mm 390mm 388mm 352mm 258mm 278mm 
 
Membro Inferior Membro Superior 
Estatura Fêmur Tíbia Fíbula Úmero Rádio Ulna 
MULHERES 
1,40m 373mm 299mm 294mm 271mm 200mm 214mm 
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1,42m 379mm 304mm 299mm 275mm 202mm 217mm 
1,44m 385mm 309mm 305mm 278mm 204mm 219mm 
1,46m 391mm 314mm 310mm 281mm 206mm 221mm 
1,48m 397mm 319mm 315mm 285mm 208mm 224mm 
1,50m 403mm 324mm 320mm 288mm 211mm 226mm 
1,52m 409mm 329mm 325mm 292mm 213mm 229mm 
1,54m 415mm 334mm 330mm 295mm 215mm 231mm 
1,56m 420mm 338mm 334mm 299mm 217mm 234mm 
1,58m 424mm 343mm 339mm 303mm 219mm 236mm 
1,60m 429mm 347mm 343mm 307mm 222mm 239mm 
1,62m 434mm 352mm 346mm 311mm 224mm 242mm 
1,64m 439mm 356mm 352mm 315mm 226mm 244mm 
1,66m 444mm 360mm 356mm 319mm 228mm 247mm 
1,68m 448mm 365mm 360mm 323mm 230mm 250mm 
 
Tábua de Manouvier é aquela que estabelece uma relação entre os ossos longos e a estatura do indivíduo. 
Há autores que entendem possível a determinação da estatura através dos dentes. Nesse caso as medições 
são feitas em milímetros, dos dentes incisivos medial e distal e canino, por suas faces externa e interna. A 
tomada de medida externa aplica-se à determinação da altura máxima do examinando e a interna à sua 
altura mínima (assim temos: altura máxima = a x 6 (em mm) x Pi/2 (em cm) e altura mínima = a x 6 (em 
mm) x Pi/2 (em cm)). Então somam-se os resultados e divide-se por dois. 
 
Em 1985, o Instituto Médico Legal de São Paulo, em perícia de determinação de 
identidade procedida em cadáver identificaram a ossada como sendo do criminoso de 
guerra Joseph Mengele, conhecido como o “anjo da morte”, carrasco que atuava nos 
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campos nazistas e promoveu centenas de experiências no judeus, em especial em 
gêmeos. 
 
2.1.6 - Identificação por sinais individuais 
São sinais que diferenciam a pessoa, como manchas, verrugas, cicatrizes. 
Vale dispensar especial atenção às cicatrizes. Elas se dividem em: 
 Traumáticas: aquelas que aparecem em razão de ferimento causado por instrumentos 
mecânicos, queimaduras ou lesões; 
 Patológicas: aquelas que aparecem em razão de vacinas ou doenças ou acne; 
 Cirúrgicas: aquelas que aparecem em razão de cirurgias. 
As cicatrizes inicialmente aparentam coloração vermelha ou rósea e, quando antigas, são esbranquiçadas. 
É possível que as cicatrizes em razão do crescimento do indivíduo, mudem de localização, forma, 
dimensões, etc. 
 Sinal do “Ferrete”: Consiste em uma marca de ferro ao rubro (ferrete), usado no passado para 
marcar criminosos ou escravos fugitivos (como é feito com o gado). O sinal mais conhecido é a 
chamada “flor de liz”. 
 
 
Obs.: A tatuagem também é empregada na identificação, mas não é critério 
médico-legal e em razão disso não é considerada antropológica. A tatuagem teve 
origem na polinésia e o significado da palavra tatuagem é desenho. Acredita-se 
que no início era utilizada como forma de se distinguir o clã, a casta ou a 
profissão. Através da perícia é possível identificar eventual desenho coberto por 
outra tatuagem, também, mesmo nos casos em que se realiza a “retirada” da 
tatuagem é possível à perícia identificar que no local havia uma tatuagem. 
 
2.1.7 - Identificação por meio de malformações e sinais profissionais 
Malformações são aqueles “defeitos” congênitos e os calos formados em razão de fratura antiga, dedos 
supranumerários, pé torto, falta de um membro, lábio leporino dentre outras. 
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Algumas profissões deixam marcas, estigmas; como as marcas nas mãos de sapateiros e alfaiates, 
calígrafos, pintores entre outras profissões. 
 
Orla de Burton é uma linha azulada, na gengiva daqueles que trabalham com 
chumbo. Para quem trabalha com cobre a linha é de coloração verde-azulada ou 
verde-amarelada. 
 
2.1.8 - Identificaçãopelos dentes 
É possível desde que haja uma ficha dentária prévia para se fazer a comparação. Muito comum a 
utilização em situações de corpos carbonizados. 
 
2.1.9 - Identificação por palatoscopia 
Identificação através do céu da boca (pregas palatinas), é necessário que haja um registro prévio. 
 
2.1.10 - Identificação por queiloscopia 
Essa identificação é feita por meio da comparação dos sulcos dos lábios com impressões deixadas em 
pontas de cigarro, guardanapos, copos etc. 
 
2.1.11 - Identificação por superposição de imagens 
Pode ser feita por meio de imagens fotográficas, ou imagens fotográficas e oriundas de radiografia ou 
ainda analisando a altura da implantação das orelhas. 
 
Prosopografia significa descrição da face e é o processo de identificação feito a 
partir da superposição de fotografias do indivíduo, tiradas quando ainda vivo, sobre 
foto do crânio. Faz-se então a correspondência dos pontos ósseos e das partes 
moles da face, principalmente no rosto, nas órbitas e supercílios, no nariz. 
Modernamente usa-se o computador e o resultado tem sido muito semelhante. 
 
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2.1.12 - Identificação por DNA 
O DNA está presente em todos os nossos tecidos. Como dissemos acima, em se tratando de célula 
nucleada é possível realizar a análise do DNA. 
As características provenientes do DNA são únicas em cada indivíduo, salvo com relação aos gêmeos 
univitelinos, pois estes se originam de um único óvulo e de um único espermatozoide. Porém a 
probabilidade de duas pessoas possuírem o mesmo DNA é de uma em trilhões. 
No núcleo de cada célula existem 23 pares de cromossomos (46 cromossomas) que carregam nossas 
informações genéticas (DNA). 
Os óvulos e espermatozoides carregam apenas 23 cromossomos; e ao fundirem-se formam o zigoto que 
carregará 46 cromossomos, 23 do pai e 23 da mãe. 
Obs.: Glóbulos vermelhos não possuem núcleo. 
 
Idiograma é o exame dos cromossomos de uma célula. 
O DNA é muito resistente, porém em situações de carbonizados (alta temperatura) e corpos imersos 
durante muito tempo em água salgada (variação do PH) a identificação por DNA é quase impossível. Por 
outro lado o DNA em razão da sua resistência pode ser arquivado por longos períodos e ainda sim pode ser 
usado para identificação. 
 
Curiosidade: A pessoa que possuí 03 cromossomos no par 21 é portador de síndrome de down 
ou mongolismo. 
 
Uma grande vantagem da identificação via DNA em relação aos outros métodos é que o padrão de 
confronto, o elemento que será usado para comparação, pode ser colhido do próprio indivíduo e de seus 
familiares. 
Vale lembrar que ninguém será obrigado a fornecer material genético. 
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Então podemos dizer que o DNA nuclear (herdado do pai e da mãe) só pode ser analisado nas células que 
têm núcleo; permite a identificação, caso não haja material da própria pessoa, por meio de parentes 
próximos (pais e filhos). 
 
Curiosidade: A técnica PCR é utilizada em casos de identificação de DNA em 
que se tenha pequenos fragmentos. Quando existe bastante material a 
análise se dá no comprimento dos segmentos do DNA e na sequência de 
seus elementos. 
 
Antes de encerrarmos a questão de identificação por meio do DNA, temos que lembrar que existe o 
chamado DNA mitocondrial, proveniente somente da mãe, o qual também permite a identificação, mas 
nesse caso, ausente o material da própria pessoa, para identificação será necessário material de parentes 
da linha materna. 
Hoje acredita-se que a probabilidade de acertos do exame de DNA é de 99,99%, mas como não existe uma 
padronização nos laboratórios esse índice pode não ser nesse patamar, mas ainda assim é uma das formas 
mais seguras de identificação. 
 
2.1.13 - Identificação tipo sanguíneo 
São imutáveis, assim tem grande valia para exclusão da identidade. 
 
3.2 – IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL 
É aquela realizada com base em documentos, anotações e depoimentos, sem realização de perícia 
médico-legal. Visa tanto à identificação civil comum como a identificação de criminosos. 
Na antiguidade eram utilizadas medidas rigorosas e cruéis para identificar os criminosos, tais como 
símbolos, letras, flor de lis, marcas no corpo feitas com ferro incandescente, mutilações das orelhas, nariz e 
língua, extração de dentes etc. 
O inglês Benjamin Bentham, já no período contemporâneo, sugeriu nova forma de identificação, menos 
cruel, empregando-se a tatuagem (sistema dermográfico de Bentham) para identificação de criminosos e 
de todas as pessoas. 
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Obs.: Icard sugeriu a injeção de parafina em regiões do corpo, gerando-se assim uma saliência 
perceptível, que revelaria que a pessoa era ou não criminosa, no entanto, esse processo nunca 
foi acolhido na prática. 
Assim, dizemos que a identificação policial se divide em 02 (dois) momentos: 
 
1º Momento = técnica de identificação policial 
 FERRETE 
Marca com ferro em brasa nos: 
 Criminosos (letras e símbolos identificando o crime cometido) 
 Escravos 
 Animais 
 
 MUTILIAÇÃO 
Dos órgãos correspondentes ao crime: 
 Mãos. 
 Língua 
 Narinas 
 
 TATUAGEM 
 Tribos indígenas (Nova Zelândia, Japão, Nigéria) 
 Nazistas (Waffen SS - Tipo sanguíneo) 
 Judeus no campo de concentração 
 
Alphonse Bertillon 
1879 - Integrante da polícia francesa, descontente com as técnicas de identificação policial existentes, 
inventou o “método bertillon” utilizando antropometria (Antropo = homem, metria = medida). 
Problemas: 
 Equipamentos utilizados na medição = não havia consistência 
 Envelhecimento = modificações corpóreas alteram as medições. 
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1903 = Caso Will West = inocente mesma identificação antropomórfica Willian West = condenado 
Leavenworth Kansas = o caso somente foi esclarecido por utilização de comparação de impressões digitais. 
 
2º Momento da história da identificação policial - judicial 
As curiosas marcas das pontas dos dedos. 
Desenho formado pelo contato das pontas dos dedos com uma superfície. Ocorre pelo depósito de suor e 
gordura em um objeto. 
 1880 - Henry Faulds 
Publicou na revista NATURE um artigo científico expondo o potencial das impressões digitais como método 
de identificação. Faulds descobriu que um litro de álcool puro sumiu do laboratório e com as impressões 
digitais do frasco identificou o autor do furto como um assistente de laboratório. 
 1891 - Juan Vucetich 
Classificação das impressões digitais. Sistema que poderia ser utilizado para identificar criminosos. 
 1892 - Classificação de Vucetich 
Utilizado para esclarecer um caso em que uma mulher (Francisca Rojas) matou seus 2 filhos e depois 
cortou a própria garganta para simular a participação de um terceiro. A coleta e comparação de impressões 
digitais possibilitou a solução do caso. 
Implementação do sistema de identificação por individuais datiloscópicas: 
 Reino Unido: Scotland Yard = 1901 
 Estados Unidos = FBI = 1924 
 Brasil = 1903 = Decreto 4764-1903 
Identificação Criminal oposto de Identificação Civil. 
 Lei 12.037-09 
 Art. 5º, inc. LVII 
Hoje não cabe mais aceitar métodos de identificação que segreguem ou mutilem os seres humanos, pois 
há que se respeitar a dignidade da pessoa humana. 
 
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3.2.1 - Assinalamento sucinto 
Feita através das características do indivíduo como a estatura, cor da pele, dos olhos, do cabelo, a idade; 
etc. A crítica a esse sistema é o uso de expressões imprecisas e subjetivas, como velho, moço, gordo, 
magro, alto, baixo. 
 
3.2.2 - Fotografia 
Identifica-se geralmente por meio das fotografias utilizadas nos documentos. 
A fotografia passou a ter mais importância e começou a ser utilizada como meio subsidiário de 
identificação no ano de 1882, em razão do método antropométrico de Bertillon, o qual conferiu à 
identidade judiciária um base científica e estável. 
 
3.2.3 - Retrato falado 
Obtido a partir de informações prestadas pelas testemunhas, vítimas ou outra pessoa interessada, as 
quais descrevem de forma minuciosa as características da pessoa a ser identificada, especialmente, 
altura, compleição física, cor dos olhos, formato e cor de cabelo, presença ou não de barba ou bigode, 
presença de rugas. 
Com a descrição rigorosa do indivíduo é possível ao perito traçar o retrato 
falado, hoje utiliza-se modernos programas de computador. 
 
 
Obs.: O retrato falado não é meio de prova; mas é um importante método que auxilia as investigações 
policiais. 
 
3.2.4 - Sistema antropométrico de Bertillon 
Esse sistema, também chamado de bertillonagem, é a base dos processos de 
identificação civil e criminal. Baseia-se na imutabilidade do esqueleto após os 20 
(vinte) anos e faz uso de onze medidas e a elas associam-se caracteres 
complementares. Assim não se aplica aos menores de 20 (vinte) anos, já que neles a 
ossatura ainda está em desenvolvimento. 
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A antropometria leva em consideração as medidas dos diâmetros longitudinal e transversal do crânio, o 
diâmetro bizigomático, o tamanho dos dedos médio e mínimo, o tamanho do antebraço e do pé do lado 
esquerdo do corpo, a altura da orelha direita, a cor da íris esquerda, a estatura, a envergadura e a altura do 
busto. Mede-se tudo em milímetros e faz-se um assinalamento descritivo de todos os sinais profissionais e 
individuais, tatuagens, deformidades, malformações e cicatrizes encontradas. 
Compõem o Sistema Antropométrico de Bertillon: 
 A antropometria (estatura, altura do busto e envergadura); 
 A antroposcopia (cor dos olhos, cabelo, pele, formato do nariz, boca e orelha) e os sinais 
particulares (cicatrizes, tatuagens e eventuais manchas). 
Essa técnica é complementada pela fotografia sinalética e pelas impressões digitais. 
 
3.2.5 - Fotografia sinalética 
Sistema de identificação que utiliza a fotografia tirada de frente e perfil, com redução de 
1/7, faz-se a superposição de imagens e compara-se os mínimos detalhes. Para esse tipo 
de fotografia existem uma série de cuidados como por exemplo iluminação e distância 
padronizadas. 
 
 
3.2.6 - Sistema dactiloscópico de Vucetich 
O que é dactiloscopia? 
É a ciência que tem como objeto a identificação de pessoas por meio das impressões digitais ou 
reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares das pontas dos dedos. 
Sem dúvida, dentre todos os métodos existentes, a dactiloscopia é o mais fácil, econômico e 
seguro. 
No Sistema Vucetich temos as seguintes figuras fundamentais: 
 Linhas pretas: impressões das cristas papilares; 
 Linhas brancas: sulcos que existem entre as cristas papilares (são paralelas às linhas pretas); 
 Pontos brancos: encontrados nas linhas pretas (espaços puntiformes que correspondem aos poros). 
O que se entende por Desenho digital? é o desenho formado pelas cristas e sulcos existentes nas polpas 
dos dedos. 
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Faz uso do desenho impresso; isto é, a IMPRESSÃO DIGITAL, que é o reverso do desenho digital. 
Se você examinar diretamente a ponta dos dedos você verá uma série de linhas. A pele apresenta 
saliências (papilas) e depressões (cristas). 
A impressão digital é o desenho existente nos dedos humanos constituído pelas chamadas cristas 
papilares e sulcos interpapilares. 
 
Esse desenho formado pelo contato das pontas dos dedos com uma superfície – a conhecida impressão 
digital – ocorre na maioria dos casos pelo depósito de suor e gordura da mão contra um objeto. 
 
Figura 9: cristas papilares e sulcos interpapilares. 
A impressão digital se forma a partir do 6º mês de vida intrauterina e permanece inalterado durante toda a 
sua vida, perdurando até após a morte, somente desaparecendo quando da putrefação. 
Caso destruídas, as papilas podem ser regenerar e o desenho se refaz. 
Diz-se que a primeira utilização prática da impressão digital ocorreu em 1858 como uma forma de 
assinatura. William Herschel4, um Oficial Britânico que trabalhava na Índia passou a utilizá-la com o intuito 
de evitar fraudes contratuais5. 
 
 
4 http://www.crimescene-forensics.com/History_of_Fingerprints.html 
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Existem quatro características nas impressões digitais que as fazem ideais como meio de identificação6: 
 
Característica Descrição 
Perenidade 
(Universalidade) 
Cada pessoa é classificada por um conjunto de características que 
permanecem por toda vida 
Imutabilidade 
(Unicidade) 
Propriedade dos desenhos digitais onde cada pessoa tem suas 
características próprias (mesmo que sofram a ação de queimaduras, 
corrosivos, acetona se refazem em 48 (quarenta e oito horas) 
Classificabilidade As figuras digitais podem ser classificadas para arquivamento e 
pesquisas. Estas características digitais podem ser medidas 
quantitativamente 
Variabilidade Propriedade dos desenhos digitais em variar de dedo para dedo e de 
pessoa para pessoa 
Em razão dessas características em 1880 o médico Henry Faulds, publicou um artigo científico na Revista 
Nature, na qual demonstrava o potencial das impressões digitais como método de identificação. Vale dizer 
que Faulds foi o primeiro a utilizar a comparação entre digitais para identificar o autor de um delito. 
Faulds ao notar que um frasco de álcool puro desapareceu de seu laboratório, checou as fichas de 
identificação de seus funcionários, nas quais existia a impressão digital de cada um deles e identificou o 
autor do delito como sendo um de seus assistentes7. 
Apenas em 1891 foi desenvolvido um sistema de classificação de impressões digitais para utilização na 
identificação de criminosos, o responsável pela criação desse sistema foi o argentino Juan Vucetich. 
Em 1892 a classificação de Vucetich foi utilizada com sucesso no caso conhecido como o homicídio de Rojas 
em que uma mulher matou seus dois filhos e cortou a própria garganta simulando a participação de uma 3ª 
pessoa. Graças à colheita e comparação das impressões digitais esclareceu-se o caso. 
A Scotland Yard implementou o sistema de identificação através das digitais em 1901 na Inglaterra e Reino 
Unido e o FBI - Federal Bureau of Investigation em 1924 nos Estados Unidos. 
 
 
5Herschel, W.J: The origin of fingerprints. London: Oxford University Press; 1916 
6http://jpconsultoria.com.br/Seguranca/Biometria_ImpressoesDigitais.html 
7Beavan, C: Fingerprints: The origins of crime detection and the murder case that launched forensic 
science. New York: Hyperion; 2001. 
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No Brasil, a identificação através das digitais teve início com o Decreto 4.764 de 5 de fevereiro de 19038, 
seu grande defensor foi Félix Pacheco, patrono do Instituto de Identificação do Rio de Janeiro. 
Em geral a coleta de impressões datiloscópicas que sejam de interesse para a investigação 
policial fica a cargo dos Papiloscopistas Policiais e Auxiliares de Papiloscopistas. Ambos os 
cargos se submetem à Autoridade Policial que é a responsável por requisitar a realização do 
levantamento das impressões e seu posterior confronto com as Fichas de Identificação de 
possíveis suspeitos. 
A identificação datiloscópica é uma das mais importantes técnicas de investigação já que garante certeza 
sobre a relação entre a impressão digital e seu possuidor, pois cada conjunto de características é uno, 
perene e imutável, sendo impossível a negativa por parte do suspeito quanto à sua relação com a 
impressão deixada. 
Nem sempre as impressões digitais estarão visíveis na cena de crime, muitas vezes elas estão ocultas, mas 
mesmo as impressões ocultas podem ser colhidas9. 
Serão consideradas visíveis aquelas impressões cuja observação e coleta não dependem de agente 
revelador, já que o contraste entre a superfície e a impressão digital é marcado por algum agente 
externo como tinta, sujeira ou sangue. 
Já as impressões ditas ocultas são aquelas não aparentes, cuja visualização dependerá da utilização de 
uma técnica reveladora como o pó que tem aderência ao suor e à gordura revelando a impressão, o vapor 
de iodo, comumente utilizado para revelar impressões em objetos pequenos, o nitrato de prata e a 
ninidrina que reagem quimicamente com a impressão, tornando-a visível. 
Já afirmamos que o Sistema de Vucetich tem por base a impressão digital! 
Vucetich notou que é possível a impressão de 04 (quatro) figuras e que cada um dos dedos pode 
apresentar qualquer uma dessas figuras. 
Também observou que temos, basicamente, 03 (três) sistemas de linhas formando as figuras: 
 Linhas basilares, na base da polpa digital; 
 Linhas marginais, no contorno da polpa digital; 
 Linhas nucleares, situadas entre as duas anteriores. 
 
 
8 
 http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-4764-5-fevereiro-1903-506801-publicacaooriginal-1-
pe.html 
9 http://www.asbrapp.org.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=47&Itemid=237 
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Figura 10: sistemas de linhas10 
 
O ponto de encontro dos três sistemas é chamado de delta (um triângulo formado pela junção dos três 
sistemas de linhas). O delta é a base de todo o sistema de Vucetich. 
 
Impressão digital Latente ou Invisível é aquela que necessita de técnica especializada para ser 
visualizada. Não é possível a visualização da digital a olho nu. 
Você lembra que falamos que os gêmeos univitelinos têm o mesmo DNA? E com relação à impressão 
digital, é a mesma? NÃO! As digitais são diferentes. 
 
 
 
10 Imagem obtida em http://www.papiloscopia.com.br/estudo_das_papilas.html 
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3.3 – O SISTEMA VUCETICH 
Em razão da sua grande importância abriremos um tópico específico para tratar das impressões digitais. 
 
 
 Desenho Digital = conjunto de cristas e vales presentes na falange Distal. 
 Impressão digital = reprodução do desenho digital em uma superfície. 
 Impressão palmar = reprodução do desenho da mão inteira. 
 Impressão plantar = reprodução do desenho da planta do pé. 
 Impressão papilar = digital + palmar = plantar 
 
 Elementos formadores da Impressão Digital 
 Linhas pretas = cristas entintadas 
 Linhas brancas = vales 
 Pontos característicos: acidentes que ocorrem nas linhas pretas e brancas. 
 12 pontos: tridente, arpão, forquilha, ilhota, bifurcação, cortada. 
 
 Linha Albodatiloscópica 
-Interrupção de uma ou mais linhas pretas ou brancas 
-Aparecem ou desaparecem de acordo com a hidratação da pele e o decurso do tempo 
*Único elemento que não serve para identificar uma impressão digital 
 
 Linha interfalangeana 
- Linha que divide as falanges 
Podem ser impressas as seguintes figuras fundamentais: 
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A) Verticilo: Apresenta dois deltas e um núcleo central; a parte central do polegar forma um turbilhão que 
se encontra com as linhas do sistema basal e marginal, formando dois deltas (um do lado esquerdo e outro 
do lado direito). É representado pela letra “V” quando estiver nos polegares e pelo numeral 04 nos demais 
dedos. 
 
 
 
B) Presilha externa: Apresenta um delta à esquerda e o núcleo à direita. As linhas se dividem da direita 
para o centro e retornam para a direita, formando um delta à esquerda do observador. É representado 
pela letra “E” quando estiver nos polegares e pelo numeral 03 nos demais dedos. 
 
 
C) Presilha interna: Apresenta um delta à direita e o núcleo à esquerda. As linhas se dividem da esquerda 
para o centro e retornam para a esquerda, resultando a presença de um delta à direita do observador. É 
representado pela letra “I” quando estiver nos polegares e pelo numeral 02 nos demais dedos. 
 
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D) Arco: Não apresenta deltas (as linhas nucleares são ausentes). Temos apenas o sistema de linhas 
marginais e basais, não há o sistema central. É representado pela letra “A” quando estiver nos polegares e 
pelo numeral 01 nos demais dedos. 
 
Obs.: No caso das presilhas externas, se o observador olhar para seu próprio dedo os deltas estarão 
invertidos. 
À sequência das digitais do polegar, indicador, médio, anular e mínimo, dá-se o nome de fórmula 
fundamental. A fórmula fundamental corresponde à fração, colocando-se no numerador a mão direita e 
no denominador a mão esquerda. Aos dedos da mão direita dá se o nome de série e aos da mão esquerda 
de secção. O polegar da série é chamado de fundamental e os demais dedos de divisão. O polegar da 
secção chama-se subclassificação e os demais dedos de subdivisão. 
 
Exemplo: Fd = A -3221 (mão direita) 
V -1443 (mão esquerda) 
 
Para o nosso exemplo teremos: 
 Mão direita: Arco no polegar, presilha externa no dedo indicador, presilha interna no dedo médio, 
presilha interna no dedo anular e arco no mínimo. 
 Mão esquerda: Verticilo no polegar, arco no dedo indicador, verticilo no dedo médio, verticilo no 
dedo anular e presilha externa no dedo mínimo. 
 
E as situações de anomalias, como ficam? 
Ausência de dedo: representa-se pelo número 0. 
Cicatriz que altera a impressão digital: representa-se pela letra X. 
Dedos supranumerários: representa-se por letra minúscula após o polegar. 
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O sistema decadactilar (a figura impressa dos dez dedos) permite variabilidade de combinações e é de fácil 
arquivamento. 
 
 
 Dactilograma é a impressão de um dedo; a impressão registrada dos dez dedos constitui a 
individual dactiloscópica. 
 Vucetich dividiu os tipos fundamentais em subtipos: 
 
Tipos 
Arco 
-simples 
 
- angular 
Presilhas-verticiladas 
-transversais 
-longitudinais 
Verticilo 
-circular 
-espiral 
-ovoidal 
- sinuoso 
- ganchoso 
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Porém, o que realmente servirá à identificação serão as irregularidades existentes nas diversas linhas, os 
acidentes, já que é possível duas individuais dactiloscópicas semelhantes. 
Por isso temos a “regra dos 12 pontos” (doze pontos característicos). No Brasil para que se afirme que a 
impressão digital é de determinada pessoa é necessário que os mesmos acidentes coincidam em 12 (doze) 
pontos. Se forem coincidentes de 08 a 12 pontos existe grande probabilidade de ser a pessoa. 
Os acidentes mais comuns são: 
 Ponto 
 Ilhota: a linha papilar forma uma espécie de um ponto; 
 Cortada: a linha se interrompe dá um espaço e continua; 
 Bifurcação: a linha se divide em duas, em ângulo aberto e curvilíneo; 
 Confluência (forquilha): muito parecida com a bifurcação, a linha se divide em duas, em ângulo 
agudo e quase retilíneo; 
 Encerro: resultante de duas cortadas que se opõem, formando um anel oval; 
 Haste: um segmento de linha forma um apêndice na linha, semelhante a uma haste ou uma "fisga 
de arpão"; 
 Anastomose: duas linhas são ligadas por um seguimento curto formando entre elas uma ponte de 
ligação. 
 
 
 
 Papiloscopia: é a ciência que estuda todas as impressões: 
dactiloscópica, quiroscopia e podoscopia. 
 Datiloscopia: impressão das pontas dos dedos (digitais). 
 Quiroscopia: impressão das plantas palmares (palmas das mãos). 
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 Podoscopia: Impressão das pontas solares (sola dos pés). 
Assim que iniciamos o estudo das impressões digitais dissemos que elas se formam aos seis meses de vida 
uterina. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente regula a identificação do recém-nascido e estabelece que os 
hospitais e demais estabelecimentos dê atenção à saúde da gestante, sendo obrigados a identificar o 
recém-nascido mediante impressão plantar e digital, e sua mãe mediante impressão digital: 
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são 
obrigados a: 
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito 
anos; 
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da 
mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; 
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-
nascido, bem como prestar orientação aos pais; 
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do 
desenvolvimento do neonato; 
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. 
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, 
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. 
Além disso os registros devem ser guardados por 18 (dezoito) anos. 
A identificação incorreta é crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente: 
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos 
exames referidos no art. 10 desta Lei: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. 
 
 
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Poroscopia: Estuda a presença de pontos claros nas linhas papilares, dos poros feitos para identificar de 
quem é a impressão digital. Esse estudo tem lugar quando o fragmento da impressão encontrada no local é 
muito pequeno, de modo que não há pontos característicos suficientes para se estabelecer a identidade ou 
a não identidade. 
Albodactilograma: Estudo da presença de linhas brancas nas impressões digitais. Setenta por cento (70%) 
dessas linhas são permanentes, fornecendo um resultado seguro. 
Impressão plantar: da sola dos pés, de grande importância para identificação do recém-nascido, é 
obrigatória a sua coleta nas maternidades, conforme dispõe o artigo 10, II do Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
As impressões digitais podem ser visíveis, latentes, moldadas e inversa. 
Visíveis são aquelas percebidas a olho nu. 
Invisíveis ou latentes são aquelas que para serem vistas necessitam do emprego de reagentes como o 
carbonato de chumbo, o grafite, o alumínio em pó, o pó de bronze, o Pongekouk-vermeillion japonês etc. O 
carbonato de chumbo geralmente é utilizado para revelar impressões digitais latentes em superfícies de 
granito, mármore, plásticos de cor escura, vidro, madeira envernizada ou pintada a esmalte; já o grafite em 
pó tem uso para revelar impressões digitais latentes em superfícies metálicas. Tanto o alumínio como o 
bronze em pó revelam impressões digitais latentes em superfícies esmaltadas brancas, ferro ágate e louça 
branca, plásticos e papel couché brancos. Por último o Pongekouk-vermeillion japonês serve para 
arabescos digitais latentes em papel. 
Pulveriza-se o pó cuidadosamente a superfície onde estão os desenhos digitais, o excesso é removido com 
um pincel de pelos de marta, de cerdas longas, fazendo aparecer, de forma visível, os desenhos latentes. 
Moldada: Impressão digital produzida contra uma superfície moldável. 
Inversa: precisa ser analisada de forma negativa (software de imagem). 
 
 
O examinador, muitas vezes, não pergunta a regra e sim a exceção, por isso vale conhecer algumas 
especificidades: 
 
 Síndrome de Nagali - Rara forma de displasia ectodermal, causa: 
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-manchas na pele 
-função diminuída das glândulas sudoríparas 
-ausência de dentes 
-hiperqueratose 
*Ausência de Impressões Digitais 
 Polidactilia - Alteração da quantidade de dedos das mãos ou dos pés. Como o fenômeno gera dedos 
que podem ou não serem funcionais, o fenômeno deverá ser mostrado pelo papiloscopista que 
colherá a impressão caso exista. 
 Sindactilia - Ocorre por fusão dos dedos das mãos ou dos pés, podendo ser óssea ou somente da 
pele. Anotação do fenômeno. Se existir a possibilidade colher as impressões. 
 Ectrodactilia - Ausência de um ou mais dedos das mãos ou dos pés. 
- Símbolo na ficha dactiloscópica – 0 
- Anotação do fenômeno. 
 
 Análise e processamento das impressões digitais 
Por meio do sistema manual: FBI – 1974 (fichas com as individuais dactiloscópicas). Um pedido demorava 
de 30-45 dias. 
Automated Fingerprint Identification System – AFIS (FBI – 1969). Em 2010 foram 61 milhões de pedidos de 
comparação 27 minutos no Banco de Dados Criminal, 1 hora e 12 minutos no banco civil. 
Quem usa o AFIS: Canadá, Israel, Paquistão, Argentina, Chile. Em São Paulo já está implantado (desde 
2014), porém ainda não se tem todos os cadastros, de modo que ainda são utilizadas as fichas, até a 
completa digitalização. 
 
Obs.: A União Europeia, em 2008, por meio de resolução, implantou base de dados unificada 
(PRUM DECISION), que engloba DNA, impressões digitais e veicular. 
 
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3.4 – AFIS – AUTOMATIC FINGERPRINT IDENTIFICATION 
SYSTEM 
Não que seja impossível, mas um sistema manual de análise e processamento de impressões digitais seria 
quase impraticável, tal como procurar por uma agulha em um palheiro. Para se ter uma ideia no ano de 
1974, através do sistema manual de comparação de impressões digitais o FBI levava de 30 a 45 dias para 
processar um pedido de identificação de impressão digital. 
Em razão dessa grande demora no processamento dos dados através do sistema manual o qual acabaria 
por tornar inviável o uso da análise da impressão datiloscópica, em 1969 o FBI iniciou a implantação de um 
sistema automático de identificação de impressões digitais, conhecido como AFIS, automated fingerprint 
identification system. 
 
O AFIS permite que a busca de impressões digitais no banco de dados criminal leve cerca de 
27 minutos. 
Esse sistema automático torna a busca muito mais célere; para se ter uma ideia, a busca no banco de dados 
civil leva cerca de uma hora e 12 minutos. 
 
3.5 – IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL 
A identificação criminal se desenvolve em etapas: 
1) Identificação dactiloscópica para fins criminais; 
2) Fotografia sinaléptica (frente e perfil); e 
3) Vida pregressa. 
 
a) Etapas da identificação criminal 
Nossa Constituição estabelece que aquele que estiver civilmente identificado não será submetido à 
identificação criminal, salvo nos casos previstos em lei: 
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Art. 5º, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses 
previstas em lei. 
O que se entende por civilmente identificado? 
Indivíduo que esteja portando documento hábil de identificação, que nos termos da Lei 
12.037/2009 são: 
 
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: 
I – carteira de identidade; 
II – carteira de trabalho; 
III – carteira profissional; 
IV – passaporte; 
V – carteira de identificação funcional; 
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. 
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os 
documentos de identificação militares. 
A Constituição faz uma ressalva quanto à possibilidade de identificação em alguns casos previstos em lei. 
Qual Lei? A Lei 12.037/2009. E o que diz essa Lei? Ela entre outras coisas estabelece os casos em que 
mesmo civilmente identificado, haverá a identificação criminal. 
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: 
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; 
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; 
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; 
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária 
competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou 
da defesa; 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; 
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento 
apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. 
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou 
outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado. 
A Lei ainda estabelece que a identificação criminal incluirá o processo dactiloscópico e o fotográfico, sendo 
que a autoridade deverá tomar as providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado. 
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Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as 
providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado. 
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos 
da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação. 
O artigo 109 do Estatuto da Criança e do Adolescente também enfrenta o tema e excepciona a 
identificação criminal para os casos de o adolescente não estar civilmente identificado ou quando haja 
fundada dúvida: 
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos 
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada. 
Por fim, cumpre esclarecer que a vedação constitucional se refere apenas à identificação criminal, sendo 
possível a exigência de identificação para fins civis. 
3.6 – RECONHECIMENTO 
Não utiliza nenhuma das técnicas até aqui estudadas, porém não deixa de ser uma forma de identificação. 
É uma identificação não científica; é uma identificação empírica. 
Lembre-se que toda identificação é feita por comparação então até para o 
reconhecimento vale essa regra. 
Assim, por exemplo, suponha que uma vítima tenha sido assaltada e quando do 
registro dos fatos ela relata que o indivíduo que a assaltou tinha cabelos loiros e 
olhos claros, altura de cerca de 1,70 e pele parda, e um indivíduo com essas 
características é capturado pela polícia, a vítima é chamada para realizar reconhecimento e, ao ver o 
indivíduo entre outros o reconhece. 
 
3.7 – GENÉTICA FORENSE 
Consiste na identificação humana por meio do DNA. 
O DNA é uma estrutura descoberta em 1953. Como já vimos, o DNA contém as instruções para o 
desenvolvimento e funcionamento dos seres humanos. 
Do ponto de vista da identificação temos o DNA Profiline - Impressão Genética 
 Utilizado como técnica de identificação policial em 1987. 
 Utilidade: de ponta a ponta o genoma possui 290 milhões de bases nitrogenadas. (Base: A,C,T,G). 
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No exame de DNA profiline, de impressão genética, são analisadas sequências repetitivas dessas bases 
nitrogenadas = VNTR, variable number tandem repeat. 
Dois seres humanos terão sequências diferentes, a não ser que sejam gêmeos univitelinos, idênticos, pois 
estes possuem exatamente o mesmo DNA, conforme já estudado. 
Amostras utilizadas: 
 -sangue 
 -saliva 
 -sêmen 
Probabilidade de existirem dois perfis iguais = 1 em 10 trilhões. 
 
Outras informações importantes: 
• Sexo das amostras: cromossomos X e Y 
Mulher: XX 
Homem: XY 
• Relação de parentesco entre as amostras 
- Banco de dados genético. 
Um problema de bancos de dados genéticos é a dificuldade de se manter a confidencialidade 
das redes informáticas; e do ponto de vista operacional, um banco de dados genéticos exigiria 
uma padronização na forma da coleta, análise e armazenamento do DNA. 
 
 
 
4 – EXAMES DE LOCAIS DE CRIME 
4.1 – LOCAL DO CRIME 
É o local ou os locais onde ocorreram os fatos de interesse policial e judiciário. 
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Primeiramente classifica-se o local quanto à sua área, se interna ou externa, após verifica-se a sua 
localização, se urbana ou rural. Feito este levantamento verifica-se os indícios, faz-se um levantamento do 
local por meio de descrição, desenhos e fotografias ou filmagens. 
Com relação aos indícios classifica-se o local em:

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