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Embargo de Declaração (estágio supervisionado 1) seção 5 civil

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR RELATOR NA 14ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
Autos nº 
EMBARGANTE: Maria Capitolina
EMBARGADO: Quinzinho e Carolina                 
MARIA CAPITOLINA SANTIAGO, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, em trâmite na 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por intermédio de seu advogado, dentro do prazo legal e com fundamento no art. 1.022, inciso II, do Código de Processo Civil, opor os presentes
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
em face do r. acórdão do evento nº xx, fazendo-o com fulcro nas razões anexas.
Nestes termos, pugna pela remessa dos autos à Egrégia 14ª Câmara Cível, para que sejam devidamente processados e julgados.
Pede deferimento.
Rio de Janeiro/RJ, XX/XX/2021
Josué
OAB/… nº...
RAZÕES DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Embargos de Declaração na Apelação Cível n° xxxx 
EMBARGANTE: Maria Capitolina
EMBARGADO: Quinzinho e Carolina                 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA 14ª CÂMARA CÍVEL
EMINENTE DESEMBARGADOR RELATOR
O presente recurso tem por objeto sanar omissão constante no acórdão, uma vez que este E. Tribunal de Justiça não fixou os honorários advocatícios sucumbenciais recursais, conforme adiante explanado:
I – DOS FATOS
Quinzinho Machado de Assis e Carolina Machado de Assis ingressaram com Ação de Usucapião Especial Rural em face de Maria Capitolina Santiago, a qual contestou tempestivamente a ação, alegando em sede de preliminar a nulidade de citação e, quanto ao mérito, a inexistência de animus domini, posto que haveria contrato de comodato entre as partes. A preliminar foi negada. O Agravo foi acolhido para conceder a gratuidade da justiça ao autor. Após o regular trâmite da ação, sobreveio sentença de improcedência do pedido, tendo sido objeto de Recuso de Apelação que, após o recebimento, foi julgado improcedente, nos seguintes termos: 
 Registro: ...
 
 ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos, os autos da Usucapião Especial Rural, da Comarca do Rio de Janeiro, em que é recorrente MARIA CAPITOLINA SANTIAGO, e recorridos QUINZINHO MACHADO DE ASSIS e CAROLINA MACHADO DE ASSIS, ACORDAM, na 14ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao Recurso. V. U.", de conformidade com o voto do(a) Relator(a) que integra este acórdão. 
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SIMÃO BACAMARTE (Presidente) e CRISTIANO DE ALMEIDA E PALHA. 
Rio de Janeiro, ... de ... de .... 
JOÃO PINA 
RELATOR 
Assinatura eletrônica
 VOTO Nº ... 
RECURSO. Apelação. Usucapião Especial Rural. Contrato de Comodato. Parceria Agrícola. Abandono da área não comprovado. Transmutação da Posse. Impossibilidade. APELAÇÃO DESPROVIDA. 
O presente Recurso de Apelação foi interposto contra sentença proferida pelo juízo de primeiro grau, o qual julgou procedente a ação de Usucapião Especial Rural, com a finalidade de declarar a ocorrência da prescrição aquisitiva e, em decorrência, constituir o domínio da parte autora sobre o imóvel indicado na inicial. Segundo consta da sentença, em que pese a existência de contrato de comodato, houve o abandono da área por parte dos requeridos, ocorrendo, portanto, a transmutação da posse, o que permitiu a efetiva contagem de tempo para a usucapião. 
O requerido, por outro lado, afirma que nunca abandonou a área, mas, sim, que existia parceria agrícola entre as partes, não sendo possível, portanto, a declaração da usucapião ante ausência de seus requisitos fundamentais. 
Alega em sede de preliminares a existência de nulidade de citação, posto que não houve sua citação pessoal nos autos. 
É O RELATÓRIO 
De início, cumpre apontar que não constam dos autos quaisquer comprovações do alegado abandono do terreno. Em que pesem as argumentações existentes, a parte autora sequer invocou tal argumentação, o que, por si só, poderia configurar julgamento extra petita. 
Não se nega a possibilidade de transmutação da posse, porém, no caso presente, não há elementos que demonstrem sua efetiva ocorrência, pelo contrário, do analisado até aqui, resta cristalina a existência de contrato de comodato (o que não foi atacado pelos autores), impedindo, desta forma, a contagem de tempo para eventual usucapião, por se tratar justamente de posse precária. 
Cumpre observar que o art. 1.239 do Código Civil é cristalino ao impor os requisitos essenciais para a usucapião, o que, obviamente, não foi observado no caso presente. 
Ante o exposto, pelo meu voto, entendo pelo DESPROVIMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO PROPOSTO, reformando-se a sentença atacada, conduzindo, assim, pela improcedência da ação. 
JOÃO PINA 
RELATOR
Por fim, ressalta-se que os presentes Embargos Declaratórios, são medidas processuais que se impõe nos casos em questão, para estar aclarando a respeitável sentença prolatada nos autos, expurgando a eventual contradição instada.
II – DA TEMPESTIVIDADE
Conforme o texto processual civil pátrio, o prazo para oposição de embargos declaratórios é de 5 (cinco) dias.
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
Haja vista a intimação da parte autora da sentença à data de XX/XX/2021, tendo transcorrido o total de 3 dias, a presente peça encontra-se tempestiva.
III – DO DIREITO
No Direito, para alcançar o fim a que se destina, é necessário que a tutela jurisdicional seja prestada de forma clara e completa, sem obscuridade, omissão ou contradição. A própria Carta Magna faz menção à obrigatoriedade da exposição das motivações judiciais:
Art. 93. (...)
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
Também é reforçada tal obrigatoriedade no âmbito cível através do artigo 489 do Código de Processo Civil:
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
(...)
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
(...)
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
O dispositivo retromencionado configura-se de tamanho apreço pelo sistema jurídico que é, no novo Código Processual Civil, embasamento para o chamado “Princípio da Motivação das Decisões”, consistindo esse último, segundo Neves (2017)1, na “exteriorização das razões de seu decidir [do juiz], com a demonstração concreta do raciocínio fático e jurídico que desenvolveu para chegar às conclusões contidas na decisão”.
Quanto a contradição, há de se falar em discrepâncias entre a parte dispositiva da decisão esua conclusão, onde, os fundamentos invocados no acórdão nós levam a crer que o julgamento do recurso interposto será pelo provimento. Valendo assim da nulidade dessa sentença.
Ainda, o próprio CPC reforça a magnânima importância do presente princípio ao dispor expressamente que o juiz deve se ater à expressão da fundamentação judicial de forma clara e precisa.
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
§ 1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1º, quando decidirem com fundamento neste artigo.
A jurisprudência cível já teve a oportunidade do confronto das questões de sentenças sem fundamentação, posicionando-se majoritariamente no sentido de que a sentença nesse âmbito deve ser modificada.
Neste sentido, temos decisão recente do Superior Tribunal de Justiça:
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO. ACOLHIMENTO.
1. A existência de omissão no acórdão embargado conduz ao acolhimento da pretensão.
2. Embargos de declaração acolhidos, sem efeitos infringentes.
(STJ - EDcl no AgInt nos EDcl no AREsp: 875139 MG 2016/0053672-0, Relatora: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 19/10/2017, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 31/10/2017)
Ademais, é válido ressaltar que além da contradição, teve alegação de preliminares na apelação, nos termos do §1º do art. 1.009 do Código de Processo Civil, no qual foi pontuada a nulidade da citação realizada, havendo uma omissão no acórdão quanto à preliminar arguida.
Para sanar o referido vício, a doutrina aduz que cabe embargos declaratórios em caso de sentença omissa. Segundo o diploma processual civil:
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º .
Portanto, estando clara a omissão, com fulcro no art. 1.022, II, do Código de Processo Civil, os embargos declaratórios configuram-se como meio eficaz e necessário para a garantia do direito líquido e certo da parte autora
IV – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) que sejam conhecidos os presentes embargos recebidos;
b) requer a intimação da parte contrária para se manifestar, nos termos do art. 1.023 do Código de Processo Civil;
c) que, no prazo de 05 (cinco dias) disposto no art. 1.024 do Código de Processo Civil, os mesmos sejam providos, de forma que seja reformada a respeitável sentença, para o fim de sanar a omissão e a contradição apontada para garantir os direitos da parte autora.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro/RJ, XX/XX/2021
Josué
OAB/… nº...

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