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ANÁLISE INSTRUMENTAL APLICADA À FARMÁCIA

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Análise Instrumental 
Aplicada à Farmácia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Marcus Vinicius Ferreira de Araújo
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Métodos Espectrométricos – UV/Visível I
• UV/Visível;
• Estrutura de um Espectrômetro;
• Lei de Lambert-Beer;
• Aplicações da Técnica de Espectrometria.
• Descrever o princípio básico de funcionamento do método espectrométrico denominado 
de UV/Visível e relacionar a sua aplicabilidade na análise de compostos químicos;
• Relacionar as suas potencialidades e limitações de uso, de acordo com os materiais e as 
condições de análise;
• Descrever a Lei de Lambert-Beer;
• Evidenciar as limitações da Lei de Lambert-Beer;
• Relacionar os tipos de instrumentos e de instrumentação existentes.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Métodos Espectrométricos
– UV/Visível I
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Métodos Espectrométricos – UV/Visível I
UV/Visível
Definição
A espectrofotometria é considerada como uma técnica analítica que se utiliza de 
uma fonte de luz para determinar qualitativamente e/ou quantitativamente compos-
tos químicos, técnica que tem como princípio básico a absorção e transmitância de 
luz por um determinado composto (AFONSO; AGUIAR; ALENCASTRO, 2002).
A espectrometria consiste em um método de análise, o qual é amplamente usa-
do por vários tipos de pesquisadores científicos, por poder ser utilizado para aná-
lises variadas, como: identificação de compostos, confirmação de analitos, como, 
por exemplo, de proteínas (BEATRIZ; JUNIOR, 2018). 
Analito: Substância química presente em uma determinada amostra e cuja concentração se 
deseja determinar. Ex
pl
or
A empregabilidade do ultravioleta no espectro visível (UV-Visível) tem se mos-
trado de grande valia e aplicabilidade. Essa técnica teve como base a colorimetria, 
a qual se utiliza da cor do composto a ser avaliado para a realização da análise, 
podendo essa ser uma análise qualitativa (tipo de cor observada) ou quantitativa 
(intensidade da cor). Isso é, essa técnica tem como princípio a análise de luz visível 
por um composto químico (AFONSO; AGUIAR; ALENCASTRO, 2002).
A espectrometria consiste na medição da quantidade de luz que pode ser ab-
sorvida por um determinado composto químico, através de um feixe de luz que 
transpassa o composto a ser analisado (GORDON, 1996).
O princípio de funcionamento da espectrometria consiste no fato de que cada 
componente químico apresenta uma determinada capacidade de absorver, ou até 
mesmo transmitir a luz em um determinado comprimento de onda, podendo esse 
método ser utilizado até mesmo para a quantificação do composto a ser analisado 
(BEATRIZ; JUNIOR, 2018).
Existe uma interação entre a matéria a ser analisada e a radiação eletromagné-
tica, sendo que a absorção de luz pela matéria acaba por modificar a sua energia. 
A radiação eletromagnética é composta por fótons (partículas energéticas), que, 
ao atingirem a matéria, são quebrados e, consequentemente, a energia liberada é 
absorvida pela matéria (GORDON, 1996).
A espectrometria é amplamente utilizada em diversas áreas, por exemplo: quí-
mica, bioquímica, análises clínicas, controle de qualidade, determinação de concen-
tração e pureza de compostos e, também muito aplicada, na indústria farmacêutica. 
8
9
Ou seja, pode ser empregada para a análise de qualquer composto químico 
(AFONSO; AGUIAR; ALENCASTRO, 2002).
No campo da bioquímica a espectrometria pode ser aplicada para a identifi-
cação e determinação de reações químicas mediadas por catalisadores biológicos 
denominados de enzimas (AFONSO; BARCIA, 2012).
Catalisadores: Em química, o catalisador é uma substância que altera a velocidade de uma 
reação sem ser consumida durante o processo, apresentando uma grande empregabilidade 
na indústria. 
Ex
pl
or
Para podermos avaliar a quantidade de luz que pode ser absorvida por uma de-
terminada solução, contendo o analito a ser identificado, ou até mesmo quantificado, 
utilizamos um equipamento denominado de espectrômetro (Figura 1). Um espectrô-
metro apresenta a capacidade de medir a quantidade de fótons, ou seja, a intensidade 
da luz, a qual foi absorvida pela amostra a ser analisada (GORDON, 1996).
Figura 1 – Imagem ilustrativa de um espectrômetro
Fonte: Wikimedia Commons
Classificação dos Espectrômetros
A classificação do espectrômetro se dá de acordo com o comprimento da onda 
da fonte de luz que ele emite. Dessa forma, existem dois tipos de espectrômetros 
(AFONSO; AGUIAR; ALENCASTRO, 2002):
• Espectrômetro UV/Visível: utiliza o feixe de luz na faixa ultravioleta (abaixo 
de 380nm) e faixa visível (380 – 780nm) no espectro da radiação eletromag-
nética (Figura 2);
9
UNIDADE Métodos Espectrométricos – UV/Visível I
Comprimento de onda em nanômetros
Infravermelho (IV) Ult
rav
iole
ta (
UV
)
Figura 2 – Representação do feixe de luz em todos os seus comprimentos de onda
Fonte: Adaptado de Getty Images
• Espectrômetro Infravermelho (IR): utiliza o feixe de luz na faixa do infraver-
melho (acima de 780nm) do espectro de radiação eletromagnética (Figura 2).
Nanômetro: símbolo nm, unidade de comprimento equivalente à bilionésima parte de um 
metro, ou 10–9 m.Ex
pl
or
Nesta unidade de estudo, iremos nos concentrar no método espectrométrico 
UV/Visível, avaliando as suas principais características, empregabilidades, seus as-
pectos positivos e negativos na análise de amostras (BEATRIZ; JUNIOR, 2018).
Estrutura de um Espectrômetro
Espectrômetros são equipamentos que apresentam a capacidade de avaliar e 
registrar a absorbância ou transmitância de acordo com um determinado com-
primento de onda, sendo esse determinado com espectro de absorção ou espec-
tro de transmissão, de acordo com o dado que está sendo registrado (Figura 3) 
(GORDON, 1996).
10
11
Figura 3 – Espectrômetro para experimentos de laboratório
Fonte: Getty Images
Para que ocorra a produção dos dados referentes à análise de uma determinada 
amostra, é necessário que uma fonte de luz seja capaz de emitir uma luz em um 
feixe de onda específico (Figura 4) (AFONSO; BARCIA, 2012).
Um dos problemas que esse tipo de técnica pode apresentar é uma sobreposi-
ção de bandas quando se estiveranalisando uma solução com misturas de com-
ponentes. No caso de uma análise de um determinado composto que apresente 
dois componentes, é ideal a leitura do mesmo em, pelo menos, três comprimentos 
de onda distintos (CISTERNAS; VARGAS; MONTE, 2005). É ideal que se realize 
as medidas de absorbância em vários comprimentos de onda, com o objetivo de, 
quanto mais medidas de absorbância tivermos, termos resultados cada vez mais 
exatos e confiáveis (GORDON, 1996).
Figura 4 – Espectrômetro de feixe único utilizado para a
identifi cação de compostos químicos na indústria farmacêutica
Fonte: Getty Images
11
UNIDADE Métodos Espectrométricos – UV/Visível I
De forma geral, um espectrômetro é composto pelas seguintes partes (Figura 5) 
(CIENFUEGOS; VAITSMAN, 2000):
• Fontes de Radiação (com seletor do comprimento de onda);
• Monocromador;
• Recipientes para as amostras (cubetas);
• Detector Fotoelétrico; e
• Indicador de sinal (mostrador digital).
Figura 5 – Representação esquemática das partes constituintes de um espectrômetro
Fonte: Adaptado de InfoEscola
I0: Luz Incidente; I: Luz Emergente ou Transmitida; ℓ: Cubeta com solução.
Fonte de Radiação (não ionizante)
A fonte de luz representa o local do qual a luz será emitida, sendo essa uma luz 
composta, isto é, contendo vários comprimentos de onda (AFONSO; BARCIA, 
2012). Existem vários tipos de fontes de radiação, sendo as mais comuns as incan-
descentes, sendo que essas necessitam de temperaturas elevadas para um funcio-
namento ideal (CIENFUEGOS; VAITSMAN, 2000).
As fontes de radiação consistem em filamentos que são excitados por des-
cargas elétricas de voltagem elevadas ou aquecimento elétrico (CIENFUEGOS; 
VAITSMAN, 2000). Uma fonte de radiação de boa qualidade deve (SKOOG; 
HOLLER; NIEMAN, 2002):
• Apresentar uma emissão de radiação contínua, isto é, emitir os comprimentos 
de onda dentro de uma determinada faixa espectral;
• Apresentar uma potência de irradiação possível de ser detectada pelo detector 
do equipamento; e
• Apresentar uma estabilidade em sua emissão, isto é, ser constante.
12
13
Tipos de fontes de radiação
Lâmpada de filamento de Tungstênio
Esse é o tipo de fonte mais comumente utilizado no UV/Visível, sendo muito útil 
na faixa de comprimento de onda compreendida entre 350 e 2500 nm (Figura 6) 
(SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2002).
Para um melhor resultado no uso desse tipo de lâmpada, torna-se necessário o 
uso de um transformador de tensão ou estabilizadores eletrônicos, com o objetivo 
de se obter uma fonte de irradiação estável (MOTA, 2010).
Figura 6 – Lâmpada com fi lamento de tungstênio
Fonte: Getty Images
Lâmpada de Tungstênio/Halogênio
Esse tipo de lâmpada contém uma pequena quantidade de 
iodo, o que leva a mesma a alcançar temperaturas elevadas. 
Dessa forma, a presença do quartzo nela é para o encapsula-
mento do iodo contendo o filamento de tungstênio. A vida útil 
desse tipo de lâmpada é maior quando comparada com uma 
lâmpada comum (CIENFUEGOS; VAITSMAN, 2000). 
Esse tipo de lâmpada é capaz de emitir, de forma contínua, 
uma faixa de luz compreendida entre 200 e 3000 nm (Figura 7) 
(SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2002).
Lâmpada de descarga de hidrogênio ou de deutério
Esse tipo de lâmpada apresenta uma emissão de radiação contínua compreen-
dida entre 160 e 375 nm, sendo essa uma das mais utilizadas nos equipamentos. 
Figura 7 – Lâmpada de
tungstênio/halogênio
Fonte: pixabay
13
UNIDADE Métodos Espectrométricos – UV/Visível I
É obtida por meio da excitação elétrica do deutério ou hidrogênio em condição de 
baixa pressão (MOTA, 2010). 
O mecanismo de ação desse tipo de lâmpada consiste em formar uma espécie 
molecular excitada e, consequentemente, a sua dissociação, gerando duas espécies 
atômicas e um fóton ultravioleta (Figura 8) (CISTERNAS; VARGAS; MONTE, 2005).
Figura 8 – Lâmpada de descarga 
de hidrogênio ou de deutério
Fonte: Divulgação
Lâmpada de cátodo oco
Ela é preenchida com um tipo de gás nobre, tendo como exemplo a lâmpada de 
arco de xenônio, a qual produz uma radiação intensa, compreendida na faixa de 
comprimento de onda entre 200 e 1000 nm, embora apresentando uma intensi-
dade máxima por volta de 500 nm (Figura 9) (CIENFUEGOS; VAITSMAN, 2000).
Contatos para o código
do elemento
Catodo
Isolante
Invólucro de Pyrex
Janela de
quartzo
Getter
Anodo
Contatos elétricos
Pino de alinhamento
Figura 9 – Lâmpada de cátodo oco
14
15
Laser
Os lasers emitem uma quantidade elevada de feixes de radiação estreitos, ou 
seja, em linhas (raias) isoladas, sendo intensos. Cada linha representa um compri-
mento de onda, o que implica em diferentes aplicações para análise de compostos 
químicos (SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2002). 
Esse tipo de fonte de radiação pode ser: laser de hélio-neônio ou laser de diodo 
(MOTA, 2010).
Monocromadores
O monocromador tem por função selecionar o feixe de onda que será utilizado 
para a análise da amostra em questão, sendo esse comprimento de onda pre-
viamente selecionado no equipamento pelo analista responsável do procedimento 
(CISTERNAS; VARGAS; MONTE, 2005). Essa parte do equipamento é constitu-
ída por uma fenda de entrada, contendo um elemento de dispersão de radiação, e 
também apresenta uma fenda de saída. O elemento de dispersão pode ser um pris-
ma ou até mesmo uma rede ou grade de difração (Figura 10) (SKOOG; HOLLER; 
NIEMAN, 2002).
Devido ao fato da presença de mais de um tipo de analito em uma determinada 
amostra, é de grande importância selecionar o comprimento de onda ideal para a iden-
tificação do analito que se deseja analisar, sendo esse comprimento no qual ocorrerá 
maior absorção da luz emitida. Podendo, dessa forma, distinguir o analito analisado dos 
demais componentes da amostra total (CIENFUEGOS; VAITSMAN, 2000).
Esquema representativo de um monocromador contendo como elemento de dispersão um 
prisma: http://bit.ly/33pi6AaEx
pl
or
Fonte
Detector
Fenda de
Saída
Fenda de
Entrada
Grade de
Difração
Espectrômetro
Espelhos
Figura 10 – Esquema representativo de um monocromador contendo
como elemento de dispersão uma rede ou grade de difração
15
UNIDADE Métodos Espectrométricos – UV/Visível I
Monocromador prismático
Tipo de monocromador que contém um prisma como elemento de dispersão, 
pelo qual passará a radiação emitida pela fonte, ocorrendo um desvio da mesma 
(MOTA, 2010). Os prismas podem ser de quartzo ou de vidro, sendo o de quartzo 
utilizado para leituras na faixa ultravioleta e os de vidro para leituras no UV/Visível 
(SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2002).
Monocromador reticular
É o tipo de monocromador que apresenta como elemento de dispersão uma 
rede/grade de difração, a qual pode ser definida como uma placa transparente com 
várias ranhuras paralelas e equidistantes (MOTA, 2010).
Esse tipo de elemento favorece a uma dispersão linear, resultando em uma me-
lhor resolução quando comparado com o monocromador contendo o prisma como 
elemento de dispersão (SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2002). 
Representação da rede ou grade de difração como elemento de dispersão de um monocro-
mador: http://bit.ly/2QTnAQYEx
pl
or
Recipientes para as amostras
A cubeta (Figura 11) é o recipiente no qual a mostra, ao ser analisada, será colo-
cada para ser devidamente acondicionada no equipamento. Cada equipamento pos-
sui a sua cubeta específica. As cubetas mais indicadas para o uso são as de quartzo, 
por não absorverem a radiação ultravioleta (SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2002).
Figura 11 – Modelos de cubetas para amostras, que podem ser utilizadas no espectrofotômetro
Fonte: Divulgação
16
17
Detector
O detector consiste na parte do equipamento responsável por receber a energia 
que foi transmitida através da solução em análise, sendo que o mais utilizado é a 
célula fotomultiplicadora (Figura 12) (MOTA, 2010).
A célula fotomultiplicadora ou fotocélula tem por função avaliar a intensidade do 
feixe emergente, o qual está sendo transmitido pela amostra. Após o feixe de luz 
ser direcionado para os tubos fotomultiplicadores, essesacabam por gerar uma di-
ferença de potencial, a qual é proporcional à energia incidente (SKOOG; HOLLER; 
NIEMAN, 2002). 
Na célula fotomultiplicadora, ocorre um deslocamento de elétrons, favorecido 
pela radiação que está sendo transmitida pela amostra em análise, e esse desloca-
mento de elétrons promove a formação de uma corrente elétrica, a qual pode ser 
quantificada por um amperímetro (MOTA, 2010). 
As células fotomultiplicadoras, como o próprio nome já sugere, atuam como um 
amplificador de sinal, podendo amplificar em até alguns milhões de vezes o sinal 
detectado (CISTERNAS; VARGAS; MONTE, 2005).
Figura 12 – Célula fotomultiplicadora
Fonte: Wikimedia Commons
Indicador de sinal
Esse consiste em um visor, de preferência digital, no qual será indicado o resul-
tado da leitura realizada em uma determinada análise química. É um dispositivo no 
qual será realizado o processamento dos dados obtidos na análise, sendo composto 
de softwares adequados para cada tipo de espectrofotômetro (MOTA, 2010).
Imagem de um espectrofotômetro evidenciando o indicador digital e a seleção do compri-
mento de onda: http://bit.ly/37DfsKtEx
pl
or
17
UNIDADE Métodos Espectrométricos – UV/Visível I
Lei de Lambert-Beer
De modo simplificado, a lei de Lambert-Beer descreve a quantidade de luz que 
é absorvida pela amostra a ser analisada no espectrofotômetro, sendo esse cálculo 
realizado através da relação da intensidade de luz incidindo na solução (I0) com a in-
tensidade de luz saindo da solução (I) (AFONSO; AGUIAR; ALENCASTRO, 2002).
Log (I0/I) = A = ecl
Onde:
• A = absorbância;
• e = absorvidade molecular ou coeficiente de extinção;
• c = concentração do material absorvedor;
• l = espessura da amostra da amostra através da qual a luz passa (SKOOG; 
HOLLER; NIEMAN, 2002).
A absorbância está relacionada com a transmitância, sendo essa a fração de luz 
original que atravessa o analito (Figura 13) (SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2002).
Luz incidente Luz transmitida
Figura 13 – Representação emissão de luz sobre um determinado 
analito, mostrando a diferença entre a luz incidente e a luz transmitida
Se considerarmos que toda luz que foi emitida sobre um determinado analito não foi ab-
sorvida, a absorção é igual a zero. Já no caso em que ocorre uma absorção de 90% da luz 
inserida sobre um analito, teremos 10% de luz transmitida.
Ex
pl
or
Compostos orgânicos que apresentam ligações duplas ou triplas apresentam 
a característica de absorverem melhor o ultravioleta, sendo excitados com maior 
facilidade, o que favorece a sua identificação. Como exemplo desses temos os gru-
pos funcionais (grupos cromóforos): alcenos, carbonila, aromáticos (AFONSO; 
BARCIA, 2012). 
Os compostos orgânicos que apresentam em sua estrutura ligações simples e 
duplas, de forma alternada, absorvem comprimentos de ondas maiores, podendo 
18
19
chegar na região do UV/Visível de acordo com o tamanho da estrutura analisada 
(ATKINS; JONES, 2006).
Os compostos inorgânicos, os íons, podem absorver a luz emitida de acordo 
com seu estado de ionização, no caso a oxidação, tendo como resultado a sua co-
loração (ATKINS; JONES, 2006).
Desvios da lei de Lambert-Beer
Desvios químicos
Desvio de equilíbrio: Esse tipo de situação ocorre quando o analito (composto 
analisado) pode sofrer uma dissociação, associação ou reação com um determina-
do solvente presente na solução, acabando por formar um produto que apresenta 
um comprimento de onda de absorção diferente do analito inicial a ser analisado 
(AFONSO; AGUIAR; ALENCASTRO, 2002).
Dissociação de complexos: Este tipo de situação está relacionado com o 
agente complexante, sendo que esse pode estar em excesso ou até mesmo fal-
tando. Por esse motivo, torna-se imprescindível a participação de um profissional 
devidamente qualificado, como, por exemplo, um farmacêutico (CIENFUEGOS; 
VAITSMAN, 2000).
Também pode ocorrer interferência nesse sistema se, por ventura, tivermos va-
riações de: pH, pureza e estabilidade das amostras/reagentes; tempo de realiza-
ção da leitura da amostra/analito; temperatura ideal para a análise (AFONSO; 
AGUIAR; ALENCASTRO, 2002).
Em linhas gerais, a Lei de Beer é extremamente adequada para a análise de 
amostras contendo baixas concentrações de analito, pois, em amostras com altas 
concentrações de analito, a proximidade entre eles afeta de modo significativo a 
capacidade das moléculas absorverem de forma adequada o comprimento de onda 
irradiado (CIENFUEGOS; VAITSMAN, 2000).
Desvios instrumentais
Quando se trabalha com soluções extremamente concentradas, o soluto (ana-
lito), devido à proximidade uns dos outros, pode acabar por modificar a absor-
ção do comprimento de onda, influenciando diretamente no resultado da análise 
(CIENFUEGOS; VAITSMAN, 2000). 
Também podemos incluir nesse ponto: desgaste da célula fotoelétrica; troca da 
lente por outra não adequada; uso de tubos de vidro comuns, não indicados pelo 
fabricante (AFONSO; AGUIAR; ALENCASTRO, 2002).
19
UNIDADE Métodos Espectrométricos – UV/Visível I
Aplicações da Técnica de Espectrometria
Esse tipo de técnica é útil para a realização de análises qualitativas e quantitativas 
(CIENFUEGOS; VAITSMAN, 2000). Na aplicação qualitativa, devemos levar em 
consideração a capacidade de identificar os grupos cromóforos dos compostos orgâ-
nicos, pois picos compreendidos entre os comprimentos de onda de 200 a 400 nm 
indicam a presença de compostos como: insaturados, enxofre, ou até mesmo os 
halogênios (AFONSO; AGUIAR; ALENCASTRO, 2002).
Halogênios: São compreendem os elementos químicos da tabela periódica, representados 
pela família 17 ou 7A, sendo esses os não metais (ou ametais), como o: flúor, cloro, bromo, 
iodo e o astato. 
Ex
pl
or
Por meio de uma relação entre a absorbância e o comprimento de onda, po-
demos inferir qual o tipo de composto químico, tendo por base o tipo de cro-
móforo identificado na análise, contudo, para uma definição com maior precisão, 
é necessário o emprego de outras técnicas como: ressonância magnética nucle-
ar, espectrometria de massa, infravermelho, entre outras (AFONSO; AGUIAR; 
ALENCASTRO, 2002).
CASAGRANDE, K. C.; GANDIN, J. C.; MASSUDA, T. Y. C. Estimativa de tempo de deposição de 
manchas de sangue em local de crime por espectrofotometria UV-Vis. Revista Brasileira de 
Criminalística, v. 7, n. 3, p. 7-11, 2018. Disponível em: http://bit.ly/2Y13bv1
Ex
pl
or
Para análises quantitativas, essa técnica tem se mostrado muito útil, pois apre-
senta uma ampla aplicabilidade, devido à grande quantidade de compostos que 
podem ser analisados no UV-Visível – e até mesmo aos que não podem ser ana-
lisados, podemos realizar uma conversão química, dando origem a um derivado 
passível de análise –, sua sensibilidade, seletividade e exatidão. Pode ser utilizada 
para a análise de compostos aromáticos polinucleares, esteroides, clorofila, coran-
tes, vitaminas, estabilizantes e antioxidantes (ATKINS; JONES, 2006).
Para uma aplicação adequada da técnica, é imprescindível a criação de condi-
ções que tornem a análise do analito reprodutível, como, por exemplo: a seleção do 
melhor comprimento de onda; determinar uma relação entre absorbância e concen-
tração, determinando o range de alcance da curva de calibração; pH; temperatura 
e todas as demais variáveis em uma análise química (AFONSO; BARCIA, 2012).
OLIVEIRA, L. F. C De. Espectroscopia molecular. Cadernos temáticos de química nova na 
escola, v. 4, p. 24-30, 2001. Disponível em: http://bit.ly/2OvrAFUEx
pl
or
20
21
Esse tipo de técnica também pode ser empregada para exames clínicos labo-
ratoriais como: determinação da glicemia, determinação de lipídios totais, deter-
minação de colesterol total, determinação de albumina sérica, determinação de 
creatinina, determinação de ureia, determinação de ácido úrico, determinação de 
amônia, determinação de amilase, entre vários outros tipos de exames (AFONSO; 
BARCIA, 2012).
A sua aplicação também pode ser no campo de determinação de componentes 
presentes nacomposição de um determinado tipo de droga, e até mesmo para 
avaliar o crescimento bacteriano (ATKINS; JONES, 2006).
21
UNIDADE Métodos Espectrométricos – UV/Visível I
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Princípios de Análise Instrumental
SKOOG, D. A.; HOLLER, F. J.; NIEMAN, T. A. Princípios de Análise Instrumental. 
5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
 Leitura
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