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Seminario 01 - Davison e Santos, 1989

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Tectonic Evolution of the Sergipano Fold Belt (SFB), NE Brazil, during the Brasiliano Orogeny
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS E ANÁLISE DE BACIAS
Discente
Victor Menezes Santos
Docentes
Prof. Dr. Carlos Dingues Marques de Sá
Prof. Dr. Herbet Conceição
Profa. Drª. Maria de Lourdes da Silva Rosa 
 
Aracaju, 2021
Iº Seminário de Geociências I
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Introdução
Humphrey e Allard (1967) - A Geossinclinal de Província Tectônica do Pre-cambriano, recém descoberta no escudo brasileiro.
– Descreveram o SFB como sendo uma geosinclinal, que se aprofunda e engrossa de sul para norte. 
– A estrutura estratigráfica que ainda é utilizada.
– (Barbosa, 1970; Jordan, 1971; Brito Neves e Cordani, 1973; Brito Neves et al., 1977; Silva Filho et al., 1981; Jardim de Sá et al., 1986) continuaram a refinar o modelo de geossinclinal.
 
Silva Filho et al. (1979) - Geologia da Geossinclinal Sergipana e do seu embasamento.
– Interpreta o Cinturão como uma zona de colisão continental.
Campos Neto e Brito Neves (1987) - Considerações sobre a organização e geometria do Sistema de Dobramentos Sergipano.
– Caracteriza o cinturão como uma série de grandes nappes de empurrão tangencial produzidas durante a colisão.
Jardim de Sá et al. (1986) - Tectônica Tangencial na Faixa Sergipana.
– Registra um empurrão de baixo ângulo entre o cinturão de dobramento e o Cráton do São Francisco.
Contexto Histórico
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Introdução
Apresenta formato triangular estreitando-se para oeste;
É limitado a norte pelo Maciço Pernambuco-Alagoas, a sul pelo Cráton do São Francisco e a leste pela Bacia Sergipe-Alagoas;
Uma sequência crustal relativamente completa: metassedimentos de baixo grau metamórfico até os gnaisses migmatíticos;
O magmatismo e a deformação da idade Brasiliana (~ 600 Ma) afetaram grande parte do Nordeste do Brasil, embora a extensão exata ainda seja desconhecida.
Cinturão de Dobramento Sergipano
Figura I: Mapa geológico simplificado do NE do Brasil. 1: Cinturão de Dobramento Sergipano; 2: Granitóides de idade Brasiliana; 3: Gnaisses com trends estruturais Brasilianos; 4: Craton do São Francisco; 5: Sedimentos do Cretáceo. Retirado de Davison e Santos, 1989.
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Geologia Regional
Cráton do São Francisco
Figura 2: Mapa geológico da Faixa Sergipana. 1, gnaisse de alto grau; 2, Domínio de Macururé; 3, domínio Marancó; 4, Domínio Vaza Barris; 5, Grupo Estância; 6,Complexo Canindé; 7, Graben Juá; 8, plútons da idade Pan-africana; 9, empurrões principais; 10, zonas de deslizamento de ataque principais com sentido de movimento indicado; 11, zonas de transpressão com um componente de empurrão e transcorrente de movimento; 12, principal direção de transporte tectônico.. Retirado de Davison e Santos, 1989.
Domínio mais meridional.
Gnaisses altamente deformados de Fácies anfibolito a granulito.
Cobertura sedimentar (Grupo Estância) autóctone do Proterozóico Superior.
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Geologia Regional
Dóminio Vaza Barris (VBD)
Composto por carbonatos, folhelhos, conglomerados, pelitos e siltitos.
O Domínio Vaza Barris foi interpretado como um equivalente lateral do Grupo Estância;
A espessura total é estimada em aproximadamente 3-4 km.
A sequência é definida em torno do domo de Itabaiana;
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Figura 3: Mapa geológico da Faixa Sergipana. 1, gnaisse de alto grau; 2, Domínio de Macururé; 3, domínio Marancó; 4, Domínio Vaza Barris; 5, Grupo Estância; 6,Complexo Canindé; 7, Graben Juá; 8, plútons da idade Pan-africana; 9, empurrões principais; 10, zonas de deslizamento de ataque principais com sentido de movimento indicado; 11, zonas de transpressão com um componente de empurrão e transcorrente de movimento; 12, principal direção de transporte tectônico.. Retirado de Davison e Santos, 1989.
Geologia Regional
Evolução tectônica do Dóminio Vaza Barris (VBD)
Figura 4: Mapa geológico do Domínio Vaza Barris. 1: Embasamento gnáissico; 2: Metassedimentos do Grupo da Miaba (marinho raso); 3: Formação Capitão-Palestina (fluxo de lama); 4: Formação Olho dAgua (metacarbonatos e metapelitos); 5: Formação Frei Paulo-Ribeirópolis (metasiltitos e pelitos); 6: Domínio Macururé (intrusão de granitóide); 7: Grupo Estância. Retirado de Davison e Santos, 1989.
Os sedimentos apresentam-se na Fácies Xisto Verde.
A deformação Brasiliana registra a reativação de falhas, como as de empurrão.
As falhas importantes (WNW-ESE), que mostram evidências de movimento de deslizamento. 
Cisalhamento Itaporanga e continua para oeste como Cisalhamento Simão Dias.
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Geologia Regional
Domínio Macururé (MD)
Apresenta uma sequência de grauvacas, siltitos e xistos, por vezes acamadados ritmicamente em escala centimétrica;
Graben (Juá) contendo conglomerados grossos e pobremente selecionados (Domínios Macururé e Marancó) próximo à Bacia do Tucano; 
Plútons de granitóides (25% da área):
Granodioritos com anfibólios e fenocristais de biotita e ricos em enclaves máficos.
Granitos alcalinos.
As micas desse granito e de outros neste domínio fornecem idades de ~ 600 Ma.
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Figura 5: Mapa geológico da Faixa Sergipana. 1, gnaisse de alto grau; 2, Domínio de Macururé; 3, domínio Marancó; 4, Domínio Vaza Barris; 5, Grupo Estância; 6,Complexo Canindé; 7, Graben Juá; 8, plútons da idade Pan-africana; 9, empurrões principais; 10, zonas de deslizamento de ataque principais com sentido de movimento indicado; 11, zonas de transpressão com um componente de empurrão e transcorrente de movimento; 12, principal direção de transporte tectônico.. Retirado de Davison e Santos, 1989.
Geologia Regional
Evolução tectônica do Domínio Macururé
Limitado entre VBD e o MCD.
Foram registradas 3 fases de deformação:
 D1: (dobras apertadas a isoclinais)
Afeta todo o domínio;
Clivagem no plano axial dos micaxistos (biotita e granada).
 D2: (reclinada)
Clivagem de crenulação da biotita no plano axial.
 D3: (dobras abertas e fechadas)
Bem desenvolvida em Bendengó, Macururé e em Propriá.
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Figura 6: Mapa geológico da Faixa Sergipana. 1, gnaisse de alto grau; 2, Domínio de Macururé; 3, domínio Marancó; 4, Domínio Vaza Barris; 5, Grupo Estância; 6,Complexo Canindé; 7, Graben Juá; 8, plútons da idade Pan-africana; 9, empurrões principais; 10, zonas de deslizamento de ataque principais com sentido de movimento indicado; 11, zonas de transpressão com um componente de empurrão e transcorrente de movimento; 12, principal direção de transporte tectônico.. Retirado de Davison e Santos, 1989.
Geologia Regional
Domínio Marancó (MCD)
 É composto principalmente (80% por área) de lavas vulcânicas dacíticas e riolíticas com anfibolitos intercalados subordinados, pelitos, quartzitos e carbonatos;
Dois importantes corpos ultramáficos intrusivos e serpentinizados com ocorrência de cromita.
Evolução Tectônica do Domínio Marancó:
Fácies xisto verde a anfibolito, com metamorfismo de contato.
Altamente deformado.
Foliação bem desenvolvida paralelamente as camadas litológicas.
Figura 7: Mapa geológico detalhado dos Domínios Macururé, Marancó e Canindé a leste da bacia do Tucano. 1: Sedimentos Fanerozóicos; 2: Graben Juá; 3: Domínio Canindé (a: gabros; b: sedimentos); 4: Domínio Marancó (a: serpentinitos; b: riolitos e dacitos); 5: Domínio Macururé (a: pelitos dandados ritmicamente; b: sequência de grauvacas e siltitos); 7: Domínio Vaza Barris; 8: Migmatitos; 9: Intrusões de granitóides; 10: Falha de empurrão; 11: Zona de Transpressão.
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Geologia Regional
Domínio Poço Redondo (PRD)
 Sequência complexa de ortognaisses e paragnaisses migmatizados;
 Intrudidos por granitos e granodioritos sin e pós-tectônicos (indicam que o nível crustal mais profundo)
 Evolução Tectônica do Domínio Poço Redondo:
O contato entre o MCD e o MC é marcado por uma ZC com espessura de até 800m.
Dobras apertadas com vergência para SW (Brasiliano).
O intenso retrabalhamento e a migmatização não permitiu a reconstrução das fases de deformação anteriores.
Figura 8: Mapa geológico detalhado dos Domínios Macururé, Marancóe Canindé a leste da bacia do Tucano. 1: Sedimentos Fanerozóicos; 2: Graben Juá; 3: Domínio Canindé (a: gabros; b: sedimentos); 4: Domínio Marancó (a: serpentinitos; b: riolitos e dacitos); 5: Domínio Macururé (a: pelitos dandados ritmicamente; b: sequência de grauvacas e siltitos); 7: Domínio Vaza Barris; 8: Migmatitos; 9: Intrusões de granitóides; 10: Falha de empurrão; 11: Zona de Transpressão.
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Geologia Regional
Domínio Canindé (CD)
Consiste em gabros (Complexo Canindé), basaltos, xistos ultrabásicos, lavas félsicas, mármores e xistos pelíticos;
A estratigrafia dos metassedimentos é difícil de determinar (afloramentos escassos).
Evolução tectônica do Domínio Canindé
Fácies Xisto Verde a Anfibolito;
 Silva Filho et al. (1981) – ofiolito
Jardim de Sá et al. (1986) - arco de ilha
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Figura 9: Mapa geológico detalhado dos Domínios Macururé, Marancó e Canindé a leste da bacia do Tucano. 1: Sedimentos Fanerozóicos; 2: Graben Juá; 3: Domínio Canindé (a: gabros; b: sedimentos); 4: Domínio Marancó (a: serpentinitos; b: riolitos e dacitos); 5: Domínio Macururé (a: pelitos dandados ritmicamente; b: sequência de grauvacas e siltitos); 7: Domínio Vaza Barris; 8: Migmatitos; 9: Intrusões de granitóides; 10: Falha de empurrão; 11: Zona de Transpressão.
Rabinowitz e Le breque, 1979 – Reconstrução da Placa
 SFB x Cinturão de Dobramento do Norte Equatorial.
As direções de transporte para sudoeste do empurrão são aproximadamente paralelas.
Semelhança entre os estilos tectônicos do empurrão pós-metamórfico com uma importante falha de deslizamento paralela ao cinturão.
SFB x West Congolian Fold Belt 
O West Congolian Fold Belt contém litologias semelhantes ao SFB.
No entanto, uma reconstrução de placa mostra que o cinturão africano pode ser outro cinturão de dobras a parte com trends quase perpendicular ao SFB.
Figura 10: Reconstrução pré-drift do Nordeste do Brasil e Oeste da África, mostrando a continuidade do SFB com a Faixa de Dobras do Norte Equatorial. O Cinturão de Dobras do Congoliniano foi um braço separado que pode ser correlacionado com a Bacia do Rio Pardo no Brasil.
Discussão da conexão brasiliana-panafricana
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Conclusão
A Faixa Sergipana é interpretada como o resultado de um encurtamento continental com trend NNE-SSW entre o Cráton de São Francisco e o Maciço Pernambuco-Alagoas durante o evento Brasiliano (~ 600 Ma). 
Os cisalhamentos sinistrais e empurrões apresentam um trend paralelo ao strike compressivo (WNW-ESE). 
Os cisalhamentos dividem a área em domínios com características distintas. Correlações litológicas não são possíveis entre os domínios, o que sugere que grandes deslocamentos ocorreram entre eles, justapondo diferentes níveis crustais.
Esta nova interpretação difere dos modelos anteriores, que implicam que o cinturão de dobras afetou uma bacia "geossinclinal".
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Obrigado!
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