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TCC ADM 2021 - final

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS 
 Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e 
aptos a promoverem as transformações futuras” 
 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
FRANCIELY SAVARIS LOPES 
RANA ZAHWE 
RIM ZAHWE 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DO TERCEIRO SETOR: 
Organizações sem fins lucrativos e sua forma de gestão 
Estudo da ONG Instituto Inocência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FOZ DO IGUAÇU – PR, 2021 
 
 
FRANCIELY SAVARIS LOPES 
RANA ZAHWE 
RIM ZAHWE 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DO TERCEIRO SETOR: 
Organizações sem fins lucrativos e sua forma de gestão 
Estudo da ONG Instituto Inocência 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Centro Universitário 
Dinâmica das Cataratas, como requisito 
para a obtenção do título de Bacharel em 
Administração. 
 
Orientadora: Prof.ª Eva Reda Moussa 
Mansour 
 
 
 
 
 
FOZ DO IGUAÇU – PR, 2021 
 
 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
UDC – CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DO TERCEIRO SETOR: 
Organizações sem fins lucrativos e sua forma de gestão 
Estudo da ONG Instituto Inocência 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO, REQUISITO PARCIAL PARA 
OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
_____________________________________________ 
FRANCIELY SAVARIS LOPES 
 
_____________________________________________ 
RANA ZAHWE 
 
_____________________________________________ 
RIM ZAHWE 
 
___________________________________________ 
ORIENTADORA PROF.ª EVA REDA MOUSSA MANSOUR 
 
 
__________________________________ 
Nota Final 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
__________________________________ 
NOME DO EXAMINADOR 
Centro Universitário Dinâmica das Cataratas – UDC 
 
__________________________________ 
NOME DO EXAMINADOR 
Centro Universitário Dinâmica das Cataratas – UDC 
 
Foz do Iguaçu – PR, 2021 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 Este trabalho de conclusão de curso não poderia ser concluído sem o 
apoio e orientação que recebi de todos os professores e a equipe de 
colaboradores desta instituição de ensino. Com as aulas online consegui obter 
conhecimentos suficientes para administrar uma empresa. 
 Meu agradecimento a toda família que sempre me apoiou para não 
desistir do meu objetivo final, que é a conclusão do curso. Muitas vezes o motivo 
de não estar presente em momentos familiares, foi para poder me dedicar aos 
estudos propostos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Tudo o que existe e vive precisa ser cuidado para 
continuar a existir e a viver: uma planta, um animal, uma 
criança, um idoso, o planeta Terra. Uma antiga fábula diz 
que a essência do ser humano reside no cuidado. O 
cuidado é mais fundamental do que a razão e a vontade". 
(Leonardo Boff) 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem como objetivo principal explanar a administração das 
empresas do terceiro setor que são organizações sem fins lucrativos com o 
objetivo principal a assistência social voltada a população menos assistidas. A 
essência do terceiro setor engloba instituições de caridade, organizações 
religiosas, entidades voltadas para as artes, organizações comunitárias, 
sindicatos, associações profissionais e outras organizações voluntárias. Com o 
intuito de apoiar, ensinar e colaborar para o desenvolvimento social de um povo. 
Será abordado neste trabalho a origem do terceiro setor, a gestão de 
administração, os tipos de organizações, a forma como se regulamenta uma 
organização e a importância do terceiro setor para a sociedade. O objetivo deste 
trabalho é o estudo da organização não governamental Instituto Inocência, que 
trabalha com a prevenção do abuso sexual infantil. 
 
 
Palavras-chave: Terceiro Setor. Abuso Sexual. Instituto Inocência. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This work has as main objective to explain the administration of the companies 
of the third sector that are non-profit organizations with the main objective of 
social assistance directed to less assisted population. The essence of the third 
sector includes charities, religious organizations, arts organizations, community 
organizations, unions, professional associations and other voluntary 
organizations. In order to support, teach and collaborate for the social 
development of a people. In this work, the origin of the third sector, the 
management of administration, the types of organizations, the way in which an 
organization is regulated and the importance of the third sector for society will be 
addressed. The objective of this work is to study the non-governmental 
organization Innocence Institute, which works with the prevention of child sexual 
abuse. 
 
 
Palavras-chave: Third Sector. Sexual Abuse. Innocence Institute. 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Dados da ONG Instituto Inocência 
Tabela 2 – Questionário aos administradores da ONG Instituto Inocência 
Tabela 3 – Parte 1. Questionário aos colaboradores da ONG Instituto Inocência 
Tabela 4 – Parte 2. Questionário aos colaboradores da ONG Instituto Inocência 
Tabela 5 – Parte 3. Questionário aos colaboradores da ONG Instituto Inocência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
CEBAS – Entidade beneficente de assistência social 
CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica 
COVID-19 - Corona Virus Disease 2019 (Doença do Coronavírus) 
FASFIL – Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos 
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social 
ONDH - Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos 
ONGs – Organizações não Governamentais 
OS – Organização Social 
OSC – Organização da Sociedade Civil 
OSCIP – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público 
PS – Primeiro Setor 
TS – Terceiro Setor 
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 14 
1.1 Objetivos ............................................................................................. 15 
1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................... 15 
1.1.2 Objetivos Específicos ........................................................................ 15 
1.2 Justificativa ............................................................................................. 15 
2 METODOLOGIA ........................................................................................ 16 
3 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL ........................................................ 17 
3.1 Caracterização da empresa .................................................................... 17 
3.2 Histórico .................................................................................................. 17 
3.3 Missão ................................................................................................. 17 
3.4 Visão ................................................................................................... 18 
3.5 Valores ................................................................................................ 18 
3.6 Macroambiente ................................................................................... 18 
3.6.1 Análise dos Fatores Econômicos ...................................................... 18 
3.6.2 Análise dos Fatores Socioculturais ................................................... 18 
3.6.3 Análise dos Fatores Demográficos ................................................... 18 
3.6.4 Análise dos Fatores Político-legais ................................................... 19 
3.6.5 Setores da empresa .......................................................................... 19 
4 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 20 
4.1 A origem do terceirosetor ....................................................................... 20 
4.2 O gerenciamento das entidades do terceiro setor................................... 23 
4.3 Os tipos de entidades do terceiro setor ................................................... 26 
4.3.1 Fundação .......................................................................................... 26 
4.3.2 Organização da sociedade civil ........................................................ 26 
4.3.3 Cooperativa ...................................................................................... 27 
4.3.4 Instituição empresarial ...................................................................... 27 
4.3.5 OSCIP ............................................................................................... 27 
4.3.6 OS ..................................................................................................... 28 
4.3.7 Entidade beneficente de assistência social ...................................... 28 
4.3.8 Negócio social .................................................................................. 28 
4.4 Um estudo específico do terceiro setor: instituto inocência .................... 29 
4.4.1 Dados sobre o abuso sexual infantil no Brasil .................................. 31 
 
 
5 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS 
ADMINISTRADORES E AOS VOLUNTÁRIOS DA ONG INSTITUTO 
INOCÊNCIA ..................................................................................................... 33 
6 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................. 43 
7 PROPOSIÇÃO DAS MELHORIAS ............................................................. 48 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 50 
9 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 52 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Empresas do terceiro setor são intituladas como organizações do tipo 
jurídica, entidades de fins públicos e sem fins lucrativos que existem para 
promover o bem estar da sociedade, contribuindo com o estado para atender as 
necessidades da população em ações que envolvem a saúde, cultura, educação, 
religião, defesa de etnias, proteção ao meio ambiente e associações 
comunitárias que promovem o bem estar social. 
O primeiro setor é composto pelas entidades públicas; O Estado que é 
responsável pela administração de recursos públicos. São de responsabilidade 
do primeiro setor empregar o dinheiro para promover a segurança física, o bem 
estar social a saúde e educação de seu povo. 
O segundo setor é composto pelas empresas com atividades econômicas 
e tem como principal objetivo a geração de lucro. 
 Segundo Falconer (1999 pg. 95) “O termo terceiro setor, no uso corrente, 
é usado para se referir à ação social das empresas, ao trabalho voluntário de 
cidadãos, às organizações do poder público privatizadas na forma de fundações 
e ‘organizações sociais”. Mais do que um conceito rigoroso ou um modelo 
solidamente fundamentado em teoria – organizacional, política ou sociológica – 
terceiro setor, no Brasil, é uma ideia-força, um espaço mobilizador de reflexão, 
de recursos e sobretudo de ação. 
O estado não consegue atender em sua totalidade as necessidades da 
população em serviços de assistência social, saúde, educação, cultura entre 
outros. Para que a estas pessoas fossem atendidas, surgiram as organizações 
do terceiro setor, pessoas físicas preocupadas com o bem estar de outras 
pessoas se organizaram e fundaram o assistencialismo através de organizações 
do terceiro setor. 
As organizações do terceiro setor tem um papel fundamental ao 
assistencialismo social, colaborando com o estado para o bem estar social. O 
administrador especializado no terceiro setor deve se preocupar com a constante 
melhoria na gestão das organizações, se preocupar com a transparência da 
prestação de contas, para que possa prestar serviços de qualidade, gerando 
resultados efetivos. A presença da administração neste setor facilita a gestão e 
organização, devido ao grande volume de recursos geridos por estas 
15 
 
organizações e a necessidade de proporcionar cada vez mais serviços para a 
sociedade. O administrador por formação deve saber; Planejar, Organizar, Dirigir 
e Controlar, indo ao encontro desta nova realidade das ONG’s e afins. 
 
1.1 Objetivos 
 
1.1.1 Objetivo Geral 
 
 
I. Explorar a origem do terceiro setor e a forma de gerenciamento 
analisando os dados da Ong Instituto Inocência. 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
I. Apresentar os documentos e procedimentos legais para a 
formalização e constituição legal de uma empresa do terceiro setor; 
II. Entrevistar colaboradores da ONG Instituto Inocência; 
III. Trazer dados intrínsecos à ONG Instituto Inocência. 
 
1.2 Justificativa 
 
As empresas do terceiro setor são essenciais para o desenvolvimento da 
sociedade, atuando em diversos setores, buscam alcançar seus objetivos, 
cumprir suas metas, envolvidas nos projetos em que atuam. As organizações 
servem os indivíduos para o crescimento e necessidades. 
Os motivos que estão fundamentados na criação de organizações sem 
fins lucrativos estão voltados as necessidades da sociedade, que está vulnerável 
as ações do estado. 
 
 
 
16 
 
2 METODOLOGIA 
 
Os encaminhamentos metodológicos que amparam esta pesquisa, teve 
como base principal, a utilização da pesquisa bibliográfica, na qual pôde-se 
extrair informações, dados, teorias e pesquisas publicadas por diferentes autores 
e escritores. 
De acordo com Lima e Mioto (2007, p. 38): 
A pesquisa bibliográfica implica em um conjunto ordenado de 
procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de estudo, e 
que, por isso, não pode ser aleatório. A investigação das soluções 
também pode envolver a construção de um instrumento que permita 
pinçar das obras escolhidas os temas, os conceitos, as considerações 
relevantes para a compreensão do objeto de estudo. (LIMA E MIOTO 
(2007, p. 38) 
A pesquisa bibliográfica tem como finalidade conduzir o investigador nas 
teorias, nas escrituras, no que foi registrado ou dito sobre determinado assunto. 
(LAKATOS; MARCONI, 2001). 
Também foi utilizada a abordagem qualitativa, a qual tem como finalidade 
apresentar conceitos intrínsecos e exploratórios de caráter subjetivo do objeto 
analisado. Busca-se compreender o comportamento individual dos seres 
analisados e apresentar de forma detalhada os dados coletados sem o intuito de 
quantificar ou ter como representatividade um cunho numérico. 
Assim, para Minayo (2001, p. 14): 
a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, 
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um 
espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos 
que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. 
(MINAYO 2001, p. 14). 
Tendo em vista o caráter qualitativo do presente trabalho, foram aplicados 
dois questionários: o primeiro foi destinado aos administradores da Ong Instituto 
Inocência para colher informações acerca da organização e trazer dados 
realísticos que abrangem esta instituição; o segundo foi destinado aos 
voluntários da Ong Instituto Inocência, o qual teve como principal objetivo colher 
os relatos pessoais desses altruístas, sejam de momentos de dificuldades ou de 
momentos em que eles se sentiram realizados com os trabalhos desenvolvidos. 
 
 
17 
 
3 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL 
 
TABELA 1 - DADOS DO INSTITUTO INOCÊNCIA 
3.1 Caracterização da empresa 
Razão social: Instituto Inocência 
Nome fantasia: Instituto Inocência 
CNPJ: 27.026.995/0001-16 
Endereço: Av. Duque de Caxias, N° 1462, bairro Centro, Matelândia – Paraná 
Telefone: (45) 3262-1691 
Ramo de atividade: Atividades de associações de defesa de direitos sociais 
Site: www.inocencia.org.brE-mail: institutoinocenciabr@gmail.com 
 
3.2 Histórico 
 
A Ong Instituto Inocência foi fundada em 13 de janeiro de 2017, após um 
grupo de amigas organizarem uma obra teatral para ensinar prevenção ao abuso 
sexual diretamente para as crianças, sendo esta a principal área de atuação, a 
prevenção e o combate ao abuso sexual infantil e as violências conexas, também 
atuam no combate e conscientização de consequências negativas provocas pelo 
abuso como suicídio, depressão, e outras formas de abusos psicoemocionais e 
físicos. Trabalha em conjunto através de parcerias com o poder público e as 
escolas. 
 
3.3 Missão 
 
Contribuir para a prevenção do abuso sexual infantil através de ações que 
alertem as crianças em relação aos abusos, incentivar que revelem as tentativas 
ou ataques, instruir pais, educadores e equipes de apoio a tratar do tema, 
encorajar a denúncia, restaurar e preservar a inocência e a vida plena nos 
pequenos. 
 
https://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.inocencia.org.br%2F%3Ffbclid%3DIwAR3JnKoowloQCl-sKHa9NylMuI_SDMYI5gvX4smzr-P_bmtVwL0H8aKHkQI&h=AT3xuS38nufrAoSTM0fmGjGSLWDw-qmROOq5PJr6ilwMWRGI8Ch1icMpK8WZSw9TqAEBlHIQxYks7HDnrDOIhDPcISMJQZEmtyh6i_8WHk4WLwWjY7NJrerSHkTkQF9W189D
18 
 
3.4 Visão 
 
Ser referência regional na prevenção e combate ao abuso sexual infantil. 
 
3.5 Valores 
 
Integridade; respeito, verdade; comprometimento, excelência; confiança, 
restauração, responsabilidade; transparência. 
3.6 Macroambiente 
 
3.6.1 Análise dos Fatores Econômicos 
 
A Ong é estabelecida em uma cidade de pouco mais de 17.000 
habitantes, os recursos financeiros são captados através de doações de pessoas 
físicas e jurídicas e muitas vezes dos próprios idealizadores da Ong. São 
confeccionados alguns artesanatos para venda com logotipo da instituição. 
Participação em eventos como feiras e exposições com a venda de produtos. 
Parcerias com o poder público nos municípios onde realiza atividades, empresas 
e instituições religiosas, realização de capacitações e palestras cujos caches são 
doados para instituição. Recursos proveniente de seleções em editais públicos 
e privados. Também possui uma conta corrente para receber doações. 
 
3.6.2 Análise dos Fatores Socioculturais 
 
A principal atividade realizada na Ong é a prevenção de abuso sexual 
infantil, com ações voltadas para crianças, capacitação e orientação de 
educadores, pais e comunidade em geral. 
 
3.6.3 Análise dos Fatores Demográficos 
 
Os projetos realizados pela Ong Instituto Inocência foram realizados em 
vários estados brasileiros, Paraná, Minas Gerais, Espirito Santo, Bahia e 
19 
 
também no exterior. (Argentina, capacitação e orientação de equipes de trabalho 
no Equador e na África do Sul). 
A localização da Instituição não influi no andamento dos trabalhos, pois 
todos são realizados fora da sede da Ong, geralmente em escolas, praças, 
auditórios. 
 
3.6.4 Análise dos Fatores Político-legais 
 
A ong possui um responsável jurídico que sempre está atento a 
legislação para a administração da instituição. 
 
3.6.5 Setores da empresa 
 
A Ong é composta pelas seguintes pessoas: diretoria da instituição 
composta por: presidente, vice-presidente, secretários, tesoureiros, conselho 
fiscal, um grupo de sócios fundadores composto por: médicos, psicólogas, 
advogada, pedagogas, psicopedagogas, profissionais de educação física, 
recreação, engenheiros, técnico em iluminação, som, estrutura de palco, editor 
de vídeos, motorista, entre outras profissões e habilidades, além de uma diretoria 
executiva composta por 3 pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
4 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
O referencial teórico é a parte da pesquisa que estrutura, conceitua, 
teoriza e sustenta o trabalho acadêmico, tendo como função principal dar 
consistência em todo o conteúdo aqui explorado, estando atrelado aos 
embasamentos de autores, artigos e literaturas acerca do tema abordado. 
O referencial teórico foi estruturado em nove tópicos principais, a saber: a 
origem do terceiro setor; o surgimento do terceiro setor no Brasil; os profissionais 
que atuam nas organizações do terceiro setor; as funções do profissional em 
uma empresa do terceiro setor; o surgimento termo ong; as entidades que 
compõem o terceiro setor e suas diferenças; qual é a legislação que regulamenta 
as atividades do terceiro setor?; como se constitui uma empresa do terceiro 
setor; gerenciamento das organizações; ações para captar recursos financeiros; 
marketing das organizações. 
 
 4.1 A origem do terceiro setor 
 
A nomenclatura terceiro setor é considerada nova, porém as suas 
abordagens e ações já são praticadas há muito tempo. O terceiro setor (TS) 
existe desde sempre, tendo em vista seu caráter caridoso por meio de igrejas, 
ONGs e outras entidades que não possuem fins lucrativos. Segundo Santos e 
Martins (2016), o trabalho surgiu com o propósito de inserção e integração dos 
indivíduos na sociedade, tendo como objetivo o desenvolvimento pessoal e 
social. 
Uma das características do TS é o suprimento de falhas que ocorrem no 
primeiro setor, uma vez que o Estado não desenvolve um trabalho significativo 
que atende as necessidades regionais como os grupos menos favorecidos que 
são os que mais precisam de assistências básicas. É possível inferir que o 
Estado prefere repassar verbas e recursos às entidades do terceiro setor para 
que estas possam desenvolver seu trabalho a favor dos cidadãos necessitados. 
Paes (2010) apud Costa e Freitas (2012, p. 114) “o Estado, por si só, não tem 
capacidade de gerar o bem-estar social, fomentar o progresso econômico, 
resguardar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população”. 
21 
 
O Estado que deveria criar condições favoráveis à população e suprir 
suas necessidades básicas de subsistência como saúde, educação, 
segurança, cria mecanismos para eximir-se de suas obrigações, 
respaldado por um ideário neoliberal que se utiliza da sociedade civil 
organizada para legitimar sua ausência. (NOGUEIRA, 2004, apud 
PARENTE, 2008, p. 121) 
O Estado que deveria oferecer os diretos sociais e básicos para todo 
cidadão, como: saúde, educação, segurança e lazer, muitas vezes não cumpre 
seu papel, principalmente em países subdesenvolvidos onde não consegue 
suprir a sua demanda. 
O Estado deveria ter essa responsabilidade de trazer oportunidades para 
todas as pessoas independentemente de suas condições de vida. Os direitos 
sociais e básicos como educação, saúde, segurança etc., não são atribuídos a 
essas pessoas. 
Já as entidades do TS não objetivam lucro, porém muitas delas recebem 
algum tipo de recurso de grandes empresários, pessoas caridosas e outros 
meios, para que haja um trabalho com maior qualidade e bem desenvolvido. 
Todo o lucro gerado dentro de uma instituição de TS é aplicado em programas 
de integração, socialização, bem como auxilia nas manutenções e mantimentos 
que as entidades necessitam. 
Oliveira (2005, p. 86) explica o terceiro setor como um grupo de atividades 
voluntárias, praticadas por companhias privadas não governamentais e sem 
ânimo de lucro (associações ou fundações), tendo como objetivo estabelecer e 
oferecer oportunidades e acolhimento em benefício à sociedade. Dessa maneira, 
o terceiro setor não pode ser considerado como público ou privado com os seus 
sentidos denotativos, entretanto, está atrelado entre os dois conceitos que 
abrangem esses termos, isto é, o TS é constituído por corporações privadas, 
contudo, sem visar lucro próprio. O terceiro setor pode ser então considerado 
como uma instituição pública, caráter privado. 
As entidades de terceiro setor exercem um papel fundamental dentro da 
sociedade, almejando propósitos e metas, as quais não são atingidas pelo 
Estado, portanto, o TS funciona como um meio solidário de forma voluntária e 
espontânea para suprir as necessidades não atendidas pelo Estado.Pode-se dizer que o "terceiro setor" é composto de organizações sem 
fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação 
voluntária, num âmbito não-governamental, dando continuidade às 
práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato e 
22 
 
expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à 
incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas 
manifestações na sociedade civil (FERNANDES, 1996, p. 35) 
É notório que a participação dos agentes dentro dessas instituições sem 
fins lucrativos é formada, em sua grande maioria, por voluntários que visam 
atingir diretamente a vida dos cidadãos desintegrados da sociedade, 
transformando e os reintegrando de forma igualitária sem julgamentos e críticas, 
pois o objetivo maior do TS é trazer dignidade a esses seres. 
O Terceiro Setor vem crescendo a cada dia em todo o mundo, adaptando-
se de acordo com sua localização e sociedade. Com a expansão emergente, as 
falhas do Estado ficaram mais aparentes, o que impacta diretamente na forma 
como o TS é visto. Mesmo não sendo bem visto muitas das vezes pelos órgãos 
do Estado, o TS surgiu no Brasil com a intenção de preencher as lacunas 
existentes na sociedade brasileira, lacunas, as quais não têm tido a devida 
atenção. 
Vale ressaltar que o TS não tem como intuito apenas auxiliar os cidadãos 
que estão inseridos em uma vida precária, subdesenvolvida ou que precisam de 
algum tipo de caridade. As entidades sem fins lucrativos vão muito além disso. 
São desenvolvidos projetos sociais que visam formar cidadãos melhores, 
pensantes, questionáveis e socialmente ativos, atingindo a moral, ética, valores 
e princípios, bem como promovendo acesso à cultura, esporte, educação e 
outras realidades não vividas por esses indivíduos. A busca pelo conhecimento 
e crescimento pessoal é um dos fatores que mais implicam no TS. Há muitos 
tipos de entidades nesse meio, seja na área de acolhimento, na educação, na 
saúde, no esporte, até mesmo entidades que buscam realizar evolução espiritual 
e fé. 
O TS tem como objetivo a diminuição da criminalidade, a proteção contra 
o abuso sexual, o acolhimento de indivíduos exilados da sociedade entre outras 
melhorias para os problemas sociais existentes, portanto, é preciso notar que o 
trabalho desenvolvido pelo setor é de suma importância, uma vez que os agentes 
resgatam a dignidade dessas pessoas oferecendo ajuda, cultura, educação, 
saúde, esporte etc., direitos sociais que estão assegurados pelo Estado, mas 
que este, não desenvolve e não abrange essa parte da sociedade. 
23 
 
4.2 O gerenciamento das entidades do terceiro setor 
 
A curadoria de qualquer empresa é um trabalho que apresenta desafios 
e, principalmente, no terceiro setor, tendo em vista seu aspecto peculiar. Sua 
função organizacional é ampla tendo que dar uma atenção mais especial e 
cuidadosa, uma vez que se caracterizam como sem fins lucrativos. Dado essas 
informações, é importante salientar que o terceiro setor não possuem, muitas 
das vezes, recursos, seja materiais ou monetários, para se manter em atividade 
constante. 
Os funcionários na realidade não são funcionários e, sim, voluntários, que 
por sua vez, demonstram apoio à entidade e trabalham sem nenhuma intenção 
de receber recompensa em troca. O maior intuito é estabelecer metas para 
melhorias dos problemas sociais e resgatar o maior número possível de pessoas 
em situação de vulnerabilidade. 
 Dessa forma, a gestão das instituições sem fins lucrativos precisa ter 
pessoas competentes que demonstram confiança, responsabilidade, 
solidariedade, empatia, bom senso, interesses públicos e proatividade a favor de 
uma população menos favorecida (KISIL, 2000). Levando em consideração a 
desigualdade social brasileira, é preciso destacar que o Estado, considerado o 
primeiro setor (PS), não consegue abranger todas as necessidades públicas e 
sociais, para tanto, o trabalho desenvolvido pelo TS é justamente esse, 
preencher as lacunas que o PS não consegue atingir. 
 Fazem parte do TS as organizações não-governamentais (ONGs), bem 
como outros tipos de instituições. Tachizawa (2006, p.312) define as ONGs 
como: 
Organizações não governamentais (ONGs) são entidades de natureza 
privada (não públicas) sem fins lucrativos, que juridicamente ou são 
associações ou fundações. Nesse tipo de organização enquadram-se, 
também, as organizações da sociedade civil (OSCs), organizações 
sociais (OSs), organizações da sociedade civil de interesse público 
(OSCIPs). (TACHIZAWA, 2006, p. 312). 
Segundo Coelho (2000), no Brasil a nomenclatura “terceiro setor” adquire 
algumas designações, uma vez que livros, artigos e outras publicações acerca 
do tema, comentam que o termo se desassocia de sua determinação denotativa: 
24 
 
ONGs (Organizações não governamentais), voluntariado, entidades sem fins 
lucrativos, etc. 
Para ser considerado como TS é preciso seguir alguns critérios segundo 
o IBGE que conceituou alguns aspectos importantes para definir as Fundações 
Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (FASFIL) baseada nos 
fundamentos e metodologia do Manual sobre as Instituições sem Fins Lucrativos 
no Sistema de Contas Nacionais, o qual foi elaborado pelas Nações Unidas e 
pela Universidade John Hopkins, em 2002. Neste documento está descrito os 
seguintes preceitos 
(i) privadas, não integrantes, portanto, do aparelho de Estado; 
(ii) sem fins lucrativos, isto é, organizações que não distribuem 
eventuais excedentes entre os proprietários ou diretores e que 
não possuem como razão primeira de existência a geração de 
lucros – podem até gerá-los desde que aplicados nas 
atividades fins; (iii) institucionalizadas, isto é, legalmente 
constituídas; (iv) autoadministradas ou capazes de gerenciar 
suas próprias atividades; e (v) voluntárias, na medida em que 
podem ser constituídas livremente por qualquer grupo de 
pessoas, isto é, a atividade de associação ou de fundação da 
entidade é livremente decidida pelos sócios ou fundadores 
(ONU e HOPKINS, 2002 apud IBGE, 2008, p. 12-13). 
 
Drucker (2003) conceitua as organizações do terceiro setor como 
empreendedoras sociais uma vez que desenvolvem mudanças na sociedade, 
então, retira-se o aspecto de “negócio”, haja vista as entidades do TS não 
apresentarem recursos financeiros significativos para se gerenciar. 
Salvatore (2004, p. 19) destaca que o TS é uma área em crescimento, 
desta forma o autor ainda acrescenta que 
Assim é que vozes, das mais sérias a outras nem tanto, vaticinam a 
gestão como definidor do sucesso ou do fracasso das instituições do 
Terceiro setor, perante as novas exigências do mundo globalizado. 
Nessa perspectiva, vende-se a ideia, que é comprada pelas instituições 
sociais filantrópicas, de que elas terão que, para sobreviver, adotar os 
mesmo mecanismos e instrumento de gestão de empresas privadas, 
incutindo-se nesses gestores o mito de que tudo que é empresarial é 
bom, ou o que é bom para as empresas privadas é bom para as 
organizações do terceiro setor [...]. (SALVATORE, 2004, p. 19). 
McCarthy et al. (2008), salienta a importância do preparo, treinamento e 
formação profissional para o responsável que fará a curadoria de alguma 
entidade sem fins lucrativos 
25 
 
[...] para o setor de filantropia prosperar e crescer precisará cultivar 
profissionais que possam representar o conjunto do campo, assim 
como administradores capazes dentro de instituições individuais. Aqui, 
também, pesquisa e educação desempenham papel simbiótico. 
(MCCARTHY ET AL., 2008, p. 115). 
O conceito de gestão dentro do TS é bastante discutido, tendo em vista 
seu caráter visionário e determinado por um indivíduo que teve a iniciativa de 
trazer benefícios para a sociedade, isto é, o seu instituidor ou idealizador não 
possui uma formação básica ou conhecimentos específicos no que diz respeito 
às práticas e atividades desenvolvidas dentro do setor. A ideiae interesse em 
ajudar a sociedade surge, porém, o gerador não tem plena certeza nem mesmo 
se terá condições físicas, estruturais, financeiros e até mesmo emocionais para 
se estabelecer no terceiro setor e crescer em seu empreendimento. 
Marcovitch et al. (1997) confirma a teoria de McCarthy et al. (2008) 
quando ele menciona a necessidade de aperfeiçoamento educacional para se 
administrar uma empresa do terceiro setor. De acordo com o autor Marcovitch et 
al. (1997), a profissionalização do TS é caracterizada com uma ferramenta 
significativa que auxiliará nas tomadas de decisões, bem como no processo de 
gestão da empresa. 
Tenório (2008), diz que as organizações devem gerenciar a parte 
financeira e outros tipos de capital de acordo com a necessidade e com o 
dinamismo das atividades desenvolvidas, tendo como trabalho não só a 
orientação e capacitação de agentes, como também a transparência na 
prestação de contas, apresentar os relatórios das operações, repasse e 
distribuição correta no encaminhamento dos recursos que forem entrando no 
caixa da empresa. 
Portanto, o TS deve estar amparado por lei e seguir à risca a legislação 
para que as atividades não sejam interrompidas, isto é, para obter recursos, 
incentivos fiscais, tornarem-se isentos de taxas tributárias, além de outros 
benefícios, é preciso que os órgãos reguladores reconheçam os trabalhos 
operados pelas empresas para que haja sua verificação e recomendação. 
 
 
 
26 
 
4.3 Os tipos de entidades do terceiro setor 
 
As organizações do terceiro setor podem sofrer variações a depender da 
sua área de atuação. Elas podem ser classificadas em: institutos, fundações, 
associações comunitárias, entidades sociais e filantrópicas, tendo como objetivo 
interesses públicos, fundadas por indivíduos que possuem espírito solidário e 
praticam empatia. Os agentes do TS promovem educação, saúde, cultura, 
serviço social, religião, defende os direitos sociais dos participantes, bem como 
auxilia na prevenção do meio ambiente. O TS apresenta um quadro de 
colaboradores não remunerados, mesmo quando precisam de recursos para dar 
continuidade em suas atividades ou aperfeiçoamento profissional. 
(GUIMARÃES, 2020). 
Conforme a instituição do Marco Regulatório do Terceiro Setor (2014), os 
tipos de entidades filantrópicas podem ser caracterizados como Organização da 
Sociedade Civil (OSC), portanto, as denominações podem ser diversas: 
fundação, organização da sociedade civil, cooperativa, instituto empresarial, 
OSCIP, OS, entidade beneficente de assistência social, negócio social. 
4.3.1 Fundação 
 
É fundada a partir da cessão de um patrimônio por uma pessoa física ou 
empresa. É regulamentado por meio de testamento ou ainda em vida. O bem é 
declarado e empossado por meio de uma escritura pública e deve ter sua 
constituição validada pelo Ministério Público Federal. (INK, 2019). 
 
4.3.2 Organização da sociedade civil 
 
 É fundada a partir de uma associação entre duas ou mais pessoas, que 
tem um objetivo comum e manifestações convergentes e de interesses sociais 
mútuos. Os agentes oficializam e formalizam os ideais por meio de um Estatuto, 
o qual deve ser aprovado em Assembleia e, posteriormente, registrado em 
cartório. A OSC é registrada como se fosse uma empresa, ou seja, deve possuir 
o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), certificado pela Receita 
27 
 
Federal, obrigando-as a seguirem toda a formalização Federal, Estadual e 
Municipal. (INK, 2019). 
 
4.3.3 Cooperativa 
 
Também chamadas de associações sem fins lucrativos, as cooperativas 
se unem com um único propósito, isto é, que o seu trabalho atinja aos seus 
associados. A formalização se dá por meio de uma Assembleia Constitutiva, a 
qual deve ser registrada em cartório. (INK, 2019). 
 
4.3.4 Instituição empresarial 
 
Os institutos empresariais são fundados por estabelecimentos privados, 
tendo como principal objetivo operar e desenvolver ações de caráter social 
corporativa e/ou filantrópica. De forma jurídica, são associações e fundações. 
(INK, 2019). 
 
4.3.5 OSCIP 
 
São as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que recebe 
o título ou certificado emitido pelo Ministério da Justiça do Brasil, o qual 
reconhece sua competência na reprodução de suas responsabilidades. É 
caracterizada como uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, organização 
não governamental, que promovem projetos e ações sociais. Com o 
credenciamento formalizado, a OSCIP pode firmar convênios, bem como 
recrutar parcerias em todas as instâncias governamentais e órgãos públicos seja 
federal, estadual ou municipal, como também podem receber recursos e 
doações de empresas privadas. Os gestores, nesse caso, podem ser 
remunerados. (INK, 2019). 
 
28 
 
4.3.6 OS 
 
Conhecidos como Organização Social, a OS nada mais é do que uma 
pessoa jurídica que se constitui dos direitos privados, porém, sem fins lucrativos. 
Suas práticas sociais são realizadas de forma que promovam acesso à cultura, 
à pesquisa científica, ao ensino, à saúde, à tecnologia, ao zelo do meio ambiente. 
A OS pode receber recursos direto do poder público (isenção fiscal, dotações 
orçamentárias, etc.). (INK, 2019). 
 
4.3.7 Entidade beneficente de assistência social 
 
Também conhecida como CEBAS, as entidades beneficentes de 
assistência social possuem um certificado emitido pelo poder público federal, 
que os permitem trabalharem em âmbito social de forma que dê assistência e 
amparo coletivo. Não possuem obrigações de contribuírem para a seguridade 
social (INSS) e podem firmar convênios com o poder públicos assim como obter 
direitos ao que as competem. (INK, 2019). 
 
4.3.8 Negócio social 
 
Estabelecimentos que administram seus contratos para fins lucrativos são 
chamados de negócios sociais. Contudo, é importante ressaltar que o negócio 
social possui o objetivo de solucionar problemas sociais, de forma positiva, 
para direcionar os trabalhos coletivos. Eles não podem ser associados às 
empresas que visam lucros, uma vez que se dispõem de lucros com um único 
propósito, no caso, social. Esse tipo de instituição não possui uma legislação 
específica para regulamentar as atividades desenvolvidas, mas podem se 
formalizar de forma constitutiva, ou seja, é representada como uma entidade 
comercial. (INK, 2019). 
 
 
 
29 
 
4.4 Um estudo específico do terceiro setor: instituto inocência 
 
O Instituto Inocência é uma organização do terceiro setor, sem fins 
lucrativos, declarada Utilidade Pública Municipal (Lei 3.927/2017) e registrada no 
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do município de 
Matelândia (sob n0 03/2018), criada por profissionais voluntários de diversas 
áreas e especialidades, a partir de um sonho: permitir que as crianças tenham 
preservada sua inocência, sua pureza e possam crescer em plenitude, 
desfrutando genuinamente cada fase de suas vidas de maneira saudável e 
adequada a sua faixa etária. 
O principal objetivo do Instituto Inocência é trabalhar na prevenção do 
abuso sexual infantil, uma violência silenciosa, que não respeita condições 
socioeconômicas, culturais, de raça ou religião, ocorre quase sempre de maneira 
velada e grande parte dos casos não chega ao conhecimento das autoridades. 
Estimativas da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) 
apontam que acontecem 2 milhões de novos casos de abuso sexual infantil a 
cada ano, somente na América Latina e Caribe, isso significa cerca de 240 casos 
por hora, 4 por minuto e 1 a cada 15 segundos. A cada 3 crianças, uma será 
abusada sexualmente antes de chegar à puberdade, 77% das vítimas são 
menores de 12 anos e 60% são mulheres. Entidades internacionais já 
relacionaram mais de 250 consequências negativas ao longo da vida de uma 
vítima. Esses dados alarmantes ganham mais relevância quando se observa que 
94% dos abusos são causados por familiar,conhecido ou vizinho da vítima, ou 
seja, alguém da confiança da criança. Quem deveria cuidar e proteger é quem 
comete o crime. 
Os números mencionados podem ser considerados apenas “a ponta de 
um grande iceberg” já que existe um muro de silêncio que acompanha cada 
história de violência. Para combater esta realidade existe uma esperança: a 
prevenção direta com a criança, realizada por meio da educação sexual 
adequada à sua faixa etária, produzindo, em uma situação de vulnerabilidade, 
um comportamento de proteção de 80% em relação às crianças não prevenidas. 
Assim, ainda que o abuso ocorra no seio familiar, a criança terá 
possibilidade de se defender ou romper o silêncio e revelar o acontecido, 
possibilitando o tratamento da vítima e o combate a delinquência. 
30 
 
Para abordar esta temática, a equipe buscou ferramentas que 
alcançassem o público infantil, o principal público alvo, de maneira lúdica e com 
linguagem acessível, unindo: cuidado, prevenção, imaginação, fantasia, luzes, 
sons, música, dança, brincadeiras, histórias e estórias. O tema “proibido” cede 
lugar à abordagem leve, entretanto, muito eficaz. Por meio da peça teatral “A 
Corajosa Chapeuzinho” uma releitura do conto Chapeuzinho Vermelho que 
utiliza diversos recursos da ludicidade, o tema é abordado com crianças de 4 a 
12 anos que após o espetáculo cantam a prevenção por meio da canção “Pode 
Parar” conscientes da importância de dizer NÃO ao abuso e contar para alguém 
sobre a conduta inadequada de qualquer adulto. 
Palestras de sensibilização e capacitação para enfrentamento do tema no 
meio escolar são realizadas com professores, orientadores sendo oferecida 
também aos Comissários da Infância e toda rede municipal de atenção e 
proteção da criança e adolescente, são fornecidas estratégias, material didático 
para abordagem em sala de aula, percepção e condução dos casos suspeitos, 
além de orientação a denúncia às autoridades competentes. 
O Instituto Inocência em pouco mais de 3 anos de existência já atuou nas 
cidades de Matelândia, Santa Tereza, Céu Azul, Ramilândia, Medianeira, Vera 
Cruz do Oeste, Dois Vizinhos, Capitão Leônidas Marques e Verê no Paraná, em 
Juazeiro da Bahia, na Bahia, Vitória, no Espirito Santo, Juiz de Fora e Varginha, 
em Minas Gerais, tendo ainda orientado e monitorado projetos na Argentina e no 
Equador, bem como voluntário na África do Sul, alcançando mais de 20.000 
(vinte mil crianças e adultos). 
A instituição realiza diversos atendimentos psicológicos e médicos além 
de orientações quanto à denúncia e enfrentamento de casos levantados a partir 
dessas ações. Os gerenciadores querem chegar antes do abuso, por isso, eles 
espalham sementes de prevenção por onde estiverem. Os administradores 
entendem que cuidar da criança é como preparar um jardim, uma sociedade 
melhor no futuro começa por cuidar daqueles que um dia possam fazer a 
diferença. 
 
 
 
 
31 
 
4.4.1 Dados sobre o abuso sexual infantil no Brasil 
 
 O abuso sexual pode ser associado a várias situações, não apenas com 
o ato físico contra a criança, tem-se também a exploração sexual infantil que tem 
como objetivo a exploração do corpo infantil para obter lucro. Há a prostituição, 
a qual faz uso do corpo da criança ou adolescente, bem como a pornografia que 
é a venda de artigos que expõem a criança ou adolescente. Esses crimes são, 
de fato, explorações que acontecem para saciar as vontades físicas e até 
mentais do autor do crime. Pode se dizer que o abuso sexual é consumado por 
toque físico ou penetração. 
 Quando se fala em abuso sexual, automaticamente, é associado apenas 
a um crime de pedofilia, entretanto, segundo a Classificação de Doenças e da 
Organização Mundial da Saúde, a pedofilia é caracterizada como uma doença, 
de forma que afeta o psicológico do praticante, desenvolvendo nele um 
transtorno sexual. 
Costa (2002) afirma que mulheres e crianças estão inseridas em um 
contexto de submissão na sociedade. Com uma sociedade machista, a 
desigualdade social vivida pelas mulheres no Brasil se deve a vários fatores, à 
submissão, à desigualdade no trabalho, em cargos políticos entre outros. 
Conforme Costa (2002 apud GODOI, 2019) “a formação econômica e social 
brasileira – por longo período baseado na escravidão – e em seu ethos machista, 
não podem deixar de ser considerados como determinantes de certa 
naturalização da violência contra os mais jovens”. (COSTA, 2002 APUD GODOI, 
2019, p. 334). 
A Lei Federal 8.069/90, criada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA) determina, em seu artigo 5º, que 
nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de 
negligência discriminação, exploração, violência, crueldade ou 
opressão, punindo na forma da lei qualquer atentado, por ação ou 
omissão, aos seus direitos fundamentais” (BRASIL, 1990). 
 
A lei defende a proteção total da criança e do adolescente, fazendo com 
que todo tipo de abuso possa ser comunicado às autoridades policiais, após a 
denúncia, as autoridades investigarão os casos e até mesmo impor medidas de 
32 
 
proteção às vítimas e, quando confirmado a autoria, o responsável será punido 
pelos seus atos. 
Segundo os dados disponibilizados pelo Ministério da Mulher, da Família 
e dos Direitos Humanos, em 18 de maio de 2020, foram divulgadas informações 
referentes ao Programa Disque 100, o qual oferece um serviço do governo 
brasileiro para a proteção das crianças e dos adolescentes, destacou que foram 
mais de 86,8 mil casos registrados de violações de direitos de crianças e 
adolescentes, um aumento de quase 14% em relação a 2018. A violência sexual 
concentra cerca de 11% das denúncias que se referem a estes casos 
específicos, o que corresponde a 17 mil ocorrências. Comparando 2020 a 2018, 
não houve muita alteração, mantendo-se estável, bem como apresenta uma 
pequena queda de 0,3%. 
O levantamento feito pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos 
(ONDH) (2020), identificou que a violência sexual é praticada dentro da casa da 
vítima ou do suspeito, ou seja, a vítima tem contato íntimo com familiares, 
parentes ou conhecidos, e, esse dado, é apresentado com um número 
expressivo: 73% dos casos, sendo 40% dos atos são cometidos por pai ou 
padrasto. A grande maioria dos suspeitos é do sexo masculino, de idade adulta 
entre 25 e 40 anos, em mais de 87% dos registros. Já as vítimas estão 
concentradas na faixa etária de 12 a 17 anos, sendo 46% do sexo feminino. 
Vale ressaltar que o dia 18 de maio é considerado o Dia Nacional de 
Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, também 
chamado de Maio Laranja, em homenagem à Araceli, a qual foi brutalmente 
assassinada em 1973, em Espírito Santo, aos 08 anos de idade. É uma 
campanha que tenta apresentar dados expressivos de abuso sexual infantil para 
alertar a população. Maurício Cunha (2020), Secretário Nacional da Criança e 
do Adolescente, disserta 
A campanha tem como escopo incentivar a realização de atividades 
para conscientizar, prevenir, orientar e combater o abuso e a 
exploração sexual de crianças e adolescentes. A proposta é tirar o 
tema da invisibilidade, informando, sensibilizando, mobilizando e 
convocando toda a sociedade a participar da causa em defesa dos 
direitos de crianças e adolescentes. [...] Essa problemática tem 
diversas formas de manifestação, tem a exploração pra fins comerciais, 
a questão do abuso sexual intra doméstico que é um problema 
gravíssimo e a gente está chamando atenção de uma maneira 
especial, esse ano, para o contexto da pornografia na internet. 
(CUNHA, 2020, p. 01). 
 
33 
 
 Como é sabido, o ano de 2020 foi afetado pelo vírus COVID-19, que teve 
como consequência o isolamento social. Dessa forma, as famílias foram 
obrigadas a passar a maior parte do tempo dentro de casa isoladas, o que 
acarretou no aumento de vítimas dentro do seio familiar. Houve também uma 
maior conectividade à internet,onde crianças e adolescentes ficaram cada vez 
mais expostas nas redes sociais, acrescendo a atenção dos criminosos. 
 O Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Ministério da Mulher 
possuem um canal de atendimento a essas pessoas em situação de 
vulnerabilidade. O acesso ao canal se dá por ligação, onde o indivíduo precisa 
discar o número 100, também é fornecido, de forma gratuita, o aplicativo dos 
Direitos Humanos, bem como o site da ONDH, canais que funcionam 24 horas 
por dia e 7 dias da semana. 
 
5 RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS 
ADMINISTRADORES E AOS VOLUNTÁRIOS DA ONG INSTITUTO 
INOCÊNCIA 
 
Neste capítulo será apresentado as respostas das perguntas que foram 
elaboradas aos administradores da Ong Instituto Inocência e aos colaboradores 
desta instituição a fim de conhecer melhor a atuação de cada participante e suas 
funções dentro da organização. 
Camargo et al. (2001, p. 18): 
A essência do Terceiro Setor reporta-se a um conceito abstrato e 
ideológico, no qual se atribui a existência de um mecanismo social 
público, porém não-estatal. Ao mesmo tempo, tem um conteúdo 
concreto, referente ao conjunto de entidades filantrópicas sem fins 
lucrativos, que reúne um aparato de recursos particulares em defesa 
de interesses coletivos. (CAMARGO et al., 2001, p. 18). 
A Ong é composta por duas administradoras, que foram as idealizadoras 
do projeto, são elas que gerenciam toda a instituição, com apoio da equipe 
diretora. Abaixo segue o questionário aplicado aos administradores e 
colaboradores (nomes fictícios para preservar os indivíduos): 
 
34 
 
TABELA 2 – QUESTIONÁRIO AOS ADMINISTRADORES DA ONG INSTITUTO INOCÊNCIA 
PERGUNTAS 
ÀS ADMINISTRADORAS 
RESPOSTAS DA 
PRESIDENTE 
RESPOSTAS DA VICE-
PRESIDENTE 
1. Para começar, qual o seu 
nome? 
Maria Souza Leticia Miranda 
2. Qual sua posição dentro 
da ONG? 
Presidente Vice- presidente 
3. Como surgiu a ideia de 
abrir uma ONG para a 
prevenção de Abuso 
Sexual? 
A ideia surgiu após estar em 
uma palestra de outra ONG 
internacional que incentivava 
outras pessoas a lutarem 
como eles na prevenção do 
abuso sexual infantil. Dali 
iniciou um sonho, vindo de 
Deus para fazer a diferença. 
Após realização de uma 
atividade (teatro) para 
prevenção do ASI, que 
ganhou proporções muito 
maiores que a ideia inicial, e 
recebeu diversos convites 
para apresentações em 
distintos lugares, o 
surgimento de entraves por 
conta de não haver 
formalização da instituição, 
um empreendedor que viu o 
espetáculo, ficou encantado e 
auxiliou na formalização do 
trabalho que já vinha 
acontecendo. 
4. Quais foram os motivos 
que os levaram a escolher a 
causa principal da missão 
desta ONG? 
Saber que as marcas do 
abuso podem trazer 
consequências para toda 
uma vida. Saber que existem 
vidas que hoje sofrem pelo 
passado e ainda sentem hoje 
que não há nada que possa 
ser feito. Saber que a infância 
de milhares está sendo 
roubada. 
Por de um sonho e chamado 
feitos por Deus, que 
proporcionou o compartilhar 
da ideia de lutar pela causa, 
juntamente com a imensa 
quantidade de casos que 
chegavam até nós por conta 
do trabalho e das ações que 
já eram desenvolvidas por 
nós com crianças, pelos 
terríveis relatos dos casos 
apresentados por vítimas que 
buscaram auxílio. 
5. Quais os objetivos 
principais da ONG? 
Prevenir o abuso sexual 
infantil. 
Prevenção e combate ao ASI, 
promoção de crescimento e 
vida plena para as crianças. 
35 
 
6. Os objetivos estão sendo 
alcançados? 
 
Sim. Sem dúvidas. Os números de 
crianças alcançadas, bem 
como a quantidade de 
depoimentos, relatos e 
feedbacks positivos que 
recebemos tanto de crianças, 
como dos pais e profissionais 
que atuam com crianças 
demonstram que o trabalho 
alcança seu propósito. É 
comum ouvir relatos de 
atitudes preventivas 
realizadas pelas crianças, 
bem como ouvi-las cantando 
canções e entoando frases 
de cuidado. 
7. Qual a maior dificuldade 
enfrentada pela ONG? 
A falta de tempo para poder 
investir mais na ONG. 
Falta de disponibilidade de 
agenda dos profissionais 
envolvidos para ampliar 
ações e área de abrangência 
do trabalho. 
8. Quais são os 
facilitadores que trabalham 
na ONG? 
Voluntários com formações 
acadêmicas, responsáveis 
vocacionados com o objetivo 
da ONG. 
A equipe é composta por 
diversos profissionais em 
suas áreas, medicina, 
psicologia, pedagogia, 
direito, engenharias e uma 
série de outras, todos 
voluntários que atuam em 
variados projetos 
desenvolvidos pela ONG 
9. Como as pessoas, as 
escolas, educadores e os 
pais reagiram a esta 
iniciativa? 
Admirados com a maneira, 
prática e lúdica com a qual 
abordamos o assunto, 
entusiasmados e 
encorajados a auxiliar o 
instituto no seu objetivo. 
Muito positivamente, em 
geral as pessoas se 
surpreendem com a resultado 
das ações, vendo nas 
crianças que a mensagem foi 
clara, que a criança tem 
entendimento sobre o 
assunto e que isso pode ser 
feito de uma maneira muito 
leve, didática e construtiva. A 
36 
 
maioria relata ter dificuldade 
de abordar o tema com as 
crianças que tem contato, e 
manifestam que eles mesmos 
aprendem definições, riscos e 
atitudes simplórias que 
desconheciam. 
10. Para finalizar, conte-nos 
como você se sente 
estando a frente dessa 
causa tão importante em 
nossa sociedade. 
Privilegiada, pois semear 
sementes de prevenção ao 
abuso sexual infantil é cuidar 
da próxima geração, é 
investir no futuro de crianças 
para que possam desfrutar 
sua infância e sonhar com o 
futuro sem culpas e sem 
marcas. 
Cumprindo um propósito. 
Apesar do tema ser 
extremamente pesado e 
triste, a possibilidade de 
prevenir casos, evitar essa e 
outras violências, poupar 
crianças do trauma, ou evitar 
que seus desdobramentos 
sejam ainda mais trágicos e 
destrutivos, ter a 
possibilidade de auxiliar uma 
criança/adulto e família 
ressignificar seu 
passado/trauma, recobrar a 
esperança e voltar a sorrir 
não tem preço. É um 
privilégio que Deus nos dá. 
Enquanto houver fôlego, 
continuaremos lutando por 
nossas crianças. 
 
TABELA 3 – PARTE 1. QUESTIONÁRIO AOS COLABORADORES DA ONG INSTITUTO 
INOCÊNCIA 
1. Colaboradores 2. Qual sua função dentro do 
projeto? 
3. Por qual motivo você decidiu 
participar do projeto da ONG 
Instituto Inocência? 
Carla 
 
Voluntária 
 
Pois acredito na missão do projeto! 
Agnaldo 
 
Não tenho função específica. 
Atuo nos projetos como 
monitor. 
 
Iniciei a participação por convite, mas 
permaneço pela causa. 
37 
 
Fernanda 
 
Bailarina 
 
Por ser um tema muito importante e, 
infelizmente, frequente na nossa 
sociedade e por estar servindo a Deus 
através desse Instituto! 
Marco 
 
Sonoplasta e Iluminação 
 
Amor 
Jean 
 
Serviços Gerais 
 
Pela proposta de atuação da ONG, sua 
organização e pelas pessoas que 
iniciaram o trabalho devido a sua 
capacidade e comprometimento. 
Mariana 
 
Bastidores 
 
Porque acho que é algo muito 
importante de trabalhar. 
Ana 
 
Voluntária em atividades 
recreativas voltadas para 
crianças e adolescentes. 
 
Por conhecer as idealizadoras do 
Projeto e querer fazer parte de um 
Instituto com Cosmovisão Cristã. 
Julia 
 
Atuar, montar e desmontar 
cenários. Ou em qualquer outra 
necessidade que surgir. 
 
Por "fazer parte" de algo que pode 
mudar uma realidade tão dura de se 
combater. 
Daniela 
 
Secretária 
 
Fui convidada, e amo o trabalho do 
instituto 
Rafaela 
 
Voluntária 
 
Pela seriedade do trabalho e pela 
urgência do trabalho. 
Bianca 
 
Colaboradora 
 
Por ser de grande importância, em 
ajudar nossas crianças. Bem como os 
organizadores nesta grande parceria, 
ajudar a Ong a ajudar muitas crianças. 
Lauane 
 
Voluntário Para ajudar a prevenir a invasão 
sexual, em especial nas crianças. 
Bruno 
 
Voluntário 
 
Pela mensagemque transmite e sua 
luta contra o abuso sexual infantil 
 
 
 
 
 
38 
 
TABELA 4 – PARTE 2. QUESTIONÁRIO AOS COLABORADORES DA ONG INSTITUTO 
INOCÊNCIA 
1. Colaboradores 4. Como você define a 
importância do tema 
principal que é a 
prevenção ao Abuso 
Sexual? 
5. Quais 
estados e 
países vocês já 
desenvolveram 
o projeto? 
6. Qual a maior 
dificuldade que 
você observa na 
ONG? 
 
Carla 
 
Essencial para a vida das 
crianças. 
Paraná O lidar com os órgãos 
públicos no 
desenvolvimento do 
projeto em algumas 
cidades. 
Agnaldo 
 
O tema por si só é de 
extrema importância, agora 
a necessidade de prevenir o 
abuso é muito grande, 
atualmente a necessidade 
de prevenção é gritante, 
pois o abuso ocorre de 
diversas formas inclusive 
pela Internet. 
Paraná: Foz do 
Iguaçu 
Medianeira 
(comunidade/dis
trito) 
Céu azul 
Matelândia 
Acho que a questão 
financeira, e o fato de 
depender de 
voluntários, isso 
limita um pouco o 
trabalho quanto a 
qualidade e a datas, 
por causa da 
disponibilidade das 
pessoas. 
Fernanda 
 
É praticamente salvar vidas, 
salvar dos traumas que isso 
traz, dos sentimentos de 
inferioridade, da 
insegurança, salvar da má 
construção da imagem do 
amor que o abuso constrói. 
Paraná Tempo viável para 
executar tudo. A 
gente vai pra uma 
cidade e precisa 
fazer até 6 
apresentações no dia 
pra conseguir atingir 
a todos. Mas acredito 
que seria melhor se 
pudéssemos ficar 
mais de um dia, 
apresentaríamos 
com mais tempo, 
dando mais atenção 
às necessidades! 
Marco 
 
A importância é 
indispensável para vida das 
crianças 
Paraná, Brasil Tempo de realizar 
mais atividades 
39 
 
Jean 
 
Tema de suma importância, 
pouco trabalhado na 
sociedade e de urgência 
tamanha. 
Brasil, 
Argentina, 
Paraná 
Falta da sede, 
recursos materiais e 
de pessoal de tempo 
integral. 
Mariana 
 
Extremamente necessária 
para proteção de gerações 
futuras 
Brasil Paraná Recursos para 
alcançar maior 
número de crianças 
possível 
Ana 
 
O abuso sexual é um dos 
crimes que mais deixam 
marcas avassaladoras na 
vida da vítima. Marcas 
físicas, emocionais e 
espirituais. Prevenir que 
alguém passe por tamanha 
tragédia é uma obrigação 
de todo aquele que entende 
que o ser humano é a 
imagem e semelhança de 
Deus. 
Eu participei no 
meu estado, 
Paraná. 
Falta de voluntários 
realmente 
comprometidos com 
a causa. 
Julia 
 
Essencial na vida da 
criança. 
Paraná/Brasil Falta de recursos 
financeiros. 
Daniela 
 
É essencial na vida das 
crianças, e também dos 
adultos 
Paraná e no 
sertão 
nordestino, não 
lembro o estado 
específico 
Não observei 
nenhuma dificuldade 
quanto a ONG 
Rafaela 
 
O tema é muito importante e 
merece todo o 
envolvimento. 
Brasil e 
Argentina. 
Região sul e 
Nordeste. 
Necessidade de 
captação de 
recursos. 
Bianca 
 
Uma oportunidade de 
ajudar na recuperação dos 
traumas, bem como a 
esperança de dias 
melhores, para nossas 
crianças. 
Paraná, Minas 
Gerais, Espírito 
santo e Bahia. 
Argentina e 
Ecuador. 
Limitação de tempo 
disponível, por parte 
dos voluntários. 
Lauane 
 
Importância em resgatar os 
valores e os direitos 
principalmente das 
crianças. 
Brasil Ajuda do poder 
público. 
40 
 
Bruno 
 
Extrema importância. Algo 
que comprovadamente 
influência, se acontecer o 
abuso, de maneira negativa 
na vida de qualquer ser 
humano. Precisa ser 
combatido! 
Estado do 
Paraná 
Financeira 
 
 
TABELA 5 – PARTE 3. QUESTIONÁRIO AOS COLABORADORES DA ONG INSTITUTO 
INOCÊNCIA 
1. 
Colaborad
ores 
7. Por falta de 
recursos 
financeiros na 
ONG, você já 
precisou 
contribuir por 
conta própria 
com algum 
dinheiro? 
9. Quantas 
pessoas 
você já 
impactou 
desde seu 
ingresso 
como 
voluntariado 
na ONG? 
 
10. Qual foi a sua maior 
satisfação em ser 
voluntário da ONG? 
11. Por fim, conte-
nos como você se 
sente estando a 
frente dessa 
causa tão 
importante em 
nossa sociedade. 
Carla 
 
NÃO +10 Quando uma criança 
que havia se esquivando 
de qualquer contato 
físico, como um abraço, 
após ter sido abusada. 
Correu ao meu encontro 
no final do projeto e me 
abraçou (a personagem) 
pois se identificou. 
Houve cura! 
Um privilégio e uma 
responsabilidade. 
Agnaldo 
 
NÃO +10 Ouvir histórias sobre 
pessoas que foram 
impactadas pelo 
trabalho. 
O sentimento é de 
dever cumprido. 
Fernanda 
 
NÃO +10 Saber da história de uma 
criança que havia sofrido 
abuso sexual e em 
decorrência disso não 
Satisfeita! Feliz em 
poder ajudar vidas 
tão "pequenas" (tão 
novas). 
41 
 
deixava ninguém tocar 
nela, nem pra pentear o 
cabelo, e após assistir a 
peça de teatro "a 
corajosa Chapeuzinho" 
ela foi e abraçou a 
bailarina, tendo o 
contato físico que ela 
não permitia ninguém ter 
com ela, demonstrando 
transformação em sua 
história. O teatro trouxe 
CURA pro trauma 
emocional que ela 
sofreu, depois disso ela 
passou a ter contato com 
os outros também! 
Marco 
 
NÃO +10 Poder ser útil Feliz. E satisfeito 
Jean 
 
SIM +10 Quando vejo uma 
pessoa servida, ou um 
caso descoberto. 
Me sinto alegre e 
com um desejo 
muito forte em 
servir e fazer parte 
deste grupo que 
luta por um tema 
tão pertinente e 
urgente na 
sociedade em que 
vivemos. 
Mariana 
 
SIM +10 Ver vidas transformadas Me sinto cumprindo 
um chamado que 
me traz satisfação 
Ana 
 
NÃO +10 Poder dar voz às 
crianças, para que sejam 
conscientes desde cedo 
do que não podem fazer 
com ela. 
Privilegiada. 
Julia 
 
SIM +10 Ver como influencia na 
vida das crianças. 
Sinto me grata por 
saber que 
contribuiu para o 
42 
 
Ensinando as a se 
defender e a falar. 
bem dessas 
crianças. 
Daniela 
 
SIM +10 Com certeza a maior 
satisfação é saber que 
devido ao trabalho da 
ONG muitas crianças 
são alcançadas e 
ensinadas a não deixar 
pessoas estranhas 
tocarem nelas e 
aprendem também a 
contar para alguém caso 
aconteça, e muitas 
vezes até pais e mães 
aprendem com esse 
projeto 
Me sinto 
extremamente feliz 
e realizada por 
poder ajudar nessa 
causa tentando e 
protegendo nossas 
crianças desses 
abusos 
Rafaela 
 
SIM +10 Sentimento de pertença 
e visão de grande 
impacto em um trabalho 
muito importância. 
Sinto- me engajado 
e compreendo que 
estou cumprindo 
aquilo que Deus 
nos chamou a fazer 
- mostrar Seu 
Reino. 
Bianca 
 
SIM +10 Poder contribuir com um 
pouquinho, mas que se 
todos contribuíssem 
com esse pouquinho, o 
muito seria atingido. 
Ver o sorriso das 
crianças e fazê-las 
entender que ainda 
há esperança, e 
muito gratificante. 
Lauane 
 
NÃO +10 Ajudar a instruir para que 
possam se proteger. 
Importante quando 
conseguimos fazer 
a diferença na vida 
de alguém. 
Ver q alguém pode 
ouvir o valor q tem, 
E q pode ser 
amado, 
principalmente 
quando esse amor 
vem de Deus. 
43 
 
Bruno 
 
SIM +10 Saber que o trabalho 
realizado não é em vão 
Realizado, 
satisfeito, útil! 
 
6 ANÁLISE DOS DADOS 
Hudson (1997) afirma que até a metade da década de 70 a administração 
não era trabalhada em instituições do Terceiro Setor, uma vez que era declarada 
para o universo de negócios e não para organizações de caráter social. 
Entretanto, com o passar do tempo, as pessoas perceberam que o movimento 
do TS estava cada vez mais em ascensão, tendo em vista o alto crescimento 
profissional nesta área, desse modo, foi-se aplicadas teorias administrativas em 
organizações não governamentais para que estas se tornem cada vez mais 
eficientes. 
O Instituto Ethos (2001, p.41) comenta que 
se uma empresa quer ser conhecida por seu compromisso com o 
crescimento do país, um programa de voluntariado tende a ser uma 
excelente maneira de transformar essa prioridade institucional em 
realidade. Outras prioridades institucionais que umprograma de 
voluntariado empresarial pode ajudar a atingir são, por exemplo, a 
integração e o desenvolvimento dos funcionários ou a aproximação 
com a comunidade. (ETHOS, 2001, p. 41). 
 Drucker (1997), declara que as próprias instituições sem fins lucrativos 
acreditam que precisam ser gerenciadas justamente por não obterem lucros. 
Dessa maneira, os profissionais do Terceiro Setor precisam aprender a gerenciar 
suas empresas para que elas não as dominem. Para Camargo (2001) 
profissionalizar o setor requer uma missão clara, aprendizado e ensino 
contínuos, gerência por objetivos e autoavaliação, alto nível de 
exigência juntamente com uma correspondente liberdade de ação e 
responsabilidade pelo desempenho e pelos resultados (CAMARGO, 
2001, p. 26). 
De acordo com Tenório (2002), para superar os desafios que podem 
ameaçar a existência de uma ONG, estas têm que adotar novos instrumentos de 
gestão utilizando conhecimentos, habilidades e atitudes que assegurem o 
cumprimento dos objetivos organizacionais. 
Uma declaração de missão precisa ser operacional; caso contrário, não 
passa de boas intenções. Uma declaração de missão deve focalizar 
aquilo que a instituição tenta realmente realizar, de forma que cada um 
na organização possa dizer: Esta é minha contribuição para a meta. 
(DRUCKER, 2001, p. 4) 
44 
 
Tenório (2002), comenta que as ONG’s “exercem a gestão tendo por base 
a intuição e o bom senso, carecendo de embasamento técnico em 
administração”. É por este motivo que propõe conceitos e recursos de 
administração para preencher a carência neste tipo de organização. 
Neste capítulo será apresentado as respostas das perguntas que foram 
elaboradas aos voluntários da Ong Instituto Inocência, bem como analisar esses 
questionamentos a fim de conhecer melhor a atuação de cada participante e 
suas funções dentro da organização. 
A Ong é composta por vários voluntários. São eles que cuidam de toda a 
execução das atividades da instituição, com apoio da equipe diretora. Abaixo 
segue o questionário aplicado aos voluntários: 
A ONG Instituto Inocência fomenta acesso à cultura e lazer, além de retirar 
crianças em estado de vulnerabilidade das ruas. O acesso à cultura se dá por 
meio de teatros, danças, músicas, etc. Já o acesso às informações se dá por 
meio de palestras para essas crianças, como também para professores e alunos 
envolvidos nessas atividades. Pode-se notar que a ONG enfrenta dificuldades 
financeiras para custear o deslocamento de todos os colaboradores, bem como 
outras ações dentro e fora da instituição. 
Percebe-se também que alguns colaboradores precisam custear todo o 
movimento da instituição, doando dinheiro e recursos próprios para fazer 
acontecer as ações propostas por eles. Para Andrade (2002) um dos grandes 
obstáculos das organizações não governamentais no país é a sua 
sustentabilidade a médio e longo prazo. Uma das opções para resolver os 
problemas financeiros é apresentar ações que captam algum tipo de recurso 
monetário, a fim de melhorar a qualidade das atividades desenvolvidas pela 
ONG. Para isso, é necessário planos estratégicos e funcionários competentes, 
tanto para as empresas privadas como também para as ONGs. 
A comunicação de uma empresa ou entidade não pode ser o resultado 
de esforços individuais, ainda que bem intencionados, porque a 
imagem da organização deve ser uma, qualquer que seja o público 
com que ela se relaciona. (ENDO, 2005, p.3) 
Com o crescimento das ONGs houve também um maior interesse por 
parte do público em buscar informações sobre elas, portanto, é necessário a 
adoção de investimentos no que diz respeito à estrutura do funcionamento, por 
meio de ferramentas de gestão. É por meio desses investimentos e melhorias 
45 
 
que aparecem as oportunidades de parcerias e relacionamentos entre empresas 
investidoras, instituições de financiamentos entre outros. 
Em consonância com Santos et al. (2008), as características do projeto 
podem ser de acordo com o modo que se quer avaliar: eficiência (melhor uso 
dos recursos), eficácia (objetivos atingidos), efetividade (transformações 
geradas) e impacto (influência social). Desta forma, os autores ainda esclarecem 
que: 
um projeto durante seu ciclo de vida pode ter vários indicadores, de 
acordo com sua fase, interesse dos gestores, grau de conhecimento 
da situação, nível de detalhes, em resumo, eles devem ser definidos 
de forma a traduzir os objetivos e resultados do projeto, dos gestores 
e financiadores. (SANTOS et al., 2008, p. 16) 
 
Um dos objetivos capazes de levantar recursos financeiros e parcerias, 
segundo Nilceia et. al. (2008), é elaborar e encaminhar projetos específicos às 
várias organizações de nível nacional ou até mesmo internacional, buscando a 
colaboração e o auxílio de recursos financeiros. Para que as instituições 
financiadoras possam aprovar de modo rápido esses projetos, deve-se 
evidenciar quais são os principais objetivos, os impactos do projeto na 
sociedade, quais atividades serão desenvolvidas, quais os resultados esperados 
e quem serão os beneficiados pelos projetos. Dessa forma, é, essencialmente, 
mais fácil contar com o auxílio das empresas parceiras. 
Observa-se que uma das preocupações apresentadas pelos 
colaboradores da ONG e até mesmo do Terceiro Setor em geral é a captação 
dos recursos sejam eles financeiros, materiais e até mesmo apoio social. Este 
problema pode ser trabalhado com o recrutamento de profissionais 
especializados em captação de recursos financeiros, visando encontrar 
melhorias nas reformas estruturais, nos materiais utilizados pelos colaboradores, 
em projetos culturais, modernização e etc. Atualmente, fala-se muito em 
Captador de Recursos. Portanto, para Dimenstein (2005), a captação de 
recursos necessita ser baseada em alguns pontos estratégicos, veja: 
a) Definição exata da verba necessária para realizar a ação; b) 
Pesquisa dos potenciais doadores; c) Levantamento dos contatos no 
entorno da entidade; d) Confecção de uma lista ou banco de dados; e) 
Elaboração de uma proposta bem estruturada, com orçamento; f) 
Montagem de uma apresentação sobre a proposta; g) Abordagem clara 
e objetiva; h) Realização de contato de retorno; i) Encaminhamento de 
agradecimento; j) Prestação de contas. (DIMENSTEIN, 2005, p. 18). 
46 
 
A instituição Instituto Inocência já impactou a vida de muitas crianças em 
situação de vulnerabilidade. Com o trabalho da Ong, as crianças puderam se 
libertar dos abusadores sexuais, trabalho este que muitas das vezes as crianças 
percebem a situação devido às peças de teatro que tem como base o 
ensinamento de como elas devem cuidar de seus corpos, não deixando que 
ninguém venha tocar em suas partes intimas. 
As crianças, em sua grande maioria, não sabem que está sofrendo um 
abuso sexual. Já com o trabalho da Ong, ela enxerga que não está certo o que 
está acontecendo em sua vida e conta para as pessoas que mais confia. 
A lei n° 9.608 de 18 de fevereiro de 1998 conceitua o trabalho voluntário 
como: 
atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade 
pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não 
lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, 
científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. 
Neste aspecto, o trabalho dos voluntários é muito importante, pois são 
eles que apresentam, por meio de peças teatrais, as possíveis situações de 
abuso que uma criança pode sofrer, por isso, os colaboradores sentem que a 
forma que o projeto atua está correta, pois as crianças estão entendendo a 
mensagem. Todos se sentem felizes em colaborar com estas ações positivas na 
vida das crianças e adolescentes. 
De acordo com Dohme (2001) o voluntário tem algumas funções: 
a) Ele exerce o trabalho com total adesão aos fins propostos, por 
possuir os mesmos credos e objetivos, favorecendo assim o 
desempenho; b) Ele trabalha em algoque gosta e que escolheu como 
o trabalho é realizado sem obrigação torna-se mais fácil a abertura 
para criatividade e aprendizagem; c) Ele acrescenta amor ao seu 
trabalho, sendo motivado por sentimentos muitas vezes de caridade, 
amor, sentimento comunitário, buscando suas realizações pessoais. 
O voluntário tem como motivação os sentimentos, as satisfações e as 
gratificações para si e para os outros refletindo diretamente em seu bom 
desempenho na organização, uma vez que ele “sente-se bem em apoiar e 
trabalhar em uma organização que trabalha por uma causa que ele considera 
justa e que constrói um futuro que coincide com sua visão pessoal” (DOHME, 
2001, p. 18). Para Latham e Pinder (2005) a motivação é um processo 
psicológico complexo que resulta de uma interação entre o indivíduo e o 
ambiente que o rodeia. 
47 
 
A motivação para o desenvolvimento de projetos sociais se torna 
necessário, levando em consideração que o trabalho voluntário requer um 
envolvimento e comprometimento no interesse do bem-estar de outro indivíduo. 
Dessa forma, as instituições que desejam executar tal projeto, precisam 
apresentar políticas que influenciam seus colaboradores a fomentar as ações 
voluntárias seja na própria empresa ou até mesmo fora dela. 
oferecer recursos para projetos/ações de caráter assistencial, 
educacional, cultural, ambiental etc.; permitir que os funcionários usem 
as instalações da empresa para planejar e, eventualmente, executar 
ações voluntárias; permitir que o funcionário utilize o telefone no 
horário do expediente para combinar ações de voluntariado e, 
eventualmente, parte do horário de trabalho para fazer a sua atividade; 
oferecer capacitação para o funcionário melhorar sua performance 
como voluntário; criar um banco de oferta e procura de atividades 
voluntárias (INSTITUTO ETHOS, 2001, p.26). 
No que diz respeito ao serviço voluntário, a Declaração Universal do 
Voluntariado (1990), informa o dever do voluntariado que está altamente atrelado 
ao comprometimento pessoal a favor da viabilização dos serviços ou projetos 
sociais sustentados pelas instituições, sendo eles: 
a) Encorajar o comprometimento individual nos movimentos coletivos; 
b) Procurar o fortalecimento de sua organização, informando-se e 
aderindo a suas metas e políticas; c) Empenhar-se no cumprimento 
das tarefas definidas em conjunto, levando em conta as suas aptidões 
pessoais, tempo disponíveis e responsabilidades aceitas; d) Cooperar 
com os outros membros da organização, dentro do espírito de mútua 
compreensão e respeito; e) Empenhar-se nos treinamentos, quando 
necessário; f) Guardar a confidencialidade das suas atividades 
Por fim, ao adotar alguns pontos definidos, a instituição social estará apta 
para “estabelecer os programas de voluntários, ou seja, um conjunto de 
procedimentos para a gerência do trabalho voluntário condizente com a sua 
filosofia e os seus objetivos sociais” (DOHME, 2001, p. 33). Trabalhando de 
forma conjunta, organização social e os voluntários, os resultados 
preestabelecidos serão alcançados de forma satisfatória. 
 
 
 
 
 
 
48 
 
7 PROPOSIÇÃO DAS MELHORIAS 
 
Grande parte das ONGs não possuem um plano formal de captação de 
recursos para atender as demandas da empresa e ainda algumas delas não 
conhecem a estrutura do plano ou ação formal para a captação e fazem o uso 
de forma equivocada ou emergencial. 
Dessa forma, deve-se promover o fortalecimento do TS, isto é, criar uma 
instituição apta a se tornar uma fonte de referência que fomenta estudos e 
promove pesquisas, oferecendo assessoria para administrar às faltas variadas 
de suportes à gestão das ONGs. É interessante montar espaços para a formação 
e qualificação de indivíduos, gerindo assim, capacitação e autonomia das 
percepções para cada tipo de entidade, apresentando também políticas públicas 
e instruções comunitárias. 
Recomenda-se a estimulação às iniciativas de participação do indivíduo 
enquanto cidadão a fim de privilegiar o seu envolvimento ao trabalho 
voluntariado e fortalecer os conselhos da Assistência Social e de Defesa dos 
Direitos da Criança e do Adolescente, fomentando, dia após dia, parcerias entre 
sociedade e governo, tendo como objetivo a desburocratização das licitações 
públicas para a realização dos serviços fornecidos pelos TS. 
Ao fortalecer o TS de forma a facilitar, democratizar e flexibilizar o seu 
acesso aos recursos públicos, o TS precisa criar um fundo público de 
financiamento de projetos sociais, ou seja, buscar procedimentos de 
gerenciamento desse fundo por profissionais que tornem transparentes os 
controles sociais das atividades e dos valores recebidos e gastos. 
Nota-se que é importante estabelecer processo de fiscalização 
transparente das ONGs e apresentar princípios básicos de avaliação de 
desempenho dos trabalhos oferecidos, talvez criando uma Assembleia 
Legislativa para discutir os problemas e a solução destes. Tornar público todas 
as informações referentes aos movimentos da entidade apresentando relatórios 
finais é um ponto significativo e relevante. Propõe-se a fundação de uma 
associação de servidores formado por representantes do Terceiro Setor, 
legisladores, representantes de outras entidades, bem como o Poder Executivo 
e especialistas para apresentar propostas e a realização delas. 
49 
 
A curadoria no Terceiro Setor é atualmente uma superintendência de 
resultados visando às causas sociais pertinentes. Mesmo não aspirando lucro, 
as organizações necessitam de saldo financeiro positivo para que novos projetos 
sejam capazes de saírem do papel, assim como dar seguimento às atividades 
ativas, buscando a potencialização dos resultados e minimizar as demais 
despesas e, ao mesmo tempo, sensibilizando e refletindo a visão do ser humano 
à ação social. 
O desenvolvimento desses procedimentos exige, desta maneira, 
conhecimento prévio e qualificação profissional, não podendo ter apenas boas 
intenções e habilidades interpessoais, uma vez que, estas características, não 
abrangem toda a rede de práticas assertivas e tomadas de decisões eficientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Este estudo teve como objetivo investigar os principais desafios 
enfrentados pela ONG Instituto Inocência, instituição do terceiro setor localizada 
na Av. Duque de Caxias, N° 1462, bairro Centro, Matelândia – Paraná, que 
atende crianças vítimas de abuso infantil e sexual. Diante de todos os dados 
pesquisados, observa-se que a maior dificuldade enfrentada pela instituição é a 
captação de recursos, problema este que é abordado por diversos autores ao 
decorrer do trabalho. 
O recolhimento financeiro é fundamental para a manutenção da 
organização sem fins lucrativos e torna-se às vezes um obstáculo para dar 
sequência a uma atividade de qualidade. Mostrou-se que em muitas 
organizações do terceiro setor o serviço ou a atividade oferecida não é vendida 
e sua fonte de recursos depende de parcerias, projetos sociais e doações. 
Ainda com relação à captação de recursos, é importante anunciar que não 
há uma estratégia única para o recebimento deles, uma vez que é necessário 
planejar de forma eficaz de acordo com o tipo de entidade. Sabe-se que o 
recurso financeiro é de essencial para os movimentos voluntários dos institutos, 
e a falta dele compromete tanto os trabalhos desenvolvidos quanto à 
manutenção dos projetos sociais. Cada entidade precisa conter pelo menos um 
agende profissional dentro da parte financeira, para que atue de forma a 
identificar os doadores, realizar parcerias e tornar transparente os recursos 
recebidos. 
Vale lembrar que o trabalho identificou que uma administração 
capacitada, proativa e dinâmica que desenvolve uma organização de maneira a 
adaptável às adversidades, às várias mudanças e aos desafios no contexto 
social. 
Para a realização do trabalho dentro

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