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TrabalhoTrabalho DeDe FisiologiaFisiologia HumanaHumana Pesquisa de campo avaliativa. Professor: António Nilton Aluno: Sidney Heleno 1°ΩΩ“Hipertensão arterial e outros fatores de risco associados às doenças cardiovasculares em adultos”. Introdução. As Doenças Cardiovasculares (DCV) são, atualmente, a maior causa de mortes no mundo. Elas foram responsáveis por mais de 17 milhões de óbitos em 2008, dos quais três milhões ocorreram antes dos 60 anos de idade, e grande parte poderia ter sido evitada. A Organização Mundial de Saúde estima que em 2030 quase 23,6 milhões de pessoas morrerão de doenças cardiovasculares. Dentre as DCVs, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) constitui importante fator de risco para complicações cardíacas e cerebrovasculares(1), sendo considerada um problema de saúde pública em âmbito mundial. Em 2000, a prevalência da HAS na população mundial era de 25% e a estimativa para o ano de 2025 é de 29%(2). Estudos realizados no Brasil revelaram que a prevalência da hipertensão variou entre 22,3 e 43,9%, com média de 32,5%. Em praticamente todas as nações, a prevenção e o controle da HAS trazem implicações importantes e a utilização de novas estratégias e abordagens que identifiquem com mais precisão os indivíduos em situação de risco, oferecem benefícios tanto para o indivíduo com hipertensão como para a sociedade. Contudo, por ser uma doença crônica, o controle da HAS requer acompanhamento e tratamento por toda a vida, envolvendo as medidas farmacológicas e não farmacológicas. Considerando-se as elevadas taxas de morbimortalidade por doenças cardiovasculares no mundo e no Brasil, e de prevalência da hipertensão arterial e ainda a escassez de estudos sobre esse tema em municípios de pequeno porte. O presente estudo teve como objetivo identificar a prevalência da hipertensão arterial e sua associação com fatores de risco cardiovasculares em adultos do município de Paiçandu, PR. - Métodos Trata-se de estudo transversal, descritivo, de base populacional, desenvolvido junto a indivíduos adultos, residentes em Paiçandu, Paraná, Brasil. O município tem área total de 170,64 km2 e possui população estimada de 35.941 habitantes, sendo 19.776 adultos com idade entre 20 e 59 anos. Para a definição do tamanho amostral, considerou- se prevalência de 50% para os fatores de risco cardiovasculares no município, erro de estimativa de 5% e confiabilidade e precisão da amostra em 95%, acrescidos 10% para possíveis perdas, resultando em 415 indivíduos. Fizeram parte da amostra 408 indivíduos com idade entre 20 e 59 anos, de ambos os sexos, sendo que, para algumas variáveis, foram considerados apenas os dados válidos. Para a seleção dos indivíduos, foi utilizada a técnica de amostragem aleatória sistemática, sendo sorteadas as ruas, as quadras e as residências a serem abordadas. De forma sistemática e com intervalo predefinido, foi abordado um indivíduo morador na quarta residência à direita da rua. Quando não se encontravam indivíduos na faixa etária de interesse, residindo no domicílio, passava-se para a unidade domiciliar seguinte. Em cada domicílio foi entrevistado somente um indivíduo. Os dados foram coletados no período de setembro de 2010 a fevereiro de 2011 por meio de entrevista e aferição de peso, de estatura e de Circunferência Abdominal (CA). O instrumento utilizado na entrevista é parte do adotado no inquérito domiciliar sobre comportamento de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis. - 7) O questionário utilizado foi avaliado previamente em um estudo-piloto com 20 indivíduos residentes próximo ao campus-sede da Universidade Estadual Maringá, Maringá, PR. A partir desse estudo-piloto foram realizadas pequenas correções no instrumento para melhorar a compreensão de suas perguntas. Para a HAS foram considerados os casos autorreferidos. As variáveis preditoras foram as sociodemográficas, constituídas por: sexo, idade, situação conjugal e classe econômica, a qual é utilizada para estimar o poder de compra das pessoas e famílias - 8) Sendo agrupada em quatro classes:A1-A2, B1-B2, C1-C2 e D-E. As variáveis relativas aos hábitos de vida foram: tabagismo, dieta alimentar e atividade física. Considerou- se fumante aquele que fuma atualmente, independente do número de cigarros; foram considerados inativos fisicamente os indivíduos que não realizavam atividade física no mínimo três vezes na semana e por, no mínimo, 30 minutos por sessão. - 9) A dieta foi considerada inadequada quando o consumo de frutas e/ou legumes e/ou hortaliças foi inferior a cinco vezes por semana… Resultados. Os 408 adultos avaliados eram predominantemente do sexo feminino (68,63%), a prevalência de HAS foi de 23,03%, sendo maior entre as mulheres (24,64%) do que entre os homens (19,53%), no entanto, sem diferença significativa entre os sexos (Tabela 1). A média de idade foi de 39,9±12 anos, sendo que 47,71% dos indivíduos estavam na faixa etária entre 50 e 59 anos. A classe econômica mais prevalente foi a classe D-E com 31,82% de indivíduos entre os hipertensos (Tabela 1). A partir da Tabela 2 conclui-se que os fatores mais prevalentes encontrados entre os indivíduos hipertensos foram o DM, a obesidade e a dislipidemia. Foi encontrada associação significativa entre HAS e tabagismo (p<0,001), obesidade (p<0,001), CA (p=0,022), DM (p<0,001) e dislipidemia (p<0,001). As variáveis atividade física e padrão alimentar apresentaram-se sem diferença significativa (p=0,542, p=0,648, respectivamente). Após o ajuste das variáveis, a presença da HAS foi estatisticamente significativa entre faixa etária, tabagismo, IMC e diabetes mellitus, conforme apresentado na Tabela 3. - Os indivíduos com idade entre 50 e 59 anos têm 5,35 vezes mais chances de serem hipertensos do que os de 20 aos 29 anos. Os fumantes têm 2,36 vezes mais chances do que os não fumantes; os obesos têm 2,35 vezes mais chances do que os indivíduos de peso normal, e os indivíduos com DM têm 2,9 vezes mais chances de serem hipertensos do que os sem DM. Na Tabela 4 mostra-se que 40,38% dos indivíduos hipertensos de 50 a 59 anos possuem cinco ou mais fatores de risco cardiovascular. Já, entre os indivíduos hipertensos com idade de 20 a 29 anos tem-se que 25% não possuem fatores de risco cardiovasculares. Na idade dos 30 aos 39 anos 33,33% dos hipertensos apresentaram aglomeração de dois fatores de risco. Discussão A prevalência da HAS identificada neste estudo foi semelhante à encontrada em estudo realizado em Pelotas, Região Sul do país, e menor do que a observada em outras pesquisas nacionais e nos Estados Unidos, porém, foi maior do que a prevalência identificada em estudo mais abrangente realizado em todas as capitais brasileiras, utilizando informação autorreferida, que variou de 14,7% (em Palmas) a 29,5% (no Rio de Janeiro) com média de 21,6%(13). A hipertensão mostrou ser maior entre as pessoas do sexo feminino, corroborando achados de outras investigações realizadas com adultos(4,13-14) e idosos(4,13-15), e não se observou associação estatisticamente significativa entre os sexos, confirmando resultados encontrados nos municípios de Nobres, Mato Grosso e Firminópolis, Goiás. A presente pesquisa também demonstrou que a prevalência da hipertensão aumentou com o avançar da idade, como foi identificado em outro estudo, sendo que pessoas na faixa etária dos 50 aos 59 anos apresentaram 5,35 vezes mais chances de serem hipertensas do que as da faixa etária de 20 a 29 anos. A variável atividade física não apresentou associação significativa com a presença de HAS, similar aos resultados encontrados em estudo realizado no município de Sinop, Mato Grosso, porém, os autores dessa pesquisa relatam que os estudos longitudinais são mais apropriados para avaliar os efeitos da atividade física sobrea pressão arterial. O exercício físico regular é recomendado como procedimento não farmacológico no tratamento da HAS, não apenas pelo efeito benéfico sobre a pressão arterial, mas, também, pela redução de outros fatores de risco cardiovasculares. A dieta alimentar também não demonstrou associação significativa com HAS, o que pode estar relacionado ao tipo de metodologia empregada para avaliação da dieta, pois se considerou somente o consumo de verduras, hortaliças e frutas, porém, os consumos de sal e de gorduras também são indicadores importantes no caso de HAS. O consumo alimentar e a importância de uma dieta equilibrada deve ser uma das orientações recomendadas pelo profissional de sáude ao indivíduo com hipertensão, por favorecerem a redução do risco cardiovascular. Em relação ao tabagismo, verificou-se que os ex-fumantes apresentaram maior prevalência de hipertensão, corroborando resultados encontrados em outros estudos. Ainda, na presente pesquisa, os ex-fumantes e fumantes apresentaram associação significativa com a HAS. Em pesquisa realizada no Japão observou-se que o tabagismo e HAS são os dois principais fatores de risco para a mortalidade de adultos por doenças não transmissíveis. Em relação ao IMC, verificou-se no presente estudo associação significativa, semelhante aos resultados de outras pesquisas que também observaram associação significativa com a HAS. Neste estudo, os indivíduos com obesidade mostraram ter 2,35 vezes mais chances de serem hipertensos do que os indivíduos com peso considerado normal. A CA também mostrou ser importante indicador antropométrico, evidenciando associação significativa com a HAS, corroborando resultado obtido em estudo realizado com indivíduos chineses. A prevalência da obesidade tem aumentado em todo o mundo e é considerada importante fator de risco para a HAS. Estudo realizado no Norte da China descreve que o IMC aumentado está fortemente ligado à hipertensão, mas esse indicador representa o peso total do corpo, sendo incapaz de distinguir entre o excesso de tecido adiposo e a alta massa muscular. Na presente pesquisa, observou-se que os indivíduos com diabetes têm chance aumentada em quase três vezes para o desenvolvimento de HAS do que os não diabéticos. Um estudo epidemiológico aponta que diabetes e hipertensão são condições comumente associadas(16), confirmando os dados encontrados na presente pesquisa, na qual foi identificado que entre os indivíduos com diabetes, 50% são hipertensos. A dislipidemia autorreferida também apresentou associação significativa com HAS, mas, após o ajuste da variável, a associação não se manteve. Níveis elevados de colesterol associados à hipertensão representam mais de 50% do risco atribuível à doença coronariana, de forma que intervenções terapêuticas podem diminuir a morbidade e a mortalidade em diversas condições de risco(23). Encontrou-se, também, que a maioria dos indivíduos com HAS apresentou aglomeração de mais de três fatores de risco cardiovasculares e, conforme o avanço da idade, se mantinha o aumento do número de fatores associados. Conclusão. Para nós discentes em Enfermagem cabem: Os resultados mostrarem que a prevalência da HAS autorreferida foi maior entre as mulheres e na faixa etária entre 50 e 59 anos. Quanto aos fatores de risco, os mais prevalentes foram o diabetes mellitus, a obesidade e as dislipidemias, sendo esses considerados pela literatura fatores de risco importantes para a hipertensão arterial. O levantamento da prevalência da HAS e sua associação com outros fatores de risco cardiovasculares possibilitou conhecer o perfil de saúde da população em questão, identificando-se, assim, a necessidade premente de intervenções específicas de Enfermagem, a implementação de protocolo de atendimento que tenha como foco minimizar complicações decorrentes da hipertensão arterial, como também prevenir o surgimento de outras doenças cardiovasculares. Essas intervenções devem ser conduzidas de modo a permitir que os indivíduos discutam assuntos referentes à sua condição crônica e aos fatores de risco envolvidos e, ao mesmo tempo, sejam estimulados e obtenham subsídios que os alicercem na adoção de estilos de vida mais saudáveis. Nesse sentido, é altamente recomendável que os profissionais de Enfermagem e outros profissionais de saúde envolvidos em intervenções, valorizem as experiências, saberes e imitações individuais, implementem ações singulares e ofereçam condições para que ocorram mudanças comportamentais efetivas. 2°Ω CONCEITUAÇÃO Hipertensão arterial (HA) é condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes melito (DM). Mantém associação independente com eventos como morte súbita, acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), doença arterial periférica (DAP) e doença renal crônica (DRC), fatal e não fatal.1-4 Impacto médico e social da hipertensão arterial. Dados norte-americanos de 2015 revelaram que HA estava presente em 69% dos pacientes com primeiro episódio de IAM, 77% de AVE, 75% com IC e 60% com DAP. A HA é responsável por 45% das mortes cardíacas e 51% das mortes decorrentes de AVE. Hipertensão arterial e doença cardiovascular no Brasil. No Brasil, HA atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos, mais de 60% dos idosos, contribuindo direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular (DCV). Junto com DM, suas complicações (cardíacas, renais e AVE) têm impacto elevado na perda da produtividade do trabalho e da renda familiar, estimada em US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015. Em 2013 ocorreram 1.138.670 óbitos, 339.672 dos quais (29,8%) decorrentes de DCV, a principal causa de morte no país (Figura 1). As taxas de mortalidade têm apresentado redução ao longo dos anos, com exceção das doenças hipertensivas (DH), que aumentou entre 2002 e 2009 e mostrou tendência a redução desde 2010. As taxas de DH no período oscilaram de 39/100.000 habitantes (2000) para 42/100.000 habitantes. As doenças isquêmicas do coração (DIC) saíram de 120,4/100.000 habitantes (2000) para 92/100.000 habitantes (2013), e as doenças cerebrovasculares (DCbV) saíram de 137,7/100.000 habitantes (2000) para 89/100.000 habitantes (2013); também houve redução da IC congestiva (ICC), que variou de 47,7/100.000 habitantes (2000) para 24,3/100.000 habitantes (2013)9 (Figura 2). As DCV são ainda responsáveis por alta frequência de internações, com custos socioeconômicos elevados. Dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) apontam significativa redução da tendência de internação por HA, de 98,1/100.000 habitantes em 2000 para 44,2/100.000 habitantes em 2013. Taxas históricas de hospitalização por DCV por região são apresentadas na Figura 3, com redução para DH e manutenção da estabilidade ou tendência a redução para AVE, embora indique aumento das internações por DIC. Prevalência de hipertensão arterial A prevalência de HA no Brasil varia de acordo com a população estudada e o método de avaliação (Tabela 1). Na meta-análise de Picon et al., os 40 estudos transversais e de coorte incluídos mostraram tendência à diminuição da prevalência nas últimas três décadas, de 36,1% para 31,0%. Estudo com 15.103 servidores públicos de seis capitais brasileiras observou prevalência de HA em 35,8%, com predomínio entre homens (40,1% vs 32,2%). Dados do VIGITEL (2006 a 2014) indicam que a prevalência de HA autorreferida entre indivíduos com 18 anos ou mais, residentes nas capitais, variou de 23% a 25%, respectivamente, sem diferenças em todo o períodoanalisado, inclusive por sexo. Entre adultos com 18 a 29 anos, o índice foi 2,8%; de 30 a 59 anos, 20,6%; de 60 a 64 anos, 44,4%; de 65 a 74 anos, 52,7%; e ≥ 75 anos, 55%. O Sudeste foi a região com maior prevalência de HA autorreferida (23,3%), seguido pelo Sul (22,9%) e Centro-Oeste (21,2%). Nordeste e Norte apresentaram as menores taxas, 19,4% e 14,5%, respectivamente. Em 2014, a PNS mediu a pressão arterial (PA) de moradores selecionados em domicílios sorteados, utilizando aparelhos semi-automáticos digitais, calibrados. Foram realizadas três medidas de PA, com intervalos de dois minutos, considerando-se a média das duas últimas, inseridas em smartphone. A prevalência geral de PA ≥140/90 mmHg foi 22,3%, com predomínio entre os homens (25,3% vs 19,5%), variando de 26,7% no Rio de Janeiro a 13,2% no Amazonas, com predomínio na área urbana em relação à rural (21,7% vs 19,8%). Conhecimento, tratamento e controle Uma revisão7 mostrou que as taxas de conhecimento (22% a 77%), tratamento (11,4% a 77,5%) e controle (10,1% a 35,5%) da PA também variaram bastante, dependendo da população estudada (Tabela 2). Pré-hipertensão. Pré-hipertensão (PH) é uma condição caracterizada por PA sistólica (PAS) entre 121 e 139 e/ou PA diastólica (PAD) entre 81 e 89 mmHg.13 A prevalência mundial variou de 21% a 37,7% em estudos de base populacional, com exceção do Irã (52,1%) (Figura 4). A PH associa-se a maior risco de desenvolvimento de HA15,16 e anormalidades cardíacas.17 Cerca de um terço dos eventos cardiovasculares (CV) atribuíveis à elevação de PA ocorrem em indivíduos com PH.18 Meta-análises do risco de incidência de DCV, DIC e AVE em indivíduos pré-hipertensos mostrou que o risco foi maior naqueles com níveis entre 130 e 139 ou 85 e 89 mmHg do que naqueles com níveis entre 120 e 129 ou 80 e 84 mmHg (Figura 5). A implicação clínica dessas evidências epidemiológicas é que a PA de indivíduos pré-hipertensos deve ser monitorada mais de perto, pois uma significativa proporção deles irá desenvolver HA e suas complicações. Fatores de risco para hipertensão arterial Idade Há uma associação direta e linear entre envelhecimento e prevalência de HA, relacionada ao: i) aumento da expectativa de vida da população brasileira, atualmente 74,9 anos; ii) aumento na população de idosos ≥ 60 anos na última década (2000 a 2010), de 6,7% para 10,8%.19 Meta-análise de estudos realizados no Brasil incluindo 13.978 indivíduos idosos mostrou 68% de prevalência de HA. - Dos Fatores Relacionados: 1) Ingestão de sal O consumo excessivo de sódio, um dos principais FR para HA, associa-se a eventos CV e renais.22,23 No Brasil, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), obtidos em 55.970 domicílios, mostraram disponibilidade domiciliar de 4,7 g de sódio/pessoa/dia (ajustado para consumo de 2.000 Kcal), excedendo em mais de duas vezes o consumo máximo recomendado (2 g/dia), menor na área urbana da região Sudeste, e maior nos domicílios rurais da região Norte. O impacto da dieta rica em sódio estimada na pesquisa do VIGITEL de 2014 indica que apenas 15,5% das pessoas entrevistadas reconhecem conteúdo alto ou muito alto de sal nos alimentos. 2) Ingestão de álcool Consumo crônico e elevado de bebidas alcoólicas aumenta a PA de forma consistente. Meta-análise de 2012, incluindo 16 estudos com 33.904 homens e 19.372 mulheres comparou a intensidade de consumo entre abstêmios e bebedores.25 Em mulheres, houve efeito protetor com dose inferior a 10g de álcool/dia e risco de HA com consumo de 30-40g de álcool/dia. Em homens, o risco aumentado de HA tornou-se consistente a partir de 31g de álcool/dia. Dados do VIGITEL, 2006 a 2013, mostram que consumo abusivo de álcool – ingestão de quatro ou mais doses, para mulheres, ou cinco ou mais doses, para homens, de bebidas alcoólicas em uma mesma ocasião, dentro dos últimos 30 dias - tem se mantido estável na população adulta, cerca de 16,4%, sendo 24,2% em homens e 9,7% em mulheres. Em ambos os sexos, o consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi mais frequente entre os mais jovens e aumentou com o nível de escolaridade. 3) Sedentarismo Estudo de base populacional em Cuiabá, MT, (n = 1.298 adultos ≥ 18 anos) revelou prevalência geral de sedentarismo de 75,8% (33,6% no lazer; 19,9% no trabalho; 22,3% em ambos). Observou-se associação significativa entre HA e idade, sexo masculino, sobrepeso, adiposidade central, sedentarismo nos momentos de folga e durante o trabalho, escolaridade inferior a 8 anos e renda per capita < 3 salários mínimos. Dados da PNS apontam que indivíduos insuficientemente ativos (adultos que não atingiram pelo menos 150 minutos semanais de atividade física considerando o lazer, o trabalho e o deslocamento) representaram 46,0% dos adultos, sendo o percentual significantemente maior entre as mulheres (51,5%). Houve diferença nas frequências de insuficientemente ativos entre faixas etárias, com destaque para idosos (62,7%) e para adultos sem instrução e com nível de escolaridade fundamental incompleto (50,6%). 4) Fatores socioeconômicos Adultos com menor nível de escolaridade (sem instrução ou fundamental incompleto) apresentaram a maior prevalência de HA autorreferida (31,1%). A proporção diminuiu naqueles que completam o ensino fundamental (16,7%), mas, em relação às pessoas com superior completo, o índice foi 18,2%. No entanto, dados do estudo ELSA Brasil, realizado com funcionários de seis universidades e hospitais universitários do Brasil com maior nível de escolaridade, apresentaram uma prevalência de HA de 35,8%, sendo maior entre homens. 5) Genética Estudos brasileiros que avaliaram o impacto de polimorfismos genéticos na população de quilombolas não conseguiram identificar um padrão mais prevalente. Mostraram forte impacto da miscigenação, dificultando ainda mais a identificação de um padrão genético para a elevação dos níveis pressóricos. Estratégias para implementação de medidas de prevenção. Estratégias para prevenção do desenvolvimento da HA englobam políticas públicas de saúde combinadas com ações das sociedades médicas e dos meios de comunicação. O objetivo deve ser estimular o diagnóstico precoce, o tratamento contínuo, o controle da PA e de FR associados, por meio da modificação do estilo de vida (MEV) e/ou uso regular de medicamentos. ● O que é hipertensão? A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9). A pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo. A pressão alta é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. O problema é herdado dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida do indivíduo. ● Causas da pressão alta. Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles: Fumo Consumo de bebidas alcoólicas Obesidade Estresse. Elevado consumo de sal Níveis altos de colesterol Falta de atividade física; Além desses fatores de risco, sabe-se que a incidência da pressão alta é maior na raça negra, em diabéticos, e aumenta com a idade. ● Tratamento: A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelo programa Farmácia Popular. Para retirar os remédios, basta apresentarum documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do prazo de validade, que são 120 dias. A receita pode ser emitida tanto por um profissional do SUS quanto por um médico que atende em hospitais ou clínicas privadas. ● Prevenção. Além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável: Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares; Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos; Praticar atividade física regular; Aproveitar momentos de lazer; Abandonar o fumo; Moderar o consumo de álcool; Evitar alimentos gordurosos; Controlar o diabetes. Com a prevenção, não se é garantida 100% de eficácia de livrar-se de adquirir a Hipertensão. Porém, ajuda muito no combate e deixar ela de escanteio… At.et: Sidney Heleno Barbosa. Aluno s.o.s😂
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