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PREPARATÓRIO PARA OAB Professor: Dr. Flávio Tartuce DISCIPLINA: DIREITO CIVIL Capítulo 6 Aula 1 DA COMPRA E VENDA Coordenação: Dr. Flávio Tartuce 01 Conceito e Natureza Jurídica "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br O contrato de compra e venda é aquele pelo qual um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e, o outro, a pagar-lhe o preço em dinheiro, conforme prevê o artigo 481 do Novo Código Civil. Quanto à sua natureza jurídica, o contrato de compra e venda é um contrato bilateral por excelência, presente a "sinalagmática", proporcionalidade das prestações. Constitui um contrato oneroso, pois envolve sacrifício patrimonial da partes, presente uma remuneração denominada preço. Por regra, constitui contrato comutativo, eis que as partes sabem, desde o início, quais são as prestações que podem ser cumpridas. Entretanto, eventualmente, pode assumir a forma aleatória, em duas formas básicas: -Contrato Aleatório "emptio spei": quando houver riscos variáveis quanto à própria existência da coisa adquirida. -Contrato Aleatório "empito rei speratae": quando houver variação somente quanto à quantidade. O contrato de compra e venda é sempre consensual aperfeiçoando-se e gerando efeitos com a simples manifestação de vontade. Não se pode confundir que a entrega da coisa (tradição) e o registro imobiliário não mantém relação com o aperfeiçoamento da avença, mas com o cumprimento do negócio. Com a manifestação volitiva, o pacto começa a gerar efeitos. O contrato pode ser formal ou informal, dependendo do caso. 2 ELEMENTOS ESSENCIAIS DA COMPRA E VENDA. De acordo com aquilo que consta do Código Civil Brasileiro, são elementos essenciais do contrato de compre e venda, além daqueles comuns a todos os negócio jurídicos: a coisa, o preço e a vontade ou consentimento. a) DA COISA: constitui o objeto da compra e venda, devendo ser corpórea, eis que os bens incorpóreos somente podem ser objeto de contrato de cessão de direitos. A coisa, objeto da compra e venda, deve ser disponível, podendo ser objeto de alienação gratuita ou onerosa, uma vez que sua inalienabilidade impossibilitaria a sua transmissão ao comprador. b) PREÇO: é a quantia em dinheiro que o comprador é obrigado a pagar pela coisa, constituindo o valor do contrato em questão. O Código Civil prevê que o preço deve sempre ser pago em dinheiro. Eventualmente, o preço poderá ser pago em documentos que representam pecúnia, caso do cheque e da nota promissória. O preço não pode ser consubstanciado em outra coisa, eis que nesse caso haverá troca, permuta ou escambo contratual. c) CONSENTIMENTO: dos contratantes sobre a coisa, preço e demais condições do negócio jurídico em questão. Aula 1 02 3. REGRAS e efeitos PRINCIPAIS do contrato de compra e venda. -Prevê o artigo 490 do Novo Código Civil que, regra geral, as despesas de escritura e registro ficarão a cargo do comprador. - Havendo compra e venda instantânea, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço (artigo 491), preceito sintonizado com a "exceção de contrato não cumprido". -O vendedor deve garantir a qualidade e bom funcionamento da coisa alienada, tanto em relação aos vícios redibitórios concebidos à luz dos artigos 441 a 446 do Novo Código Civil -, quanto aos vícios do produtos conforme artigos 18 e 26 da Lei nº 8.078/90. - Conforme consta do artigo 492 do nCC, os riscos da coisa correm por conta do dono (vendedor). Os riscos relacionados com o preço, por conta do credor, que tem a obrigação de pagá-lo. -Quanto às despesas de transporte, correm por conta do vendedor, conforme Segunda parte do artigo 490 do nCC. Eventualmente, essas despesas podem ser divididas entre as partes, conforme prevê esse comando legal. 4. Proibição de venda A lei civil proíbe que os ascendentes vendam aos descendentes quaisquer bens, sem que haja o consentimento dos outros descendentes e o cônjuge do alienante, salvo se casado sob o regime de separação obrigatória (art. 496 do nCC), sob pena de anulação do negócio jurídico celebrado. Essa venda poderia simular uma doação em prejuízo dos demais herdeiros. A pessoa casada (exceto no regime de separação absoluta de bens) não poderá alienar ou gravar de ônus os bens imóveis do seu domínio sem a autorização do outro cônjuge (art. 1.647 do nCC). Os consortes não poderão fazer contrato entre si com relação aos bens incluídos na comunhão, sob pena de ser declarada a sua nulidade absoluta, por incompatibilidade do objeto. Se a compra e venda tem por objeto bem excluído da comunhão, como no caso de serem os consortes casados pelo regime da separação total de bens, haverá a possibilidade da compra e venda ser efetivada. 5. Proibição da compra Não podem ser comprados, ainda que em hasta pública (art. 497 do nCC): Pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração. A lei receia que estas pessoas se façam prevalecer de sua posição especial para lograrem vantagem em detrimento dos titulares dos bens que guardam ou administram. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 03 Pelos servidores públicos, os bens da união, dos Estados e dos Municípios, que estiverem sob sua administração direta ou indireta, aplicando-se a mesma disposição aos juízes, arbitradores, ou peritos que, de qualquer modo, possam influir no ato ou no preço da venda. Pelos juízes, empregados da Fazenda, secretários de tribunais, escrivães e outros oficiais da Justiça, os bens ou direitos, sobre que se litigam em tribunal, juízo, ou conselho, no lugar onde esses funcionários servirem ou a que se estender sua autoridade. Pelos leiloeiros e seus prepostos quanto aos bens de cuja venda estejam encarregados e corretores das Bolsas quanto aos bens a eles confiados. O proprietário de coisa alugada, para vendê-la deverá dar conhecimento do fato ao inquilino, que terá direito de preferência para adquiri-la em igualdade de condições com terceiros. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br
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