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VEE ONE APOSTILA DO CURSO DE CMV AFACV 20SET2015

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ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE 
DO COMISSÁRIO DE VOO 
 
APOSTILA DO CURSO DE COMISSÁRIO DE VOO 
 
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ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE DO COMISSÁRIO DE VOO - AFAC 
 
A Medicina Aeroespacial é uma especialização dentro da medicina que se destina a estudar, tratar e 
prevenir doenças que podem ser provocadas em pessoas expostas a atividade aérea constante. 
O especialista de medicina aeroespacial pode atuar em empresas de companhias aéreas que 
transportam passageiros, em clínicas médicas em aeroportos, dando orientação médica a viajantes e turistas, 
entre outras funções que envolvem assuntos relacionados com a saúde e o voo. 
A importância da matéria Aspectos Fisiológicos da Atividade do Comissário de Voo está relacionada 
ao reconhecimento do ambiente aéreo, dos fatores que interferem na saúde do indivíduo atuante nessa área e a 
aplicabilidade dos recursos existentes, capazes de minimizar a agressão ao organismo humano. 
A atividade aeronáutica não favorece a um funcionamento orgânico adequado, impõe ao indivíduo 
situações às quais ele não está sujeito habitualmente. Portanto, visando entender os fenômenos provenientes de 
tal atividade, noções básicas sobre anatomia e fisiologia tornam-se necessárias. 
 
 NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 
 
O Corpo Humano é constituído por diferentes partes, entre elas, a pele, os músculos, os nervos, os 
órgãos, os ossos etc. Cada parte do corpo humano é formada por inúmeras células que apresentam formas e 
funções definidas. 
A vida do ser humano se inicia a partir de uma única célula. Esta se divide e origina duas novas células, 
que também se dividem e formam mais duas e assim sucessivamente. As células trabalham em grupo, estão 
organizadas de maneira integrada, desempenhando juntas uma função determinada. Esses grupos de células 
formam os tecidos. Os tecidos, assim como as células, se agrupam. O conjunto de tecidos que desempenham 
determinada função recebe o nome de órgãos. O conjunto de órgãos que atua de forma integrada constitui 
um sistema, onde cada um desempenha uma função específica. 
São vários os sistemas que compõem o nosso organismo, dentre eles: o sistema respiratório, 
cardiovascular ou circulatório, digestório, urinário, muscular, esquelético, nervoso, visual, auditivo, endócrino e 
tegumentar etc.. Por fim, o conjunto de todos os sistemas constitui o organismo. 
 
 DEFINIÇÃO 
A anatomia (anatome = cortar em partes, cortar separando) refere-se ao campo da biologia responsável 
por estudar a estrutura física dos seres vivos e as relações entre elas. Estuda-se o conhecimento do corpo 
humano com a descrição dos ossos, articulações, músculos, vasos e nervos. 
A fisiologia (physis + lógos + ia) é o ramo da ciência que se preocupa com o estudo do funcionamento e 
equilíbrio do corpo humano, isto é, a forma como ele trabalha. 
A anatomia e a fisiologia são campos de estudo estreitamente relacionados onde a primeira incide sobre 
o conhecimento da forma e a segunda dedica-se ao estudo da função de cada parte do corpo, 
 
 
 
 
SISTEMA ESQUELÉTICO 
 
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 O esqueleto humano é a estrutura óssea que compõe o corpo humano. Em outras palavras, corresponde 
ao conjunto de ossos de um determinado corpo. Já o sistema esquelético é composto por uma grande 
quantidade de ossos e cartilagens perfeitamente interligados através das articulações. 
 Para um melhor entendimento, podemos dividi-lo em três partes: cabeça, tronco e membros (superior e 
inferior). 
 
 vista anterior vista posterior vista lateral 
 
Cabeça 
A cabeça divide-se, basicamente, em ossos do crânio e da face, onde se localizam órgãos de importância 
vital para a sobrevivência humana. No interior do crânio encontramos um dos componentes do sistema nervoso 
central, o cérebro, de onde se originam os nervos cranianos, entre os quais se destacam o olfativo, o óptico e o 
auditivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No interior dos ossos do crânio e face encontramos os seios paranasais, que são espaços preenchidos por 
ar, e que se comunicam com a cavidade nasal por meio de orifícios. Qualquer perturbação que venha dificultar a 
livre comunicação dos seios da face com as fossas nasais pode provocar um quadro de sinusite, que no ambiente 
aéreo denomina-se barosinusite, aerosinusite ou aerosinusobaropatia. 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%A2nio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cavidade_nasal
 
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Tronco 
 
O tronco é a maior porção do corpo e se divide em tórax, abdômen e pelve. 
 
Tórax 
 
 É uma estrutura em forma de barril achatado, que inclui o osso esterno anteriormente, de onde partem doze 
pares de costelas, que se unem posteriormente as vértebras torácicas formando um arcabouço torácico. Possui a 
finalidade de proteger os pulmões, coração e os principais vasos sanguíneos. 
 
 
 
 
 
 Coluna Vertebral 
A coluna vertebral é constituída pela superposição de uma série de ossos isolados denominados 
vértebras. Entre um corpo vertebral e outro está o disco intervertebral. As vértebras sobrepostas formam um 
canal chamado canal medular que contém no seu interior a medula espinhal. 
 vista anterior vista posterior 
http://www.doresnascostas.com.br/links_internos.asp?Id=12
http://www.doresnascostas.com.br/links_internos.asp?Id=17
 
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 Membros 
 
A partir do tronco, podemos encontrar: 
• Membros superiores: formados pela cintura escapular ou ombro, braço, antebraço, punho e mão; 
• Membros Inferiores: formado por cintura pélvica, coxa, perna, tornozelo e pé. 
 
 Funções do Sistema Esquelético: 
 
 Sustentação do organismo (apoio para o corpo) 
 Proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, cérebro) 
 Base mecânica para o movimento 
 Armazenamento de sais (cálcio, por exemplo) 
 Hematopoiética (suprimento contínuo de células sanguíneas novas) 
 
 
 SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) 
 
O sistema nervoso central é responsável por receber e processar informações. É constituído de encéfalo 
e medula espinhal, protegidos pelos ossos do crânio e coluna vertebral, respectivamente. Ambas as estruturas 
são reforçadas por três lâminas conjuntivas, denominadas meninges. 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cintura_p%C3%A9lvica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coxa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Perna
https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9
 
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Encéfalo 
 
O encéfalo encontra-se localizado no interior do crânio. É constituído por um conjunto de estruturas 
especializadas e integradas entre si assegurando unidade ao comportamento humano. 
Muitos não diferem encéfalo de cérebro, mas é importante saber que o encéfalo é um conjunto de 
estruturas que estão anatômica e fisiologicamente interligadas, enquanto o cérebro é parte integrante do 
encéfalo, sendo desse a estrutura mais popular. 
 
Cérebro → é a parte mais desenvolvida do encéfalo, é o centro de controle do movimento, do sono, da 
fome, da sede e de quase todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência. Todas as emoções também 
são controladas pelo cérebro. Ele está encarregado ainda de receber e interpretar os inúmeros sinais enviados 
pelo organismo e pelo exterior. 
 
Cerebelo → localizado na parte posterior ao tronco encefálico, suas atividades estão relacionadas ao 
equilíbrio, postura corporal. 
 
 Bulbo → é o centro vital de um organismo, rege o funcionamento de variados sistemas e órgãos. É o 
regulador do sistema respiratório, cardíaco, digestório, e colabora com as fisiologias relacionadas à deglutição, 
salivação, espirro e tosse. 
 
MEDULA ESPINHAL 
 
 SNC 
ENCÉFALO 
MESENCÉFALO 
PONTE 
BULBO 
 
CÉREBRO 
CEREBELO 
 
TRONCO ENCEFÁLICO 
 
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/cerebro/http://www.infoescola.com/anatomia-humana/encefalo/
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/cerebelo/
 
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Medula Espinhal 
 
A medula espinhal apresenta-se como uma continuidade do encéfalo fazendo parte do sistema nervoso 
central, encontra-se alojada no interior da coluna vertebral mais propriamente dentro do canal vertebral. 
A medula tem como principal função a transmissão de sinais neurais, leva e traz informações, entre as 
diferentes partes do corpo e o cérebro, com exceção da cabeça que é suprida pelos nervos cranianos. 
 
 
 
 
ORIENTAÇÃO ESPACIAL 
 
Por orientação espacial compreende-se a habilidade natural do ser humano em manter a orientação e 
postura natural de seu corpo em relação ao ambiente que o envolve, seja em repouso ou durante movimento. No 
voo, o problema da orientação é muito maior do que em solo porque o corpo pode ser influenciado por uma 
variedade de impressões ilusórias devido às acelerações impostas sobre ele pelo movimento da aeronave. 
Desta forma, as pessoas envolvidas na atividade aeronáutica estão sujeitas à situação de desorientação 
espacial, estado de confusão criado pelo desencontro de informações enviadas ao cérebro através dos órgãos 
sensoriais, resultando em problemas para reconhecer a posição da aeronave em relação a um ponto de 
referência específico. 
Os órgãos sensoriais responsáveis pela orientação são chamados de órgãos do equilíbrio. Os órgãos 
sensoriais que se constituem nas principais fontes de informação através das quais o ser humano é capaz de 
manter o equilíbrio (orientação) em relação à superfície da terra são: o aparelho vestibular (orelha interna), o 
sistema proprioceptivo (pele e articulações) e o aparelho visual. 
 
 
 
 
 
Nervos que passam pela medula e tem por finalidade conduzir informações oriundas das diversas 
estruturas do corpo para o cérebro, e vice-versa. 
 
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SISTEMA AUDITIVO 
 
O ouvido é o responsável pela capacidade de ouvir, ou seja, pela audição e também pelo equilíbrio do 
corpo. É composto, basicamente, por três estruturas denominadas: orelha externa, orelha média, e orelha 
interna. 
 
 
 
1. Orelha externa→ porção mais externa da orelha composta de duas partes: o pavilhão auditivo, 
também conhecido como orelha e o conduto auditivo externo. A função principal do pavilhão auditivo é 
coletar sons, agindo como um funil e direcionando-o para o conduto auditivo. Já o conduto auditivo externo tem a 
função de transmitir os sons captados pela orelha para o tímpano além de servir de câmara 
de ressonância ampliando algumas frequências de sons. 
 
2. Orelha média → é uma cavidade oca cheia de ar, que possui três ossículos: martelo, bigorna e 
estribo responsáveis por amplificar a vibração do tímpano com ondas de pressão no fluido do ouvido interno. 
Composta também por uma estrutura denominada trompa de Eustáquio ou tuba auditiva, que liga o ouvido 
médio à faringe e que ajuda a manter o equilíbrio da pressão do ar entre os dois lados da membrana timpânica. 
A trompa funciona como uma válvula, abrindo e fechando quando bocejamos, mastigamos, engolimos, igualando 
as pressões dos dois lados do tímpano. Qualquer obstrução neste canal causará alterações na pressão do ar 
acumulado no interior do ouvido médio, podendo resultar em graves consequências, representadas pelas 
otobaropatias, como será visto adiante. 
 
3. Ouvido interno → agrupa dois órgãos sensoriais distintos: o vestíbulo, órgão do equilíbrio e a cóclea, 
órgão da audição. 
 
 Cóclea: 
 
A onda sonora funciona como as ondas do mar, porém, ao invés de moverem a água, movem o ar. A 
cóclea ou caracol é o órgão sensorial responsável pela audição, sua sensibilidade aos sons varia de acordo com 
http://www.infoescola.com/audicao/ouvido/
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/audicao/
http://www.infoescola.com/sistema-nervoso/equilibrio-postural/
http://www.infoescola.com/sistema-nervoso/equilibrio-postural/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orelha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conduto_auditivo_externo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Som
https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%ADmpano_(ouvido)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Resson%C3%A2ncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ouvido_m%C3%A9dio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ouvido_m%C3%A9dio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Faringe
https://pt.wikipedia.org/wiki/Press%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Membrana_timp%C3%A2nica
 
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a região. Os sons agudos, mais potentes, são captados principalmente na base da cóclea, ao passo que os sons 
mais graves, menos potentes, são captados principalmente pelo seu ápice. 
 O papel da cóclea é transformar a vibração dos líquidos e estruturas adjacentes em mensagem nervosa. 
Para um melhor entendimento sobre a função dessa estrutura vamos aprender de forma simplificada como se 
processa o som: 
As vibrações sonoras que se propagam pelo ar, são captadas pelo pavilhão auricular e são direcionadas 
ao interior da orelha. Quando essas vibrações chegam até a membrana timpânica, que é uma pele rígida e fina 
que divide o canal auditivo e o ouvido médio, a mesma vibra. Essa vibração é transmitida para aos três ossículos 
da orelha média (primeiro o martelo, depois a bigorna e por último, o estribo), que por sua vez, amplificam as 
vibrações do tímpano em ondas de pressão convertidas mecanicamente e introduzidas no ouvido interno pelo 
estribo através da janela oval, fazendo com que o liquido no interior da cóclea se mova. Dentro da cóclea, o 
movimento do fluído, denominado perilinfa, é captado pelas células ciliadas que o transmite, por meio de 
impulsos nervosos que percorrem o nervo auditivo até o córtex cerebral, onde a informação será interpretada. 
 
 Vestíbulo 
 
O aparelho vestibular ou sistema vestibular, é o conjunto de órgãos do ouvido interno responsáveis pela 
manutenção do equilíbrio. 
Este sistema é composto pelos três canais semicirculares que se fundem numa região central denominada 
vestíbulo, que apresenta duas outras estruturas vesiculares: o sáculo e utrículo, também conhecidos como 
órgãos otolíticos. 
Os canais semicirculares detectam alterações de aceleração angular, e os otólitos, que detectam 
alterações de aceleração linear e de gravidade. Tanto os canais semicirculares, como os otólitos, fornecem 
informações ao cérebro quanto à posição e movimento do corpo. 
Quando uma aceleração é aplicada à cabeça, o fluido (endolinfa) presente nos canais semicirculares no 
plano de rotação, retarda-se por causa de sua inércia, estimulando os receptores sensoriais, os quais enviam 
impulsos nervosos ao cérebro, indicando que o movimento está ocorrendo. Depois de um curto período de 
duração (aproximadamente 20 segundos), o fluido atinge a mesma velocidade que o canal da orelha e a 
sensação de movimento para. Isso pode ser exemplificado através de um copo com água. Inicialmente, o copo 
se move, mas a água não. Porém, se o movimento no copo continuar, a velocidade da água vai se igualar a do 
copo. 
Em voo, este fenômeno cria um problema de orientação porque em movimentos que durem mais que 20 
segundos, numa curva, por exemplo, pode-se perder a sensação de rotação, e quando a curva acabar, como o 
canal da orelha para e o fluido continua, pode-se ter a sensação de rotação, mesmo se parado. 
Em poucas palavras, as características de reação do sistema vestibular são específicas para a operação 
terrestre, onde as acelerações são seguidas de imediato por uma desaceleração. A atividade aérea impõe 
padrões inusitados de movimento, o que faz o aparelho vestibular reagir erroneamente, provocando “ilusões” de 
movimentos e posições corporais em relação ao espaço. 
 
 
 
 
 
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/audicao/
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/aparelho-vestibular/
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93rg%C3%A3o_(anatomia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ouvido_interno
https://pt.wikipedia.org/wiki/Equil%C3%ADbrio
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/aparelho-vestibular/9 
 
SISTEMA VISUAL 
 
A visão é um dos órgãos dos sentidos, e é por meio desse sentido que temos a capacidade de enxergar 
tudo à nossa volta. Os olhos são os órgãos responsáveis pelo sentido da visão no qual uma imagem óptica do 
mundo externo é produzida e transformada em impulsos nervosos e conduzida ao cérebro. 
Eles se encontram no interior de cavidades ósseas, chamadas de órbitas oculares. O globo ocular é uma 
esfera com cerca de 2,5 cm de diâmetro e 7 g de peso. 
 
 
 
Quando se olha na direção de algum objeto, a imagem atravessa primeiramente a córnea, uma película 
transparente que protege o olho, alcançando a íris, que regula a quantidade de luz recebida por meio de uma 
abertura chamada pupila. 
Observe que quando estamos em um ambiente mal iluminado, o orifício da pupila aumenta e permite a 
entrada de maior quantidade de luz. Quando estamos em locais muito 
claros, o orifício da pupila diminui, de forma a não nos ofuscar, e não deixar que a luminosidade em excesso 
prejudique as células da retina. 
Passada a pupila, a imagem chega a uma lente, o cristalino, e é focada sobre a retina. A lente do olho produz 
uma imagem invertida, e o cérebro a converte para a posição correta. Na retina, mais de cem milhões de células 
fotorreceptoras (cones e bastonetes) transformam as ondas luminosas em impulsos eletroquímicos, que são 
decodificados pelo cérebro. 
As células Cones presente na retina são responsáveis pela captação de luzes coloridas, ou cores, e em 
condições de ambientes extremamente iluminados, devido a isso o seu trabalho está mais efetivo durante o dia. 
Já os bastonetes são especializados em visão de penumbra ou popularmente visão em “preto & branco”, isso 
ocorre quando a visão tem mais contrastes em cinza escuro e cinza claro, sem muita noção de cores com isso 
podemos concluir que é um tipo de célula que atua muito mais durante a noite. 
Se qualquer um, ou mais, destes componentes não estiver funcionando corretamente, o resultado é uma 
imagem de má qualidade. 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
O diafragma, importante músculo da mecânica respiratória, faz a divisão entre a cavidade torácica e a 
cavidade abdominal. É nesta cavidade que será encontrado o conjunto de órgãos que forma o aparelho 
digestório, também chamado trato digestivo ou tubo digestivo. Os órgãos do sistema digestório propiciam a 
http://www.brasilescola.com/oscincosentidos/
 
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ingestão e nutrição do que ingerimos, permitindo com que seja feita a absorção de nutrientes, além da 
eliminação de partículas não utilizadas pelo nosso organismo. 
 
 
 
É na cavidade bucal que a digestão começa. O alimento é mastigado e as enzimas da saliva quebram 
certos carboidratos. A língua, além de sentir o sabor, ajuda os músculos da faringe a empurrar a mistura de 
comida e saliva (bolo alimentar) para o esôfago e daí para o estômago. 
O estômago armazena, mistura e começa a digestão das gorduras. O alimento pode passar várias horas 
no estômago, onde é misturado com ácido e mais enzimas e, parcialmente digerido por eles até atingir uma 
massa de consistência semilíquida (quimo). Depois de passar para o duodeno, o quimo sofre nova quebra pelos 
sucos digestivos do fígado e do pâncreas. 
O pâncreas é responsável pela produção de insulina, substância fundamental na metabolização das 
moléculas de açúcar, já o fígado é responsável pela produção da bile que será armazenada na vesícula biliar, e 
tem a função de auxiliar na digestão das gorduras. 
Nos intestinos a etapa final da digestão é completada. Os nutrientes são quebrados em unidades químicas 
bem pequenas para poderem passar pela parede do intestino, atingindo a rede de vasos sanguíneos e linfáticos 
que vai levá-los para o fígado. 
Os materiais que não servem vão para o reto, onde ficam armazenados até serem expelidos pelo canal do 
ânus em intervalos regulares (fezes). 
 
SISTEMA URINÁRIO 
 
Compreende rins, ureteres, bexiga e uretra. Nesse sistema são eliminadas todas as excreções do corpo 
humano. Eles filtram o sangue e dão início ao processo de formação da urina, entre outras funções temos a 
reabsorção de substancias importantes para o organismo, e equilíbrio hídrico. 
 
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Os nossos tecidos recebem do sangue substâncias nutritivas, e nele abandonam aqueles compostos 
químicos tóxicos que se formam como resultado do complexo fenômeno da nutrição. Tais substâncias são 
danosas e devem ser eliminadas para não intoxicar o organismo e pôr a vida em perigo. A maior parte desses 
produtos é eliminada por trabalho do aparelho urinário; somente uma parte mínima é eliminada pelas glândulas 
sudoríparas mediante o suor. 
O aparelho urinário tem a tarefa de separar do sangue as substâncias nocivas e de eliminá-las sob a 
forma de urina. Os rins filtram o sangue e são os verdadeiros órgãos ativos no trabalho de seleção das 
substâncias de rejeição. Os bacinetes renais com os respectivos ureteres conduzem a urina até a bexiga, que 
serve de reservatório com capacidade para armazenamento de 300ml de urina, para, posteriormente, dali, ela 
ser eliminada através da uretra. 
 
Juntamente com as substâncias de rejeição, o aparelho urinário filtra e elimina também água. A eliminação 
de água é necessária porque as substâncias de rejeição estão dissolvidas no plasma, constituído, na sua maior 
parte, de água, e também porque a quantidade de água presente no sangue e nos tecidos deve ser mantida 
constante. 
A água entra na composição de todos os tecidos e da substância intercelular (que preenche os espaços 
entre as células). Ela é o constituinte universal de tudo no organismo e tem a tarefa essencial de servir de "solvente" 
de todas as substâncias fisiologicamente ativas 
 A água entra no organismo com os alimentos e as bebidas, mas em parte se forma no próprio organismo 
por efeito das reações químicas que aí têm lugar. Depois de ter realizado as suas importantes funções, a água 
deve ser eliminada: como antes tinha servido de veículo às substâncias nutritivas, agora serve de veículo às 
substâncias de rejeição. 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
É o responsável por uma função vital para o corpo humano: a respiração. Compreende as fossas nasais, 
faringe, laringe, traqueia, brônquios, pulmões, bronquíolos e os sacos alveolares. 
 
RIM RIM 
URETER 
URETER 
BEXIGA 
ESFINCTER URETRA 
 
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A respiração é uma função essencial para o organismo por ser o mecanismo responsável pela troca 
gasosa entre ele e o meio externo. Ela ocorre através de uma sequência de movimentos respiratórios: o 
movimento de inspiração (expansão pulmonar), quando o oxigênio passa por difusão para o sangue e o 
movimento de expiração (retração pulmonar), quando ocorre a eliminação do gás carbônico. 
A hemoglobina, uma proteína existente na hemácia, é responsável pelo transporte de gases, ela tem 
afinidade pelo oxigênio, e quando se une a ele forma o composto denominado oxihemoglobina. Porém, ela tem 
uma afinidade 250 vezes maior pelo dióxido de carbono, formando o que chamamos carbaminohemoglobina, 
assim sendo, a oxigenação das células fica comprometida na sua presença. Quando a hemoglobina se une ao 
monóxido de carbono (gás tóxico proveniente de queimadas, fumo, poluição, etc.) forma o composto 
denominado carboxihemoglobina. 
 
 Você sabe explicar como colocamos ar em nosso corpo? 
 
Através de movimentos musculares, em parte voluntários, o diafragma e as costelas são abaixados, 
promovendo um aumento do volume do tórax. A pressão nos pulmões fica diminuída (pressão negativa) em 
relação à pressão externa (atmosférica), promovendo a entrada do ar exterior nos pulmões. Posteriormente, o 
relaxamento do diafragma e da musculatura entre as costelas (músculos intercostais) causa a diminuição do 
volume dos pulmões, forçando o ar para fora, o que produz a expiração. 
No pulmão ocorrem as trocas gasosas através do sangue (processo denominado hematose). O oxigênioque passa do alvéolo ao sangue forma a oxihemoglobina, pois é transportada pela hemoglobina presente na 
hemácia até os tecidos. Uma vez que o oxigênio tenha chegado à célula, acontece o processo de liberação de 
gás carbônico (CO2). 
Ao penetrar na hemácia, essa carbaminohemoglobina será transportada pelo plasma até o pulmão, onde 
ocorre o processo inverso, ou seja, o gás carbônico entra nos alvéolos, sendo agora eliminado pelo processo de 
expiração. Essa troca entre o oxigênio nos alvéolos pulmonares e o CO2 presente no sangue é decorrente da 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/ciencias/musculos-ossos-musculos-tendoes-e-ligamentos-movimentam-o-corpo.htm
 
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diferença de pressão, onde os gases se movem do meio de maior pressão para o meio de menor pressão (lei da 
difusão). 
A frequência respiratória pode ser observada através dos movimentos torácicos. O número normal de 
movimentos respiratórios por minuto deve variar de 15 a 20 irpm. As anormalidades com relação aos 
movimentos respiratórios podem ser de: 
 
1. Taquipnéia: frequência de movimentos respiratórios acima de 20; 
2. Bradipnéia: frequência de movimentos respiratórios abaixo de 15; 
3. Apnéia: ausência de movimento respiratório; 
4. Dispnéia: dificuldade para respirar (falta de ar). 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
 O coração, vasos sanguíneos e o sangue formam o sistema cardiovascular ou circulatório. É o sistema de 
transporte interno do organismo. A circulação do sangue permite o transporte e a distribuição de nutrientes, 
oxigênio e hormônios que partem das correspondentes glândulas endócrinas até os órgãos sobre os quais 
atuam. O sangue também transporta resíduos do metabolismo para que possam ser eliminados do corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
direito comunica-se com o ventrículo direito e o átrio esquerdo comunica-se com o ventrículo esquerdo sendo 
que não há comunicação entre os dois átrios nem entre os dois ventrículos, devido a presença do septo muscular 
que divide o coração em lado direito e esquerdo. 
 
 
 
Coração 
 
O coração de uma pessoa tem o tamanho aproximado de 
sua mão fechada, e bombeia o sangue para todo o corpo, sem 
parar. Está localizado na cavidade torácica, diretamente atrás do 
esterno, deslocado em direção ao lado esquerdo. 
 O coração é um órgão oco e musculoso, envolvido externamente, 
por uma membrana denominada pericárdio, e internamente as 
cavidades cardíacas são revestidas por uma membrana 
chamada endocárdio. Suas paredes são constituídas por um 
músculo, o miocárdio, sendo o responsável pelas contrações do 
coração. 
O miocárdio apresenta internamente quatro cavidades: duas 
superiores, denominadas átrios (direito e esquerdo), e duas 
inferiores, denominadas ventrículos (direito e esquerdo) que 
possuem paredes mais grossas que os átrios. Com isso, o átrio 
 
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Os átrios recebem o sangue do interior do organismo e o impulsiona aos ventrículos, a partir daí irão para 
os pulmões ou para o resto do corpo. Por sua função de bombeamento, o coração está provido de válvulas que 
evitam o retrocesso do sangue: 
 
• Válvula Tricúspide: entre o átrio e ventrículo direito; 
• Válvula Mitral: entre o átrio e ventrículo esquerdo; 
• Válvulas Semilunares: nas saídas dos ventrículos, aorta (lado esquerdo) e pulmonar (lado direito). 
Para funcionar como uma bomba, quando ficam cheios de sangue, os átrios se contraem (sístole), as 
válvulas se abrem e o sangue é bombeado para os ventrículos que estão relaxados (diástole). Em seguida os 
ventrículos se contraem (sístole) e pressionam o sangue para os vasos. Nesse momento, os átrios em diástole 
se enchem de sangue. Esse conjunto de movimentos é denominado ciclo cardíaco, que pode ser verificado 
através da palpação das artérias (radial, carótida, femoral ou braquial), com auxílio dos dedos indicador e médio. 
O número normal de batimentos cardíacos por minuto em indivíduos adultos, deve oscilar entre 60 a 100 bpm. 
Caso a frequência esteja acima de 100, tem-se caracterizada a taquicardia, mas se estiver abaixo de 60, a 
situação é de bradicardia. Ressaltando, que em crianças e bebês esse valor se eleva, em crianças o coração 
tende a bater cerca de 120 vezes por minuto e em bebês cerda de 130 vezes. 
 
Vasos Sanguíneos 
 
Os vasos sanguíneos constituem uma ampla rede de tubos por onde circula o sangue, distribuídos por 
todo o corpo. Existem três tipos de vasos sanguíneos: as artérias, as veias e os vasos capilares. 
 
 Artérias 
 
As artérias são vasos de paredes relativamente espessa e muscular, que transporta sangue a partir do 
coração para os diversos tecidos do corpo. A maioria das artérias transporta sangue oxigenado (rico em gás 
 
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oxigênio), mas as artérias pulmonares transportam sangue não oxigenado (pobre em gás oxigênio) do coração 
até os pulmões. A aorta é a artéria mais calibrosa do nosso corpo. 
 
 Veias 
 
As veias são vasos de paredes relativamente fina, que transportam sangue dos diversos tecidos do 
corpo para o coração. A maioria das veias transporta sangue não oxigenado, mas as veias pulmonares 
transportam sangue oxigenado dos pulmões para o coração. As veias cavas superior e inferior são as mais 
calibrosas do corpo humano. 
 
 Capilares 
 
Os capilares são muito finos (são microscópicos) e permeáveis, estão presentes nos tecidos do corpo 
humano, cedendo nutrientes, gás oxigênio e hormônios às células. Além disso, recolhem gás carbônico e 
resíduos do metabolismo celular. 
Há capilares arteriais e capilares venosos. As artérias se ramificam sucessivamente, formando vasos de 
calibres menores chamados arteríolas. Estas continuam se ramificando e formam os capilares arteriais. Os 
capilares venosos, espalhados pelo nosso corpo, juntam-se até formar vênulas. As vênulas vão se unificando até 
formar as veias. Assim, o sangue circula em nosso organismo por um sistema fechado de vasos, pela 
continuidade dos capilares venosos e arteriais nos tecidos. 
 
 
Sangue 
 
O sangue, líquido circulante dos vasos sanguíneos, é responsável pelo transporte de substâncias 
(nutrientes, oxigênio, gás carbônico e toxinas), regulação e proteção do nosso corpo. Trata-se de um tecido vivo 
e no corpo de um adulto, circulam, em média, 5 litros de sangue, variando de acordo com o peso, o que 
corresponde a 8% do peso corporal, geralmente. Ele é produzido na medula óssea dos ossos chatos, vértebras, 
costelas, quadril, crânio e esterno. 
Na composição do sangue encontramos o plasma sanguíneo, responsável por 66% de seu volume, além 
das hemácias, dos leucócitos e das plaquetas, responsáveis por aproximadamente 33% . 
 
 
 
 
16 
 
A seguir visualizaremos os componentes do sangue: 
 
1. Plasma: composta por água (93%), daí a importância de sempre nos mantermos hidratados ingerindo 
bastante líquido. Nos 7% restantes encontramos: oxigênio, glicose, proteínas, hormônios, vitaminas, gás 
carbônico, sais minerais, aminoácidos, lipídios, uréia, etc. 
 
2. Glóbulos vermelhos: também conhecidos como hemácias ou eritrócitos, transportam o oxigênio e o 
gás carbônico por todo o corpo. Essas células duram aproximadamente 120 dias, após isso, são 
repostas pela medula óssea. 
 
3. Glóbulos brancos: também chamados de leucócitos, são responsáveis pela defesa de nosso corpo. 
Eles protegem nosso organismo contra a invasão de microrganismos indesejados (vírus, bactérias e 
fungos). 
 
4. Plaquetas: são fragmentos de células, presentes no sangue, que realizam a coagulação, evitando assim 
sua perda excessiva de sangue (hemorragia). Elas geralmente agem quando os vasos sanguíneos 
sofrem danos. Um exemplo simples é o caso de uma picada de agulha, onde se observa uma pequena e 
ligeira perda de sangue que logo é estancada, isto ocorre graças ao tampão plaquetário. 
 
 
Pressão arterial 
 
Alternando-se ordenadamente, a sístole e a diástole são responsáveispelo fluxo de sangue dentro dos 
vasos sanguíneos. A pressão arterial que se mede é a pressão exercida pelo sangue sobre as paredes da aorta 
após ser lançado pelo ventrículo esquerdo. Ela é diferente na sístole e na diástole ventricular. 
A pressão arterial máxima corresponde ao momento em que o ventrículo esquerdo bombeia sangue para 
dentro da aorta e esta se distende. Já a pressão arterial mínima é a que se verifica no final da diástole do 
ventrículo esquerdo. 
A pressão arterial máxima corresponde a 120 mm de mercúrio, enquanto a pressão arterial mínima 
corresponde a 80 mm de mercúrio. Estes são os valores normais para a população. Daí falar-se em 120 por 80 
ou 12 por 8 para a pressão normal. 
Por meio de um aparelho chamado esfigmomanômetro, a pressão arterial pode ser medida pelo médico 
ou profissional habilitado. O valor da pressão arterial é um dado importante na avaliação das condições de saúde 
do sistema cardiovascular. 
Se a pressão diastólica (mínima) for igual ou superior a 90 mmHg, ou seja, se a pressão arterial estiver 
elevada, está caracterizada a hipertensão arterial, cujos sintomas são cefaléia e escotomas (a pessoa vê pontos 
luminosos). 
Se a pressão diastólica (mínima) for igual ou inferior a 50 mmHg, está caracterizada a hipotensão arterial 
(queda da pressão arterial), cujos sintomas são sonolência, tontura, vertigens, sudorese fria, mal estar e palidez. 
 
 
 
 
 
17 
 
Binômio respiração-circulação 
 
 
 
 
 
A circulação sanguínea divide-se em duas fases: a grande e a pequena circulação. 
 
1. Grande circulação ou circulação sistémica: o sangue arterial sai do ventrículo esquerdo pela artéria 
aorta e dirige-se a todas as partes do organismo a fim de levar o oxigênio às células e delas receber o dióxido de 
carbono que produziram. Após estas trocas gasosas, o sangue transforma-se em venoso regressando ao 
coração pelas veias cavas. Entra pelo átrio direito, passa ao ventrículo direito e inicia-se a pequena circulação. 
 
2. Pequena circulação ou circulação pulmonar: tem o objetivo de oxigenar o sangue. O sangue venoso 
sai do ventrículo direito pela artéria pulmonar e dirige-se aos pulmões onde se dá a hematose pulmonar ou troca 
gasosa. Após ter trocado o dióxido de carbono por oxigênio, transforma-se em sangue arterial regressando ao 
coração pela veia pulmonar e entrando pelo átrio esquerdo que o envia para o ventrículo esquerdo. 
 
*Vale ressaltar: 
No lado esquerdo do coração circula sangue arterial (rico em oxigénio). 
No lado direito do coração circula sangue venoso (rico em dióxido de carbono). 
O sangue sai do coração por artérias e entra no coração por veias. 
 
 
 
 
 
 
PEQUENA CIRCULAÇAO OU 
CIRCULAÇÃO PULMONAR 
OXIGENAÇÃO DO SANGUE 
 (TROCA DE CO2 O2) 
GRANDE CIRCULAÇAO OU 
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA 
LEVAR OXIGÊNIO A TODOS 
OS TECIDOS. 
 (TROCA DE O2 CO2) 
 
 
18 
 
ASPECTOS AEROMÉDICOS RELACIONADOS À PRESSÃO ATMOSFÉRICA NA AERONAVE 
 
ATMOSFERA TERRESTRE 
 
 Atmosfera é o nome dado à camada gasosa que envolve os planetas. No caso da atmosfera 
terrestre ela é composta por inúmeros gases que ficam retidos por causa da força da gravidade e do campo 
magnético que envolve a Terra. A atmosfera terrestre protege a vida na Terra absorvendo a radiação ultravioleta 
solar, aquecendo a superfície por meio da retenção de calor (efeito estufa), e reduzindo os extremos de 
temperatura entre o dia e a noite. 
Atualmente, o nitrogênio (78%) e o oxigênio (21%) juntos, somam cerca de 99% dos gases que 
compõem a atmosfera terrestre. Outros gases que compõem a atmosfera terrestre são: dióxido de 
carbono, argônio, metano, óxido nitroso, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, óxido e dióxido de nitrogênio, 
os clorofluorcarbonos, ozônio, e outros que integram o 1% restante da atmosfera. 
 
Camadas atmosféricas 
 
Troposfera 
É a camada da atmosfera em que vivemos e respiramos. É nesta camada que ocorrem os fenômenos climáticos 
(chuvas, formação de nuvens, relâmpagos). É também na troposfera que ocorre a poluição do ar. Os aviões de 
transporte de cargas e passageiros voam nesta camada. 
 
Estratosfera 
Esta camada ocupa uma faixa que vai do fim da troposfera (12 km de altura) até 50 km acima do solo. Na 
estratosfera localiza-se a camada de ozônio, que funciona como uma espécie de filtro natural do planeta Terra, 
protegendo-a dos raios ultravioletas do Sol. Aviões supersônicos e balões de medição climática podem atingir 
esta camada. 
 
Mesosfera 
Esta camada tem início no final da estratosfera e vai até 80 km acima do solo. A temperatura é extremamente fria, 
pois não há gases ou nuvens capazes de absorver a energia solar. 
 
Termosfera 
Tem início no final da mesosfera e vai até 500 km do solo. É a camada atmosférica mais extensa. É uma camada 
que atinge altas temperaturas, pois nela há oxigênio atômico, gás que absorve a energia solar em grande 
quantidade. As temperaturas na termosfera podem atingir os 1.000°C. 
 
Exosfera 
É a camada que antecede o espaço sideral. Vai do final da termosfera até 800 km do solo. Nesta camada as 
partículas se desprendem da gravidade do planeta Terra. As temperaturas podem atingir 1.000°C. É formada 
basicamente por metade de gás hélio e metade de hidrogênio. Na exosfera ocorre o fenômeno da aurora boreal e 
também permanecem os satélites de transmissão de informações e também telescópios espaciais 
 
 
http://www.infoescola.com/sistema-solar/terra/
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/nitrogenio/
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/argonio/
http://www.infoescola.com/quimica/oxido-nitroso/
http://www.infoescola.com/quimica/monoxido-de-carbono/
http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/dioxido-de-enxofre/
http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/ozonio/
http://www.suapesquisa.com/geografia/planeta_terra.htm
http://www.suapesquisa.com/sol
 
19 
 
 
 
Pressão atmosférica 
 
A atmosfera exerce uma pressão pelo peso de seus gases sobre a superfície terrestre. A essa pressão 
dá-se o nome pressão atmosférica que, ao nível do mar e, em condições padrão de umidade e temperatura, é 
representada por uma Coluna de Mercúrio de 760 milímetros, com 1 centímetro de diâmetro, portanto, a pressão 
atmosférica ao nível do mar equivale a 760 mmhg. Para medir-se a pressão atmosférica utiliza-se um aparelho 
denominado barômetro. 
Oscilação do valor da pressão atmosférica 
Essa pressão pode mudar de acordo com a variação de altitude, à medida que se ganha altura há uma 
progressiva queda da pressão atmosférica, assim como, o ar vai ficando mais rarefeito (diminui a quantidade de 
moléculas nele presente) devido à progressiva redução do peso exercido pela atmosfera sobre a superfície 
terrestre. 
Como a atmosfera é uma mistura de gases, compreende-se que essa queda de pressão é consequência 
da queda da pressão parcial de cada um dos gases que compõem a atmosfera. 
 
 
 
 
MENOR PRESSÃO 
AR MAIS RAREFEITO 
MAIOR PRESSÃO 
AR MAIS DENSO 
 
20 
 
Há uma divisão “fisiológica” que dá uma ideia da problemática do voo com relação ao funcionamento do 
organismo humano. A divisão fisiológica da atmosfera refere-se aos efeitos das variações pressóricas e térmicas 
em diferentes altitudes ou zonas, sobre o funcionamento dos órgãos e sistemas corporais (fisiologia humana). 
 
1. Zona fisiológica ou indiferente: do nível do mar a 10.000 pés, o organismo consegue adaptar-se, 
somente pequenas alterações fisiológicos podem surgir, tais como: aumento da frequência cardíaca, respiração 
curta e rápida, tontura, sensação de ar aprisionado na orelha média e cefaleia. 
 
2. Zona fisiológica deficiente: faixa entre 10.000 e 50.000 pés, nessa região da atmosfera o organismo 
humano não consegue se adaptar e sofre com a queda da pressão e da temperatura. O maior perigo é a 
exposição ao ar rarefeito, que diminui a oferta de oxigênio (hipóxia). Quando seestá sobrevoando, a 
sobrevivência vai depender de oxigênio suplementar e/ou cabines pressurizadas. É onde ocorre a maior parte 
da aviação comercial. 
 
3. Zona equivalente ao espaço: acima de 50.000 pés, onde somente cabines pressurizadas não são 
suficientes para manter a vida do ser humano. São necessárias cabines seladas e roupas pressurizadas. 
 
 
PRESSURIZAÇÃO DE CABINE DE AERONAVE 
 
Pressurização é impor pressão (pressurizar) a um ambiente fechado. Na aeronave, esta pressão é 
compatível com o bom desempenho das funções orgânicas, sendo sempre maior que a pressão atmosférica 
externa. Para ocorrer a pressurização tem que haver vedação. Enquanto o avião está parado no solo com as 
portas abertas, obviamente a pressão interna é igual à pressão externa, ou seja: 
 
Altitude do interior da Cabine = Altitude externa 
 
Depois de vários estudos, resolveram reduzir as influencias negativas oriundas da baixa pressão, a 
solução seria reunir o ar lá em cima, comprimi-lo e levá-lo para dentro da aeronave, recriando assim as 
condições aqui de baixo, ou seja, alta pressão com temperatura média, e boa quantidade de oxigênio. Desta 
forma foi criado o sistema de pressurização. 
 O sistema pressuriza o ar externo e insere este ar dentro da fuselagem selada, mantendo assim 
uma atmosfera equivalente a uma altitude compreendida entre 6.000 a 8.000 pés. Nesse caso, a altitude da 
cabine é menor que a altitude externa, então há um diferencial de pressão. 
Quando o avião decola a pressão externa começa a diminuir de acordo com o aumento da altitude, mas 
o sistema controla uma (ou duas, depende do avião) válvula localizada na parte de trás do avião (chamada de 
Outflow Valve) para que a pressão interna fique igual à pressão em solo. 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 Processo de pressurização 
 
 
 
Para que haja a pressurização é necessário que o ar externo passe por um sistema de compressão 
localizado nos motores, posteriormente sendo enviado para um sistema de aquecimento com a finalidade de 
aquecer esse ar, já que externamente a temperatura é extremamente baixa, dessa forma protegendo nosso 
organismo dos efeitos da hipotermia. Em seguida, ele é enviado para o interior da cabine através do sistema de 
ar condicionado. 
Impedindo um aumento de pressão excessivo e um ar impuro, uma válvula denominada out flow é 
responsável pelo alívio da pressão e também pela renovação total do ar no interior da cabine a cada 3 minutos. 
 
Finalidade 
 
Todas as alterações orgânicas decorrentes das variações das propriedades físicas do ambiente aéreo 
são reduzidas graças ao progresso atingido pela Ciência Aeronáutica. 
Dentre os meios atualmente utilizados para isso, destacam-se as cabines pressurizadas que visam 
promover uma pressão artificial que seja compatível com a fisiologia humana, já que com o aumento da altitude 
o ar fica mais rarefeito, e a pressão atmosférica diminui, dificultando assim, o funcionamento adequado do 
organismo. 
Vantagens das cabines pressurizadas 
 
 
22 
 
A utilização de ar pressurizado em aeronaves proporciona as seguintes vantagens: aumento de conforto 
dos passageiros e da tripulação, ruído minimizado pelo revestimento de pressurização, economia de combustível 
por possibilidade de voo em maiores altitudes e possibilidade de voo em melhores condições atmosféricas. 
 
 Despressurização de cabine 
 
Voando a uma grande altitude, a aeronave leva no interior da sua cabine uma atmosfera de menor 
altitude, e, portanto, de maior pressão que a do ambiente externo no qual a aeronave se encontra. Desta forma, 
as influências mais negativas do voo sobre o organismo só ocorrerão por força de uma situação de 
despressurização, onde há perda parcial ou total da pressurização de uma aeronave. A despressurização é o 
maior risco que poderão enfrentar os ocupantes de uma aeronave. 
A despressurização é um evento raro, que ocorre quando a aeronave tem problemas em manter sua 
atmosfera artificial. Significa a perda parcial ou total da pressurização do interior de uma aeronave, ou seja, a 
saída de ar de um meio com maior pressão para um meio de menor pressão, igualando as pressões interna e 
externa, com reflexos sobre o organismo de tripulantes e passageiros. 
 
Lembrando, que a pressão no interior da cabine é o equivalente a 6.000/8.000 pés de altitude, caso haja 
uma despressurização, a altitude no interior da cabine irá se elevar, quando a mesma atingir 10.000 pés soara 
um alarme na cabine de comando sinalizando aos pilotos que a aeronave entrou em um processo de 
despressurização. 
Se a altitude no interior da cabine atingir 14.000 pés, os compartimentos de máscaras de passageiros se 
abrirão automaticamente, liberando máscaras oro nasais, e consequentemente o fornecimento de oxigênio 
através dos módulos geradores químicos. 
 
 Causas e tipos 
 
Uma despressurização pode ocorrer devido à ruptura de uma porta, janela, desgaste da fuselagem ou 
pelo colapso do sistema. O tipo de despressurização depende da velocidade da fuga de pressão interna. Quanto 
menor o tempo de despressurização, maior serão os danos sofridos pelos ocupantes. A despressurização pode 
ser classificada de acordo com o tempo: 
 
TEMPO 
 
<01 (menor que 1 
seg.) 
1 A 10 SEG. 10< (maior que 10 
seg.) 
TIPO 
 
Explosiva Rápida Lenta 
 
CAUSAS 
 
 
Consequência de 
acidentes (mais rara) 
 
 
Vazamento de 
pressão em portas 
e/ou janelas (mais 
frequente) 
vazamentos mínimos 
na cabine, facilmente 
controlável e com 
grande margem de 
segurança; 
 
 
 
23 
 
Efeitos na cabine 
 
 Caso haja uma despressurização ocorrerá queda brusca da temperatura e pressão com formação de 
névoa no interior da cabine decorrente da condensação provocada pelo contato entre as temperaturas interna e 
externa da cabine. Podemos perceber também, um possível cheiro de queimado proveniente do acionamento 
dos módulos geradores químicos, que são os responsáveis pelo suprimento de oxigênio à cabine de 
passageiros. 
Efeitos sobre o organismo 
 
O organismo humano a todo instante visa equalização das pressões interna e externa, porém, quando 
ocorre uma despressurização ele fica submetido a um ambiente com pressão inferior, gerando assim 
modificações orgânicas. 
 
1. Saída brusca de ar dos pulmões, pela boca e pelo nariz, podendo causar lesões pulmonares chamadas 
“BLAST”. 
2. Dependendo da velocidade da descompressão o ar pode ficar aprisionado nos pulmões e sofrer com a 
aerodilatação, desencadeando assim, expansão pulmonar excessiva com posterior ruptura do tecido 
pulmonar. 
3. Quando exposto a baixa pressão o organismo ainda sofre com os sintomas da hipóxia, do 
aeroembolismo e da aerodilatação, assuntos que serão abordados adiante. 
 
LEI DE DALTON 
 
“A pressão total de uma mistura de gases é igual à soma das pressões parciais de cada gás.” 
 
 Em uma mistura gasosa, o valor da pressão de cada um dos gases é independente da pressão dos 
demais, a pressão total (P) é igual à soma das pressões parciais dos componentes. Significa que na atmosfera, 
sua pressão total é o equivalente ao somatório da pressão parcial de cada gás que a compõe: 
 
 
 
 
 Esta lei explica que, embora a percentagem de oxigênio do ar permaneça constante em todas as 
altitudes razoáveis, se a pressão atmosférica diminui com a altitude, significa que a pressão parcial de cada um 
dos gases componentes da atmosfera também varia. Assim, a pressão parcial dos gases a qual qualquer 
organismo está submetido, será determinada pela altitude em que o mesmo se encontra. 
 Em consequência a diminuição da pressão de oxigênio no ar ambiente, ocorre a queda na quantidade de 
oxigênio inspirado, o que desencadeará um quadro de hipóxia hipobárica. 
 
 
 
 
 
PA= PN2+PO2+PCO2+..... 
 
24 
 
HIPÓXIA 
 
O termo Hipóxia significa quantidade de oxigênio reduzido ou insuficiente. Qualquer tecido humano 
quandonão recebe oxigênio durante um determinado tempo, morre. Normalmente, a maior preocupação é um 
fornecimento adequado de oxigênio ao cérebro, pois este é particularmente vulnerável à falta de oxigenação. 
A deficiência de oxigênio (hipóxia) pode ser desencadeada por vários fatores, como: por um 
fornecimento insuficiente de oxigênio, transporte inadequado de oxigênio, ou pela incapacidade dos tecidos do 
corpo em utilizarem o oxigênio. 
A hipóxia pode ser classificada em vários tipos, normalmente, de acordo com as suas causas: 
 
 Hipóxia Hipêmica (Anêmica): 
 
Resultado da insuficiência de oxigênio no sangue e não no sistema respiratório, e pode ser causada por 
uma variedade de fatores como: carência de volume adequado de sangue, e consequentemente, de glóbulos 
vermelhos (devido à hemorragia), existência de doenças sanguíneas tais como a anemia, etc. A causa mais 
comum da Hipóxia Hipêmica é o envenenamento por monóxido de carbono, molécula esta que se liga de forma 
prolongada à hemoglobina impedindo que esta se ligue ao oxigênio. 
 
Hipóxia Estagnada: 
 
Há uma redução no fluxo sanguíneo a nível local, ou sistêmico. A própria palavra estagnada significa não 
fluir; algo que não se movimenta, impossibilitando assim, a distribuição adequada de oxigênio pelo organismo. 
 
Hipóxia Histotóxica: 
 
Existe a presença de oxigênio suficiente, porém as células são incapazes de utilizá-lo. Este problema de 
respiração celular pode ser causado por álcool e outras drogas. 
 
Hipóxia hipóxica/ hipobárica/ de altitude (MAL DE ALTITUDE) 
 
Como podemos verificar, existem vários tipos de hipóxia, porém a hipóxia decorrente da baixa pressão 
atmosférica, devido à exposição do organismo humano a altitudes elevadas, denomina-se hipóxia hipobárica. 
Este tipo de hipóxia resulta de oxigênio insuficiente nos pulmões, mais precisamente ao nível alveolar. 
Apesar da percentagem de oxigênio na atmosfera ser constante, a sua pressão parcial diminui 
proporcionalmente à medida que a pressão atmosférica diminui (isto com o aumento da altitude). À medida que a 
aeronave sobe durante o voo, a percentagem de cada gás na 
 
atmosfera permanece a mesma, mas existem menos moléculas de oxigênio disponíveis, acarretando uma 
insuficiente pressão de oxigênio alveolar, o que impossibilita o processo de difusão do oxigênio. 
A resposta do indivíduo à este tipo de hipóxia, depende, basicamente, de dois fatores principais: a 
altitude a que estiver exposto e a velocidade com que se exponha a essa pressão barométrica. 
 
 
 
25 
 
 Sinais e sintomas 
 
Os sintomas da hipóxia variam de indivíduo para indivíduo, e quanto maior for a altitude, mais 
rapidamente se instalam os sintomas da hipóxia. São eles: 
 
 Cefaleia 
 Euforia 
 Depressão 
 Aumento da autoconfiança 
 Aumento da frequência respiratória 
 Diminuição da capacidade visual 
 Diminuição da coordenação motora 
 Diminuição do raciocínio 
 Lentidão dos reflexos 
 Falha no julgamento 
 Falta de concentração 
 Cianose 
 Perca da autocrítica 
 Sensação de falta de ar 
 Sonolência 
 Tonturas 
 Perda da consciência 
 
 Tempo Útil de Consciência (TUC) 
 
Por meio de testes em câmaras de descompressão (câmaras hipobáricas), estabeleceu-se o tempo 
aproximado em que uma pessoa conserva a consciência em determinada altitude, sem oxigênio. É o chamado 
Tempo Útil de Consciência (TUC) ou Tempo útil de Lucidez (TUL), que varia de indivíduo para indivíduo. A 
resistência da pessoa à hipóxia depende, se a mesma se encontra em repouso ou atividade motora, assim como 
condições de tabagismo, etilismo, sedentarismo que podem diminuir o TUC do indivíduo. Com a altitude, esse 
tempo vai se reduzindo. 
 
 
26 
 
 
Já sabemos que com o aumento da altitude a pressão atmosférica diminui, e que o funcionamento do 
organismo humano se torna inadequado. Para que fosse possível voar em altitudes elevadas sem prejudicar a 
fisiologia do organismo, a aviação comercial, através das cabines pressurizadas (pressão artificial compatível ao 
funcionamento orgânico), possibilitou a realização de voos em altitudes elevadas sem que houvesse prejuízo ao 
organismo. 
O oxigênio deve ser ministrado sempre que indivíduos apresentarem um quadro de hipóxia, o que 
denominamos oxigenoterapia. 
 
Mediante a alteração da pressão atmosférica, o organismo humano pode sofrer modificações. Tais 
modificações decorrentes da alteração da pressão atmosférica denominamos de disbarismos (aerodilatação e 
aeroembolismo). 
 
 
LEI DE BOYLE-MARIOTTE 
 
 “Em um sistema fechado em que a temperatura é mantida constante, verifica-se que determinada 
massa de gás ocupa um volume inversamente proporcional a sua pressão.” 
 
Na atividade aérea com o aumento da altitude, a pressão atmosférica diminui, e segundo a lei de Boyle a 
diminuição da pressão atmosférica aumenta o volume dos gases, ou seja, os gases encarcerados nas cavidades 
do nosso organismo tendem a dilatar-se, o que chamamos de aerodilatação, aerobarotrauma ou 
aerobaropatia cavitária. 
 
AERODILATAÇÃO: 
 
O organismo humano abriga ar no interior de determinadas cavidades, podemos perceber cavidades no 
aparelho digestório, nas cavidades ósseas restritas ao crânio: seios da face, orelha média e cavidades dentárias. 
A aerodilatação é decorrente da expansão dos gases nas cavidades corporais. É um distúrbio 
relacionado com a queda da pressão barométrica, que acompanha a ascensão da aeronave, caracterizada por 
expansão gasosa nas cavidades do corpo. 
 
 
 
http://1.bp.blogspot.com/-gSSJnzx-x0g/T_teE_xGKmI/AAAAAAAAC8M/2k7paHQ7BP0/s1600/images.jpg
 
27 
 
 
Nos voos comerciais, a pressurização das cabines não permite que a dilatação dos gases seja muito 
grande. Além disso, todas as cavidades orgânicas descritas anteriormente possuem comunicação com o meio 
externo, possibilitando assim, a equalização da pressão interna com a externa. 
 
Barosinusite, aerosinusite ou aerosinusobaropatia 
 
Comprometimento de um ou mais seios da face devido à variação de pressão dentro das cavidades dos 
seios frontais e maxilares. É causada pela variação brusca de pressão, a dor surge pela incapacidade de 
equalizar as pressões interna e externa. 
Pode ser: 
 
a. Obstrutiva: causada por desvio de septo ou presença de carne esponjosa ou; 
b. Não obstrutiva: causada pela presença de secreções, rino ou nasofaringite, rinite alérgica etc. 
 
O principal sintoma é dor no seio afetado. 
No caso da aerosinusobaropatia obstrutiva, o tratamento é a correção do problema através de cirurgia. 
Já na não obstrutiva, é recomendável utilizar analgésicos, anti-alérgicos, descongestionantes nasais e anti-
gripais, atentando para os efeitos colaterais que podem surgir. 
 
*Recomenda-se não voar gripado, com processo alérgico, corrigir desvio de septo e retirar a 
carne esponjosa.* 
 
Barotite, aerotite ou aerootobaropatia 
 
É uma lesão no ouvido médio desencadeada pela diferença de pressão nos dois lados da membrana 
timpânica. Consiste na dilatação do ar no interior do ouvido médio. 
A orelha média está localizada dentro do osso temporal e separada da orelha externa pelo tímpano. É 
um pequeno espaço aéreo onde se encontram três ossinhos que são o martelo, a bigorna e o estribo. 
A orelha média mantém contato com o exterior por um tubo fino denominadoTrompa de Eustáquio, que 
desemboca na parte posterior do conduto nasal. 
Normalmente a orelha média permanece fechada, embora o ar possa transitar de dentro para fora e 
vice-versa. Mas durante ascensão e descida da aeronave, até que as pressões interna e externa dessa região 
sejam equalizadas, o indivíduo experimenta uma sensação de desconforto. 
Em virtude da diminuição da pressão barométrica com a altitude, há uma expansão do ar contido na 
orelha média que procura escapar intermitentemente através da Trompa de Eustáquio. Uma bolhade ar é 
forçada para o exterior, fazendo com que a membrana do tímpano assuma sua forma original, pois se 
encontrava distendida para fora em função da maior pressão no interior da orelha média. 
Quando a bolha de ar atinge o exterior, ouvimos um "click" e as pressões são igualadas para a altitude 
em que nos encontramos. Durante a descida, a correção das pressões não se faz automaticamente e a 
equalização das mesmas é dificultada, devido ao 
fato do orifício faringeano da Trompa agir como uma válvula oscilante, facilitando a saída do ar para o exterior, 
dificultando, porém a entrada do mesmo para a orelha média. A sensação de plenitude auditiva vai progredindo 
 
28 
 
até o ponto em que a dor surge. Algumas manobras devem ser tentadas para que a equalização se faça sem 
maiores problemas. 
 
Sintomas: 
 
Além do quadro doloroso, pode haver: diminuição da acuidade auditiva, zumbido, náuseas, vômitos, 
tonturas e até a ruptura do tímpano, seguida de presença de líquido sero-sanguinolento. 
 
Procedimentos: 
 
Para evitar a otobaropatia deve-se evitar voar resfriado ou gripado, mascar chicletes, bocejar, deglutir, 
forçar o ar através das narinas, mantendo-as pinçadas com os dedos e a boca fechada (manobra de Valsalva, 
que deve ser executada com cuidado e caso a pessoa não esteja gripada), e fazer uso descongestionante nasal, 
se necessário. 
No entanto, algumas causas patológicas podem tornar mais difícil a equalização das pressões: 
resfriados, amidalites, irritação da garganta e infecções de ouvido, devido à obstrução da Trompa de Eustáquio. 
 
Aerogastria, aerogastrobaropatia, Aerocolia e aeroenterobaropatia 
 
O aparelho digestório também é uma cavidade no organismo humano, portanto, possui ar em seu 
interior. Esse ar surge através da: 
• Deglutição: aerofagia (deglutição de ar ao comer ou beber), inalação de fumaça e o próprio ato de falar; 
• Fermentação: processo digestivo do bolo alimentar com a liberação de gás carbônico no estômago, ampliado 
através da digestão de açúcares, refrigerantes e alimentos formadores de gases e; 
• Putrefação: ação da flora intestinal sobre os alimentos. 
 A expansão desses gases nas cavidades do aparelho digestório pode ser denominada aerogastria, 
aerogastrobaropatia quando ocorrer no estômago, e Aerocolia, aeroenterobaropatia quando nos intestinos. 
 
Sintomas: 
 
Cólicas, dor na área gástrica, opressão torácica, falta de ar, flatus e eructações. 
 
Procedimentos: 
 
Evitar se alimentar de abobora, cebola, feijão, repolho, couve, pepino, bebidas gaseificadas antes de 
voar. Uma alimentação sadia é o melhor remédio porque evita a formação excessiva de gases no aparelho 
digestivo. 
No entanto, a diminuição dos sintomas pode ser obtida através da equalização das pressões. A 
movimentação do corpo auxilia na eliminação dos gases (caminhada e massagem abdominal) e se necessário, 
uma medicação anti-espasmódica pode ser administrada. 
 
 
 
 
 
29 
 
 Aerodontalgia 
 
 Os dentes também podem produzir fenômenos dolorosos durante a permanência em grandes 
 altitudes, sem, entretanto apresentarem gravidade maior. 
 
 Causas mais comuns: 
 
Cáries mal obturadas, reações da polpa vital exposta, reação de degeneração pulpar com formação de 
gases sob obstruções mal executadas e, finalmente uma causa pouco comum, a presença de abscesso na raiz 
do dente. 
De modo geral, o melhor remédio para estes casos é a prevenção, através de uma boa higiene bucal e 
de visitas periódicas ao dentista. Na ocorrência de uma aerodontalgia a bordo, é possível a utilização de um 
analgésico para reduzir a dor. 
 
 
LEI DE HENRY 
 
“A quantidade de um gás dissolvido em um líquido varia diretamente com a pressão, se a temperatura 
for constante”. 
 
A água com gás não é apenas o conteúdo daquela garrafinha que você compra no supermercado ou as 
borbulhas que saem do refrigerante. O simples contato de um gás ou de uma mistura gasosa com um líquido faz 
com que parte desse gás se dissolva na água. A solubilidade de um gás em um líquido depende da pressão do 
gás, ou seja, quanto maior a pressão exercida pelo gás, maior é a penetração do gás no líquido, quando a 
pressão diminui, diminui também sua solubilidade fazendo com que o seu excesso forme bolhas. 
AEROEMBOLISMO 
 
Condição produzida pela súbita baixa de pressão atmosférica que ocorre em grandes altitudes, 
produzindo, em especial, queda do valor da pressão parcial do nitrogênio. Quando um indivíduo se desloca de 
um ambiente de alta pressão para um de baixa pressão, os gases que se encontram dissolvidos na corrente 
sanguínea podem dar origem a bolhas, que levam à obstrução dos vasos sanguíneos, que posteriormente 
podem atingir diversos tecidos vitais, como músculos, pulmões, coração cérebro, causando a doença 
descompressiva, ocasionando dor e outros sintomas. 
A melhor forma de entender o mecanismo da liberação de bolhas gasosas ao nível dos tecidos é 
observar o que ocorre em uma garrafa de refrigerante. Quando a mesma está fechada, existe em seu interior 
uma determinada pressão que mantém os gases em dissolução no líquido. Ao se retirar a tampa, há um 
desequilíbrio momentâneo de pressão: a pressão do líquido passa a ser maior e com isso são libertadas 
inúmeras bolhas de ar. Ao se fechar novamente a garrafa, os gases libertados irão progressivamente igualando 
as duas pressões e as bolhas de gás vão diminuindo até cessarem de sair do líquido. O mesmo ocorre com o 
sangue. Quando a pressão atmosférica baixa subitamente a determinados níveis, os gases em solução nos 
líquidos orgânicos são libertados e vão se localizar em locais dos mais variados, podendo provocar sintomas 
graves. O nitrogênio é o gás que tem maior volume em solução dissolvido nos líquidos orgânicos, em condições 
normais. 
 
 
30 
 
 Manifestações clínicas 
 
• Pulmonar - chokes (sufocação): Ocorre quando há formação de bolhas gasosas de nitrogênio nos vasos 
sangüíneos dos pulmões, podendo resultar em hipóxia e outros sintomas respiratórios, como sensação de 
queimação ou de dor pontiaguda sob o esterno, encurtamento da respiração, opressão no tórax e no abdômen, 
sentimentos de sufocação, dor intensa à inspiração profunda, tosse seca involuntária e cianose; 
 
• Artralgica - BENDS ( Blood Embolism Nitrogen Density Syndrome) (encurvamento): Resultam de bolhas 
gasosas de nitrogênio nas articulações, causando intensa dor na articulação e no membro. A dor geralmente é 
leve, de início, mas pode se intensificar e causar incapacidade; 
 
• Pruriginosa - parestesia, creeps ou itch (pele): Produz um formigamento ou insensibilidade da pele e pode 
resultar em irritação e manchas avermelhadas. Causada por formação de bolhas gasosas de nitrogênio sob a 
pele, na camada adiposa, principalmente; 
 
 • Nervosa - Staggers (Sistema Nervoso Central): A formação de bolhas nos vasos sangüíneos pode bloquear 
o fluxo de sangue a órgãos vitais, incluindo o cérebro. Como resultado, pode ocorrer dor facial e mandibular, 
distúrbios visuais (visão embaçada, pontos cegos, escotomas cintilantes), distúrbios sensoriais, paralisia parcial, 
confusão, convulsão e perda da consciência. 
Indivíduos que viajam de avião pouco tempo após o mergulho podem sofrer efeitos mais graves da 
doença por descompressão, quando expostos a mudanças na altitude e na pressão. Mergulhar a uma 
profundidade de aproximadamente 30 pés leva o corpo a absorver duas vezes a quantidade de nitrogênio 
normalmente presente. Subseqüentemente, voar acima de 8.000 pés seria o equivalente a um não mergulhador 
voar a 40.000 pés em uma aeronave não pressurizada. A Lei de Henry é aplicada e o nitrogênio pode escapar 
para dentro do corpo, resultando na doença por descompressão. A Federal Aviation Administration recomenda 
que os mergulhadores autônomos retardem o voo, em pelo menos, 12 horas, quando tiverem se submetido a 
profundidades abaixo de 30 pésou, pelo menos, 24 horas após uma elevação que necessitou parada de 
descompressão. 
 
 Tratamento 
 
Quando a sufocação ocorre a grande altitude, o fato de descer para uma altitude menor nem sempre 
resolve o problema. Pode ser necessário fazer uma recompressão urgente numa câmara de alta pressão. 
O aeroembolismo é uma ocorrência rara, só encontrada em emergências causadas pela ruptura de uma 
janela ou porta da cabine pressurizada. E, juntamente com a hipóxia, são os fatores que mais impedem e tornam 
difícil a sobrevivência do homem nas grandes altitudes. 
 
SISTEMAS DE OXIGÊNIO UTILIZADOS EM CASO DE DESPRESSURIZAÇÃO. 
 
 Devido à possibilidade de ocorrer uma despressurização de cabine, faz-se necessário haver sistemas de 
oxigênio a bordo que possam proteger o organismo da hipóxia, tais sistemas dividem-se basicamente em: 
 
 SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO DE EMERGÊNCIA 
 SISTEMA PORTÁTIL DE OXIGÊNIO. 
 
31 
 
SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO DE EMERGÊNCIA 
 
O sistema fixo de oxigênio de emergência é responsável por fornecer oxigênio para cabine de comando 
e cabine de passageiros, portanto de subdivide em: 
 
 sistema fixo de oxigênio de emergência para a cabine de comando; 
 sistema fixo de oxigênio de emergência para a cabine de passageiros. 
 
Com relação ao sistema fixo de oxigênio de emergência para a cabine de passageiros, em algumas 
aeronaves o oxigênio está armazenado em cilindros fixos localizados no porão de aviônica ou dianteiro. Em 
outras, o oxigênio pode ser obtido através de módulos geradores químicos de oxigênio que estão distribuídos ao 
longo da cabine. 
• Unidades de Serviço de Passageiros (PSU’s); 
• Unidades de Serviço de Comissários (ASU’s); 
• Unidades de Serviço dos Lavatórios (LSU’s); 
• Cabine de descanso da tripulação; 
• Galleys (em algumas aeronaves). 
Quando o oxigênio é armazenado em cilindros fixos, ele é liberado através de válvulas shut-off, 
passando em alta pressão através de um duto, até o regulador, onde a pressão é reduzida. Em seguida, já com 
baixa pressão, o oxigênio passa, através de dutos, para as PSU's (Passenger Service Units), LSU's (Lavatory 
Service Units), ASU's (Attendant Service Units), cabine de descanso da tripulação técnica (em algumas 
aeronaves) e galleys (em algumas aeronaves), onde estão as mangueiras e as máscaras oro-nasais. 
Ocorrendo uma despressurização, quando a cabine atingir uma altitude--pressão de 14.000 pés, o 
sistema fixo de oxigênio será acionado automaticamente. 
Após o acionamento do sistema, as tampas dos alojamentos das máscaras se abrirão (por pressão do 
fluxo de oxigênio) e as máscaras cairão. Para que o oxigênio chegue até às máscaras, é necessário que elas 
sejam puxadas em direção ao rosto e, posteriormente, colocadas sobre o nariz e a boca. 
Se houver falha no acionamento automático do sistema, o mesmo poderá ser acionado eletricamente, 
através de um interruptor localizado no painel superior da cabine de 
comando (painel overhead). Ou ainda manualmente (em algumas aeronaves), através de uma alavanca 
localizada também na cabine de comando, ou individualmente, que será abordado logo adiante. 
 
Quando o oxigênio provém de módulos geradores químicos, esses podem ser acionados da mesma 
forma. As máscaras estão ligadas ao gerador por meio de uma mangueira. Cordéis prendem as máscaras ao 
pino acionador e o fluxo do gerador será iniciado quando qualquer uma das máscaras ligadas ao mesmo for 
puxada. Uma vez acionado, o gerador passará a fornecer um fluxo contínuo e ininterrupto de oxigênio durante, 
aproximadamente, 15 minutos para todas as máscaras ligadas a ele. 
Durante o ciclo de geração de oxigênio, a temperatura na face externa do módulo pode chegar a 260°C, 
razão pela qual o módulo é protegido por uma placa metálica, cuja finalidade é evitar queimaduras. Essa alta 
temperatura faz também com que, ao ser acionado o gerador, ele exale um cheiro característico de queimado. 
 
 
 
32 
 
 
Módulos geradores químicos 
 
Após uma despressurização, caso a tampa de algum alojamento de máscaras do sistema fixo de 
oxigênio não se abra (seja ele alimentado por cilindros fixos ou por módulos geradores químicos), o 
procedimento a ser adotado será o de abri-lo individualmente. Para isso deve-se agir de acordo com o sistema 
específico de cada aeronave. 
Ou seja, a abertura dos compartimentos das máscaras de oxigênio das PSU's, ASU's, LSU's (e da 
cabine de descanso da tripulação técnica e galleys de alguns aviões) pode acontecer de 4 formas: 
 
• Automaticamente: quando a altitude-pressão da cabine atingir 14.000 pés; 
 
• Eletricamente: através de um switch no painel superior (overhead) da cabine de comando; 
 
• Manualmente: Através de uma alavanca, localizada na cabine de comando de algumas aeronaves; 
 
• Individualmente: Inserindo um objeto pontiagudo no orifício da tampa do compartimento ou inserindo 
um objeto achatado tipo cartão (dependendo da aeronave). 
 
 
 
Máscaras do sistema fixo de oxigênio da cabine de passageiro 
 
 
33 
 
O oxigênio que supre a cabine de comando provém de um cilindro independente, localizado no 
compartimento de aviônica ou no de carga, dependendo da aeronave. 
Uma vez acionado, o oxigênio chega às máscaras oro-nasais através de dutos. A finalidade do sistema é 
utilizá-lo não só em caso de despressurização, mas também na presença de fumaça ou gases tóxicos na cabine 
de comando (nesse caso, a máscara será usada juntamente com o par de óculos). 
 
Máscara do sistema fixo de oxigênio da cabine de comando 
 
 
A máscara da cabine de comando possui um painel regulador que possibilita o controle do fluxo e 
quantidade de oxigênio a ser liberado, é composto de: 
 
1. Interruptor de acionamento: ON / OFF; 
2. Seletor do teor de oxigênio: 100% / NORMAL (oxigênio puro ou misturado); 
3. Seletor do fluxo de oxigênio: EMERGENCY (ON/OFF) / NORMAL / TEST (fluxo contínuo ou sob 
demanda); 
4. Indicador do fluxo. 
 
 
Painel regulador de fluxo de oxigênio 
 
34 
 
 
Em algumas aeronaves, o painel regulador do fluxo de oxigênio encontra-se acoplado à própria máscara. 
 
 
Para teste do sistema: 
 
1. Posicionar o interruptor de acionamento em ON; 
2. Posicionar o seletor do teor de oxigênio em 100%, assim o sistema está preparado para fornecer 
oxigênio puro (100%) e sob demanda; 
3. Para testar o fluxo contínuo sob pressão, deve-se posicionar e manter posicionado o seletor de 
fluxo de oxigênio em TEST, verificando no visor do painel regulador, a indicação da passagem de fluxo. 
 
Para fornecimento de fluxo sob demanda: 
 
1- Posicionar o interruptor de acionamento em ON; 
2- Manter o seletor de oxigênio em 100% durante todo o voo. Caso queira oxigênio misturado com o 
ar da cabine, colocar o seletor em NORMAL. 
 
Para o fornecimento de fluxo contínuo sob pressão: 
 
1- Posicionar o interruptor de acionamento em ON; 
2- Posicionar o seletor do fluxo de oxigênio em EMERGENCY; 
3- Vestir e ajustar a máscara. O oxigênio, a 100%, fluirá sob pressão. 
 
 
 
 
Todo tripulante viajando na condição de extra e ocupando assento na cabine 
de comando, deve checar se o sistema fixo está pronto para uso em uma 
situação de emergência, testando o fluxo e mantendo o sistema 
armado até o final do voo. 
 
 
 
SISTEMA PORTÁTIL DE OXIGÊNIO 
 
O sistema portátil de oxigênio de emergência é responsável por fornecer oxigênio a tripulantes, 
subdivide-se em: 
 
 
35 
 
 Sistema portátil de oxigênio de emergência 
 Sistema portátil de oxigênio terapêutico 
 
Sistema portátil de oxigênio de emergência: 
 
Composto pelo capuz anti-fumaça (CAF), também conhecido como smoke hood ou PBE (Protective 
Breathing Equipment), especifico para uso em combate ao fogo ou despressurização, dependendo dos padrões 
da companhia aérea.C.A.F – Capuz anti-fumaça Maleta do C.A.F 
 
 
Sistema portátil de oxigênio terapêutico: 
 
Constituído por cilindros portáteis com capacidade para 311 litros de oxigênio. Quando carregados em 
sua capacidade normal indicarão, em seus manômetros, 1800 psi a 21°C. Cada cilindro está equipado com uma 
alça de lona para seu transporte e possui duas saídas de fluxo contínuo: a vermelha (HI) com fluxo de 4 litros por 
minuto e a verde (LO) com fluxo de 2 litros por minuto. 
 
 
Cilindro de oxigênio terapêutico 
 
 
As máscaras desse sistema são do tipo oro-nasais e misturadoras (misturam oxigênio com ar ambiente). 
São feitas de plástico transparente, descartáveis e estão ligadas a uma mangueira em cuja extremidade se 
 
36 
 
encontra um pino de encaixe. Sua adequação é atender aos ocupantes da aeronave que se encontrem com 
insuficiência respiratória. 
 
Operação: 
 
1- Adaptar o pino de encaixe da mangueira na saída de 4l/min (para todos os casos); 
2- Girar a válvula de abertura no sentido anti-horário; 
3- Verificar a passagem do fluxo de oxigênio através da indicação verde (êmbolo) ao longo da 
mangueira; 
4- Ajustar a máscara no rosto da pessoa, moldando a pequena tira metálica de uma das bordas sobre o 
nariz; 
5- Fixar a tira elástica ao redor da cabeça do indivíduo e recomendar que ele respire normalmente. 
*Informar à cabine de comando sobre a situação.* 
 
Para bebês e asmáticos, recomenda-se o uso de oxigênio umidificado (introduzir a mangueira, sem a 
máscara, em um copo com água, deixando a vítima respirar através das bolhas). 
 
 
Uso das máscaras de oxigênio em caso de despressurização 
 
Em uma despressurização, a primeira atitude de comissários e passageiros, deverá ser PUXAR E 
COLOCAR A MÁSCARA MAIS PRÓXIMA e sentar-se no assento disponível mais perto, ou se fixar da melhor 
forma possível, uma vez que a aeronave irá iniciar o procedimento de descida rápida de emergência. 
 
 
 
 
 Procedimentos após uma despressurização de cabine 
 
Logo após uma despressurização, os comissários devem puxar e colocar a máscara mais próxima, 
mantendo-se sentados com os cintos afivelados até o nivelamento da aeronave, que poderá ocorrer de duas 
formas. 
 
 
37 
 
1. Fora do patamar de segurança (acima de 10.000pés) 
2. Dentro do patamar de segurança (abaixo de 10.000 pés) 
 
 
Nivelamento fora do patamar de segurança 
 
Após o nivelamento da aeronave, fora do patamar de segurança, os comissários deverão se informar por 
quanto tempo a aeronave ficará nivelada naquela altitude. Após avaliação deste tempo, o comissário deverá 
realizar o WAP – Walk Around Procedure. 
Durante o WAP os comissários deverão abrir individualmente, todos os compartimentos de máscaras 
das PSU’s que por ventura não tenham se aberto, e colocar as máscaras em passageiros que não conseguiram 
fazê-lo. 
 
 
Abertura das PSU’s 
 
 
Procedimento: 
 
 O comissário munido de sua máscara, deverá pegar um cilindro de oxigênio terapêutico, conectar a 
máscara a saída de 4litros por minuto, abrir a válvula do cilindro no sentido anti-horário, checar a saída do fluxo 
de oxigênio na mangueira e colocar essa máscara. Então, deverá se encaminhar para o corredor e realizar o 
WAP durante o tempo em que a aeronave permanecer nivelada naquela altitude. O comissário deverá monitorar 
esse tempo, para poder retornar ao seu assento em segurança e afivelar seu cinto, antes da aeronave reiniciar a 
descida. 
 
 
Nivelamento dentro do patamar de segurança 
 
Após o nivelamento da aeronave, dentro do patamar de segurança, os comissários deverão prestar 
primeiros socorros, ou seja, se dirigir ao corredor e verificar se algum passageiro está ferido, sentindo-se mal ou 
necessitando de auxílio. 
 
 
38 
 
 VAZAMENTO DE PRESSÃO 
 
Decorrente de alguma deficiência do sistema de pressurização, como, por exemplo, vedação 
inadequada de portas e compartimentos de carga, ou defeito da válvula out flow, dentre outros. 
Em caso de vazamento de pressão, avisar imediatamente à cabine de comando. Lembrando que, se o 
vazamento ocorrer durante procedimentos de subida ou descida, e cessar quando voo nivelar, não há problema. 
Isso ocorre muitas vezes, e essas oscilações são 
 
monitoradas pelos pilotos. Portanto, se o vazamento de pressão ocorrer e se a pressurização se estabilizar 
naturalmente ou por controle da out flow valve não apresenta risco. 
 
 
Procedimento 
 
Havendo constatação do perigo, os passageiros sentados na área de 12 metros quadrados do ponto de 
vazamento deverão, imediatamente, ser retirados so local. Caso não haja poltronas livres, os passageiros 
deverão ser acomodados, preferencialmente, à frente do ponto de vazamento, colocando-se dois passageiros 
em uma mesma poltrona, utilizando o mesmo cinto. 
 
 
NOÇÕES DE SAÚDE 
 
A World Health Organization (WHO), ou Organização Mundial da Saúde (OMS) é a agência da 
Organização das Nações Unidas (ONU) especializada em saúde. Esta organização define saúde como "o estado 
de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade" e tem 
como compromisso provê-la, em seu nível mais alto possível, a todos os povos. 
 
 
Avaliações Periódicas 
 
Os pilotos e comissários devem possuir seus certificados de capacidade física válidos para poder 
exercer os privilégios concedidos em seus certificados de habilitação técnica de voo. 
Os exames médicos periódicos exigidos para as certificações médicas são conduzidos por pessoal 
médico credenciado, conhecedores de segurança de voo e que possuem treinamento em medicina aeroespacial. 
 
 
 REGULAMENTO SANITÁRIO INTERNACIONAL – R.S.I 
 
O Regulamento Sanitário Internacional tem por objetivo prevenir a propagação de doenças entre as 
populações do mundo e estabelece normas de colaboração entre os países, visando reduzir ou eliminar as 
fontes de propagação de enfermidades. 
 
39 
 
Entre outras medidas, este regulamento prevê a notificação compulsória das doenças transmissíveis, 
assim como, prevê quais vacinas são exigidas aos viajantes internacionais. A obrigatoriedade é determinada 
pelas exigências do país de destino. O departamento de Saúde dos Portos deve ser sempre consultado. 
 
 
 Classificação das doenças 
 
Endemia: doença de presença contínua em determinada área geográfica; 
 
Epidemia: doença de eclosão repentina em determinada área geográfica, ou seja, o número de casos que 
surgem excede ao da incidência normal. 
 
Pandemia: quando pessoas de uma extensa região geográfica são atingidas por uma doença, ou seja, uma 
epidemia que atinge proporções globais. 
 
 
HIGIENE 
 
É o estudo de medidas para prevenir doenças e a preservar a saúde. Refere-se aos cuidados que cada 
individuo deve ter quanto ao asseio corporal e aos bons hábitos afim de prevenir doenças. 
 
Banho – necessidade básica de higiene, capaz de limpar a pele. A pele protege o organismo contra as 
impurezas do ambiente, regula a temperatura através da sudorese, eliminado assim o calor, além de ser 
responsável pelo contato do corpo com o meio externo através da sensibilidade do tato. 
 
Mãos – devem ser lavadas principalmente antes das refeições, um hábito que deve ser cultivado. 
 
Dentes – são focos constantes de microorganismos mais variados, por isso devemos ter o hábito de 
escovar os dentes com escova e creme dental, principalmente após as refeições. Somente com a escovação 
diária ficaremos livres das cáries causadas pela fermentação dos restos alimentares. 
 
Repouso – devemos dormir em média de 8 à 10 horas por dia, assim prevenimos transtornos 
emocionais e promovemos um bem estar físico e mental. 
Alimentação – comer não significa estar alimentado, precisamos de uma alimentação rica em 
nutrientes, com alimentos balanceados que atendam a demanda do organismo. Deve acontecer pelo menos 3 
vezes por dia (recomenda-se 5). Ao

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