TIPOS DE OVOS E ENVELOPES OVULARES e SISTEMA LOCOMOTOR)

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LABORATÓRIO DE ANATOMOFISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA 
ANATOMOFISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA 
(TIPOS DE OVOS E ENVELOPES OVULARES / SISTEMA LOCOMOTOR) 
 
ANATOMOFISIOLOGIA ANIMAL 
COMPARADA 
(TIPOS DE OVOS E ENVELOPES 
OVULARES / SISTEMA LOCOMOTOR) 
 
 
 
1. TIPOS DE OVOS 
 
O ovo é o zigoto dos animais: uma célula que se forma após a fusão do núcleo do 
óvulo com o núcleo do espermatozoide, o que dá origem à célula diploide, denominada 
de ovo ou zigoto. Os animais de reprodução sexuada possuem três tipos de mecanismos 
de desenvolvimento do zigoto: os que se desenvolvem dentro de um ovo — ovíparos; 
os que se desenvolvem em ovos no interior da mãe — ovovíparos; e aqueles animais em 
que o embrião irá se desenvolver completamente no interior materno — vivíparos. 
O vitelo é uma reserva de nutrientes existente nas células do ovo dos animais 
para alimentar o embrião. Ele provém do gameta feminino e tem grande importância 
para vertebrados com fecundação externa (peixes e anfíbios) e para os que se 
desenvolvem no interior de ovos com casca calcária (répteis e aves). O ovo animal é 
classificado com base na quantidade e distribuição de vitelo em seu citoplasma, 
podendo ser oligolécito, heterolécito, telolécito ou centrolécito 
Ovos oligolécitos: possuem pouco vitelo, distribuído de forma homogênea por 
todo o citoplasma, e leve acúmulo de vitelo em um dos polos, causando a divisão do 
polo em vegetativo e animal. Animais com esse tipo de ovo são os mamíferos, anfioxos 
e equinodermos. Ovos heterolécitos/mesolécitos possuem grande quantidade de vitelo, 
distribuída de forma não homogênea. O polo vegetativo apresenta uma concentração 
muito maior de vitelo em relação ao polo animal. São encontrados em moluscos, 
anfíbios e anelídeos. Os ovos telolécitos/megalécitos possuem uma quantidade de vitelo 
tão grande (ainda maior que a do heterolécito), que faz com que as estruturas 
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citoplasmáticas e o núcleo fiquem totalmente restritos ao polo animal do ovo. É 
observado em aves, peixes que produzem pequena quantidade de ovócitos e répteis. 
Ovos centrolécitos possuem o vitelo no centro do ovo, não havendo polos e estando 
presente nos artrópodes. 
Após a fecundação dos gametas, o embrião começa a se desenvolver. Na espécie 
humana, são identificadas as principais fases do desenvolvimento do embrião: 
clivagem/segmentação, gastrulação e organogênese. Durante a clivagem, as divisões 
mitóticas são rápidas, dando origem a células conhecidas como blastômeros. No lugar 
onde se concentra o vitelo, a clivagem não ocorrerá, pois a concentração dessa 
substância impedirá a divisão nessa região. O primeiro estágio da clivagem é a mórula e 
a segunda e última etapa é a blástula, onde as células delimitam uma cavidade interna 
chamada blastocele, cheia de um líquido produzido pelas próprias células. A partir da 
blástula, inicia-se a fase de gastrulação, onde o embrião começa a aumentar de 
tamanho, surge o intestino primitivo ou arquêntero e ocorre a diferenciação dos três 
folhetos germinativos ou embrionários: ectoderma (formará a epiderme e anexos, o 
sistema nervoso e as cavidades - boca, nariz, ânus), mesoderma (originará a derme, 
ossos, músculos, sistemas circulatório e reprodutor) e endoderma (formará o sistema 
respiratório e alguns órgãos do sistema digestório). A organogênese é a última fase do 
desenvolvimento embrionário, ocorrendo a diferenciação dos tecidos e órgãos. 
Diferentes organismos sofrem clivagem de diferentes formas, sendo esse padrão 
determinado por dois principais parâmetros: a quantidade e distribuição do vitelo no 
citoplasma e fatores no citoplasma do embrião que influenciam no ângulo do fuso 
mitótico e no tempo de sua formação. Há dois tipos básicos de clivagem, que se 
distinguem devido à quantidade de vitelo do embrião e sua disposição: a clivagem 
holoblástica ou total, típica de embriões mesolécitos, onde o fuso de clivagem se 
estende por todo o embrião, e a clivagem meroblástica ou parcial, típica de embriões 
telolécitos ou centrolécitos, onde somente uma porção do citoplasma do embrião sofre 
clivagem (Tabela 1). 
 
 
 
 
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Tipo de ovo 
Quantidade 
de vitelo 
Distribuição do 
vitelo 
Tipo de 
clivagem 
Animal 
Oligolécito Pequena Homogênea Holoblástica igual 
Equinodermos, 
anfioxo, 
mamíferos 
Mesolécito Média 
Heterogênea 
Polo animal e 
vegetativo 
Holoblástica 
desigual 
Anfíbios 
Megalécito Grande 
Heterogênea 
Vitelo > parte do ovo 
Meroblástica 
discoidal 
Peixes, répteis e 
aves 
Centrolécito Grande 
Heterogênea 
Zigoto no centro do 
ovo 
Meroblástica 
superficial 
Insetos 
Tabela 1 – Relação entre tipo de ovo, distribuição do vitelo e o tipo de clivagem. 
 
2. ENVELOPE OVULAR DE RÉPTEIS E AVES 
 
Envelopes ovulares de répteis e aves são formados a partir de sedimentação, 
principalmente de carbonato de cálcio, que se origina a partir da alimentação desses 
animais. Esse material sedimenta sobre o envelope ovular, fazendo que se pareça com 
uma consistência dura e rígida, o que evita também a perda de água e outros elementos 
para o ambiente. 
 
3. SISTEMA LOCOMOTOR 
 
A aquisição da mesoderme na formação embrionária foi um grande passo para a 
obtenção de músculos pelos animais. Ao longo do processo evolutivo, novos tipos de 
fibras musculares foram surgindo, promovendo movimentos mais complexos e precisos 
para os seres. 
 
• Filo Nematoda: o sistema locomotor dos nematelmintos é formado por camadas 
musculares longitudinais, que são encontradas logo abaixo da epiderme. Esses 
músculos são ativados pelas cadeias nervosas, sendo que a contração permite 
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apenas movimentos de flexão dorsoventral, não sendo possível a realização de 
movimentos laterais; 
• Filo Annelida: a sustentação do corpo é dada pelo celoma, que atua como 
esqueleto hidrostático. Apresentam um sistema músculo-dermático, constituído 
por duas camadas de fibras musculares: uma externa circular e outra interna 
longitudinal. A locomoção é feita por contrações rítmicas da musculatura, 
auxiliada pelo esqueleto hidrostático. Nesses indivíduos, os músculos trabalham 
em consonância, promovendo uma movimentação rítmica com ajuda de 
movimentos hidrostáticos. Além disso, alguns anelídeos podem contar com 
cerdas, para auxiliar a sua locomoção; 
• Filo Chaetognatha: são animais marinhos, de corpo vermiforme, afilado e não 
segmentado. A musculatura corporal consiste em quatro quadrantes de 
musculatura longitudinal bem desenvolvida: dois ventro-laterais e dois dorso-
laterais, que não se encontram em ligação com o sistema nervoso e são mais 
espessos na região ventral; 
• Filo Chordata – peixes: a musculatura locomotora lateral constitui a principal 
parte comestível e representa a maior proporção da massa do corpo, quando 
comparada à de outros vertebrados.O músculo natatório dos peixes teleósteos 
é constituído de unidades arranjadas em série, que podem se soltar facilmente: 
os miótomos, que são estruturas que se desenvolvem precocemente ao longo 
do desenvolvimento embrionário dos peixes e demonstram uma segmentação, 
que ocorre na musculatura desses indivíduos. Os miótomos são separados uns 
dos outros por uma camada de tecido conjuntivo, os mioseptos, pelos quais a 
força de contração da fibra muscular miotomal é transmitida, via tendões, para 
o esqueleto axial e a nadadeira caudal, resultando em ondulação do corpo e 
propulsão para frente. A musculatura dos peixes é separada por cores, 
apresentando o músculo branco e o músculo vermelho. Os músculos brancos 
estão em maior abundância, chegando a 85% da composição total da 
musculatura, enquanto os músculos vermelhos complementam os outros 15%. 
A musculatura branca é mais ativa e requisitada para natação rápida e para 
alguns movimentos mais bruscos do peixe, por isso ela é uma musculatura 
considerada mais glicolítica, consumindo, assim, mais glicose. A musculatura 
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vermelha fica localizada nas laterais do peixe, de forma alongada, e mantém uma 
atividade contrátil lenta e prolongada (Figura 1). 
 
 
Figura 1 – Esquema da musculatura em peixes. 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
GARCIA, Sonia M. Lauer de; FERNÁNDEZ, Casimiro García. Embriologia. Porto Alegre: 
Artmed, 2012. 
 
GILBERT, Scott F. Biologia do desenvolvimento. 5. ed. Ribeirão Preto, SP: FUNPEC 
Editora, 2003. 
 
HICKMAN. Princípios integrados de zoologia. 14 edição. 2008, p. 386- 393. 
 
 
 
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