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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Antonio Rodolfo de Siqueira Viviane Guidotti Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 M278e Siqueira, Antonio Rodolfo de. Educação de jovens e adultos / Antonio Rodolfo de Siqueira, Viviane Guidotti. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 216 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-052-8 1. Educação de jovens. 2. Educação de adultos I. Guidotti, Viviane. II. Título. CDU 37.022 Educacao_Jovens_e_Adultos_1-4.indd 2 16/03/2017 11:48:13 Um novo paradigma de aprendizagem de jovens e adultos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identifi car, criticamente, as bases determinantes para um novo olhar na Educação de Jovens e Adultos. Analisar os novos sujeitos e seu processo de mudanças no público da Educação de Jovens e Adultos. Apontar os novos paradigmas educacionais. Introdução A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um campo vasto e carregado de complexidades. Os educadores e as educadoras de pessoas jovens e adultas, assim como os educandos e educandas, são sujeitos sociais que se encontram no cerne desse processo diverso e que vai além de uma “modalidade de ensino” e que, atualmente, vem se redescobrindo face às mudanças contemporâneas da sociedade e do próprio espaço educativo. Neste texto, você vau refletir sobre os aspectos críticos que compõem o processo de aprendizagem e os novos sujeitos, a quem ele se destina, ou seja, os jovens e adultos, ampliando o olhar sobre os aspectos edu- cativos relacionados à formação humana. Um novo olhar na Educação de Jovens e Adultos A Educação de Jovens e Adultos precisa ser entendida pelos professores como uma possibilidade de resgaste social dos alunos, promovendo uma prática social como objetivo de uma escola democrática que visa a proporcionar uma educação de qualidade e crítica para todos. O que vai ao encontro das Educacao_jovens_U1_C05.indd 64 16/03/2017 11:49:53 palavras de Pinto (1993, p. 38) quando destaca “A educação como função social permanente [...]” para a sociedade. Para isso, é importante que o professor repense seus paradigmas, primeiro se conscientizando que os alunos são sujeitos ativos, constituídos de histórias de vidas, vivências e experiências. Sujeitos esses que já têm uma vida consti- tuída em um contexto sociocultural que precisa ser valorizado e considerado no ambiente escolar. Assim, a prática docente precisa estar interligada com as necessidades e expectativas dos alunos da EJA, buscando a construção do conhecimento por meio de atividades que exijam reflexão e criticidade por parte dos estudantes. Para tanto, neste texto, você vai estudar sobre o novo paradigma de apren- dizagem da Educação de Jovens e Adultos, com o objetivo de compreender o papel do aluno na EJA como um sujeito ativo no processo de ensino e de aprendizagem, reconhecido por sua diversidade e história de vida. A educação é repleta de diferentes paradigmas, mas você sabe o que são paradigmas? Moraes (1997) apoiada em seus estudos fundamentada em Morin, compreende que um paradigma é um padrão compartilhado que ajuda a explicar certos aspectos de nossa realidade. Esses modelos são, muitas vezes, orientados pela cultura dominante de uma determinada época ou determinado contexto social, mas podem estar sujeitos à ruptura devido às mudanças e transformações sociais. Trazendo esse conceito para o contexto escolar, podemos identificar um exemplo de paradigma no ensino tradicional, na reprodução de matérias fragmentadas, que não relaciona, por exemplo, os conteúdos das disciplinas com a prática social dos alunos, ou que desconsidera que as tecnologias devem ser incorporadas à escola. Ao (re)pensar o contexto escolar, pode-se dizer que um novo paradigma estaria na ruptura da relação de poder entre professor e aluno, na busca de uma educação partilhada e compartilhada entre todos os envolvimentos – alunos e professores –, na qual, juntos, a aprendizagem se torna significativa em um processo dialogado (FREIRE, 1996). Considerando mais especificamente a EJA, por muito tempo esta modalidade de ensino foi encaminhada por um paradigma – educação tradicional, que valorizava apenas a reprodução de informação, sem uma preocupação com o aluno, sem reconhecê-lo como sujeito ativo com potencial de construir novos conhecimentos. Um ensino tradicional no qual o professor era um detentor do saber e a ele cabia afirmar o que era importante ou não a turma aprender, desconsiderando as vivências dos estudantes e sem apresentar preocupação em vincular os conhecimentos das disciplinas com a prática social dos alunos dentro e fora da escola. Atualmente, entende-se que a Educação de Jovens e Adultos precisa ser compreendida como uma possibilidade de promover nos estudantes o auto- 65Um novo paradigma de aprendizagem de jovens e adultos Educacao_jovens_U1_C05.indd 65 16/03/2017 11:49:53 conhecimento, a autonomia e a socialização. Além disso, já se compreende que tanto o professor quanto o aluno podem aprender juntos, a partir do reconhecimento de que a aprendizagem ocorre durante toda a vida – ou seja, a educação é um processo permanente (BRASIL, 2000). Desta forma, qualquer pessoa pode aprender e ingressar no sistema educacional de ensino formal. Diante disso, a educação precisa acompanhar as transformações dos contextos sociais em que os alunos estão inseridos. Consequentemente, a EJA pode ser entendida como a oferta de uma edu- cação permanente, humana, que age por uma práxis docente crítica, reflexiva e problematiza dora e que busca tornar o aluno ativo em suas relações sociais e culturais que serão estabelecidas dentro e fora da escola. Nesse sentido, Freire (1992, p. 99) afirma que O sonho pela humanização, cuja concretização é sempre processo, e sempre devir, passa pela ruptura das amarras reais, concretas, de ordem econômica, política, social, ideológica, etc., que nos estão condenando à desumanização. O sonho é assim uma exigência ou uma condição que se vem fazendo permanente na história que fazemos e que nos faz e re-faz. A humanização pelo reconhecimento dos alunos acontece no processo de ensino e aprendizagem, quando o professor, ao planejar suas aulas, pensa em elaborar atividades consciente de que “A finalidade da educação está implícita no conteúdo e na forma como é executada.” (PINTO, 1993, p. 48). Na EJA, o professor precisa estar aberto para deste novo olhar humani- zado, para acolher os alunos em suas práticas pedagógicas considerando suas diversidades, seus interesses e suas necessidades, promovendo um ambiente significativo de aprendizagem, no qual os alunos tenham vontade e prazer de serem parte integrante. Para saber mais sobre o que são paradigmas assista ao vídeo Novos Paradigmas da Educação, em que Mario Sergio Cortella elabora uma explicação sobre esse conceito relacionando-o. Vídeo disponível em: <https://goo.gl/o93cjY> Veja também, a proposta curricular a partir da legislação da EJA, publicada pelo Ministério da Educação (BRASIL, c2016), que está disponível em: <https://goo.gl/Q72jp5>. Educação de Jovens e Adultos66 Educacao_jovens_U1_C05.indd 66 16/03/2017 11:49:53 O aluno da Educação de Jovens e Adultos Para compreender quem são os alunos da EJA, inicialmente é importante relembrar o art. 37 da Lei nº 9.39496 ao anunciar que a Educação de Jovens e Adultos será ofertada para as pessoas que não tiveram acesso ou não conse- guiram dar continuidade aos seus estudos, no Ensino Fundamental ou Médio da Educação Básica, na idade apropriada. Segundo Pereira e Fonseca (2001, p. 60, grifo nosso), Os alunos nessa modalidade de ensino são, via de regra, oriundos das camadas populares, com valores e expressão diferenciados daqueles que se estabelecem na cultura escolar, excluídos da escola regular por dificuldades de acesso, de conciliação com a inserção precoce no mer- cado de trabalho, ou de adaptação à própria organização escolar.Agora, inseridos numa instituição não originariamente concebida para atender a esse público, vão demandar um trabalho específico que considere seu contexto de vida, necessidades de aprendizagem, desejos e expectativas em relação à escola e o vasto mundo de conhecimentos construídos ao longo da vida. São alunos que (re)ingressam no sistema de ensino, do qual, por algum motivo, tiveram que abandonar. Por isso, eles precisam ser reconhecidos como sujeitos já constituídos de vivências e experiências de vida, a partir do contexto em que estão inseridos socialmente, culturalmente e economicamente. Portanto, o professor na EJA, conforme destaca Pinto (1993), tem que considerar seus alunos como cidadãos úteis, pensantes e atuantes na sociedade, resgatando neles a vontade de aprender. Assim, os alunos precisam ser valorizados, diante de um cenário escolar que lhes proporcione a construção do conhecimento pelo reconhecimento de suas especificidades, ou seja, a partir de seus saberes prévios que incluem suas experiências de vida, para poderem criar novos conhecimentos na escola. Também é importante o professor considerar o contexto tecnológico em que vivemos atualmente, com a disseminação do uso das Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs) ganhando novas configurações de mediação também na escola. Por isso, a educação, além de facilitar o acesso a uma formação baseada na aquisição de conhecimento, deve permitir o desenvolvimento das habilidades necessárias na sociedade da informação. Habilidades como 67Um novo paradigma de aprendizagem de jovens e adultos Educacao_jovens_U1_C05.indd 67 16/03/2017 11:49:53 a seleção e o processamento da informação, a autonomia, a capacidade para tomar decisões, o trabalho em grupo, a polivalência, a flexibilidade, etc., são imprescindíveis nos diferentes contextos sociais: mercado de trabalho, atividades culturais e vida social em geral. (FLECHA; TORTAJADA, 2000, p. 24-25). Diante dessas mudanças ocasionadas pelas TICs, o professor precisa in- corporar a suas aulas esses recursos tecnológicos a fim de estar conectado às necessidades atuais não só de formação baseada em conhecimentos teóricos dos jovens e adultos, como também de desenvolver habilidades ao prepará-los para um mercado de trabalho altamente competitivo e tecnológico. Para mais informações sobre a Educação de Jovens e Adultos, leia Educação de Jovens e Adultos: uma memória contemporânea. Nesta obra são destacados pontos históricos dessa modalidade de ensino para o entendimento de como a EJA se constituiu no Brasil. O volume 1 do livro (UNESCO, 2004) faz parte da Coleção Educação para todos, do Ministério da Educação. Essa obra está disponível em: <https://goo.gl/vX15uW>. Novos paradigmas educacionais na EJA Ao considerar o perfi l dos alunos da EJA é importante que o professor entenda que a aprendizagem é um processo contínuo que se dá por toda a vida, como já mencionado anteriormente. Assim, o educador não pode se considerar um detentor de saberes e conhecimento, mas sim um ser humano inacabado que também está em um processo contínuo de aprendizagem, assim como seu aluno. Segundo Freire (1996), a consciência do inacabamento faz com que o professor continue a aprender, buscando novos conhecimentos, sendo por isso essencial que essa construção e refl exão se dê a partir das suas práticas pedagógicas em sala de aula. Por esse ângulo, o papel do professor não é apenas o de repassar informa- ções, mas sim o de (re)construir conhecimento com os alunos, por meio de um processo de ensino e de aprendizagem dialogado em que todos os envolvidos tenham respeito às opiniões diversas e divergentes e que estejam abertos a Educação de Jovens e Adultos68 Educacao_jovens_U1_C05.indd 68 16/03/2017 11:49:53 aprender e refletir sobre seus paradigmas e suas opiniões, na construção de uma sociedade inclusiva e democrática. Nessa perspectiva, menciona-se as ideias de Paiva (2006, p. 521): Entendendo que a questão da Educação de Jovens e Adultos assume a perspectiva de inclusão em sociedades democráticas, e que esta inclusão passa a se dar pela conquista de direitos, tomei como matrizes conceituais direito e democracia, admitindo que são estes os conceitos fundantes da ampliação da compreensão do que é a Educação de Jovens e Adultos, na contemporaneidade. A autora ainda alerta para a formação dos docentes ao mencionar que “Professores quase sempre formados para lidar com crianças acabam ‘caindo’, no âmbito dos sistemas, em classes de jovens e adultos com pouco ou nenhum apoio ao que deveriam realizar.” (PAIVA, 2006, p. 521). Assim, o professor precisa estar atento às necessidades de aprendizagem dos jovens e adultos e aceitá-los como cidadãos ativos e com potencialidades para aprender, sem julgamentos prévios de que são incapazes ou limitados para determinada aprendizagem ou novo conhecimento. O professor necessita instigar, provocar, orientar e respeitar sempre o ritmo da turma, o que remete a uma necessidade de o professor ter consciência das características dos alunos que ingressam na EJA, assim como também de não esquecer da função social que ele desempenha na escola: Saber que devo respeito à autonomia, à dignidade e à identidade do educando e, na prática, procurar a coerência com este saber, me leva inapelavelmente à criação de algumas virtudes ou qualidades sem as quais aquele saber vira inautêntico, palavreado vazio e inoperante. (FREIRE, 1996, p. 69). Ao considerar essas questões, o planejamento das atividades não pode ser infantilizado, mas sim pensado e organizado considerando o contexto sociocultural dos alunos. Sobre a questão da infantilização, Oliveira (2007) alerta que isso ocorre quando o professor não se interessa pelos conhe- cimentos prévios e pelo contexto social dos estudantes, o que resulta na 69Um novo paradigma de aprendizagem de jovens e adultos Educacao_jovens_U1_C05.indd 69 16/03/2017 11:49:53 desvalorização dos saberes e das vivências dos alunos em relação aos conteúdos curriculares da escola, ao apenas executarem planejamentos que foram pensados e organizados para crianças no Ensino Fundamental ou para jovens no Ensino Médio, sem uma adaptação para EJA ponderando suas especificidades. Tal resultado também é observado a partir da utilização de práticas pe- dagógicas que não se preocupam com o perfil dos alunos da EJA, focadas apenas na atuação do professor como representante do saber e da verdade, considerando a escola como o único lugar em que se constrói conhecimento. Nesse cenário, os conteúdos são aplicados de forma fragmentada, sem a necessidade de se estabelecer uma relação significativa com os alunos. Essa prática docente nega a necessidade de um novo paradigma da Educação de Jovens e Adultos, na qual o aluno deve ser um sujeito ativo e autônomo na construção de conhecimento. Por isso, ela acaba sendo organizada com base em uma ‘educação bancária’, criticada por Freire (1996), na qual o aluno é apenas um receptor sem ativa participação. Para você entender como é a prática docente de um professor que considera as vivências dos alunos, reconhecendo a importância de um novo paradigma para Educação de Jovens e Adultos, veja o exemplo a seguir: Desde o princípio, a professora Renata atuou a partir de um novo para- digma: o de que seus alunos lidam com problemas reais e que, a partir deles, a construção de conhecimentos sobre a leitura, a escrita, os nú- meros e as operações pode acontecer de maneira eficaz e significativa. Ela acreditou, desde o início, que era possível estabelecer uma aliança entre o mundo real e concreto dos alunos e os conhecimentos formais, podemos dizer, escolares. (BRASIL, 2006, p. 28). O exemplo da professora Renata demostra o envolvimento de um docente com a problematização de situações reais do cotidiano dos alunos em sala de aula, com a finalidade de estabelecer relação entre os conteúdos das disciplinas e a prática social dos estudantesdentro e fora da escola, considerando suas diversidades, seus contextos e saberes que eles já construíram a partir de experiências e vivências ocorridas fora de sala de aula. Educação de Jovens e Adultos70 Educacao_jovens_U1_C05.indd 70 16/03/2017 11:49:53 1. As mudanças no contexto do surgimento da sociedade da informação impõem discussões que também se aplicam ao campo da educação. A pedagogia crítica se vê como um conjunto de suposições teóricas e práticas e, neste contexto, surgindo como um meio de interação entre os diversos aspectos simbólicos, a vida cotidiana e o contextual. Posto isso, o foco da educação pressupõe o(a): a) necessidade de mudança de uma educação como fato abstrato para uma educação como prática social concreta. b) fracasso escolar atribuído ao fracasso de estudantes das classes minoritárias. c) discussão do ajuste da linguagem, a igualdade do discurso de normas, com foco na responsabilidade social. d) entendimento do contexto histórico-cultural para compreender o contexto social, político e econômico. e) cultura popular como fonte produtora de conhecimento e de legitimação do poder da educação. 2. Sobre os novos paradigmas da Educação de Jovens e Adultos, pode-se afirmar que: a) São modelos de ensino apenas. b) São modelos de prática educativa centrados na atuação do professor. c) São novas formas de pensar a Educação de Jovens e Adultos, a partir do reconhecimento da importância da atuação dos alunos. d) São novas formas da Educação de Jovens e Adultos, que centra o conhecimento no que é produzido dentro da escola. e) São modelos de educação fundamentados na fragmentação das disciplinas. 3. Segundo a legislação brasileira vigente, que trata sobre a EJA, podemos falar o seguinte sobre o público-alvo desta modalidade de ensino: a) A EJA será ofertada somente para alunos que já atuam no mercado de trabalho. b) A EJA será ofertada apenas para alunos que ingressarem nos últimos anos do ensino fundamental. c) A EJA será ofertada apenas para alunos que ingressarem no ensino médio. d) Alunos que concluírem seus estudos na Educação de Jovens e Adultos não podem ingressar no ensino superior. e) Alunos que por diversos motivos não tiveram acesso ou não conseguiram dar continuidade aos estudos, podem ingressar na Educação de Jovens e Adultos, e após concluírem podem, se quiserem, ingressar no ensino superior. 4. Muitas vezes, os próprios educadores, por incrível que pareça, também vítimas de uma formação alienante, não sabem o porquê daquilo que dão, não sabem o 71Um novo paradigma de aprendizagem de jovens e adultos Educacao_jovens_U1_C05.indd 71 16/03/2017 11:49:53 significado daquilo que ensinam e quando interrogados dão respostas evasivas: “é pré-requisito para as séries seguintes”, “cai no vestibular”, “hoje você não entende, mas daqui a dez anos vai entender”. Muitos alunos acabam acreditando que aquilo que se aprende na escola não é para entender mesmo, que só entenderão quando forem adultos, ou seja, acabam se conformando com o ensino desprovido de sentido. (VASCONCELLOS, 2002, p. 27-8) Correlacionando o texto de Vasconcellos aos desafios educacionais que se convergem em um novo paradigma da educação, analise as afirmativas a seguir: I. O processo de conhecimento deve ser refletido e encaminhado a partir da perspectiva de uma educação voltada para uma prática social. II. A instituiç ã o educativa já nã o possui um saber instituí do inquestioná vel, mas este se expande no tecido social. III. A necessidade de analisar o progresso de uma maneira nã o linear, nem monolí tica, mas integrando outras identidades sociais, outras manifestaç õ es culturais da vida cotidiana e outras vozes secularmente marginalizadas. IV. A educaç ã o do pró ximo sé culo no â mbito das instituiç õ es educativas deverá analisar e propor-se de novo, entre outros, o direito à diferenç a e a recusa a uma educaç ã o excludente. V. Os projetos curriculares devem desconsiderar a influência do currículo oculto que permeia o caráter informal educacional, pois o mesmo não interfere no contexto social da prática educativa. É correto apenas o que se afirma em: a) II, III e V. b) I, II e III. c) I, II, IV e V. d) I, III, IV e V. e) I, II, III e IV. 5. Um novo paradigma de aprendizagem de jovens e adultos significa repensar a prática educacional a partir dos seguintes aspectos: a) Diversidade, flexibilização escolar; sintonia com o ambiente, prática social concreta e individualismo. b) Individualismo; submissão cultural dos professores; comunidades de aprendizagem; aprendizagem dialógica. c) Sistema econômico; individualismo; aprendizagem dialógica; qualidade; comunidades de aprendizagem. d) Individualismo; diversidade cultural; multiculturalismo; aprendizagem dialógica; formação do pedagogo. e) Individualismo; sintonia com o ambiente; prática social concreta; aprendizagem dialógica; comunidades de aprendizagem e multiculturalismo. Educação de Jovens e Adultos72 Educacao_jovens_U1_C05.indd 72 16/03/2017 11:49:54 BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 20 fev. 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Proposta curricular: legislação. Brasília: MEC, c2016. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=arti cle&id=13535:proposta-curricular-legislacao&catid=194:secad-educacao-continuada>. Acesso em: 10 mar. 2017. BRASIL. Parecer nº 11, de 10 de maio de 2000. Diretrizes curriculares nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília DF, 5 maio. 2000. Disponível em: <http:// confinteabrasilmais6.mec.gov.br/images/documentos/parecer_CNE_CEB_11_2000. pdf>. Acesso em: 20 fev. 2017. BRASIL. Ministério da Educação Trabalhando com Educação de Jovens e Adultos: alunas e alunos de EJA. Brasília: MEC, 2006. (Caderno EJA, 1). FLECHA, R.; TORTAJADA, I. Desafios e saídas educativas na entrada do século. In: IM- BERNÓN, F. (Org.). A educação no século XXI. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 21-36. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. MORAES, M. C. Paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus, 1997. OLIVEIRA, I. B. Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA. Educar, Curitiba, n. 29, p. 83-100, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/er/n29/07.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2017. PAIVA, J. Tramando concepções e sentidos para redizer o direito à Educação de Jovens e Adultos. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 11, n. 33, p. 1-30, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v11n33/a12v1133.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2017 PEREIRA, J. E. D.; FONSECA, M. C. F. R. Identidade docente e formação de educadores de jovens e adultos. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 26, n. 2, p. 51-73, 2001. 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São Paulo: UNESP, 2000. FREIRE, P.; SHOR, I. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. Educação de Jovens e Adultos74 Educacao_jovens_U1_C05.indd 74 16/03/2017 11:49:54 Conteúdo:
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