Manipulação de imagens digitais AULA 07

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Manipulação de Imagens Digitais
Aula 7: Tratamento não destrutivo de imagens
Apresentação
Nesta aula trataremos da importância de trabalhar com as técnicas de manipulação destrutivas e não destrutivas, dentro
do tratamento das imagens e a ética que envolve a transformação dos pixels, mudando rostos de pessoas, estrutura
física, e até editando elementos que podem alterar a realidade de imagem, gerando controvérsias. 
Apresentaremos também as técnicas de tratamento não destrutivo de imagens na manipulação digital que boa parte dos
estúdios pro�ssionais usa, através da manipulação de camadas e objetos inteligente, permitindo que o designer possa
fazer uso dos arquivos não destrutivos sem perder seu processo de trabalho.
Bons estudos!
Objetivo
Compreender o tratamento não destrutivo do programa Photoshop;
Compreender os conceitos de máscara e seu uso na manipulação de imagens.
Tratamento não destrutivo
Vimos anteriormente que o tratamento destrutivo de imagens é a forma mais fácil e comum para manipular imagens, e a fonte
principal de conteúdo difundido no mundo digital.
Contudo, ele destrói os pixels e não nos deixa retroceder alguns passos da manipulação. O tratamento não destrutivo é o
inverso, mas é muito especí�co e complexo.
Quando usamos o tratamento não destrutivo?
Como o próprio nome já diz, trata da não transformação direta dos pixels no tratamento digital de imagens. Isso signi�ca que
alguns programas de manipulação oferecem as mesmas ferramentas de tratamento de forma destrutiva e não destrutiva.
 Fonte: Shutterstock
No Photoshop, falamos anteriormente do ícone camada de ajuste, que possui as
opções não destrutivas de tratamento de imagens. Note que são as mesmas
existentes nos menus aprendidos anteriormente. A diferença é que, semelhante
aos estilos de camada, as alterações podem ser desativadas na janela de
camadas.
Ao editarmos uma imagem no Photoshop, percebemos que nem sempre os
ajustes feitos na última hora são os ideais para se trabalhar e descobrimos isso
tarde demais, pois tudo foi feito de forma destrutiva.
Seria ruim se o usuário precisasse diminuir a nitidez que foi aplicada, com um
�ltro, vários passos atrás, mesmo quando não houvesse mais como voltar pelas
etapas de restauração disponíveis no Ctrl + Shift + Z (desfazer pelo histórico).
As imagens e seus elementos e estéticas sempre são passíveis de mudança a
qualquer momento, daí a necessidade de se usar técnicas não destrutivas de
manipulação.
Exemplo
A aplicação de um �ltro qualquer na imagem. O procedimento será: ativar a camada e selecionar o �ltro no menu Filter e aplicar o
�ltro desejado, criando uma cópia reserva da camada antes, podendo usar �ltros inteligentes como opção.
O mesmo também vale para as ferramentas que alteram permanentemente os pixels, como a ferramenta Burn Tool. Em vez de
usá-la diretamente sobre conteúdo de uma camada, que não poderá voltar ao estado original no futuro, o melhor a fazer é usar
o comando sobre uma camada separada - se o usuário mudar de ideia, a imagem original estará lá, intacta para outras
alterações.
Vamos explorar alguns exercícios para você entender a importância dessas práticas dentro da manipulação digital de imagens.
Filtros
Um procedimento muito comum realizado por designers digitais, quando precisam de um pouco mais de nitidez na imagem, é
selecionar a camada da imagem e utilizar o �ltro Nitidez (Sharpen).
Esse procedimento está equivocado, a menos que o usuário não tenha pretensão nenhuma de fazer modi�cações ou reutilizar
a imagem original para outras aplicações. É praticamente o que acontece com todos os �ltros do programa.
Percebemos que antes da versão CS3 do Photoshop — quando ainda não existia a implementação da ferramenta Filtro
Inteligente — o recomendável era criar uma cópia da camada a ser editada, pois ela poderia ser mantida dentro do arquivo, com
a visibilidade desativada (ícone do olho na camada layers), como uma espécie de backup.
Se o usuário precisasse dela, estaria lá preservada sem alterações nos pixels.
Você pode experimentar esse efeito e aproximar os pixels da imagem para ver como a imagem vai alterar seus valores de cor.
Mesmo com resultados positivos, os índices tonais da imagem foram perdidos, o que é um enorme perigo para quem faz
tratamento pro�ssional. Com isso, pode vir um certo desespero por não ter controle das alterações dos pixels, mesmo
tentando estabelecer controles por seleções da imagem, o que torna o trabalho braçal e quase artesanal.
Com o Filtro Inteligente, a manipulação se tornou bem mais fácil (sem desmerecer o trabalho artesanal, que, em certos casos,
é imprescindível).
Vejamos como realizar esse procedimento:
Selecione uma imagem onde será aplicado um �ltro Nitidez (Sharpen).
Em vez de apenas selecionar no menu Filtro > Nitidez e uma das opções, será feito o seguinte procedimento diferente do
normal:
1
Clique com o botão direito do mouse sobre a miniatura da
camada, na guia Camadas
2
Selecione a opção Converter em Objeto Inteligente (Convert
to Smart Object)
A camada �cará com um ícone, indicando sua nova estrutura.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Uma vez convertido em objeto inteligente, selecionamos os �ltros desejados e aplicamos como faríamos normalmente no
tratamento destrutivo.
A imagem terá o �ltro aplicado e voltará a ter nitidez.
Observe que, na miniatura da guia de camada, apareceu outra miniatura com o nome do próprio �ltro.
Como você já pode ter percebido, se a qualquer momento o usuário desistir desse ajuste, ou deseja modi�cá-lo ou excluí-lo,
basta dar dois cliques sobre a miniatura do �ltro e continuar com o procedimento.
Se clicar com o botão direito do mouse sobre o �ltro, poderá selecionar outras opções, como desativar (Disable) e excluir
(Delete).
Atenção
Observe que tudo o que trabalhamos sem modi�car de forma permanente um único pixel da imagem original. É importante
salientar que esse procedimento se aplica para qualquer tipo de �ltro no Photoshop (cuidado para não exagerar, pois esse
processo consome bastante processamento da máquina).
Ajustes de matiz, tom e cor
O mesmo processo vale para outros importantes ajustes de imagem usados no tratamento pro�ssional, como os casos de
Matiz/Saturação (Hue/Saturation), Níveis (Levels), Curvas (Curves), entre outros que são encontrados no menu Image.
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Dica
Recomendamos sempre usar Estilos de Camada (Layer Styles) em vez de aplicar algum ajuste diretamente sobre a imagem. O
objetivo é resguardar cada pixel original da imagem.
Atividade
1) Fale sobre três formas de realizar tratamento não destrutivo de imagens digitais, abordando exemplos.
2) Descreva pontos positivos e negativos dos objetos inteligentes dentro da perspectiva do tratamento destrutivo e não destrutivo.
Aplicando um ajuste de Hue/Saturation de forma não-destrutiva
Para esse procedimento, em vez do comando destrutivo Matiz/Saturação (menu Imagem > Ajustes > Matiz/Saturação ou
atalho Ctrl + U), usaremos o Estilo de Camada (menu Camada > Nova Camada de Ajuste > Matiz/Saturação).
Se o usuário estiver aplicando o efeito em uma camada e não quiser que ele apareça sobre nenhuma outra camada em
seguida, recomendamos marcar a opção Use Previous Layer to Create Clipping Mask (Usar Camada Anterior Como Máscara de
Recorte).
No Photoshop CS5, os layer styles podem ser acessados por um ícone na parte inferior da guia de camadas, bem como outros
ajustes não destrutivos.
A opção Hue/Saturation é apresentada em uma janela lateral.
Depois de aplicar o efeito, bastam dois cliques na miniatura para editá-la. Se uma camada tiver sido convertida para Smart
Object, ela não aceitará mais ajustes diretos sobre seus pixels como o ajuste de imagem pelo menu image >> Hue/Saturation
ou outros efeitos.
A partir desse momento, terá que ser usado um layer style, outro mecanismo não destrutivo, ou editado o conteúdo do objeto
de forma bruta (modo destrutivo). Para editar o conteúdodo Smart Object, clique com o botão direito do mouse sobre
a miniatura da camada e selecione a opção Edit Contents).
O conteúdo do Smart Object será aberto como se fosse um novo documento em uma aba no programa; poderá editá-lo e será
preciso salvar e fechar. As novas mudanças aparecerão também dentro Smart Object colocado no documento. Não
recomendamos alterar objetos inteligentes pois tira o conceito do tratamento não destrutivo.
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Sub e superexposição
A técnica de exposição é tradicional e muito usual dentro do tratamento digital. Não usaremos as
ferramentas Dodge (Subexposição) e Burn (Superexposição) sobre a imagem e, sim, a seguinte técnica não destrutiva.
Com sua camada de imagem aberta e selecionada, acesse o menu Camada > Nova > Nova Camada, ou segurando a tecla
Alt do teclado, clique sobre o botão Adicionar Nova Camada, no rodapé da guia de camadas.
Dê um nome para a camada.
Atenção para algumas dicas:
1
Se quiser manter o ajuste apenas nesta camada, use esta
opção.
2
Mude o modo de mesclagem para Overlay (Sobreposição).
3
Altere seu preenchimento para 50% Gray (Cinza 50%).
Será criada uma camada nova logo acima da que receberá os ajustes não destrutivos. Dentro dela, deverá ser usado um pincel
com a cor preta para escurecer a imagem (simulando o Burn Tool) ou com a cor branca para clarear (simulando o Dodge Tool).
Essas alterações afetam só a camada de tom cinza da imagem, preservando a estrutura de valores de cores da imagem.
Antes de aplicar os efeitos é preciso escolher um pincel com opacidade baixa (em torno de 10% ou menos), do tipo
aerógrafo redondo (Soft Round), para obter melhores resultados.
Finalmente, faremos usos das máscaras de camada. Suponha que, para a mesma imagem, o usuário queira colocar um fundo
azul preservando de forma não destrutiva a imagem original, que já foi transformada em um objeto inteligente. Existe uma
camada com o fundo colorido abaixo do objeto inteligente.
Para este caso devemos usar misturadores de camada. Coloque a camada com o objeto inteligente em modo multiply,
usando as con�gurações de camada como na �gura anterior.
Você verá que a imagem passou a ter um tom voltado para o azul. Devemos agora excluir a cor azul do misturador multiply da
�gura da mulher. Para isso, criaremos uma máscara de camada. Na mesma janela de camadas, clique no ícone Add Layer
Mask, com a camada do fundo selecionada.
A camada �cará com um quadro branco ao lado do thumbnail da imagem. Isso signi�ca que 100% da imagem estão recebendo
o efeito. Selecione o pincel preto e pinte a camada branca, preenchendo a parte do corpo da mulher.
O resultado será o da imagem: a parte preta pintada não vai receber o efeito Multiply, deixando o corpo da mulher com o tom
normal, sem destruir os pixels da imagem original.
O uso da técnica da manipulação não destrutiva de imagens pode ser usado em inúmeros casos. Cabe ao designer planejar
antes de criar seu trabalho, organizando melhor a estrutura de camadas e efeitos. Sempre dando preferências para o
tratamento não destrutivo.
Manipulação digital e ética
São frequentes as perguntas sobre o uso das imagens na internet. Com os programas de manipulação, conseguimos fazer
qualquer alteração, gerando uma nova realidade. O designer precisa pensar de forma ética quando �zer mudanças nas
imagens que ele trata.
 Fonte: Shutterstock
Essa discussão vai além do trabalho técnico e artístico. Programas como o Photoshop podem recriar cenários e mudar
contextos. Se existe uma função deliberada de trazer um universo diferente à imagem, ou existe uma mensagem atrelada ao
contexto �ctício, assim como no cinema e nos jogos, tudo é bem-vindo. Contudo, vemos nas redes sociais e nas fake news um
grande inimigo.
Assim, recomendamos que você use as ferramentas de maneira ética e responsável, indicando quando houve manipulação
digital, algo muito incomum quando analisamos revistas e banners.
Atividade
3) Fale sobre pelo menos um caso em que a manipulação de imagens deturpou a imagem original, gerando controvérsias.
NotasReferências
FAULKNER, Andrew. Adobe Photoshop CC 2015: classroom in a book: guia de treinamento o�cial [recurso eletrônico]. Trad.:
Ronald Saraiva de Menezes. Porto Alegre: Bookman, 2016.
FIDALGO, João Carlos de Carvalho. Adobe Photoshop CS6: Imagens Pro�ssionais e Técnicas para Finalização e Impressão. 1.
ed. São Paulo: Érica, 2012.
PAIXÃO, Renato. Arquitetura de Computadores. São Paulo: Érica, 2014.
   
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Assista ao vídeo:
“Dominando a máscara de camada (layer masks) do Photoshop”.
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