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ALICERCE DO PARAISO - VOL UNICO - MEISHU-SAMA leitura

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O QUE É A IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL
A Igreja Messiânica Mundial tem por finalidade construir o Paraíso Terrestre, criando e difundindo
uma civilização religiosa que se desenvolva lado a lado com o progresso material.
Não há dúvida de que “Paraíso Terrestre” é uma expressão que se refere ao mundo ideal, onde não
existe doença, pobreza nem conflito. O “Mundo de Miroku”, anunciado por Buda, a chegada do
“Reino dos Céus”, profetizada por Cristo, a “Agricultura Justa”, proclamada por Nitiren, e o
“Pavilhão da Doçura”, idealizado pela Igreja Tenrikyo, têm o mesmo significado. A diferença é que
não se fez indicação de tempo. Mas eu cheguei à conclusão de que o momento se aproxima. E o que
significa isto? É a hora da “Destruição da Lei”, prevista por Buda, e do “Fim do Mundo” ou “Juízo
Final”, profetizado por Cristo.
Seria uma felicidade se o Paraíso Terrestre pudesse ser estabelecido sem que isso afetasse o homem.
Antes, porém, é indispensável destruir o velho mundo a que pertencemos. Para a construção do novo
edifício, faz-se necessária a demolição do prédio velho e a limpeza do terreno. Deus poupará o que
for aproveitável – e a seleção será feita por Ele. Eis a razão pela qual é importante que o homem se
torne útil para o mundo vindouro.
Ultrapassar a grande fase de transição significa ser aprovado no exame divino, e a Fé é o único
caminho para obtermos aprovação. As qualificações para ultrapassar essa fase são as seguintes:
a) tornar-se um homem verdadeiramente sadio, e não apenas na aparência;
b) um homem que se libertou da pobreza;
c) um homem de paz, que odeia o conflito.
Deus resguardará aqueles que tiverem essas três grandes qualificações e deles se utilizará, como
entes preciosos, no mundo que vai surgir. Certamente não há discordância entre os desígnios de Deus
e os ideais do ser humano. Portanto, haverá um caminho que permita estabelecer as condições
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requeridas. Mas como poderemos obtê-las?
Nossa Igreja tem por objetivo orientar as pessoas e transmitir-lhes a Graça Divina, possibilitando-
lhes criar tais condições.
25 de janeiro de 1949
DOUTRINA DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL
Nós, messiânicos, cremos em Deus, Criador do Universo. Cremos que, desde o início da Criação,
Deus objetivou estabelecer o Céu na Terra e tem atuado continuamente para a concretização desse
objetivo. Com tal propósito, fez do ser humano o Seu instrumento para servir ao bem-estar da
humanidade, condicionando a ele todas as demais criaturas e coisas. Cremos, portanto, que a história
humana do passado constitui estágios preparatórios, degraus para se alcançar o Céu na Terra. Para
cada época, Deus envia o Seu mensageiro e as religiões necessárias, cada qual com sua missão.
Cremos que, no presente, quando o mundo vagueia em tão caótica situação, Deus enviou o Mestre
Meishu-Sama, fundador da Igreja Messiânica Mundial, com a suprema missão de realizar o Seu
sagrado objetivo de salvar toda a humanidade. Por conseguinte, visando à concretização do Mundo
Ideal, de eterna paz, perfeitamente consubstanciado na Verdade-Bem-Belo, empenhamo-nos em fazer
sempre o melhor, erradicando a doença, a pobreza e o conflito, as três grandes desgraças que
assolam este mundo.
11 de março de 1950
O QUE É A VERDADEIRA SALVAÇÃO
Hoje em dia, a crítica mais freqüente em relação à nossa Igreja é que, tratando-se de uma entidade
religiosa, não deveria empenhar-se na cura de doenças. Entretanto, se pensarmos bem, concluiremos
que não há nada tão sem sentido como essa observação. Ela provém do pensamento limitado dos
críticos, segundo os quais a Religião deve ocupar-se apenas da salvação do espírito, não lhe
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cabendo a salvação da matéria. Para eles, a cura de doenças é uma questão material, e por isso
acham que ela não compete à Religião. Excluem das atribuições religiosas a salvação material,
limitando a essência da Religião à parte espiritual. Logicamente, de acordo com o seu conceito, a
salvação espiritual, em síntese, consiste na renúncia. Não tendo o Poder da Salvação para eliminar
materialmente o sofrimento e não encontrando outro recurso, as religiões, pelo menos, tentam
diminuí-lo espiritualmente, através da renúncia. Essa é a maneira como muitas pessoas têm encarado
a Religião até agora.
Não obstante, se a Religião excluir a matéria e preocupar-se unicamente com a salvação do espírito,
ela não estará promovendo a verdadeira salvação, pois a crença na possibilidade da solução dos
problemas materiais é que nos permitirá obter a verdadeira tranqüilidade espiritual. Quando
sentimos fome, por exemplo, só podemos ficar tranqüilos se tivermos certeza de que alguém nos trará
comida; se soubermos que ninguém o fará, é natural que fiquemos desesperados, temendo morrer de
inanição. O mesmo acontece em relação à doença, dificuldades financeiras e outros problemas. Só
pelo reconhecimento de que tudo será solucionado através da Fé teremos tranqüilidade absoluta.
Dessa forma, a salvação das duas partes – a material e a espiritual – é que nos fará sentir-nos salvos,
alcançando o estado de verdadeira paz e segurança.
A base da salvação material e espiritual – aquela que é a mais perfeita – consiste, portanto,
unicamente, em eliminar a doença, tornando as pessoas sadias. Por maior que seja a nossa fortuna ou
a quantidade e variedade dos mais saborosos alimentos, provenientes do mar e da terra, em nossas
refeições, por maiores honrarias e por mais elevada posição social que tenhamos, isso de nada
adiantará, se estivermos sofrendo com doenças. A primeira condição para salvação da humanidade é,
antes de mais nada, alcançar a saúde. Por esse motivo, a meta de nossa religião é formar indivíduos e
sociedades saudáveis.
24 de dezembro de 1949
CARACTERÍSTICAS DA SALVAÇÃO PELA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL
A missão da nossa Igreja é tirar as pessoas das torturas do Inferno e conduzi-las ao Céu,
transformando a sociedade num paraíso.
Para que o homem seja conduzido ao Céu, é necessário que ele próprio se eleve, tornando-se um ente
celestial, a fim de que, por sua vez, possa salvar o seu semelhante. Isso significa pendurar a escada
do Céu até o Inferno e estender as mãos para puxar o homem, degrau por degrau. É nesse ponto que
nossa religião difere das demais, sendo antes o seu oposto.
Todos sabem que os antigos religiosos contentavam-se com o mínimo necessário à sua subsistência.
Eles se entregavam a penitências e procuravam salvar o próximo colocando-se numa situação
miserável. Isso significa que estavam usando a escada em sentido contrário. O salvador empurrava
os necessitados de baixo para cima, ao invés de puxá-los lá do alto; é fácil calcular o duplo esforço
exigido. Mas não havia alternativa, visto que, nessa época, ainda não existia a noção do plano do
Paraíso.
Naturalmente não havia chegado o tempo, pois a noite cobria o Mundo Espiritual. Entretanto, a partir
de 1931, o Mundo Espiritual vem gradualmente se transformando em dia, facilitando a construção do
Paraíso na Terra. Sendo Deus o construtor, a obra progride à mercê do tempo, bastando ao homem
agir de acordo com a Vontade Divina. Deus traçou o plano, fiscalizando e utilizando livremente um
número considerável de criaturas.
A idéia exata que se pode ter da minha função, é a de mestre-de-obras local. Os nossos fiéis sabem
perfeitamente que estou construindo o protótipo do Paraíso Terrestre, como parte dessa função.
Aparecem-me, então, vendedores que me oferecem terrenos em momentos e locais inesperados.
Assim que percebo a Vontade Divina de adquirir determinado terreno, surge a quantia requerida, sem
que eu empregue o mínimo esforço. Logo a seguir consigo, infalivelmente e à vontade, não só os mais
adequados projetistas, engenheiros e construtores, como também o material necessário. Até mesmo
uma árvoreaparece oportunamente, já existindo lugar apropriado para ela. Às vezes eu me sinto
perplexo ao receber árvores às dezenas, de uma só vez. Planto-as estudando o espaço, interpretando
a Vontade Divina, e verifico que elas se encaixam maravilhosamente no jardim, sem falhas nem
excesso. Sempre que isso acontece, não posso deixar de sentir, claramente, a Vontade de Deus em
tudo. Se desejo colocar uma pedra ou uma planta em determinado lugar, recebo-as dentro de um ou
dois dias no máximo. O que vêm a ser todas essas ocorrências senão milagres? Caso eu começasse a
enumerá-los, não acabaria mais. E o que estou dizendo não passa de uma pequena parte do que
pretendo expor com o tempo.
Escrevi este capítulo com o objetivo de ajudar os leitores a compreenderem que o homem nada
empreende, que ele apenas age sob a Orientação Divina. Pelos fatos relatados, fica bem claro que
Deus pretende formar o protótipo do Paraíso como início do advento do Paraíso Terrestre. Mas isso
não é o bastante. Compete a cada homem tornar-se um ente celestial, e é chegado esse momento.
Naturalmente, seu lar será paradisíaco e todos os componentes da família virão a ter uma vida
celestial. Somente assim poderão ser salvas as pessoas que sofrem no “inferno”.
Daí a razão por que aconselho os fiéis a criarem uma vida sem sofrimentos, que é a Vontade do
Altíssimo. Enquanto o homem não conseguir eliminar as três desgraças – doença, pobreza e conflito
– não poderá ser salvo. Isso era impossível na Era das Trevas, mas hoje é possível. Terminou a
época de sofrimento a que se referiu Sakyamuni. Se os leitores compreenderem o sentido desta
verdade, sentir-se-ão dominados por uma alegria infinita, ainda desconhecida na experiência da
humanidade.
5 de outubro de 1949
FORMAÇÃO DO MUNDO NOVO
Conforme venho esclarecendo, a nossa Igreja é uma religião que abarca todos os campos da
atividade humana e que poderia ser denominada Empresa Construtora do Novo Mundo. Entretanto,
como isso pareceria fachada de alguma construtora civil, o jeito é chamá-la, por enquanto, Igreja
Messiânica Mundial. O objetivo dessa organização religiosa é o progresso e desenvolvimento da
civilização conciliando a ciência material e a ciência espiritual.
Sabemos que o conhecimento científico caminha velozmente, ao passo que o espiritual, baseado na
Religião, caminha desesperadamente lento. A religião conservou seu estado inato, sem alcançar
muito progresso, desde o início da civilização, há milhares de anos. Isso explica a grande distância
entre ela e a Ciência. Esta última veio a destacar-se, e a parte espiritual distanciou-se a ponto de
desaparecer da nossa vida. Por fim, o homem tornou-se indiferente ao espírito, chegando a confundir
Ciência com Civilização. Ele se ajoelha diante do trono da Ciência e se satisfaz na sua condição de
escravo. Este é o aspecto do mundo moderno. Por acaso o homem não prova isso entregando nas
mãos da Ciência o que ele tem de mais precioso, que é a vida? Embora ela não consiga garantir a
vida humana, os homens modernos não o percebem e continuam depositando-lhe cega confiança.
Deus compadeceu-se dessa cegueira e está procurando orientar o homem através de nossa Igreja. Por
meio da realidade, o Todo-Poderoso revela que a vida não pertence à matéria, que apenas ela é
invisível aos olhos humanos, mas possui existência absoluta sob Sua direção. A melhor prova
consiste no fato de que pessoas desenganadas pela medicina são salvas freqüentemente pelo Poder
Divino.
Surge, então, a seguinte pergunta: “Por que uma questão de vital importância, como a vida,
permaneceu na obscuridade?” Efetivamente, isso ocorreu pela necessidade de impulsionar a cultura
científica até certo ponto. Tal acontecimento faz parte da Providência Divina; é um fenômeno
passageiro, proveniente da época e, na sua fase transitória, levado ao exagero. Mas Deus corrigirá
tal exagero. Como Ele esclarece, nitidamente, o limite entre a ciência material e a ciência espiritual,
esta acertará os passos com a primeira, progredindo e desenvolvendo-se até constituir-se um mundo
realmente civilizado. Em resumo, o mundo presente termina aqui para dar origem a um novo mundo.
30 de julho de 1952
RELIGIÃO ATIVA
Os leitores poderão estranhar quando eu disser que há religiões ativas e religiões inativas. É
justamente o que pretendo explicar agora.
Religião ativa é aquela que está relacionada com a vida prática, e a inativa ou morta, exatamente o
oposto. Infelizmente, é raro encontrar uma religião, dentre as muitas existentes, que esteja
perfeitamente entrosada com a vida prática.
As doutrinas são elaboradas com perfeição, mas não podemos esperar muito do seu poder
doutrinário. No período da fundação de muitas religiões, há centenas ou milhares de anos, talvez suas
doutrinas estivessem de acordo com a situação social da época, exercendo sobre ela grande
influência. Sabemos, no entanto, que esse poder foi enfraquecendo com o passar do tempo, até atingir
o estado em que hoje se encontra. Lamentavelmente, esta é a ordem natural das coisas; tudo sofre
essa mudança, que acabou ocorrendo também no âmbito da Religião. O surto de novas religiões
adaptadas à época no decorrer destes anos, é um fato inegável, observado em todos os países. Mas
essas religiões acabam sempre desaparecendo, por faltar-lhes poder suficiente para superar as
anteriores.
Exemplifiquei as mudanças ocorridas nas religiões; agora desejo falar sobre as características das
religiões modernas.
É do conhecimento geral que o desenvolvimento da Ciência, a partir do século XVIII, vem
constituindo uma verdadeira ameaça para as religiões, e não se pode negar que ele tenha contribuído
para a sua decadência. A Ciência dominou a tal ponto a mente humana, que o homem só aceita aquilo
que tem explicação científica. O fato ainda seria desculpável, se não tivesse dado origem ao
pensamento ateísta e à corrupção moral sem fim, criando confusão social e transformando este mundo
num verdadeiro caos. Ainda há religiões antigas que se esforçam para doutrinar o povo com
ensinamentos, os quais foram sendo aperfeiçoados após sua elaboração, centenas de anos atrás. Mas
falta poder doutrinário a essas religiões, distantes da atualidade, e a carência de realismo torna sua
existência equivalente à das antigüidades. Na época em que surgiram, elas foram úteis, mas hoje seu
valor não vai além de uma preciosidade histórica e cultural. Dentre as novas religiões, há algumas
que se aproveitam dessas preciosidades históricas adornando-as ricamente, para atrair as pessoas;
mas, com certeza, terão seus dias contados.
Diante de tudo isso, é admissível que a Religião tenha ficado abandonada por muito tempo, sendo
superada pelo maravilhoso progresso da cultura. Exemplificando, é como se quiséssemos usar carro
de bois numa época em que nos servimos de aviões, automóveis e telégrafo. A nossa Igreja respeita a
História, mas não se prende a ela, progredindo de acordo com a Vontade Divina e através dos seus
próprios métodos.
As atividades relativas à obra que estamos realizando, abrangem a reforma da agricultura e da
medicina, apontam as falhas de todas as culturas e adotam, como princípio orientador, o ideal de uma
nova civilização. Uma de suas principais realizações vem a ser a construção do protótipo do Paraíso
Terrestre e do Museu de Arte. Além de servir-se dessas construções como recintos sagrados, onde os
espíritos maculados e exaustos possam se sentir reconfortados, a Igreja pretende, visando o
enobrecimento do caráter do homem, torná-las um baluarte contra os divertimentos fúteis e
pecaminosos de hoje em dia.
De acordo com o exposto acima, a atividade da Igreja Messiânica Mundial, no plano individual,
consiste em salvar o homem da pobreza e contribuir para sua saúde física e mental; no plano social,
sua finalidade é construir uma sociedade sadia e pacífica. Sentimo-nos imensamente felizes ao saber
que, ultimamente, o nosso trabalho está sendo reconhecido pelos eruditos e tornando-se alvo de suas
atenções. Embora, no momento, seja uma obra insignificante,no dia em que ela for ampliada e
difundida no mundo inteiro, surgirá em todos os países a idéia de um mundo ideal, repleto de paz e
felicidade. Afianço que isso não é um sonho.
Que vem a ser, portanto, uma religião ativa, viva, senão a nossa, com todos esses exemplos?
Infelizmente, a sociedade atual olha as novas religiões com indiferença e desprezo, e isso se acentua
principalmente na classe dos intelectuais, que assumem uma atitude cautelosa perante o povo, mesmo
quando se referem à nossa Igreja. Entretanto, eu compreendo perfeitamente a razão dessa atitude. As
religiões antigas geralmente contam com espantoso número de adeptos, mas estes, na maioria, são
pessoas de pouca cultura. Entre as religiões novas, há algumas que não despertam nenhum interesse,
devido às suas palavras e práticas excêntricas; outras, possuem elementos supersticiosos em grande
proporção, que o bom senso nos leva a repelir. Creio que isso não durará por muito tempo, mas
desejo que os responsáveis por essas religiões usem de reflexão.
Há, também, teólogos que, para adaptá-las à época, reproduzem e vestem de uma nova roupagem as
doutrinas dos antigos santos, sábios e mestres. Isso confere a elas uma aparência progressista e de
fácil aceitação pela classe intelectual, mas resta dúvida quanto à sua validade em relação à vida
prática.
O assunto me faz recordar o pragmatismo de William James, o famoso filósofo americano. Essa
doutrina filosófica preconiza a “filosofia em ação”, e eu pretendo estendê-la também à Religião, isto
é, a Religião deve ser prática e ativa.
4 de novembro de 1953
RELIGIÃO QUE REVELA DEUS
Quando incentivamos as pessoas descrentes a crerem em Deus, a maioria reage, pede que provemos
com clareza a Sua existência, e assume uma atitude intelectual, dizendo não poder perder tempo com
superstições.
Essa tendência é notadamente acentuada entre as pessoas cultas. Mas não podemos criticá-las,
porque elas têm suas razões. Sua atitude explica-se pelo fato de que a maior parte das religiões é
anticientífica, sendo raras as que não estão afetadas por superstições. Muitas não conseguem dar
provas claras da existência de Deus e criam hesitação entre a Sua existência ou inexistência.
Portanto, não é de se estranhar que haja tantas pessoas indiferentes à Fé.
A Igreja Messiânica Mundial mostra claramente a existência de Deus. Todos aqueles que entram em
contato com ela, sentem-se maravilhados ante a constatação dessa verdade. A melhor prova está nos
inúmeros milagres e graças alcançados, através da Igreja, pelos seus fiéis. Infelizmente, são
pouquíssimas as pessoas que crêem por meio da simples leitura ou explanação oral das experiências
de fé dos fiéis. A maioria acha-se impedida de aceitar os fatos como realmente são, por professarem
uma fé de baixo nível. Em parte, isso se entende, mas não deixa de ser deplorável. Costumo sempre
afirmar que a nossa Igreja não é uma religião, e sim uma Ultra-Religião, uma grandiosa obra
salvadora.
Os novos fiéis costumam dizer que, no início, quando leram as nossas publicações pela primeira vez,
não conseguiram crer integralmente no que elas expunham, achando a doutrina messiânica muito
diferente não só das doutrinas professadas por outras Igrejas, como também das teorias científicas.
Considerando que nenhuma experiência é perdida, eles começaram a receber Johrei cheios de
desconfiança. Assombrados com o fato de ele consistir apenas no levantar das mãos, pensaram em
desistir, julgando impossível a cura por meio de um ato tão simples. Entretanto, sentindo-se mais
dispostos no dia seguinte, continuaram a recebê-lo e melhoraram rapidamente. Esse é o testemunho
unânime dos que relatam sua experiência.
É justamente porque a nossa Igreja evidencia graças imediatas, pouco comuns, que os intelectuais
cometem um engano, chamando a isso de superstição. Esse modo de interpretar e pensar não deixa de
ser um grande obstáculo; contudo, dentre os que se têm na conta de eruditos, há muitas pessoas de
mente sã que se tornam felizes por ingressarem na Fé, aceitando plenamente a realidade evidenciada.
Tanto os mais obstinados, como os devotos da Ciência, acabam se dando por vencidos diante das
provas da existência de Deus apresentadas pela Igreja Messiânica Mundial através de milagres sem
conta, nunca manifestados antes.
9 de janeiro de 1952
RELIGIÃO CRIADORA DE PESSOAS FELIZES
A Religião não é nada mais do que a cristalização do amor de Deus para guiar os infelizes ao
caminho da felicidade. Ninguém ignora que muitos lutam em vão para conseguir a felicidade
almejada; raras são as pessoas que a conseguem, depois de uma vida inteira de lutas.
É de pouca utilidade colocar em prática a teoria que nos foi legada através da instrução e de
biografias e leituras referentes aos exemplos de grandes personagens. A teoria bem formada merece
admiração, mas todos sabem, por experiência própria, que é difícil pô-la em prática.
Tem-se como crédulo ou simplório aquele que age com honestidade; entretanto, se a pessoa procede
diferente, cai no descrédito social e nas malhas da Lei. Por fim, o indivíduo não sabe como agir. O
que os homens consideram bem-viver e se apressam por adotar, é a vida desonesta sob a capa da
honestidade. Os melhores adeptos dessa filosofia tornam-se os campeões dos bem-sucedidos, razão
por que as pessoas tendem a seguir tais exemplos e o mal social não diminui.
Dizem que os honestos levam desvantagem, e tudo nos faz chegar a tal conclusão, a julgar pelo
aspecto do mundo, de modo que quanto mais honesto for o indivíduo, tanto mais ele se arrisca a cair
no conceito de “antiquado”. Observa-se com freqüência que os homens que proclamam a justiça são
repelidos e fracassam na sociedade.
É enorme o meu esforço para manter constantemente o conceito de justiça diante de semelhante
mundo. O homem comum escarnece das minhas palavras, que ele considera crendices. Julga-me
caprichoso e covarde, porque não sou interesseiro. Sente-se importunado por enfrentarmos o mal e
destemidamente escrevermos a respeito, e também pelo nosso rápido progresso. Ultimamente, porém,
em vista da firmeza de atitude com que nos temos mantido, apesar de todas as pressões – atitude que
visa unicamente o bem – está despertando certa consideração por nós no espírito das pessoas.
Alegra-nos, acima de tudo, que a situação tenha abrandado, facilitando o nosso trabalho. Isso se deve
à resistência que oferecemos a todas as perseguições, tendo Deus por nosso apoio, e ao fato de a
Igreja Messiânica Mundial possuir o Johrei, inexistente nas demais religiões.
Felizmente, alcançamos a liberdade religiosa com o advento da democracia. O ambiente ficou
favorável, em comparação com o do Japão anterior à Guerra, tornando possível, através da justiça,
eliminar o mal e caminhar ao encontro do bem.
A seguir, tratarei do problema concernente à felicidade do homem.
Naturalmente, o bem constitui a base da felicidade, sendo óbvio insistir sobre a necessidade de ele
ter força suficiente para vencer o mal. Até agora, entretanto, na sua maioria, as religiões careciam
dessa força; por conseguinte, não proporcionavam a felicidade desejada. Sendo assim, tiveram de
pregar a Iluminação para satisfazer o povo, no seu desejo de atingir, pelo menos, a paz espiritual,
uma vez que não conseguiam obtê-la na sua totalidade, isto é, espiritual e materialmente. Ou então
pregaram a resignação, através do espírito de expiação e do princípio de não-resistência contra o
mal. Criaram, portanto, a teoria da negação da graça na vida presente, o que explica ser classificada
de superior a religião que visa a salvação do espírito, e de inferior aquela que consegue obter,
também, os benefícios do mundo. Mas essa teoria não passou de um recurso para determinada época.
Darei exemplos.
Há pessoas que, embora torturadas por uma doença prolongada, dizem-se alegres, alegando estarem
salvas quando na realidade estão apenas resignadas, sufocando seus verdadeiros sentimentos. Isso é
uma espécie de auto-traição. Por natureza, a verdadeira satisfação nasce com o restabelecimentoda
saúde, se for esse o caso.
Em todos os tempos houve famílias que, não obstante o ardor de sua fé, não foram agraciadas
materialmente, permanecendo vítimas de desgraças. Dessa forma, acabaram por se iludir, julgando
que a essência da Religião só objetiva a salvação espiritual.
A Igreja Messiânica Mundial salva tanto o espírito como a matéria. Podemos afirmar que vai além
disso. As obras de construção dos protótipos do Paraíso Terrestre em diversas localidades, assim
como a construção de museus de arte que estamos realizando dependem inteiramente dos donativos
dos fiéis. A Igreja abomina a exploração, contando apenas com recebimento do donativo espontâneo.
Apesar disso, é realmente milagroso o fato de se conseguir a quantia necessária para o
empreendimento de uma obra de tal envergadura. Isso prova a prosperidade dos fiéis. O donativo,
longe de ser temporário, tende a aumentar, razão por que nunca me preocupei com dinheiro.
Na época em que apareceram as religiões antigas, os ensinamentos podiam ser de caráter limitado,
de Fé “Shojo”, mas hoje a realidade é outra. Tudo adquiriu caráter universal, de modo que é preciso
uma organização grandiosa, para salvar a humanidade. Quanto maior a organização, maior o número
de pessoas salvas. Por isso, ao tomar conhecimento dos seus objetivos, ninguém deixará de
reconhecer a importância da nossa Igreja.
10 de junho de 1953
IGREJA ABRANGENTE
Poderão compreender melhor a nossa Igreja, se a compararmos com uma loja de departamentos. A
comparação talvez não seja muito apropriada, mas considero-a a mais adequada e de mais fácil
compreensão. Eis os motivos:
Sempre tenho afirmado que a Igreja Messiânica Mundial abrange o cristianismo, o xintoísmo, o
budismo, o confucionismo, a Filosofia, a Ciência, a Arte, enfim, todas as expressões da cultura. Entre
elas, dedicamos especial atenção aos problemas concernentes à doença, à saúde e à agricultura, no
campo da Ciência, e também às artes.
Logicamente, como o seu nome está mostrando, a nossa Igreja tem por objetivo empreender a
grandiosa obra de Salvação do Mundo. É natural, portanto, que apontemos as falhas existentes em
todos os setores relacionados com a vida do homem, dispensando a este a mais elevada orientação.
Não obstante o maravilhoso progresso da cultura contemporânea, as falhas apresentadas por ela são
tão numerosas que causam espanto. As falhas superficiais não são muito graves, porque a própria
sociedade as percebe e pode corrigi-las; as falhas interiores, no entanto, por não serem divisadas a
olho nu, só podem ser corrigidas por um meio: desvelando-as através da Luz de Deus. Por essa
razão, estamos dissecando todos os setores da cultura atual, a fim de que, trazendo à tona a
verdadeira natureza de cada um deles, possamos planejar a concretização de um mundo melhor.
Somente dessa forma poderemos alimentar esperanças quanto ao advento da era da Civilização
Celestial.
Eis, em breves palavras, o sentido da expressão “Igreja Abrangente.”
28 de março de 1951
ULTRA-RELIGIÃO
Qualquer pessoa tomará por um sonho descabido o objetivo da nossa Igreja – construir um mundo
sem doenças, pobreza e conflitos, ou seja, o Paraíso Terrestre, que corresponde ao “Advento do
Reino dos Céus”, pregado por Cristo, ou à “Vinda do Messias”, da religião judaica. Sakyamuni disse
que, depois de sua morte, surgiria um mundo perfeito. Não afirmou, entretanto, que esse mundo
estivesse iminente; ao contrário, disse estar infinitamente longe: 5.670.000.000 de anos.
Todas essas profecias foram de grande utilidade. Se não houve referência a um plano de execução,
devemos interpretar que ainda não era chegado o tempo, mas sabemos que a aceitação e a prática dos
ensinamentos pregados pelas religiões antigas tornaram-se o alicerce das religiões atuais.
Naturalmente, cada religião criou e divulgou os seus protótipos, formas e métodos, adaptáveis aos
diferentes povos e países. Evidentemente, as religiões foram criadas sob o desígnio de Deus, para
serem condicionadas a determinadas épocas, localidades, povos, tradições, costumes, etc. Graças a
essa força, a cultura alcançou o deslumbrante progresso que hoje apresenta. Não fossem as religiões,
o mundo estaria à mercê de Satanás, ou talvez, destruído.
Ao refletirmos sobre esses assuntos, não podemos deixar de levar em consideração os grandes
méritos dos fundadores de religiões. Todavia, embora estas últimas hajam evitado a destruição do
mundo, é duvidoso que o seu poder seja eficiente para o mundo atual ou para o futuro. Isto porque a
humanidade padece de um sofrimento infernal, o que comprova a deficiência das Igrejas, as quais
não conseguem conduzir os sofredores ao estado celestial. Só um número restrito de povos participa
dos benefícios da civilização moderna. Presentemente, a humanidade carece muito do espírito de
paz.
Uma observação sobre o mundo atual faz com que as pessoas prudentes sintam a necessidade do
aparecimento de uma grande luz que dissipe as trevas, isto é, o poder salvador de uma Ultra-
Religião. Nesse sentido, consciente da responsabilidade que lhe cabe como sendo esta Ultra-
Religião, nossa Igreja vem apresentando resultados surpreendentes.
20 de julho de 1949
EU ESCREVO A VERDADE
Comecei a escrever há mais de dez anos; naturalmente, apenas sobre assuntos relacionados à Fé. Ao
contrário de outros fundadores de religiões, procurei eliminar formalidades e palavras difíceis,
utilizando uma linguagem que todos pudessem compreender facilmente.
De modo geral, as religiões são boas. Entretanto, se por um lado elas possuem o que poderíamos
chamar de característica peculiar a toda religião, por outro lado têm um certo mistério que ora
julgamos entender, ora nos parece incompreensível, e talvez seja por isso mesmo que elas exercem
atração. Sendo difícil compreendê-las, as religiões podem ser interpretadas de várias maneiras,
dependendo da pessoa, o que facilita a formação de seitas. Além disso, quanto mais adeptos tiver
uma religião, mais probabilidade ela terá de subdividir-se. A História nos mostra a luta que travaram
entre si essas facções. Assim, não conseguindo captar a essência da Fé, os fiéis sentem freqüentes
dúvidas, tornando-se difícil alcançarem a verdadeira paz e iluminação espiritual.
Através dos métodos utilizados até agora, não conseguiremos obter a unificação harmoniosa nem
mesmo de uma só religião. Conseqüentemente, a unificação de todas elas torna-se uma utopia. Esse
deve ser, também, o motivo do aparecimento de novas religiões a cada ano que passa. Observando
somente o Japão, notamos que a tendência atual é aumentar o número de religiões proporcionalmente
ao aumento da população.
Jeová, Deus, Logos, Tentei, Mukyoku, Amaterassu-Okami, Kunitokotati no Mikoto, Cristo, Shaka,
Amida e Kannon constituem o alvo da adoração de diversas religiões. Além destes, que são os
principais, poderíamos citar Mikoto, Nyorai, Daishi e inúmeros outros. Sem dúvida alguma, não
levando em conta Inari, Tengu, Ryujin e mais alguns, que pertencem a crenças inferiores, todos eles
são divindades de alto nível.
Remontando às origens, é óbvio que só existe um deus verdadeiro, isto é, DEUS. Até hoje, contudo,
cada religião se considera mais elevada que as demais, havendo, também, certa dose de
discriminação entre elas. Dessa forma, é impossível promover-se a união de todas. Apesar disso, o
objetivo final de todas as religiões é o mesmo; não há uma sequer que não deseje o Céu ou o Paraíso
neste mundo, ou melhor, a concretização do Mundo Ideal, um mundo onde todas as criaturas sejam
felizes.
Mas o que é preciso para que esse mundo se concretize?
É preciso que surja uma religião universal, que englobe o mundo inteiro. Deverá ter as
características de uma Ultra-Religião, ser tão grandiosa que toda a humanidade possa crer nela
incondicionalmente. Não quero dizer que essa religião seja a Igreja Messiânica Mundial, mas a
missão de nossa Igreja é ensinar o meio que possibilitará a realização do Mundo Ideal, ou seja,
mostrar como elaborar o plano, o projeto para a construção dessemundo. Na medida em que
aumentar, em cada país, o número de intelectos conscientes disso, estaremos marchando passo a
passo para atingir nosso objetivo.
Em síntese, será a concretização da Verdade. Através dela, todos os erros se tornarão claros e serão
corrigidos, surgindo o Mundo de Luz, claro e límpido. Naturalmente, a humanidade se libertará do
Mal; o Bem, que estava subjugado por ele, triunfará, e o homem alcançará a felicidade. Portanto, em
primeiro lugar, é fundamental que a Verdade seja conhecida pelas pessoas do mundo inteiro. O
empreendimento que agora estou realizando – um grande esforço para revelar a Verdade através de
explanações escritas – constitui uma fase importantíssima para a concretização desse mundo.
25 de setembro de 1951
CONCRETIZAÇÃO DA VERDADE
O verdadeiro objetivo da Religião é a concretização da Verdade.
Mas que é a Verdade?
A Verdade é o próprio estado natural das coisas. O Sol desponta no nascente e desaparece no poente;
o homem inevitavelmente caminha para a morte (essa morte a que o budismo se refere com as
expressões “tudo que nasce está sujeito a desaparecer” e “todo encontro está condenado à
separação”). O homem manter-se vivo através da respiração e da alimentação também é Verdade. A
mente humana anda tão confusa, que preciso insistir sobre assunto tão óbvio.
Observando os revoltantes acontecimentos deste mundo, o caos reinante na sociedade, os conflitos, a
desordem, o pecado, é impossível negar que tudo contribui mais para a infelicidade do que para a
felicidade do homem. Precisamos, pois, conhecer a razão de tais coisas. Tudo se baseia no fato de
estarmos longe da Verdade – isso é evidente. O problema é que não temos consciência disso.
Vou explicar meu ponto de vista.
Vejo que o homem moderno perdeu a noção da Verdade. Parece que a vida se mostra tão difícil para
ele, que lhe falta tempo para refletir sobre o assunto. A Religião, também, até hoje não tinha
condições para esclarecer o que é a Verdade, e transmitia noções falsas acreditando serem
verdadeiras. Se a Verdade pudesse ter sido revelada tal qual é, a situação humana seria muito melhor.
Talvez até tivéssemos construído algo semelhante ao Paraíso Terrestre.
Mas é chegado o tempo de revelar a Vontade de Deus e pregar a Verdade, para que esta possa se
concretizar. E a Vontade de Deus é que ela seja transmitida claramente. Se aqueles que lerem minhas
palavras tiverem a mente livre de preconceitos, certamente hão de obter a correta visão da Verdade.
Gostaria de dar uma explicação que todos compreendessem.
O homem adoece porque se distancia da Verdade e por motivo idêntico não consegue curar-se.
Política errônea, má ideologia, aumento de crimes, crise financeira, inflação e deflação, tudo isso se
deve, também, ao fato de o homem desviar-se da Verdade.
Tudo que desejamos logo se realizaria se estivéssemos de acordo com a Verdade; foi com esse
propósito que Deus criou a sociedade humana. Eis por que não é difícil a formação de uma
sociedade ideal, nem é impossível ser feliz. Nisto reside a possibilidade do advento do Paraíso
Terrestre.
Alguns, talvez, achem estranhos os meus pontos de vista, mas não há razão para isso. Tudo que estou
dizendo tem muita lógica. Minhas idéias só parecerão estranhas a quem não estiver voltado para a
Verdade. Quanto mais absurdas elas parecerem, mais evidente se tornará a distância do mundo em
relação à Verdade.
Deus concedeu ao homem a liberdade infinita. Eis a Verdade. As outras criaturas, como os animais e
os vegetais, gozam de liberdade limitada. Aqui se percebe a superioridade do homem. Falar da sua
liberdade, é dizer que ele ocupa o ponto médio entre os dois extremos – o animal e o Divino.
Quando ele se eleva, torna-se Divino; quando se corrompe, equipara-se ao animal. Se
desenvolvermos esse princípio, veremos que basta o homem querer para que o mundo se converta em
paraíso. Caso contrário, ele faz do mundo um inferno. Esta é a Verdade. Não há dúvidas quanto à
escolha: a não ser uma pessoa de espírito satânico, ninguém desejará ocupar a extremidade animal.
De acordo com o que acabamos de expor, a formação do Paraíso Terrestre vem a ser o objetivo final
do ser humano, e o único recurso para atingi-lo é a concretização da Verdade. Sendo esta a missão
básica da Religião, eu prego a Verdade e me esforço e trabalho incessantemente para concretizá-la.
16 de julho de 1949
VERDADE E PSEUDOVERDADE
Desde tempos remotos fala-se a respeito da Verdade, mas parece que sobre a Pseudoverdade, ou
melhor, sobre a verdade aparente, ninguém fala. Entretanto, para analisarmos qualquer problema, é
necessário saber diferenciá-las, pois essa distinção exerce enorme influência no resultado da análise.
Muitas vezes a Pseudoverdade passa por Verdade e as pessoas comuns não o percebem.
A Verdade e a Pseudoverdade existem na Religião, na Filosofia, na Arte e até na Educação. A
Pseudoverdade desmorona com o passar dos anos, porém a Verdade é eterna. Quando surge uma
nova teoria ou se faz alguma descoberta, as pessoas acreditam tratar-se da maior de todas as
verdades; todavia, com o aparecimento de novas teses e descobertas, é comum que aquelas venham a
ser superadas. Da mesma forma, por mais notável que seja uma religião, quem pode garantir que ela
não se extinguirá após centenas ou milhares de anos? Não seria uma extinção total, e sim a extinção
de sua parte falsa; é óbvio que se preservaria a parte verdadeira. Contudo, mesmo que não houvesse
algo a preservar, essa religião não seria alvo de críticas, pois cumpriu sua missão para o progresso
da cultura. Quanto mais próxima da Verdade estiver a Pseudoverdade, mais longa será sua vida;
quanto mais distante, vida mais curta. Isso é inegável.
Apesar da distinção entre a Verdade e a Pseudoverdade caber aos intelectuais e aos dirigentes de
cada época, raros são aqueles que têm esse poder de discernimento. Às vezes, a Pseudoverdade pode
ser mantida por longo tempo. O absolutismo e o feudalismo usaram-na como Verdade. O mesmo se
pode dizer em relação ao fascismo de Mussolini, ao nazismo de Hitler e ao “hakkoiti-u” (“fazer do
mundo uma só casa”) de Tojo, que tiveram pouca duração. É interessante que, na época, o fato passou
despercebido, e momentaneamente os povos acreditaram tratar-se da Verdade. Por causa dessa
crença, até se sacrificaram vidas humanas levianamente, e não podemos esquecer quantas pessoas
foram vítimas de tais enganos. Diante disso, percebemos como é terrível a Pseudoverdade.
A respeito da Verdade e da Pseudoverdade, não podemos deixar de observar que elas, como já
dissemos, também existem na Religião. Quantas religiões já surgiram e já desapareceram! Apesar de
terem sido gloriosas no início, tiveram vida curta, não deixando qualquer vestígio. Isso ocorreu por
serem religiões falsas. Entretanto, se for uma religião com valor idêntico ao da Verdade, mesmo que
por algum tempo sofra uma forte perseguição, um dia, sem dúvida alguma, conseguirá expandir-se e
tornar-se uma grande religião. Podemos fazer essa afirmativa observando as grandes religiões da
atualidade.
30 de janeiro de 1950
LUZ DA INTELIGÊNCIA
Todos se referem à inteligência como se fosse uma coisa única. Mas ela pode ser de vários tipos,
apresentando diferentes níveis de profundidade.
Dentre as inteligências, as mais elevadas são: a Divina, a sagrada e a superior. Precisamos
aprofundar a nossa própria fé, a fim de cultivá-las. Elas surgem quando possuímos espírito correto,
que admite a existência de Deus. Quando há esforço baseado na virtude, esses aspectos superiores da
inteligência se desenvolvem, e a recompensa será a verdadeira felicidade.
Em nível mais baixo, estão as inteligências calculista, ardilosa, satânica e outras, que nascem do mal.
Todos os criminosos servem como exemplo. Os delinqüentes intelectuais, especialistas em fraudes,
possuem-nas em alto grau. Os conhecidos “heróis” de sucesso passageiro nada mais são do que
portadores, em ampla escala, dessas inteligências nocivas.
É interessante notar que quanto maior for a inteligênciado bem, mais profunda ela é; quanto maior a
inteligência do mal, mais superficial. Basta analisar a vida dos criminosos, desde épocas remotas,
para verificar o que estamos dizendo. Eles fazem planos aparentemente perfeitos, mas que, na
prática, apresentam alguma falha. É essa falha que torna público e notório o seu fracasso. Por
conseguinte, se o homem deseja crescente prosperidade, deve fazer esforços para aprofundar sua
inteligência.
A profundidade da inteligência depende da força da sinceridade. Assim, conclui-se que o homem
cuja fé não é correta, nada conseguirá. Tão logo seja aceita essa teoria, desaparecerão os males da
sociedade.
O homem de hoje é superficial. Isto pode ser facilmente observado por quem examina os vários
campos da atividade humana. Os políticos, por exemplo, só se ocupam de assuntos imediatos;
qualquer outro é negligenciado até que tome vulto. Suas providências assemelham-se aos remédios
alopatas: combatem os efeitos e não as causas. Ora, todo problema surge porque existe uma causa;
nada acontece sem motivo.
A inteligência superficial não consegue prever o futuro, ficando impossibilitada de estabelecer uma
verdadeira política. No jogo de xadrez, o mestre ganha a partida porque “enxerga” os lances
subseqüentes; o novato é derrotado porque não os prevê.
Neste sentido, o homem deve conscientizar-se de que precisa cultivar as inteligências de nível
superior, pois, sem elas, não obterá o verdadeiro êxito. E devemos compreender que a Fé é o único
meio para adquiri-las.
25 de maio de 1949
AS CINCO INTELIGÊNCIAS
Há vários tipos de inteligência. Formam uma escada de cinco degraus, na seguinte ordem: Divina,
sagrada, superior, ardilosa e calculista.
A inteligência Divina é a mais elevada, e Deus a concede a certas pessoas para que cumpram
missões importantes. Bem afirma o ditado: “Diz-se que a inteligência é humana, quando o
conhecimento é aprendido; é Divina, quando não depende de aprendizado.”
A inteligência Divina pode ser considerada como de caráter masculino em relação à inteligência
sagrada, que, por sua vez, pode ser considerada como de caráter feminino.
A inteligência superior é aquela manifestada pelas pessoas sábias. No budismo, denomina-se “Tie
Shokaku” (inteligência da percepção verdadeira) ou simplesmente “Tie” (inteligência).
A ação dos espíritos malignos é que obscurece o discernimento humano. Os políticos e os
intelectuais da atualidade dão-nos exemplo disto: gastam horas e horas discutindo problemas quase
sempre de muito pouca importância. Quando se trata de assunto de grande monta, dezenas de pessoas
passam a debatê-lo por várias horas, durante dias e dias, muitas vezes sem chegar à conclusão
desejada. Isso prova a lentidão mental do homem contemporâneo, pois todo problema só apresenta
uma solução. Jamais houve um problema com muitas respostas. E dizer que tantos cérebros levam
vários dias só para encontrar a solução de um problema!
É desolador...
A causa dessa lentidão mental é a escassez de inteligência superior, pois as mentes se acham
obscurecidas. E se elas estão obscurecidas é porque cultivam idéias satânicas, decorrentes da
devoção ao materialismo. Essa devoção provém do não-reconhecimento da existência de Deus. Ora,
se as pessoas não reconhecem a existência de Deus, é porque falta uma religião com o poder de
inspirar-lhes essa crença. A verdadeira religião deve ser capaz de mostrar claramente que Deus
existe. A própria necessidade de insistir neste assunto é decorrente da fraqueza mental do homem
moderno.
De acordo com a teoria que expomos, quem possui inteligência superior, consegue resolver qualquer
problema em poucos minutos. Eu, pessoalmente, limito a trinta minutos os debates de meus
subalternos, seja qual for o problema discutido. Quando a questão se prolonga por mais de uma hora,
aconselho que interrompam a reunião, deixando-a para outro dia, ou que me consultem sobre o
assunto.
É claro que não atendo à modéstia quando digo que quase sempre consigo resolver qualquer
problema em poucos minutos, por mais difícil que ele seja. Excepcionalmente, se aparece uma
questão que não resolvo logo, protelo-a sem me esforçar. Momentos depois, infalivelmente, vem-me
a inspiração para solucionar o caso.
Analisemos, a seguir, a inteligência calculista.
Todos a consideram uma inteligência superficial; seu sucesso é passageiro, resultando sempre em
derrota, e os que dela se utilizam perdem a confiança dos outros.
A inteligência ardilosa pode ser considerada como perversidade – é a inteligência do mal. Milhares
de pessoas a empregam, quase sempre pertencentes às classes dirigentes e intelectuais. Assim, é
impossível a sociedade melhorar. Tão logo essa espécie de inteligência seja erradicada do Universo,
surgirá uma sociedade sadia e países magníficos. Mas haverá meios de erradicá-la? Certamente que
sim. Basta destruirmos sua raiz. Essa tarefa cabe a uma religião poderosa, capaz de despertar a fé em
Deus.
20 de agosto de 1949
A CONSTRUÇÃO DO PARAÍSO E A ELIMINAÇÃO DO MAL
Para que este mundo se transforme em Paraíso – objetivo de Deus – existe uma condição
fundamental: eliminar a maldade que a maioria dos homens traz no mais profundo recanto de suas
almas. Pelo senso comum, as criaturas desaprovam o mal e temem o contato com ele. A Moral, a
Ética e a Educação procuram reprimi-lo. A Religião, também, tem por ensinamento básico
recomendar a prática do bem e combater o mal. Observando a sociedade, vemos que os pais
repreendem os filhos; os maridos, as esposas; as esposas, os maridos; os patrões, os empregados. A
tudo isso, acrescentam-se as leis, que, por meio de sanções, tentam impedir o mal. Entretanto, apesar
de todo esse esforço, a quantidade de pessoas más é incalculavelmente maior que a de pessoas boas;
para termos uma idéia mais precisa, entre dez, pessoas, talvez nove sejam más.
Falando em homens maus, devemos lembrar-nos de que existem vários níveis de mal: os grandes, os
médios e os pequenos. Citemos alguns exemplos: o mal premeditado, praticado conscientemente; o
mal que cometemos inconscientemente, sem perceber que o estamos cometendo; o mal que
praticamos por não haver outro recurso; o mal que fazemos acreditando ser um bem. O primeiro não
necessita de maiores esclarecimentos; o segundo é o que mais se vê; o terceiro, em termos de povos,
é praticado pelos selvagens, e, em termos individuais, pelos loucos e pelos retardados,
conseqüentemente não é tão grave; já o quarto, isto é, o mal que se faz pensando ser um bem, é o mais
prejudicial, pelo empenho com que as pessoas o praticam, sem o esconder.
Deixarei os detalhes para o fim; agora quero mostrar a forma como geralmente se encara o mal, do
ponto de vista do bem.
Observando o mundo contemporâneo, constatamos que o predomínio do mal é tão grande, que
podemos perfeitamente dizer que ele é o mundo do mal. A História nos dá inúmeros exemplos de
homens bons que foram atormentados pelos perversos; da situação inversa eu nunca ouvi falar. Como
o mal possui mais adeptos que o bem, enquanto os malvados vivem burlando as leis e agindo como
bem entendem, os bons ficam subjugados, vivendo constantemente sob terror. Esta é a situação do
mundo atual. Por serem mais fracos, os bons são sempre atormentados e maltratados pelos maus.
A democracia surgiu em contraposição a esse absurdo estado de coisas e por isso tem uma origem
natural. O Japão, que viveu sob o domínio do pensamento feudal, insistiu em manter uma sociedade
onde os fracos são vítimas dos fortes, mas, felizmente, com a ajuda do exterior, conseguiu implantar
o regime democrático. Por esse motivo, ao invés de dizermos que, no Japão, a democracia teve uma
origem natural, devemos dizer que ela foi um resultado natural. Eis um raro exemplo da vitória do
bem sobre o mal. Contudo, a democracia japonesa ainda não está muito firme; em vários setores há
resquícios de feudalismo. E talvez eu não seja a única pessoa a perceber isso.
Vejamos, também, a relação entre o mal e a cultura.
O aparecimento daquilo a que se costuma chamar cultura podeser explicado da seguinte maneira:
Na era subdesenvolvida e selvagem, os fortes pressionavam os fracos tolhendo-lhes a liberdade,
impondo-lhes a força, cometendo assassinatos e agindo como bem entendiam. Como resultado, os
fracos inventaram vários meios de defesa: fabricaram armas, construíram muralhas, facilitaram os
transportes, etc. Em grupos ou mesmo sozinhos, eles se esforçavam de todas as maneiras possíveis.
Isso, naturalmente, serviu para desenvolver a mente humana. Com o correr do tempo, para garantir a
segurança dos fracos, fizeram-se contratos entre grupos, os quais, possivelmente, deram origem aos
acordos internacionais de hoje. Socialmente, foi criado algo semelhante às leis, com o objetivo de
limitar o mal; transcrito em forma de códigos, isso deu origem às modernas legislações.
Entretanto, com métodos tão superficiais, não foi possível eliminar o mal que há no ser humano.
Conforme podemos ver, da era primitiva até hoje os homens vêm lutando contra o mal, em defesa do
bem. E quanto a humanidade tem sofrido com isso! Quantas pessoas boas foram sacrificadas! Para
aliviar tão grande sofrimento, apareceram vários religiosos de grande porte. Como os fracos eram
sempre atormentados pelos fortes e não tinham forças suficientes para se defender, esses religiosos
pelo menos tentaram amenizar espiritualmente suas aflições e dar-lhes esperança. Ao mesmo tempo,
para combater o mal, pregaram a Lei da Causa e Efeito, na tentativa de obter o arrependimento e a
conversão dos perversos. É inegável que obtiveram alguns resultados positivos, mas não
conseguiram mudar a maioria.
Por outro lado, materialmente, instituíram-se os estudos, desenvolvendo-se a cultura material como
uma tentativa para combater, através do seu progresso, a infelicidade acarretada pelo mal. O
progresso dessa cultura foi muito além do que se podia imaginar; entretanto, não só ela foi inútil no
sentido de evitar o mal – seu primeiro objetivo – mas acabou sendo usada para fins maléficos,
gerando atos de crueldade cada vez maiores. Essa foi a razão pela qual as guerras passaram a ser
realizadas em grande escala, até que acabou se inventando a monstruosa e terrível bomba atômica.
Atingindo esse ponto, podemos dizer que chegamos a uma época em que se tornou impossível fazer a
guerra. Falando sem reservas, é realmente uma ironia a cultura material ter progredido com a ação do
mal e, através deste, ter se chegado a um tempo em que a guerra é impraticável. Naturalmente, no
fundo de tudo isso está o milenar e profundo Plano de Deus.
Tanto os espiritualistas como os materialistas desejam um mundo de paz e felicidade, mas isso não
passa de um ideal, porque a realidade que nos cerca é bem diferente. Assim, os intelectuais vivem
cercados por um mar de dúvidas, batendo a cabeça contra as paredes. Entre eles, existem os que
procuram a Religião, a Filosofia e outros meios para decifrar esse enigma; a maioria, no entanto,
acredita que o progresso científico resolverá todos os problemas O fato é que a humanidade continua
sofrendo, sem perspectivas de uma situação melhor.
A seguir, descreverei como será o futuro do mundo.
Se o mal é a causa fundamental da infelicidade humana, conforme dissemos, levanta-se a seguinte
questão: por que Deus o criou? Esta é a pergunta que mais tem atormentado o homem até os dias de
hoje. Eis, porém, que finalmente Deus esclareceu a Verdade, que eu passo agora a anunciar.
O mal foi necessário até o momento porque, através do conflito entre ele e o bem, a cultura material
pôde progredir até chegar ao ponto em que se encontra. É surpreendente! Embora nem em sonho
pudéssemos imaginar que o motivo fosse realmente esse, é a pura verdade. A propósito, falarei
primeiramente sobre a guerra.
A guerra ceifou milhares de vidas e, por ser tão trágica, os homens a temem mais do que tudo. Para
fugir a essa catástrofe, usaram todos os recursos da inteligência humana, e nem precisamos falar o
quanto isso contribuiu para o progresso da cultura. Entre outras coisas, a História nos mostra
claramente que, após as guerras, tanto os países vencedores como os vencidos progrediram
enormemente. Todavia, se elas chegassem ao extremo ou se prolongassem demasiadamente, os países
seriam totalmente aniquilados, o que representaria a destruição da cultura. Sendo assim, Deus as
detém num certo ponto, fazendo com que retorne a paz. Através dos relatos históricos, vemos que
sempre houve alternância de períodos de guerra e períodos de paz.
Na sociedade, a situação é idêntica. Os criminosos e as autoridades vivem fazendo competição de
inteligência. Os desajustes de relacionamento entre as pessoas também são decorrentes da luta entre
o bem e o mal. Podemos entender, no entanto, que essas divergências contribuem para o
desenvolvimento da inteligência humana.
Ora, se até hoje a cultura progrediu graças aos atritos entre o bem e o mal, é lícito afirmar que este
foi imprescindível. Contudo, precisamos saber que não é uma necessidade eterna, ou seja, há um
limite para ela. A esse respeito, devo dizer que, atrás de tudo isso, está o objetivo de Deus, que
comanda o Universo. Em termos filosóficos, a expressão seria Ser Absoluto, ou Vontade Universal.
A começar por Cristo, todos os fundadores de religiões fizeram profecias sobre o “Fim do Mundo”,
mas essa expressão, em verdade, significa o fim do mundo do mal e o advento de um mundo ideal – o
Paraíso Terrestre, isento de doença, pobreza e conflito, o Mundo de Verdade, Bem e Belo, o Mundo
de Miroku, o Reino dos Céus, etc. Os nomes diferem, mas o significado é um só.
A construção de um mundo tão maravilhoso requer um preparo à altura; um preparo completo, que
preencha todas as condições, tanto do ponto de vista espiritual como do ponto de vista material. Deus
determinou que primeiro se efetuasse o progresso material, pois o progresso espiritual não está preso
ao tempo, podendo ser efetuado de uma só vez, ao contrário daquele, que necessita de muitos e
muitos anos. Para preencher a primeira condição, fez com que, inicialmente, os homens ignorassem
Sua existência, concentrando-se apenas nas coisas materiais. Foi assim que surgiu o ateísmo,
condição básica para a criação do mal. Assim fortificado, o mal impingiu maiores sofrimentos ao
bem e, prosseguindo na luta, atirou o homem ao abismo do sofrimento. Mas o homem sempre se
debateu, na ânsia de sair desse abismo, o que desencadeou a força geradora de um grande impulso no
progresso da cultura. Foi trágico, porém inevitável.
Com tudo que dissemos, creio que puderam ter uma noção básica sobre o bem e o mal. Tendo
finalmente chegado o tempo em que o mal não será mais necessário, ou seja, o tempo presente, a
questão é seriíssima. Não se trata de previsão nem sonho; é a pura realidade. Acreditando ou não, o
fato já está saltando aos nossos olhos, através do extraordinário progresso da ciência nuclear. Por
conseguinte, se estourasse uma nova guerra, não seria uma simples guerra e sim a destruição total, a
extinção da humanidade. Não obstante, esse progresso é uma forma de extinguir o mal e, por isso,
torna-se motivo de alegria. Como resultado, a cultura, que até hoje foi aproveitada pelo mal, sofrerá
uma reviravolta, ficando à inteira disposição do bem. Daí surgirá o tão almejado Paraíso Terrestre.
13 de agosto de 1952
ERA SEMICIVILIZADA
É consenso geral que estamos vivendo um momento em que a civilização atingiu um nível nunca antes
alcançado. Se compararmos a época atual com a selvageria e o subdesenvolvimento da era primitiva,
veremos que houve de fato um grande progresso. Entretanto, foi um progresso apenas no sentido
material, pois espiritualmente permanecemos no estado de semi-selvageria.
Desde tempos remotos, continuamente os povos vêm desperdiçando a maior parte de suas energias
com a guerra, a maior de todas as violências. Eles em nada diferem dos animais ferozes, que lutam
mostrando suas presas e garras. É verdade, também, que existem os pacifistas, os quais não medem
esforços para evitar a guerra. Podemos dizer que os primeiros são seresanimalescos, e os pacifistas
são seres humanos realmente. Cada uma dessas duas espécies contrastantes de homens procura
satisfazer seus próprios desejos. É um dualismo que a História veio registrando através dos tempos e
perdura em nossos dias. Logicamente, existe essa dualidade de pensamento também a nível
individual, mas a violência está sendo evitada pela Lei, e vem sendo mantida, ainda que
precariamente. Os bons e justos, no entanto, são sempre pressionados pelos maus, dos quais se
tornam vítimas constantes.
Vejamos outro aspecto da questão.
Atualmente, graças ao progresso da Ciência, são feitas grandiosas invenções e descobertas, as quais,
dependendo da vontade das pessoas que as manipulam, podem ter resultados funestos ou, ao
contrário, contribuir para o aumento do bem-estar da humanidade. O atrito entre esses dois
pensamentos opostos – o selvagem e o civilizado – podem tornar-se causa da guerra, na qual essas
invenções e descobertas também poderiam ser empregadas para fins maléficos.
Analisando o assunto sob outro prisma, constatamos que os povos belicosos não são religiosos, ao
contrário dos povos pacifistas; daí a necessidade da Religião. Portanto, não seria demais dizer que,
apesar de apregoarem que estamos numa era de elevado nível cultural, na verdade estamos vivendo
um período de semi-selvageria, ou semicivilização, de modo que precisamos elevar seu nível,
transformando a semicivilização em civilização total, com perfeita unidade espírito-matéria. Assim,
a missão dos religiosos, daqui por diante, é realmente importantíssima.
25 de junho de 1949
MATERIALISMO E ESPIRITUALISMO
A maioria dos comentários que fazem sobre a nossa Igreja é que se trata de uma religião
supersticiosa. Mas qual a razão dessa afirmativa? A verdade é que o ponto de vista daqueles que
tecem tais comentários difere do nosso. Eles analisam as questões espirituais tomando por base a
matéria. Material, como o próprio nome está indicando, é aquilo que podemos perceber claramente
através da visão ou dos demais sentidos, e por isso qualquer pessoa consegue compreender. O
espírito, todavia, não é visível, conseqüentemente torna-se fácil negar a sua existência. Assim, se
fizermos uma simples comparação, teremos de concordar que o espiritualismo encontra-se em
situação desvantajosa em relação ao materialismo.
A visão materialista está limitada pelos cinco sentidos; tem, portanto, uma existência pequena, ao
passo que a visão espiritualista não tem limites. É como se fosse o tamanho da Terra comparado com
o tamanho do Universo, que é um espaço sem fim. Daqui onde estou só consigo ver até o Monte Fuji,
e olhe lá... Não passam de algumas dezenas de quilômetros. O pensamento, entretanto, que não
podemos ver, num instante pode estender-se até o infinito. Diante dele, a imensidão da Terra é
insignificante. É como se a visão espiritualista fosse o oceano, e a visão materialista fosse o navio
que nele flutua. Baseados nisso, podemos comparar o materialismo com o macaco Songoku, o qual,
tentando fugir dos domínios espirituais de Buda, percorreu milhares de milhas, mas, quando
percebeu, ainda estava na palma da mão de Buda, e se arrependeu do que fizera. Entre outros
conceitos espiritualistas sobre o materialismo, podemos citar: “Tudo é nada”, “Tudo que nasce está
condenado à extinção” e “Todo encontro está fadado à separação”, de Sakyamuni, ou, segundo o zen-
budismo: “As coisas que possuem forma infalivelmente desaparecerão”.
Pela exposição acima, acredito que entenderam como está errado analisar as coisas espirituais do
ponto de vista da matéria, pois esta é finita, enquanto aquelas têm vida eterna e são infinitas. É a
mesma coisa que querer colocar um elefante dentro de um pote ou ver todo o céu através de um
orifício, ou seja, é ter uma visão limitada das coisas.
Materialistas! Depois de conhecerem esta verdade, ainda têm algo a dizer? Pensem no que farão!
20 de dezembro de 1949
A ÉPOCA SEMICIVILIZADA E SEMI-SELVAGEM
Talvez todos pensem que a época mais próspera da civilização mundial seja a época contemporânea.
Entretanto, quando analisamos bem seu conteúdo, observamos que ela apresenta muitas falhas, como
podemos constatar todos os dias através dos jornais, que estão repletos de artigos sobre criminosos e
criaturas desventuradas. Analisando com justiça, verificamos que as coisas ruins são muito mais
numerosas do que as coisas boas. Há pouco tempo, por exemplo, tivemos um caso de corrupção que
se tornou um problema muito sério. Quando as autoridades começaram a investigar, o caso se
diversificou tanto que nem podemos imaginar até onde se multiplicará. Portanto, ele também não
seria uma pequena parte de um “iceberg”? Aliás, se investigarmos as coisas profundamente, quantas
pessoas íntegras encontraremos no mundo político e econômico? Poderíamos arriscar-nos a dizer que
nenhuma.
Pensando bem sobre o assunto, existe algo difícil de se entender. Se as pessoas relacionadas ao caso
em questão fossem camponeses de instrução primária, ainda seria compreensível. Mas todas elas são
pessoas civilizadas, que receberam educação esmerada. Em geral, acredita-se que, quando as
pessoas recebem educação apurada, sua mente se desenvolve e elas se tornam criaturas civilizadas,
de modo que, assim, os crimes tendem a diminuir. Entretanto, vendo fatos como o que ora se nos
apresenta, ficamos desapontados, só podendo dizer que tudo isso é realmente incompreensível.
Portanto, como eu disse no título deste artigo, a época em que vivemos é semicivilizada e semi-
selvagem, e acho que, analisando a realidade que temos diante dos nossos olhos, ninguém
conseguiria fazer o contrário.
Que devemos fazer então? A solução do problema não é absolutamente difícil; pelo contrário, é
muito fácil. Como sempre tenho explicado, basta despertar as pessoas da educação materialista que
receberam para a educação espiritualista. Em termos mais claros, destruir o pensamento errôneo de
que se deve acreditar somente nas coisas que possuem forma e desacreditar daquelas que não a
possuem. A única maneira de se conseguir isso é fazer com que seja reconhecida a existência de
Deus através do poder da Religião.
Estendendo-se esse entendimento das classes dirigentes a todas as pessoas, corrigir-se-á o conceito
errado de que se pode cometer crimes, contanto que eles não cheguem ao conhecimento de terceiros.
Assim, não haverá mais criminosos e, conseqüentemente, formar-se-á um mundo onde impere o bem
e a alegria. Parece, no entanto, que ninguém entende um princípio tão simples e claro como este,
visto que só se procura controlar o mal por meio de fortes redes e prisões chamadas leis. Isso,
porém, é tratar os homens como se fossem animais, não sendo à toa que o método não surte
resultados positivos.
Ora, se não se consegue manter a disciplina da sociedade nem mesmo com as malhas da lei, torna-se
necessário descobrir onde está a causa do problema. Mas ninguém a percebe. A sociedade continua
sendo uma coletividade constituída de seres que são meio-homens e meio-animais. Por esse motivo,
está demasiado claro que já não é possível eliminar o caráter animalesco do homem através da
educação materialista. O ensino ministrado até hoje, como se pode ver pelos seus resultados, não
passa de uma técnica para encobrir esse caráter. Dessa maneira, não podemos sequer imaginar
quando se edificará uma sociedade verdadeiramente civilizada. Portanto, para solucionar o
problema, é fundamental eliminar as características animalescas da alma do homem. Não há método
mais eficiente.
Eis a missão da Religião. Mas é estranho que, quanto mais elevada é a educação que se recebe, mais
se despreza a Religião. Por quê? Talvez seja esta a grande falha da civilização. A causa está no
caráter animalesco existente no interior dos homens, o qual recusa a Religião. Ou seja, é porque o
mal não gosta do bem. Daí podermos dizer que a educação da atualidade forma as “inteligências” do
mal. Entretanto, chegou a hora em que tal coisa não mais será permitida, porque surgiu a Igreja
Messiânica Mundial, queprova a existência de Deus e consegue fazer com que as pessoas O
alcancem. Talvez achem impossível algo tão maravilhoso, mas, na realidade, pode-se conseguir isso
sem nenhuma dificuldade. Pelo simples contato com a nossa Igreja, a pessoa obtém a certeza da
existência de Deus, através do milagre. A melhor prova do que dizemos são as inúmeras bênçãos
maravilhosas manifestadas por ela. Creio que isso representa a manifestação da Grandiosa
Providência de Deus, que finalmente corrigirá essa civilização falha, semicivilizada e semi-
selvagem, fazendo com que Espírito e Matéria caminhem lado a lado, para a construção do
verdadeiro mundo civilizado.
14 de abril de 1954
O MATERIALISMO CRIA O HOMEM MAU
Talvez estas palavras pareçam demasiado fortes, mas não posso evitá-las, pois correspondem à pura
verdade. Segundo nosso ponto de vista, o materialismo, ou seja, o ateísmo, pode ser considerado o
pensamento mais perigoso que existe. Vejamos. Se Deus não existisse, eu também ganharia dinheiro
enganando o próximo habilmente, de modo que não fosse descoberto; faria o que bem entendesse e,
além de viver uma vida de luxo, estaria ocupando uma posição de maior destaque na sociedade.
Entretanto, consciente da existência de Deus, de forma alguma sou capaz de proceder assim. Tenho
de percorrer o caminho mais correto possível e tornar-me um homem que deseja a felicidade das
outras pessoas. Caso contrário, jamais poderia ser feliz e levar uma vida que vale a pena ser vivida.
O que eu estou dizendo não é mera teoria ou algo parecido. Como podemos ver através de inúmeros
exemplos que a História nos mostra desde os tempos antigos, por mais que a pessoa prospere por
meio do mal, essa prosperidade não dura muito, acabando por desmoronar. É um fato que deveria ser
percebido facilmente, mas parece que isso não acontece. A sociedade continua assolada pelos
crimes. Crimes horripilantes, como assaltos, fraudes e assassinatos; casos de corrupção de pessoas
que ocupam posições elevadas, os quais se tornam objeto de comentários sociais; incontável número
de crimes de pequeno e médio porte, etc. Tudo isso é uma conseqüência do pensamento ateísta; por
conseguinte, podemos dizer que esta é a verdadeira causa dos crimes. Está, pois, mais do que claro
que só há um meio de eliminar os crimes deste mundo: destruir o ateísmo. Atualmente, porém, os
intelectuais, as autoridades e os pedagogos estão confundindo pensamento teísta com superstição e
tentando obter bons resultados com apoio nos regulamentos da lei, no ensino, nos sermões, etc. Dessa
forma, por mais que eles se esforcem, é natural que nada consigam. As notícias publicadas
diariamente nos jornais mostram-no claramente.
Assim, para criar uma sociedade limpa e pura, é preciso estimular intensamente o pensamento teísta.
Por infelicidade, o Japão encontra-se em tal situação que, quanto mais instruída é a classe, maior o
número de pessoas ateístas. Além disso, é comum acreditar-se que esta é uma qualificação dos
intelectuais e dos jornalistas, de modo que, quanto mais a pessoa enfatiza o ateísmo, mais
progressista ela é considerada. Por esse motivo, se não houver uma mudança radical, no sentido de
que os ateístas sejam vistos como ultrapassados, e os teístas, como vanguarda intelectual da época, a
sociedade não se tornará alegre e feliz.
7 de maio de 1952
A CIÊNCIA CRIA AS SUPERSTIÇÕES
De uns tempos para cá, alguns jornalistas do Japão vêm tachando as religiões novas de
supersticiosas e trapaceiras. Dizem eles que, após a Segunda Guerra Mundial, o povo japonês passou
a viver uma situação muito confusa, e que, aproveitando-se disso, começaram a aparecer religiões
trapaceiras e supersticiosas, confundindo ainda mais as pessoas. Assim eles se expressam a respeito,
mas não tentam descobrir as causas do fato. Acham que as religiões novas são todas iguais e
formulam definições baseadas apenas no seu entendimento pessoal e nos boatos.
Não podemos deixar de nos sentir decepcionados com a superficialidade do julgamento desses
jornalistas, e achamos que é responsabilidade nossa orientá-los e ensiná-los a pensar de modo
correto. Entretanto, não queremos negar totalmente sua atitude, pois, como a base de seu raciocínio é
materialista, é natural que eles definam como superstição tudo aquilo que não vêem. Se estivéssemos
em seu lugar, obviamente agiríamos da mesma forma. Negando-se, porém, a existência do invisível,
como ficaria o mundo? Talvez o materialismo o levasse a uma situação calamitosa. As relações de
amizade e amor entre as pessoas, inclusive o relacionamento entre pais e filhos ou entre irmãos,
passariam a ser meros cálculos de vantagens e desvantagens. A sociedade seria fria como um cárcere
de pedra, e nem mesmo os materialistas poderiam suportá-la. Vemos, pois, que o modo de pensar dos
jornalistas a que nos referimos encontra-se entre duas posições, sem definição precisa.
Analisemos, a seguir, a situação real do mundo em que vivemos.
É considerável o número de pessoas supersticiosas entre os intelectuais. Há tempos, li uma
estatística dos diferentes tipos de superstições que existem em cada país; a Alemanha, considerada
uma das nações mais avançadas no ensino das ciências, acusava o maior número. Desse modo,
notamos que as superstições crescem proporcionalmente ao progresso científico. Eis como
interpretamos o fato:
Durante longo tempo, recebemos, nas escolas, um ensino materialista cuja base é a lógica; entretanto,
quando terminamos os estudos e nos integramos na sociedade, encontramos uma realidade diferente,
que está em desacordo com a lógica. Em conseqüência, a maioria das pessoas começa a ter dúvidas,
porque, quanto mais age em conformidade com ela, piores são os resultados. Os mais inteligentes
pensam, então, em estudar uma nova sociologia que esteja de acordo com a realidade social em que
vivem. Como não existe esse tipo de curso, começam a estudar sozinhos. Se forem rápidos,
conseguirão atingir seu objetivo em pouco tempo; alguns, todavia, levam muitos anos. Trata-se, em
verdade, de um segundo aprendizado, completamente diferente do primeiro, que custou tanto
sacrifício. Contudo, é um aprendizado real, seguro, e pode ser aplicado no dia-a-dia. Os mais bem
dotados, tendo enfrentado as amarguras e doçuras da vida, adquirem larga experiência, tornando-se
“doutores” nessa sociologia. A maioria deles, quando se acham a um passo disso, já estão velhos,
sendo que muitos acabam a vida como pessoas comuns. Existem, no entanto, aqueles que sobressaem,
como por exemplo o Sr. Yoshida, primeiro-ministro do Japão, o qual se destacou pela sua
superioridade e habilidade política.
Com essa explicação, penso que entenderam a causa das superstições. Em resumo, se falhamos
quando tentamos aplicar os conhecimentos adquiridos na escola – nos quais acreditávamos piamente
– é fatal cairmos na dúvida. Nesse momento, torna-se muito fácil as pessoas ingressarem em
religiões supersticiosas e trapaceiras. Podemos dizer, entretanto, que nenhuma das religiões
existentes realmente esclarece dúvidas. Assim, compreendemos que a culpa de tudo cabe ao ensino
ministrado nas escolas, o qual está muito distanciado da realidade, e concluímos que, em parte, as
superstições são criadas por certo aspecto da Educação contemporânea.
Para finalizar, quero dizer que reconhecemos serem numerosas, atualmente, as religiões
supersticiosas e trapaceiras, como dizem os jornalistas, mas achamos errado generalizar, porque,
sem dúvida, existem algumas às quais não cabem tais designações. Ora, chamar de superstição aquilo
que não o é, também constitui uma espécie de superstição. Nesse sentido, queremos prevenir aos
jornalistas que escrevam sobre as religiões supersticiosas e trapaceiras, mas que não definam com
esses termos qualquer religião, pois esse procedimento representa um obstáculo para o progresso da
cultura.
30 de janeiro de 1950
INADEQUAÇÃO DO ESTUDO
Costumamos referir-nos ao estudo como se só houvesse uma modalidade. Entretanto, existe o estudo
vivo e o estudo morto. Parece estranho, mas vou esclarecero que isso significa. Aprender por
aprender é estudo morto, enquanto aprender algo para ser utilizado na sociedade é estudo vivo. O
estudo para pesquisar a Verdade é diferente, e muito importante. Mas, vejamos, em primeiro lugar, o
que é estudo.
Atualmente, nas escolas primárias, secundárias e superiores, utilizam-se os livros didáticos, ou
melhor, a teoria, como linha vertical; o que é ensinado pelo professor, constitui a linha horizontal.
Esse método de ensino foi elaborado após grandes esforços e inúmeras experiências feitas por
didatas. Logicamente, novas descobertas e novas teorias surgiram e desapareceram; algumas
surgiram e foram ultrapassadas por outras mais recentes, as quais aproveitaram daquelas apenas o
que tinha validade para ser incorporado. Aquilo que em outra época era considerado verdade e
respeitado como regra de ouro, foi desaparecendo sem deixar nenhum vestígio, na medida em que
aparecia algo que o superava. Existem, contudo, algumas teorias descobertas que se mantêm vivas
até hoje, concorrendo para tornar a sociedade mais feliz.
É o tempo que determina o valor de todas as coisas. Por esse motivo, embora tenhamos plena certeza
de que uma teoria seja absolutamente verdadeira, inalterável e eterna, não podemos saber quando
aparecerá outra que a destrua, nem quem o fará. Vários exemplos podem ser citados, desde tempos
antigos. Quando aparecem novas descobertas, é natural que elas não se encaixem nos moldes das
tradicionais; quanto menos se encaixam, maiores são os seus valores. Resumindo, é uma ruptura das
formas enraizadas; na medida em que for mais intensa, maior a sua validade. Desse modo, é evidente
que as velhas teorias são afastadas devido ao aparecimento de teorias novas, superiores a elas. Se a
verdade em que acreditávamos é ultrapassada, é porque surgiu outra de maior Luz. É assim que se
processa o desenvolvimento cultural.
Analisemos mais profundamente. O ensino tradicional foi sedimentando-se através dos anos, mas o
progresso cultural faz com que ele se dissocie dessa forma estática numa rapidez incrível. Um dia
destes, ouvi do presidente de uma empresa o seguinte comentário: “Embora seja muito inteligente,
uma pessoa que saiu da universidade há mais de dez anos não consegue situar-se, em face dos
problemas reais do presente. Isso acontece por não haver correspondência entre o que ela aprendeu
naquela época e o tempo atual, especialmente no que se refere aos técnicos.” Essas palavras vêm ao
encontro daquilo que eu explanava, porque, pela sua própria natureza, os conteúdos das matérias
estudadas devem se referir à época do estudo, mas, se eles não acompanharem o progresso cultural,
fatalmente o estudo perderá sua validade. Exemplifiquemos.
Dizem que os políticos contemporâneos tornaram-se muito “pequenos”, o que significa dizer que é
difícil encontrar políticos de grande envergadura. Os ministros de hoje não são nada hábeis; o
máximo que eles conseguem é resolver problemas do momento. Isso ocorre porque, na atualidade, os
estadistas de nível ministerial são formados pelas Universidades Federais e deixam-se levar
facilmente pelas velhas teorias aprendidas. Racionais em tudo, eles não sabem que existe algo além
da lógica. É a mesma coisa que utilizar o cavalo como meio de transporte numa rodovia, ou aprender
a dirigir charrete ao invés de carro.
O estudo destina-se ao desenvolvimento do cérebro humano. É para edificar uma base, como se fosse
o alicerce de uma casa. Sobre essa base, precisamos fazer uma nova construção, ou seja, utilizar o
estudo, desenvolvê-lo e com ele criar coisas novas. Isso significa ajustar os passos ao contínuo
progresso cultural. E não é só isso. O verdadeiro estudo vivo é aquele que avança ainda mais,
desempenhando a função de orientar a cultura. Recentemente, o presidente Truman, dos Estados
Unidos, declarou que, por volta de 1921, ele era um simples comerciante de variedades. Não se pode
imaginar o quanto lhe foi benéfica essa experiência na realidade social.
Há mais de dez anos, proclamei uma nova teoria relacionada com a Medicina; tão logo, porém, eu a
publiquei em livro, este foi apreendido. Como isso aconteceu três vezes, sem que eu pudesse fazer
nada, desisti. O motivo da apreensão é que a minha tese é contrária aos princípios da Medicina atual.
Em relação à porcentagem de curas alcançadas por meio desta, os efetivos resultados obtidos através
do meu método comprovam que ele é dez vezes mais eficaz. Além disso, não se trata de cura
temporária, mas definitiva. O que estou dizendo constitui a pura verdade, sem o mínimo alarde. No
prefácio do livro, eu até escrevi: “Estou pronto para comprová-lo a qualquer hora.” Entretanto, como
as autoridades e os especialistas não deram a mínima atenção, nada mais pude fazer.
O objetivo da Medicina é curar os doentes, preservar a saúde do homem e prolongar-lhe a vida. Que
objetivo poderia ter além deste? Por mais que se preguem teorias, que se aperfeiçoem instalações e
que haja aparelhagens supersofisticadas, tudo isso será inútil se não corresponder ao referido
objetivo. Baseadas apenas na diferença entre a minha teoria e as da medicina tradicional, as
autoridades e os especialistas ignoraram-na sem ao menos tentar discuti-la, revelando-se, portanto,
verdadeiros traidores do progresso da cultura. Como os governantes são crédulos e não levantam
nenhuma dúvida, só posso dizer que os homens de hoje não passam de ovelhas indefesas.
Mas qual será a finalidade da minha arrojada teoria? Eu não sou nenhum louco. Se não tivesse
absoluta certeza da sua veracidade, não faria tanto empenho em divulgá-la.
Na Medicina, tão orgulhosa do progresso que alcançou, eu descobri uma grande falha. Entre as
grandes descobertas efetuadas até o presente, nenhuma se compara à descoberta que eu fiz, porque
ela é de importância radical para a solução de todos os problemas relacionados à vida humana.
Enquanto os homens não despertarem para essa grande falha, as doenças jamais serão eliminadas.
Prevejo, entretanto, que, num futuro próximo, quando a Medicina alcançar um progresso maior, minha
teoria será confirmada.
Voltando nossa atenção para a sociedade, todos nós poderemos ver como é elevado o número de
criaturas que estão sofrendo, acometidas de doenças graves ocasionadas pela medicina errada.
Diante disso, não podemos ficar tranqüilos. No momento, porém, nada nos resta fazer senão orar: “Ó
Deus, Todo-Poderoso! Fazei, por favor, com que a Medicina abra os olhos, o quanto antes, para as
suas falhas e, assim, torne saudáveis todos os homens!”
25 de junho de 1949
A RESPEITO DO ATEÍSMO
Parece regra geral desenvolver o raciocínio do ponto de vista religioso, quando se escreve sobre
ateísmo, mas eu pretendo discorrer sobre esse tema sem tocar em Religião, colocando-me a mim
próprio na posição de ateu.
Quando uma criança nasce, o seio materno lhe fornece o leite para sua nutrição. A criança cresce
normalmente e os pais ministram-lhe alimentação adequada à primeira dentição. Assim, ela vai
vencendo várias fases de seu desenvolvimento, até atingir a adolescência. A alimentação, portanto, é
a base do crescimento. O homem se nutre suficientemente de calorias ao ingerir alimentos com
prazer, graças ao paladar. Creio ser esse o maior de todos os prazeres humanos.
O físico e também a inteligência vão se desenvolvendo gradualmente através da instrução e, na
mocidade, o ser humano está apto a exercer as funções normais de um adulto. Surgem-lhe, então,
diversas ambições, como a ânsia de poder, o espírito de competição e de progresso e, no plano
físico, em forma de diversões, folguedos e namoros.
Dessa maneira, o homem está pronto para participar da vida social, característica de um ser superior,
com os sofrimentos e alegrias que nascem da razão e do sentimento.
Consideremos, agora, a Natureza.
No Universo, não só os fenômenos visíveis, como o sol, a lua, as estrelas, a via-láctea, a
temperatura, o vento, a chuva, os animais, os vegetais e os minerais, que estão diretamente
relacionados com o ser humano, mas também os fenômenos

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