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DIREITO-PENAL-IV-ART-297-298-299-300-302-304-E-307 ATIVIDADE

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FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO
“Art. 297 – Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro.
Pena – reclusão de dois a seis anos e multa.”
Classificação doutrinária: crime comum, formal, doloso, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, de forma livre, de perigo, e admite tentativa.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. E se tratando de funcionário público incide na majorante do § 1º.
Sujeito passivo: Principal é o Estado e secundário é a pessoa atingida pela falsificação.
Objeto material: Documento público nacional ou estrangeiro.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Tipo objetivo: Falsificar (imitar, reproduzir, contrafazer).
Tipo subjetivo: Dolo comum, genérico, consistente na vontade livre e consciente de falsificar o documento público. Não se exige dolo específico nem se prevê a forma culposa.
Consumação: A consumação ocorre no instante em que a falsificação ou alteração do documento público for realizada, independentemente do uso ou qualquer outra consequência posterior. Portanto o delito se caracteriza mesmo que o agente não tenha feito o uso do documento falsificado, bastando que o mesmo esteja em seu poder.
Tentativa:
a) Doutrina majoritária: Segue o entendimento de Noronha no sentido de que a tentativa não se exclui nos crimes de perigo, desde que ofereça um iter constituído por atos inequívocos, sendo nele o agente detido antes de que alcance a consumação.
b) Doutrina minoritária: Nelson Hungria, porém, não aceita a tentativa. Para ele a tentativa se caracteriza pelo perigo de dano ou dano maior, e no caso do falsum, quando se apresenta, ainda que remotamente o perigo de dano, já o crime está consumado.
Estelionato obtido com emprego de documento falso:
a) Predomina, neste assunto, o entendimento de que de estelionato absorve o delito da falsificação, crime único, a falsidade foi apenas um meio para alcançar vantagens ilícitas.
A súmula nº 17 do STJ afirma que “quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.”
b) Posição minoritária: entende que o fato deve ser resolvido de acordo com as regras do concurso material. Quem lesa o patrimônio de alguém mediante uso de documento falso atinge dois objetos jurídicos distintos, o patrimônio e a fé pública.
Competência: Pelo entendimento da jurisprudência, a competência é da Justiça Estadual se inexiste o prejuízo de bens, serviços ou interesses federais. E, caso ocorra, a competência passa a ser da Justiça Federal.
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR
“Art. 298 – Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro.
Pena – Reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo Único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.”
Classificação doutrinária: Crime comum, formal, doloso, comissivo, não transeunte, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, de forma livre, de perigo e admite, em tese, tentativa.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Principal é o Estado e secundário a pessoa atingida pela falsificação.
Objeto material: Conduta recai sobre o documento particular.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Tipo objetivo: Falsificar (imitar, reproduzir, contrafazer), no todo ou em parte, documento particular ou alterar.
Documento particular é aquele produzido sem a intervenção de funcionário público ou de quem tenha fé pública, como por exemplo, ingressos, cartões de credito, contratos, receitas, atestados etc.
Feu Rosa defende que a falsificação pode ser realizada de duas formas diferentes: falsificação de documento autentico e a preparação de documento falso.
Tipo subjetivo: Requer dolo genérico consistente na vontade deliberada de falsificar ou alterar. Não se exige o dolo específico, nem se prevê a forma culposa.
Consumação: Consuma-se independentemente do uso posterior do documento. Ocorre no instante da falsificação.
Tentativa: Entende-se não ser possível o fracionamento da conduta delitiva. Ou o falsificador imita efetivamente o documento verdadeiro e o crime se consuma ou não se faz. Se a falsidade não é idônea ou apta a tal finalidade, ou seja, não oferece nenhum risco de dano a um bem jurídico, não se caracteriza crime.
FALSIDADE IDEOLÓGICA
“Art. 299 – Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigações ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena – Reclusão de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento particular.
Parágrafo Único – Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.”
Classificação doutrinária: Crime comum, formal, doloso, de ação múltipla ou conteúdo variado, de forma livre, comissivo ou omissivo, unisubsistente, unisubjetivo, misto alternativo, não transeunte, de perigo e não admite tentativa.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Estado e pessoa prejudicada pela falsidade.
Objeto material: Documento público ou particular.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Tipo objetivo: Omitir, inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita.
Tipo subjetivo: O tipo requer não apenas o dolo genérico, mas ainda o elemento subjetivo específico de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
Consumação: Se consuma independentemente do resultado do ato lesivo. A consumação ocorre no momento em que o agente não fez constar no documento a declaração que devia ser feita ou no momento em que insere a declaração falsa ou diversa da que deveria ser inserida.
Tentativa: Não comporta tentativa em nenhuma de suas três condutas típicas. Ou o agente realiza as condutas de perigo e o delito se completa ou não há prática de fato atípico.
Causa de aumento de pena: Se o agente é funcionário público, ou se a falsificação/alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA
“Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.”
Classificação Doutrinária: Crime próprio com relação ao sujeito ativo e comum com relação ao sujeito passivo, só existe na modalidade dolosa, comissivo, de forma vinculada, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, não transeunte.
Sujeito Ativo: Funcionário Público, no exercício de sua função (crime próprio).
Sujeito Passivo: Estado ou qualquer pessoa prejudicada.
Objeto Material: Firma ou letra reconhecida falsamente pelo agente.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Consumação: Se dá quando o agente público, efetivamente, mesmo sabendo não ser verdadeira, reconhecendo como tal a firma ou letra aposta em um documento.
Tentativa: Cabe, por se falar de crime subsistente.
Elemento Subjetivo: Dolo (é preciso que haja vontade livre e consciente do agente público)
Modalidade: Comissiva em regra e omissiva por exceção, quando o agente público, dolosamente, nada fizer para evitar a prática da infração penal por outra pessoa.
Ação Penal: Pública Incondicionada
FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO
“Art. 302 – Dar o médico, no exercício de sua profissão, atestado falso:
Pena – Detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único – Se o crime é cometido com fim de lucro, aplica-se também a multa.”
Classificação doutrinária: Crime próprio, formal, de forma vinculada, de perigo, comissivo, doloso, instantâneo, unissubjetivo, unisubsistente, e não admite tentativa.
Sujeito ativo: Por ser um crime próprio, que somente um médico pode ser seu executor, porém tal circunstancia elementar comunica-se a terceiros admitindo acoautoria ou participação.
Sujeito passivo: O Estado.
Objeto material: Atestado falso.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Tipo objetivo: Dar (fornecer, entregar) atestado falso.
Para a configuração do delito torna-se indispensável que o médico, a firmar o documento, declare dolosamente que o favorecido, estava em condição diversa da declara no atestado médico.
Tipo subjetivo: Requer, no caput, o dolo comum, genérico, consistente na vontade livre e consciente de dar o médico o atestado falso.
Porém, no parágrafo único, exige-se o elemento do subjetivo específico, a finalidade do agente em obter lucro ao fornecer o atestado falso.
Consumação: Crime formal, que se consuma independentemente do resultado. A consumação ocorre no instante da entrega do atestado falso, pouco importando ser ou não utilizado pelo interessado.
USO DE DOCUMENTO FALSO
“Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302.
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.”
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Elemento do Tipo / Ação Nuclear: Diz respeito a ação de fazer uso, ou seja, a ação de utilizar documento falso, seja ela público ou particular.
Existem duas correntes que tratam do entendimento da ação de uso de tais documentos:
1ª Corrente: Afirma ser o uso, a saída do documento da esfera individual do agente, de forma a iniciar uma relação com outra pessoa, em juízo ou não. Não há a necessidade de que o documento seja empregado de acordo com sua específica destinação probatória. Por exemplo: apresentar certidão de divórcio falsa para o funcionário do Cartório de Registro Civil.
2ª Corrente: Emprego do documento segundo sua destinação probatória. Não basta somente ser a saída do documento da esfera individual do agente, iniciando relação com outrem, necessita-se ser ainda utilizado de acordo com o fim a que se destina.
Compreende-se ainda que não basta o simples porte do documento, é necessária à sua apresentação a terceiro, de forma a, com este, iniciar relação.
Na situação em que o documento é entregue a outrem não por iniciativa do próprio agente, mas por solicitação ou exigência de alguma autoridade pública, em especial a policial, debate-se quanto a configuração ou não do tipo penal em questão.
Objeto Material: O objeto material é qualquer dos documentos a que se referem os arts. 297 (documento público), 298 (documento particular), 299 (documento público ou particular ideologicamente falso), 300 (documento contendo falso reconhecimento de firma ou letra), 301 (certidão ou atestado ideologicamente falso), 301, § 1º (atestado ou certidão materialmente falso), e 302 (atestado médico falso).
Sujeito Ativo: Por ser crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, com exceção do próprio falsificador. Este responderá somente pela falsificação do documento.
Sujeito Passivo: O Estado é considerado o sujeito passivo principal. Secundariamente, o terceiro eventualmente lesado pela conduta delitiva.
Elemento Subjetivo: É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados a que se referem os artigos 297 a 302.
Consumação: Consuma-se com o efetivo uso do documento falso. Não existe no tipo penal a necessidade de uma finalidade específica, por exemplo, obtenção de vantagem econômica, para o uso do documento falso.
É caso de crime instantâneo de efeitos permanentes, fazendo com que o prazo prescricional corra a partir da primeira utilização do documento falso.
Tentativa: Não admite tentativa.
Ação Penal: Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada.
Competência: A competência se dá no lugar em que houve a falsificação, nos termos do art. 70 do CPP. Se o uso do documento falso não colocar em risco bens, interesses ou serviços da União, a competência será da Justiça Estadual.
FALSA IDENTIDADE
“Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro, falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.”
Classificação doutrinária: Crime formal, instantâneo, subsidiário, de forma livre, comum e unissubjetivo e plurissubsistente e admite tentativa.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: Estado (sujeito passivo primário), bem como a pessoa que for prejudicada (sujeito passivo secundário).
Objeto material: Falsa identidade.
Objeto jurídico: Tutela-se a fé pública.
Tipo objetivo: Imputar a si ou a terceiro falsa identidade, podendo ser de pessoa real ou até mesmo fictícia, em relação por exemplo ao nome, prenome, idade, filiação, matrimônio, nacionalidade e etc, ou seja, elementos de identificação civil e social do indivíduo. 
Tipo Subjetivo/Elemento Subjetivo: É o Dolo. Consiste na vontade livre e consciente de atribuir a falsa identidade para o fim de obter vantagem, seja de ordem moral ou patrimonial, em proveito próprio ou alheio, ou causar dano para outrem.
Consumação: Consuma-se com o ato efetivo de imputar-se ou atribuir a outrem a falsa identidade. Cabe ressaltar que se trata de crime formal e, portanto, estará consumado independente da obtenção de vantagem ou danos a terceiros. (Crime Formal)
Tentativa: Admite tentativa apenas se o crime de falsa identidade se der por escrito. Nesse sentido:
“O crime de falsa identidade é formal, aperfeiçoando-se com a falsa atribuição de identidade, independentemente da obtenção da vantagem ou da ocorrência do dano pretendido pelo agente, não configurando impossibilidade absoluta para sua consumação a colheita de impressões digitais." 
Ação Penal: Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada.
1) Sobre o crime de falsificação de documento público.
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Marque a assertiva incorreta:
a) Sujeito ativo do delito pode qualquer pessoa.
b) Sujeito passivo do delito é o Estado e a pessoa atingida pela falsificação.
c) Objeto material é documento público nacional ou privado.
d) O delito consuma-se no instante em que a falsificação ou alteração do documento público for realizada.
e) Elemento subjetivo do tipo é o dolo comum, genérico, consistente na vontade livre e consciente de falsificar o documento público.
2) Sobre o crime de falsificação de documento particular.
Art. 298 – Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro.
Pena – Reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo Único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.
Marque a assertiva correta:
a) Sujeito ativo do delito é o Estado.
b) O delito se consuma dependentemente do uso posterior do documento. 
c) A objetividade jurídica tutela-se na saúde pública.
d)O objeto material não recai da conduta sobre o documento particular.
e) O tipo subjetivo requer dolo genérico consistente na vontade deliberada de falsificar ou alterar.
3) Sobre o crime de falsidade ideológica.
Art. 299 – Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigações ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena – Reclusão de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento particular.
Marque a assertiva incorreta:
a) A pena é de detenção de um a cinco anos.
b) Sujeito ativo do crime é qualquer pessoa.
c) Não comporta tentativa em nenhuma de suas três condutas típicas.
d) A objetividade material é documento público ou particular.
e) Sujeito passivo do delito e o Estado.
4) No crime de falso reconhecimento de firma ou letra.
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documentoé público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
 Marque a assertiva correta:
a) Sujeito ativo do delito é o funcionário público, no exercício de sua função.
b) Sujeito passivo do delito é o Estado e a pessoa atingida pela falsificação.
c) Objeto material é documento público nacional ou privado.
d) Ação penal pública condicionada.
e) O delito consuma-se no instante em que a falsificação ou alteração do documento público for realizada.
5) No crime de falsidade de atestado médico.
Art. 302 – Dar o médico, no exercício de sua profissão, atestado falso:
Pena – Detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único – Se o crime for cometido com fim de lucro, aplica-se também a multa.
Marque a assertiva incorreta:
a) O sujeito passivo é o Estado.
b) O objeto material é atestado falso.
c) Sujeito ativo do delito pode qualquer pessoa.
d) O objeto jurídico tutela-se a fé pública.
e) O delito consuma-se no instante da entrega do atestado falso, pouco importando ser ou não utilizado pelo interessado.
6) Sobre o crime de uso de documento falso.
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302.
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
Marque a assertiva correta:
a) É um crime de perigo concreto.
b) A tentativa é inadmissível.
c) O objeto material é a vida humana.
d) Ação penal pública condicionada.
e) O delito consuma-se com o efetivo fabricação do documento falso.
7) Sobre o crime de falsa identidade.
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro, falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Marque a assertiva incorreta:
a) É um crime de perigo formal.
b) Sujeito ativo do delito é qualquer pessoa.
c) Sujeito passivo do delito é o Estado.
d) Ação penal pública condicionada.
e) O objeto jurídico tutela-se a fé pública.
Gabarito:
1) c)
2) e)
3) a)
4) a)
5) c)
6) b)
7) d)

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