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LINGUAGENS PICTÓRICASLINGUAGENS PICTÓRICAS A PINTURA ATRAVÉS DEA PINTURA ATRAVÉS DE CAMADAS - MATERIAIS ECAMADAS - MATERIAIS E TÉCNICASTÉCNICAS Autor: Dra. Katia Maria de Souza Rev isor : Luc iara Bruno IN IC IAR introduçãoIntrodução Toda criação pictórica precisa administrar diferentes ferramentas, que compreendem os materiais, as técnicas e a liberdade criativa do artista. Saber usar as técnicas e materiais é muito importante para alcançar os efeitos desejados e, muitas vezes, é preciso pensar previamente para poder alcançar os objetivos pictóricos. Entre os efeitos mais interessantes que se pode conseguir é a transparência que provoca efeitos luminosos e ópticos, contribuindo para uma representação mais rica em contrastes. Diferentes materiais aceitam os efeitos da pintura em camadas em transparência, porém o meio que fornece as transparências mais interessantes é a aquarela; no entanto, esta mídia exige muita presteza do artista. O Guache, assim como a aquarela, é uma espécie de têmpera, e a têmpera é toda mistura que se faz usando um aglutinante com pigmentos coloridos na dosagem certa, precisa. O aglutinante tem a função de “colar”, de aderir o pigmento ao suporte, e eles podem ser: gema de ovo, clara de ovo, seiva de �gueira, óleo, colas e gomas vegetais e animais, ceras e resinas. Com exceção da resina e das ceras, que precisam de um tratamento térmico, e da pintura a óleo, que começou a se desenvolver a partir dos séculos XV e XVI, a têmpera refere-se a cores ligadas a substâncias solúveis em água, em particular a têmpera de ovo. Esta técnica de pintar funciona bem em painel de madeira e alcançou seu esplendor na Idade Média até o século XV. Técnicas de GuacheTécnicas de Guache - Teoria e Prática- Teoria e Prática Este retábulo, obra do século XIV, que retrata o momento em que a Virgem recebe a notícia que conceberá o �lho de Deus, é carregado de símbolos. A técnica empregada é a têmpera sobre madeira, composta para um altar que, segundo Gombrich: De fato, toda pintura se assemelha a um precioso trabalho de ourives, com suas �guras destacando-se de um fundo dourado, tão habilmente organizadas que formam um padrão admirável. Não nos cansamos de admirar o modo como essas �guras são encaixadas no complicado formato do retábulo; a maneira como as asas do anjo são emolduradas pelo arco ogival da esquerda, e a �gura da Virgem se retrai para �car emoldurada pelo arco da direita, enquanto que o espaço vazio entre as �guras é preenchido pelo vaso e a pomba que paira acima dele (GOMBRICH, 2012, p. 161). Desse modo, entendemos que a têmpera era uma técnica já muito conhecida pelos artistas, não muito diferente do que é o guache, que vem a ser uma têmpera em que o aglutinante colorido é uma substância gomosa solúvel em Figura 3.1 - Simoni de Martini e Felipo Menni - A Anunciação e dois santos, 1333, Têmpera sobre madeira, 265 x 305 cm, Catedral de Siena Fonte: JarekUploadBot / Wikimedia Commons. água. Antigamente esta substância era extraída da goma arábica ou de gelatinas derivadas de restos de pergaminhos fervidos ou cola de caseína. Atualmente a goma arábica é seu aglutinante mais comum, em que são misturados os pigmentos coloridos mais o pigmento branco. O resultado são cores mais fortes e menos transparentes que as obtidas com as aquarelas. A principal diferença entre o guache e a aquarela (ambos usam a cola como aglutinante) é que o guache pode ser aplicado em camadas com cores sobrepostas, usando o branco para clarear os tons, o que não é possível com a aquarela. O guache é caracterizado pela grande variedade de cor e facilidade de aplicação, seus tons são mais opacos, porém mais intensos (FUGA, 2006, p.118). As pinturas em guache secam muito rapidamente e tendem a clarear com o tempo. Essa técnica raramente é usada em painéis de madeira ou parede, sendo mais recomendada para pinturas em tela ou papéis com gramatura acima de 90 g; ainda é possível aplicá-lo sobre o gesso ou papel pergaminho. O guache, assim como a aquarela, embora sejam técnicas de pintura, também são muito usados para colorir desenhos e ilustrações. É possível ainda diluir a tinta guache em água e assim conseguir produzir aguadas difusas e quase transparentes semelhante à aquarela. Podemos combinar o guache com materiais como a aquarela e a tinta acrílica. Em geral, é possível criar toques transparentes de aquarela numa pintura a guache que, geralmente, é mais opaca; o inverso também é possível. Neste trabalho, o artista empregou �nas camadas de guache para de�nir os contornos e criar os contrastes. É preciso muito cuidado com a aplicação das camadas de tinta para evitar uma camada muito espessa que pode vir a trincar com o tempo. praticarVamos Praticar O Guache, assim como a aquarela, é uma espécie de têmpera; e a têmpera é toda mistura que se faz usando um aglutinante com pigmentos coloridos na dosagem certa, precisa. A têmpera era uma técnica já muito conhecida pelos artistas desde a Figura 3.2 - Parmigianino, A Sagrada Família com São João Batista, 1527-31, Guache sobre tela, 156 x 103 cm, Museu e Galeria Nacional de Capodimonte, Nápoles, Itália Fonte: Sailko / Wikimedia Commons época medieval e ela não muito difere do que é o guache. Desse modo, concluímos que o guache também é uma têmpera e que precisa de um aglutinante que tem uma função importante na confecção das tintas. Assinale a alternativa que indica corretamente qual a função do aglutinante nas têmperas. a) A função do aglutinante é colorir a tinta. b) A função do aglutinante é temperar a tinta. c) A função do aglutinante é fazer com que a tinta “cole” no suporte. d) A função do aglutinante é diluir a tinta. e) A função do aglutinante é criar camadas na tinta. A aquarela, assim como o guache, é uma têmpera à base de água, ou seja, os pigmentos coloridos são misturados à água antes de serem aplicados ao pergaminho ou papel. A água, no entanto, não dissolve completamente as cores em pó e nem as �xa completamente no suporte; sendo assim, para evitar a pulverização e a perda do pigmento, devem ser adicionadas substâncias aglutinantes, como a goma arábica ou o mel. O uso de cores dissolvidas em água era conhecido em muitas culturas antigas, incluindo Egito, China e Japão. Os artistas europeus, a partir do Renascimento, passaram a usar a aquarela para concluir os efeitos de claro e escuro ou para adicionar cor a desenhos feitos com outras mídias, tais como o gra�te, a caneta ou até mesmo o guache. A aquarela também foi e continua sendo muito usada como meio principal em desenhos preparatórios de obras importantes, em desenhos arquitetônicos e também em livros sobre botânica e/ou zoologia, em que as Técnicas deTécnicas de Aquarela - Teoria eAquarela - Teoria e PráticaPrática ilustrações coloridas geralmente atingem altos níveis artísticos (FUGA, 2006, p. 34). Neste trabalho da desenhista botânica Maria Sibylla, há a mistura de duas mídias, que são o giz preto e a aquarela. Isso é muito comum especialmente em desenhos e ilustrações. Normalmente o artista usa de diferentes recursos para concluir seu trabalho, principalmente nos desenhos botânicos, que são praticamente um trabalho cientí�co, nos quais os detalhes das plantas devem ser representados com riqueza de informações. Albrecht Dürer foi um dos primeiros artistas a usar a aquarela. Seu desenho “Uma jovem lebre” é um perfeito exemplo de como se pode aplicar pinceladas diferenciadas para trabalhar as diferentes camadas do pelo do animal, conferindo mais naturalismo à �gura. Figura 3.3 - Maria Sibylla Gra�, Uma tulipa papagaio, aurículas e groselhas, com uma mariposa-pega, sua lagarta e pupa, 1670 a 1717, Giz preto e aquarela sobre pergaminho, 31,6 x 26 cm Fonte: Valérie75 / Wikimedia Commons. A aquarela se tornou o meio preferido de muitos artistas no século XVIII, especialmente para aqueles que buscavam registrar as in�nitas mudanças de luz na natureza e nos objetos, de Constable eWilliam Turner aos impressionistas do �nal do século XIX (JANSON, 2009, p. 322-323). A busca por uma ferramenta fácil de trabalhar ajudou no desenvolvimento de novas linguagens pictóricas. Figura 3.4 - Albrecht Dürer, Uma jovem lebre, 1502, aquarela sobre papel, 25 x 22,5 cm, Museu Albertina, Viena, Áustria Fonte: DcoetzeeBot / Wikimedia Commons . Neste trabalho, William Turner usou a aquarela para criar as camadas pictóricas que distinguem o fundo marcado pela montanha e o mar em suas diferentes tonalidades daquela hora do dia. O uso do papel correto sem dúvida contribui bastante para o efeito desejado. Figura 3.5 - William Turner, O Rigi vermelho, 1842, Aquarela com aguada em guache sobre papel, 30 x 45 cm, Galeria Nacional Victoria, Austrália Fonte: DcoetzeeBot / Wikimedia Commons. Os Tipos de Papéis para Aquarela Para se trabalhar com a aquarela, é importante ter cuidado com a escolha do papel; ele precisa ser absorvente o su�ciente para receber uma grande quantidade de pigmento diluído. O efeito depende muito da qualidade e textura do papel. Existem papéis especí�cos para aquarela; eles costumam ser mais caros, porém garantem um resultado mais pro�ssional. A espessura do papel é medida em gramas por metro quadrado. Quanto maior o número da gramatura, mais grosso ele será. É possível comprar o papel em blocos ou em folhas avulsas. Os melhores papéis para aquarela costumam ser os importados e artesanais, mas existem opções nacionais que cumprem bem a função. Como o papel tende a enrugar quando se aplica a tinta umedecida, é interessante esticá-lo antes. Esticar o papel é um processo importante e que exige muita paciência e cuidado. O papel deve ser molhado em imersão na saibamaisSaiba mais Sobre pintar com o papel molhado e as técnicas de trabalhar com efeitos que os pigmentos de tinta provocam no papel, é interessante observar o trabalho desse aquarelista no link a seguir. Em poucas cenas, ele nos apresenta todas as etapas na produção de uma pintura em aquarela. ASS IST IR água fria por aproximadamente 10 minutos. Após esse período, ele é retirado e sacudido de modo a retirar o excesso de água, depois deve ser esticado em uma superfície lisa. Durante esse procedimento, também são expelidos os excessos de água. Depois de bem esticado, ele deve ser preso com �ta crepe; depois é só aguardar a secagem total do papel. Os papéis artesanais, em geral, são fabricados com pedaços de linho. Por isso, muitas vezes, são chamados de papel linho e são um tipo de papel com boa absorção da umidade proveniente da aquarela. É importante não confundir com o papel tipo linho, que imita a �bra do tecido e é produzido industrialmente. Outro ponto importante é o ph do papel. Pre�ra os “acid free” ou livres de ácido, o que garante que o papel não �que amarelado com o tempo. Para quem pretende iniciar na arte da aquarela, a recomendação é usar um papel com gramatura entre 285 a 300 g/m². praticarVamos Praticar A aquarela é um tipo de pintura que tem as suas particularidades, sendo a água um agente importante. No entanto, para um bom resultado, o suporte para elaboração da aquarela deve ser um meio que resista e absorva bem a umidade provinda da água. Então, vamos experienciar os efeitos que a água provoca no papel. Para isso, vamos precisar de: papel de diferentes gramaturas (papel ofício de 75 g/m², papel ofício de 90 g/m², papel ofício de 200 g/m², papel para aquarela de 300g/m²), lápis aquarelável, pastilhas de aquarela ou mina de lápis de cor comum macerada em água (para obter uma pasta pigmentada). Aplique em cada papel um pouco de tinta de aquarela que precisará ser diluída em água, observe o quanto de água e o quanto de pigmento será necessário para criar manchas coloridas nos papéis e como cada uma delas reage aos efeitos da água. Escreva sua resposta aqui... A pintura de paisagem ganhou projeção e uma especialização na mão dos artistas �amengos. Antes, a paisagem servia apenas de pano de fundo em retábulos e pinturas do período medieval. O pintor Albrecht Altdorfer, de Ratisbona (1480?-1538), foi para as �orestas e montanhas estudar as formas dos pinheiros e rochedos batidos pelas intempéries. Muitas de suas aquarelas e águas-fortes, e pelo menos um de seus quadros a óleo, não reproduzem uma história nem contêm seres humanos. Foi uma mudança deveras importante. Até os gregos, apesar do seu amor à natureza, tinham pintado paisagens somente como fundo para suas cenas bucólicas. Na Idade Média, uma pintura que não ilustrasse claramente um tema, fosse sagrado ou profano, era quase inconcebível. Só quando a habilidade do pintor começou a merecer por si mesma o interesse das pessoas, é que se tornou possível vender um quadro isento de qualquer outro propósito que não fosse registrar o deleite pessoal do artista ante um belo trecho de paisagem (GOMBRICH, 2013, p. 273). A Pintura deA Pintura de Paisagem e seusPaisagem e seus CaminhosCaminhos A pintura de paisagem se tornou um tema importante para os artistas holandeses que faziam um estilo chamado de pitoresco. O pitoresco é um conceito estético que evoca um sentido de acolhimento e uma sensação agradável na representação da paisagem construindo a cena em seus detalhes e imperfeições, o que torna a pintura uma inspiração poética e particular. Figura 3.6 - Albrecht Altdorfer, Paisagem, 1532, óleo sobre pergaminho, 30 x 22 cm, Antiga Pinacoteca, Munique Fonte: File Upload Bot / Wikimedia Commons. A paisagem acabou se tornando um tema constante para os artistas que procuravam cada vez mais imprimir uma visão pessoal sobre a arte, chegando a se tornar tema principal para os artistas do século XIX, com as inovações da reflitaRe�ita O pitoresco e o sublime são dois conceitos trabalhados pela �loso�a da arte e que estão presentes nas nossas vidas muito relacionados com as emoções que os artistas paisagistas procuram trabalhar e transmitir. O pitoresco foi muito explorado pelos artistas paisagistas a partir do século XVIII e especialmente entre os artistas viajantes que rodaram o mundo, em especial as américas, e se encantaram com uma paisagem que até então não conheciam. O Pitoresco ainda pode estar relacionado a interpretações de uma imagem observada e o que ela pode transmitir. Interessante é pensar: como os artistas usavam das suas habilidades para transmitir uma emoção? época, conseguidas na produção de materiais de pintura, o que os levou a buscar a pintura ao ar livre devido ao uso de bisnagas descartáveis de tinta. A busca pelo realismo em pintar o que viam toma impulso com Gustave Courbet (1819-1877), que chegou a se retratar carregando a sua mochila com material de pintura. Esta pintura é um símbolo de como os artistas do período estavam envolvidos na representação do mundo real distante da realidade idealizada dos ateliers. Porém, foi no Impressionismo que a paisagem se tornou um tema recorrente, uma vez que estes artistas estavam interessados nos efeitos que a luz provoca nas superfícies, desde pequenos objetos, passando pela arquitetura e a paisagem. Para isso, usavam todo o arsenal de técnicas disponíveis alternando giz, guache, aquarela e óleo para captar os efeitos que a luz provocava na paisagem. Dentro da temática paisagem, incluem-se as pinturas das chamadas marinas, que são representações de mares, oceanos, rios ou córregos. Figura 3.7 - Gustave Courbet, “Bonjour Monsieur Courbet”, 1854, óleo sobre tela, 132 x 150 cm, Museu Fabre, Montpellier, França Fonte: Alonso de Mendonza / Wikimedia Commons. No Brasil do �nal do século XIX, a pintura de paisagem se tornou um gênero autônomo dentro da própria Academia Imperial de Belas Artes, por in�uência de Georg Grimm, pintor bávaro, que atuou na Academia por apenas dois anos, mas in�uenciou toda uma geração de artistas, como Antônio Parreiras (1860-1937) e Castagneto (1851-1900); este último foi um exímio pintor de marinas. A paisagem brasileira foi tema constante desde adescoberta do Brasil. Muitos artistas, de várias nacionalidades, vieram para o novo mundo e aqui se encantaram com a nossa paisagem exótica, de Debret a Thomas Ender, passando pelo holandês Frans Post. A pintura de paisagem foi um tema constante e que ajudou muito a contar a história do Brasil. Para estas pinturas, a aquarela foi a mídia utilizada. Figura 3.8 - Georg Grimm, Rochedo da Boa Viagem, óleo sobre tela, 80 x 61 cm, Museu Antônio Parreiras, Niterói, Rio de Janeiro Fonte: Dornicke / Wikimedia Commons. Para realizar uma pintura de paisagem, é possível partir de dois fatores: a observação e a criação. Na maioria das vezes, é a observação o caminho escolhido por muitos artistas que, depois, tratavam-na a partir da memória que guardavam daquela paisagem e, a partir daí, poderiam recriar ou criar cenários e paisagens imaginadas. Neste caminho da observação, ainda é possível buscar trabalhar com diferentes linguagens, podendo ser mais realistas ou mais abstratas, se trabalhadas com efeitos de manchas, como nas paisagens de artistas expressionistas, como os trabalhos de André Derain. Figura 3.9 - Thomas Ender, sem data (séc. XIX), aquarela sobre papel, 27 x 41 cm, MASP, São Paulo, Brasil Fonte: Dornicke / Wikimedia Commons. Neste trabalho, André Derain usou o grau de distorção das cores para enfatizar o potencial simbólico e psicológico da cor. Sendo assim, pintar uma paisagem vai depender das opções técnicas, ou seja, materiais e temáticas ou linguísticas que o artista dará. praticarVamos Praticar Leia o trecho a seguir. “O exemplo mais notável é de outro “especialista”, o paisagista Jacob van Ruisdael (1828?-1682). [...] Durante a primeira metade da sua vida, viveu na linda cidade de Haarlem, que está separada do mar por uma cadeia de dunas arborizadas. Ruisdael Figura 3.10 - André Derain, “Charing Cross Bridge”, 1906, óleo sobre tela, 80 x 100 cm. National Gallery, Washington, EUA Fonte: André Derain / Wikimedia Commons. gostava de estudar o efeito e a sombra sobre terrenos e especializou-se cada vez mais em pitorescas cenas �orestais. Tornou-se um mestre na pintura de nuvens sombrias, da luz do entardecer quando as sombras se alongam, de castelos arruinados e de regatos velozes; em suma, foi ele quem descobriu a poesia da paisagem nórdica…” GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução Cristiana de Assis Serra. Rio de Janeiro: LTC, 2013. p. 338. A partir da leitura do texto e do tema tratado na unidade, assinale a opção que indica corretamente o que representa o termo “pitoresco”. a) Pitoresco é uma técnica de pintura que usa a água como solvente. b) Pitoresco é uma forma de representação exagerada nas cores. c) Pitoresco se refere a toda pintura que representa a paisagem brasileira. d) O pitoresco se refere ao momento em que os artistas passaram a sair dos ateliers. e) O pitoresco é um conceito estético de uma sensação agradável na pintura. Pintura em camadas é uma técnica que pode ser aplicada com a maior parte das mídias; e ela consiste em criar gradações cromáticas, construindo camadas que podem ser mais ou menos transparentes, dependendo da intenção do artista. A técnica mais popular e antiga para emprego de camadas é a velatura, usada desde a Idade Média em pinturas de afrescos, ícones e iluminuras. Consiste em uma �níssima camada de tinta que age como uma camada transparente e levemente colorida, que passou a ser usada também nas pinturas a óleo. É na pintura a óleo que a velatura tem melhor aplicabilidade, uma vez que a própria pintura a óleo facilita a sua aplicação. A velatura pode ser colorida e, ao ser aplicada em �na camada sobre outra cor, auxilia na criação de efeitos cromáticos e ópticos pela mesclagem das cores. Transparência - ATransparência - A Pintura Através dePintura Através de CamadasCamadas Neste trabalho, Ingres usou das camadas para transmitir os efeitos de transparência nas diferentes texturas desde os panejamentos ao tom da pele. A transparência é um efeito empregado nas pinturas em camadas e ela é ainda mais evidente nas pinturas em aquarela, sendo considerado o efeito mais bonito que uma pintura nesse meio permite. Por ser uma tinta diluída em água, os efeitos do pigmento se tornam evidentes quando da evaporação da água. O papel branco ou amarelado, mais usado para a aquarela, adquire luminosidade quando a luz se re�ete por meio da transparência da tinta. É importante, no entanto, saber dosar as camadas, pois a sobreposição de muitas camadas tornará a cor mais intensa, fazendo com que o belo efeito da transparência se perca. Como a água evapora muito rapidamente, é importante que se tenha perfeita noção do que se pretende fazer; os retoques são impossíveis de realizar e, se for necessário realmente aplicar outra camada, deve-se admitir uma nova proposta pictórica. Figura 3.11 - Jean Auguste Dominique Ingres, Retrato de Pauline de Galard, 1851-53, óleo sobre tela, 121 x 90 cm, The Metropolitan Museum of Art, Nova York, EUA Fonte: Pharos / Wikimedia Commons. Por ser um tipo de pintura que se constrói por massas de manchas coloridas formando os corpos, ou melhor, os volumes das coisas representadas, sem um corpo físico, esta técnica se ajusta perfeitamente para representar a natureza, paisagens e seus efeitos atmosféricos. praticarVamos Praticar A pintura em camadas é um recurso usado desde os tempos mais antigos da nossa cultura ocidental. Os primeiros registros remontam ao Egito antigo. Porém, não existia na época um material, uma técnica que permitisse os efeitos mais encantadores que a pintura em camadas pode oferecer. Foi justamente a evolução Figura 3.12 - Albrecht Altdorfer, Paisagem com igreja, 1522, 20 x 13 cm, Museum Boijmans Van Beuningen, Roterdã, Holanda Fonte: Primaler / Wikimedia Commons. dos materiais e técnicas que permitiu aos artistas trabalharem com as camadas, tirando proveito de uma das suas principais características. Assinale a opção que apresenta corretamente qual a principal característica da pintura em camadas tratada nesta unidade. a) A cor. b) A linha. c) A transparência. d) A forma. e) A mancha. indicações Material Complementar FILME Margaret Mee e a Flor da lua Ano: 2013 Comentário: O �lme Margaret Mee e a �or da lua é um documentário da cineasta Malu de Martino, que conta o trabalho e a história de vida da desenhista botânica Margaret Mee e o seu fascínio pela �ora nacional, especialmente a da �oresta amazônica. Seus desenhos são extremamente expressivos e representam a �ora nacional de maneira inconfundível, utilizando a técnica da aquarela, meio que os artistas botânicos usavam para representar em tempo real a �ora, como vimos nesta unidade. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer no link a seguir. TRA ILER LIVRO Manual Prático do Artista Editora: DK Editora Ray Smith ISBN: 978-85-61749-20-0 Comentário: Livro bastante completo, que apresenta, de maneira bem didática e com boas imagens, as diferentes mídias usadas para produzir uma obra de arte desde o desenho até a pintura a óleo. conclusão Conclusão Entender as diferentes formas de representação, como os materiais e as técnicas são importantes na construção de obra arte é fundamental no processo criativo. Com certeza, cada artista vai criar seus próprios caminhos e processos, mas o conhecimento dos materiais vai fazer com que novos procedimentos sejam desenvolvidos. Achar sua própria linguagem requer este estudo de cada artista para além das suas inclinações e decisões estéticas. Dessa forma, saber trabalhar com têmperas à base de água é uma das ferramentas mais usadas pelos artistas, especialmente para aqueles que desejam trabalhar a subjetividade das suas temáticas e, neste sentido, as pinturas em camadas e as transparências que o guache e a aquarela proporcionam são fundamentais. referências Referências Bibliográ�cas