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GRA1658 LINGUAGENS PICTÓRICAS GR1865

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LINGUAGENS PICTÓRICASLINGUAGENS PICTÓRICAS
A PINTURA ATRAVÉS DEA PINTURA ATRAVÉS DE
CAMADAS - MATERIAIS ECAMADAS - MATERIAIS E
TÉCNICASTÉCNICAS
Autor: Dra. Katia Maria de Souza
Rev isor : Luc iara Bruno
IN IC IAR
introduçãoIntrodução
Toda criação pictórica precisa administrar diferentes ferramentas, que
compreendem os materiais, as técnicas e a liberdade criativa do artista.
Saber usar as técnicas e materiais é muito importante para alcançar os efeitos
desejados e, muitas vezes, é preciso pensar previamente para poder alcançar
os objetivos pictóricos.
Entre os efeitos mais interessantes que se pode conseguir é a transparência
que provoca efeitos luminosos e ópticos, contribuindo para uma
representação mais rica em contrastes.
Diferentes materiais aceitam os efeitos da pintura em camadas em
transparência, porém o meio que fornece as transparências mais
interessantes é a aquarela; no entanto, esta mídia exige muita presteza do
artista.
O Guache, assim como a aquarela, é uma espécie de têmpera, e a têmpera é
toda mistura que se faz usando um aglutinante com pigmentos coloridos na
dosagem certa, precisa.
O aglutinante tem a função de “colar”, de aderir o pigmento ao suporte, e eles
podem ser: gema de ovo, clara de ovo, seiva de �gueira, óleo, colas e gomas
vegetais e animais, ceras e resinas. Com exceção da resina e das ceras, que
precisam de um tratamento térmico, e da pintura a óleo, que começou a se
desenvolver a partir dos séculos XV e XVI, a têmpera refere-se a cores ligadas
a substâncias solúveis em água, em particular a têmpera de ovo.
Esta técnica de pintar funciona bem em painel de madeira e alcançou seu
esplendor na Idade Média até o século XV.
Técnicas de GuacheTécnicas de Guache
- Teoria e Prática- Teoria e Prática
Este retábulo, obra do século XIV, que retrata o momento em que a Virgem
recebe a notícia que conceberá o �lho de Deus, é carregado de símbolos. A
técnica empregada é a têmpera sobre madeira, composta para um altar que,
segundo Gombrich:
De fato, toda pintura se assemelha a um precioso trabalho de
ourives, com suas �guras destacando-se de um fundo dourado, tão
habilmente organizadas que formam um padrão admirável. Não
nos cansamos de admirar o modo como essas �guras são
encaixadas no complicado formato do retábulo; a maneira como
as asas do anjo são emolduradas pelo arco ogival da esquerda, e a
�gura da Virgem se retrai para �car emoldurada pelo arco da
direita, enquanto que o espaço vazio entre as �guras é preenchido
pelo vaso e a pomba que paira acima dele (GOMBRICH, 2012, p.
161).
Desse modo, entendemos que a têmpera era uma técnica já muito conhecida
pelos artistas, não muito diferente do que é o guache, que vem a ser uma
têmpera em que o aglutinante colorido é uma substância gomosa solúvel em
Figura 3.1 - Simoni de Martini e Felipo Menni - A Anunciação e dois santos,
1333, Têmpera sobre madeira, 265 x 305 cm, Catedral de Siena
Fonte: JarekUploadBot / Wikimedia Commons.
água. Antigamente esta substância era extraída da goma arábica ou de
gelatinas derivadas de restos de pergaminhos fervidos ou cola de caseína.
Atualmente a goma arábica é seu aglutinante mais comum, em que são
misturados os pigmentos coloridos mais o pigmento branco. O resultado são
cores mais fortes e menos transparentes que as obtidas com as aquarelas.
A principal diferença entre o guache e a aquarela (ambos usam a cola como
aglutinante) é que o guache pode ser aplicado em camadas com cores
sobrepostas, usando o branco para clarear os tons, o que não é possível com
a aquarela.
O guache é caracterizado pela grande variedade de cor e facilidade de
aplicação, seus tons são mais opacos, porém mais intensos (FUGA, 2006,
p.118). As pinturas em guache secam muito rapidamente e tendem a clarear
com o tempo. Essa técnica raramente é usada em painéis de madeira ou
parede, sendo mais recomendada para pinturas em tela ou papéis com
gramatura acima de 90 g; ainda é possível aplicá-lo sobre o gesso ou papel
pergaminho.
O guache, assim como a aquarela, embora sejam técnicas de pintura, também
são muito usados para colorir desenhos e ilustrações.
É possível ainda diluir a tinta guache em água e assim conseguir produzir
aguadas difusas e quase transparentes semelhante à aquarela.
Podemos combinar o guache com materiais como a aquarela e a tinta acrílica.
Em geral, é possível criar toques transparentes de aquarela numa pintura a
guache que, geralmente, é mais opaca; o inverso também é possível.
Neste trabalho, o artista empregou �nas camadas de guache para de�nir os
contornos e criar os contrastes.
É preciso muito cuidado com a aplicação das camadas de tinta para evitar
uma camada muito espessa que pode vir a trincar com o tempo.
praticarVamos Praticar
O Guache, assim como a aquarela, é uma espécie de têmpera; e a têmpera é toda
mistura que se faz usando um aglutinante com pigmentos coloridos na dosagem
certa, precisa. A têmpera era uma técnica já muito conhecida pelos artistas desde a
Figura 3.2 - Parmigianino, A Sagrada Família com São João Batista, 1527-31,
Guache sobre tela, 156 x 103 cm, Museu e Galeria Nacional de Capodimonte,
Nápoles, Itália
Fonte: Sailko / Wikimedia Commons
época medieval e ela não muito difere do que é o guache. Desse modo, concluímos
que o guache também é uma têmpera e que precisa de um aglutinante que tem
uma função importante na confecção das tintas.
Assinale a alternativa que indica corretamente qual a função do aglutinante nas
têmperas.
a) A função do aglutinante é colorir a tinta.
b) A função do aglutinante é temperar a tinta.
c) A função do aglutinante é fazer com que a tinta “cole” no suporte.
d) A função do aglutinante é diluir a tinta.
e) A função do aglutinante é criar camadas na tinta.
A aquarela, assim como o guache, é uma têmpera à base de água, ou seja, os
pigmentos coloridos são misturados à água antes de serem aplicados ao
pergaminho ou papel. A água, no entanto, não dissolve completamente as
cores em pó e nem as �xa completamente no suporte; sendo assim, para
evitar a pulverização e a perda do pigmento, devem ser adicionadas
substâncias aglutinantes, como a goma arábica ou o mel. O uso de cores
dissolvidas em água era conhecido em muitas culturas antigas, incluindo
Egito, China e Japão.
Os artistas europeus, a partir do Renascimento, passaram a usar a aquarela
para concluir os efeitos de claro e escuro ou para adicionar cor a desenhos
feitos com outras mídias, tais como o gra�te, a caneta ou até mesmo o
guache.
A aquarela também foi e continua sendo muito usada como meio principal
em desenhos preparatórios de obras importantes, em desenhos
arquitetônicos e também em livros sobre botânica e/ou zoologia, em que as
Técnicas deTécnicas de
Aquarela - Teoria eAquarela - Teoria e
PráticaPrática
ilustrações coloridas geralmente atingem altos níveis artísticos (FUGA, 2006, p.
34).
Neste trabalho da desenhista botânica Maria Sibylla, há a mistura de duas
mídias, que são o giz preto e a aquarela. Isso é muito comum especialmente
em desenhos e ilustrações. Normalmente o artista usa de diferentes recursos
para concluir seu trabalho, principalmente nos desenhos botânicos, que são
praticamente um trabalho cientí�co, nos quais os detalhes das plantas devem
ser representados com riqueza de informações.
Albrecht Dürer foi um dos primeiros artistas a usar a aquarela. Seu desenho
“Uma jovem lebre” é um perfeito exemplo de como se pode aplicar pinceladas
diferenciadas para trabalhar as diferentes camadas do pelo do animal,
conferindo mais naturalismo à �gura.
Figura 3.3 - Maria Sibylla Gra�, Uma tulipa papagaio, aurículas e groselhas,
com uma mariposa-pega, sua lagarta e pupa, 1670 a 1717, Giz preto e
aquarela sobre pergaminho,  31,6 x  26 cm
Fonte: Valérie75 / Wikimedia Commons.
A aquarela se tornou o meio preferido de muitos artistas no século XVIII,
especialmente para aqueles que buscavam registrar as in�nitas mudanças de
luz na natureza e nos objetos, de Constable eWilliam Turner aos
impressionistas do �nal do século XIX (JANSON, 2009, p. 322-323). A busca por
uma ferramenta fácil de trabalhar ajudou no desenvolvimento de novas
linguagens pictóricas.
Figura 3.4 - Albrecht Dürer, Uma jovem lebre, 1502, aquarela sobre papel,  25
x 22,5 cm, Museu Albertina, Viena, Áustria
Fonte: DcoetzeeBot / Wikimedia Commons .
Neste trabalho, William Turner usou a aquarela para criar as camadas
pictóricas que distinguem o fundo marcado pela montanha e o mar em suas
diferentes tonalidades daquela hora do dia. O uso do papel correto sem
dúvida contribui bastante para o efeito desejado.
Figura 3.5 - William Turner, O Rigi vermelho, 1842, Aquarela com aguada em
guache sobre papel, 30 x 45 cm, Galeria Nacional Victoria, Austrália
Fonte: DcoetzeeBot / Wikimedia Commons.
Os Tipos de Papéis para Aquarela
Para se trabalhar com a aquarela, é importante ter cuidado com a escolha do
papel; ele precisa ser absorvente o su�ciente para receber uma grande
quantidade de pigmento diluído. O efeito depende muito da qualidade e
textura do papel. Existem papéis especí�cos para aquarela; eles costumam
ser mais caros, porém garantem um resultado mais pro�ssional.
A espessura do papel é medida em gramas por metro quadrado. Quanto
maior o número da gramatura, mais grosso ele será. É possível comprar o
papel em blocos ou em folhas avulsas. Os melhores papéis para aquarela
costumam ser os importados e artesanais, mas existem opções nacionais que
cumprem bem a função.
Como o papel tende a enrugar quando se aplica a tinta umedecida, é
interessante esticá-lo antes. Esticar o papel é um processo importante e que
exige muita paciência e cuidado. O papel deve ser molhado em imersão na
saibamaisSaiba mais
Sobre pintar com o papel molhado e as
técnicas de trabalhar com efeitos que os
pigmentos de tinta provocam no papel, é
interessante observar o trabalho desse
aquarelista no link a seguir. Em poucas
cenas, ele nos apresenta todas as etapas na
produção de uma pintura em aquarela.
ASS IST IR
água fria por aproximadamente 10 minutos. Após esse período, ele é retirado
e sacudido de modo a retirar o excesso de água, depois deve ser esticado em
uma superfície lisa. Durante esse procedimento, também são expelidos os
excessos de água. Depois de bem esticado, ele deve ser preso com �ta crepe;
depois é só aguardar a secagem total do papel.
Os papéis artesanais, em geral, são fabricados com pedaços de linho. Por isso,
muitas vezes, são chamados de papel linho e são um tipo de papel com boa
absorção da umidade proveniente da aquarela. É importante não confundir
com o papel tipo linho, que imita a �bra do tecido e é produzido
industrialmente. Outro ponto importante é o ph do papel. Pre�ra os “acid
free” ou livres de ácido, o que garante que o papel não �que amarelado com o
tempo.
Para quem pretende iniciar na arte da aquarela, a recomendação é usar um
papel com gramatura entre 285 a 300 g/m².
praticarVamos Praticar
A aquarela é um tipo de pintura que tem as suas particularidades, sendo a água um
agente importante. No entanto, para um bom resultado, o suporte para elaboração
da aquarela deve ser um meio que resista e absorva bem a umidade provinda da
água.
Então, vamos experienciar os efeitos que a água provoca no papel. Para isso, vamos
precisar de: papel de diferentes gramaturas (papel ofício de 75 g/m², papel ofício de
90 g/m², papel ofício de 200 g/m², papel para aquarela de 300g/m²), lápis
aquarelável, pastilhas de aquarela ou mina de lápis de cor comum macerada em
água (para obter uma pasta pigmentada).
Aplique em cada papel um pouco de tinta de aquarela que precisará ser diluída em
água, observe o quanto de água e o quanto de pigmento será necessário para criar
manchas coloridas nos papéis e como cada uma delas reage aos efeitos da água.
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A pintura de paisagem ganhou projeção e uma especialização na mão dos
artistas �amengos. Antes, a paisagem servia apenas de pano de fundo em
retábulos e pinturas do período medieval.
O pintor Albrecht Altdorfer, de Ratisbona (1480?-1538), foi para as
�orestas e montanhas estudar as formas dos pinheiros e rochedos
batidos pelas intempéries. Muitas de suas aquarelas e águas-fortes,
e pelo menos um de seus quadros a óleo, não reproduzem uma
história nem contêm seres humanos. Foi uma mudança deveras
importante. Até os gregos, apesar do seu amor à natureza, tinham
pintado paisagens somente como fundo para suas cenas bucólicas.
Na Idade Média, uma pintura que não ilustrasse claramente um
tema, fosse sagrado ou profano, era quase inconcebível. Só
quando a habilidade do pintor começou a merecer por si mesma o
interesse das pessoas, é que se tornou possível vender um quadro
isento de qualquer outro propósito que não fosse registrar o
deleite pessoal do artista ante um belo trecho de paisagem
(GOMBRICH, 2013, p. 273).
A Pintura deA Pintura de
Paisagem e seusPaisagem e seus
CaminhosCaminhos
A pintura de paisagem se tornou um tema importante para os artistas
holandeses que faziam um estilo chamado de pitoresco. O pitoresco é um
conceito estético que evoca um sentido de acolhimento e uma sensação
agradável na representação da paisagem construindo a cena em seus
detalhes e imperfeições, o que torna a pintura uma inspiração poética e
particular.
Figura 3.6 - Albrecht Altdorfer, Paisagem, 1532, óleo sobre pergaminho, 30 x
22 cm, Antiga Pinacoteca, Munique
Fonte: File Upload Bot / Wikimedia Commons.
A paisagem acabou se tornando um tema constante para os artistas que
procuravam cada vez mais imprimir uma visão pessoal sobre a arte, chegando
a se tornar tema principal para os artistas do século XIX, com as inovações da
reflitaRe�ita
O pitoresco e o sublime   são dois
conceitos trabalhados pela �loso�a da
arte e que estão presentes nas nossas
vidas muito relacionados com as
emoções que os artistas paisagistas
procuram trabalhar e transmitir. O
pitoresco foi muito explorado pelos
artistas paisagistas a partir do século
XVIII e especialmente entre os artistas
viajantes que rodaram o mundo, em
especial as américas, e se encantaram
com uma paisagem que até então não
conheciam. 
O Pitoresco ainda pode estar
relacionado a interpretações de uma
imagem observada e o que ela pode
transmitir. 
Interessante é pensar: como os
artistas usavam das suas habilidades
para transmitir uma emoção?
época, conseguidas na produção de materiais de pintura, o que os levou a
buscar a pintura ao ar livre devido ao uso de bisnagas descartáveis de tinta.
A busca pelo realismo em pintar o que viam toma impulso com Gustave
Courbet (1819-1877), que chegou a se retratar carregando a sua mochila com
material de pintura.
Esta pintura é um símbolo de como os artistas do período estavam envolvidos
na representação do mundo real distante da realidade idealizada dos ateliers.
Porém, foi no Impressionismo que a paisagem se tornou um tema recorrente,
uma vez que estes artistas estavam interessados nos efeitos que a luz
provoca nas superfícies, desde pequenos objetos, passando pela arquitetura
e a paisagem. Para isso, usavam todo o arsenal de técnicas disponíveis
alternando giz, guache, aquarela e óleo para captar os efeitos que a luz
provocava na paisagem.
Dentro da temática paisagem, incluem-se as pinturas das chamadas marinas,
que são representações de mares, oceanos, rios ou córregos.
Figura 3.7 - Gustave Courbet, “Bonjour Monsieur Courbet”, 1854, óleo sobre
tela, 132 x 150 cm, Museu Fabre, Montpellier, França
Fonte: Alonso de Mendonza / Wikimedia Commons.
No Brasil do �nal do século XIX, a pintura de paisagem se tornou um gênero
autônomo dentro da própria Academia Imperial de Belas Artes, por in�uência
de Georg Grimm, pintor bávaro, que atuou na Academia por apenas dois
anos, mas in�uenciou toda uma geração de artistas, como Antônio Parreiras
(1860-1937) e Castagneto (1851-1900); este último foi um exímio pintor de
marinas.
A paisagem brasileira foi tema constante desde adescoberta do Brasil. Muitos
artistas, de várias nacionalidades, vieram para o novo mundo e aqui se
encantaram com a nossa paisagem exótica, de Debret a Thomas Ender,
passando pelo holandês Frans Post. A pintura de paisagem foi um tema
constante e que ajudou muito a contar a história do Brasil. Para estas
pinturas, a aquarela foi a mídia utilizada.
Figura 3.8 - Georg Grimm, Rochedo da Boa Viagem, óleo sobre tela, 80 x 61
cm, Museu Antônio Parreiras, Niterói, Rio de Janeiro
Fonte: Dornicke / Wikimedia Commons.
Para realizar uma pintura de paisagem, é possível partir de dois fatores: a
observação e a criação. Na maioria das vezes, é a observação o caminho
escolhido por muitos artistas que, depois, tratavam-na a partir da memória
que guardavam daquela paisagem e, a partir daí, poderiam recriar ou criar
cenários e paisagens imaginadas.
Neste caminho da observação, ainda é possível buscar trabalhar com
diferentes linguagens, podendo ser mais realistas ou mais abstratas, se
trabalhadas com efeitos de manchas, como nas paisagens de artistas
expressionistas, como os trabalhos de André Derain.
Figura 3.9 - Thomas Ender, sem data (séc. XIX), aquarela sobre papel, 27 x 41
cm, MASP, São Paulo, Brasil
Fonte: Dornicke / Wikimedia Commons.
Neste trabalho, André Derain usou o grau de distorção das cores para
enfatizar o potencial simbólico e psicológico da cor. Sendo assim, pintar uma
paisagem vai depender das opções técnicas, ou seja, materiais e temáticas ou
linguísticas que o artista dará.
praticarVamos Praticar
Leia o trecho a seguir.
“O exemplo mais notável é de outro “especialista”, o paisagista Jacob van Ruisdael
(1828?-1682). [...] Durante a primeira metade da sua vida, viveu na linda cidade de
Haarlem, que está separada do mar por uma cadeia de dunas arborizadas. Ruisdael
Figura 3.10 - André Derain, “Charing Cross Bridge”, 1906, óleo sobre tela, 80 x
100 cm. National Gallery, Washington, EUA
Fonte: André Derain / Wikimedia Commons.
gostava de estudar o efeito e a sombra sobre terrenos e especializou-se cada vez
mais em pitorescas cenas �orestais. Tornou-se um mestre na pintura de nuvens
sombrias, da luz do entardecer quando as sombras se alongam, de castelos
arruinados e de regatos velozes; em suma, foi ele quem descobriu a poesia da
paisagem nórdica…”
GOMBRICH, E. H.  A história da arte. Tradução Cristiana de Assis Serra. Rio de
Janeiro: LTC, 2013. p. 338.
A partir da leitura do texto e do tema tratado na unidade, assinale a opção que
indica corretamente o que representa o termo “pitoresco”.
a) Pitoresco é uma técnica de pintura que usa a água como solvente.
b) Pitoresco é uma forma de representação exagerada nas cores.
c) Pitoresco se refere a toda pintura que representa a paisagem brasileira.
d) O pitoresco se refere ao momento em que os artistas passaram a sair dos
ateliers.
e) O pitoresco é um conceito estético de uma sensação agradável na pintura.
Pintura em camadas é uma técnica que pode ser aplicada com a maior parte
das mídias; e ela consiste em criar gradações cromáticas, construindo
camadas que podem ser mais ou menos transparentes, dependendo da
intenção do artista.
A técnica mais popular e antiga para emprego de camadas é a velatura, usada
desde a Idade Média em pinturas de afrescos, ícones e iluminuras. Consiste
em uma �níssima camada de tinta que age como uma camada transparente e
levemente colorida, que passou a ser usada também nas pinturas a óleo.
É na pintura a óleo que a velatura tem melhor aplicabilidade, uma vez que a
própria pintura a óleo facilita a sua aplicação. A velatura pode ser colorida e,
ao ser aplicada em �na camada sobre outra cor, auxilia na criação de efeitos
cromáticos e ópticos pela mesclagem das cores.
Transparência - ATransparência - A
Pintura Através dePintura Através de
CamadasCamadas
Neste trabalho, Ingres usou das camadas para transmitir os efeitos de
transparência nas diferentes texturas desde os panejamentos ao tom da pele.
A transparência é um efeito empregado nas pinturas em camadas e ela é
ainda mais evidente nas pinturas em aquarela, sendo considerado o efeito
mais bonito que uma pintura nesse meio permite.
Por ser uma tinta diluída em água, os efeitos do pigmento se tornam
evidentes quando da evaporação da água. O papel branco ou amarelado,
mais usado para a aquarela, adquire luminosidade quando a luz se re�ete por
meio da transparência da tinta.
É importante, no entanto, saber dosar as camadas, pois a sobreposição de
muitas camadas tornará a cor mais intensa, fazendo com que o belo efeito da
transparência se perca. Como a água evapora muito rapidamente, é
importante que se tenha perfeita noção do que se pretende fazer; os
retoques são impossíveis de realizar e, se for necessário realmente aplicar
outra camada, deve-se admitir uma nova proposta pictórica.
Figura 3.11 - Jean Auguste Dominique Ingres, Retrato de Pauline de Galard,
1851-53, óleo sobre tela, 121 x 90 cm, The Metropolitan Museum of Art, Nova
York, EUA
Fonte: Pharos /  Wikimedia Commons.
Por ser um tipo de pintura que se constrói por massas de manchas coloridas
formando os corpos, ou melhor, os volumes das coisas representadas, sem
um corpo físico, esta técnica se ajusta perfeitamente para representar a
natureza, paisagens e seus efeitos atmosféricos.
praticarVamos Praticar
A pintura em camadas é um recurso usado desde os tempos mais antigos da nossa
cultura ocidental. Os primeiros registros remontam ao Egito antigo. Porém, não
existia na época um material, uma técnica que permitisse os efeitos mais
encantadores que a pintura em camadas pode oferecer.  Foi justamente a evolução
Figura 3.12 - Albrecht Altdorfer, Paisagem com igreja, 1522, 20 x 13 cm,
Museum Boijmans Van Beuningen, Roterdã, Holanda
Fonte: Primaler / Wikimedia Commons.
dos materiais e técnicas  que permitiu aos artistas trabalharem com as camadas,
tirando proveito de uma das suas principais características.
Assinale a opção que apresenta corretamente qual a principal característica da
pintura em camadas tratada nesta unidade.
a) A cor.
b) A linha.
c) A transparência.
d) A forma.
e) A mancha.
indicações
Material
Complementar
FILME
Margaret Mee e a Flor da lua
Ano: 2013
Comentário: O �lme Margaret Mee e a �or da lua é um
documentário da cineasta Malu de Martino, que conta o
trabalho e a história de vida da desenhista botânica
Margaret Mee e o seu fascínio pela �ora nacional,
especialmente a da �oresta amazônica. Seus desenhos
são extremamente expressivos e representam a �ora
nacional de maneira inconfundível, utilizando a técnica
da aquarela, meio que os artistas botânicos usavam
para representar em tempo real a �ora, como vimos
nesta unidade.
Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer no
link a seguir.
TRA ILER
LIVRO
Manual Prático do Artista
Editora: DK Editora
Ray Smith
ISBN: 978-85-61749-20-0
Comentário: Livro bastante completo, que apresenta,
de maneira bem didática e com boas imagens, as
diferentes mídias usadas para produzir uma obra de
arte desde o desenho até a pintura a óleo.
conclusão
Conclusão
Entender as diferentes formas de representação, como os materiais e as
técnicas são importantes na construção de obra arte é fundamental no
processo criativo.
Com certeza, cada artista vai criar seus próprios caminhos e processos, mas o
conhecimento dos materiais vai fazer com que novos procedimentos sejam
desenvolvidos. Achar sua própria linguagem requer este estudo de cada
artista para além das suas inclinações e decisões estéticas.
Dessa forma, saber trabalhar com têmperas à base de água é uma das
ferramentas mais usadas pelos artistas, especialmente para aqueles que
desejam trabalhar a subjetividade das suas temáticas e, neste sentido, as
pinturas em camadas e as transparências que o guache e a aquarela
proporcionam são fundamentais.
referências
Referências
Bibliográ�cas

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