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UNIFIP - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS BACHARELADO EM ENFERMAGEM INDICADORES DE SAÚDE: COVID-19 EDNA SOUZA DE AMORIM MARIA FERNANDA GOMES DOS SANTOS PATOS – PB OUTUBRO/2021 EDNA SOUZA DE AMORIM MARIA FERNANDA GOMES DOS SANTOS INDICADORES DE SAÚDE: COVID-19 RESUMO APRESENTADO COMO REQUISITO DA 2° AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE EPIDEMIOLOGIA, DO CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM, SOB ORIENTAÇÃO DA PROFESSORA AUCÉLIA CRISTINA. PATOS – PB OUTUBRO/2021 INDICADORES DE SAÚDE: COVID-19 1. INTRODUÇÃO No campo da Saúde Pública, particularmente na epidemiologia, a procura por medidas objetivas do estado de saúde de uma população é uma tradição antiga. Os primeiros trabalhos encontrados nesta área são de William Farr no século IX e por muito tempo as descrições de saúde e análises eram baseadas em medidas de mortalidade e sobrevivência. Mais recentemente, na década de 50, a OMS dividiu os indicadores de saúde em três grupos: 1. Os que traduzem diretamente a saúde (ou a sua ausência) em um grupo populacional. Exemplos destes são o coeficiente geral de mortalidade, a esperança de vida a nascer e o coeficiente de mortalidade infantil. 2. Os que se referem às condições ambientais que têm influência direta sobre a saúde: abastecimento de água, rede de esgotos, poluição ambiental. 3. Os que medem os recursos materiais e humanos relacionados às atividades de saúde. Como, por exemplo, número de leitos hospitalares em relação ao número de habitantes, número de profissionais de saúde em relação ao número de habitantes. Entende-se a necessidade de construir e utilizar indicadores de monitoramento e avaliação, com o desafio de realizar ações de saúde mais efetivas para atender aos usuários. Para que os gestores possam cumprir com sua responsabilidade de planejamento na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), faz-se mister a permanente disponibilidade de informações que os auxiliem na concepção e operacionalização das atividades de planejamento, no subsídio à tomada de decisões e na busca de soluções para as questões levantadas pela sociedade. Os indicadores de saúde, quando gerados de forma regular em um sistema dinâmico, podem ser instrumentos valiosos para a gestão e avaliação da situação da saúde e das ações em todos os níveis da Saúde Pública. Desde dezembro de 2019 as autoridades em saúde pública de todo o Mundo estão em alerta devido às notificações de casos de pneumonia de etiologia desconhecida ocorridas na China. A partir de janeiro de 2020 foi descoberto que se tratava do coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARSCoV-2), e a doença causada por esse novo agente zoonótico foi denominada de Coronavirus Disease –2019 (COVID-2019). Os casos de COVID-19 foram crescendo rapidamente em todo o mundo e em 11 de março a OMS decretou situação de pandemia, momento em que se registrava mais de 118 mil casos da doença em 113 países com mais de 4 mil óbitos. Os indicadores de saúde, portanto, possuem uma importância fundamental para a saúde pública e o surgimento de novos problemas em saúde, como é o caso da COVID-19, só reforça tal fato. A disponibilidade de indicadores de saúde de boa qualidade é essencial para se conhecer essa nova doença, sua dinâmica de transmissão e seus impactos na saúde e na vida das populações. A partir deles, é possível traçar um plano de ação em saúde e adotar estratégias com vistas a controlar o avanço da epidemia de forma eficaz. 2. RESULTADOS Alguns dos principais indicadores utilizados no monitoramento da pandemia da COVID-19 no estado da Paraíba serão descritos a seguir. • MORTALIDADE As medidas de mortalidade são consideradas indicadores das condições de saúde de uma população, já que são úteis para avaliar o nível de saúde e, consequentemente, indicar medidas preventivas e de controle abrangentes que tenham como objetivo melhorar o estado de saúde dos indivíduos e populações. Conhecer a mortalidade de uma população pode ainda apontar com precisão diferenças no risco de morte por doenças entre pessoas em diferentes áreas geográficas e subgrupos da população. De acordo com o IBGE, o estado da Paraíba possui uma população estimada em 4.018.127 habitantes. Entre março de 2020 e outubro de 2021 foi registrado um total de 9.380 óbitos por COVID-19 no estado. Após calcular esses dados, conclui-se que durante esse período o coeficiente de mortalidade geral é de aproximadamente 2,33 (por 100.000 habitantes). COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL= N de óbitos em dado local e período x 1000 População do mesmo local e período COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL= 9.380 x 1000 = 00233442 x 1000 = 2,33442099. 4.018.127 • PREVALÊNCIA A prevalência refere-se ao número de casos de uma doença em uma população, durante um período específico de tempo. Deste modo, ela determina o número total de casos de uma doença em uma dada população e o impacto que isso tem na sociedade, levando em consideração casos antigos e novos. O cálculo da prevalência pode ser feito de dois modos. A prevalência de período é aquela calculada com base em um período de tempo, já a prevalência pontual é calculada em cima de um ponto específico no tempo. Durante o período que corresponde ao dia 27/03/2020 até 20/10/21 foram registrados 444.184 casos (novos + antigos) de COVID-19 no estado da Paraíba. Segundo o IBGE à população do estado para esse ano foi de 4.018.127 habitantes. Logo, o coeficiente de prevalência da Paraíba é de 11.054,1 (por 100.000 habitantes). COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA = Casos PRESENTES da doença em determinada comunidade e tempo População da área no mesmo tempo COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA = 444.184 x 10 5 = 0,11054504 x 105 = 11.054,5038. 4.018.127 • INCIDÊNCIA Incidência refere-se à taxa de manifestação de uma determinada doença. É usado para medir a taxa de ocorrência de uma doença em um determinado período, lidando com o número de novos casos diagnosticados em uma população, durante um período específico. Ele fornece informações sobre o risco das pessoas serem acometidas pela doença e é muito importante no estudo de suas causas. Durante o período que corresponde ao dia 19/10/21 até 20/10/21 foram identificados 212 novos casos de COVID-19 no estado da Paraíba. Segundo o IBGE à população do estado para esse ano foi de 4.018.127 habitantes. Logo, o coeficiente de incidência da Paraíba é de 5,27 (por 100.000 habitantes). COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA = Casos NOVOS da doença em determinada comunidade e tempo População da área no mesmo tempo COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA = 212 x 105 = 0,00005276 x 105 = 5,27609008. 4.018.127 • LETALIDADE A letalidade expressa à gravidade de uma doença ou agravo, indicando “o maior ou menor poder que uma doença ou agravo tem de provocar a morte das pessoas acometidas pela doença ou que sofreram agravos à saúde”. Assim, a taxa de letalidade é a proporção entre a frequência absoluta de óbitos por determinada doença ou agravo e o número de indivíduos com a determinada doença ou agravo. No estado da Paraíba, durante o período que se estende de março de 2020 até outubro de 2021 foram registrados um total de 444.184 casos de COVID-19, dos quais 9.380 foram a óbito. Ao dividir o número de óbitos por determinada doença pelo o número de casos da mesma doença, podemos concluir que o coeficientede letalidade é de 2,1%. COEFICIENTE DE LETALIDADE= N de óbitos de uma doença na mesma área e tempo x 100 Casos de uma doença na mesma área e tempo COEFICIENTE DE LETALIDADE = 9.380 x 100 = 0,02111737 x 100= 2,1113748. 444.184 3. CONCLUSÃO O uso de indicadores em saúde é de suma importância para monitorar o avanço da pandemia da COVID-19, e assim tomar as medidas e decisões necessárias para o controle da doença. Assim, é fundamental aprimorar o monitoramento de cada indicador, com vistas a identificar precocemente e limitar a ocorrência de novas ondas da doença. Com isso, o objetivo final dos indicadores de saúde é contribuir para a melhoria da qualidade da saúde da população, subsidiando os profissionais da área com as informações necessárias para desempenharem suas atividades com eficiência e eficácia. 4. REFERÊNCIAS 1. Barbosa IR, Galvão MHR, Souza TA, Gomes SM, Medeiros AA, Lima KC. Incidência e mortalidade por COVID-19 na população idosa brasileira e sua relação com indicadores contextuais: um estudo ecológico. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. 2020; 23(1): e200171. 2. Berreta IQ, Lacerda JT, Calvo MCM. Modelo de avaliação da gestão municipal para o planejamento em saúde. Cad Saude Publica. 2011 nov; 27(11): 2143-54. 3. Brasil. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação Interfederativa, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF), 2011 jun. 29; Seção 1:1. 4. Laurenti R. et al. Estatísticas de Saúde. 2a edição. São Paulo: EPU; 1987. 5. Ministério da saúde, painel covid-19, 2021. Disponível em: https://covid.saude.gov.br/. 6. Rede Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações. 2 ed. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2008. 7. Soarez PC, Padovan JL, Ciconelli RM. Indicadores de saúde no Brasil: um processo em construção, 2005. Disponível em: https://www.ufjf.br/oliveira_junior/files/2011/08/SO%C3%81REZ-P.-C.-PADOVAN-J.-L.-CICONELLI. 2
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