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Tutoria 2 - Abrangência das Ações em Saúde

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Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
UCIV – Abrangência das ações de saúde 
1 
 
 
TUTORIA 1 – MÓDULO 4 – 10/08/2020 
SP2 – “Super Liga” 
 IDENTIFICAR AS DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA NO ÂMBITO 
NACIONAL E ESTADUAL. 
PORTARIA NO - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 
Define a Lista Nacional de 
Notificação Compulsória de 
doenças, agravos e eventos de 
saúde pública nos serviços de 
saúde públicos e privados em 
todo o território nacional, nos 
termos do anexo, e dá outras 
providências. 
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no uso das atribuições que lhe 
conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e 
Considerando a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização 
das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece 
normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providências; 
Considerando o art. 10, incisos VI a IX, da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, que 
configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras 
providências; Considerando a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto 
da Criança e do Adolescente; 
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições 
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências; 
Considerando a Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do 
Idoso, alterada pela Lei nº 12.461, de 26 de julho de 2011, que determina a notificação 
compulsória dos atos de violência praticados contra o idoso atendido em estabelecimentos de 
saúde públicos ou privados; 
Considerando a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, que estabelece a notificação 
compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a mulher que for atendida em 
serviços de saúde, públicos ou privados; 
Considerando a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso às 
informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 
216 da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
UCIV – Abrangência das ações de saúde 
2 
 
11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras 
providências; 
Considerando o Decreto Legislativo nº 395, publicado no Diário do Senado Federal em 13 
de março de 2009, que aprova o texto revisado do Regulamento Sanitário Internacional, acordado 
na 58ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde, em 23 de maio de 2005; 
Considerando o Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre a 
declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) e institui a Força 
Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS); e 
Considerando a necessidade de padronizar os procedimentos normativos relacionados à 
notificação compulsória no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), resolve: 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS 
Art. 1º Esta Portaria define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, 
agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território 
nacional, nos termos do anexo. 
Art. 2º Para fins de notificação compulsória de importância nacional, serão considerados 
os seguintes conceitos: 
I - agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por 
circunstâncias nocivas, tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de 
drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão 
autoprovocada; 
II - autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, 
Distrito Federal e Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do 
Sistema Único de Saúde (SUS); 
III - doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que 
represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos; 
IV - epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar 
riscos à saúde pública; 
V - evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde 
pública, como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, 
alteração no padrão clínicoepidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de 
disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem 
como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes; 
VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada 
pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
UCIV – Abrangência das ações de saúde 
3 
 
ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde 
pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal; 
VII - notificação compulsória imediata (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 
(vinte e quatro) horas, a partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de 
saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível; 
VIII - notificação compulsória semanal (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 
(sete) dias, a partir do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo; 
IX - notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável 
pelo estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica 
não foi identificado nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de 
Notificação Compulsória; e 
X - vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde 
estratégico para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para 
a saúde pública, com participação facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela 
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). 
CAPÍTULO II 
DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de 
saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao 
paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. 
§ 1º A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença 
ou agravo, de acordo com o estabelecido no anexo, observando-se, também, as normas técnicas 
estabelecidas pela SVS/MS. 
§ 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação 
compulsória à autoridade de saúde competente também será realizada pelos responsáveis por 
estabelecimentos pú- blicos ou privados educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de 
hemoterapia, unidades laboratoriais e instituições de pesquisa. 
§ 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação 
compulsória pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha 
conhecimento. 
Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde 
ou responsável pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 
24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível. 
Parágrafo único. A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata 
deverá informa-la, em até 24 (vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais esferas de gestão 
do SUS, o conhecimento de qualquer uma das doenças ou agravos constantes no anexo. 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
UCIV – Abrangência das ações de saúde4 
 
Art. 5º A notificação compulsória semanal será feita à Secretaria de Saúde do Município 
do local de atendimento do paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de 
notificação compulsória. 
Parágrafo único. No Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúde do 
Distrito Federal. 
Art. 6º A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será 
registrada em sistema de informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as 
esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS. 
CAPÍTULO III 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 
Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da 
notificação compulsória que estejam sob sua responsabilidade 
Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da 
notificação compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em 
geral. 
Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios divulgarão, em endereço eletrônico oficial, o número de telefone, fax, endereço de e-
mail institucional ou formulário para notificação compulsória. 
Art. 10. A SVS/MS publicará normas técnicas complementares relativas aos fluxos, prazos, 
instrumentos, definições de casos suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas de 
informação em saúde e demais diretrizes técnicas para o cumprimento e operacionalização desta 
Portaria, no prazo de até 90 (noventa) dias, contados a partir da sua publicação. 
Art. 11. A relação das doenças e agravos monitorados por meio da estratégia de vigilância 
em unidades sentinelas e suas diretrizes constarão em ato específico do Ministro de Estado da 
Saú- de. 
Art. 12. A relação das epizootias e suas diretrizes de notificação constarão em ato específico 
do Ministro de Estado da Saúde. 
Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu- blicação. Art. 14. 
Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário 
Oficial da União, nº 108, Seção 1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37. 
Art. 14. Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no 
Diário Oficial da União, nº 108, Seção 1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37. 
JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
UCIV – Abrangência das ações de saúde 
5 
 
 
Lista Nacional de Notificação Compulsória 
 
Nº DOENÇA OU AGRAVO (Ordem 
alfabética) 
Periodicidade de 
notificação 
 Imediata (até 24 
horas) para* 
Semanal* 
 MS SES SMS 
1 
a. Acidente de trabalho com exposição a 
material biológico 
 
X 
 b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em 
crianças e adolescentes 
 
X 
 
2 Acidente por animal peçonhento X 
3 
Acidente por animal potencialmente 
transmissor da raiva 
 
X 
 
4 Botulismo X X X 
5 Cólera X X X 
6 Coqueluche X X 
7 a. Dengue - Casos X 
 b. Dengue - Óbitos X X X 
8 Difteria X X 
9 Doença de Chagas Aguda X X 
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X 
11 
a. Doença Invasiva por "Haemophilus 
Influenza" 
 
X X 
 
 b. Doença Meningocócica e outras 
meningites 
 
X X 
 
12 Doenças com suspeita de disseminação 
intencional: a. Antraz pneumônico b. 
Tularemia c. Varíola 
X X X 
13 Doenças febris hemorrágicas 
emergentes/reemergentes: a. Arenavírus b. 
Ebola c. Marburg d. Lassa e. Febre purpúrica 
brasileira 
X X X 
14 a. Doença aguda pelo vírus Zika X 
 b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X 
 c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus 
Zika 
X X X 
 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
UCIV – Abrangência das ações de saúde 
6 
 
15 Esquistossomose X 
16 Evento de Saúde Pública (ESP) que se 
constitua ameaça à saúde pública (ver 
definição no Art. 2º desta portaria) 
X X X 
17 
Eventos adversos graves ou óbitos pós-
vacinação X X X 
 
18 Febre Amarela X X X 
19 a. Febre de Chikungunya X 
 b. Febre de Chikungunya em áreas sem 
transmissão X X X 
 
 c. Óbito com suspeita de Febre de 
Chikungunya 
X X X 
 
20 
Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses 
de importância em saúde pública X X X 
 
21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X 
22 Febre Tifoide X X 
23 Hanseníase X 
24 Hantavirose X X X 
 
25 Hepatites virais X 
26 HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da 
Imunodeficiência Humana ou Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida 
 X 
27 Infecção pelo HIV em gestante, parturiente 
ou puérpera e Criança exposta ao risco de 
transmissão vertical do HIV 
 X 
28 
Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência 
Humana (HIV) 
 
X 
29 
Influenza humana produzida por novo 
subtipo viral X X X 
 
30 Intoxicação Exógena (por substâncias 
químicas, incluindo agrotóxicos, gases 
tóxicos e metais pesados) 
 X 
31 Leishmaniose Tegumentar Americana X 
32 Leishmaniose Visceral X 
33 Leptospirose X 
34 a. Malária na região amazônica X 
 b. Malária na região extra Amazônica X X X 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
UCIV – Abrangência das ações de saúde 
7 
 
35 
Óbito: a. Infantil b. Materno 
 X 
36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X 
37 Peste X X X 
38 Raiva humana X X X 
39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X 
40 Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b. 
Rubéola 
X X X 
41 Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c. Em 
gestante 
 X 
42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X 
43 Síndrome Respiratória Aguda Grave 
associada a Coronavírus a. SARS-CoV b. 
MERS- CoV 
X X X 
44 
Tétano: a. Acidental b. Neonatal 
 X 
45 Toxoplasmose gestacional e congênita X 
46 Tu b e r c u l o s e X 
47 Varicela - caso grave internado ou óbito X X 
48 a. Violência doméstica e/ou outras 
violências 
 
X 
b. Violência sexual e tentativa de suicídio X 
* Informação adicional: Notificação imediata ou semanal seguirá o fluxo de 
compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS; Legenda: MS 
(Ministério da Saúde), SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria Municipal de 
Saúde) A notificação imediata no Distrito Federal é equivalente à SMS. 
 DIFERENCIAR INCIDÊNCIA DE PREVALÊNCIA E COMPREENDER A 
IMPORTÂNCIA DA INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA COMO INDICADORES DE 
MORTALIDADE (CURVA DE NELSON DE MORAES & UEMEURA); 
 
Indicadores de saúde 
A disponibilidade de informação apoiada em dados válidos e confiáveis é condição 
essencial para a análise objetiva da situação sanitária, assim como para a tomada de decisões 
baseadas em evidências e para a programação de ações de saúde. A busca de medidas do estado 
de saúde da população é uma atividade central em saúde pública, iniciada com o registro 
sistemático de dados de mortalidade e de sobrevivência. Com os avanços no controle das doenças 
infecciosas e a melhor compreensão do conceito de saúde e de seus determinantes sociais, passou-
se a analisar outras dimensões do estado de saúde, medidas por dados de morbidade, incapacidade, 
acesso a serviços, qualidade da atenção, condições de vida e fatores ambientais, entre outros. Os 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
UCIV – Abrangência das ações de saúde 
8 
 
indicadores de saúde foram desenvolvidos para facilitar a quantificação e a avaliação das 
informações produzidas com tal finalidade. 
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (2002), “em termos gerais, os 
indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos 
e dimensões de estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Vistos em 
conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das 
condições de saúde”. 
A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a 
simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões,taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer. 
A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados em 
sua formulação (frequência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos sistemas 
de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados). O grau de excelência de um 
indicador deve ser definido por sua: 
 Validade (capacidade de medir o que se pretende); e 
 confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares). 
Em geral, a validade de um indicador é determinada por sua sensibilidade (capacidade de 
detectar o fenômeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar somente o fenômeno 
analisado). Outros atributos de um indicador são: mensurabilidade (basear-se em dados 
disponíveis ou fáceis de conseguir), relevância (responder a prioridades de saúde) e custo-
efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos). Espera-se que os 
indicadores possam ser analisados e interpretados com facilidade, e que sejam compreensíveis 
pelos usuários da informação, especialmente gerentes, gestores e os que atuam no controle social 
do sistema de saúde. 
Para um conjunto de indicadores, são atributos de qualidade importantes a integridade ou 
completude (dados completos) e a consistência interna (valores coerentes e não contraditórios). 
A qualidade e a comparabilidade dos indicadores de saúde dependem da aplicação sistemática de 
definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do 
conjunto básico de indicadores – e de seus níveis de desagregação – deve ajustar-se à 
disponibilidade de sistemas de informação, fontes de dados, recursos, prioridades e necessidades 
específicas em cada região. A manutenção deste conjunto de indicadores deve depender de 
instrumentos e métodos simples, para facilitar a sua extração regular dos sistemas de informação. 
Para assegurar a confiança dos usuários na informação produzida, é preciso monitorar a qualidade 
dos indicadores, revisar periodicamente a consistência da série histórica de dados, e disseminar a 
informação com oportunidade e regularidade. 
 
Indicadores de morbidade 
Os indicadores de morbidade são utilizadas, preferencialmente, para avaliação do nível 
de saúde e da necessidade de adoção de medidas de caráter abrangente (água no domicílio, esgotos 
e medidas gerais de saneamento básico) que visem melhorar a qualidade de vida da população, 
ou medidas específicas para garantir a correção das decisões (eficácia de vacinas) ou apoiar ações 
específicas necessárias ao controle de determinada doença (tratamento de tuberculose). 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
UCIV – Abrangência das ações de saúde 
9 
 
Os indicadores de morbidade mais utilizados no planejamento e na avaliação das medidas 
de prevenção e controle de doenças e agravos são as taxas de prevalência e de incidência. 
 
 Prevalência 
 
I. O conceito de prevalência implica a magnitude com que as doenças subsistem na 
população. A taxa de prevalência possibilita realizar comparações e análises do quadro 
sanitário de diferentes populações. 
II. A medidas mais simples para a prevalência é a frequência absoluta dos casos de doenças. 
Superior a esta, por seu valor descritivo, a frequência relativa é o indicador que permite 
estimar e comparar, no tempo e no espaço, a prevalência de uma dada doença, segundo 
algumas variáveis de idade, sexo, ocupação, escolaridade, renda, entre outras; 
III. Operacionalmente, a taxa de prevalência pode ser definida como a relação entre o número 
de casos conhecidos 1 de uma dada doença e a população exposta, multiplicando o 
resultado pela base referencial que em geral é uma potência de 10; 
IV. Prevalência pontual ou instantânea: é medida pela frequência da doença ou por sua taxa 
em um ponto definido no tempo, seja a semana, o mês ou o ano; 
V. Prevalência lápsica ou por período: prevalência que abrange um lapso de tempo mais ou 
menos longo e que não concentra a informação em um dado ponto desse intervalo. Esta 
é uma medida que expressa o número total de casos de uma doença por unidade de tempo, 
sem levar em conta as defecções; 
VI. A prevalência é proporcional ao tempo de duração da doença. Em uma situação hipotética 
em que o surgimento de casos novos ocorra em um ritmo constante e igual para doenças 
agudas e crônicas, para essas últimas o acúmu- lo de casos aumentará a sua prevalência 
e para doenças de curta duração a tendência será de a prevalência permanecer constante; 
 
 Incidência 
 
I. Traduz a ideia de intensidade com que acontece a morbidade em uma população; 
II. Operacionalmente, a taxa de incidência é definida como a razão entre o número de casos 
novos de uma doença que ocorre em uma coletividade, em um intervalo de tempo 
determinado, e a população exposta ao risco adquirir a referida doença no mesmo período, 
multiplicado o resultado por potência de 10, que é a base referencial da população; 
III. A taxa de incidência mediria a “velocidade” com que casos novos da doença não 
agregados ao contingente dos que no passado adquiriram a doença e que à data do cálculo 
da referida taxa de incidência permanecem doentes; 
IV. A taxa de incidência pode ser calculada de duas maneiras, tomando como referência a 
especificação do numerador: 
a) Como número de pessoas doentes; 
b) Como frequência de eventos relacionados com a doença; 
V. A taxa de incidência é, por definição, uma medida típica do risco de adoecer ou de sofrer 
agravo. Constitui peça fundamental nos estudos dos fatores de risco de doenças, 
considerando-se que alta incidência significa alto risco pessoal ou comunitário; 
 
1 O “número de casos conhecidos de uma dada doença” mede os casos que subsistem, isto é, mede a soma 
dos “casos anteriormente conhecidos e que ainda existem” com os “casos novos” que foram diagnosticados 
desde a data da computação anterior, ao que denominamos de prevalência pontual 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
UCIV – Abrangência das ações de saúde 
10 
 
VI. Quando calculada com o número de pessoas expostas no período de tempo considerado 
no denominador a taxa de incidência é conhecida como incidência cumulativa ou 
incidência acumulada, ou ainda como proporção de incidência; 
a) Calculando-se como o quociente entre o número de casos novos e o tamanho da 
população em risco em um período de tempo, a incidência acumulada assume 
que todos os indivíduos da população em risco estiveram efetivamente em risco 
de apresentar a doença durante todo o período de tempo observado. 
VII. A incidência pode ser estimada ainda como uma taxa média de ocorrência de uma doença 
na população exposta em um período de tempo. A isso se denomina densidade de 
incidência e se calcula com o número de casos novos que ocorreram em um período 
dividido pelo número de pessoas-tempo2 de exposição; 
VIII. Em termos práticos, quando calculamos a incidência de uma doença na população, 
frequentemente, empregamos a incidência acumulada, pois o cálculo da taxa de 
incidência propriamente dita costuma estar restrito ao contexto de uma pesquisa 
epidemiológica. 
IX. Indica com mais precisão os fatores causadores de doenças; 
X. Na investigação de surtos e epidemias, logo no momento da eclosão e durante a sua 
evolução, o coeficiente de incidência recebe a denominação de coeficiente de ataque3. 
Este deve ser entendido como uma taxa de incidência referida a uma população específica 
ou a um grupo bem definido de pessoas, limitado a um período de tempo de dias ou 
semanas e localizadas em uma área restrita. 
Relação entre prevalência e incidência 
O nível de prevalência em um dado momento resulta do “equilíbrio” entre a taxa de 
incidência, que força aprevalência para mais, e a “velocidade” de defecção (casos que “saem” da 
população), que o força para menos. Com isto se expõem três situações distintas: 
I. A incidência e a “velocidade” de defecção são iguais ou têm valores próximos, com 
oscilação em torno de um valor médio; neste caso o nível de prevalência permanecerá 
constante; 
II. A “velocidade” de defecção é maior do que a incidência, fazendo com que o 
coeficiente de prevalência tenda a diminuir; 
III. Incidência maior que a “velocidade” de defecção faz com que a prevalência tenda a 
valores altos; 
A “velocidade” de defecção pode ser definida como a relação do número de casos 
depurados por cura, óbito e emigração de doentes por intervalo de tempo. A variável recíproca a 
esta que seja diretamente proporcional à prevalência é a duração, que se define como: Duração 
= (intervalo médio de tempo) /(caso) 
Nos estudos de morbidade, duração de uma doença é representada pelo intervalo médio 
de tempo transcorrido desde o mo- mento do seu diagnóstico até a ocorrência de cura, óbito ou 
emigração dos indivíduos acometidos. Esta variável possibilita definir a relação entre prevalência 
 
2 Obtido pela soma dos tempos individuais de exposição (ou da duração do período observado de 
seguimento de cada indivíduo) transcorridos desde o início da exposição ou do período de observação da 
pesquisa até a ocorrência da doença ou o final do estudo (∆t). Esta medida será expressa em pessoas-ano, 
pessoas-meses ou pessoas-dias, dependendo da unidade de medida de tempo adotada no estudo. 
3 Exemplo: Um surto de gastrenterite em um grupo de indivíduos que frequentou um restaurante para uma 
comemoração poderá originar o cálculo do coeficiente de ataque como a relação entre o número de pessoas 
acometidas e o número de pessoas presentes ao evento. 
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11 
 
e incidência que se expressa como segue: a prevalência, P, varia proporcionalmente com o 
produto da incidência, I, pela duração, D, essa última medida nas mesmas unidades de tempo 
usadas para especificar a incidência. 
P ≈ I × D 
Quando a incidência e a duração permanecem constantes no tempo, a morbidade é estável 
e, neste caso, a prevalência é igual ao produto da incidência pela duração média da doença, 
situação em que conhecidos os dois valores, é possível calcular o terceiro. 
P = I ×D 
 
Indicadores de mortalidade 
Medidas de mortalidade têm como utilização preferencial avaliação do nível de saúde e 
indicação de medidas preventivas e de controle de caráter abrangente (saneamento básico, 
detecção precoce do câncer de mama, redução do tabagismo, por exemplo), que objetivem 
melhorar o estado sanitário da comu- nidade. Esta aplicação visa, por uma parte, sugerir ações 
que reduzam o risco de morrer por uma determinada causa evitável e, por outra parte, indicar a 
necessidade de ações de controle sobre fatores de risco de adoecer ou de sofrer agravos que se 
associem a alta letalidade. A avaliação da efetividade dessas ações poderá ser feita pelo 
acompanhamento da evolução das medidas de mortalidade. 
Define-se genericamente a taxa de mortalidade como a proporção entre a frequência 
absoluta de óbitos e o número de indi- víduos expostos ao risco de morrer (população exposta), 
no mesmo período de referência e no mesmo local. 
A depender de como se define a população considerada exposta ao risco de óbito em 
determinado lugar e período de tempo, pode-se calcular a taxa de mortalidade geral e os indi- 
cadores de mortalidade específicos. Esses últimos são relativos a grupos populacionais definidos 
de acordo com categorias de: sexo, idade, raça/etnicidade, causa do óbito, grupo socioeconô- mico 
ou outra característica de interesse. 
 
 Taxa de mortalidade geral 
 
I. A taxa de mortalidade geral (TMG) é calculada dividindo-se o número total de óbitos 
por todas as causas, em um determinado ano, pela população daquele ano, registrados 
em uma de- terminada área e multiplicando-se por 1.000, base referencial para a 
população exposta. É conhecido como taxa bruta de mortalidade quando seus valores 
não são padronizados; 
II. Esse indicador possibilita relacionar o nível de saúde de regiões diferentes em uma 
mesma época, ou de se empreenderem estudos comparativos, nos quais seja 
considerada a variável tempo; 
III. Os dados de óbito podem ser considerados no cálculo dos indicadores tanto pela 
residência do mesmo quanto pela ocorrência. O óbito por residência diz mais sobre 
os fatores epidemiológicos relativos ao risco de morrer dos indivíduos expostos, 
enquanto o local de ocorrência fala mais das circunstâncias da assistência médica e 
dos níveis de complexidade e organização dos serviços de saúde; 
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12 
 
IV. A comparação de valores da taxa de mortalidade geral so- mente terá validade quando 
feita entre populações que tenham estrutura etária semelhante; 
V. Ao comparar indicadores de mortalidade geral entre períodos de tempo de uma 
mesma po- pulação é necessário considerar também que a estrutura etária pode ter 
sofrido mudanças entre esses períodos. Outras carac- terísticas populacionais como a 
distribuição por sexo, raça/et- nicidade ou condições socioeconômicas poderão 
influenciar os perfis de mortalidade e assim comprometer comparações de valores 
não padronizados das medidas de mortalidade; 
 
 Taxas de mortalidade específica 
 
a) Para a taxa de mortalidade específica por causa o cálculo levará em consideração a 
frequência de óbitos por uma causa ou grupo de causas e a população exposta ao risco de 
óbito por aquela causa. Isto pode significar também que é possível calcular taxas 
específicas de mortalidade combinando-se características da população exposta; 
b) Taxa de mortalidade infantil (A taxa de mortalidade infantil [TMI] é calculada dividindo-
se o número de óbitos de crianças menores de 1 ano [um ano in- completo de vida] 
registrados em um dado período [ano] pelo número de nascidos vivos naquele ano, em 
uma determinada área, e multiplicando-se o valor encontrado por 1.000, método este 
conhecido como direto); 
a) A TMI é considerada um bom indicador para descrever e analisar as condições de 
vida e saúde de uma população, porque a criança pequena é mais sensível às 
condições socioeconômi- cas que repercutem no meio ambiente onde vive. 
c) As taxas específicas de mortalidade por causa são calculadas pela divisão do número de 
óbitos ocorridos por determinada causa e a população exposta, multiplicando-se o 
resultado por 100.000. Assim como as medidas de mortalidade geral e mortalidade 
infantil, as várias taxas de mortalidade por causas podem ser reveladores das condições 
gerais de saúde da população; 
d) A razão de mortalidade materna (RMM) é uma medida de risco de óbito da mulher, no 
período transcorrido desde que a mesma se torna grávida até 42 dias após o término da 
gravidez. É obtido dividindo-se o número de óbitos por causas ligadas à gestação, parto 
e puerpério em uma certa área e período pelo número de nascidos vivos no mesmo local 
e período, multiplicado por 100.000; 
e) Letalidade expressa o maior ou menor poder que tem uma doença ou agravo de provocar 
a morte das pessoas acometidas pela doença ou que sofreram agravos à saúde. Para 
estimar a medida dessa propriedade da morbidade, calcula-se o coeficiente de letalidade, 
dividindo-se o número de óbitos devidos a determinada causa pelo número de pessoas 
que foram realmente afetadas pela doença, multiplicando-se o resultado por 100; 
f) Diferentemente das taxasde mortalidade que são referidas à população exposta ao risco 
de morrer, os indicadores de mortalidade proporcional são obtidos pela proporção de 
óbitos por uma característica, como faixa etária, sexo ou causa calculada do total de 
óbitos, observando-se a pertinência das frequências de óbitos que se deseja expressar 
proporcionalmente em relação ao total (mede a importância relativa de uma causa ou de 
uma característica dos indivíduos no conjunto dos óbitos, sendo por isto influenciada pela 
variação percentual das demais causas ou características); 
g) Entre os indicadores de mortalidade proporcional destaca- se a mortalidade infantil 
proporcional (MIP), calculada dividin- do-se o número de óbitos de crianças até 1 ano de 
idade pelo total de óbitos e multiplicando-se por 100; 
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13 
 
h) O índice de Swaroop & Uemura, conhecido como razão de mortalidade proporcional, é 
considerado um dos indicadores do nível de vida e de saúde. É obtido do cálculo da 
mortalidade proporcional para a faixa etária de 50 e mais anos de idade e expressa o 
percentual de pessoas que morreram nessa faixa de idade em uma determinada população 
e período; 
a) Como este índice não é afetado por diferenças na estrutura populacional por idade, é 
utilizado para fazer comparações entre áreas ou períodos de tempo, tendo a vantagem 
da simplicidade de cálculo e poder discriminante; 
b) Quanto mais elevado o seu valor, tanto melhores serão as condições de saúde e outras 
condições sociais e econômicas da população; 
c) Os autores Swaroop & Uemura, aplicando-o a 55 países, conseguiram classificá-los 
em quatro grupos assim discriminados: 
1º grupo: índice igual ou superior a 75% – nesta categoria encontra-se a maioria 
dos países considerados desenvolvidos; 
2º grupo: variando de 50 a 74%; 
3º grupo: variando de 25 a 49% – neste grupo encontram-se alguns países em 
desenvolvimento; 
4º grupo: com valores inferiores a 25% – conjunto de países com alto grau de 
subdesenvolvimento em que uma elevada proporção de pessoas morre muito jovem; 
d) Tal como a maioria dos indicadores em saúde, o índice de Swaroop & Uemura 
considera a população de referência no espaço geográfico definido como homogênea 
em relação aos valores calculados, como se todos os óbitos ocorridos se distribu- 
íssem igualmente por todos os indivíduos; 
i) O estudo da mortalidade proporcional por idade deu origem às curvas de mortalidade 
proporcional, propostas por Moraes (Moraes, 1959), utilizando faixas etárias 
predefinidas. Estas in- cluem o grupo infantil (< 1 ano); as crianças em idade pré-escolar 
(1 a 4), as demais crianças e os adolescentes (5 a 19), os adultos jovens (20 a 49) e as 
pessoas de meia-idade e idosas (50 e +). A representação gráfica dos valores da 
mortalidade proporcional assim obtidos possibilita visualizar o padrão de mortalidade e 
o seu significado epidemiológico, constituindo essas curvas os índices de Moraes. 
a) Isto se aplica na comparação de níveis de saúde de países ou regiões ou para 
acompanhar a evolução da mortalidade proporcional em vista das mudanças no perfil 
epidemiológico dos riscos, doenças e agravos à saúde e de como afetam os diversos 
grupos de idade. 
b) Os tipos de curvas que se obtêm foram classificados de acordo com sua forma geral: 
em Jota normal – J –, em U, em Jota invertido etc. 
c) Regiões subdesenvolvidas têm curvas do tipo I, onde ocorrem níveis baixos de saúde 
e predomínio de óbitos de adultos jovens. Essas são típicas de locais onde doenças 
infecciosas endêmicas pro-vocam mortes precoces, embora o sub-registro de óbitos 
nessas áreas contribua também para o formato característico desta curva. 
d) Nas curvas do tipo II, o nível de saúde também é baixo, mas há predomínio de óbitos 
de crianças, gerando curvas em Jota invertido. As doenças infecciosas e a desnutrição 
que respondem por elevada mortalidade infantil proporcional confor-mam esse tipo. 
e) Nas do tipo III, com formato em U, revela-se nível de saúde regular ou em transição, 
com menor proporção de óbitos infantis que no tipo anterior, e com nítido aumento 
da participação relativa de óbitos de pessoas com 50 anos e mais, mostrando 
tendência à melhoria no nível de saúde. 
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14 
 
f) As curvas em forma de Jota, do tipo IV, indicam alto nível de saúde, com baixa 
proporção de óbitos de crianças e jovens e elevada parti- cipação percentual dos 
óbitos de pessoas idosas; 
g) As curvas de Moraes para o Brasil em 1990 e em 2005 demonstram o impacto de 
mudanças socioeconômicas e das ações e serviços de saúde nestes anos, com redução 
da mortalidade infantil e incremento da longevidade; 
 
 COMPREENDER A HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA - FEBRE AMARELA + 
ARTIGO II 
História natural da doença 
Em lugar de considerar saúde e doença como componentes de um sistema binário, do tipo 
presença/ausência, pode-se mais adequadamente concebê-las como um processo no qual o ser 
humano passa por múltiplas situações, que exigem do seu meio interno um trabalho de 
compensações e adaptações sucessivas. 
As características gerais do curso de uma doença podem ser descritas, com relativa 
facilidade, de modo a que se disponha de um referencial sobre a evolução do processo, referencial 
que se convencionou denominar “história natural”. 
A história natural de uma doença costuma ser focalizada segundo duas óticas principais: 
em função de as observações referirem-se à demanda espontânea de pacientes que procuram um 
serviço ou à pesquisa da doença na comunidade. 
 
 Visão da doença a partir dos serviços 
A denominação “história natural” é muito empregada para designar “investigações 
clínicas”, geralmente longitudinais, que visam a produzir informações sobre a evolução de um 
evento. Tais pesquisas descrevem o “curso clínico” e, em termos ideais, estão centradas na 
observação de um número suficiente de pacientes, reunidos e acompanhados criteriosamente, a 
fim de produzir detalhes que permitam expressar a evolução do processo, em geral após as 
manifestações clínicas que levaram ao diagnóstico. 
 
 Visão da doença, a partir da comunidade 
Na segunda maneira de conceber a história natural da doença, os dados para descrevê-la 
provêm da busca ativa de pacientes na comunidade. Há nesta forma de descrição da doença, uma 
“base populacional”, delimitando um “território” em cujos limites está a população na qual a 
afecção é investigada. 
Descrita desta maneira permite esclarecer, além da etapa patológica propriamente dita, 
detalhes de uma fase anterior, em que a saúde ainda não foi manifestadamente afetada. O 
acompanhamento de um grupo de indivíduos desde uma fase “pré-patológica” evidencia a 
existência de diversos graus de risco e a ocorrência de uma variedade de estados – os portadores, 
os casos atípicos e os de evolução subclínica – ao lado dos casos clínicos típicos, que evoluem 
com ou sem complicações. 
Realça, assim, que a doença, quando se manifesta clinicamente, não deve ser tomada 
como um fato brusco nem isolado, como aparenta ser em numerosas oportunidades, mas como a 
exteriorização de um processo iniciado há algum tempo. 
Compreendida desta maneira, a epidemiologia passa a ser corretamente considerada 
como a disciplina que estuda a história natural da doença, ou seja, do processo saúde-doença. 
 
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15 
 
Fases da história natural da doença 
Embora visualizados conceitualmente como contínuos, cortes são feitos no processo 
saúde-doença, visando a formar categorias a seremtratadas como unidades isoladas. 
Todavia, a representação esquemática em fases é útil para a compreensão do gradiente 
que caracteriza o processo saúde-doença, para colocar os indivíduos em diferentes categorias, em 
função dos riscos e danos à saúde que apresentem, bem como para localizar ações preventivas e 
curativas, em diversos momentos; 
 
Subdivisão da história natural em quatro fases 
 Fase inicial (ou de suscetibilidade) 
 
I. Nesta fase ainda não há doença propriamente dita, no sentido clássico de fase 
patológica, mas já existem condições que favorecem o seu aparecimento. Contudo, 
as pessoas não apresentam o mesmo risco de adoecer; 
II. Muitas pessoas passam as suas vidas em condições ou possuem características, 
atributos ou hábitos que facilitam ou dificultam a ocorrência de danos à saúde: são 
os fatores de risco ou de proteção; 
III. O conhecimento dos fatores de risco ou de proteção permite a adoção de duas 
importantes estratégias, em prevenção: 
a) Eliminação do fator de risco ou alteração de sua intensidade; 
b) O uso de determinadas características que funcionam como “marcadores de 
risco”. As pessoas portadoras destas características são protegidas, através de 
medidas em função do risco ou acompanhadas, sistematicamente, visando ao 
diagnóstico precoce de intercorrências patológicas; 
 
 Fase patológica pré-clínica 
 
I. Nesta fase, a doença ainda está no estágio de ausência de sintomatologia, embora o 
organismo já apresente alterações patológicas. Esta etapa vai desde o início do 
processo patológico até o aparecimento de sintomas ou sinais da doença; 
II. O seu curso pode ser subclínico evoluir para a cura ou progredir para a fase seguinte. 
III. É possível a identificação precoce de numerosas afecções ainda em fase de atividade 
subclínica; 
IV. A identificação precoce resulta, na maioria das vezes, em maior probabilidade de 
êxito, quando adotado um tratamento adequado; 
V. Rastreamento, triagem ou “screening” é a procura por indivíduos suspeitos de 
estarem enfermos ou em risco de adoecer, no seio da população aparentemente sadia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Fase clínica 
 
I. Ao manifestar-se clinicamente, a doença já se encontra em estágio adiantado. Há 
diferentes graus de acometimento do organismo, podendo a manifestação ser apenas leve, 
de mediana intensidade ou grave, de evolução aguda ou crônica, ou, então, sob alguma 
outra forma de classificação; 
II. A percepção do limiar clínico, nível acima do qual a doença é exteriorizada, pode variar 
segundo a natureza da própria doença, as características do paciente, as condições de 
observação, a capacidade do observador, a tecnologia empregada e o esmero com que é 
utilizada; 
III. A assistência prestada, no que concerne a muitas doenças, corresponde à demanda 
espontânea por serviços de saúde; 
IV. Nesta fase, a atuação pode ser exclusivamente curativa ou preventiva de um risco em 
potencial; 
 
 Fase de incapacidade residual 
 
I. Se a doença não progrediu até a morte ou não houve cura completa, as alterações 
anatômicas e funcionais se estabilizam , sob efeito de terapêutica ou do seu próprio curso 
natural, deixando, por vezes, sequelas; 
II. As medidas de reabilitação de cunho físico, psicológico ou social visam ao 
desenvolvimento do potencial residual da pessoa afetada, ou seja, da capacidade 
funcional que lhe restou após a estabilização clínica; 
Latência e incubação 
Nas doenças transmissíveis, o período de latência é o tempo que transcorre desde a 
infecção até que a pessoa se torne infectada. O período de incubação é o tempo que transcorre 
desde a infecção até a apresentação dos sintomas. No caso das doenças não transmissíveis, a 
terminologia difere um pouco e se considera que o período de latência corresponde ao período 
que transcorre entre o desenvolvimento da doença subclínica até a apresentação de sintomas 
(Rothman, 1986). 
 
 DISCORRER SOBRE PLANEJAMENTO DE AÇÕES DE PREVENÇÃO (NÍVEIS 
DE PREVENÇÃO PRIMÁRIO, SECUNDÁRIO E TERCIÁRIO) CONSIDERANDO 
A HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA. 
Promoção da saúde e níveis de prevenção 
A promoção da saúde foi nominada, pela primeira vez, pelo sanitarista Henry Sigerist, no 
início do século XX. Ele elaborou as quatro funções da Medicina: promoção da saúde, prevenção 
das doenças, tratamentos dos doentes e reabilitação. Segundo a sua concepção, a promoção da 
saúde envolveria ações de educação em saúde e ações estruturais do Estado para melhorar as 
condições de vida da população. 
Leavell & Clark, em 1965, propuseram o modelo da história natural da doença, composto 
por três níveis de prevenção: prevenção primária, secundária e terciária. Nesse modelo, a 
promoção da saúde se limitava e compunha um nível de atenção da Medicina Preventiva 
(prevenção primária), constituindo ações destinadas ao desenvolvimento da saúde e bem-estar 
gerais no período de pré-patogênese. 
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17 
 
 
 Primária (promoção da saúde e proteção específica) 
I. A promoção da saúde aparece como prevenção primária, confundindo-se com a 
prevenção referente à proteção específica (vacinação, por exemplo). Corresponde a 
medidas gerais, educativas, que objetivam melhorar a resistência e o bem-estar geral 
dos indivíduos (comportamentos alimentares, exercício físico e repouso, contenção 
de estresse, não ingestão de drogas ou de tabaco), para que resistam às agressões dos 
agentes. Também diz respeito a ações de orientação para cuidados com o ambiente, 
para que esse não favoreça o desenvolvimento de agentes etiológicos 
(comportamentos higiênicos relacionados à habitação e aos entornos); 
 
 Secundária (diagnóstico e tratamento precoce; limitação da invalidez) 
II. Engloba estratégias populacionais para detecção precoce de doenças, como por 
exemplo, o rastreamento de câncer de colo uterino. Também contempla ações com 
indivíduos doentes ou acidentados com diagnósticos confirmados, para que se curem 
ou mantenham-se funcionalmente sadios, evitando complicações e mortes 
prematuras. Isto se dá por meio de práticas clínicas preventivas e de educação em 
saúde, objetivando a adoção/mudança de comportamentos (alimentares, atividades 
físicas etc.); 
 
 Terciária (reabilitação) 
III. Consiste no cuidado de sujeitos com sequelas de doenças ou acidentes, visando a 
recuperação ou a manutenção em equilíbrio funcional (desenvolver a capacidade 
residual do indivíduo); 
 
O movimento moderno da promoção de saúde 
Marc Lalonde, Ministro da Saúde do Canadá na década de 1970, ao investigar o impacto 
dos investimentos e gastos em saúde na melhoria dos indicadores, constatou que 80% das causas 
das doenças estavam relacionadas a estilos de vida e ambiente. Esse foi um disparador para o 
questionamento sobre a capacidade das ações sanitárias setoriais serem capazes de resolver os 
problemas de saúde. Isto levou Lalonde a atribuir ao governo a responsabilidade por outras 
medidas, como o controle de fatores que influenciam o meio ambiente (poluição do ar, eliminação 
de dejetos humanos, água de abastecimento público). 
Assim, um processo de (re)valorização e (re)conceituação da promoção da saúde 
começou a surgir, a partir da demanda pelo controle dos custos crescentes referentes à assistência 
médica – os quais não correspondiam a resultados igualmente significativos, bem como da 
necessidade de enfrentamento do quadro crescente de doenças crônico-degenerativas numa 
realidade de envelhecimento populacional. 
 Nesse contexto, um conceito mais contemporâneo de promoção da saúde surgiu em 1986, 
quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu a PrimeiraConferência Internacional 
sobre Promoção da Saúde, em Ottawa, Canadá. Esse encontro consistiu em uma resposta à 
crescente demanda por uma nova concepção de saúde pública no mundo, que pudesse responder 
à complexidade emergente dos problemas de saúde, cujo entendimento não era mais possível por 
meio do enfoque preventivo tradicional – vinculação de uma determinada doença a um 
determinado agente ou a um grupo de agentes – mas que se relacionasse a questões como as 
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condições e modos de vida. Como produto da Conferência, foi emitida a Carta de Ottawa para a 
Promoção da Saúde. 
 
Promoção da saúde vs. prevenção de doenças 
É importante salientar a diferença entre prevenção de doenças e promoção da saúde, 
lembrando que ambas são importantes para a condição de saúde. Enquanto a primeira trabalha no 
sentido de garantir proteção a doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas 
populações, a promoção da saúde moderna visa incrementar a saúde e o bem-estar gerais, 
promovendo mudanças nas condições de vida e de trabalho capazes de beneficiar a saúde de 
camadas mais amplas da população, ou seja, facilitar o acesso às escolhas mais saudáveis. A 
promoção da saúde deve possuir enfoque mais amplo e abrangente, pois deve trabalhar a partir 
da identificação e enfrentamento dos macrodeterminantes do PSa, procurando transformá-los 
favoravelmente na direção da saúde. Para a prevenção, evitar a doença é o objetivo final. 
Para a promoção, o objetivo contínuo é um nível ótimo de vida e de saúde, portanto a 
ausência de doenças não é suficiente. 
Prevenção quaternária 
As ações em saúde, tanto preventivas quanto curativas, têm sido consideradas, em 
algumas situações, excessivas e agressivas, tornando-se também um fator de risco para a 
enfermidade e a doença. Por essa razão, em 1995, Jamoulle e Roland propuseram o conceito de 
Prevenção Quaternária (Prevenção da Iatrogenia), aceito pelo Comitê Internacional da 
Organização Mundial dos Médicos de Família (WONCA) em 1999. Esse novo nível de prevenção 
pressupõe ações clínicas centradas na pessoa, e pautadas na epidemiologia clínica e na saúde 
baseada em evidências, visando melhorar a qualidade da prática em saúde, bem como a 
racionalidade econômica. Portanto, as ações devem ser cultural e cientificamente aceitáveis, 
necessárias e justificadas, prezando pelo máximo de qualidade da atenção com o mínimo de 
quantidade/intervenção possível. 
Outro objetivo da prevenção quaternária é construir a autonomia dos usuários e pacientes 
por meio de informações necessárias e suficientes para poderem tomar suas próprias decisões, 
sem falsas expectativas, conhecendo as vantagens e os inconvenientes dos métodos diagnósticos, 
preventivos ou terapêuticos propostos. Em suma, consiste na construção da autonomia dos 
sujeitos e na detecção de indivíduos em risco de sobretratamento ou excesso de prevenção, para 
protegê-los de intervenções profissionais inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente 
aceitáveis (ALMEIDA, 2005). 
 DESCREVER ACERCA DOS INDICADORES DE SAÚDE. 
O verbo "mensurar" deve ser entendido como o procedimento de aplicar uma escala padrão a uma 
variável ou um conjunto de variáveis (6), enquanto que o substantivo "mensuração" se refere à 
extensão, dimensão ou quantidade de um atributo. 
De acordo com Morgenstern (7), mensurar variáveis de saúde abrange diferentes níveis de 
mensuração, concebidos de duas formas: 
1. Pela observação direta de um indivíduo (por exemplo, pressão arterial do indivíduo, 
acesso aos serviços de saúde quando necessário). 
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref6
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref7
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2. Pela observação de um grupo populacional ou um espaço geográfico segundo taxas e 
proporções (como taxa de prevalência da hipertensão ou porcentagem de mães 
adolescentes com idade entre 15 e 19 anos), médias (média de consumo de sal per capita 
em um município) e medianas (mediana da sobrevida de pacientes com câncer). 
As mensurações feitas a partir da observação de grupos ou espaços geográficos são usadas para 
elaborar indicadores e são classificadas em: 
1. Mensuração consolidada em saúde: são medidas (médias, medianas, proporções) que 
sintetizam observações de indivíduos em cada grupo observado (por exemplo, taxa de 
prevalência de hipertensão em mulheres e homens em uma faixa etária). Ou seja, 
mensuram a saúde na população. 
2. Mensuração ecológica ou ambiental: se refere a características físicas do lugar onde 
vive ou trabalha um grupo populacional. Algumas destas características são difíceis de 
serem medidas (por exemplo, exposição à contaminação atmosférica, exposição diária à 
luz solar, exposição ao vetor da dengue). São fatores externos ao indivíduo. 
3. Mensuração global: são atributos de um grupo ou do espaço sem equivalente ao nível 
individual (densidade populacional, índice de desenvolvimento humano, produto interno 
bruto per capita). São considerados indicadores contextuais. 
Nesta publicação, o termo "indicador de saúde" é usado como sinônimo de "indicador de saúde 
da população", em contraposição a "indicador de saúde do indivíduo". Assim, se trabalha com 
dados de grupos ou lugares produzidos por mensurações consolidadas de saúde, para as quais se 
costuma definir um evento de interesse, uma população de referência e critérios de inclusão e 
exclusão. 
Mensurar as dimensões de saúde em uma população implica fazer estimativas, com certo grau de 
imprecisão. 
Todo indicador de saúde é uma estimativa (mensuração com certo grau de imprecisão) de uma 
dimensão de saúde em uma população-alvo. 
1.1.3 dado, indicador e indicador de saúde 
Em saúde pública, existe uma hierarquia de conceitos: o dado é a unidade primária (input) que, 
ao ser trabalhada, gera um indicador; este, ao ser analisado, produz informação que, ao ser 
interpretada, gera conhecimento. O conhecimento precisa ser divulgado por processos de 
comunicação adequados e eficientes para influenciar a tomada de decisão em saúde e produzir 
uma ação. Esta espiral de produção de evidências que termina na ação adotada em saúde pública 
é a base do que se denomina "saúde pública baseada em evidências" (8-10). 
Um indicador é uma mensuração que reflete uma determinada situação. 
Existem diversas definições de indicadores na literatura (10-12) , em geral, os indicadores são 
medidas-síntese, capazes de revelar (ou mensurar) de forma simples uma situação que não é por 
si só evidente. O indicador de saúde tem a capacidade de mensurar uma característica de saúde 
em uma determinada população. 
Para a finalidade deste compêndio, os indicadores de saúde são definidos como medidas-síntese 
que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, 
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref8
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref10
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UCIV – Abrangência das ações de saúde 
20 
 
bem como do desempenho de um sistema de saúde. Os indicadores de saúde procuram descrever 
e monitorar a situação em saúde de uma população. Os atributos se relacionam às características 
ou qualidades da saúde e as dimensões da saúde compreendem o bem-estar físico, emocional, 
espiritual, ambiental, mental e social. 
Neste contexto, é importante fazer a distinção entre dado e indicador. O dado é todo elemento 
numérico que contribui para a elaboração do indicador. 
"Dado" e "indicador" não são sinônimos apesarde, em alguns contextos, a distinção entre 
estes termos pode não ser totalmente clara do ponto de vista conceitual. 
Por exemplo, a taxa de incidência de sífilis congênita em uma população em um ano considerado 
é um indicador. Os dados são o número de casos de sífilis congênita diagnosticados em menores 
de 1 ano de idade (numerador) e o total de nascidos vivos nessa população no ano considerado 
(denominador). Contudo, o dado de cada novo caso de sífilis congênita é também um indicador 
por si só, que indica a transmissão vertical da doença, reflete a qualidade da atenção pré-natal e 
mostra um evento que pode ser evitado com a ação dos serviços de saúde. 
Por último, vale destacar que os indicadores são dinâmicos e respondem a determinadas situações 
e contextos culturais e temporais. Por exemplo, atualmente existe um processo acelerado de 
envelhecimento da população em vários países das Américas, com o aumento das doenças não 
transmissíveis (DNTs) crônicas. Portanto, muitos países realizam grandes esforços para coletar 
dados relevantes sobre os principais indicadores para controlar efetivamente as DNTs. 
1.1.4 indicadores de saúde positivos e negativos 
A classificação dos indicadores como positivos ou negativos diz respeito à forma como um 
indicador se relaciona ao conceito de saúde, de forma direta ou inversa. 
Um indicador é positivo se tem uma relação, associação ou correlação direta com o estado de 
saúde. Quanto maior sua magnitude, melhor o estado de saúde dos indivíduos nesta população. 
A expectativa de vida ao nascer é um indicador de sobrevida a longo prazo. Portanto, é 
considerado um indicador de saúde positivo. Outros exemplos são a proporção de casos de 
tuberculose curados, a cobertura de vacinação ou a necessidade atendida de planejamento 
familiar. 
Um indicador é negativo se tem uma relação, associação ou correlação inversa com o estado 
de saúde. Quanto maior sua magnitude, pior é estado de saúde dos indivíduos nesta população. 
São exemplos de indicadores negativos a taxa de mortalidade infantil, razão de mortalidade 
materna, taxa de incidência de aids e proporção de abandono do tratamento de tuberculose. 
1.2 usos dos indicadores de saúde 
A elaboração de indicadores não deve ser entendida como uma finalidade por si só, com uma 
perspectiva contemplativa da distribuição espacial ou temporal ou exclusivamente documental. 
O uso de indicadores em saúde pública tem como objetivo embasar a tomada de decisão em saúde, 
com a missão ulterior de melhorar a saúde da população e reduzir as desigualdades injustas e 
evitáveis (13). 
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref13
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Alguns autores fizeram propostas sobre os usos dos indicadores de saúde (3, 10, 14). Entre seus 
principais usos ou aplicações encontram-se os seguintes: 
 Descrição. Os indicadores de saúde podem ser usados para descrever as necessidades de 
atenção de saúde de uma população ou a carga de doença em um determinado grupo 
populacional. A descrição das necessidades de saúde de uma população pode, por sua 
vez, nortear a tomada de decisão quanto à grandeza e natureza das necessidades a serem 
atendidas, subsídios necessários para enfrentar o problema ou grupos que requerem maior 
atenção. 
 Predição ou prognóstico. Os indicadores de saúde são usados para prever desfechos do 
estado de saúde de uma população (predição) ou de um grupo de pacientes (prognóstico). 
Estes indicadores são usados para mensurar o risco e o prognóstico individuais, bem 
como na predição da carga de morbidade em grupos da população. Desta forma, podem 
predizer o risco de surto de doenças e auxiliar, por exemplo, a prevenção de epidemias 
ou conter a expansão territorial de determinados problemas de saúde. 
 Explicação. Os indicadores de saúde ajudam a compreender por que alguns indivíduos 
de uma população são saudáveis e outros não. Neste caso, é possível analisar os 
indicadores segundo os determinantes sociais da saúde, como os papéis e as normas de 
gênero, a pertinência a um grupo étnico e a renda e o apoio social, além das inter-relações 
entre os determinantes. 
 Gestão dos sistemas e melhoria da qualidade. A produção e a observação periódica de 
indicadores de saúde também retroalimentam os sistemas visando melhorar a tomada de 
decisão em vários sistemas e setores. Por exemplo, o progresso substancial na qualidade 
dos dados e indicadores produzidos nos Estados Membros da OPAS é devido em grande 
parte à melhoria nos sistemas nacionais de saúde na coleta, análise e monitoramento de 
um conjunto de indicadores básicos de saúde. No Brasil, por exemplo, a Rede 
Interagencial de Informação para a Saúde (RIPSA) incentiva a produção e a análise de 
indicadores de saúde e a retroalimentação às fontes de dados e sistemas de informação 
nacionais. 
 Avaliação. Os indicadores de saúde reproduzem os resultados das intervenções em saúde. 
O monitoramento destes indicadores reflete a repercussão de políticas, programas, 
serviços e ações de saúde. Vários autores analisaram o nível de adequação (resultados 
compatíveis com o esperado) e plausibilidade (resultados não explicados por fatores 
externos) das evidências do impacto em saúde, em que as tendências e a distribuição dos 
indicadores de saúde são úteis e, em certos casos, suficientes como evidências para 
demonstrar o efeito das políticas, programas, serviços e ações em saúde pública (15). 
 Promoção da causa
2
. Os indicadores podem ser instrumentos para favorecer ou 
contrariar ideias e ideologias em diferentes contextos históricos e culturais. Um exemplo 
é a eloquência com que os políticos evocam certos indicadores de saúde para defender ou 
atacar políticas ou governos. O uso de indicadores de saúde para a promoção da causa é 
uma das estratégias mais importantes para alcançar progresso, porque pode nortear a 
tomada de decisão e melhorar o nível de saúde da população. 
 Prestação de contas. O uso de indicadores de saúde atende à necessidade de informação 
sobre riscos, padrões de doença e morte e tendências temporais relacionadas à saúde para 
diversos públicos e usuários, como governos, profissionais da saúde, organismos 
internacionais, sociedade civil e a comunidade em geral. Possibilitar a eles monitorar a 
situação e as tendências em saúde de uma população cumpre um papel primordial no 
controle social, avaliação e acompanhamento institucional. 
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:health-indicators-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&showall=1&lang=pt#ref3
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:health-indicators-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&showall=1&lang=pt#ref10
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref14
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref15
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 Pesquisa. A observação simples da distribuição especial e temporal dos indicadores de 
saúde em grupos da população facilita a análise e a formulação de hipóteses para explicar 
as tendências e as discrepâncias observadas. 
 Mensuração das disparidades de gênero. Os indicadores que levam em conta o gênero 
mensuram as disparidades entre o sexo masculino e o sexo feminino decorrentes de 
diferenças ou desigualdades dos papéis, normas e relações de gênero. Também 
proporcionam evidências indicando se a diferença observada entre homens e mulheres 
em um indicador de saúde (mortalidade, morbidade, fatores de risco, atitude quanto à 
busca de serviços de saúde) decorre de desigualdades de gênero. Para elaborarestes 
indicadores, é necessário desagregar os dados e/ou o conjunto de variáveis adicionais. 
Por exemplo, pode-se combinar a porcentagem de mães adolescentes e a porcentagem 
destas mães que informaram que o pai da criança tem idade de 30 anos ou acima. 
2
Neste documento se usa o termo "promoção da causa" como tradução para advocacy em inglês. 
Segundo o dicionário Cambridge (online), advocacy significa "apoiar ou sugerir publicamente 
uma idéia, plano ou modo de fazer algo". 
1.3 estratificação segundo as características do indivíduo, espaço e tempo 
Sabe-se que os dados regionais e nacionais podem encobrir diferenças quanto a problemas e 
necessidades de saúde entre os países e dentro de um mesmo país. É, portanto, necessário 
desagregar os dados para determinar os grupos com necessidades prioritárias e as desigualdades 
em saúde. Além disso, o monitoramento de mudanças no padrão de distribuição de um evento ao 
longo do tempo permite formular hipóteses em saúde, como o impacto das ações e políticas de 
saúde, mudança no padrão de suscetibilidade da população, introdução de novos sorogrupos ou 
sorotipos de vírus com comportamentos distintos. 
Um atributo comum à maioria dos indicadores é a viabilidade de serem mensurados em 
diferentes níveis geográficos (regional, nacional ou local) e subgrupos populacionais (por 
idade, sexo, grupo socioeconômico ou origem étnica). Outro atributo necessário é a 
sensibilidade a alterações ao longo do tempo decorrentes de mudanças em outros âmbitos da 
sociedade (socioeconômico, ambiental ou de políticas públicas) (2). 
Por exemplo, é fundamental considerar as questões de gênero para entender a epidemia de 
HIV/aids. Embora tanto homens quanto mulheres possam ser expostos ao HIV, a transmissão 
sexual do vírus é mais frequente do sexo masculino ao feminino que do sexo feminino ao 
masculino (16). Existem também diversos outros fatores sociais, educacionais, econômicos e 
culturais que se revestem de importância, podendo afetar de modo distinto as necessidades 
específicas de homens e mulheres e a resposta do setor da saúde. Para se entender a epidemia de 
HIV, é importante dispor de dados desagregados por sexo e idade, medidos segundo a prevalência 
e a incidência. Estes dados básicos são necessários para lidar com as desigualdades de gênero que 
agravam a epidemia. 
Outro exemplo é o uso de indicadores de saúde para avaliar as desigualdades sociais em saúde. 
Embora não será feita aqui uma discussão mais aprofundada sobre este tópico, vale lembrar que 
as mensurações pontuais de tendência central (como média, mediana e proporção) podem 
mascarar grandes desigualdades internas (em um espaço geográfico, subgrupo populacional ou 
ponto no tempo). É de suma importância observar a dispersão interna do indicador, seja pelos 
desvios padrão, quartis ou valores máximos e mínimos (entre outras medidas de dispersão) com 
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref2
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o intuito de deixar à mostra a heterogeneidade interna. Por exemplo, analisar a taxa de mortalidade 
infantil no Brasil em 2013 (15,0 por 1.000 nascidos vivos) tem um valor informativo limitado 
porque este indicador varia de 10,4 (Região Sul) a 19,4 (Região Nordeste). Na própria Região 
Nordeste, a taxa varia entre os estados, de 14,9 (em Pernambuco) a 24,7 (no Maranhão). No 
Maranhão, observa-se grande variabilidade desse indicador. 
A bibliografia deste capítulo cobre um grande número de medidas de desigualdade nos 
indicadores de saúde, concebidas para mostrar a distribuição interna em vez dos seus valores 
(7, 8). É preferível usar indicadores que permitam conhecer sua distribuição com maior 
detalhamento possível em relação ao espaço (unidades sub-regionais, subnacionais, municipais), 
ao indivíduo (segundo sexo, idade, nível socioeconômico, nível de escolaridade, ocupação, grupo 
étnico, localização geográfica) ou ao tempo (dias, semanas, meses, anos). 
De acordo com a OMS, os fatores de estratificação mais usados para monitorar as desigualdades 
em saúde estão incluídos na sigla em inglês PROGRESS: Place (nível regional, de província, de 
estado), Race ou ethnicity (raça ou grupo étnico), Occupation (ocupação), Gender 
(gênero), Religion (religião), Education (escolaridade), Socioeconomic status (condição 
socioeconômica) e Social capital (capital social ou recursos). 
Vale ressaltar que, em geral, o número de indicadores necessário aos níveis global e regional deve 
ser menor que o necessário em nível nacional, que por sua vez deve ser menor que o necessário 
ao nível de estado e assim em diante (Figura 1). 
Figura 1. Decisões e tópicos exigem diferentes categorias e níveis de indicadores. 
NÍVEL DESAGREGAÇÃO 
Global e regional Sub-região, país, sexo. Metas globais e regionais 
Nacional Estado, sexo, faixa etária, grupo étnico. Metas regionais e nacionais 
Distrital Indicadores para notificação e planejamento aos níveis distrital e nacional 
Comunidade Indicadores da situação da saúde ao nível da comunidade 
Serviços de saúde Indicadores para gestão de serviços de saúde 
 
 
 
 
 
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:health-indicators-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&showall=1&lang=pt#ref7
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:health-indicators-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&showall=1&lang=pt#ref8
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1.4 atributos importantes de um indicador de saúde 
Existem vários critérios para selecionar os indicadores de saúde de acordo com a finalidade, as 
fontes disponíveis e o público-alvo, entre outros. Neste capítulo, destacam-se alguns dos atributos 
importantes que um indicador deve possuir. Examina-se também a importância de dispor de 
indicadores que possam ser estratificados segundo as características do indivíduo, espaço e o 
momento em que estão sendo avaliados. 
Como dito anteriormente, ter condição de ser estratificado é um atributo importante de um 
indicador. A seguir, alguns atributos úteis ao avaliar indicadores para mensurar a saúde da 
população (10; 18-21). 
 Mensurabilidade e viabilidade: diz respeito à disponibilidade de dados para mensurar 
o indicador. Se não se consegue mensurar um indicador em razão da disponibilidade de 
dados ou complexidade do cálculo, não é possível monitorar com facilidade o progresso 
e o alcance dos objetivos (17). No entanto, ao se selecionar um indicador, deve-se 
considerar também sua utilidade. Por exemplo, vários indicadores de saúde são 
calculados com base em dados de sistemas nacionais de informação sem relevância e, 
portanto, sem repercussão na tomada de decisão, de validade duvidosa, que não são 
oportunos ou com qualquer outra limitação. 
 Validade: é a capacidade do indicador de mensurar o que se pretende mensurar. Diz 
respeito à exatidão das fontes de dados usadas e ao método de mensuração. Por exemplo, 
os sistemas de informação de mortalidade costumam ser relativamente válidos para 
calcular o número de óbitos nos países com registro adequado de estatísticas vitais4 (22), 
mas eles podem ser menos válidos para estimar as causas de morte devido a erros de 
diagnóstico e codificação (19). Além disso, os sistemas de informação com baixa 
cobertura podem gerar cálculos de indicadores pouco válidos por viés de seleção (os casos 
notificados são sistematicamente diferentes dos casos não notificados). Por exemplo, os 
dados de morbidade podem estar sujeitos ao viés de detecção (um tipo de viés de seleção) 
se a gravidade do caso influir na probabilidadede notificação, o que significa que é 
provável que apenas os casos mais graves são notificados. 
 Oportunidade: é a capacidade de coleta e notificação em tempo hábil. Entende-se 
oportunidade como o momento em que se precisa do indicador para tomar uma decisão 
relativa à saúde. O tempo que transcorre entre a coleta e a notificação dos dados deve ser 
mais curto possível para que o indicador transmita informação atualizada e não 
informação histórica. 
 Reprodutibilidade: as mensurações devem ser iguais quando são realizadas por pessoas 
diferentes usando o mesmo método. Um indicador é considerado reprodutível se não há 
viés por parte do observador, dos instrumentos de mensuração ou das fontes de dados, 
entre outros fatores. 
 Sustentabilidade: é a existência de condições necessárias para a estimativa contínua. 
Isso depende de existir condições locais para manter as fontes de dados, assim como a 
manutenção da capacidade técnica e, sobretudo, vontade política para estimar o indicador. 
Quanto mais pertinente e útil for o indicador para a gestão em saúde e mais simples for a 
estimativa, maior é a probabilidade de ser sustentável. Os indicadores compostos com 
métodos de cálculo complexos (como indicadores de carga de morbidade, qualidade de 
vida, expectativa de vida livre de invalidez), apesar de serem importantes para a gestão, 
podem ter limitações quanto à sustentabilidade por falta de capacidade nacional para reter 
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref10
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:health-indicators-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&showall=1&lang=pt#ref18
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref17
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref22
https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401&lang=pt&limitstart=5#ref19
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e manter os recursos técnicos necessários nos serviços locais de saúde. Por outro lado, se 
ele for importante, é preciso reforçar a capacidade técnica para produzir o indicador. 
 Pertinência e relevância: é a capacidade de proporcionar informação adequada e útil 
para nortear as políticas e os programas bem como a tomada de decisão. Por exemplo, a 
estimativa das taxas de prevalência de portadores de marcadores genéticos ou biológicos 
preditivos de doenças para as quais não existe intervenção ou prevenção viável conhecida 
(por exemplo, doença de Alzheimer) pode ter relevância acadêmica, mas é irrelevante 
para a gestão em saúde. 
 Compreensibilidade: é a necessidade de o indicador ser compreendido pelos 
responsáveis por executar ações e, em particular, pelos encarregados da tomada de 
decisão. Ao fazer a escolha entre dois indicadores semelhantes que representam o mesmo 
problema de saúde, deve-se optar pelo mais fácil de compreender. Quanto melhor a 
compreensão do indicador, maior será a probabilidade de ser considerado na tomada de 
decisão em saúde. 
 
 
 DISCUTIR A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS 
DE NOTIFICAÇÃO- SINAN. – ARTIGO I 
 COMPREENDER OS PAPÉIS E ATRIBUIÇÕES DAS ESFERAS DE GESTÃO DO 
SUS (FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL). – TUTORIA 3 UCI 
 DISCUTIR O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA VIGILÂNCIA A 
DOENÇAS E AGRAVOS NOS DIVERSOS NÍVEIS DO SISTEMA.

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