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GRA1658 LINGUAGENS PICTÓRICAS GR1865

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LINGUAGENS PICTÓRICASLINGUAGENS PICTÓRICAS
A LINGUAGEMA LINGUAGEM
PICTÓRICA - SOBRE OPICTÓRICA - SOBRE O
PICTÓRICO E O LINEARPICTÓRICO E O LINEAR
Autor: Dra. Katia Maria de Souza
Rev isor : Me. Luc iara Bruno Garc ia
IN IC IAR
introduçãoIntrodução
A pintura é a forma de manifestação artística mais conhecida pela nossa
civilização ocidental. Entender a  pintura e suas relações que compreendem
materiais, técnicas e temática é um fator importante para o artista ou para
qualquer pessoa que deseje se expressar através da pintura.
Expressão, é isso que toda manifestação artística é, ou seja ela é uma forma
de expressão de um povo, de uma civilização e de uma época, é uma
linguagem que tem seus próprios códigos.
Nesta unidade, iremos abordar desde os elementos signi�cativos para uma
composição pictórica, passando pelos materiais básicos e entendendo que
suas relações, aliadas à força criativa e interpretativa do artista, é que irão
conferir valor ao objeto artístico. Vamos a eles?
Compreender a linguagem pictórica é saber distinguir e trabalhar com as
formas de representação em que a linha tem função primordial. Perceber,
compreender e dominar a linha é o que irá fazer com que possamos
desenvolver uma linguagem pictórica.
Entendendo a linha como princípio que guia os olhos na percepção; observar
a obra de arte é também perceber como ao longo do processo criativo essa
mesma linha pode se desvalorizar e ceder lugar ao jogo de luzes e sombras,
manchas , que farão a construção do objeto.
A partir deste momento, como bem pontuou   Heinrich Wöl�in, podemos
dominar o campo de atuação do que classi�cou como linear e pictórico, em
que o linear é o delineado, o plástico e o pictórico é o visual; para ele o “estilo
linear vê em linhas, o pictórico, em massas” (WÖLFFLIN, 2000, p. 26).
O livro Conceitos Fundamentais da História da Arte, de Heinrich Wöl�in,   é
considerado um marco na evolução da teoria estética moderna. Ele fez um
estudo sobre a evolução do estilo da arte, tomando como exemplo grandes
O PictóricoO Pictórico
artistas. Estabeleceu cinco princípios de análise das obras de arte, entre estes
princípios está o linear e o pictórico.
Segundo Wöl�in, o pictórico é posterior ao linear e, sem a linha, ele não seria
possível, mas também não quer dizer que o pictórico seja superior ao linear
como num pensamento evolucionista. Ambos têm sua importância e sua
função para o desenvolvimento artístico, será o artista, com o domínio da
técnica, que dará o tom e o valor de cada um dos estilos.
Sendo assim, vamos veri�car como se dá cada uma dessas soluções.
Veja a �gura a seguir para o “Linear”:
Veja a �gura a seguir para o “Pictórico”:
Figura 1.1 - Hans Holbein, o moço, Desenho de Indumentária. Desenho em
tinta nanquim a bico de pena e a pincel, 29x19,8 cm. Basel
Fonte: Wöl�in (2000, p. 49).
O linear vai ressaltar a linha conduzindo o observador a reconhecê-la e por
ela se guiar. A forma linear é aquela em que a beleza do objeto é encontrada
no contorno, deste modo, os olhos são conduzidos ao longo dos limites da
forma.
O pictórico, por sua vez, enxerga as massas, os tons, deixando de se ater às
margens. Os contornos já não são mais tão expressos e perdem importância,
o que passa a sobressair agora são as manchas que podem ser em cores ou
representar apenas claridades e obscuridades (WÖLFFLIN, p. 26, 2000).
praticarVamos Praticar
Figura 1.2 - Gabriel Metsu, Desenho de Indumentária. Giz preto, 36,8x24,2 cm.
Viena, Albertina
Fonte: Wöl�in (2000,  p. 51).
“A mera existência de luz e sombra, mesmo que a estes elementos se tenha
atribuído um papel preponderante, não determina o caráter pictórico de um
quadro. A arte linear também lida com corpos e espaço, e precisa de luzes e
sombras para obter a impressão de plasticidade”.  
WÖLFFLIN, Heinrich, Conceitos fundamentais da história da arte. São Paulo:
Martins Fontes, 2000. p. 26.
A partir do enunciado e do que foi tratado no tópico anterior, assinale a alternativa
que responde corretamente à seguinte questão: o que caracteriza o estilo linear?
a) A mancha.
b) A luz.
c) A sombra.
d) A linha.
e) As massas.
Entre as técnicas que podemos usar para imprimir um caráter mais linear ou
pictórico num trabalho, há o carvão.
O carvão, o mais antigo dos materiais de desenho, é usado desde a pré-
história. Fácil de fazer e de usar o carvão é apropriado a todo tipo de
desenho.
É possível produzir seu próprio carvão para desenho, mas isso vai depender
diretamente da madeira utilizada, por isso é preciso ter muita atenção na
escolha da matéria-prima e também na própria produção do carvão, que
requer a queima. Todo esse processo pode ser muito perigoso, por isso,
existem marcas nacionais e importadas que comercializam o carvão vegetal
pronto para uso.
Com o carvão é possível criar uma linha que é facilmente apagável, macia e
pictórica e este é um dos motivos pelos quais o carvão é o preferido pelos
Elementos deElementos de
Pintura – Mídia –Pintura – Mídia –
Carvão e seusCarvão e seus
SimilaresSimilares
artistas, pois o seu resíduo não se mistura na aplicação da tinta e não
interfere no resultado �nal. No entanto é necessário cuidado ao usar o
carvão, pois ele tende a “sujar” a superfície, mas até mesmo essa “sujeira”
pode ser tomada como um efeito na composição da pintura.
O carvão é especialmente adequado para desenhos e estudos práticos, para
esculpir �guras que serão �nalizadas em outras mídias, como no caso de uma
escultura em pedra; ou para fazer cartões de grandes dimensões que se
tornarão pinturas ou afrescos.
O carvão é um material macio e quebradiço que permite grande �uidez. A
espessura das marcas varia de acordo com a pressão aplicada com a ponta
no papel.
Linhas claras se apagam facilmente e esta é uma das razões pela qual o
desenho em carvão não tem boa conservação. Vários métodos são usados
para �xar o pó de carvão, incluindo colocar rapidamente a frente da folha na
superfície de uma bacia cheia de água e cola ou pulverizando o desenho com
uma solução feita de água e goma arábica. Atualmente existem �xadores em
spray que fazem essa função.
Figura 1.3 - Gian Lorenzo Bernini, Figura vista de costas, c.a.1677, carvão
sobre papel, Roma, Gabinete de Desenho e Estampa
Fonte: Fuga (2006, p. 14).
Materiais Semelhantes ao Carvão
Outros materiais se relacionam com o carvão tal como o lápis, a caneta, o
pincel e o giz. Todos podem ser usados para desenhar, porém provocam uma
marca no papel que nem sempre é possível apagar com a tinta e muitas vezes
podem se misturar ao pigmento provocando efeitos não desejados.
O Lápis
O lápis é o meio mais comum para escrever e desenhar, feito de madeira com
um recheio de gra�te, ele se tornou uma ferramenta popular desde o século
XIX, mas já no século XV o lápis era descrito como uma pedra preta originária
do Piemonte, que podia ser a�ada com uma pequena faca, após criada a
ponta na pedra ela poderia ser usada para desenhar. Seu emprego para esse
�m se espalhou especialmente a partir do �nal do século XV.
Esses pequenos bastões de pedra ocorrem na natureza em diferentes graus
de dureza, o que permite ao artista variar o brilho do desenho, passando de
um preto intenso e cremoso, semelhante ao produzido pelo carvão natural,
para um cinza muito claro, quase perolado.
Para �car mais fácil de manusear, esses bastões eram colocados em um porta
lápis de metal. O gra�te é um mineral macio de grãos uniformes que faz
marcas nítidas e resistentes e fáceis de apagar porém, deixam marcas no
papel quando muito duro
A dureza ou maciez do gra�te atualmente são classi�cadas entre H, do inglês
hard (duro) ou B do inglês black (preto) que precedido de um número
determina a sua graduação.
A numeração que precede a letra pode ser lida assim, no caso do H, quanto
maior o número, mais duro e claro o traço; no caso do B, quanto maior o
número, mais preto e macio será o traço.
Os gra�tes mais macios, do 4B ao 7B, são indicados para fazerpreenchimento
ou escurecer áreas do desenho, os intermediários, 2B, B e HB funcionam bem
para sombreamentos e tonalizações, por �m, os gra�tes mais duros são mais
indicados para os desenhos técnicos e para de�nição de áreas no papel.
Dependendo da dureza ou maciez do gra�te, as borrachas conseguem apagar
os traços impressos no papel, desde que o gra�te não seja muito duro, se for,
a gra�te é apagado, mas a marca �ca no papel.
As borrachas que melhor apagam o gra�te são as borrachas de plástico,
porém elas deixam resíduos que devem ser descartados para não sujarem o
desenho. Há ainda os limpa-tipos, uma espécie de massa que não deixa
resíduo, porém não apaga o desenho, apenas suaviza retirando os excessos
de gra�te e funcionam bem para suavizar as linhas de um esboço.
Borrachas de látex são as mais antigas e baratas, são feitas do látex extraído
das seringueiras; macias, elas apagam bem e deixam resíduo assim como as
de plástico, mas dependendo da marca podem manchar o papel.
Figura 1.4 - Gradações do Gra�te
Fonte: Elaborada pela autora.
Nessa imagem, o uso do lápis cria gradações que provocam volumes e são
acentuadas pelo contraste com o papel.
A Caneta
A caneta sempre foi considerada a ferramenta grá�ca por excelência. As
canetas usadas na Antiguidade eram feitas a�ando pequenos gravetos de
junco que depois tinham a sua ponta mergulhada em tinta, produzindo
marcas que eram usadas para desenhar e escrever. Esse tipo de caneta, no
entanto, produz linhas duras que eram difíceis de suavizar, já que a ponta era
feita de madeira, por essa razão as penas longas, fortes, macias e �exíveis do
ganso, começaram a ser usadas na Idade Média.
Desenhar com caneta exige um controle intenso do artista, pois as marcas
deixadas por ela não podem ser apagadas. Um desenho feito à caneta tem
poucos recursos expressivos tais como o número de linhas e o próprio
contraste entre a cor da tinta e o papel. Os efeitos que outros materiais
provocam, como o carvão e o lápis, já não são possíveis fazer com a caneta,
mas isso não signi�ca que não se possa criar um desenho de qualidade.
Figura 1.5 - Cavalier d'Arpino - Moisés - 1580, 21 x 15 cm, Palácio de Belas
Artes de Lilie, França
Fonte: Cavalier d'Arpino / Wikimedia Commons.
Dentre as canetas para desenho, as comuns, inclusive para desenho técnico,
estão as canetas de nanquim. O nanquim tem sua origem na China há mais
de 4.500 anos, por muito tempo o nanquim era obtido a partir da tinta preta
liberada pelos moluscos marinhos, lulas e polvo. Atualmente, a tinta é uma
mistura de cânfora, gelatina e um pó escuro chamado de negro de fumo.
Antigamente, desenhar ou escrever usando tinta se empregava um tipo de
pena de aço, chamada de bico de pena, que nada mais é que um bico de
metal preso a um cabo de madeira que lhe dá o formato de caneta. A sua
ponta possui um pequeno reservatório que vai liberando a tinta de acordo
com a pressão impressa pela mão.
Atualmente, temos dois tipos de caneta de nanquim, as que tem um
reservatório para colocar a tinta e as descartáveis. Ambas apresentam
numeração que indicam a espessura da linha. Essas canetas são muito usadas
para desenho técnico, mas também podem ser usadas para outros tipos de
desenho.
Figura 1.6 - Caneta tinteiro ou bico de pena
Fonte: Webandi / Pixabay.
Neste trabalho Bosch criou efeitos de claro escuro na proa e popa das canoas
com linhas curtas e curvas, este recurso ele repete em várias áreas do
desenho fazendo com que se assemelhe a uma gravura.
Figura 1.7 - Canetas de nanquim com reservatório e descartáveis
Fonte: Foto da autora.
Figura 1.8 - Hieronymus Bosch, O Homem Árvore, �nal do século XV- início do
XVI. Caneta e pigmento marrom sobre papel. Museu Albertina, Viena , Áustria
Fonte: Hieronymus Bosch / Google Arts and Culture.
O Pincel
O pincel também pode ser uma ferramenta de desenho ou de estruturação
para uma pintura. O pincel pode ser usado sozinho ou em conjunto com a
caneta, ajudando a modelar luz, volume e movimento. Tintas de diferentes
graus e transparência podem ser usadas para cobrir grandes áreas
rapidamente e criar efeitos com mais luminosidade.
Nesse desenho, Fragonard usou pinceladas rápidas para ilustrar a �gura do
Pachá, criando o movimento de roupas, da luz e da sombra a partir dos
contrastes produzidos entre a tinta e o fundo branco do papel.
O Giz
O giz é um material à base de sulfato de cálcio, usado desde o Renascimento
até a atualidade, tornando-se assim um material muito popular.
A princípio, ainda no Renascimento, os artistas começaram a usar materiais
encontrados com facilidade na natureza, tal como: a calcita, para o giz branco,
Figura 1.9 - Jean-Honoré Fragonard, O Pachá, 1750-75. Pincel e tinta sobre
papel branco. Paris, Museu do Louvre, Gabinete de Desenhos
Fonte: Fuga (2006, p. 17).
a argila crua, para o cinza, e o carvão natural, para o preto.
No século XV, os artistas misturavam azeite e cera de abelha ao pó de giz,
criando bastões que davam uma consistência pictórica maior, daí o nome giz
de cera.
Atualmente, o giz é fabricado em várias cores, misturando o pó de giz com
pigmentos minerais, água e cola.
Além do giz de cera ou giz pastel oleoso, ainda existe o pastel seco, que
confere uma aparência aveludada ou esfumaçada, dependendo de como o
artista espalha o pó do giz pelo papel, criando tonalidades mais suaves;
porém, são mais fáceis de serem apagados, por isso, muitos artista aplicam
algum �xador.
Por sua vez, o giz pastel oleoso ou giz de cera não são facilmente apagados,
eles deixam o desenho com as cores mais intensas e pastosas.
Figura 1.10 - Luca Signorelli, Hercules e Antaeus, 1499-1502. Giz preto sobre
papel, 28,3 x 16,3 cm. P&W: Popham, AE & Wilde, J., 1949. Os desenhos
italianos dos séculos XV e XVI na coleção de Sua Majestade o Rei no Castelo de
Windsor, Londres - P&W 29
Fonte: Fuga (2006, p. 29).
Nesse desenho, Luca Signorelli de�ne os volumes com traços rápidos e
sombreados precisos, em contraste com o fundo branco do papel.
praticarVamos Praticar
Dentre as diferentes mídias apresentadas, algumas tem por características a
efemeridade, ou seja, o próprio material não apresenta muita resistência aos efeitos
do tempo, podendo ser apagado com facilidade pelo simples atrito do papel com a
mão ou com outro material. Quais são eles?
a) A caneta e o lápis.
b) O lápis e o carvão.
c) O carvão e o giz pastel seco.
d) O giz pastel seco e o pincel.
e) O pincel e a caneta.
Voltando à questão estilo de pintura, é preciso então entender as
possibilidades de cada ferramenta para então perceber ou de�nir se o
trabalho será mais pictórico ou linear.
Vamos tomar como exemplo o trabalho desenvolvido por Wöl�in, que analisa
em seu livro as obras de Dürer e Rembrandt, considerando que Dürer é linear
e Rembrandt é pictórico. Vejamos as imagens a seguir:
Elementos eElementos e
Técnicas VisuaisTécnicas Visuais
Aplicados à PinturaAplicados à Pintura
Observando a Eva e o nu feminino, veri�camos que em Dürer os contornos
das �guras são acentuados e em Rembrandt não, ou seja, as possibilidades da
arte pictórica começa quando a linha perde valor e não é mais o elemento
limitador, a forma se constrói a partir das luzes e sombras, fazendo com que
elementos independentes se unam, criando os efeitos gradativos de
profundidade, agora importa mais o todo do que o detalhe preciso, como se
vê em Dürer.
Nesse sentido, o pictórico cria possibilidades mais desa�adoras e criativas
para os artistas já que, diferente do linear, que representa as coisas como
são, o pictórico representa as coisas como parecem ser, é uma aparência da
realidade.
Interessante que o pictórico é um recurso que sempre esteve presente em
toda a História da Arte e que se tornou fonte de trabalho para os
impressionistas, porém os princípios básicos deste movimento, o
Impressionismo, já se manifestava em artistas como Rembrandt e toda a
Figura 1.11 - Estudos para Adão e Eva - Dürer Caneta e tinta marrom sobrepapel, 242 x 201 cm,  Morgan Biblioteca, Nova York / Figura 1.12 - Nu
Feminino - Rembrandt, carvão sobre papel, 25,3 x 16,2 cm, Museu de Belas
Artes, Budapeste            
Fonte: Dürer / Wikipédia. / Fonte: Wöl�in (2000, p. 51).
geração barroca que usou dos recursos de manchas em luzes e sombras para
compor seus quadros.
O Linear, por sua vez, vai trabalhar com a linha clara, nítida e �rme, passando
ao observador a sensação de segurança, até mesmo o emprego da luz e
sombra são pensados e aplicados de forma a reforçar as formas bem
modeladas, muitas vezes com tal realismo que alimenta o desejo do toque. O
olho acredita que o que vê é real e pode tocá-lo.
O Linear é o estilo de representação que se ajusta a movimentos da arte que
primam por uma representação realista, em que a �gura é sólida, é o objeto
em si. Esta característica é muito impressa quando se deseja criar algo mais
próximo do real, e foi uma das premissas do movimento Realista que se
desenvolveu no século XIX.
O Realismo
Em meados do século XIX, o Realismo surgiu como um movimento que dizia
aos artistas para representar o mundo como eles o enxergavam. Na verdade,
o Realismo foi uma reação ao comportamento da arte do período, uma arte
que pintava o mundo a partir de uma visão idealizada do artista dentro do
seu atelier e portanto longe da realidade. Este é o primeiro movimento que
leva o artista para fora das academias e ateliês, com o objetivo de pintar o
que os olhos viam e, deste modo, eles acabaram abrindo caminho para novas
formas de representação da arte que irão culminar nas vanguardas artísticas
do século XX.
saibamaisSaiba mais
Atualmente, podemos visitar e passear por
vários museus ao redor do mundo sem sair
da nossa casa. E o mais legal é que, através
do Google Art Culture, nós conseguimos
chegar bem perto de algumas obras, o que
muitas vezes não é possível no local por
questões de segurança. Perceber as manchas
e as pinceladas dos artistas, o linear e o
pictórico �cou mais fácil, vá lá e veja de perto
as obras dos grandes artistas mundiais. Visite
o link e viva essa experiência.
ACESSAR
https://artsandculture.google.com/
A representação deste movimento é considerada um estilo linear, pois vai se
pautar na linha e no objeto como ele é. No entanto, como já vimos
anteriormente, o estilo linear é anterior ao Realismo, ele é antes de mais nada
uma forma de representação que foi trabalhada ao longo da História da Arte
em diferentes movimentos artísticos ou sempre que se desejou representar a
forma de modo claro e objetivo, não importando os valores simbólicos que
perpassam os períodos da arte. O mesmo se dá com o estilo pictórico,
podemos vê-lo tanto no Barroco quanto no Impressionismo e é aí que reside
o encanto, a técnica e a expertise do artista, saber dominar todos estes
elementos é o seu diferencial.
praticarVamos Praticar
Sabemos que o linear e o pictórico sempre estiveram presentes em diferentes
momentos da História da Arte. Sendo assim, faça uma pesquisa e construa um
Painel Conceitual com obras de diferentes períodos da história que apresente
características linear ou pictórica, escolha o que mais se identi�car.
Seja linear ou pictórico, a pintura trabalha com dois tipos básicos de
representação, isso só para citar o caso da pintura e entendendo a pintura
como a técnica que aplica um pigmento em forma líquida a uma determinada
superfície ou suporte. Estes tipos são: o �gurativo e o abstrato.
O �gurativo é toda forma de representação em que podemos identi�car um
objeto e, nesse caso, não importa o tipo de representação, se é linear ou
pictórica.
A abstração por sua vez não tem o objetivo de representar objetos ou
paisagens, ela busca trabalhar com exercícios, estudos e pesquisas que
variam entre cor, luz, forma, materiais, emoções e ações, e podem ser tanto
lineares quanto pictóricas dependendo do interesse do artista.
Os Gêneros eOs Gêneros e
Tópicos da PinturaTópicos da Pintura
reflitaRe�ita
Entendemos que existem dois tipos de
representação, o �gurativo e o
abstrato e que para a maioria das
pessoas a grande di�culdade é
entender a função da arte abstrata.
Sendo assim re�ita sobre o texto a
seguir.
“Uma maneira não convencional de
fazer uma abordagem não musical à
arte abstrata seria abandonar por
completo a noção de um tema – físico
ou imaginário. Eu sei, isso soa
estúpido. A�nal, como se pode
representar nada?
A resposta é: não se pode. Mas pode-
se fazer uma obra de arte focada nas
propriedades físicas da própria obra.
Em vez de tentar representar a vida
real – paisagens, pessoas, objetos –
seu objetivo poderia ser um exame de
cor, tom, peso e textura da tinta (ou de
qualquer material usado para criar a
obra de arte); e das qualidades
material usado para criar a obra de
arte); e das qualidades de movimento,
espaço e equilíbrio da composição. Em
suma, a obra de arte passaria a ser o
tema”.
Fonte: Gompertz (2013, p. 181).
Figura 1.13 - D. Rivera – Jovem com caneta tinteiro – 1924, Óleo sobre tela,
79,5 x 63,5 cm, Museu Dolores Olmedo – México / Figura 1.14 -  Monet –
Water Lilies – 1922, Óleo sobre tela, 20 x 21 cm, Museu de Arte de Toledo –
EUA
Fonte: Diego Rivera / Wikipédia. / Fonte: Monet / Wikipédia.
Sobre os Gêneros da Pintura
No universo da pintura, seja ela linear ou pictórica, existem também os seus
tipos ou gêneros, que são determinados pelo próprio interesse do artista ou
através de uma encomenda. Dentre os gêneros conhecidos, temos alguns,
veja a seguir.
Retrato
Representação de pessoas ou até de animais, dentro desta categoria ainda
teremos o autorretrato, que é quando o artista se autorrepresenta; e o nu,
que é uma representação em que se apresenta um corpo sem vestes.
Paisagem
Figura 1.15 - Kazimir Malevich – Realismo pictórico de um  jogador de futebol
– 1915, Óleo sobre tela, 71 x 44,5 cm, Instituto de Arte de Chicago- EUA /
Figura 1.16 - Cly�ord Still, 1957-D No. 1, 1957, oil on canvas, 113 × 159 in,
Albright–Knox Art Gallery, Bu�alo, New York
Fonte: Kazimir Malevich / Wikimedia Commons. / Fonte: Cly�ord Still /
Wikipédia.
Representação de ambiente externo, entende-se como gênero paisagem toda
representação na qual as cenas de paisagem predominam sobre qualquer
outra �gura. São subgêneros da paisagem: as marinas – representações com
cenas marítimas; o panorama – representações que tem como objetivo tirar
uma tomada geral de um lugar.
Natureza Morta
Representação de seres inanimados, como frutas, vegetais, �ores, livros, taças
de vidro, garrafas entre outros objetos, criando uma composição. Ainda é
comum a representação de crânios e ampulhetas para lembrar que a vida é
passageira.
Pintura de Gênero
Tipo de representação surgida no Renascimento, que visa retratar as pessoas
em cenas do dia a dia, exercendo alguma atividade.
Sobre os Temas da Pintura
Dentro destes grandes gêneros é que teremos os temas ou a temática na
pintura, que podem ser:
As temáticas na pintura contribuem no repertório dos artistas, que assim
passam a ter mais possibilidades para criar e explorar os diferentes materiais
e seus efeitos no plano pictórico. Elas abrem um campo de experimentação
enriquecedor, no qual pessoas, animais, objetos e paisagens podem ser
compostos de acordo com as temáticas desejadas, como no caso das
alegorias.
praticarVamos Praticar
A imagem a seguir apresenta o quadro A leiteira, de Johannes Vermeer, pintado em
1660, representa uma mulher envolvida em seus afazeres diários.
Mitológica
Religiosa
Histórico
Alegoria
Observando a imagem e considerando o que foi exposto no tema, podemos a�rmar
que esta pintura é:
a) uma pintura de retrato.
b) uma pintura histórica.
c) uma pintura de gênero.
d) uma pintura de paisagem.
e) uma pintura de natureza morta.
Figura 1.17 - Johannes Vermeer - A Leiteira - 1657-58, Óleo sobre tela 45,5 x 41
cm. Rijksmuseum - Amsterdam
Fonte: Johannes Vermeer / Wikimedia Commons.
indicações
Material
Complementar
FILME
Agoniae Êxtase
Ano: 1965
Comentário: Este �lme apresenta parte da vida de
Michelangelo, quando ele é contratado pelo papa Júlio
II para pintar a Capela Sistina. Entre seus con�itos
pessoais e a pressão do papa, o �lme apresenta o
processo de produção dessa magní�ca obra de arte. O
�lme também demonstra Michelangelo e seus
auxiliares produzindo os desenhos em papel cartão,
que são utilizados como base para as pinturas
�gurativas da Capela Sistina.
Veja o trailer no endereço a seguir.
TRA ILER
LIVRO
Conceitos fundamentais da história da arte
Editora: Martins Fontes
Autor: Heinrich Wöl�in
ISBN: 85-336-1202-8
Comentário: Neste livro o autor desenvolve cinco
conceitos para a análise da obra da arte, que são: o
linear e o pictórico; o plano e profundidade; forma
aberta e forma fechada; pluralidade e unidade; clareza
e obscuridade, ajudando a entender o plano pictórico.
Como abordamos nesta unidade o linear e o pictórico, é
interessante veri�car os outros quatro conceitos que
constituem a teoria de análise da arte desenvolvida por
Wöl�in.
conclusão
Conclusão
Nesta unidade, abordamos o linear e o pictórico tomando como referência a
teoria desenvolvida por Heinrich Wöl�in em seu livro Conceitos Fundamentais
da História da Arte, no qual acentua a função da linha e das manchas para a
construção do plano pictórico.
Portanto, após entendermos as suas funções e relações, passamos a estudar
como os materiais in�uenciam na representação e nos efeitos que os artistas
desejam imprimir nas suas obras.
Uma pintura pode ser mais �gurativa, quase realista ou mais manchada,
aproximando-se de uma abstração quando esta for a intenção do artista,
porém, para qualquer uma dessas linguagens, é necessário o domínio e
entendimento das técnicas com o qual a obra será executada. Dentro destes
dois tipos básicos de pintura, �guração e abstração, vimos que os temas são
variados o que permite aos artistas buscarem a melhor linguagem para a sua
arte.
referências
Referências
Bibliográ�cas
FUGA, Antonella. Artist’s techniques and materials. Los Angeles: Getty
Publications, 2006.
GOMBRICH, Ernst Hans. A história da arte. tradução Cristiana de Assis Serra.
Rio de Janeiro: LTC, 2013.
GOMPERTZ, Will. Isso é arte? 150 anos de arte moderna do impressionismo
até hoje. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. p. 181.
WÖLFFLIN, Heinrich, Conceitos fundamentais da história da arte. São
Paulo: Martins Fontes, 2000.

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