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CETOACIDOSE DIABÉTICA DEFINIÇÃO PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE PROGNÓSTICO FATORES PRECIPITANTES Complicação grave que pode ocorrer durante a evolução do diabetes mellitus tipo 1 ou 2. Causa mais comum de morte entre crianças e adolescentes com DM1. Edema cerebral, hipopotassemia, hipofosfatemia, hipoglicemia, complicações intracerebrais, trombose venosa periférica, mucormicose, rabdomiólise e pancreatite aguda Depende das condições de base do paciente, com piora sensível em idosos, gestantes e aqueles com doenças crônicas Infecções (principalmente pneumonia e infecção das vias urinárias); AVC; ingestão excessiva de álcool; pancreatite aguda; IAM; traumas e uso de glicocorticoides; cocaína. Antipsicóticos atípicos (para transtorno de humor bipolar e esquizofrenia) → maior risco: clozapina e olanzapina; menor risco: risperidona e quetiapina. Aumentam o risco de distúrbios metabólicos. FISIOPATOLOGIA ↓ da concentração efetiva de insulina circulante + liberação excessiva de hormônios contrarreguladores (glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento). Esses fatores, resultam no aumento da produção hepática e renal de glicose e a redução de sua captação pelos tecidos periféricos sensíveis à insulina→ resultando em hiperglicemia e hiperosmolalidade no espaço extracelular (gliconeogênse e glicogenólise e redução da glicose pelos músculos). ↓ insulina + ↑ h. contrarreguladores→ liberação excessiva de ácidos graxos livres do tecido adiposo (lipólise)→ que são oxidados no fígado em corpos cetônicos (ácidos beta- hidroxibutírico e acetoacético)→ estimulados pelo glucagon→ culminando em cetonemia e acidose metabólica. Observam-se desidratação e glicosuria, diurese osmótica e perda de fluídos e eletrólitos. Estado hiperglicêmico leva ao desvio de água do intra para o extracelular, glicosura e perdas urinarias de eletrólitos → provocando hipovolemia. A superprodução e não utilização de acetoacidos causam perda de bicarbonato→ levando a acidose metabólica. ↓ insulina→ passagem de K e P pro meio extracelular Insulina coloca glicose para dentro da célula, que aumenta a osmolaridade dentro da célula→ocasionando influxo de glicose e eletrólitos pro meio intracelular→ocasionando edema celular DIAGNÓSTICO ACHADOS LABORATORIAIS CRITÉRIO DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Quadro clínico de evolução lenta e progressiva dos sinais e sintomas de DM descompensado. Poliúria, polidipsia, perda de peso, náuseas, vômitos, sonolência, torpor e, até coma. Exame físico: hiperpneia, respiração de Kussmaul; desidratação com pele seca e fria, língua seca, hipotonia dos globos oculares, extremidades frias, agitação, face hiperemiada, hipotonia muscular, pulso rápido e pressão arterial variando do normal até o choque hipovolêmico; dor abdominal (intensificação da desidratação dificulta e torna doloroso o deslizamento dos folhetos da pleura e do peritônio); Pode ser observado dilatação, atonia e estase gástrica, agravando o quadro de vômitos. Solicito: Glicose plasmática, fosforo, ureia, creatinina, cetonemia, eletrólitos, calculo do ânion-gap, análise urinária, cetonuria, gasometria, hemograma e eletrocardiograma. S/N: RX tórax e culturas de sangue e urina. A maioria dos pacientes com CAD apresenta-se com leucocitose→ podendo traduzir apenas intensa atividade adrenocortical Sódio: mostra-se abaixo do normal devido à transferência osmótica de líquidos do espaço intra para o extracelular, vômitos e pela perda renal associada aos corpos cetônicos. Potássio: eleva-se secundário à acidose. Fosfato: normais ou aumentados e tendem a diminuir com a insulinoterapia. ↑ ureia e creatinina: depleção de volume intravascular. Hipertrigliceridemia e hiperamilasemia: acompanhados de dor abdominal podem sugerir pancreatite aguda Ânion-gap: [Na+ - (Cl- + HCO3 - )]; normal = 8 a 10 mEq/L3 (ADA)Glicemia sanguínea ≥ 250mg/dL Em crianças e adolescentes da International Diabetes Federation (IDF) são: - glicemia sanguínea > 200 mg/dL, sendo que, em casos raros, a glicemia pode ser < 200 mg/dL (CAD euglicêmica); - pH de sangue venoso < 7,3 ou bicarbonato sérico < 15 mmol/L, além de cetonemia e cetonúria. - A CAD é definida como grave quando evolui com pH de sangue venoso < 7, moderada entre 7 e 7,24 e leve entre 7,25 e 7,3 Cetose de jejum, cetoacidose alcoólica, acidose láctica pelo uso inadequado de fármacos (salicilatos e metformina) Outras causas de acidose com ânion- gap elevado: IRC Jamille Ponte TRATAMENTO METAS REPOSIÇÃO DE LÍQUIDOS E ELETRÓLITOS INSULINOTERAPIA • Manutenção das vias respiratórias pérvias e, em caso de vômitos, indicação de sonda nasogástrica; • Correção da desidratação; • Correção dos distúrbios eletrolíticos e acidobásicos; • Redução da hiperglicemia e da osmolalidade; • Identificação e tratamento do fator precipitante. 1 passo: Infusão isotônica de cloreto de sódio (NaCl) 0,9% 15-20mL/kg na primeira hora→ restabelecer a perfusão periférica. 2 passo: depende da evolução dos eletrólitos e da diurese. Se sódio elevado (≥150mEq/L): prescrever solução salina hipotônica de NaCl 0,25% 10-14mL/kg/h Se sódio normal: solução isotônica de NaCl 0,9%. Até glicemia < 250mg/dL 3 passo: solução salina 0,45% + soro glicosado 5% 4º passo: potássio Se <3,3: KCl 40mEq Se entre 3,3-5: KCl 20-30mEq Se <1: novos exames a cada 2h 5º passo: fósforo Se <1: 20-30mEq/L de fosfato monopotássico – 3-4mEq/h Risco de disfunção cardíaca, depressão respiratória, anemia. OBS: Somente deve ser iniciada se o potássio for superior a 3,3mEq/L, devido ao risco de arritmias associado à hipopotassemia. 6º passo: Casos graves: Insulina regular IV contínua de 0,1 U/kg/h. Casos leves e moderados: insulina regular IM, a cada hora, ou análogos ultrarrápidos SC, a cada 1 ou 2 horas. CRITÉRIOS DE CONTROLE LABORATORIAL BICARBONATO FOSFATO COMPLICAÇÕES glicemias ≤ 200 mg/ dL; bicarbonato sérico ≥ 15 mEq/L; pH ≥ 7,3 Assim que o paciente conseguir alimentar-se e estiver bem controlado dos pontos de vista clínico e laboratorial, inicia-se a insulinoterapia basal com insulina humana de ação intermediária ou com análogos de insulina de longa ação, associada a múltiplas injeções de insulina regular ou análogos de insulina ultrarrápida antes das refeições. Se reserva a casos graves de pacientes adultos com acidose com pH < 6,9; Dose: 50 a 100mmol, diluídos em solução isotônica de 400mL. Objetivo: reduzir o risco de hipocontratilidade cardíaca e arritimias. Obs: atentar-se a chance de hipocalemia durante a administração. Hipofosfatemia leve é um achado comum e geralmente assintomático na CAD. Não está indicado a reposição devido ao risco de hipocalcemia. Apenas em raras situações de extrema depleção, ICC, insuficiência respiratória aguda, hipoxia. (<1) 20-30mEq/L de fosfato monopotássico – 3 a 4mEq/h Hipoglicemia secundaria ao uso inapropriado de insulina; Hipopotassemia devido administração de doses inadequadas de insulina e/ou bicarbonato de sódio; Hiperglicemia secundaria à interrupção da infusão de insulina sem cobertura subcutânea; Hipoxemia; Edema agudo de pulmão e hipercloremia por infusão excessiva de fluídos. Edema cerebral (deve ser tratado com infusão intravascular de manitol a 20%). Jamille Ponte ESTADO HIPERGLICÊMICO HIPEROSMOLAR DEFINIÇÃO FISIOPATOGENIA Complicação metabólica do DM. Caracteriza-se pela hiperglicemia severa, hiperosmolaridade e desidratação na ausência de cetoacidose. Menos frequente que a CAD. Associada a maior morbimortalidade. Ocorre tipicamente em adultos e idosos com DM2 Redução da ação efetiva (insulinorresistência) e/ou nos níveis séricos de insulina circulante (insulinopenia) associado ao aumento nos hormônios contrarreguladores→aumentando a gliconeogênese hepática e renal e diminuindo a utilização periférica de glicose→ resultando em hiperglicemia e mudanças na osmolaridade. Hiperglicemia leva à diurese osmótica e a depleção de volume intravascular→ causando desidratação, redução da taxa de filtração glomerular e alterações hemodinâmicas (hipotensão e choque). O aumento da osmolaridade plasmática e a redução do volume intravascular são responsáveis pelas alterações neurológicas. As alterações metabólicas promovem estresse oxidativo, alterações pró-inflamatórias e pró-coagulantes. A ausência de corpos cetônicos e acidose metabólica na SHH pode ser explicada por níveis séricos de insulina serem insuficientes para a metabolização da glicose, mas podem ser adequados para prevenir a lipólise e subsequente cetogênese. FATORES PRECIPITANTES DIAGNÓSTICO Infecção (urinária e pneumonia as mais frequentes); Eventos cardiovasculares, outras patologias agudas clinicas ou cirúrgicas e/ou uso de medicamentos (glicocorticoides, betabloqueadores, diuréticos tiazídicos, quimioterápicos e antipsicóticos). Histórico de poliúria, polidipsia, fraqueza, turvação visual e declínio progressivo do nível de consciência. Nos quadros mais graves, pode haver sintomas neurológicos focais, convulsões, hipotensão, choque e/ou insuficiência renal aguda. Náuseas e vômitos são incomuns na SHH. Pode ocorrer infecção sem a presença de febre devido à vasodilatação periférica. A hiperglicemia pode ocasionar pseudo-hiponatremia, e o Na+ sérico deve ser corrigido: Na corrigido = Na medido + 0,016 x (glicemia – 100). A hipercalemia é frequentemente observada na admissão, decorrente do efluxo de K+ (potássio) do meio intracelular para o extracelular ocasionado pela deficiência de insulina e hiperosmolaridade sérica Critérios diagnósticos - glicemia > 600 - pH > 7,3 - Bicarbonato sérico > 18 - Corpos cetônicos urinários ou séricos raros - Hidroxibutirato urinário ou sérico < 3 - Osmolaridade sérica efetiva > 320 - Ânion-gap variável - Nível de consciência: estupor ou coma. TRATAMENTO Jamille Ponte
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