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-------------------------------Cetoacidose diabética------------------------------ Definição acidose diabética: - tríade - hiperglicemia, cetose e acidose Definição estado hiperosmolar hiperglicêmico: - Grande elevação da glicemia, hiperosmolaridade e pouca ou nenhuma cetose Conceitos iniciais: ● Afeta principalmente pacientes portadores de DM1 CAD leva a morte por: - Edema cerebral - Hipopotassemia - Hipoglicemia - Os 3 relacionados ao tratamento - Hipofosfatemia - Trombose vneosa periferica - Mucormicose - Rabdomiólise - Pancreatite aguda Epidemiologia - EHH - Adultos e idosos com DM2 - 20% dos casos em menores de 30 anos Fisiopatologia ● Deficiência total ou parcial de insulina associada à liberação excessiva de hormônios contra-reguladores (catecolaminas, cortisol, hormônio do crescimento e glucagon), causando hiperglicemia por diminuição periférica e aumento na produção endógena de glicose ● A ligação das catecolaminas aos receptores beta-adrenérgicos associada a insulinopenia e ao excesso de glucagon levam ao aumento da atividade da lipase tecidual. Essa enzima converte triglicérides em ácidos graxos livres e glicerol. Os adipócitos produzem prostaglandinas que causam vasodilatação, sensação de náusea e dor abdominal, e diminuem a resistência vascular. ● A insulinopenia e o excesso de hormônios contra-reguladores, além de piorarem a hiperglicemia, aumentando a produção hepática de glicose a partir do substrato glicerol, estimulam a cetogênese, utilizando os ácidos graxos livres como substrato metabólico para síntese de corpos cetônicos. O glucagon estimula a produção de cetoácidos e a oxidação dos graxos livres , provenientes da lipólise, em corpos cetônicos. Esses são ácidos orgânicos fortes e esgotam rapidamente a capacidade de tamponamento do organismo, levando à acidose metabólica. ● A hiperglicemia provoca glicosúria e diurese osmótica com perda de água e eletrólitos, resultando, às vezes, em hipovolemia e consequente diminuição da perfusão e do clearance renal, agravando a hiperglicemia. ● A patogênese do estado hiperosmolar hiperglicêmico ainda não é totalmente esclarecida, mas acredita-se que as concentrações de insulina seriam inadequadas para permitir a utilização de glicose pelos tecidos insulinossensíveis, mas suficientes para impedir a lipólise acentuada e subsequente cetogênesse Diagnóstico ● Cetoacidose diabética: glicemia plasmática acima de 250 mg/dL, pH sangüíneo menor que 7,30 e bicarbonato sérico menor que 18 mEq/L ○ Respiração rápida e profunda (respiração de Kussmaul) e o hálito com odor de acetona são sinais característicos da cetoacidose diabética ● Estado hiperosmolar hiperglicemico: Glicemia pode ultrapassar 1.000 mg/dL e a osmolalidade sérica atingir 380 mOsm/kg Fatores precipitantes ● Infecciosos (infecções respiratórias, urinárias ou cutâneas) associa- dos ou não a tratamento insulínico inadequado (20- 49%) ● primo-descompensação ● doenças abdominais (pancreatite, colecistite, apendicite e isquemia mesentérica) ● doenças vasculares (infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral) ● medicações (betabloqueadores, corticosteróides, fenitoína, inibidores de proteases, cocaína e simpatomiméticos) ● outras doenças (Cushing, acromegalia, tireotoxicose, insuficiência renal e feocromocitoma) ● gestação ● cirurgia ● Trauma Quando suspeitar de CAD - DM conhecido com sintomas típicos (polis), sonolência, confusão, infecções, stress agudo, perda de peso aguda, DOR ABDOMINAL (TEM RELAÇÃO COM A ACIDOSE) - Criança/adolescente sem DM conhecido mas com quadro suspeito Exames complementares ● Glicemia, uréia, creatinina, sódio, potássio, osmolalidade, cetonemia, gasometria arterial e cálculo de anion gap. Urina tipo I, hemograma e radiografia podem ser necessários ● É possível que haja leucocitose sem infecção na cetoacidose diabética, em razão da intensa atividade adrenocortical, assim como hiperamilasemia sem pancreatite, induzida pela hiperglicemia. ● A determinação da lipase sérica pode auxiliar no diagnóstico diferencia ● O sódio sérico geralmente é baixo pelo fluxo osmótico de água do espaço intra para o extracelular induzido pela hiperglicemia. ● Na presença de hipertrigliceridemia grave, ele pode estar falsamente reduzido ● A hiperpotassemia é comum, pois o potássio é trocado para o meio extracelular pela insulinopenia, hipertonicidade e acidose. Quando houver hipo ou normopotassemia ao diagnóstico, deve-se intensificar a reposição de potássio, pois existe grave deficiência desse íon. ● Na hipocalemia, a introdução de insulina deve ser adiada até a normalização da potassemia, modificando-se assim o planejamento do tratamento Diagnóstico diferencial ● A cetose de jejum e a cetoacidose alcoólica podem ser distinguidas da cetoacidose diabética pela história e por glicemia e bicarbonato séricos. Tratamento ● Os objetivos do tratamento da cetoacidose diabética e do estado hiperosmolar hiperglicêmico são: cuidados com vias aéreas superiores e, se indicado, o uso de sonda nasogástrica; corrigir desidratação, hiperglicemia e distúrbios hidroeletrolíticos (atenção ao potássio) e ácido-básico; identificar e tratar os fatores precipitantes ● A hidratação restaura o volume intravascular e extracelular, melhora a perfusão tecidual e reduz a ascensão dos hormônios contra-reguladores. A hidratação isolada pode diminuir a glicemia em até 25%. ● A insulinoterapia bloqueia a cetogênese e corrige a hiperglicemia, por isso deve ser utilizada até a reversão da cetonemia. A terapia de escolha nessas condições é a infusão contínua de insulina regular, exceto nos casos de hipocalemia, hipotensão e hipoglicemia. Está indicado a manutenção da insulinoterapia mesmo se a glicemia for < 250 mg/dL, acrescentando-se glicose ao soro. A insulinoterapia deve ser descontinuada somente quando a cetoacidose for corrigida. A transição da insulina endovenosa para subcutânea deve ser gradual, para permitir o início de ação da insulina subcutânea. Em pacientes que já tinham diagnóstico de diabetes, recomenda-se reintroduzir, após a recuperação do quadro agudo, a dose prévia de insulina e monitorizar a glicemia capilar. Se se trata da primeira descompensação, recomenda-se usar insulina na dose aproximada de 0,6 U/kg de peso/dia Critérios para resolução de cetoacidose diabética ● Glicemia < 200 mg/dL, pH arterial > 7,3 e bicarbonato arterial > 18 mEq/L. ● Haverá redução drástica da potassemia pela hidratação, reposição de insulina, correção da acidose e da hipovolemia com necessidade de mensurações frequentes deste íon e eletrocardiogramas seriados para evitar arritmias cardíacas. Em razão desses fatores, o achado de hipocalemia antes do tratamento indica gravidade, pelo maior risco de hipoglicemia e piora da hipopotassemia, portanto a insulina só deve ser iniciada após a reposição vigorosa desse íon. ● O uso de bicarbonato na cetoacidose diabética é controverso, indicado apenas quando o pH < 7,0 ou o bicarbonato sérico < 5 mEq/L. Pode ser necessário repor o fósforo quando houver: disfunção de ventrículo esquerdo, fraqueza muscular, depressão respiratória, arritmias cardíacas, fosfatemia < 1 mg/dL e persistência de estupor após correção da acidose. Deve-se administrar magnésio se os valores de Mg séricos forem meno- res que 1,8 mEq/L ou se houver tetania, e cálcio se a hipocalcemia for sintomática Complicações As complicações mais comuns são: hipoglicemia, em geral causada por tratamentos intempestivos, hipocalemia e hiperglicemia secundária à cessação precoce da insulinoterapia. Outras complicações possíveis: síndrome de angústia respiratória do adulto, tromboembolismo, congestão pulmonar por sobrecarga hídrica, dilatação gástrica aguda e alcalose metabólica paradoxal. O edema cerebral é raro e ocorre nos extremos etá- rios, causado pelo declínio rápido da osmolalidade plasmática durante o tratamento, levando ao movimento osmótico de água para o interior das células do SNC. Nos pacientes de alto risco, a reposição gradual de sódio e água até a melhora donível de consciência e estabili- zação clínica seria uma medida profilática3
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