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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
+       Definir Homeostase e a importância do controle das funções biológicas.
+       Descrever a anatomia e a histologia do sistema nervoso, apresentando os órgãos, células e tecidos envolvidos.
+       Descrever a organização básica do sistema nervoso autônomo, identificando os gânglios autônomos simpáticos, parassimpáticos e o nervo vago.
+       Descrever a anatomia e a histologia dos órgãos e tecidos do sistema endócrino responsáveis pela manutenção das funções biológicas (tireóide, supra-renais, hipófise, hipotálamo).
+       Compreender o papel integrativo do sistema nervoso, funções do sistema nervoso, tipos de comunicação celular (autócrina, neurócrina, parácrina, endócrina).
+       Discutir potencial de ação na célula nervosa.
+        Caracterizar os tipos de sinapses, neurotransmissores e neuromoduladores.
+       Caracterizar o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
+       Discutir sobre o papel do sistema nervoso e endócrino no controle da homeostasia corporal.
+       Discutir sobre a importância do estilo de vida na promoção da saúde, da atividade física, alimentação, das relações de trabalho e estresse e da utilização de medicamentos sem prescrição médica (e os efeitos colaterais no organismo).
+       Discutir acerca da atuação e comunicação do profissional médico na assistência à saúde do sistema público e privado de saúde.
+       Destacar a importância do olhar orientado para a integralidade do cuidado, considerando todas as dimensões no mapeamento de necessidades e elaboração de planos de cuidado.
+       Definir Homeostase e a importância do controle das funções biológicas.
Definição:
A homeostase, termo criado por Walter Cannon, pode ser definida como a habilidade de manter o meio interno em um equilíbrio quase constante, independentemente das alterações que ocorram no ambiente externo. O meio interno, por sua vez, é definido como os fluidos que circulam pelas nossas células, o chamado líquido intersticial.
Importância:
CONTROLE GLICÊMICO
Numa pessoa saudável, a glicemia é controlada por dois hormônios: insulina e glucagon. No período pós prandial, há um estímulo das células beta pancreáticas a secretarem insulina, que media a utilização da glicose pelas células corporais (musculares e adipócitos), além de fazer com que a glicose seja convertida em glicogênio – molécula armazenadora no fígado. Com isso, há uma redução da glicemia.
O glucagon faz o oposto: aumenta a concentração de glicose no sangue. Ele é liberado pelas células alfa em períodos de jejum e age no fígado, promovendo a quebra do glicogênio em glicose.
O diabetes uma doença envolvendo um defeito na retroalimentação da insulina. O paciente tem um pâncreas disfuncional que não produz insulina suficiente (diabetes tipo I) ou as células periféricas não respondem bem à insulina (diabetes tipo 2). Com isso, o corpo não consegue reduzir a glicose sérica.
CONTROLE DA TEMPERATURA
O centro regulador da temperatura corporal fica no hipotálamo e recebe sinais dos receptores periféricos com relação à temperatura corporal.
Por exemplo, após um exercício físico intenso a temperatura corporal aumenta e, para manter nos valores basais, o fluxo sanguíneo na pele aumenta para acelerar a perda de calor, além da sudorese que ajuda a diminuir a temperatura.
Quando a temperatura ambiente está fria, os mecanismos ativados para aumentar a temperatura são opostos aos citados anteriormente. O fluxo sanguíneo na pele diminui e a indivíduo começa a tremer para que os músculos gerem mais calor. Além disso, os pelos ficam arrepiados e há um aumento da liberação hormonal para o aumento da produção de calor corporal.
O PARTO
N expulsar o bebê
Neste momento, ocorre um ciclo de retroalimentação positiva. A cabeça do bebê é pressionada contra o cérvix, estimulando a inervação local que manda sinais para o sistema nervoso central e estimula a liberação de ocitocina pela hipófise. Este hormônio aumenta as contrações uterinas e, consequentemente, a pressão no cérvix. Com isso, há ainda mais um estímulo para secreção de ocitocina e cada vez mais as contrações ficam mais fortes.
Em resumo:
Todos os órgãos e tecidos do corpo humano executam funções que contribuem para manter essas condições relativamente constantes. Os processos encarregados de sustentar essa homeostase são mecanismos de regulação, e seu estudo constitui um dos principais objetivos da Fisiologia. Grande parte dos sistemas de órgãos de um organismo está destinada a conservar sua homeostase. Assim, o sistema digestório mantém a constituição do meio interno por meio da ingestão, digestão e absorção de alimentos como carboidratos, proteínas e gorduras, importantes para a constância dos níveis extracelulares de glicose, aminoácidos e ácidos graxos, por exemplo. O sistema endócrino contribui PRINCIPALMENTE para a manutenção da disponibilidade de substratos energéticos (glicose, ácidos graxos) e do equilíbrio hidroelétrico, entre muitas outras funções. O sistema respiratório mantém a homeostase do gás oxigênio e do gás carbônico no meio interno. O rim é um órgão homeostático por excelência, mantendo o nível interno de grande numero de componentes, incluindo concentração de íons, osmolidade, pH etc.
+       Descrever a anatomia e a histologia do sistema nervoso, apresentando os órgãos, células e tecidos envolvidos.
(IMPRESSO)
+       Descrever a organização básica do sistema nervoso autônomo, identificando os gânglios autônomos simpáticos, parassimpáticos e o nervo vago.
(IMPRESSO)
+       Descrever a anatomia e a histologia dos órgãos e tecidos do sistema endócrino responsáveis pela manutenção das funções biológicas (tireóide, supra-renais, hipófise, hipotálamo).
(IMPRESSO)
+       Compreender o papel integrativo do sistema nervoso, funções do sistema nervoso, tipos de comunicação celular (autócrina, neurócrina, parácrina, endócrina).
Funções do sistema nervoso:
O sistema nervoso apresenta três funções básicas:
- Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC;
Muitas atividades do sistema nervoso se iniciam pelas experiências sensoriais que excitam os receptores sensoriais, sejam os receptores visuais nos olhos, os receptores auditivos nos ouvidos, os receptores táteis na superfície do corpo, ou receptores de outros tipos. Essas experiências sensoriais podem provocar reações cerebrais imediatas ou essas informações podem ser armazenadas no cérebro, sob a forma de memória, por minutos, semanas, ou anos, e determinar reações do organismo em data futura.
A Figura 45-2 mostra a porção somática do sistema sensorial, que transmite informação sensorial vinda de receptores localizados em toda a superfície do corpo e de algumas estruturas profundas. Essa informação chega ao sistema nervoso central pelos nervos periféricos e é conduzida imediatamente para múltiplas áreas sensoriais localizadas: (1) em todos os níveis da medula espinhal; (2) na formação reticular do bulbo, da ponte e do mesencéfalo; (3) no cerebelo; (4) no tálamo; e (5) em áreas do córtex cerebral.
  
- Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada;
Processamento de Informações — Função "Integrativa" do Sistema Nervoso
Uma das mais importantes funções do sistema nervoso é a de processar a informação aferente, de modo que sejam efetuadas respostas mentais e motoras apropriadas. Mais de 99% de toda a informação sensorial é descartada pelo cérebro como irrelevante e sem importância. Por exemplo, em geral, não percebemos as partes do corpo que estão em contato com nossas vestimentas, assim como a pressão que a cadeira exerce sobre o nosso corpo quando sentamos. Da mesma forma, a atenção é atraída apenas para objeto ocasional em nosso campo de visão e mesmo o ruído perpétuo que nos cerca é normalmente relegado ao subconsciente.
Mas, quando importante informação sensorial excita nossa mente, esta é imediatamente canalizada para regiões integrativas e motoras apropriadas do cérebro, para poder provocarrespostas desejadas. Tanto a canalização, quanto o
processamento da informação, são chamados de funções integrativas do sistema nervoso. Assim, se a pessoa encostar a mão em fogão quente, a resposta instantânea adequada é a de afastar a mão. Seguem-se outras respostas associadas, como mover o corpo inteiro para longe do fogão, e talvez
até gritar de dor
  
- Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC.
Tipos de comunicação celular (autócrina, neurócrina, parácrina, endócrina):
Sinalização autócrina - Na sinalização autócrina, um sinal celular por sí só, liberando um ligante que se liga a receptores em sua própria superfície (ou, dependendo do tipo de sinal, em receptores dentro da célula). Isto pode parecer uma coisa estranha para a célula fazer, mas a sinalização autócrina tem papel importante em muitos processos.
Por exemplo, a sinalização autócrina é importante durante o desenvolvimento, ajudando as células a assumir e reforçar suas identidades corretas. Do ponto de vista médico, a sinalização autócrina é importante no câncer e acredita-se que tenha papel chave na metástase (a difusão do câncer do seu local de origem para outras partes do corpo. Em muitos casos, um sinal pode ter tanto efeitos autócrinos quanto parácrinos, ligando-se à célula que envia o sinal bem como a outras células semelhantes na região.
Comunicação neurócrina – Semelhantemente à parácrina, essa comunicação ocorre entre células próximas. A diferença existe no tipo de ligação, tendo em vista que a comunicação neurócrina somente liga uma célula nervosa a outra, ou a uma célula muscular. O mecanismo básico é a sinapse (neuro-neuronal ou neuro-muscular).
Sinalização parácrina - Muitas vezes, as células que estão perto uma da outra se comunicam por meio da liberação de mensageiros químicos (ligantes que podem difundir-se através do espaço entre as células). Esse tipo de sinalização, na qual as células se comunicam em distâncias relativamente curtas, é conhecida como sinalização parácrina.
A sinalização parácrina permite que células coordenem localmente atividades com suas células vizinhas. Embora elas sejam usadas em muitos tecidos e contextos diferentes, sinais parácrinos são especialmente importantes durante o desenvolvimento, quando permitem que um grupo de células comunique a um grupo de células vizinhas, qual identidade devem assumir. 
[Exemplo: desenvolvimento da medula óssea]
Sinalização endócrina
Quando células precisam transmitir sinais por longas distâncias, elas muitas vezes usam o sistema circulatório como uma rede de distribuição para as mensagens que elas enviam. Na sinalização endócrina de longa distância, os sinais são produzidos por células especializadas e liberados na corrente sanguínea, que transporta estes sinais para as células alvo em partes distantes do corpo. Sinais que são produzidos em uma parte do corpo e viajam através da circulação para atingir alvos distantes, são conhecidos como hormônios.
Em humanos, glândulas endócrinas que liberam hormônios incluem a tireóide, o hipotálamo, e a pituitária, assim como as gônadas (testículos e ovários) e o pâncreas. Cada glândula endócrina libera um ou mais tipos de hormônios, muitos dos quais são reguladores principais do desenvolvimento e da fisiologia.
Por exemplo, a hipófise libera hormônio do crescimento (GH), que promove crescimento, particularmente do esqueleto e da cartilagem. Como a maioria dos hormônios, o GH afeta muitos tipos diferentes de células por todo o corpo. No entanto, as células cartilaginosas são um exemplo de como o GH funciona: ele se liga aos receptores na superfície dessas células estimulando-as a se dividirem.
+       Discutir potencial de ação na célula nervosa.
Antes de falarmos do potencial de ação (PA) em si, precisamos falar sobre como essa célula está antes de iniciar o PA.
Quando a célula não está transmitindo nenhum impulso, ela se encontra em seu potencial de repouso, também conhecido como potencial de membrana.
Esse potencial é marcado por uma eletronegatividade intracelular, que varia nas diferentes células do nosso organismo. Ao contrário do meio intracelular, o meio extracelular é positivo.
Essa variação forma o DDP – Diferença de Potencial Elétrico, que existe quando a célula está em repouso. Hoje, vamos utilizar como exemplo uma célula neuronal.
Em neurônios, a eletronegatividade intracelular se encontra por volta de – 70 mv. Esses valores são diferentes entre as diversas células, mas, o meio intracelular é negativo, e o extracelular é positivo.
Os valores estão dentro dessas características.
Importância dos Neurônios
Os neurônios, presentes em células excitáveis, estão relacionados com a propagação do impulso nervoso, que é uma onda de despolarizações e repolarizações que se propaga ao longo da membrana plasmática do neurônio. 
No nosso corpo possuímos neurônios de fibras aferentes que são sensitivos, que conduzem impulsos nervosos dos órgãos para o sistema nervoso central (SNC).
E possuímos também as fibras eferentes que são motoras, e conduzem os impulsos nervosos do SNC para o Sistema Nervoso Periférico. 
Íons importantes
Temos envolvidos tanto no potencial de ação quanto no potencial de repouso, dois íons muito importantes que você não pode se esquecer: K+ e Na+.
Acredito que você já saiba dessa relação entre as concentrações desses íons essenciais, mas vamos recordar. O K+ é um íon que predomina no meio intracelular, enquanto o Na+ predomina no meio extracelular.
Gradiente de Concentração e Gradiente Elétrico
Temos dois conceitos importantes na bioeletrogênese, o gradiente de concentração e o gradiente elétrico.
O gradiente de concentração como o próprio nome já diz, se dá pela diferença de concentração, ou seja, os íons movimentam-se do local mais concentrado para o local menos concentrado.
Já o gradiente elétrico, tem como fundamento a variação de negatividade. O meio intracelular é o meio mais negativo, como já falamos, portanto ele estimula entrada de íons positivos, uma vez que o meio extracelular é positivo, e os íons movimentam-se do local mais positivo para o local mais negativo.
E quem mantém esse potencial de repouso? No potencial de repouso o íon que possui maior influência é o potássio (K+), pois possui alta permeabilidade por canais de vazamento que permitem sua livre movimentação entre o meio intra e extracelular.
Mas essa movimentação tem uma razão. Falamos que, existem um gradiente de concentração e um gradiente elétrico. O gradiente de concentração, é aquele que determina a difusão passiva dos íons, e no caso do potencial de repouso, ele estimula o efluxo de , ou seja, a saída do mesmo em direção do meio extracelular.
Porém, há um gradiente elétrico, e como também já conversamos, esse gradiente pode facilitar ou dificultar a difusão, como ocorre no potencial de repouso em que ele promove uma força contrária ao gradiente de concentração.
Por estar saindo , pelo gradiente de concentração, o meio intracelular vai se tornando cada vez mais negativo, e então o gradiente elétrico impede a saída de potássio K+, que é uma carga positiva, pois possui alta permeabilidade por canais de vazamento que permitem sua livre movimentação entre o meio intra e extracelular.
Mas essa movimentação tem uma razão. Falamos que, existem um gradiente de concentração e um gradiente elétrico. O gradiente de concentração, é aquele que determina a difusão passiva dos íons, e no caso do potencial de repouso, ele estimula o efluxo de , ou seja, a saída do mesmo em direção do meio extracelular.
Porém, há um gradiente elétrico, e como também já conversamos, esse gradiente pode facilitar ou dificultar a difusão, como ocorre no potencial de repouso em que ele promove uma força contrária ao gradiente de concentração.
Por estar saindo , pelo gradiente de concentração, o meio intracelular vai se tornando cada vez mais negativo, e então o gradiente elétrico impede a saída de potássio, que é uma carga positiva.
Falamos aqui de situações e valoresfisiológicos, mas já comece a imaginar o que poderia acontecer se esses valores estivessem alterados.
Por que quem predomina no potencial de repouso é o K+?
Com certeza há uma explicação para isso, afinal, não foi uma escolha aleatória, ao acaso. Temos um potencial, conhecido como potencial de equilíbrio, valor no qual o íon está em equilíbrio eletroquímico.
O potencial de equilíbrio do é – 94 mv. Já o potencial de equilíbrio do é + 61 mv.
O potencial de repouso está próximo de – 70 mv.
Quem está mais próximo do potencial de repouso? Claramente o K+. Por essa razão é ele quem determina o potencial de repouso, pois o potencial de equilíbrio dele está muito mais próximo do potencial de repouso, comparado ao Na+.
Agora, que já sabemos como a célula se encontra quando em repouso, podemos falar sobre o potencial de ação.
Potencial de ação
As primeiras descobertas a respeito do potencial de ação surgiram por volta de 200 anos d.C., por Claudius Galenus, que corroborava com Aristóteles, que dizia que dos vasos sanguíneos cerebrais derivavam a psychic pneuma, spiritus animalis, ou atividade neural, como já sabemos hoje.
Muitos anos se passaram, muitos estudos foram realizados, alguns inclusive premiados com Prêmio Nobel, inclusive em 1991, um estudo com isolamento de um único canal dependente de tensão elétrica de músculos denervados, foi premiado.
Se você for buscar o histórico dos estudos a respeito de potencial de ação vai perceber como o caminho foi longo, já são cerca de 1800 anos desde a primeira descoberta. Fica a dica de leitura!
Mas afinal, o que é o potencial de ação?
O potencial de ação nada mais é do que a capacidade das células conduzirem sinais elétricos e assim conduzirem informações umas as outras, sendo crucial para a sobrevivência.
No potencial de ação há uma inversão, uma mudança abrupta e transitória do potencial elétrico de repouso da célula excitável, onde a célula passa de – 70 mv a + 30 mv, ocorrendo uma ampla despolarização do potencial elétrico dessa célula.
Essa despolarização é causada por transientes iônicos através da membrana frente à estímulos que atinjam o limiar de excitabilidade da célula.
Assim como no potencial de repouso, no potencial de ação também há um íon que “domina”, e esse íon é o Na+.
No potencial de ação, há uma alta permeabilidade à passagem de sódio, pois, os canais PDC (canais dependentes de voltagem) de sódio se abrem, e então há um grande influxo de , fazendo com que a célula se torna menos negativa (positiva), e assim despolarize desencadeando o PA.
Então um potencial de ação é disparado dentro de um princípio denominado lei do tudo ou nada.
O potencial de ação ocorre quando o estímulo é suficiente para atingir o limiar de excitabilidade e dessa forma gerar a despolarização da membrana e propagação do impulso nervoso.
Portanto, fica claro que se o estímulo não atinge esse limiar, nada ocorre. 
O potencial de ação se caracteriza por três etapas distintas: Despolarização, repolarização e hiperpolarização. 
Figura 1: Potencial de Ação
Vamos por etapas.
Inicialmente a célula está em repouso (- 70 mv), há movimentação de íons potássio, pelos canais de vazamento, mas praticamente não há movimentação de íons Na+, pois os canais PDC de Na+ estão fechados.
Alguma alteração ou perturbação ocorre, e então os canais PDC de Na+ que estavam fechados se abrem, havendo influxo de sódio na célula devido aos gradientes de concentração e gradiente elétrico, lembre-se do que já conversamos, há mais sódio no meio extracelular, portanto na primeira oportunidade que tem e Na+ entra na célula, onde as concentrações são muito menores.
Além disso, o meio intracelular é eletronegativo, o Na+ é um íon de carga positiva, e da mesma forma que ocorre no gradiente de concentração, a tentativa do nosso organismo é equiparar, e o então entra na célula tornando-a cada vez menos negativa.
Se a quantidade de sódio for suficiente para atingir o limiar de excitabilidade, cerca de – 55 mv, diferença de 15 mv, e conforme a lei do tudo ou nada, ao atingir o limiar essa célula despolariza.
Os canais PDC de sódio permitem a passagem rápida de sódio, e então observa-se uma despolarização rápida, atingindo + 30 mv.
Ao chegar nesse pico de + 30 mv, o gradiente de concentração e o gradiente elétrico se igualam; os canais PDC de sódio começam a se inativar, e nesse momento não respondem a outro estímulo elétrico; começam a abrir os canais de potássio, que são canais de cinética lenta, demoram para abrir e demoram para fechar.
Ao serem abertos os canais de potássio, a célula entra no processo de repolarização, onde ele volta a sua negatividade, pela saída de da mesma.
Como dito, esses canais de são de cinética lenta, então eles demoram a se fechar, e a célula hiperpolariza, ou seja, fica mais negativa do que em seu potencial de repouso.
Ao chegar nessa fase de hiperpolarização, os canais de se fecham, e começa atuar a bomba de Na+/ / K+ ATPase, uma bomba que atua contra o gradiente de concentração, é um transporte ativo e com gasto de ATP, e assim faz com que a célula retorne a sua eletronegatividade normal, ao seu potencial de repouso.
Alterações nas concentrações dos íons K+ e Na+
Vimos assim que, o potencial de ação está relacionado à despolarização da membrana ocasionada pela entrada de sódio na célula, certo?
Algumas situações como dieta pobre em sal, diarreia, ou até mesmo hidratação excessiva podem levar ao quadro de hiponatremia.
O que você acha que pode acontecer em uma situação de redução das concentrações extracelulares de sódio? Isso mesmo que você pensou, dificulta a geração de PA, e isso interfere em todo o organismo.
Os principais sintomas são letargia, apatia, desorientação e agitação. Se for uma hiponatremia (redução de sódio) grave, o paciente pode chegar a quadros de hiporreflexia profunda, convulsões.
O inverso também pode ocorrer: aumento das concentrações extracelulares de sódio, e com isso há maior facilidade em geração de PA, ocasionando estado de hipernatremia que pode cursar com sede, hiperreflexia, excitação, delírio e coma com espasmos musculares.
Estados de alteração da concentração de potássio também podem ocorrer, principalmente em situações de diarreia, poliúria abundante e persistente.
A diminuição de potássio extracelular, no estado de hipocalemia ou hipopotassemia, provoca uma hiperpolarização da célula uma vez que o potássio se desloca pelo gradiente de concentração, e então vai para o local de menor concentração.
Isso torna muito mais difícil a geração de PA. O paciente apresenta uma astenia intensa, com diminuição da força muscular, redução ou ausência de reflexos, extremidades flácidas, e até mesmo alterações eletrocardiográficas.
Já no estado de hipercalemia, que pode ser ocasionado por grandes queimaduras, esmagamentos e acidose, o que acontece é que uma quantidade menor de potássio do meio intracelular vai para o meio extracelular pois não há gradiente de concentração favorável a essa movimentação.
Então a célula se torna menos negativa, e mais excitável – fica mais fácil gerar o PA. O estado clínico do paciente se inicia com fraqueza muscular, contrações musculares espontâneas, e evolui para paralisia muscular.
Isso ocorre pois a frequência de geração de PA está aumentada, e com esse excesso de excitação os canais PDC de sódio acabam se inativando, e não respondem a estímulos.
Os potenciais de repouso e de ação, portanto, são essenciais ao correto funcionamento de nosso organismo, e se intercalam o tempo todo.
A partir do repouso diversas alterações ocorrem mediante um estímulo, e então gera-se o potencial de ação.
Toda essa dinâmica pode ser alterada, como acabamos de ver, por alterações iônicas, e essas alterações são mais comuns do que podemos imaginar, uma vez que eventos como quadros diarreicos ou êmese intensa, podem levar a esses distúrbios hidroeletrolíticos.
+        Caracterizar os tipos de sinapses, neurotransmissores e neuromoduladores.
Sinapses
Sinapse  é um tipo de junção especializada em que um terminal axonal faz contato com outro neurônioou tipo celular. As sinapses podem ser elétricas ou químicas (maioria). 
Sinapses elétricas
As sinapses elétricas, mais simples e evolutivamente antigas, permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para outra. Ocorrem em sítios especializados denominados junções gap ou junções comunicantes. Nesses tipos de junções as membranas pré-sinápticas (do axônio - transmissoras do impulso nervoso) e pós-sinápticas (do dendrito ou corpo celular - receptoras do impulso nervoso) estão separadas por apenas 3 nm. Essa estreita fenda é ainda atravessada por proteínas especiais denominadas conexinas. Seis conexinas reunidas formam um canal denominado conexon, o qual permite que íons passem diretamente do citoplasma de uma célula para o de outra. A maioria das junções gap permite que a corrente iônica passe adequadamente em ambos os sentidos, sendo desta forma, bidirecionais. 
 
Imagem: BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso. Porto  Alegre 2ª ed, Artmed Editora, 2002.
 
Em invertebrados, as sinapses elétricas são comumente encontradas em circuitos neuronais que medeiam respostas de fuga. Em mamíferos adultos, esses tipos de sinapses são raras, ocorrendo frequentemente entre neurônios nos estágios iniciais da embriogênese. 
Sinapses químicas
Via de regra, a transmissão sináptica no sistema nervoso humano maduro é química. As membranas pré e pós-sinápticas são separadas por uma fenda com largura de 20 a 50 nm - a fenda sináptica. A passagem do impulso nervoso nessa região é feita, então,  por substâncias químicas: os neuro-hormônios, também chamados mediadores químicos ou neurotransmissores, liberados na fenda sináptica. O terminal axonal típico contém dúzias de pequenas vesículas membranosas esféricas que armazenam neurotransmissores - as vesículas sinápticas. A membrana dendrítica relacionada com as sinapses (pós-sináptica) apresenta moléculas de proteínas especializadas na detecção dos neurotransmissores na fenda sináptica - os receptores. Por isso, a transmissão do impulso nervoso ocorre sempre do axônio de um neurônio para o dendrito ou corpo celular do neurônio seguinte.  Podemos dizer então que nas sinapses químicas, a informação que viaja na forma de impulsos elétricos ao longo de um axônio é convertida, no terminal axonal, em um sinal químico que atravessa a fenda sináptica. Na membrana pós-sináptica, este sinal químico é convertido novamente em sinal elétrico.
 
Como o citoplasma dos axônios, inclusive do terminal axonal, não possui ribossomos, necessários à síntese de proteínas, as proteínas axonais são sintetizadas no soma (corpo celular), empacotadas em vesículas membranosas e transportadas até o axônio pela ação de uma proteína chamada cinesina, a qual se desloca sobre os microtúbulos, com gasto de ATP. Esse transporte ao longo do axônio é denominado transporte axoplasmático e, como a cinesina só desloca material do soma para o terminal, todo movimento de material neste sentido é chamado de transporte anterógrado. Além do transporte anterógrado, há um mecanismo para o deslocamento de material no axônio no sentido oposto, indo do terminal para o soma. Acredita-se que este processo envia sinais para o soma sobre as mudanças nas necessidades metabólicas do terminal axonal. O movimento neste sentido é chamado transporte retrógrado.
As sinapses químicas também ocorrem nas junções entre as terminações dos axônios e os músculos; essas junções são chamadas placas motoras ou junções neuro-musculares.  
Imagem: CÉSAR & CEZAR. Biologia 2. São Paulo, Ed Saraiva, 2002
 
Por meio das sinapses, um neurônio pode passar mensagens (impulsos nervosos) para centenas ou até milhares de neurônios diferentes.
Neurotransmissores
A maioria dos neurotransmissores situa-se em três categorias: aminoácidos, aminas e peptídeos. Os neurotransmissores aminoácidos e aminas são pequenas moléculas orgânicas com pelo menos um átomo de nitrogênio, armazenadas e liberadas em vesículas sinápticas. Sua síntese ocorre no terminal axonal a partir de precursores metabólicos ali presentes. As enzimas envolvidas na síntese de tais neurotransmissores são produzidas no soma (corpo celular do neurônio) e transportadas até o terminal axonal e, neste local, rapidamente dirigem a síntese desses mediadores químicos. Uma vez sintetizados, os neurotransmissores aminoácidos e aminas são levados para as vesículas sinápticas que liberam seus conteúdos por exocitose. Nesse processo, a membrana da vesícula funde-se com a membrana pré-sináptica, permitindo que os conteúdos sejam liberados. A membrana vesicular é posteriormente recuperada por endocitose e a vesícula reciclada é recarregada com neurotransmissores. 
Os neurotransmissores peptídeos constituem-se de grandes moléculas armazenadas e liberadas em grânulos secretores. A síntese dos neurotransmissores peptídicos ocorre no retículo endoplasmático rugoso do soma. Após serem sintetizados, são clivados no complexo de golgi, transformando-se em neurotransmissores ativos,  que são secretados em grânulos secretores e transportados ao terminal axonal (transporte anterógrado) para serem liberados na fenda sináptica.
Diferentes neurônios no SNC liberam também diferentes neurotransmissores. A transmissão sináptica rápida na maioria das sinapses do SNC é mediada pelos neurotransmissores aminoácidos glutamato (GLU), gama-aminobutírico (GABA) e glicina (GLI). A amina acetilcolina medeia a transmissão sináptica rápida em todas as junções neuromusculares. As formas mais lentas de transmissão sináptica no SNC e na periferia são mediadas por neurotransmissores das três categorias.
O glutamato e a glicina estão entre os 20 aminoácidos que constituem os blocos construtores das proteínas. Consequentemente, são abundantes em todas as células do corpo. Em contraste, o GABA e as aminas são produzidos apenas pelos neurônios que os liberam.
O mediador químico adrenalina, além de servir como neurotransmissor no encéfalo,  também é liberado pela glândula adrenal para a circulação sanguínea.
Abaixo são citadas as funções específicas de alguns neurotransmissores.
·  endorfinas e encefalinas: bloqueiam a dor, agindo naturalmente no corpo como analgésicos.
·  dopamina: neurotransmissor inibitório derivado da tirosina. Produz sensações de satisfação e prazer. Os neurônios dopaminérgicos podem ser divididos em três subgrupos com diferentes funções. O primeiro grupo regula os movimentos: uma deficiência de dopamina neste sistema provoca a doença de Parkinson, caracterizada por tremuras, inflexibilidade, e outras desordens motoras, e em fases avançadas pode verificar-se demência. O segundo grupo, o mesolímbico, funciona na regulação do comportamento emocional. O terceiro grupo, o mesocortical, projeta-se apenas para o córtex pré-frontal. Esta área do córtex está envolvida em várias funções cognitivas, memória, planejamento de comportamento e pensamento abstrato, assim como em aspectos emocionais, especialmente relacionados com o stress. Distúrbios nos dois últimos sistemas estão associados com a esquizofrenia.
·  Serotonina: neurotransmissor derivado do triptofano, regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas. Atualmente vem sendo intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância no espaço entre um neurônio e outro. Tem efeito inibidor da conduta e modulador geral da atividade psíquica. Influi sobre quase todas as funções cerebrais, inibindo-a de forma direta ou estimulando o sistema GABA.
·  GABA (ácido gama-aminobutirico): principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ele está presente em quase todas as regiões do cérebro, embora sua concentração varie conforme a região. Está envolvido com os processos de ansiedade. Seu efeito ansiolítico seria fruto de alterações provocadas em diversasestruturas do sistema límbico, inclusive a amígdala e o hipocampo. A inibição da síntese do GABA ou o bloqueio de seus neurotransmissores no SNC, resultam em estimulação intensa, manifestada através de convulsões generalizadas.
·  Ácido glutâmico ou glutamato: principal neurotransmissor estimulador do SNC. A sua ativação aumenta a sensibilidade aos estímulos dos outros neurotransmissores.
Neuromoduladores
Neuromoduladores são mensageiros liberados por neurônios no sistema nervoso periférico ou central, e normalmente afetam grupos de células com receptores apropriados para esse tipo de mensageiro, células essas que chamamos de alvo. A liberação é realizada por um neurônio e seu local de ação pode ser próximo ou distante da região liberada, e frequentemente este tipo de substância atua como segundo mensageiro.
Os neuromoduladores são substâncias que possuem a capacidade de prolongar ou reduzir o efeito de um neurotransmissor, ou seja, podem modular a excitabilidade de uma membrana, e normalmente atuam em conjunto com os neurotransmissores porém sem alterar a essência de sua transmissão. Neuromoduladores, podem também, ativar vias de sinalização molecular no neurônio pós sináptico, influenciando a transmissão sináptica de modo indireto.
A produção desses moduladores é realizada no retículo endoplasmático rugoso presente no corpo celular dos neurônios, já a produção de neurotransmissores geralmente se dá no citoplasma do corpo celular. Em geral os neuromoduladores são peptídeos, lipídios ou gases, esses quando peptídeos possuem precursores com alto peso molecular, após estes são clivados em polipeptídeos e armazenados para futura secreção como exemplo de moduladores peptídicos temos a gastrina, colecistocinina (CCK), os hormônios da neuro-hipófise como a vasopressina e ocitocina, as insulinas, os opioides como as encefalinas, nociceptinas, dinorfinas e as endorfinas, as secretinas dentre elas temos o glucagon, secretina e o peptídeo intestinal vasoativo, as somatostatinas, e as taquicininas como a substância P e a substância K.
No caso de neuromoduladores gasosos temos o óxido nítrico (NO) e o monóxido de carbono (CO), que são normalmente produzidos em terminais sinápticos por enzimas e possuem a capacidade de atravessar livremente as membranas por difusão simples, sendo assim não são estocadas em vesículas ou grânulos, pois sua ação é praticamente dada após sua produção. Dentre os lipídicos temos os endocanabinóides como a anandamida e o 2-araquidonoilglicerol (2AG) esses imitam a ação de compostos presentes na cannabis, os canabinóides.
Os neuromoduladores lipídicos e gasosos são diferenciados pois agem como mensageiros retrógrados, e têm em comum a propriedade de atravessar livremente membranas plasmáticas devido suas características lipofílicas, quando são sintetizados se difundem em diversas direções exercendo suas ações em células próximas de maneira imediata, por ativação ou bloqueio de receptores ou em vias bioquímicas .
+       Caracterizar o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
Eixo hipotálamo-pituitária-adrenal
Em seres humanos e outros animais complexos, a alostase requer a ação coordenada de uma ampla gama de sistemas e respostas, incluindo raciocínio, emoções, comportamento, sistema nervoso autônomo, sistema endócrino e sistema imune. O hipotálamo pode ser visto como o principal elo entre todas essas respostas, e o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) como o principal braço executivo das respostas hormonais aos eventos que ameaçam a homeostase. Definir estresse do ponto de vista psicológico, social ou antropológico é um grande desafio, mas do ponto de vista endocrinológico não poderia ser mais fácil: estresse é tudo aquilo que ativa o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA). Se um estímulo é classificado como estressante, e o quanto ele é estressante, isso depende de uma complexa equação que envolve fatores culturais, experiências prévias, autoimagem, cálculos subconscientes sobre nossa capacidade de lidar com o problema, status momentâneo de cada um de nossos sistemas, a interação entre esses sistemas, e a relação deles com o ambiente, e entre (virtualmente infinitos) outros fatores. 
Como vimos, o hipotálamo recebe influências de um grande número de fontes, incluindo informações vindas diretamente do ambiente (luz, olfato, temperatura, etc.), informações que trafegam pelo sangue (hormônios e outras substâncias vindas das vísceras, sistema imune e de, virtualmente, todo o corpo) e informações nervosas vindas de todas as outras áreas do cérebro, em especial do resto do sistema límbico e do telencéfalo. Podemos imaginar como ele funciona se visualizarmos cada uma das influências que recebe e imprimindo, em tempo real, um estímulo positivo ou negativo sobre ele. O principal efeito final (em relação à resposta ao estresse) é a produção maior ou menor de CRH (do inglês, hormônio estimulador de liberação de corticotropina). Eventos estressantes, físicos ou psicológicos, estimulam a produção de CRH, que estimula a pituitária a produzir ACTH (do inglês, hormônio adreno-corticotrófico) que, por sua vez, estimula as glândulas adrenais (também chamadas de supra-renais) a produzir cortisona (figura 9). A cortisona produz uma ampla gama de ações que, juntas, tentam preparar o organismo para lidar com a situação que está gerando o estresse: efeito anti-inflamatório e analgésico (evitando que a dor e inflamação impeçam a ação), mobilização dos estoques de glicose e o estímulo a sua produção pelo fígado (garantindo que cérebro e músculos tenham energia disponível para a reação), diminuição da diurese (aumentando o volume sanguíneo para o caso de perdas), aumento da pressão arterial (garantindo a irrigação sanguínea de cérebro e músculos), aumento da capacidade do fígado em destruir substâncias toxicas, estímulo aos estados de vigília e ativação do cérebro, além de promoção da criação de memórias duradoras a partir do evento estressante (melhorando a capacidade de lidar com tais eventos, caso eles venham a se repetir no futuro). Esse conjunto de ações é bastante adaptativo em curto prazo. Veremos mais adiante que, em longo prazo, a produção crônica de cortisol leva a uma série de outras mudanças, a maioria delas, indesejadas.
Figura 9: Eixo Hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA). CRH=Gonadotropin-releasing hormone (hormônio liberador de gonadotrofina), ACTH=Adrenocorticotropic hormone (hormônio adrenocorticotrófico).
O próprio CRH, independentemente do ACTH e da cortisona, produz múltiplas ações fisiológicas. Além do hipotálamo, células por todo o corpo fabricam tal substância e também possuem receptores para ela, um grande número delas no sistema imune. Nesse sistema, o CRH promove a secreção de uma série de citoquinas (hormônios reguladores da imunidade) que irão promover a reprodução, ativação e maturação de células de defesa [119]. 
Existem 2 tipos de receptores de CRH. O tipo 2 é mais abundante fora do sistema nervoso, enquanto o tipo 1 é encontrado predominantemente no cérebro. O sistema límbico expressa uma peculiar quantidade desse receptor, o que sugere uma influência direta do CRH no comportamento. Além do hipotálamo, outras áreas do sistema límbico também produzem CRH. A injeção de CRH dentro do líquor (líquido que envolve o cérebro) de camundongos resulta na liberação de adrenalina, elevação de glicose no sangue, elevação da pressão sanguínea e batimentos cardíacos, diminuição de secreção de ácidos pelo estômago e também alterações de comportamento (animais se alimentam menos, ficam mais ativos, agitados e agressivos) [120]. Em humanos, administrar CRH no sangue leva ao despertar e diminui o tempo de sono profundo [121]. Em ratos, ele ainda reduz a receptividade das fêmeas e diminui os hormônios sexuais. A amigdala, uma das principais estruturas do sistema límbico, expressa altos níveis de receptores de CRH e é essencial para a construção de respostas emocionais, especialmente o medo [122]. O conjunto dessas ações, como no caso da cortisona, visa, claramente, aumentar as chances de sucessofrente a um evento estressante.
+       Discutir sobre o papel do sistema nervoso e endócrino no controle da homeostasia corporal.
+       Discutir sobre a importância do estilo de vida na promoção da saúde, da atividade física, alimentação, das relações de trabalho e estresse e da utilização de medicamentos sem prescrição médica (e os efeitos colaterais no organismo).
(TEXTO 1) – ESTILO DE VIDA
Porque é importante um estilo de vida saudável?
Um estilo de vida saudável ajuda a manter o corpo em forma e a mente alerta. Ajuda a nos proteger de doenças, e ajuda a impedir que as doenças crônicas piorem. Isto é importante, porque à medida que o corpo envelhece, começa-se a notar alterações nos músculos e nas articulações e um declínio na sensação de "força" física. Um estilo de vida saudável inclui a saúde preventiva, boa nutrição e controle do peso, recreação, exercícios regulares, e evitar substâncias nocivas ao organismo.
Um bom estilo de vida deve ser desenvolvido o mais cedo possível em sua vida - quanto mais jovem melhor; estes hábitos devem ser mantidos durante a vida adulta e na idade madura. Fatores modificáveis do estilo de vida são a causa de 50% das mortes (entre as 10 causas mais importantes), incluindo:
- Doenças cardíacas
- Câncer
- Derrame cerebral
- Acidentes
- Doença pulmonar crônica
Nutrição e Controle do Peso
A obesidade é causa de mortes (mortalidade) e de doenças (morbidade):
- A obesidade aumenta a mortalidade por:
    - Hipertensão arterial
    - Doenças cardíacas
    - Derrame cerebral
    - Diabetes
    - Certos tipos de Câncer
- Mais de 80% das mortes atribuídas à obesidade ocorreram em pessoas com um índice de massa corporal de 30 ou mais
- Aumento da Morbidade:
    - Litíase biliar
    - Osteoartrite
Para evitar a obesidade, coma 3 ou 4 refeições balanceadas, pobres em gorduras, e com muitas fibras todos os dias. Procure ingerir bastante cálcio - o cálcio e o exercício ajudam a prevenir a osteoporose. Se você mora sozinho, experimente alimentar-se em um restaurante comunitário, onde você possa conversar socialmente com outras pessoas - desta maneira, com uma companhia, você poderá estar contribuindo para o seu próprio equilíbrio mental.
Todas as vezes que você come mais do que o necessário, o seu corpo irá guardar o excesso em forma de gordura.
Uma boa dieta é essencial não só para combater as doenças cardiovasculares, mas pode ainda diminuir o risco de vários tipos de câncer:
· Comer uma grande variedade de frutas, vegetais, grãos integrais, feijões e legumes, incluindo 3 a 5 porções de vegetais e 2 a 4 porções de frutas por dia. Elas podem ser frescas, congeladas, secas ou cristalizadas.
· Controle da ingestão de gorduras.
· Evitar a obesidade melhorando os hábitos alimentares e participando de atividade física regular.
· Limitar a ingestão de álcool, ou evitá-lo.
Se você sentir necessidade, consulte seu médico para uma orientação específica no seu caso.
Atividade Física
O organismo necessita de atividade física regular (mas não extenuante). Não existe sentido em fazer um exercício exagerado e ter como conseqüência dores lombares ou uma lesão no joelho.Pacientes mais idosos devem caminhar pelo menos 1500 metros ao dia; faça outros tipos de exercício, se preferir. Também nos grupos de maior idade os exercícios aeróbicos leves são os mais recomendados, e ainda a natação e a dança. Nunca se é velho demais para iniciar uma atividade física regular!
Sugestões para a Prática da Atividade Física
- Para iniciar sua atividade com mais segurança, consulte um médico e/ou um professor de educação física;
- Escolha as atividades que você realmente goste;
- Selecione horários e opções compatíveis com seu estilo de vida;
- Nos primeiros meses, objetive valores como prazer, sucesso na realização das atividades, satisfação pessoal etc.;
- Incorpore a atividade física ao seu dia a dia: ande mais a pé, suba mais escadas, pratique mais esportes etc.;
- Se possível, selecione as atividades que possam ser realizadas com seus amigos e/ou família.
Evite substâncias que prejudiquem a sua saúde
Fumar e beber muito são fatores importantes para o surgimento de doenças dos pulmões, coração e circulação, câncer, acidentes automobilísticos, e acidentes domésticos. As drogas são capazes de levar a dependências que podem acabar por levar à deterioração física e mental da pessoa.
Exercício Mental
Mantenha o cérebro ativo tanto quanto seu corpo. Atividades que envolvam a ajuda às pessoas (trabalho social) podem dar sentido à vida, e ajudar a preencher a solidão e a combater a depressão. O envolvimento com uma crença (religião) parece ser benéfico na prevenção das doenças.
(TEXTO 2) – USO DE REMEDIOS
Automedicação e uso indiscriminado de medicamentos
Tomar remédios por conta própria, ou por indicação de amigos, sem a prescrição médica, para problemas muitas vezes considerados simples – como dor de cabeça ou dores no corpo – é um hábito comum, mas que pode causar grandes danos à saúde e inclusive levar à morte. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso indevido de medicamentos é considerado hoje um problema de saúde pública, não só no Brasil, mas mundialmente.
Com 17 anos de experiência e há três como enfermeiro do setor de Promoção e Atenção à Saúde do Servidor do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (PASS/Nerj), Jadson Andrade revela que também entre os trabalhadores da saúde o uso indevido de medicamentos é um problema que preocupa. “Por vezes, servidores ou funcionários chegam até nós solicitando remédios ou a administração de medicamentos sem a prescrição médica. Os remédicos mais procurados aqui no setor são os analgésicos”, revela. Nestes casos, explica, as pessoas são orientadas pelos profissionais do PASS a procurarem um médico.
“Tomar remédio para tirar a dor sem que se investigue a causa é um perigo. A dor é um alarme do corpo para um problema. É preciso saber qual a causa. Simplesmente fazer uso de um medicamento por conta própria pode mascarar uma doença ou um problema mais grave”, alerta Jadson.
Muitos remédios, como determinados tipos de analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios ainda são vendidos nas farmácias sem a necessidade de apresentação da receita médica. E, para aqueles que buscam alívio rápido para um incômodo que consideram ser apenas momentâneo, a compra de medicamentos sem receita médica pode parecer o caminho mais fácil. Todavia, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o percentual de internações hospitalares provocadas por reações adversas a medicamentos ultrapassa os 10%.
Entre as reações adversas resultantes dessas práticas, podem ocorrer desde alergias mais brandas até um quadro de choque anafilático (reação de hipersensibilidade imediata que pode levar a morte). “Um simples analgésico, do qual a pessoa já está acostumada a fazer uso, pode levar a isso”, destaca Jadson.
Interações e dependência
Embora tenham relação entre si, a Anvisa classifica o uso indevido de medicamentos em duas práticas distintas: a automedicação e o uso indiscriminado de medicamentos. A automedicação ocorre quando os remédios são usados por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, mas sem a avaliação de um profissional de saúde. Já o uso indiscriminado de medicamentos é mais amplo e está relacionado ao consumo excessivo e constante destes produtos, mesmo que com receita médica.
De acordo com a farmacêutica Lúcia Habib, a automedicação tem sido uma prática cada vez mais comum entre os brasileiros. “Muitos são os perigos de se ingerir medicamentos sem o conhecimento de um médico e/ou orientação de um farmacêutico. Alguns medicamentos podem ter seus efeitos potencializados ou até mesmo anulados quando administrados com outras medicações, determinados alimentos e bebidas alcoólicas”, aponta.
Entre os exemplos de interações medicamentosas mais frequentes, a farmacêutica cita os medicamentos ansiolíticos, que deprimem o sistema nervoso central, e podem causar dependência. Associados aouso de álcool, essas drogas têm seus efeitos potencializados, levanto até mesmo à morte.
Lúcia é facilitadora da Câmara Técnica de Farmácia e Câmara Técnica de Controle e Combate de Infecção Hospitalar do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), órgão responsável pela administração dos seis hospitais federais do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro.
Quanto ao uso indiscriminado, sem obedecer à dosagem e intervalos prescritos, ela explica que medicamentos possuem “janelas terapêuticas”, isto é, a diferença entre a concentração mínima eficaz e a concentração tóxica. Quanto menor essa diferença, maior o risco para a vida do paciente. “Cada medicamento recebe uma classificação de risco e quando este apresenta uma janela terapêutica muito pequena pode ser muito perigoso. O paracetamol, que parece ser tão inofensivo, tem uma substância que atua numa enzima do fígado que, em dosagens excessivas, inibi a função hepática. Se uma pessoa ingerir quatro cápsulas de paracetamol ao mesmo tempo pode até morrer.”
O caso dos antibióticos
O uso inadequado de medicamentos pode colocar em risco não apenas o próprio paciente, mas as pessoas a seu redor. No final de 2010, a venda de antibióticos (usados no tratamento de infecções causadas por bactérias) sem prescrição médica foi proibida pela Anvisa. Entre os motivos, estava o aparecimento de bactérias super-resistentes.
Mesmo após esta medida, muitas pessoas ainda acabam conseguindo um “jeitinho” de ter acesso a antibióticos sem passar pela avaliação de um médico, seja com familiares, vizinhos ou amigos que no momento fazem uso desses remédios.
A esse respeito, Lúcia alerta: “antibióticos são medicamentos de alto risco, uma vez que as bactérias são micro-organismos perigosos porque podem sofrer mutações”. Conforme a farmacêutica, o indivíduo que utiliza indiscriminadamente antibióticos apresenta grande probabilidade de criar resistência ao medicamento. Além disso, muitos efeitos adversos são comuns em pacientes que fazem uso contínuo e inadequado desses medicamentos, como destruição da flora intestinal e aumento dos glóbulos brancos, podendo até mesmo levar o paciente a contrair uma leucemia (câncer no sangue).
Por isso, antes de fazer uso de qualquer medicamento, fique atento: procurar um médico e a orientação de um farmacêutico é fundamental para sua saúde.
(TEXTO 3) – USO DE REMÉDIOS
Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo e prospectivo, no qual foram estudadas 742 pessoas, de ambos os sexos, com idades que variavam entre os 18 e 70 anos, residentes em Porto Alegre, RS entre os meses de janeiro e fevereiro de 2007, após a confirmação de que estas se automedicam.
Pode-se notar que houve um predomínio de entrevistados (66,03%) nos casos em que a ocasião mais comum de automedicação é a dor de cabeça. No que se referem ao uso receitas antigas para se automedicar, verificou-se que a minoria (29,24%) faz uso destas. Em relação à influência de meios de comunicação para optar por um fármaco, a maioria (76,28%) não é sugestionada por tais meios. A minoria (5,39%) da amostra pesquisada é influenciada por terapeutas alternativos para aquisição de fármacos, sendo que a maior parte (53,77%) é influenciada por pais e familiares.
Os presentes dados confirmam a importância do estudo da automedicação e apoiam a hipótese da ingênua e excessiva crença da sociedade atual no poder dos medicamentos, o que contribui para a crescente demanda de produtos farmacêuticos para qualquer tipo de transtorno, por mais banal e autolimitado que seja. Dessa forma, o medicamento foi incorporado à dinâmica da sociedade de consumo e, portanto, está sujeito às mesmas tensões, interesses e dura competição de qualquer setor do mercado, afastando-se de sua finalidade precípua na prevenção, diagnóstico e tratamento das enfermidades15. Tais resultados reforçam a necessidade de se informar a população sobre o uso adequado de medicamentos, além de medidas cabíveis que garantam a oferta de produtos necessários, eficazes, seguros e de preço acessível.
+       Discutir acerca da atuação e comunicação do profissional médico na assistência à saúde do sistema público e privado de saúde.
(TEXTO 1)
Comunicação entre o Paciente e o Profissional de Saúde
Estudos nacionais e internacionais têm demonstrado que a comunicação médico-paciente é o componente principal do cuidado em saúde. Mas o avanço da tecnologia médica, o fenômeno da hiperespecialização do conhecimento e os tempos curtos de consulta podem ter contribuído para ampliar o distanciamento e criar formalidade no trato entre profissional e paciente.
A abordagem centrada no usuário e focada na experiência do paciente cresce em diferentes sistemas e serviços de saúde no mundo. A comunicação efetiva tem sido apontada como fonte indispensável à motivação, incentivo e suporte a todas as etapas do cuidado em saúde, que vai desde o diagnóstico ao tratamento e percorre dimensões importantes, como os cuidados de transição e cuidados paliativos. Os profissionais de saúde devem estar preparados para se adequar a este novo padrão relacional com os doentes e a estimulá-lo.
Como pacientes e profissionais de saúde podem construir juntos uma comunicação efetiva que seja boa e auxilie a ambos?
 
De modo geral, quem procura atendimento em saúde encontra-se com algum desconforto. Isto já traz à cena inseguranças, receios, expectativas e muitas dúvidas que os profissionais de saúde precisam estar preparados para manejar e acolher.
É muito importante que usuários do sistema de saúde saibam que é esperado que façam perguntas e procurem melhor compreender o que se passa na presença de algum problema de saúde. Muitas vezes por dúvida, desconhecimento, vergonha ou ansiedade, os pacientes não indagam sobre sua condição de saúde quando numa consulta médica ou com qualquer outro profissional de saúde (enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, etc.).
Enquanto alguns pacientes são bastante proativos durante uma investigação diagnóstica ou um tratamento, outros não sabem ao certo o que perguntar, quando e como. Mas todos podem aprender. Nosso papel é procurar orientá-los da melhor maneira possível. Podemos encorajá-los a uma maior participação no cuidado com sua saúde. Devemos informá-los, por exemplo, que eles podem levar anotadas em um papel, no celular ou no computador, as suas dúvidas. Também podem e deveriam anotar as orientações mais importantes que o médico lhes passou, como medicamentos a utilizar, exames a fazer e precauções a tomar, dentre outros.
(TEXTO 2)
O artigo de Roger Ruiz-Moral, um médico da família, sobre Relação médico-paciente: desafios para a formação de profissionais de saúde
As doenças infecciosas, nas quais a intervenção médica tinha um efeito curativo imediato, dão lugar às doenças crônico-degenerativas, em que esse aspecto é substituído pela necessidade de se encontrarem estratégias de tratamento que possam proporcionar melhor qualidade de vida. Tratamentos que se caracterizam pela longa duração e pela absoluta necessidade de participação intensa do paciente. Nessas circunstâncias, o relacionamento que se estabelece entre o profissional e o médico passa a ter uma importância fundamental para a adesão às propostas terapêuticas e para o sucesso das intervenções.
No entanto, vale ainda comentar a importância da relação médico-paciente nos atendimentos de urgência ou na modalidade pronto atendimento. Nesta última situação, a angústia do paciente e dos familiares não pode ser vista como um fator que transtorna o ambiente de trabalho do profissional, mas deve ser pensada como um aspecto do atendimento a ser abordado.
+       Destacar a importância do olhar orientado para a integralidade do cuidado, considerando todas as dimensões no mapeamento de necessidades e elaboração de planos de cuidado.
(TEXTO 1)
Integralidade: Abrange o cuidado interdisciplinar, coordenado, a incorporação da promoção e prevenção à saúde na prática cotidiana e, por fim, na abordagem das pessoas de forma ampliada.
Lançar mão de umaatenção à saúde que considere vários aspetos da vida do indivíduo, bem como as nuances da relação profissional de saúde e o paciente, nos remete a uma ação desafiadora, ainda mais quando os serviços de saúde muitas vezes não estão apropriados e/ ou as equipes fragilizadas. Neste sentido, o ministério da saúde lançou a Política Nacional de Humanização (PNH), que é o compromisso com o sujeito e seu coletivo, estímulo a diferentes práticas terapêuticas e corresponsabilidade de gestores, trabalhadores e usuários no processo de produção de saúde.
No SUS, a “humanização” é um eixo norteador transversal das práticas de atenção à saúde e gestão em todas as instâncias de serviços. É um marco teórico-político lançado em 2004 com seguintes princípios: 
a) Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão, fortalecendo processos integradores e promotores de compromissos/responsabilização; b) Estimulo a processos comprometidos com a produção de saúde e com a produção de sujeitos; 
c) Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, estimulando a transdisciplinaridade e a grupalidade; 
d) Atuação em rede com alta conectividade, de modo cooperativo e solidário, em conformidade com as diretrizes do SUS; 
e) Utilização da informação, da comunicação, da educação permanente e dos espaços da gestão na construção de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos.
Em uma perspectiva de redes de atenção à saúde, esta política aponta para necessidade de participação conjunta dos diversos profissionais que participam da linha do cuidado. E, os da atenção primária, exercem papel de destaque dado que são responsáveis pela coordenação do cuidado e onde o vínculo se estabelece de forma mais estruturada. Então, a troca de saberes, diálogo contínuo entre profissionais e trabalho em equipe são elementos estruturantes desta política, bem como da integralidade do cuidado. A PNH atinge todos os níveis de atenção à saúde, sendo que na atenção primária, a Política Nacional de Humanização aponta como principais diretrizes: 
1) Elaborar projetos de saúde individuais e coletivos para usuários e sua rede social, considerando as políticas intersetoriais e as necessidades de saúde; 
2) Incentivar práticas promocionais de saúde; 
3) Estabelecer formas de acolhimento e inclusão do usuário que promovam a otimização dos serviços, o fim das filas, a hierarquização de riscos e o acesso aos demais níveis do sistema; 
4) Comprometer-se com o trabalho em equipe, de modo a aumentar o grau de responsabilidade, e com a rede de apoio profissional, visando a maior eficácia na atenção em saúde. 
Ainda, no âmbito da atenção primária, as diretrizes serão viáveis a partir do fortalecimento da relação entre usuário e o profissional de saúde. Desta forma, é muito importante o entendimento de como se organiza o vínculo, que quando bem estruturado, além de estruturante é terapêutico.
(TEXTO 2)
Construir a integralidade do cuidado em saúde implica assumir o agir em saúde como princípio educativo em uma nova forma de aprender/ensinar em saúde, que rompe com o saber formatado e descontextualizado. Significa, também, estabelecer uma prática de saúde entendendo o processo saúde-doença e o ser humano inserido nesse processo influenciado por valores, crenças, determinações políticas, econômicas e sociais.
Ao mesmo tempo, é preciso construir, nos modelos de ensino dos profissionais de saúde, práticas pedagógicas que permitam a compreensão da integralidade como um pressuposto que precisa ser construído durante toda a formação. Para tanto, a educação precisa ser também integral e interdisciplinar, com base em referenciais crítico-reflexivos, permitindo a aquisição de competências e habilidades que assegurem um agir voltado para o ser humano na sua subjetividade.

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