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Seu Sucesso. Nosso conpmuisso SUMARIO fúiçao Social 01 60 119Bibliográficas NUTRIÇAO SOCTAL ) Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutm ed.com.br POLÍTICA NACIONAL-DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇAO - 2012 - :'. '... \ac onal de Alimentação e Nutrição (PNAN ::- . -- . -'-:ls to a melhoria das condições de alimentalà: ' . -',. - = saúde da população brasileira, medlanie : -.-* - -à: :e prátcas alimentares adequadas e saudár,'e s , . a--: alrmentar e nutricional, a prevenÇáo e : '. - -:.- ^:::ra dos agravos relacionados à alimentação e- - z: :; r\::35 - - -', :- ror pressupostos os direitos à Saúde e à - -.- .-=: : e orientada pelos princípios doutrinários e ,- : - 'i --:-:<i.s e oressões do mercado comercial de ': - =- -: ::* :rmo das regras de disciplinamento e :"::---.- -= ::^cutas dietéticas em nome da saÚde, ter -. : =-'- -:- . s,gnifica conhecer as várias perspectivas, : - -:' : .:.'-a.lar. decidir, reorientar, ampliar os objetos :: -,::. -:-:: r'elacionados ao comer e poder contar com : ::: : :: -:: SaS esCOlhaS e mOvimentOS. -. --a 'Íra tênue entre dano e prczer que deve ser ::^:'-a-ente analisada, pois leva os profissionais de sa-::. frequentemente, a se colocarem nos extremos da :r'ssão e do governo exacerbado dos outros. Para isso, deve-se investir em instrumentos e estratégias de comunicação e educação em saúde que apoiem os profissionais de saúde em seu papel de socialização do conhecimento e da informação sobre alimentação e nutrição e de apoio aos indivíduos e coletividades na decisão por práticas promotoras da saúde. A determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição: O conhecimento das determinações socioeconômicas e culturais da alimentação e nutrição dos indivÍduos e coletividades contribui parc a construção de formas de acesso a uma alimentação adequada e saudável, colaborando com a mudança do modelo de produção e consumo de alimentos que determinam o atual perÍil epidemiológico. A busca pela integralidade na atenÇão nutricional pressupõe a articulação entre setores sociais diversos e se constitui em uma possibilidade de superação da fragmentação dos conhecimentos e das estruturas sociais e institucionais, de modo a responder aos problemas de alimentação e nutrição vivenciados pela população brasileira. A segurança alimentar e nutricional com soberania: A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é estabelecida no 3rasi como a realização do direito de todos ao acesso ':gu1ar e permanente a alimentos de qualidade, em :-ariidade suÍiciente, sem comprometer o acesso a outras -::essidades essenciais, tendo como base práticas . -entares promotoras de saúde que respeitem a : , ersidade cultural e que sejam ambiental, cultural, = : : r'ôm ica e socialmente sustentáveis. - Sccerania Alimentar se refere ao direito dos povos de .:: cir seu próprio sistema alimentar e de produzir . -entos saudáveis e culturalmente adequados, ::=ssíveis, de forma sustentável e ecológica, colocando ':-e es que produzem, distribuem e consomem alimentos-: :cração dos sistemas e polÍticas alimentares, acima :'s exigências de mercado. ] RETRIZES -s :rretrizes que integram a PNAN indicam as linhas de .::es para o alcance do seu propósito, capazes de :- -='. -= :: Sistema Unico de Saúde (universalidade,.: -: -= =:-idade, descentralização, regionalização e : - - --. ..- : oarlicipação popular), aos quais se ,, ';:Ê )Ê ,:12 -:.: Tã;.- relacional da alimentação e nutrição :::-:-:- :az: conjunto de práticas ofertadas pelo setor :.:*:: -= ,a:'zaçao do ser humano, para além da - ^ À^ ^^ ^ ^ -^^^^À^airxa^tn alÀ ô',^ annlraliÀaÀa- :.2: : -: 39 ca e o reconhecimento de sua ôentralidade :-:,:Ê;sr :e produção de saúde. -;s:€:l à diversidade e à cultura alimentar: A -:^:z;à? brasileira, com suâs particularidades - - =-.= -a: como elemênto de humanização das - : -= :a.Je: A alimentação expressa as relações : '- .= :':s e história do indivÍduo e dos grupos . -.::-: s : tem implicaçóes diretas na saúde e na - - ' s é a síntese do proôesso histÓrico de intercâmbio-'= :^rle as matrizês indÍgena, poftuguêsa e africana : :: s:-am, por meio dos fluxos migratórios, às -:-: :s :e práticas e sabêres alimentares de outros :; : -= ::,mpÕem a diversidade sócio-cultural brasileira. .'.-- -:e'. respeitar, preservar, resgatar e diÍundir a -=:z rcomensurável de alimentos e práticas -: -:z-es correspondem ao desenvolvimento de a,:Ões - :3se no respeito à identidade e cultura alimen::' :a ': :a ecimento da autonomia dos rr : . : - : . -, =: mento ou ampliação dos graus Ce a-'.:'-- , ==::lnas e práticas alimentares nol :, : - i-'nento da capacidade de interpre'-e:.- = - = :: sobre si e sobre o munCc a . -' ,:::,dade de Íazer escolhas, go.:--a- : : '::'ra vida. r,-a tanto, é importante que c -: -:oacidade de lidar com es s -: ::-necimento dos detern'ira-.:: - : a:eiam. encarando-os com reí: '= - -- rnodificar os determinantes de saúde e promover a saúde da população. Sendo consolidadas em: 1. Organização da Atenção Nutricional; 2. Promoção da Alimentação Adequada e Saudável; 3. Vigiláncia Alimentar e Nutricional; 4. Gestão das Ações de Allmentação e Nutrição; 5. Participação e Controle Social; 6. Qualificação da Força de Trabalho; 7. Controle e Regulação dos Alimentos; 8. Pesquisa, lnovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição; 9. Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional. Organização da Atenção Nutricional A atual situação alimentar e nutricional do país torna evidente a necessidade de uma melhor organização dos serviços de saúde para atender às demandas geradas pelos agravos relacionados à má alimentação, tap.!o-:em relação ao seu diagnóstico e tratamento..quanto à sua prevenção e à promoção da saúde. lncluem-se, ainda, as ações de vigilância para .proporcionar a ídentificação de seus determinantes e condicionanies, assim como das regiôes e populações mais vulneráveis. oessa,,ifà: , âr"aibnçao nutricionai ;*$i-;düá os cuidados relatlvos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de agravoS; idevendo estâi::,,âssociados às dêmâis. ãçô'bs dé atenbâo â ,'sa ,,do SUS, para indivíduos, famÍlias e comunidades, contribuindo para a conÍormação de uma rede integrada, resolutiua e húmanizada de cuidados. 1 A atenção nutricional têm como sujeitos os indivíduos, a famílla e a comunidade. Os indivíduos apresentam características espeôíficas e entre os elementos de sua diversidade está a fase do curso da vida em que se encontram, além da influência da familia e da comunidade em que vivem. Todásiâq,fase; oo curso..q.g uioà.oetà*,ser. foco da atenção nutricional, no ániànto cabê a identificação e priorização de fases mais vulneràveis aos agravos relacionados à alimentação e nutriçãô. As Íamílias e comunidades devem ser entendidas como "sujeitos coletivos" que têm características, dinâmicas, formas de organização e necessidades distintas, assim como apresentam diferentes respostas a fatores que possam lhes afetar. Também devem ser consideradas as especificidades dos diferentes grupos populacionais, povos e comunidades tradicionais, como a população negra, quilombolas e povos indígenas, entre outros. assim como as especificidades de gênero. A atenção nutricional deve fazer parte do cuidaCo integral na Rede de Atenção à Saúde (RAS), tendo a Atenção Básica como coordenadora do cuidado e or-ie accra da rede. A Atenção Básica, pela sua ca: a-jade e capacidade de identificação das necessidades :e saúde da população, sob sua responsabilidade, c3::-:J para que a organização da atenção nutriciona .ala das necessidades dos usuários. Nesse intuito, o processc Ce organização e gestão dos cuidados relativos à alirnentação e nutrição na RAS deverá ser iniciado pelo Ciagróstico da situação alimentar e nutricional da população adscrita aos serviços e equipes de Atenção Básica. A vigilância alimentar e nutricional possibilitará a constante avaliação e organização da atençao nutricional no SUS, identificando prioridadesde acordo com o perfil alimentar e nutricional da população assistida. Para este diagnóstico deverão ser utilizados o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) e outros sistemas de informação em saúde para identificar indivÍduos ou grupos que apresentem agravos e riscos para saúde, relacionados ao estado nutricional e ao consumo alimentar. De modo a identificar possíveis determinantes e condicionantes da situação alimentar e nutricional da população, é imporlante que as equipes Ce o-Atençã0, ,,Báslca incluam em seu processo de i, toriitóriàfl2ãção a identificação de locais de produção. 'ircomercialização e distribuição de alimentos, costumes e tradições alimentares locais, entre outras características do território, onde vive a população, que possam relacionar-se aos seus hábitos alimentares e estado nutricional. A atenção nutricional deverá prionzar a realização de ações no âmbito da Atenção Básica, mas precisa incluir, de acordo com as necessidades dos usuários, outros pontos de atenção à saúde, como serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, serviços especializados. hospitais, atenção domiciliar, entre outros no âmbito do SUS. Assim como ações em diferentes equipamentos sociais (governamentais ou não) que possam contribuir com o cuidado integral em saúde por meio da intersetorialidade. Nesse contexto, as práticas e prccesscs ae za.: - -:-:: precisam considerar a alime:taça: e -,:-:.ã: ::-: determinantes de saúde e levar eÍr ::-:; 3 s_:.: , ==:. -complexidade do comportamer:c â *.-::s- j =_+ -: ,--a di$seminar êssas concepÇoes 3--j: :s :-:.s.s,:ras contribuindo para a qualificaça: :: s-=:s;_Í= . capacidade resolutiva em uma oe§:3t: .a - _-,71-=. Na organização da atenção --:-tr:-= =?,T sconsideradas outras ractona ;ã::s ::-EÉ-:r-,s possibilitando a incorporação das :?:,:.as ---?-=-ã..tx ? complementares nos cuidados relat.ss = . -e-=Á: znutrição no SUS. A atenção nutricional, no âmbito da aie^:ã: :.ãs t: :É-=- dar respostas às demandas e necessica:ss :É sa_!- f: seu território, considerando as de rna c- ,*=-É-itê : relevância e observando critérios .e -s= i vulnerabilidade. Diante do atual quadro epL:Ê- :,,:r:í::- tr: país, são prioritárias as ações preventivas e :: -=-,ffi da obesidade, da desnutrição, das carências --:,tiÍ:-,as específicas e de doenças crônicas não trars- s*i .?s relacionadas à alimentação e nutrição. -l:tr{ constituem demandas para a atenção nutricional. nc S_S o cuidado aos indivíduos portadores de necessraar* alimentares especiais, como as decorrentes dos erros inatos do metabolismo, transtornos alimentares, entre outros. Para a prática da atenção nutricional no âmbito da Atenção Básica, as equipes de referência deverão ser apoiadas por equipes multiprofissionais, a partir de um processo de matriciamento e clÍnica ampliada, com a participação de proíissionais da área de alimentação e nutrição que deverão instrumentalizar os demais profissionais para o desenvolvimento de açÕes integrais nessa área, respeitando seu núcleo de competências. As ações de prevenção das carências nutricionais específicas por meio da suplementação de micronutrientes (ferro, vitamina, A, dentre outros) serão de responsabilidade dos serviços de Atenção Básica, em acordo com o disposto nas normas técnicas dos programas de suplementação. As unidades hospitalares- maternidades colaboram na imple.mentação :r dü programas de suplementação dê mÍoiQhutrientês, êffi especial na suplementaçao !ê Vit$mina A para,pgéruêras Embora ?. Atençãô, i.qái'9g seia a porta preferçnçfal',de entrada,,;dôs upuáriôs,no sistema de sàúde, as demandas para á atenião nutriCiónal podem ser idôntifíCadas em outros pontos da rede de atenç§p g-saúde: Dessa forma, a atenção nutricional nos dêrnais po.htos,de atençâo à saúde tqmbêm,deve ser realizada dentro de uma redê integrada de cüidados de formâ kansversal a üutras polÍticas específicas e com a participação de equipes muftidi§§lplinares, respeitando.se aB atividades particúlâres dos profissionais Que as compõem, assim como na Atenção Básica. Nesse sentido faz-se necessária a elab'oração de protocolos, manuais e nôrmas técnicas que orientem a organização dos cuidados relativos à alimentáÇff- ngtrição nâ rêdê dê atenção, à saüde Deve rão a íhdá sel norfi âti:âdôs os.o;i!é.1ioq para_ o aôesso a alimentos para Íins especiais de modo a promover a equidade e a regulação no acesso a esses produtos. No âmbito hospitalar, e necesiáilo prlmoúer a articulàçáo entre o acompanhamento clínico e o acompanhamento nutricional, tendo em vista a relevância do estado nutricional para a evolução clínica dos pacientes; assim como a interação destes com os serviços de produção de refeições e os serviços de terapia nutricional, entendendo que a ofeda de alimentação adequada e saudável é componente fundamental nos processos de recuperação da saúde e prevenção de novos agravos nos indivÍduos hospitalizados. No contexto da garantia da oÍerla de alimentação adequada e saudável, ressalta-se a importáncia de que a rede de atenção à saúde constitua-se em uma rede de apoio ao aleitamento materno e da alimentação complementar saudável. Para tanto, deve-se incentivar e favorecer a prática do aleitamento materno (exclusivo até o 60 mês e complementar até os 2 anos) e a doação de leite humano em diversos serviços de saúde, de forma articulada aos Bancos de Leite Humano, para ampliar a oÍerta de leite materno nas situações de agravos maternos e infantis que impossibilitem a prática do aleitamento materno. A incorporação organizada e progressiva da atenção nutricional deverá resultar em impacto positivo na saúde da população. Promoção da Alimentação Adequada e Saudável Entende-se por alimentação adequada e saudável a prática alimentar apropriada aos aspectos biológicos e socioculturais dos indivíduos, bem como ao uso sustentável do meio ambiente. Ou seja, deve estar em acordo com as necessidades de cada fase do curso da vida e com as necessidades alimentares especiais; referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raÇa e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade; baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis com quantidades mínimas de contaminantes fÍsicos, químicos e biológicos. A Piomoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS) é uma dâs vertentes da Promoção à Saúde. No SUS, a estratégia de promoçâo da saúde é retomada como uma possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o processo saúde"doença em nosso país. Assim, as ações de promoção da saúde constituem-se íormas mais amplas de intervenção sobre os condicionantes e determinantes sociais de saÚde, de forma intersêtorial e com participação popular, favorecendo escolhas saudáveis por parte dos indivíduos e coletividades no território onde vivem e trabalham. A PAAS e aqui compreendida como um conjunto de estratégias que proporcionem aos indivíduos e coletividades a realizaçáo de práticas alimentares apropriadas aos seus aspectos biológicos e socioculturais, bem como ao uso sustentável do meio ambiente. Considerando-se que o alimento tem funções transcendentes âo suprimento das necessidades biológicas, pois agrega significados culturais, c0mp,o-..,rtamentais e afetivos singulares que não podem ser dêsprezâdosi A implantação dessa diretriz da PNAN fundamenta-se nas dimensões de incentivo, apoio, proteção e promoção da saúde e deve combinar iniciativas focadas em 1. 2. .) 4. à políticas públicas saudáveis, criação de ambientes favoráveis à saúde nos quais indivÍduo e comunidades possam exercer o comportamento saudável, o reforço da ação comunitária; desenvolvimento de habilidades pessoais por meio de processos participativos e permanentes e a reorientação dos serviços na perspectiva da promoção da saúde. Nesse contexto, a PAAS objetiva a melhora da qualidade de vida da população, por meio de ações intersetoriais, voltadas ao coletivo, aos indivÍduos e aos ambientes (físico, social, político, econômico e cultural), de caráter amplo eque possam responder às necessidades de saúde da população, contribuindo para a redução da prevalência 3 do sobrepeso e obesidade e das doenças crônicas associadas e outras relacionadas à alimentação e nutrição. O elenco de estratégias na saúde direcionadas à PAAS envolve a educação alimentar e nutricional que se soma às estratégias de regulação de alimentos - envolvendo rotulagem e informação, publicidade e melhoria do perÍil nutricional dos alimentos - e ao incentivo à criação de ambientes institucionais promotores de alimentação adequada e saudável, incidindo sobre a ofe(a de alimentos saudáveis nas escolas e nos ambientes de trabalho. A oferta de alimentos saudáveis também deve ser estimulada entre pequenos comércios de alimentos e refeiçÕes da chamada "comida de rua". Nesse sentido, pressupõe-se o compromisso do setor saúde na articulação e desenvolvimento de ações intersetoriais em diferentes esferas de governo e junto à sociedade. Organizar as ações de PAAS implica desenvolver mecanismos que apoiem o9, p.ujeitos.a adotat modos de vida saudáveis, identificar e.analisar de forma crítica, além de enfrentar hábitos e praticas não promotoras de saúde, àôs quais muitas vezes estão submetidos. r '':' contrastesie as deÉigualdades sociais que interferem no direito universal à alimênta ção. ' , -: Para isso, constitui-se prioridade a eláboração e pactuação de agenda integrada . intra e intersetohal . de educação alimentar e nutricional para o desenvolvimento de capacidades individúais ei coletivas coml os diversos setores afetos ao tema. A responsabitidade das "qripàá"àê, * rehçao aPAAS deve transcender os limites das unidadeslOe sAúOê, inserindo-se nos demais equipamentos sociais como espaços comunitários de atividade física e práticas corporais, escolas e creches, associações comunitárias, redes de assistência social e ambientes de trabalho, entre outros. O conjunto das ações de PMS, aliado às demais ações de promoção da saúde, contribue com a ampliação do escopo das ações de saúde, estimulando alternativas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento dos indivíduos e das comunidades, com a superação do modelo biomédico, pautado pela doença, e de desaÍios como 1. a abordagem que se limita à produção e à oferta de informações tecn ico-científicas; 2. a frágil integração do conhecimento científico ao popular, e 3. a ainda insuficiente apropriação das dimensões cultural e social como determinantes dos hábitos alimentares. Pela natureza das ações de PAAS, a participação popular é fundamental e deve ocorrer desde o diagnóstico da realidade e definição de objetivos até a implantação das ações, estando refletida nas discussÕes das instâncias de participação e controle social. Assim, deve ser incentivada a incorporação da dimensão da alimentação adequada e saudável nos conteúdos e estratégias dos movimentos sociais da educação popular em saúde e das capacitações para gestão participativa das instâncias de controle do SUS. Alem da mobilização social, deve ser considerada a participação dos setores público e privado na elaboração e execução das estratégias. Vigilância Alimentar e Nutricional A vigilância alimentar e nutricional consiste na descrição contínua e na predição de tendências das condições de alimentação e nutrição da população e seus fatores determinantes. Deverá ser considerada a partir de um enfoque ampliado que incorpore a vigilância nos serviços de saúde e a integração de informações derivadas de sistemas de informação em saúde, dos inquéritos populacionais, das chamadas nutricionais e da produção científica, Deverá fornecer dados desagregados para os di§tintos âmbitos geográficos, categorias de gênero, idade, raça/etnia, populações específicas (como indígenas e povos e comunidades tradicionais) e outras de interesse para um amplo entendimento da diversidade e dinâmicas nutricional e alimentar da população brasileira. O seu fortalecimento institucional possibilitará documentar a distribuição, magnitude e tendência da transição nutricional, identificando seus desfechos, determinantes sociais, econômicos e ambientais. A vigilância alimentar e nutricional subsidiará o planejâmento da atenção nutricional e das aÇões relacionadas à promoção da saúde e da alimentação adequada e saudável e à qualidade e regulação dos alimentos, nas esferas de gestão do SUS. Contribuirá, também, com o controle e a participação social e o diagnóstico da segurança alimentar e nutricional no âmbito dos territórios. O Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional), operado a partir da atenção básica à saúde, tem como objetivo principal monitorar o padrão alimentar e o estado nutricional dos indivíduos atendidos pelo SUS, em todas as fases do curso da vida. Deverá apoiar os profissionais de saúde no diagnóstico local e oportuno dos agravos alimentares e nutricionais e no levantamento de marcadores de consumo alimentar que possam identificar fatores de risco ou proteção, tais como o aleitamento materno e a introdução da alimentação complementar. Destaque deve ser dado à vigilância alimentar e nutricional de povos e comunidades tradicionais e de grupos populacionais em condições de vulnerabilidade e iniquidade. Ao Sisvan deverão ser incorporados o acompanhamento nutricional e o de saúde das populações assistidas pelos programas de transferência de renda no sentido de potencializar os esforços desenvolvidos pelas equipes de saúde, qualificando a informação e a atenção nutricional dispensada a essas famílias. Na perspectiva de integração e da organização da saúde indÍgena, buscando a superação da extrema vulnerabilidade nutricional dessas populações, deverá ser destacada a vigilância alimentar e nutricional com a integração e operacion alização dos sistemas de informaÇão existentes. Para o diagnóstico amplo, nos tenitórios sob a responsabilidade da atenção bási6a à saúde, é neeessáriq a análise conjunta dos dados,.de vigilância alimentar''e nutricional com outras informações de natalidade, morbidade, mortalidade, cobertura de programas e dos serviços de saúde, entre outras disponíveis nos demais sistemas de inÍormação em saúde. rtribuir comA.,.-v-jgilâneia alimentar e nutricional deverá cor o,qtlos selores de gove.mo, com vistas ao monitoramento do padrão alimentar e,dos indicadores nutriôionais que compô'-Eo.conjunto de informações pâra a vigilância da seguràliçà Àlimentar e Nutricional. As ihamadas nutricionais consistem em pesquisas transversais realizadas em,datâs estratégicas - como o "dia nasional de imunização' - permitlndo estudos sobre aspectoq dâ âlimentação êr nlltrlçâo infantil, bem como de políticas sociais de transferênc[a de renda e, de aCêsso aôs alimentos direcionados a esse público. Devem ser implementadas nos diferentês níveis, do local ao naeional. No campo dos inquéritos populâcionai$, é fundamental .,a garantia da realização regular e contínua dê pêsquisas quê abordem a disponibilidade domiciliar de alimentos, o consumo alimentar pessoal e o estado nutricional da população brasileira, tais como as Pesquisas de Orçamentos Familiares, realizadas, pelo lnstituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Também deverão ser garantidos inquéritos regulares sobre a saÚde e nutrição materna e infantil, tais como as Pesquisas Nacionais de Demografia e Saúde (PNDS). Com vistas a subsidiar a gestão, os indicadores de alimentação e nutrição deverão ser reforçados nos sistemas de acompanhamento da situação de saúde da população, com a inclusão nas salas de situação em saúde e a constituição de centros de informação em alimentação e nutrição, destacando sua utilização nos instrumentos de planejamento e pactuação do SUS. Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição A PNAN, além de se constituir como uma referência política e normativa parc a realizaçáo dos direitos à alimentação e à saúde, representa uma estratégia que articula dois sistemas: o Sistema Unico de Saúde, seu lócus institucional, e o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), espaÇode articulação e coordenação intersetorial. Sua natureza transversal às demais políticas de saúde e seu caráter eminentemente intersetorial colocam o desafio da articulação de uma agenda comum de alimentação e nutrição com os demais setores do governo e sua integração às demais políticas, programas e ações do SUS. Assim, as estruturas gerenciais devem possibilitar a construção de estrategias capazes de elaborar e concretizar processos, procedimentos e fluxos de gestão' em consonância com as suas realidades organizacionais e que promovam a formulação, a implementação e o monitoramento das suas ações de alimentação e nutrição. Cabe ao§ gestôrés do SUS, nas esferas federal, estadual, distrital e municipal, promover a implementação da PNAN por meio da viabilização de parcerias e da articulação interinstitucional necessária para fortalecer a convergência dela com os Planos de Saúde e de Segurança Alimentar e Nutricional, O aperfeiçoamento dos processos de planejamento e avaliação das açÕes deve ser estimulado para subsidiar a pactuação e a incorporação das açÕes nos instrumentos dê gestão. A pactuação entre as esferas de governo para a efetivação da PNAN deve respeitar todos os preceitos e instáncias praticados no SUS, para que suas açÕes possam ser assumidas e incorporadas pelos gestores das três esferas de govemo no contexto da rede de atenção à saÚde e, com isso, consolidârem-§e em todo o teritÓrio nacional. Para o alcance da melhoria das condições de alimentação e nutrição da população, faz-se necessário garantir estratégias de financiamento tripartite para implementação das dire-trizê§ dá PNAN, tendo como prioridade: . A àquisição e distribuição de insumos para prevenção e tratamento das carências nutricionais específicas; . A adequação de equipamentos e estrutura física dos serviços de saúde para realização das ações de vigilância alimentar e nutricional; . A garantia de processo de educação permanente em alimentação e nutrição para trabalhadores de saúde; . A garantia de processos adequados de trabalho para a organização da atenção nutricional no SUS. No âmbito da Cooperação lnternacional, a trajetória brasileira das políticas públicas de alimentação e nutrição e de segurança alimentar e nutricional pode contribuir de forma solidária para o desenvolvimento de políticas de nutrição em outros países. Para tanto, devem ser incorporados à polÍtica externa brasileira os princípios do direito humano à alimentação, da soberania e segurança alimentar e nutricional, no escopo dos acordos e mecanismos de cooperação internacional. Nesse sentido, a PNAN contribui junto a outras iniciativas do Ministerio da Saúde para estreitar relações de cooperação internacional, com foco nos países que integram a relação Sul/Sul, especialmente em nÍvel regional no MERCOSUL, América Latina e Caribe. Atenção diferenciada deve ser dada aos países africanos de língua oficial portuguesa (pALOpS). A atuação do Ministério da Saúde junto às Agências da ONU, como o Comitê de Nutrição das Nações Unidas (SCN), a Organização pan-Americana de Saúde e o Comitê de Segurança Alimentar da FAO, deve ser estimulada na perspectiva de colaborar na construção de recomendações e metas de desenvolvimento global relacionadas à alimentação e nutrição. O propósito e as diretrizes desta política evidenciam a necessidade de um processo contínuo de acompanhamento e avaliação de sua implementação. O acompanhamento e a avaliação voltados para a gestâo da PNAI'I devem enfocar o aprimoramento da política e de sua implementação nas gsfeiá'§,,00 gu$,'Or oOjetívo ê verificar a reperÇus$ão, dêotal,Folítioa,,,nà,,saúOà e na qualidade de vida àa população, buscando a caracterização e compreensão'de 'uma situaçao parà tomada de deoisão, bêg1 .*o*o, nâià.,a,, piôpôsição de critérios e nôrmas qúe impactem diretamente o desempenho da política e seus indicadores nos diferentes níveis de atúáção. Para essa finalidade, a construção do monitoramento das ações da PNAN parte da identificação da produção e dos processos desenvolvidos pela gestão federal, acrescidos em cada esfeia dos processos próprios e específicos de apreensão e adequação das , diretrizes emanadas da política nacional. Deverá levar em conta os problemas nutricionais priorizados, a participação e o acesso da população aos programas e aÇões da pNAN. Esse processo exigira a definição de prioridades, objetivos, estratégias e metas para a atenção.nutriclonal.i-. .' ' , .i,,i..,,,,1i,-,, A evot ução do acom pa n hrr"oià .p.uru. r* ui"tá*â. úpârtit" e participativo de monitoramento Oa pNeru, qúe',Cohiideie,, as dimensões de respeito aos direitos Oas pessóãs é a adequação dos serviços prestados, se dará em consonância com os sistemas de planejamento e pactuação do SUS. Ao viabilizar essa avaliação, deverão ser considerados indicadores que permitam verificar em que medida são consolidados os princípios e diretrizes do SUS, na conformidade do detalhamento feito no Art. 7.o, da Lei n" 8.080/90, observando-se, por exemplo, se: . o potencial dos serviços de saúde e as possibilidades de utilização pelo usuário estão sendo devidamente divulgados junto à população; . o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática estão sendo fundamentados na epidemiologia; . os planos, programas, projetos e atividades que operacionalizam a Política Nacional de Alimentação e Nutrição estão sendo desenvolvidos de forma descentralizada, considerando a direção única e as responsabilidades em cada esfera de gestão. O processo de acompanhamento e avaliação desta Política envolverá, também, a avaliação do cumprimento dos compromissos internacionais assumidos pelo país nesse contexto. No conjunto desses compromissos, cabe destacar aqueles de iniciativa das Naçoes Unidas, representadas por diversas agências internacionais - tais como a FAO, a OMS, o Unicef, o Alto Comissariado de Direitos Humanos -que destinam-se a incorporar, na agenda dos governos, concepções, objetivos, metas e estratégias de alimentação e nutrição. 4.5 Participação e Controle Social O SUS é marco da construção democrática e participativa das políticas públicas no Brasil. Sua legislação definiu mecanismos para que a participação popular, fundamental pâra sua constituição, faça parte do seu funcionamento através da prática do controle social nos Conselhos e Conferências de Saúde nas três esferas de governo. A formulação dos planos de saúde deve emergir dos espaÇos onde acontecem a aproximação entre a construção da gestão descentralizada, o desenvolvimento da atenção integral à saúde e o fortalecimento da pafticipação popular, com poder deliberativo e/ ou caráter consultivo. As perspectivas lntersetorial da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional permitem considerar o cidadão na sua totalidade, nas suas necessidades individuais e coletivas, demonstrando que ações resolutivas nessas áreas requerem, necessariamente, parcerias com outros setores como Educaçã0, Trabalho e Emprego, Habitação, Cultura e outros. Assim, o contexto da intersetorialidade estimula e requer mecanismos de envolvimento da sociedade. Demanda a participação dos movimentos sociais nos processos decisórios sobre qualidade de vida e saúde de que dispõem. Dêssa:forrna; o debate sobre a pNAN e suas ações nos diVersos fóruns deliberativos e consultivos, congressos, seminários e outros, criam condições para a reafirmação de seu projeto social e político e devem ser estimulados, sendo os Conselhos e as Conferências de Saúde espaços privilegiados para discussão das ações de alimentação e nutrição no SUS. A Comissão lntersetorial de Alimentação e Nutrição é uma das comissões do Conselho Nacional de Saúde (CNS) prevista na Lei n" 8080/90 e tem por objetivo: acompanhar, propor e avaliar a operacionalização das diretrizes e prioridades da PNAN e promover a articulação e a complementaridade de políticas, programas e ações de interesse da saúde, cujas execuções envolvem áreas não compreendidas no âmbito especÍfico do SUS (BRASIL, í oon\ A criaçãode Comissões lntersetoriais de Alimentação e Nutrição (CIAN), em âmbito estadual, distrital e municipal potencializará o debate acerca da PNAN na agenda dos Conselhos de Saúde, Nesse sentido, deverá ser fortalecido o papel dos conselheiros de saúde na expressão de demandas sociais relativas aos direitos humanos à saúde e à alimentação, definição e acompanhamento de ações derivadas da PNAN, em seu âmbito de atuação. A instituição do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - CONSEA e das Conferências Nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional e o fortalecimento simultâneo dos diversos fóruns e conselhos das políticas relacionadas à Segurança Alimentar e Nutricional lrazem como desafio para o CNS e a CIAN, a ampliação do diálogo e a busca de consensos para construir democraticamente as demandas da sociedade civil sobre a PNAN e sobre o conjunto de programas e polÍticas a ela relacionadas. A participação social deve estar presente, nos processo§ cotidianos do SUS, sendo transvêr§âl aô conjunto dê §êu§ princípios e diretrizes. As§im, dêve ser rêôonheôidô :ê apoiado o protagonismo àa população na luta pelos seus direitos a saúdê'.e à alimentaÇão por maio da Criação e fortalecimento de espaços de escuta da sociedade, de participaçâo poputar na sofução de dentanda§ e de promoçâo da ínclusão social de populações êspecíficas. Qual da Força de Trabalho ,] A'siÍUaçáOalimentar.e nutricional da populaÇão brasileira e o Plano Nacional de Saúde, combinados com o movimento em defesa da segúrança alimentar e nutricional, Íornecem indicaçõês importahtes para a ordenaçãô da formação dos trabafhadores do setor,'saúder,qúer'atuam na à§enda da alimentação e nutrição no SUS. ::t, . Ne s se co,ptexto I torn a*se im prescindível a,,Qrr a liÍicasão d os profissionais,+m, Cbhsonándh cqm a§ 'nócés§idqdê§ dê saúde, alimentaÇâo ê nútrlçãô da pÕpulâçãô, ',§êndo estratégico considerar o processo de trabalho em saúde como eixo estruturante para a,p.,Íganiaa$áo.dg íormação da Faz-se necessário desenvolver e fortalecer mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação da força de trabalho para gestão e atenção nutricional, de valorização dos profissionais de saúde, com o estímulo e viabilização da Íormação e da educação permanente, da garantia de direitos trabalhistas e previdenciários, da qualificação dos vínculos de trabalho e da implantação de carreiras que associem desenvolvimento do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados aos usuários. A qualificação dos gestores e de todos os trabalhadores de saúde para implementação de políticas, programas e ações de alimentação e nutrição voltadas à atenção e vigilância alimentar e nutricional, promoção da alimentação adequada e saudável e a seguranÇa alimentar e nutricional representa uma necessidade historica e estratégica para o enfrentamento dos agravos e problemas decorrentes do atual quadro alimentar e nutricional brasileiro. A Educação permanente em saúde revela-se a principal estratégia para qualiÍicar as práticas de cuidado, gestão e participação popular. Deve embasar-se num processo pedagógico que parte do cotidiano do trabalho envolvendo práticas que possam ser definidas por múltiplos fatores (conhecimentos, valores, relações de poder, planejamento e organização do trabalho) e que considerem elementos que façam sentido para os atores envolvidos. As mudanças na gestão e na atenção ganham maior efetividade quando produzidas pela aÍirmação da autonomia dos sujeitos envolvidos, que contratam entre si responsabilidades compartilhadas nos processos de gerir e de cuidar. Um dispositivo impodante seria a constituição de estratégias de articulação dos gestores com as instituiçÕes Íormadoras para desenvolvimento de projetos de formação êrn serviçgt carnpos para extensão e pesquisa na rede de âtonçãô 'à saúde do SUS que possibilitem o desenvolvimento de práticas do cuidado relacionadas à alimentação e nutrição. Os cursos de graduação e pós-graduação na área de saúde, em especial de Nutrição, devem contemplar a íormação de profissionais que atendam às necessidades sociais em alimentação e nutrição e que estejam em sintonia com os princípios do SUS e da PNAN. Os Centros Colaboradores de Alimentação e Nutrição (CECAN), localizados em instituições públicas de ensino e pesquisa e credenciados pelo Ministério da Saúde para o apoio ao desenvolvimento de estrategias que aperfeiçoem as ações da PNAN, são parceiros estratégicos para afiicular as necessidades do SUS com a formação e qualificação dos profissionais de saúde para agenda de Alimentação e Nutrição, Controle e Regulação dos Alimentos ü pfap.gjamento das ações que garantam a inocuidade e a oúalidadê11l1nuÍfisional dos alimentos, controlando e prêvênindo riscos à saúde, se faz presente na agenda da promoção da alimentação adequada e saudável e da proteção à saúde. A preocupação em ofertar o alimento saudável e com garantia de qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica à população é o produto final de uma cadeia de processos, desde a produção (incluindo a agricultura tradicional e Íamiliar), processamento, industrialização, comercialização, abastecimento até a distribuição, cuja responsabilidade e padilhada com diferentes setores de governo e da sociedade. A atual complexidade da cadeia produtiva de alimentos coloca a sociedade brasileira diante de novos riscos à saúde, como a presença de agrotóxicos, aditivos, contaminantes, organimos geneticamente modificados e a inadequação do perfil nutricional dos alimentos. O avanço da tecnologia contribui para maior oferta e variedade de alimentos no mercado e alto grau de processamento dos alimentos industrializados - cuja 7 composição é afetada pelo uso excessivo de açúcar, sódio e gorduras, gerando alimentos de elevada densidade energética. Essas novas formulações, aliadas ao aumento de consumo de refeições fora do lar exigem adequações na regulação de alimentos. Nesse contexto, a segurança sanitária busca a proteção da saúde humana, considerando as mudanças ocorridas na cadeia de produção até o consumo dos alimentos, nos padrões socioculturais decorrentes da globalização e as adaptaçÕes ao modo de produção de alimentos em escala internacional, Assim, o risco sanitário deve enfocar a abordagem integral de saúde e considerar, além de si próprio, o risco nutricional decorrente desse cenário, ampliando a capacidade de o Estado fazer uso dos instrumentos legais de controle necessários à proteção da saúde da população. A PNAN e o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária - SNVS se convergem na finalidaàe de promoVer e proteger a saúde da populaçãô na p-"erspectlva,do direito"humano à alimentação, por meià Oa norúatização e do controle sanitário da produçãô,. comerciatizàçaá e Oistribuiçao Oe alimentos. tt - As medidas sanitáriás ,,adotadàs para álimentos se baseiam na análise de"risco, considerando:ie o risco como a probabilidade de uni efeito aOversb à saúde em consequência de um perigo físico, químico ou biológico com o potencial de causar esse efeito adverso à saúde. Dessa forma, e fundamental o uso da ferramenta de análise de risco com a finalidade de monitorar e assegurar à população a oferta de alimentos seguros e adequados nutricionalmente, respeitaindo o direito individual na escolha e decisão sobre os riscos aos quais irá se expor. Nesse sentido;lirir"plemêntar e "utilizar ds Boas práticas AgrÍcolas, Boas Prátibas dê Fabrica'dao; Boas práticas ":.:::1:ll L , Nutricionais e o SistemáoAnálisá,àe perigoê e pontos Críticos de Controte - AppCC, na,,eaádia Oe proOutao Oe alimentos, potencializa e assegura ᧠ações de furoteção à saúde do consumidor. Para que os órgãos de controle sanitário de alimentos possam viabilizar as ações de monitoramento e responder oportunamente às demandas que lhes são apresentadas, é preciso que sejam dotados de capacidade de resposta rápida, com um sistema ágil que permita o acompanhamento dessas ações de forma a reavaliar processos, produzir informações e a subsidiar a tomadade decisões. Dessa maneira, faz-se necessário revisar e aperfeiçoar os regulamentos sanitários e norteá-los em conformidade às diretrizes nacionais da PMS e da garantia do direito humano à alimentação e reforçar a capacidade técnica e analítica da rede nacional de vigiláncia sanitária. O monitoramento da qualidade dos alimentos deve considerar aspectos sanitários, como o microbiológico e o toxicológico, e do seu períl nutricional, como teores de macro e micronutrientes, articulando-se com as estratégias de fofiificação obrigatória de alimentos e de reformulação do perfil nutricional de alimentos processados com vistas à redução de gorduras, açúcares e sódio. Especificamente a ação de monitoramento da publicidade e propaganda de alimentos deve buscar aperfeiçoar o direito à informação, de forma clara e precisa, com intuito de proteger o consumidor das práticas potencialmente abusivas e enganosas e promover autonomia individual para escolha alimentar saudável. Essa estratégia deve limitar a promoção comercial de alimentos não-saudáveis para as crianças e aperfeiçoar a normatização da publicidade de alimentos, por meio do monitoramento e fiscalização das normas que regulamentam a promoção comercial de alimentos. A comunicação e os canais de interação com os ,consümidores devem ser ampliados, estabelecendo ações .'Continüas de informação para que as medidas de controle e regulação sejam compreendidas e plenamente utilizadas pêla população. A maior compreensão da percepção de risco nutricional e de saúde por parte do consumidor é fundamental para o desenvolvimento de estratégias efetivas de enfrentamento às práticas inadequadas de alimentação. A rotulagem nutricional dos alimentos constitui instrumento central no aperfeiçoamento do direito à informação. O acesso à informação fortalece a capacidade de análise e decisão do consumidor, por1anto, essa ferramehta deve ser clara e precisa para que possa auxiliar na escolha de alimentos mais saudáveis. Apesar do avanço normativo da rotulagem nutricional obrigatória, ainda é possível se deparar com informaçoes excessivamente técnicas e publicitárias que podem induzir à interpretação equivocada. Dessa forma é preciso aprimorar as informações obrigatórias contidas nos rótulos dos alimentos de forma a torná-las mais compreensÍveis e ,,estender o uso da normativa para outros setores de produção de alimentos. As ações relacionadas à regulação de alimentos devem estar coordenadas e integradas à garantia da Inocuidade e qualidade nutricional de alimentos, com o fortalecimento institucional dos setores comprometidos com a saúde pública e a transparência do processo regulatório - em especial dos agrotoxicos em alimentos, aditivos e alimentos destinados a grupos populacionais com necessidades alimentares específicas. Atualmente o Brasil compõe o Mercado Comum do Sul - Mercosul que apresenta políticas de regulamentação, estabelecendo práticas equitativas de comércio para os produtos alimentÍcios a partir da internalização e harmonização de legislações internacionais. Essas normas são amplamente discutidas com objetivo de estabelecer a livre circulação de gêneros alimentícios seguros e saudáveis, adaptadas às políticas e aos programas públicos de cada país. Outro forum internacional de regulação de alimentos é o Codex Alimentarius, do qual o Brasil faz parte e deve levar em conta as recomendações desse espaço com vistas à defesa da saúde e da nutrição da população brasileira. Pesquisa, lnovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição O desenvolvimento do conhecimento e o apoio à pesquisa, à inovação e à tecnologia, no campo da alimentação e nutrição em saúde coletiva, possibilitam a geração de evidências e instrumentos necessários parc implementação da PNAN. Com relação ao conhecimento da situação alimentar e nutricional, o Brasil conta, atualmente, com os sistemas de inÍormação de saúde e, em especial, o SISVAN, bem como pesquisas periódicas de base populacional nacional e local. Nesse aspecto, é importante que essas fontes de informação sejam mantidas e Íortalecidas e que a documentação do diagnóstiço alímêntar e:nutricional da população brasileira seja::rêâfieâda por regiÕes, ê§tados, grupos populaciônai§,, etnias, raçaVcôiôs, gêne1os, escolaridade, e-h,trérutroq fecÕrts.q,.que ,perrnffam visualiaar 1 out"'i1,ra o.Có; á dô fé@Àat , . . r fuádamentàl mãntêrr e Íomeniár lnys§timentos em pesqqicd'de delinearnento e avâfiação de novas intelveF-Fê§: e de avaliaçã0, de programas e ações B,rqno$tQs;pela PNAN, pâra que os gestores disponham de ümâ ba§e s6lida de evidências que apoiem o planejamento e a decisão para a atenção nutricional no SUS. Deve-se, portanto, mânter atualizada uma,agenda de prioridades de pesquisas em alimentação e nutrição de interesse nacional e regional, pautada na agenda nacional de prioridades de Pesqúisá:m saúde Desse modo; é'iúportante a ampliação do apolo técnico, cientÍfico e financeiro às linhas de investigação aliadas às demandas dos serviço§ de'':'sáúde, qúê i uesenvotvarn metodologias e instrumêntos aplicados à gestão, execução. monitoramento e avaliação das açÕes relacionadas à PNAN. Para esse fim, os Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição (CECAN) constituem uma rede colaborativa interinstitucional de cooperação técnico-científica, que deve ser aprimorada e fortalecida à medida que produzem evidências que contribuem para o fortalecimento da gestão e atenção nutricional na rede de atenção à saúde do SUS. Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) consiste na realizaçáo do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base: práticas alimentares promotoras da saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. Esse conceito congrega questões relativas à produção e disponibilidade de alimentos (suficiência, estabilidade, autonomia e sustentabilidade) e à preocupação com a promoção da saúde, interligando os dois enfoques que nortearam a construção do conceito de SAN no Brasil: o socioeconômico e o de saúde e nutrição. A garantia de SAN parc a população, assim como a garantia do direito à saúde, não depende exclusivamente do setor saúde, mas este tem papel essencial no processo de articulação lntersetorial. A intersetorialidade permite o estabelecimento de espaços compartilhados de decisões entre instituições e diferentes setores do governo que atuam na produção da saúde e da SAN na formulação, implementação e acompanhamento de políticas públicas que possam ter impacto positivo sobre a saúde da população. : .. : .:. :.1 Assirr;,16 PNAN deve interagir com a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) e outras políticas de desenvolvimento econômico e social, ocupando papel importante na estratégia de desenvolvimento das políticas de SAN, principalmente em aspectos relacionados ao diagnóstico e vigilância da situação alimentar e nutricional e à promoção da alimentação adequada e saudável. A articulação e cooperação entre o SUS e Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) proporcionará o fortalecimento das ações de alimentação e nutrição na rede de atenção à saúde, de modo articulado às demais ações de SAN com vistas ao enfrentamento da insegurança alimentar e nutricional e dos agravos em saúde, na ótica de seus determinantes sociais. Deverão ser destacadas ações direcionadas: 1, à melhoria da saúde e nutrição das famílias beneficiárias de programas de transferência de renda, implicando ampliação do acesso aos serviços de saúde; 2. à interlocução com os setores responsáveis pela produção agrícola, distribuição, abastecimento e comércio local de alimentos visando o aumento do acesso a alimentos saudáveis; 3. à promoção da alimentação adequada e saudável em ambientes institucionais como escolas, creches, presídios,albergues, locais de trabalho, hospitais, restaurantes comunitários, entre outros; 4. à articulação com as redes de educação e sócio- assistencial para a promoção da educação alimentar e nutricional; 5. à articulação com a vigilância sanitária para a regulação da qualidade dos alimentos processados e o apoio à produção de alimentos advinda da agricultura familiar, dos assentamentos da reforma agrária e de comunidades tradicionais, integradas à dinâmica da produção de alimentos do país. GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA.2006 Princípios Abordagem integrada - perfil epidemiológico Considerando o perfil epidemiológico nacional, caracterizado pelo peso multiplicado das doenças, as polític-as e os programas brasileiros de alimentâção e nutrição não devem se restringir à prevenção e ao controle das DCNT, uma vez que as deficiências nutricionais e as doenças infecciosas permanecem como aspectos fundamentais da saúde pública no Brasil. Assim, as diretrizes deste guia terão também o efeito de apoiar a prevenção da desnutrição e de deficiências nutricionais e o aumento da resistência a muitas doenças infecciosas. Abordagem apoiada no fato de que as deficiências nutricionais e as doenças crônicas não-transmissÍveis estão biologicamente associadas e de que, especificamente, a desnutrição da cíança no úiero materno aumenta a susceübifidade. a,,umicon;untôl Oe DCNT na vida adultâ-i p-ortanto, a prómôçâo. Ue,nioOoe Oá,, vida saudáveis1É;.ê -espeCia!, cOnjugando 6,,ártiôülando atimentação saudávet e atirioâOá-iírü :;;;"';; enfatizada ao longo do cureo da vida: da ínfâncía à velhice, permitindo uma vida longa, produtiva e sâudável. Refàrencial científiôo e a cu ltura' allmentar As recomendações que buscam a prevenção das doenças se-baseiam gm padrôes alÍmentares semelhantes àqueles utilizados tradicionaÍmente eni .muitas' regiões do mundo que possúém uma iultura âlimentar consolidada e onde as pessoa§ não convivem com sifuações de insegurança alimehtar ei nutricioná|, Tal como indicado nos rãatóriôs ,t9 p.ferencirT 91tg guia,.essas dietas apresentam as seg ui ntes ca racterísticas: . São iicas em grãos, [aes, massas, tubércúlos, raÍzes e outros .alimentos com alto teor de amido,preferencialmente na sua forma inteqral,. São ricas e variadas em frutas, Tegu;e" e verduras e em resuminosas (reijôês) " àütro* ãririãÀio. ol,e,iàinàãã, : proteínas de origem vegetal;. lncluem pequenas quantidades dó carnes. .lâiiciniôs e outros produtos de origem animal;. Em conseqüência, contêm fibras alimentares, gorduras insaturadas, vitaminas, minerais e outros componentes bioativos. Contêm também baixos teores de gorduras, açúcares e sal. Referencial positivo - Enfatizam primeiramente as vantagens dos alimentos e das refeições saudáveis, estimulaÀdo o consumo de determinados alimentos mais do que proibindo o de outros. A segunda, terceira e quarta diretrizes, para alimentos que contêm amidos (cereais, tubérculos e raízes) e para frutas, legumes e verduras, são exemplos de recomendações positivas. Mensagens com uma abordagem positiva são mais eficazes, porque as pessoas são nãturaimente mais atraídas por esse tipo de contexto. - Algumas orientações com caráter restritivo - porexemplo parc que se consumam menos gorduras, gorduras saturadas e açúcar, menos sódio (sai) - são, contudo, inevitáveis frente às evidências científicas que relacionam o consumo excessivo desses grupos de alimentos ao risco aumentado de desenvolvimento de doenças crônicas não{ransmissíveis (DCNT), repercutindo nas estatísticas nacionais e internacionais de morbidade e mortalidade. - A intenção da abordagem deste guia é que ele seja mais propositivo e menos prescritivo, ou seja, que enfaiize os atributos, as vantagens e ações factíveis para adoção de uma alimentação saudável, ao invés defocalizar e eiplorar ações que não devem ser realizadas. Explicitação de quantidades - As diretrizes específicas para profissionais de saúde e membros de famílias, sempre que possível, são quantificadas e expressas como limites de consumo ou por número de porções. - Recomendações qualitativas, tais como ,,coma muitas frutas, legumes e verduras" ou "modere o seu consumo de açúcar", são úteis como orientações gerais, mas necessitam de recomendações quantificadas adicionais pâra se tornar concretas e práticas, auxiliando os proÍissionais e as famílias a estipular as metas a ser alcançadas para atendimento das diretrizes. Variações das quantidades - As diretrlzes são geralmente expressas com uma margem de variaçâo. Assim, "cerca de 1O%,' e utrês ou mais porçÕes" indicam variações. - O princÍpio da quantificaçâo implica que as diretrizes são expressas como porcentagens ou proporçÕes do consumo total de energia ingerido. O consumo de energia necessário para manutenção da saúde e da boa nutrição varia com o sexo, a idade, o nÍvel de atividadê física, o estado fisiológico, a presênça ou ausência de doenças e mesmo do estado nutricional atual da pessoa; coniudo, neste guia as iníormações são para a população cômo um - Assim, ^para essas quantificações, este guia adotou como parâmetro um brasileiro saudável com uma ingestão média diária de 2.000 quilocalorias (kcal). ,Aq RorÇoes recomendadas para grupos e pessoas com exigências expressivamente diferentes de 2.000kcal por dia dêvem 'ser calculadas individualmente por um nutricionista. Alimento como referência - O ato de alimentar-se envolve diferentes aspectos que manifestam valores culturais, sociais, afetivos e sensoriais. - Assim, as pessoas, diferentemente dos demais seres vivos, ao alimentar-se não buscam apenas suprir as suas necessidades orgânicas de nutrientes. Não se ,,alimentam,, de nutrientes, mas de alimentos palpáveis, com cheiro, cor, textura e sabor; portanto, as diretrizes deste guia são baseadas em alimentos e, consideradas no seu cãnjunto, abarcam um plano alimentar completo. - lsso significa que, sempre que possível, são expressas em termos de alimentos e bebidas, mais do que em termos de componentes nutricionais, como ocorria com a maioria dos documentos com orientações dieteticas produzidos até os anos 90. 10 - As diretrizes para a alimentação saudável, baseadas em alimentos, quando devidamente especificadas, são facilmente compreendidas por todas as pessoas. Sustentabilidade ambiental - O enfoque assumido neste guia, com o claro incentivo ao consumo de alimentos nas formas mais naturais e produzidos localmente e à valorização dos alimentos regionais e da produção familiar e da cultura alimentar, além de estimular mudanças de hábitos alimentares para a redução do risco de ocorrência de doenças, valoriza a produção e o processamento de alimentos com o uso de recursos e tecnologias ambientalmente sustentáveis. - Atualmente se reconhece como prioritária a produção de alimentos que fomente e garanta a Segurança Alimentar e Nutricional nacional, mas se reconhece como igualmente prioritário o uso da terra e da água, de Íorma ecologicamente sustentável e com impactos sociais e ambientais positivos. Originalidade - um guia brasileiro , . ,, ,,.1 ,.', , - Contem as primeiras diretrizeç alimentares oficiai§ pSra o Brasil e para os brasilêiros, U üm guia para â popuiaçao brasileira, com báse', ern 'alÍmentos do Brasil e fundamentado ern süa :ciilturâ álimêntar., :: :: :lr:::::i ' l: : ' - A ciênoia em que sâ baseiam âB dirêtrizês é,' com certeza, universal e os objetivos e as orientaçÕês utilizam, como pilares, as recomendações e os textos de apoio recentê,_qllntê publicados em documentos intêrnâcionais. - ffiê.i à,,'ássemelha-se, no dêsenvolvimento de seus prin,êíÉj,ú,q+com o utros re certe rnênte p rod uzld o s em m u ito s paíse-sda.América Latina ê em ôutras partê§ do mundo. ;, nfordlgem multifocal - Cada recomendaçao neste guia é expressa de quatro maneirasi rR primeira é , uma.: reoômendpção direcionada para todas âs pessoas e é concebida para ser utilizada em d iferentes contextos i nformativos e ed ucacionais. - Posteriormente, há recomendaçôes para aqueles setoresda sociedádê, qüê estão intrlns,qcarnente ,ryqi§ preocupados com o teúá; são as sugestões para os governos ou para as indústrias, objetivos para óÉ profissionais de saúde e recomendaçõeê para rnemhfpç:dá Íamília. Existem vantagens nessa abordagem multifocal, Os governos e a indústria têm responsabilidades próprias, os profissionais de saúde precisam de objetivos com uma abordagem técnica e os membros das famílias precisam de diretrizes práticas. Desse tipo de abordagem poderão também fazer uso outros profissionais, como os de educação e comunicação, por exemplo, que necessitem fazer uso de orientação mais prática sobre os temas de alimentação. Para os profissionais de saúde, os objetivos das orientações destinam-se a capacitá-los para orientar adequadamente grupos populacionais saudáveis a partir dos 2 anos de idade. Elas foram especificamente elaboradas para profissionais - em âmbito nacional, regional, estadual, institucional, municipal e da comunidade - cujas preocupações incluem promover a saúde e prevenir doenças. lsso significa que as orientações são destinadas a manter as pessoas saudáveis e, portanto, não estão incluídas orientações para grupos de risco e pessoas já doentes, em situação clínica relacionada a alguma alteração específica na alimentação, Essas pessoas devem ser atendidas, orientadas e nutricionista. acompanhadas individualmente por Atributos Uma alimentação saudável deve contemplar alguns atributos básicos. São eles: acessibilidade, sabor, variedade, cor, harmonia e segurança sanitária, 1)Acessibilidade fÍsica e Íinanceira: ao contrário do que tem sido construído socialmente, por meio de informação equivocada, veiculada principalmente pela mídia, uma alimentação saudável não é cara, pois se baseia em alimentos in natura e produzidos regionalmente. - O apoio e o fomento aos agricultores familiares e às cooperativas para a produção e a comercialização de produtos saudáveis, como grãos, leguminosas, frutas, legumes e verduras, são importantes alternativas, não soúentê,:p,a-r"4,;. melhoria da qualidade da alimentação, maslâmbém para estimular a geraçáo de renda em pequenas comunidades, além de sinalizar para a intêgração com às políticas públicas de produção de alimentos; 2) Sabor: o argumento da ausência de sabor da alimentação saudável é outro tabu a ser desmistificado, pois uma alimentação saudável e e precisa ser pragmatica mente saborosa. - O resgate do sabor como um atributo fundamental é um investimênto necessário à promoção da alimentação saudável. - As práticas de marketing muitas vezes vinculam a alimentação saudável ao consumo de alimentos industrializados especiais e não privilegiam os alimentos naturais ê menôs refinadôs, como, por exemplo, tubérculos, Írutas, legumes e verduras e grãos variados - alimentos saudáveis, saborosos, culturalmente valiosos, nutritivos, típicos e de produção factível em várias regiões brasileiras, inclusive e principalmente pôr pequenos agricultores familiares; ,Vgf{çde.{.e: o cônsumo de vários tipos de alimentos ,forn$$ê oê:,diferentes nutrientes, evitando a monotonia rálirnentâi; que limita a disponibilidade de nutrientes necessários para atender às demandas fisiológicas e garantir uma alimentação adequada; 4) Cor: a alimentação saudável contempla uma ampla variedade de grupos de alimentos com múltiplas colorações. Sabe-se que quanto mais colorida é a alimentação, mais rica é em termos de vitaminas e minerais. Essa variedade de coloração torna a refeição atrativa, o que agrada aos sentidos e estimula o consumo de alimentos saudáveis, como frutas, legumes e verduras, grãos e tubórculos em geral; 5) Harmonia: esta característica da alimentação se refere especificamente à garantia do equilíbrio em quantidade e em qualidade dos alimentos consumidos para o alcance de uma nutrição adequada, considerando que tais fatores variam de acordo com a fase do curso da vida e outros fatores, como estado nutricional, estado de saúde, idade, sexo, grau de atividade física, estado fisiológico. Vale ainda ressaltar que, entre os vários nutrientes, ocorrem interações que podem ser benéficas, mas também preludiciais ao estado nutricional, o que implica a 1t necessidade de harmonia e equilÍbrio entre os alimentos consumidos; 6) Segurança sanitária: os alimentos devem ser segurospara o consumo, ou seja, não devem apresentar contaminantes de natureza biológica, física ou química ou outros perigos que comprometam a saúde do indivíduo ou da população. - A?:ir, com o objetivo de redução dos riscos à saúde, medidas preventivas e de contiole, incluindo as boas práticas de higiene, devem ser adotadas em toda a cadeia de alimentos, desde a sua origem até o preparo para o consumo em domicílio, em restaurante e em outros locais que comercializam alimentos. - A vigilância sanitária deve executar ações de controle e fiscalização para verificar a adoção deisas medidas por parte das indústrias de alimentos, dos serviços de alimentação e das unidades de comercialização de alimentos. - Além disso, a orientação da população sobfe prátieas. adeq uadas de maniputaçao oos . alimeiiios,.àeve.,sê:r,ütÃãdas açôes contempladas. nas polÍilcas púnficás dã promoção da alimentação saudável. profissional de saüde objetivando Educacão'Alimentar e Nutricional) . --- ,a_' Diretriz 1 - O; atimentos sàudáveis e ás reteifáes Oriàntar: l. 1 ., : :qbp a necessidade de se realizar p'elo menos três reretçoes dlarlas, intercaladas com lanches saudáveis;. quânto à importância da consulta e inierpretação da inform.geio nutricionat e da tista de ingredientá, pi.i."ntã, nos rÕtulos dos alimentos, para a seleÇão de alimentos . as mulheres durante a gestãçáo soOre à imb'ortância da práticá do ateitamento mãremo "*crúriuj áid;;ã';.;; !3-roaoe da. criança e sobre os passos para a arimántafão comptementar após esse período. ,. ' : i.r, '::,1: Saber que: . os cereais, de prefêiênclg, infegrais, frutas, legumes e verduras e leguminosas (feijões), ho seu.-conjuntô,.devem fornecer mais da metade (55"/" à 75oto) do útájtdeiànL;ôiâdiária da alimentação. :i .,, I : Diretriz 2 - Cereais, tubérculos e raízes Orientar: . o consumo de alimentos ricos em carboidratos complexos .(amidos), como cereais, de preferênciaintegrais, tubérculos e raízes, para garanti r 45% a 65% da energia total diária da alimentaçãó;. o consumo diário de seis porções de cereais, tubérculos e raízes. Saber que: . a presença diária desses alimentos na alimentação vem diminuindo (em 1974, correspondia a 42,1% e, em 2003, era. de 38,7o/o). Essa tendência deve ser revertida, por meio do incentivo ao consumo desses grupos de alimentos pela população, na forma in natura. para atender ao limite mínimo recomendado (45%), o consumo atual deve ser aumentado, em aproximadamente, 20%;. no.Brasil, e obrigatória a fortificação das farlnhas de trigo e milho com Íerro e ácido fólico,estrategia que objetiva-a redução da anemia ferropriva e de problemas relacionados à má-formação do tubo neural. A orientação de consumo dessas farinhas é particularmente importante para crianças, idosos, gestantes e mulheres em idade fertil. Diretriz 3 - Frutas, legumes e verduras Orientar: . o consumo diário de três porções de frutas e três porçôes de legumes e verduras nas refeições diárias; .. sobre a importância de variar o consumo desses grupos de alimentos nas diferentes refeições e ao lonlo'da semana; . e informar sobre a grande variedade desses allmentos disponíveis em todas as regiões do país e incentivar diferentes modos de preparo desses alimentos para valorizar o sabor. Saber que: . a participação de frutas, legumes e verduras no valor energético total fornecido pela alimentação das famílias brasileiras, independentemente da faixa dô renda, é baixa, variando de 3% a 4ok, entre 1974-2003, , o consumo mínimo recomendado de frutas, legumes e verduras é de 400 gramas/dia prru grr"nti r g% a 12% da energia diária coÁsumida, considãrando uma dieta de 2.000 kcal. lsso significa aumentar em, pelo menos, três vezes o consumo médio atualda população brasileira. Diretriz 4 - Feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteínas Orientar e estimular:. o consumo diário de uma porção de leguminosas (feijôes); . o consumo diário de feijão com arroz, na prôporção de uma para duas partes; . o consumo de modo que as legumínosas como feijões, lentilhas, ervilha seca, gráo-de-bico, soia " oütro,garantam, no mínimo, So/o do total de energía diária;. o consumo de castanhas e sementes, inclusive como ingredientes de diferentes preparaçôes; . o uso de diÍerentes modos de preparo para a valorização do sabor de todos os tipos de leguminosas. Saber que; : *r,Pgm a p_aúicipação relativa de feijões na atimentaçãobrasileira (5,68%) ainda esteja dentro da Íaixa lecomendqda de consumo, há uma tendência de quedapreoÇupante, necessitando ser revertida em curto espaço dê tempo. Diretriz 5 - Leite e derivados, carnes e ovos Orientar: consumo diário de três porçôes de leite e derivados; . o consumo diário de uma porção de carnes, peixes ou ovos; . sobre o alto valor biologico das proteínas presentes nos ovos, nas carnes, nos peixes, no leite e derivados;. sobre a alta biodisponibilidade do ferro presente nas carnes, principalmente nos miúdos e nas vísceras e peixes; . e informar que leite e derivados são fontes de proteínas, vitaminas_e a principal fonte de cálcio da alimentação, nutriente fundamental para a formação e manutenção da massa óssea. O consumo desse grupo de alimentos é importante em todas as fases -do curso da vida, particularmente na infância, na adolescência, na gestação e para adultos jovens; 12 . a escolha de produtos que contenham menor teor de gordura. O leite e seus derivados, para adultos que já completaram seu crescimento, deve ser preferencialmente desnatado. Crianças, particularmente, e adolescentes devem consumir leite e derivados na forma integral, desde que não haja contra-indicação em seu uso, definida por médico ou nutricionista. Diretriz 6 - Gorduras, açúcares e sal. Orientar: . a reduçáo do consumo de alimentos com alta concentração de sal, açúcar e gordura para diminuir o risco de ocorrência de obesidade, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias e doenças cardiovasculares; . sobre a importância da consulta e interpretação da iníormação nutricional e da lista de ingredientes nos rótulos dos alimentos para seleção de alimentos mais saudáveis. Em relação ao consumo de GORDURAS Saber que: . a contribuição de gorduras e óleos, de todas as fontes, não deve ultrapassar os limites.,de 154/a a 30% da energia total da alimentação diária. Uma vez que ôs dados disponíveis de cônsumo alimentar no Brasil são indiretos e baseados apenas na disponibilidade domiciliar de alimentosi é importante que o consumo de gorduras seja limitado, para que não se ultrapasse a íaixa de consumo recomendada; . o total de gordura saturada não deye ultrapassar 10% do total da energia diária; . o total de gordura trans consürnida deve ser menor que !l/p {o v.alor energético:total diário (no máximo Orientar: ri,r,oiLllU.§nsUÍfro m.áxirno diár.io.. de- ury.1a pprção de alirnentos do giúpo.dos óleos e goidurâs, dando preferência aos óleos vegetais, azeite e margarinas livres de ácido graxos trans; . sobre os diferentes tipos de óleos e gorduras e seus distinto§r,ÍmnacÍossob,qq.a.sâúde,' Em relação âo êonsumo.de AÇÚCARE$ Saber que: . o consumo de açúcares sirnplee não deve ultrapassar 10% da energia total diária, lseo significa redução de, pelo menos, 33% (um terço) na média atual de consumo da população. Orientar: . o consumo máximo diário de I porção de alimentos do grupo dos açúcares e doces; . e informar que os açúcares sáo fonte de energia e podem ser encontrados naturalmente nos alimentos, como frutas e mel, ou ser adicionados em preparaÇões e alimentos processados; . a redução do consumo de alimentos e bebidas processados com alta concentração de açúcar e das quantidades de açúcar adicionado nâs preparações caseiras e bebidas. Em relação ao consumo de SODIO (sal) Saber que: . o consumo de sal diário deve ser no máximo de Sg/dia (uma colher rasa de chá por pessoa). lsso significa que o consumo atual médio de sal pela população deve ser reduzido à metade. Essa quantidade é suficiente para atender às necessidades de iodo. Orientar: . e informar que o sal de cozinha possui sódio. Esse mineral quando consumido em excesso e prejudicial à saúde; . que todo o sal consumido deve ser iodado; . que o sal destinado ao consumo animal não deve ser utilizado pelas famílias das zonas rurais, pois esse sal não contém a quantidade de iodo necessária para garantir a saúde de seres humanos; . a redução do consumo de alimentos processados com alta concentração de sal, como temperos prontos, caldos concentrados, molhos prontos, salgadinhos, sopas industrializadas e outros. Diretriz 7 - Agua Orientan , . s.insêntivar-o consumo de água, independentemente de outros líquidos; . as pessoas a ingerir no mínimo dois litros de água por dia (seis a oito copos), preferencialmente entre as refelções. Essa quantidade pode variar de acordo com a atividade física e com a temperatura do ambiente; . a oferta ativa e regular de água às crianças e aos idosos ao longo do dia; . sobre os cuidados domésticos que garantam a qualidade e segurança da água a ser consumidã pela família. Diretriz Especial 1 - Atividade física . Abordar de maneira integrada a promoção da alimentação saudável e o incentivo à prática regular de :t'Ü:,:1?rtJ''"3à,.u , importância do equiríbrio entre o consumo alimentar e o gasto energético paru a manutenção do peso saudável, em todas as fases do curso da vida. . Utilizar a avaliação antropométrica, nos serviços de saúde (Sisvan), para acompanhamento do peso saudável de pessoas em quaisquer fases do curso da vida. . Estimular a formaçáo de grupos para prática de atividade física . e orientação sobre alimentação saudável nos serviços ,de,..saúde, nas escolas e em outros espaços comuniiáriôs, §ob supervisão de profissional capacitado. Diretriz Especial 2 - Qualidade sanitária dos alimentos . Orientar sobre as medidas preventivas e de controle, incluindo as práticas de higiene, que devem ser adotadas na cadeia produtiva, nos serviços de alimentação, nas unidades de comercialização e nos domicílios, a fim de garantir a qualidade sanitária dos alimentos. . lnÍormar que alimentos manipulados ou conservados inadequadamente são fatores de risco importantes para muitas doenças. Capítulo especial - álcool O quadro abaixo exemplifica o cálculo da dose-equivalente de álcool para três tipos de bebidas: 13 8§Bt§A Mn*m Ttrntç (erraala flata) Destilada r§*Íe 6{cÀ. ttg*nda: TA e'laqrah+,ákot Y+rry. fuofusn+ enr rd x ÍÀ!110Q Áltoar{ ' uoh.rnrr 0,â w a dan**dah do ákoslâôrc s t{ * ml 150 350 40 rA{9â} llüLuMf(nruf) fucool; 14,ü 14 Í2.9 BܧE 12 5 4S 18 17,5 r$ 1 , Í Para os que fazem uso de bebidas alcoólicas, o consumo deve ser limitado a duas doses diárias para homens e uma dose para mulheres. A recomendação e diferente para homens e mulheres em razão da estrutura física. As mulheres são normalmente menores e mais leves que os homens, o que torna o organismo feminino mais vulnerável ao álcool. Bases epidemiológicas e científicas dae diretrizes nacionais BASES EprDEMrorioGÍcAS, ,,, _ ti" ,,-'1' . sAúDE e ruutniçÁôr,lrro àneJiu -',,. ..,:r,.i,,,',,,'"':, A transição epidemiológica brasileira Os processos de transição demografica, epidemiologica e nutricionat vêm oconeádo desdã a Oécaàa d; 6õ; ;; vários paÍses, incluindo o Brasit. fáis -Àà"es";; ;; deconentes .d.as modificações no padrão d'emográfico, no FgrÍil de morbimortalidade e no Consumo.alimentãr. por alta morbidade e mortalidade por doenças infecciosas por perfis de saúde dominados pela presença de doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) Epidemiologia da atividade física Homens são mais ativos nas idades mais jovens, tendendo a declinar entre os 20 e 40 anos. A freqüôncia da atividade física no lazer é equivalente nos dois sexos, a partir dos S0 , anos de idade, OutrasEvidências: t ' homens preferem praticar esportes coletivos, enquanto mulheres, caminhadas. Homens praticam atividade física por diversão e as mulheres alegam preocupação com a saúde e motivos esteticos^ Com o avançar da-idade, em ambos os sexos, aumenta a periodicidade da atividade fÍsica no lazer; . a associaçáo da renda e da escolaridade com a Íreqüência da atividade física no lazer " po.itiuã,independentemente da idade, região e área de residência e entre homens e mulheres. euanto maior a renda e a escolaridade, maior é a freqüência de atividade física. Mortalidade A mortalidade no Brasil apresenta mudanças importantes, nas.úttimas décadas, tanto no que se rerere à ài"iriüriàãJ etária quanto aos grupos de causas. Houve uma queda na proporçâo de mortes em menores de 1 ano e aumento de óbitos na faixa de idade de 50 anos e mais. {*rtxE* *e trwüe D****xx & *§Í*{iünçía S*r*tr§*+r*#* Doenças lnfeaclo*af Se*rqxr (r$*rk,w* Ca*sm Extemm§ frr*trm {rusaP Totâls4 r*?g V*, 3,' l?.*4 3§-4 *,2 §$,s _{§#"s rss$ #"ft tr,ã s*1 &ts ,2,7 ffi,* 1§ü., âffi§ % *,,? **§ {&§ *7,,,8 s§,7 x§0,s trtr!ft frt&*s#*o e*4drdr9§§§ãàád*, Íâffixi*d+lfdor*mrç*a{e&rüà*dfr}sidl**- ÍÀt, (,d*ned*} {t}§x*ç*#r**am*d#,*t§ms1!r9i.àa di6ffi§r*f}rü*l g+r* rol*rr* forç*gxxari*a1, ü9 Sx.n$s ir*isd6.í r F.rüjr&Íffi tffirü*n frfçe66êr ;h$:t. {§ §*ftC* (rdloÍel|í.6f{r(,.r* dhbm* #0 toÍlldr{o rddrí*ú{ f"rr*t*O*a i.rdd* mffiçMt#a*,âÇ€ã'í*frí},IdsáHütí;rg?*,§{prk4*f*§t$#4iss*&f4*'*#?*f.xp,Í**(Ê*#**,çqrr*4**p**..rk As pessoas em risco carências são gestantes, maror de desenvolver essas especialmente as adolescentes, Desnutrição infantil e deficiências de micronutrientes 14 nutrizes (mulheres que estão amamentando), crianças menores de 5 anos, com ênfase entre as de 6 meses e 2 anos de idade, crianças que não são amamentadas adequadamente, idosos e doentes de modo geral, A melhor proteção para crianças contra as deÍiciências de micronutrientes, desnutrição inÍantil e infecções é a amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses de vida e complementar até os 2 anos, com a introdução correta e opoduna dos alimentos variados e saudáveis a partir do sexto mês de vida. HIPOVITAMINOSE A A deficiência de vitamina A, denominada hipovitaminose A, afeta a visão, podendo causar cegueira irreversível, além de comprometer a imunidade da criança, estando associada a taxas elevadas de mortalidade infantil. O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A ("Vitamina A Mais"), sob responsabilidade do Ministeio da Saúde, objetiva prevenir e controlar essa deficiência nutricional mediante a suplementação com megadoses de vitamina A, em crianças de 6 a 59 meses de idàde; (100.000Ut e ZOO mínimo de quatro rneses) e puérleras no, pás.lbàrll imediato (2oo.ooout em doáe ffi Nordeste. n.e,Y?tç dg Jg.ouítinhonha e Mucurlci em Minas ANEM1á.:F,ERROÊRIVÂ.'..... ' ]:: "-v-l r ;.a:a:aa:aa:.::L!:,4:ir;'1': ':. :t ' : , ,,, . ,. , n.d,ê.,{ffi çÊia, de .feno;,denominadâ anôrniâ ferropriva, émúi iÉ}CIvalênte, nô',.Brasil, priniipalmente entre as A âllÍefiiâ representa, em têrmos de magnitude, o principal problema carencial do País, aparentemente sem grandes difer:enuiâções geográÍicas, afetando, em proporções sernelfi pntea r tod⧠âs maciorl,eg lões CARÊNCIA DE ACIDO FÓLICO '! : A carência.:dêrácfdç fólico, quê também provoca um tipo específico dd'ahêmiâ, êstá âs$ociâdg âôs dêfeitos do tubo neural na fase do crescimento intra-uterino, quandó as crianças são geradasl,,por ülhêres Com âpÕrtê inadequado desse nutriente, , :,.;;:,, O Programa Nacional de Suplementação de Feno, recentemente instituído por meio da Portaria n.o 730, de 13 de maio de 2005, do Ministerio da Saúde, desiina-se a prevenir a anemia ferropriva mediante a suplementação universal de crianças de 6 a 18 meses de idade, gestantes a partir da 20." semana e mulheres até o 3.o mês pós-parto em todo o território nacional. Os suplementos de sulÍato Íerroso, em Íorma de xarope, deverão ser oferecidos rotineiramente nas unidades de atenção básica de saúde que conformam a rede do SUS em todos os municípios brasileiros. A publicação da Resolução Anvisa RDC n.o 344, de 13 de dezembro de 2002, tornou obrigatória a fortificação das farinhas de trigo e de milho com ferro e ácido fólico, pré- embaladas na ausência do cliente e prontas para oÍerta ao consumidor, e aquelas utilizadas como matéria-prima na fabricação de produtos como pães, biscoitos, macarrão, misturas para bolos, salgadinhos, dentre outros. Essa resolução, em vigor desde junho de 2004, estabelece que: . cada'l 009 do produto deve fornecer 4,2m9 de ferro, que representa 30% da ingestão diária recomendada (lDR) de adulto (14m9) e 150mcg de ácido fólico, o que representa 37% da IDR de adulto (400mcg). . as Íarinhas de trigo e de milho devem ser designadas usando o nome convencional do produto de acordo com a legislação específica, seguida de uma das seguintes expressões: fortificada com ferro e ácido fólico ou enriquecida com ferro e ácido Íólico ou rica em ferro e ácido fólico. BOCIO ENDÊMICO A deficiência de iodo causa uma série de problemas, denominados distúrbios por deficiência de iodo (DDl), tendo como manifestações clínicas mais evidentes o bócio ("papo") ou aumento da tireóide (uma glândula que fica localizada da base frontal do pescoço) e o cretinismo (alterações neurológicas irreversíveis que acometem crianças geradas por mulheres com deíiciência de iodo e que incluem retardamento mental, surdo-mudez, alteraçÕes motoras, dentre outras). DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSívElS (DCNT) As DCNT são influenciadas pelo ambiente e por isso passíveis de prevênção. Esse grupo de doenças é considerado uma manifestação da má-nutrição, evidência comprovada por estudos científicos. . Doenças cardiovasculares Atualmente, âs doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 18 milhões de mortes anuais em todo o mundo. , Dentre elas, a doença isquêmica do coração e a§ doenças cerebrovasculares responsabilizam-se por 213 das mortes e por mais de 20o/o dos óbitos por todas as causas. No Brasil, na década de 30, as doenças inÍecciosas e parasitárias correspondiam, proporcionalmente, a 46% da mortalidade geral, enquanto que as cardiovasculares a 12%. Já os dados de 2001 mostram uma nítida reversão desses dados: enquanto as infecciosas e parasitárias respondem por 5,0% de todas as causas de morte, as doenças ,?,,r.rf ve".L1i;es ascenderem a 31o/o. Sd§úndo estlmâtivas do Ministerio da Saúde, as doenças cardiovasculares (DCV) corresponderam a 113 dos óbitos por causas conhecidas e 2/3 dos gastos com atenção à saúde em 2002. Elas tornaram-se uma das principais causas de mofte, em conseqüência, entre outros fatores, das profundas transformações no abastecimento de alimentos e padrão alimentar, com o rápido aumento da produção e consumo das gorduras saturadas, que tornou as dietas mais calóricas, bem como a redução na atividade Íísica cotidiana. . Câncer 13 Parte 3 - As Bases Epidemiológicas e Científicas . Hipertensão arterial . Diabetes O diabetes apresenta alta morbimortalidade, sendo uma das principais causas de mortalidade, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doenças card iovasculares. 15 . Excesso de peso e obesidade . Excesso de peso e obesidade em crianças l.TLrygFoRMAÇÃo NOS PADRÕES ALTMENTARES NACIONAIS N.as . duas últimas gerações, o sistema brasileiro deabastecimento de alimentos transformou_se: antespredominantemente primário ou composto por produtos minimamente processados e comprado" ", p"qr"noacomércios varejistas e atualmente produios' pré_ preparados e embalados, comprados em grandes redes de supermercados. Essas mudanças no padrão alimentar são comparáveis àsque ocorreram décadas atrás, como resultado do processo de industrialização da Europa Ocidental e da America do Norte. Em geral, o consumo de alimentos de origem vegetal, incluindo cereais, raízes, tubérculos e legumiãosas, frutas, legumes e verduras, tende a decresceri a producão e o consumo de alimentos
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