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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA Prática 02: Determinação Gravimétrica de Sulfato Alunos: Alessandra Byrro Rodrigues Cristina Mendes Bruno Rafael Alves Durães Tiago Cabral Araújo Disciplina: Química Analítica Quantitativa Professora: Lucas Franco Ferreira Diamantina Maio / 2014 1. Introdução A análise gravimétrica ou gravimetria é um método analítico quantitativo cujo processo envolve a separação e pesagem de um elemento ou um composto do elemento na forma mais pura possível. Na análise gravimétrica, o constituinte desejado é separado da amostra na forma de uma fase pura, com composição química bem definida, que é então pesada. A partir da massa desta última acha-se a massa do constituinte através de relações estequiométricas apropriadas. O peso do elemento ou composto pode ser calculado a partir da fórmula química do composto e das massas atômicas dos elementos que constituem o composto pesado. A análise gravimétrica está baseada na medida indireta da massa de um ou mais constituintes de uma amostra. Por medida indireta deve-se entender converter determinada espécie química em uma forma separável do meio em que esta se encontra, para então ser recolhida e, através de cálculos estequiométricos, determinada a quantidade real de determinado elemento ou composto químico, constituinte da amostra inicial. A separação do constituinte pode ser efetuada por meios diversos: precipitação química, eletrodeposição, volatilização ou extração. A separação do elemento, ou do composto que o contém, pode ser efetuada de diversas maneiras, e as mais importantes dentre elas são: métodos de precipitação, extração e cromatográficos (para o sulfato de bário o método será o de precipitação). Apesar do método ser demorado devido ao grande número de operações necessárias à sua execução, e à sua baixa sensibilidade (não determina microconstituintes na amostra), a análise gravimétrica possui algumas vantagens como: as operações unitárias utilizadas no procedimento gravimétrico são de fácil execução e de boa reprodutibilidade; os equipamentos utilizados são simples e baratos; os erros são facilmente controlados. Análise gravimétrica por precipitação Na gravimetria por precipitação química, o constituinte a determinar é isolado mediante adição de um reagente capaz de ocasionar a formação de uma substância pouco solúvel (inicialmente, o item em análise encontra-se em uma forma solúvel em determinado meio). Precipitação: em linhas gerais segue a seguinte ordem: precipitação > digestão (se necessária) > filtração > lavagem > aquecimento > pesagem. Determinação de sulfato como sulfato de bário O método baseia-se na precipitação BaSO4 mediante adição lenta de uma solução diluída de cloreto de bário à solução contendo o sulfato. A determinação está baseada na reação: SO4 2- + Ba2+ BaSO4(s) O precipitado é separado por filtração, lavado, seco ou calcinado, e tarado como sulfato de bário, de cuja massa obtém-se a massa e o teor ou de enxofre ou de sulfato na amostra analisada. [1] Costuma-se fazer a precipitação em meio ácido para evitar as formações de carbonato, cromato e fosfato de bário, insolúveis em meio neutro, eventualmente presentes no sistema e, consequentemente, contaminantes e interferentes. O excesso de bário, através do efeito do íon comum, minimiza o erro devido á maior solubilidade do sulfato de bário em tal condição. Outrossim, a acidez do meio, associada a uma precipitação a quente, com soluções diluídas e tempo de digestão do precipitado, leva à formação de cristais maiores e mais puros, facilitando a filtração e lavagem dos mesmos. 1.0 Materiais e Métodos 2.1 Materiais Béquer de 400 mL, forma alta Béquer de 600 mL, forma alta Vidro de relógio para a pesagem dos sólidos Bastão de vidro Proveta de 100 mL Agitador termomagnético Conta-gotas Banho-maria Filtro Papel de filtro quantitativo Estufa Dessecador CuSO4.H20 Solução de HCl 1:1 v/v Solução de BaCl2 a 1% m/v 2.2 Métodos O primeiro passo do procedimento consistiu na pesagem de 0,5 gramas de CuSO4.H20, com o auxílio de um vidro relógio. A massa pesada foi então transferida para um béquer de 400 ml, onde acrescentou-se água destilada para a diluição até que o volume de 100 ml fosse atingido. Posteriormente, 1 ml de ácido clorídrico 1:1 foi acrescentado ao béquer, que foi então levado até o agitador magnético para aquecimento da solução. À medida que o béquer foi aquecido, 100 ml de uma solução quente de cloreto de bário a 1% foi sendo gotejada, e a agitação permaneceu constante. Após entrar em ebulição, a solução contida no béquer permaneceu em repouso por 2 minutos para que o precipitado se depositasse no fundo do recipiente. Algumas gotas de cloreto de bário foram adicionadas à solução para o término da precipitação. Feito isso, a mistura foi a banho-maria por uma hora e depois permaneceu em repouso por 12 horas para digestão do precipitado. Esse tempo é o mínimo necessário para garantir uma reação mais eficaz. Posteriormente, a filtração foi iniciada, para separar o sólido de interesse do restante da solução. Anteriormente à filtração, o papel de filtro quantitativo utilizado foi pesado e sua massa anotada. As etapas finais da prática consistiram em secar o precipitado filtrado por cinco horas a 110 ◦C na estufa, deixá-lo em dissecador por uma hora, e finalmente fazer a pesagem do sólido seco. 3. Resultados e Discussões Com base no peso aferido das amostras de CuSO4.5H2O e BaSO4 temos: SO4 2- + Cu2+ + 5H2O ↔ CuSO4.5H2O m1 = 0,5030g (1) SO4 2- + Ba2+ ↔ BaSO4(s) m2 = 0,4710g (2) Sendo a estequiometria de (2) já balanceado, podemos relacionar a massa obtida com a massa específica e a quantidade de mols do sulfato de bário com o íon sulfato. Assim: 1 mol SO4 2- ------------------ 1 mol BaSO4 96g SO4 2- ------------------ 233g BaSO4 xg SO4 2- ------------------ 0,4710g BaSO4 x = 0,1941g de SO4 2- Essa massa obtida de íon sulfato é correspondente a massa pesada de sulfato de bário após a secagem e a pesagem do precipitado. Para poder saber se a amostra foi preparada com sucesso, iremos comparar o valor da massa pesado com o teórico, assim com (1) balanceado obtemos: 1 mol SO4 2- ------------------ 1 mol CuSO4.5H2O 96g SO4 2- ------------------ 249,5g CuSO4.5H2O yg SO4 2- ------------------ 0,5030g CuSO4.5H2O y = 0,1935g de SO4 2- Com o valor teórico obtido, podemos relacionar com a massa pesada do sulfato de bário: 0,1935g ------------------ 100% 0,1941g ------------------ z z = 100,3% 4. Conclusão O valor experimental obtido foi de 0,3% maior que o teórico. A diferença dos valores é devido a erros obtidos durante a prática, tais como: pesagem, sujeiras acumuladas, filtragem. A filtração feita com o papel de filtro de faixa preta permitiu uma maior precisão na separação do precipitado e o sobrenadante. Ainda no processo de filtragem, lavou-se o mesmo com água quente (92ºC) em pequenas porções depois com álcool etílico, a fim de garantir que toda a solução fosse filtrada. Após a prática feita constatou-se que a gravimetria é uma análise tendenciosa, demorada e exige certo conhecimento técnico para executá-la. Por fim, o valor de erro (0,3%) encontrado está dentro da margem de erro (± 5%), e é considerado extremamente pequeno. 5. Referências Bibliográficas [1] FERREIRA, L. F., Apostila experimentalpara a disciplina de química analítica quantitativa, Adaptado de COELHO, N. M. M., COELHO, L. M., Diamantina, 2014.
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