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Sistema Vestibular

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– º
Sistema Vestibular 
 
 
Objetivo 1: Descrever a anatomia do sistema vestibular. 
 
• Anatomia do Sistema Vestibular 
 
- O sistema vestibular informa sobre a posição e o movimento da cabeça, provendo-nos com 
o sentido do equilíbrio, além de auxiliar na coordenação dos movimentos da cabeça e dos 
olhos e nos ajustes da postura corporal. 
 
- Enquanto o sistema vestibular opera normalmente, estamos, em geral, desatentos de seu 
funcionamento. Entretanto, sua função é interrompida, resultam sensações desagradáveis, 
como sensações “de virar o estômago”, que normalmente associamos a doenças do movimento 
(ou cinetose): vertigem, náusea e uma sensação de desequilíbrio e movimentos 
incontroláveis dos olhos. 
 
 
• Labirinto Vestibular 
 
- O sistema vestibular, assim como o sistema auditivo, utiliza células ciliadas para traduzir 
os movimentos. 
 
- Nos mamíferos, todas as células ciliadas estão confinadas em conjuntos de câmaras 
interconectadas, denominadas labirinto vestibular 
 
- O labirinto fica no ouvido interno 
 
- O labirinto vestibular inclui dois tipos de estruturas com diferentes funções: 
 
1- Os órgãos otolíticos, que detectam a força da gravidade e as inclinações da cabeça 
 
2- Os ductos semicirculares, que são sensíveis à rotação da cabeça. 
 
- O propósito básico de cada estrutura é transmitir a energia mecânica, derivada do 
movimento da cabeça, às células ciliadas. 
 
- Cada estrutura é sensível a um tipo diferente de movimento, não devido a diferenças nas 
células ciliadas, mas pelas estruturas especializadas dentro das quais estão dispostas as células 
ciliadas. 
 
– º
- Os órgãos otolítico pareados, denominados sáculo e utrículo, são câmaras relativamente 
grandes próximas ao centro do labirinto. 
- Os ductos semicirculares são as três estruturas em forma de arco do labirinto. 
 
- Existe um conjunto de órgãos vestibulares de cada lado da cabeça, dispostos como imagens 
especulares entre si. 
 
- Cada célula ciliada dos órgãos vestibulares estabelece uma sinapse excitatória com a 
terminação de um axônio sensorial do nervo vestibular, um ramo do nervo vestibulococlear 
(VIII nervo craniano). 
 
- Existem aproximadamente 20 mil axônios no nervo vestibular de cada lado da cabeça e seus 
corpos celulares estão situados no gânglio vestibular de Scarpa. 
 
 
 
 
 
– º
 
 
 
• Órgãos Otolóticos 
 
- O sáculo e o utrículo detectam mudanças no ângulo da cabeça, como também a aceleração 
linear dela. 
 
- Quando você inclina a cabeça, o ângulo entre os órgãos otolíticos e a direção da força 
gravitacional mudam. 
 
- A aceleração linear também gera força em proporção à massa de um objeto. 
 
- As forças decorrentes da aceleração linear são as do tipo que você encontra quando sobe ou 
desce de elevador ou em um carro, enquanto este arranca ou para. 
 
- Cada órgão otolítico contém um epitélio sensorial, chamado de mácula, que está orientado 
verticalmente dentro do sáculo e horizontalmente dentro do utrículo quando a cabeça está 
aprumada. 
 
- A mácula vestibular contém células ciliadas, que estão dispostas em uma camada constituída 
de células de sustentação, com seus estereocílios projetando-se para dentro de uma cobertura 
gelatinosa 
 
- Os movimentos são transduzidos pelas células ciliadas na mácula quando os feixes de 
estereocílios são defletidos. 
 
– º
 
 
 
 
– º
- Os órgãos otolíticos tem a presença de diminutos cristais de carbonato de cálcio, chamados 
de otocônias, 
 
- As otocônias estão incrustadas na cobertura gelatinosa da mácula, próximas às pontas dos 
feixes de estereocílios, e são o elemento-chave para a sensibilidade da mácula a inclinações. 
 
- Elas possuem uma densidade superior à da endolinfa circundante. 
 
- *Quando o ângulo da cabeça muda ou quando a cabeça sofre aceleração, uma força (inércia 
ao movimento) é exercida sobre as otocônias que, por sua vez, exercem uma força no mesmo 
sentido sobre a cobertura gelatinosa, movendo-a levemente e inclinando os estereocílios 
das células ciliadas. 
 
- Cada célula ciliada tem um cílio especialmente longo, chamado de cinocílio. 
 
- A inclinação dos estereocílios na direção do cinocílio resulta em uma despolarização, o 
potencial excitatório do receptor. 
 
- A inclinação dos estereocílios na direção oposta ao cinocílio resulta em hiperpolarização, 
inibindo a célula. 
 
- A célula é especializada seletivamente à direção dos estereocílios. Se os estereocílios forem 
inclinados perpendiculares à direção preferencial, eles respondem fracamente. 
 
- A cabeça pode se inclinar e se movimentar em qualquer direção, mas as células ciliadas do 
utrículo e do sáculo estão orientadas para detectar efetivamente todas as direções. 
 
- A mácula do sáculo está orientada mais ou menos verticalmente, ao passo que a mácula do 
utrículo está em orientação horizontal 
 
- O conjunto sáculo e utrículo de um lado da cabeça é uma imagem especular do conjunto do 
outro lado, de modo que, quando um determinado movimento da cabeça excita as células 
ciliadas de um lado, ele tende a inibir as células ciliadas na localização correspondente do 
outro lado. 
 
- Assim, qualquer inclinação ou aceleração da cabeça excita algumas células ciliadas, inibe 
outras e não exerce efeito algum sobre as demais. Por meio da utilização simultânea da 
informação codificada pela população total de células ciliadas otolíticas, o sistema nervoso 
central pode interpretar todos os possíveis movimentos lineares de forma inequívoca. 
 
– º
 
 
 
 
 
• Ductos Semicirculares 
 
- Os ductos semicirculares detectam movimentos de rotação da cabeça, como sacudi-la de 
um lado para o outro ou no movimento de assentir, inclinando a sua cabeça para cima ou para 
baixo. 
 
- Os ductos semicirculares detectam a aceleração, mas de uma forma diferente. 
– º
- A aceleração angular é gerada por movimentos rotacionais repentinos e constitui-se no 
estímulo primário para os ductos semicirculares. 
 
- As células ciliadas dos ductos semicirculares estão agrupadas em uma camada de células, 
a crista, localizada dentro de uma protuberância do ducto, chamada de ampola 
 
- Os estereocílios projetam-se para dentro da cúpula gelatinosa, a qual se estende no lúmen 
da ampola. 
 
- Todas as células ciliadas na ampola possuem seus cinocílios orientados no mesmo sentido, 
indicando que todas as células ficam excitadas ou inibidas conjuntamente. 
 
- Os ductos semicirculares são preenchidos com endolinfa, o mesmo fluido que preenche a 
escala média da cóclea. 
 
- Quando o ducto sofre uma repentina rotação, os estereocílios se inclinam 
 
- *A medida que a parede do ducto e a cúpula começam a girar, a endolinfa tende a se 
atrasar em relação ao movimento, devido à inércia. 
 
- O movimento mais lento da endolinfa exerce uma força sobre a cúpula. 
 
- Essa força encurva a cúpula, que inclina os estereocílios, os quais, por sua vez (dependendo 
da direção da rotação), podem excitar ou inibir a liberação de neurotransmissor das células 
ciliadas para as terminações axonais do nervo vestibular. 
 
- Se a rotação da cabeça for mantida em velocidade constante, a fricção da endolinfa nas paredes 
do ducto determinará que os dois se movam juntos, o que reduz, até cessar, o encurvamento da 
cúpula após 15 a 30 segundos. 
 
- Esse tipo de rotação prolongada da cabeça não é uma situação à qual que você se exponha 
muito frequentemente, a menos que aprecie certos brinquedos de parques de diversões. 
 
- Quando a rotação da cabeça (e de seus ductos) finalmente cessa, a inércia da endolinfa 
provoca a inclinação da cúpula no sentido oposto, gerando uma resposta oposta das células 
ciliadas e uma sensação temporária de rotação no sentido contrário. 
 
- Esse mecanismo explica por que você se sente tonto e desequilibrado sempre que, para 
de repente de girar seu corpocomo um pião – seus ductos semicirculares estavam enviando 
a mensagem de que seu corpo ainda estava girando, agora na direção oposta. 
 
- Juntos, os três ductos semicirculares de cada lado da cabeça auxiliam na sensação de todos os 
ângulos possíveis de rotação. Isso é assegurado porque cada ducto faz par com outro de mesma 
orientação do lado oposto da cabeça 
– º
 
- Enquanto a rotação excita as células ciliadas de um ducto, ela inibe as células ciliadas do 
ducto correspondente contralateral. 
 
- Esse sistema de “liga-desliga” – cada rotação causa uma excitação de um lado e uma inibição 
do outro otimiza a habilidade do encéfalo de detectar movimentos rotacionais. 
 
 
 
 
Objetivo 2: Explicar a neurofisiologia e conexões do sistema vestibular. 
 
• Fisiologia da Orelha Interna 
 
- A orelha interna é composta pelos labirintos anterior e posterior 
 
- O labirinto anterior ou cóclea é responsável pela audição, enquanto o labirinto posterior 
ou vestíbulo é responsável pelo equilíbrio. 
 
- O labirinto posterior é composto por: sáculo, utrículo, canais semicirculares e suas respectivas 
ampolas. 
 
- O sáculo e o utrículo possuem células ciliadas sensitivas que se localizam nas máculas e são 
envoltas pela membrana otolítica (onde se encontram os otólitos). 
 
- As células ciliadas possuem dois tipos diferentes de cílios, os estereocílios (curtos) e os 
cinocílios (mais longos). 
 
- O sáculo e o utrículo são responsáveis pela percepção de movimentos lineares da cabeça, 
porque durante este tipo de movimento, a membrana otolítica sofre uma deflexão, 
provocando a movimentação dos estereocílios em direção ao cinocílio (figura 2), o que 
culmina na despolarização da célula ciliada sensitiva. 
 
– º
 
 
 
 
- Há três canais semicirculares (CSCs): 
 
1) anterior ou superior; 
2) posterior ou inferior 
3) lateral ou horizontal. 
 
- O CSC lateral é sensível à movimentação da cabeça em rotação horizontal. 
 
- Já os CSCs verticais (superior e inferior) são sensíveis à movimentação da cabeça 
em rotação para cima e para baixo. 
 
– º
- Os canais semicirculares têm nas suas extremidades uma região mais dilatada denominada 
ampola, que possui a crista ampular, região com células ciliadas com função sensitiva. 
 
- Os cílios destas células são cobertos pela cúpula, uma massa gelatinosa. Durante a rotação 
da cabeça, há uma deflexão da cúpula e a despolarização das células ciliadas. 
 
- O primeiro neurônio da via vestibular está localizado no gânglio vestibular ou de Scarpa. 
 
- Há duas divisões do nervo: a inferior (que parte do sáculo e do canal semicircular inferior) e 
a superior (que parte do utrículo e dos canais semicirculares lateral e superior). 
 
 
 
• Vias Vestibulares e Reflexos Vestibulares 
 
- *As vias vestibulares centrais coordenam e integram as informações sobre os movimentos 
da cabeça e do corpo e as utilizam para controlar a eferência dos neurônios motores que 
ajustam a posição da cabeça, dos olhos e do corpo. 
 
- *Os axônios vestibulares primários do VIII nervo craniano fazem conexões diretas com os 
núcleos vestibulares lateral e medial, no mesmo lado do tronco encefálico, bem como com 
o cerebelo. 
 
- Os núcleos vestibulares também recebem aferências de outras partes do encéfalo, incluindo 
do cerebelo e dos sistemas sensoriais somático e visual, combinando, desse modo, a 
informação vestibular aferente com os dados sobre o sistema motor e de outras modalidades 
sensoriais. 
 
- Os núcleos vestibulares, por sua vez, projetam-se para vários alvos rostrais a eles, no tronco 
encefálico, e caudais, para a medula espinhal. 
 
– º
- *Por exemplo, os axônios dos órgãos otolíticos projetam-se para o núcleo vestibular 
lateral, o qual se projeta, então, via tracto vestibulospinal, aos neurônios motores espinhais 
que controlam os músculos das pernas, auxiliando na manutenção da postura 
 
- *Essa via auxilia na manutenção da postura ereta corporal, mesmo no convés de um barco 
que balança. 
 
- *Os axônios dos ductos semicirculares projetam-se ao núcleo vestibular medial, o qual 
envia axônios pelo fascículo longitudinal medial para excitar os neurônios motores dos 
músculos do tronco e do pescoço que orientam a cabeça. 
 
- *Essa via auxilia na orientação da cabeça, mesmo quando o corpo esteja dando pinotes. 
 
- *De maneira similar aos demais sistemas sensoriais, o sistema vestibular faz conexões com 
o tálamo e, então, com o neocórtex. 
 
- *Os núcleos vestibulares enviam axônios ao núcleo ventral posterior (VP) do tálamo, o 
qual se projeta para regiões próximas à representação da face, no córtex somatossensorial 
primário e na área cortical motora primária. 
 
-*A nível cortical, ocorre considerável integração cortical das informações sobre os 
movimentos corporais, dos olhos e do campo visual. 
 
- É provável que o córtex mantenha continuamente uma representação da posição e da 
orientação do corpo no espaço, o que é essencial para a nossa percepção de equilíbrio e para 
o planejamento e a execução de movimentos complexos e coordenados 
 
 
 
 
• Reflexo Vestíbulo-Ocular (RVO) 
 
– º
- *Uma função muito importante do sistema vestibular central é manter os seus olhos 
orientados para uma determinada direção, mesmo enquanto você estiver dançando 
freneticamente. 
 
- Isso é realizado pelo reflexo vestíbulo-ocular (RVO). 
 
- *Cada olho pode ser movido por um conjunto de seis músculos extrínsecos dos olhos. O RVO 
opera pela sensação das rotações da cabeça e, imediatamente, comanda um movimento 
compensatório dos olhos na direção oposta. 
 
- O movimento ajuda a manter a sua linha de visão fixa em um alvo visual. 
 
- Como o RVO é um reflexo disparado pela aferência vestibular, mais do que pela aferência 
visual, ele opera surpreendentemente bem, até mesmo no escuro ou quando os olhos estão 
fechados. 
 
- O RVO, é responsável por estabilizar as imagens em movimento vistas pelos olhos. 
 
- *O funcionamento do RVO depende de conexões complexas dos ductos semicirculares 
com o núcleo vestibular e deste aos núcleos dos nervos cranianos oculomotor e abducente 
que excitam os músculos extrínsecos oculares. 
 
- A Figura 11.34, que mostra apenas a metade do componente horizontal desse circuito, ilustra 
o que acontece quando a cabeça gira à esquerda e o RVO induz os dois olhos a virarem à 
direita. 
 
- Os axônios do ducto semicircular horizontal esquerdo inervam o núcleo vestibular 
esquerdo, o qual envia axônios excitatórios ao núcleo do VI nervo craniano (núcleo 
abducente) contralateral (lado direito). 
 
- Os axônios motores do núcleo abducente, por sua vez, excitam o músculo reto lateral do 
olho direito. 
 
- Outra projeção excitatória do abducente cruza a linha sagital mediana, de volta para o lado 
esquerdo, e ascende (via fascículo longitudinal medial) para excitar o núcleo do III nervo 
craniano (núcleo do nervo oculomotor), o qual excita o músculo reto medial do olho 
esquerdo. 
 
- Com a missão cumprida, assim parece: ambos os olhos são puxados para a direita. 
 
- Para obter resposta a rotações da cabeça em qualquer direção, o circuito RVO completo inclui 
conexões similares entre o ducto horizontal direito, os outros ductos semicirculares e os outros 
músculos extrínsecos oculares que controlam os movimentos oculares. 
 
– º
 
 
 
 
Objetivo 3: Descrever as patologias associadas ao sistema vestibular. 
 
- O sistema vestibular pode ser lesado de várias maneiras; por exemplo, altas doses de 
antibióticos, como a estreptomicina, podem ser tóxicas às células ciliadas. 
 
- As pessoas com lesões bilaterais dos labirintos vestibulares mostram enorme dificuldade para 
fixar a visão nos alvos em movimento. 
 
- Quando as pessoas com distúrbios vestibulares não podem estabilizar uma imagem sobre a 
retina em movimento, elas podem ter a sensação desconcertantede que o mundo está 
constantemente se movendo à sua volta. Essa sensação pode resultar em dificuldades para 
caminhar e se manter em pé. 
 
– º
- Ajustes compensatórios podem ser desenvolvidos com o tempo, à medida que o sistema 
nervoso aprende a substituir as informações vestibulares por mais sinalizações visuais e 
proprioceptivas para ajudar nos movimentos precisos e suaves 
 
• Vertigem e Nistagmo 
 
- A vertigem e o nistagmo são os sintomas vestibulares mais comuns e estão presentes na maior 
parte das vestibulopatias. 
 
- A vertigem é a sensação de rotação, seja do ambiente ou do próprio corpo, decorrente de 
um desequilíbrio ou assimetria do tônus entre os vestíbulos direito e esquerdo. 
 
 
 
- O nistagmo, por sua vez, é o movimento involuntário e repetitivo do globo ocular, sendo 
a manifestação clínica da assimetria de tônus entre os músculos da musculatura ocular 
extrínseca, que é mantido pelo sistema vestibular. 
 
- O nistagmo pode ser horizontal, vertical ou rotatório, mas pode apresentar dois 
componentes, sendo, por exemplo, horizonto-rotatório. 
 
 
- O nistagmo periférico geralmente tem sentido único, sendo horizonto-rotatório ou 
horizontal e sofre um efeito inibidor pela fixação ocular, ou seja, reduz sua intensidade com 
a fixação ocular. Além disso, ele tem uma fase lenta (de origem labiríntica) e uma fase rápida 
(de origem central, no tronco encefálico) e geralmente está acompanhado de vertigem intensa 
e sintomas neurovegetativos como náuseas. 
 
- A pesquisa do nistagmo pode ser: 
 
– º
• Espontânea, apenas observando o paciente em posição neutra e olhando para frente; 
 
• Semiespontânea, observando o paciente enquanto ele olha 30º para direita, para esquerda, para 
cima e para baixo. 
 
- É essencial que pacientes com vertigem ou nistagmo tenham seu equilíbrio avaliado. 
 
- O equilíbrio estático pode ser avaliado por meio do teste de Romberg, 
 
 
 
- Quando o paciente tem uma lesão periférica (do labirinto) ele tende a cair para o lado do 
labirinto comprometido. 
 
- No caso de lesões centrais, a tendência é que a queda ocorra para frente ou para trás. 
 
- Já o equilíbrio dinâmico é avaliado por meio da observação da marcha do paciente em linha 
reta. 
 
- A marcha atáxica ou espástica indica alguma lesão central, enquanto desvios da linha reta 
indicam alguma lesão vestibular. 
 
• Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB) 
 
- São crises vertiginosas intensas durando poucos segundos, relacionadas com certos 
movimentos da cabeça, como olhar para cima ou virar-se rapidamente. 
 
- A etiologia pode estar associada ao trauma craniano, neuronite vestibular, pós-
estapectomia, vestibulopatia recorrente, Ménière ou infecções. 
 
- Mais comum acometer pessoas entre 40 e 60 anos. 
 
⇝ Fisiopatologia 
 
– º
- A mudança da posição da cabeça provoca o deslocamento anormal dos otólitos e ocasiona 
uma vertigem rápida com duração de segundos associada a um nistagmo posicional paroxístico 
característico. 
 
- Pode ter 2 subtipos: 
 
1- Canalitíase, o mais comum, que ocorre quando o otólito que se desprendeu ficou solto e 
boiando na endolinfa do canal semicircular; 
 
2- Cupulolitíase, em que tem a degeneração do utrículo, levando à liberação de otocônias 
(cristais de carbonato de cálcio) que irão se alojar na crista ampular do ducto semicircular 
posterior interferindo na fisiologia normal das estruturas ali existentes. 
 
 
-O canal semicircular posterior é o mais acometido, sendo responsável por mais de 70% dos 
casos, porque tem posição mais inferior, tanto em ortostase quanto em posição supina. 20% 
ocorre no CSC lateral e cerca de 6% CSC no CSC superior. 
 
⇝ Quadro Clínico 
 
- Vertigem precipitada por movimentos da cabeça, acompanhado de nistagmo. 
 
- O nistagmo inicia-se após um período de latência de alguns segundos, intensifica-se e 
gradualmente melhora em cerca de 20 a 30 segundos. 
 
- É rotacional, com fase rápida batendo em direção à orelha estimulada, podendo estar 
acompanhado de uma componente vertical (se CNS posterior envolvido) ou horizontal (se CNS 
lateral envolvido). 
 
- Não há sintomas auditivos (hipoacusia, zumbidos, plenitude aural). 
 
⇝ Diagnóstico 
 
- O diagnóstico é clínico e realizado através de manobras. O teste mais conhecido é o de Dix-
Hallpike: 
 
• Paciente sentado, com a cabeça rotacionada 30º para a direita; 
 
• Deita-se em decúbito dorsal com a cabeça para fora da maca, mantendo assim a cabeça 
em extensão e rotação lateral a 30o; 
 
• Para o diagnóstico deve-se identificar, dentro de alguns segundos, o nistagmo, que pode ser 
rotatório e vertical para cima (CSC posterior), vertical para baixo (CSC superior, mas também 
pode ter origem central) ou horizontal (CSC lateral). 
– º
 
- Se positivo, o paciente apresentará vertigem e nistagmo com as características supracitadas 
>> Indica VPPB 
 
- Diz-se que a VPPB é subjetiva quando o paciente apresenta vertigem durante a manobra, sem 
que se observe o nistagmo. Ainda assim, está indicado o tratamento que também é realizado 
através de manobras – eficácia superior a 70%. 
 
 
 
 
⇝ Tratamento 
 
- O tratamento é feito pela manobra de Epley, que visa o reposicionamento dos otólitos: 
 
- A partir da última posição da manobra de Dix-Hillpike, vira-se a cabeça do paciente para 
o lado contralateral (mantendo angulação de 30o) por cerca de 30 a 60 segundos 
 
• O paciente vira-se para decúbito lateral, mantendo a rotação da cabeça, e permanece nesta 
posição por 30 a 60 segundos. 
 
• O paciente é levantado e mantido sentado na maca, ainda com a rotação da cabeça em 30o 
para a esquerda, por mais 30 a 60 segundos. 
 
- As manobras podem ser acompanhadas por complicações como: sintomas neurovegetativos 
(náuseas, sudorese), migração para canal semicircular lateral e canalith jam (bloqueio 
canalicular). 
 
 
– º
• Neurite Vestibular 
 
- A neurite vestibular é a inflamação do nervo vestibular, sendo a divisão superior a mais 
acometida. 
 
- Comumente, relata-se uma infecção de vias aéreas superiores (IVAS) recente. 
 
- A vertigem é moderada a severa, de início súbito e sem sintomas auditivos (hipoacusia e 
zumbidos). 
 
⇝ Diagnóstico 
 
- O diagnóstico é feito pela observação do nistagmo, que pode ser espontâneo, semiespontâneo 
ou após a manobra de head-shake, que consiste em virar a cabeça do paciente de um lado 
para outro várias vezes, por 10 a 20 segundos. 
 
- Sendo neurite vestibular, o nistagmo é horizontal e se direciona para o lado sadio. 
 
- Já o nistagmo de origem central tende a ser prolongado, vertical (após a estimulação no plano 
horizontal) e desconjugado (diferente) entre os 2 olhos. 
 
- Ademais, para diferenciar lesões periféricas e centrais, preconiza-se a realização da 
bateria HINTS (Head Impulse test, Nistagmo Típico e Skewdeviation): 
 
• Head Impulse test ou teste do impulso encefálico – virar cabeça para esquerda e para direita 
(nesta ordem) por algumas vezes enquanto o paciente mantém o olhar fixo entre os olhos do 
examinador. 
 
- O teste é positivo é constatado através da presença de sacadas (movimento compensatório dos 
olhos que o paciente é obrigado a fazer para manter o olhar fixo) e denota reflexo vestíbulo-
ocular defasado em relação à movimentação da cabeça, ou seja, uma lesão vestibular ipsilateral 
ao lado testado. 
 
• Nistagmo Típico (central ou periférico) – como supracitado 
 
• Skew deviation – Oclusão alternada de cada um dos olhos do paciente. Em lesões centrais, 
um globo ocular fica mais baixo que o outro (estrabismo vertical). 
 
- Se qualquer um dos itens da bateria HINTS não assume padrão periférico é necessário 
complementar a investigação com exames de imagem (como a tomografia computadorizada), 
buscando possíveis causas centrais (ataque isquêmico transitório – AIT – ou acidente vascular 
cerebral - AVC).• Migrânea Vestibular 
– º
 
- Cefaleia migrânea que se segue por vertigem. 
 
- Acomete principalmente mulheres 
 
⇝ Fisiopatologia 
 
- A depressão alastrante do sistema nervoso central (SNC) ocasiona o vasoespasmo da artéria 
auditiva interna, o que compromete a irrigação do labirinto e desencadeia os sintomas 
labirínticos. 
 
⇝ Quadro Clínico 
 
- Pacientes com migrânea vestibular costumam cursar com cefaleia, vertigem, desequilíbrio e 
sensação de “cabeça vazia”. 
 
- A cefaleia é caracteristicamente migrânea: unilateral, pulsátil, com fotofobia e fonofobia. 
A coincidência entre cefaleia e vertigem ocorre em apenas 25 a 50% dos casos. 
 
- Há também a apresentação de sintomas auditivos: hipoacusia, zumbidos e plenitude aural. 
 
- Geralmente, a audiometria é normal na migrânea vestibular, o que possibilita o diagnóstico 
diferencial com Ménière. 
 
 
• Síndrome de Meniere 
 
- Ménière é uma patologia que decorre de uma hidropsia endolinfática, que causa hipertensão 
no labirinto, sobretudo no ducto coclear e no sáculo. 
 
- Quando idiopática, denomina-se doença de Ménière, e quando é secundária, síndrome de 
Ménière. 
 
A síndrome de Meniére pode ser causada por: 
 
• Infecções virais ou por sífilis; Doenças autoimunes; Doenças metabólicas ou hormonais. 
 
⇝ Quadro Clínico 
 
- Os 4 sintomas clássicos da Ménière são: 
 
• Vertigem episódica (3 a 4 horas); 
• Perda auditiva progressiva ou flutuante; 
• Zumbido; 
– º
• Plenitude aural; 
 
- A maioria dos casos é unilateral, mas 30% dos casos apresenta-se de forma bilateral. Na 
audiometria observa-se uma perda auditiva neurossensorial inicialmente em frequências graves 
(baixas). 
 
⇝ Diagnóstico 
 
De acordo com os critérios diagnósticos, Ménière pode ser definida ou provável. 
 
- Ménière definida: 
 
• 2 ou mais episódios de vertigem (de 20 minutos a 12 horas); 
 
• Perda auditiva neurossensorial em frequências graves a médias na orelha afetada 
(audiometria) em pelo menos uma ocasião; 
 
• Sintomas auditivos flutuantes, como zumbido e plenitude aural; 
 
• Nenhum outro diagnóstico que justifique tais sintomas. 
 
- Ménière provável: 
 
• 2 ou mais episódios de vertigem (de 20 minutos a 24 horas); 
 
• Sintomas auditivos flutuantes, como zumbido e plenitude aural; 
 
• Nenhum outro diagnóstico que justifique tais sintomas. 
 
• Cinetose 
 
- A cinetose é uma síndrome que envolve náuseas, vômitos, sialorreia, sudorese e palidez, 
desencadeada quando se está em movimento (viagens de carro ou embarcação, por exemplo). 
 
- Acomete qualquer idade, sendo mais comum entre mulheres. 
 
- É decorrente da estimulação excessiva do sistema vestibular e também do conflito entre os 
sistemas responsáveis pela manutenção do equilíbrio: vestibular, visual e proprioceptivo. 
 
• Labirintopatias Metabólicas \ Hormonais 
 
- Disfunções metabólicas ou hormonais que levam à alteração do potencial endococlear, 
já que a composição da endolinfa é afetada principalmente por alterações nas concentrações 
de Na+ e K+. 
– º
- É mais comum em mulheres a partir da 3a década. 
 
- A queixa mais comum é a vertigem, sendo cíclica, mas o paciente pode referir também 
“cabeça vazia” e zumbidos. 
 
- Entre as alterações metabólicas e hormonais se encontram: 
 
• Hipoglicemias, hiperglicemias, hiperinsulinemia, resistência periférica a insulina, que 
interferem na bomba sódio-potássio-ATPase existente na estria vascular. 
 
• Hipo ou hipertireoidismo: Causam lesão direta das células ciliadas e alterações 
hemodinâmicas (vasculares), assim como bioquímicas (perfil lipídico). 
 
• Alterações ovarianas: Podem ocorrer em todas as fases de vida da mulher (ciclo 
menstrual, gestação, climatério) e causam hidropsia endolinfática secundária, com os seguintes 
sintomas: vertigem, cefaleia e compulsão por doces. 
 
 
– º
 
 
 
Objetivo 4: Diferenciar a síndrome vestibular periférica da central. 
 
• Síndrome Vestibular Central 
 
- Lesão nos núcleos vestibulares ou de suas conexões com o SNC (Tratos) estruturas 
 
*O sistema vestibular faz conexões com o cerebelo, com os núcleos dos nervos oculomotor e 
abducente (que controlam a motricidade ocular), a medula espinhal e o córtex cerebral. 
 
*As conexões vestíbulo-oculares são responsáveis pela coordenação dos movimentos 
oculares durante a movimentação da cabeça, enquanto o trato vestíbulo-espinhal auxilia 
na manutenção da postura ereta. As conexões cerebelares modulam essas atividades 
 
 
⇝ Quadro Clínico 
 
- As vertigens são de menor intensidade, entretanto são mais contínuas 
 
- O nistagmo pode ser múltiplo (Ex: Horizonto-Rotatório) e unilateral 
 
- A direção do desvio na prova do índex e na prova de Romberg é variável 
 
- É incompleta: Não apresenta alterações auditivas (surdez, zumbido), porque não vai afetar 
a cóclea 
 
- Síndrome Incompleta: Por não apresentar alterações auditivas 
 
– º
- É desarmônica: O nistagmo vai ser unilateral e múltiplo (desvio de acordo com a direção0 
 
- O nistagmo pode ser horizontal, rotatório ou vertical 
 
- O nistagmo pode ser espontâneo e posicional 
 
- Associados a sintomas e sinais de lesão de estruturas vizinhas do tronco encefálico 
 
- Pode acometer os pares de nervos V, VI, VII, IX, X, XII 
 
- O paciente sempre vai apresentar uma instabilidade, sendo ela intensa, a modo que o paciente 
não consegue se manter de pé ou caminhar durante a fase aguda 
 
- O paciente vai apresentar déficit proprioceptivo 
 
- O paciente vai ter alteração na marcha 
 
- Pode apresentar: Ataxia Assimétrica, Hipermetria Ipislateral, Hemiparesia Ipislateral, 
Ataxia Cerebelar, Tetraparesia 
 
- No teste de desequilíbrio não altera com os olhos fechados 
 
- Oscilações para frente e para trás 
 
- Pode ter a presença de disartria 
 
- Geralmente a ataxia de membros está presente 
 
 
⇝ Causas 
 
- Vasculares, Tumores, Drogas, Doenças Infecciosas, Trauma 
 
 
• Síndrome Vestibular Periférica 
 
- Acomete o sistema vestibular periférico (lesão nos receptores, labirintos ou dos nervos) 
 
- Canais semicirculares, utrículo, sáculo, nervo vestibular 
 
- Crises de vertigem 
 
- Nistagmo 
 
– º
- O nistagmo é encontrado na fase lenta para o lado da lesão 
 
- O nistagmo é horizontal ou rotatório e espontâneo 
 
- Alteração do equilíbrio 
 
- No teste de Romberg tem desvio lateral da cabeça e do corpo para o lado da lesão 
 
- Desvio do índex 
 
- Alteração na marcha (Ataxia Assimétrica) 
 
- Não apresenta déficit proprioceptivo 
 
- Síndrome Completa: Tem todas as alterações clínicas de uma alteração vestibular (zumbido, 
surdez) 
 
- Síndrome Harmônica: Nistagmo em ambos os lados 
 
- Não apresenta disartria 
 
- Não apresenta ataxia de membros 
 
- O paciente consegue caminhar, apesar do desequilíbrio, diferentemente da central, que nem 
isso os pacientes conseguem 
 
- Equilíbrio piora com os olhos fechados, entretanto consegue ficar com os pés juntos com os 
olhos abertos 
 
- No teste do equilíbrio apresenta oscilações laterais 
 
- Pode acomete o VII par de nervo 
 
- Pode apresentar Síndrome de Horner 
 
Síndromes: Labirintopatias, Neurites, VPPB 
 
 
 
Objetivo 5: Diferenciar os tipos de nistagmos. 
 
- O nistagmo é reflexo do sistema vestibular sobre a movimentação ocular. 
 
– º
- Traz dois componentes: lento, tem origem em fibras que atravessam o fascículo longitudinal 
medial e a formação reticular; rápido, com origem na formação reticular. 
 
1- Causas Periféricas: 
 
- Geralmente cursam com nistagmos que cedem em 24-48h e com crises que duram cerca de 
horas, fatigáveis com a fixação do olhar e que não mudam de sentido com a fixação do olhar 
para o lado. 
 
2- Causas Centrais: 
 
- A vertigem, o nistagmo, a náusea e os vômitos são mais pronunciados nas lesões centrais. 
 
- Contudo,uma observação frequente é nistagmo pronunciado sem vertigem em grau 
correspondente, o que não ocorre com doenças periféricas. 
 
- O nistagmo de causa central pode ser uni ou bidirecional, puramente horizontal, vertical ou 
rotatório, e caracteristicamente piora com fixação visual, geralmente dura minutos (quando 
associado a ataques). 
 
 
• Nistagmo Vestibular 
 
- Causado por lesões ou desordens do sistema vestibular (a parte do ouvido interno que regula 
o equilíbrio e o movimento dos olhos) 
 
- Pode ser periférico ou central 
 
 
• Nistagmo espontâneo 
 
- A fase lenta do nistagmo vestibular espontâneo geralmente ocorre na direção da lesão e a 
fase rápida, em direção oposta porque a lesão vestibular aguda costuma causar 
hipoatividade do labirinto. 
– º
- Os achados são semelhantes aos produzidos por irrigação da orelha com água gelada e 
ocorrem porque o labirinto normal empurra os olhos na direção do lado acometido e o 
córtex provoca uma sacada corretiva que se afasta do lado anormal. 
 
- Em razão da influência dos três diferentes canais semicirculares, a fase rápida do nistagmo 
vestibular pode ocorrer em mais de uma direção e sua soma cria um componente rotatório 
misto raramente observado em outros distúrbios. 
 
- Quando está presente apenas no olhar na direção da fase rápida, o nistagmo é denominado 
de primeiro grau. 
 
- O nistagmo de segundo grau está presente no olhar primário. 
 
- O nistagmo de terceiro grau (componente rápido em sentido oposto ao do olhar) 
raramente ocorre em qualquer outro tipo de nistagmo. 
 
- Vertigem, surdez e zumbido também ajudam a caracterizar o nistagmo como vestibular. 
 
- Ao avaliar o nistagmo, a presença de um componente de torção sugere origem periférica. A 
amplitude aumenta com o olhar na direção da fase rápida. 
 
- O nistagmo vestibular periférico (causado por doença do labirinto ou do oitavo nervo) é 
intensamente inibido por fixação visual. 
 
- Vídeo que mostra o nistagmo vestibular: 
http://www.youtube.com/watch?v=mghGeKkNBzQ. 
 
- A incapacidade da fixação visual de inibir o nistagmo sugere que este possa ter origem 
central, geralmente uma lesão cerebelar ou do tronco encefálico. 
 
- O nistagmo espontâneo por lesão central pode ser puramente horizontal ou vertical. 
 
- Não há nistagmo em indivíduos normais, mas pacientes com desequilíbrio vestibular podem 
ter nistagmo espontâneo de curta duração com fase rápida em sentido oposto ao do lado 
anormal. 
 
• Nistagmo posicional 
 
- Quando o nistagmo não é espontâneo, é possível provocá-lo colocando-se a cabeça do 
paciente em posição específica. 
 
- Para fazer a manobra de Dix-Hallpike (Hallpike ou Nylen-Barany), passa-se o paciente da 
posição sentada para o decúbito dorsal com a cabeça estendida 45° e girada 45° para um lado, 
de modo que a orelha fique em posição inferior. O paciente é recolocado em posição sentada e 
a manobra é repetida na direção oposta. 
 
- Os sintomas devem surgir quando a orelha afetada está em posição inferior. 
 
- Tipo de nistagmo posicional: 
http://www.youtube.com/results?search_query=33753387&aq=f. 
http://www.youtube.com/watch?v=mghGeKkNBzQ
http://www.youtube.com/results?search_query=33753387&aq=f
– º
- Caso ocorra vertigem ou nistagmo, o paciente é mantido na posição que provocou os 
sintomas até que estes cessem, depois o movimento é repetido para verificar se há recorrência. 
 
- Na VPPB, o nistagmo surge após latência de aproximadamente 3 a 10 s, às vezes de até 40 s; 
persiste por 20 a 30 s, raramente por até 1 min e diminui aos poucos (fadiga ou habituação) 
depois de cerca de 30 s ainda que a cabeça continue na posição provocadora. 
 
- Na maioria das vezes, esse tipo de nistagmo posicional é causado por doença vestibular 
periférica. 
 
- Embora rara, a vertigem posicional pode ocorrer quando há lesão central, sobretudo perto do 
quarto ventrículo, mas as características do nistagmo são diferentes. 
 
- Na lesão central, pode não haver latência, e muitas vezes o nistagmo surge assim que a 
cabeça é posta na posição provocadora. 
 
- O nistagmo posicional central típico é vertical (com fase rápida para cima ou para baixo), 
sem o componente rotatório observado nas lesões periféricas. 
 
- Nas lesões centrais, pode haver desequilíbrio na intensidade do nistagmo, da vertigem e de 
náuseas, ao contrário das lesões periféricas nas quais o nistagmo, a vertigem e as náuseas 
geralmente têm intensidades comparáveis. 
 
- O nistagmo posicional pode ser dividido em um tipo paroxístico, que é fugaz, fatigável, 
muitas vezes difícil de reproduzir e associado a vertigem acentuada 
 
- E um tipo estático, sem fadiga, que persiste enquanto a cabeça é mantida na posição de 
provocação, muitas vezes com pequena vertigem associada. 
 
- O tipo estático pode ocorrer nas lesões vestibulares centrais ou periféricas, mas a 
ausência de supressão visual aumenta a probabilidade de lesão central. 
 
 
• Nistagmo optocinético (opticocinético, optomotor) 
 
- O nistagmo optocinético (NOC) é um fenômeno fisiológico normal, às vezes afetado por 
doenças. 
 
- É o nistagmo conjugado induzido por uma sucessão de estímulos visuais móveis. 
 
- O NOC ocorre sempre que os olhos são obrigados a acompanhar uma série de objetos que 
passam rapidamente, como postes telefônicos observados da janela de um carro ou trem em 
movimento. 
 
- A avaliação clínica é feita movendo-se um alvo listrado, um tambor giratório ou uma fita de 
tecido com listras ou quadrados, diante do paciente e solicitando-se que ele “conte” as listras 
do tambor ou as listras ou os quadrados da fita 
 
– º
- A fita típica de avaliação de NOC é branca, mede 90 cm, tem uma série de quadrados 
vermelhos de 5 cm de lado a intervalos de 5 cm e é movimentada no campo de visão do 
paciente. 
 
- Em indivíduos alertas normais, um estímulo de NOC induz nistagmo súbito com a fase 
rápida em sentido oposto ao movimento da fita. 
 
- A resposta é intensificada se o indivíduo olhar na direção da fase rápida. 
 
- Comparam-se as respostas nos dois sentidos. 
 
 
Objetivo 6: Explicar as manobras de de Dix-Hallpike, Epley, e a prova calórica. 
 
 
 
- Com o paciente sentado na mesa de exame olhando para frente com os olhos abertos, médico 
roda a cabeça do paciente 45º para a direita 
 
- Em seguida, o médico segura a cabeça do paciente enquanto deita o paciente rapidamente 
em posição supina, terminando com a cabeça pendente em ângulo de 20º em relação a mesa 
 
- O paciente permanece nessa posição por 30 segundos 
 
- Em seguida o paciente retorna a posição inicial e é observado por mais 30 segundos 
 
- A manobra é repetida dessa vez rodando a cabeça do doente para o lado esquerdo 
 
- O teste é positivo quando qualquer uma dessas manobras induz a vertigem com o seu 
nistagmo 
 
- Essa manobra é considerada padrão ouro para diagnóstica VPPB 
 
- Quando, na realização da manobra de Dix-Hallpike, surge nistagmo vertical sem 
componente rotatório e que persiste por mais de 30-40 segundos ou enquanto a cabeça do 
paciente é mantida na posição provocadora, levanta-se suspeita de uma lesão central 
– º
(vertigem paroxística posicional central). 
 
 
• Manobra de Epley 
 
 
 
- A partir da última posição da manobra de Dix-Hillpike (deitado com a cabeça 
rotacionada para a direita), vira-se a cabeça do paciente para o lado contralateral (lado 
esquerdo), mantendo angulação de 30º por cerca de 30 a 60 segundos 
 
• O paciente vira-se para decúbito lateral, mantendo a rotação da cabeça, e permanece nesta 
posição por 30 a 60 segundos. 
 
• O paciente é levantado e mantido sentado na maca, ainda com a rotação da cabeça em 
30o para a esquerda, por mais 30 a 60 segundos. 
 
- As manobras podem ser acompanhadas por complicações como: sintomas neurovegetativos 
(náuseas, sudorese), migração para canal semicircular laterale canalith jam (bloqueio 
canalicular). 
 
- Esta manobra é usada para tratar vertigem posicional paroxística benigna retornando os 
otólitos deslocados do canal semicircular posterior para o utrículo. Se a vertigem ocorrer 
durante qualquer uma das posições, essa posição é mantida até que a vertigem cesse. 
 
• Prova Calórica 
 
 
 
 
– º
- Objetivo: A prova calórica possibilita a avaliação funcional de cada labirinto separadamente 
e, desta forma, permite comparar as respostas entre os labirintos direito e esquerdo. 
 
- A inspeção do meato acústico externo deve preceder a estimulação calórica, a fim de se 
conhecer a anatomia do meato e verificar a presença de possível cerúmen. 
 
- Quando presente, o cerúmen deve ser removido para permitir a entrada adequada do fluxo 
de ar ou água durante a irrigação. 
 
- A prova calórica é realizada com o indivíduo na posição supina com a cabeça inclinada 30° 
para frente ou com o paciente sentado, com a cabeça inclinada 60° para trás. 
 
- Nesta posição, os 18 canais semicirculares laterais ficam posicionados no plano vertical 
possibilitando melhor estimulação calórica. 
 
- A estimulação calórica deve ser realizada com os olhos fechados (OF), ou olhos abertos e 
escuridão total. 
 
- Deve-se evitar a luminosidade na sala de exame durante a prova, pois o potencial córneo-
retinal é sensível à luz, que pode alterar a amplitude do nistagmo. 
 
- O tipo de estimulação frequentemente utilizado na prova calórica é a estimulação calórica 
bitérmica. A prova calórica pode ser realizada tanto com água quanto com ar. 
 
- No Brasil, são utilizados estimuladores a ar com temperaturas de 42°C e 18°C ou 42°C e 
20°C. 
 
- Na ausência de nistagmo pós-calórico às temperaturas usuais, estímulos gelados devem 
ser utilizados, como por exemplo, 18°C, 12°C, 10°C e 0°C. 
 
- O paciente deve ser orientado a permanecer de olhos fechados durante e logo após a 
estimulação, para o registro do nistagmo pós-calórico. 
 
- A abertura dos olhos, com a fixação de um ponto a frente do paciente, deve ocorrer apenas 
mediante solicitação do examinador. 
 
Fisiológico é: 
 
- As irrigações com água ou ar às temperaturas quentes desvio do olhar para o lado oposto 
da orelha estimulada 
 
- Nessa prova avalia 
 
– º
- As estimulações com temperaturas frias geram desvio do olhar para o mesmo lado da 
orelha estimulada 
 
- São consideradas alterações quantitativas do nistagmo pós-calórico: hiporreflexia, hiper-
reflexia e a arreflexia. Hiporreflexia é uma redução anormal do nistagmo pós-calórico; 
hiperreflexia é um aumento exacerbado do nistagmo pós-calórico e a arreflexia é a ausência de 
nistagmo pós-calórico às temperaturas convencionais e geladas. 
 
- Na presença de respostas intensas (hiper-reflexia) ou respostas muito reduzidas (hiporreflexia) 
na primeira estimulação ou em uma única estimulação, a pesquisa do nistagmo pós- calórico, 
nesta irrigação, deve ser repetida para a confirmação do achado. 
 
- Nistagmo pervertido: É a presença do nistagmo pós-calórico do tipo vertical ao invés do 
nistagmo horizontal ou horizonto-rotatório. É um sinal raro. Se estiver presente nas quatro 
estimulações calóricas, indica lesão central. 
 
- Nistagmo invertido: É um nistagmo que aparece na direção oposta à fisiologicamente 
esperada. Por exemplo: durante a prova calórica quente da orelha direita se espera um nistagmo 
com direção para o lado da orelha estimulada, ou seja, nistagmo para a direita. 
 
- Caso o nistagmo ocorra para a esquerda, coloca-se a cabeça do paciente 120º para baixo 
(Manobra V de Brunnings) e se a direção do nistagmo for invertida para a direita, este deve ser 
considerado como nistagmo invertido. O nistagmo invertido deve ocorrer nas quatro 
estimulações e é um sinal central raro. 
 
- O método de escolha para a exploração da motricidade ocular extrínseca no paciente em 
coma é a estimulação calórica do labirinto. 
 
 
Objetivo 7: Descrever o Hints to infarct 
 
- HINTS é a sigla em inglês para teste de impulso horizontal da cabeça (head horizontal 
impulse test), nistagmo periférico típico (nystagmus) e ausência de desvio skew (test for 
skew deviation) com audição normal. 
 
- Este teste realizado em três etapas é muito útil na diferenciação entre lesões periférica e 
central em um contexto de síndrome vestibular aguda. 
 
- Quando o head impulse test (HIT) é anormal (padrão periférico), o nistagmo tem 
características periféricas típicas (unidirecional ), e não há nem desalinhamento vertical dos 
olhos e tem perda auditiva, a bateria HINTS plus indica lesão periférica 
 
- Se qualquer um dos itens da bateria não assumir padrão periférico, isto implica em 
complementação da investigação para causas centrais. 
 
– º
- HINTS to INFARCT ou literalmente do inglês “dicas para infarto” é uma ferramenta do exame 
físico em que INFARCT é sigla para impulso normal, alternância de fases rápidas do nistagmo 
(fast-phase alternating) equivalente a mudanças de direção e refixação no covertest. 
 
- A correta aplicação destas etapas semiológicas permite 100% de sensibilidade e 96% de 
especificidade em identificar AVC em pacientes com vertigem com duração maior que 24 horas 
e um fator de risco vascular 
 
 
 
 
Ataxia Vestibular 
 
- Ocorre devido a danos da via vestíbulo-ponto-cerebelar 
 
- A ataxia vestibular resulta das mesmas lesões (centrais e periféricas) que causam a 
vertigem. 
 
- Quadro clínico: O nistagmo está presente, sendo tipicamente unilateral, e pronunciado ao se 
olhar para o lado contralateral do envolvimento vestibular. 
 
- Não ocorre disartria. 
 
- A falta de coordenação dos membros é aparente quando o paciente tenta ficar de pé ou 
caminhar. 
 
- Tendência para cair para um lado 
 
- Marcha em Estrela 
 
 - Ataxia vestibular leva à perda do equilíbrio, gerando vertigens e náuseas 
 
http://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/325850/nauseas+e+vomitos+eles+te+incomodam.htm
– º
Romberg na Ataxia Vestibular 
 
- O paciente é colocado em posição ortostática, com os calcanhares unidos e pontas dos pés 
separados em 30°, cabeça reta, braços ao longo do corpo na posição anatômica, olhos fechados 
(para inibir a visão) durante um minuto. 
 
- O exame é considerado alterado se houver queda. 
 
- Quando o teste traz dúvidas, podemos sensibilizá-lo através de algumas manobras: - Manobra 
de Jendrassik: mãos em oposição e cotovelos na horizontal. - Romberg-Barre: colocando-se em 
pé um diante do outro, em linha reta, diminuindo a base de sustentação. 
 
- Nas afecções centrais, a queda ocorre geralmente para frente ou para trás (Romberg 
clássico) enquanto nos distúrbios do sistema proprioceptivo, não há lado preferencial para a 
queda. 
 
- Nas cerebelopatias o paciente procura manter a base alargada (abasia), caindo ao aproximar 
os pés, mesmo de olhos abertos. 
 
- Classicamente quando há queda com lateralização para direita ou esquerda pede-se ao 
paciente para girar a cabeça primeiro para a direita e depois para a esquerda para observar 
se há alteração na direção da queda, dependendo da posição do labirinto posterior. Isto 
caracteriza um Romberg Vestibular 
 
- O paciente cai para o lado do labirinto acometido 
 
- O paciente vai demorar um pouquinho para cair, vai ter uma latência (diferentemente 
do Roomberg Sensitivo, que o paciente cai de vez ) 
 
- Lesão Vestibular Periférica Unilateral: 
 
- Inicialmente o paciente tende a cair para o lado do labirinto hipofuncionante (Romberg). 
 
- O paciente não é sensível as variações visuais apenas, porém quando a aferência 
proprioceptiva é modificada pelo aparelho, ao mesmo tempo em que a aferência visual, o 
paciente perde o equilíbrio. 
 
- O tempo e latência entre o estímulo e o reflexo do paciente, em geral, são iguais ao indivíduo 
normal. 
 
- Tanto para uma lesão unilateral aguda ou crônica,as provas vestibulares clássicas são mais 
eficientes para identificação da lesão, porém a posturografia pode ser muito útil na 
monitorização da melhora do paciente. 
 
– º
 
• Referências 
 
Neurociências Desvendando o Sistema Nervoso – Mark Bear – 4ª ed. 
 
R. SNELL. Neuroanatomia Clínica, Guanabara. 7ed. 
 
Guia Prática de Procedimentos Fonoaudiológicos na Avaliação Vestibular – Sociedade 
Brasileira de Fonoaudiologia – 2011

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