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Carla Bertelli – 5° Período Vertigem 1 – Revisar o Sistema Vestíbulo-Coclear e suas funções (audição e equilíbrio) 2 – Entender a fisiopatologia das vertigens, bem como seus tipos, etiologia, MC e diagnóstico Sistema Vestíbulo Coclear Os mecanorreceptores para a audição e o equilíbrio estão localizados na orelha* interna. A orelha externa (ou ouvido externo), a orelha média e a cóclea (parte da orelha interna) estão envolvidos com a audição. Os canais semicirculares, o utrículo e o sáculo (também da orelha interna) estão envolvidos com o equilíbrio. Os receptores dos canais semicirculares (células ciliadas) detectam aceleração angular, os receptores do utrículo detectam aceleração linear na direção horizontal, e os receptores do sáculo detectam aceleração linear na direção vertical. A orelha converte as ondas sonoras do ambiente em potenciais de ação no nervo auditivo. As ondas são transformadas pelo tímpano e pelos ossículos em movimentos da platina do estribo. Esses movimentos geram ondas no líquido da orelha interna. A ação das ondas sobre o órgão de Corti gera potenciais de ação no nervo. A membrana timpanica move-se para dentro e para fora em resposta às mudanças de pressão produzidas pelas ondas sonoras sobre sua superfície externa. Dessa forma, a membrana funciona como um ressonador que reproduz as vibrações da fonte sonora. A membrana cessa a vibração quase imediatamente com o cessar da onda sonora. Os movimentos da membrana timpanica são transmitidos ao manúbrio do martelo. eixo através da junção de seus dois processos, o longo e o curto, de maneira que o processo curto transmite as vibrações do manúbrio à bigorna. A bigorna move-se, transmitindo as vibrações à cabeça do estribo. Os movimentos da cabeça do estribo são transferidos a sua platina, fazendo esta se deslocar em movimentos de vai e vem sobre a janela oval. Os ossículos auditivos operam como um sistema de alavanca que converte as vibrações de ressonancia da membrana timpanica em movimentos do estribo contra a escala vestibular da cóclea, preenchida com perilinfa. Esse sistema aumenta a pressão do som que chega à janela oval, devido à ação de alavanca do martelo e da bigorna multiplicar a força por 1,3 vezes e pelo fato de a membrana timpanica ser muito maior do que a área da platina do estribo. O sistema vestibular está constituído pelo aparelho vestibular e pelos núcleos vestibulares centrais. O aparelho vestibular dentro da orelha interna detecta os movimentos e a posição da cabeça e faz a transdução da informação em um sinal neural. Os núcleos vestibulares estão relacionados com a manutenção da posição da cabeça no espaço; os tratos descendentes desses núcleos medeiam os ajustes da cabeça com o pescoço e da cabeça com o corpo. Os ganglios vestibulares contém os corpos celulares dos neurônios que inervam as cristas e as máculas. Cada nervo vestibular termina em um núcleo vestibular ipsilateral e no lobo floculonodular do cerebelo. As fibras dos canais semicirculares projetam-se aos núcleos vestibulares superior e medial; estas informações destinam-se principalmente aos núcleos motores que controlam os movimentos dos olhos. As fibras do utrículo e do sáculo projetam-se ao núcleo de Deiters e, a partir deste, projetam-se principalmente para a medula espinal. Os núcleos vestibulares também se projetam ao tálamo, com destino ao córtex somatossensorial. As conexões ascendentes aos núcleos dos nervos cranianos estão envolvidas com os movimentos extraoculares. Paciente com quadro de hipoacusia, tonturas e desequilíbrio com diagnóstico diferencial relativamente extenso. A principal preocupação nestes casos é definir se este é um quadro de origem em sistema nervoso central ou se é uma tontura de origem periférica. Vertigem Carla Bertelli – 5° Período Ouvido Externo • Pavilhão Auricular (orelha) – Coleta e encaminha o som para dentro do canal auditivo • Canal Auditivo Externo – Direciona o som para o ouvido Ouvido Médio • Tímpano (membrana timpânica) – Transforma sons em vibrações • Martelo, bigorna e estribo – Três pequenos ossos (ossículos) transferem as vibrações para o ouvindo interno Ouvido Interno • Cóclea – Contém líquido e células ciliadas extremamente sensíveis. Contém células que controlam o equilíbrio • Nervo Auditivo – Enviai sinais da cóclea ao cérebro 1 – Entrada de sons no canal auditivo faz com que a membrana timpânica se mova 2 – A membrana timpânica vibra com o som 3 – As vibrações sonoras se movem através dos ossículos para a cóclea 4 – Vibrações sonoras fazem o líquido na cóclea se mover 5 – O movimento do fluído causa contração das células ciliadas. As células ciliadas criam sinais neurais que são captados pelo nervo auditivo 6 – O nervo Auditivo envia sinais ao cérebro que o interpretará como sons Introdução Otoneurologia – Estudo da audição e do equilíbrio e sua relação com o SNC Labirintopatia – Qualquer afecção de causa não infecciosa que envolva o labirinto Labirintite – Qualquer infecção do labirinto de origem infecciosa Vestibulopatia – Se usa quando ainda não se sabe se o problema é no labirinto ou se é central O equilíbrio depende da integração de 3 componentes: sistema vestibular, visão e propriocepção. Logo, uma falha em qualquer um deles gera desequilíbrio de informação e por isso se tem esse sintoma, de uma informação errônea no cérebro. Tudo isso gera reflexos: vestíbulo-ocular e vestíbulo-es-pinhal Vertigem – Tipo de tontura rotatória. Pode ser objetiva quando o paciente sente que os objetos estão girando, ou subjetiva quando o paciente sente que ele próprio gira Tontura (não rotatória) – É qualquer sensação errônea de movimento (desequilíbrio, sensação de flutuação, afundamento, sensação de cabeça oca, lateropulsão, sensação de queda) (Vertigem) A vertigem é um sintoma, sendo a sensação que o paciente tem de estar girando em torno do ambiente ou o ambiente estar girando em torno dele. Mais raramente é descrita como uma sensação de movimento em báscula no plano horizontal, movimento ascendente e descendente ou ilusão de rotação horária ou anti-horária no plano frontal. Na maioria das vezes a vertigem decorre da lesão ou disfunção no aparelho vestibular ou da porção vestibular do VIII É comum em todas as idades e na população geral É muitas vezes a queixa de tontura como sinônimo de vertigem, diagnosticada como labirintite, usada erroneamente. A labirintite não é a causa mais frequente de vertigem. A labirintite pressupõe um componente inflamatório do aparelho vestibular (bacteriana ou viral) Carla Bertelli – 5° Período • Ilusão de movimento, geralmente rotatório • Pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, tinnitus e hipoacusia • Sensação do paciente estar girando em torno de objetos ou vice-versa (vertigem objetiva) ou a sensação de a cabeça estar girando (vertigem subjetiva) • Reconhecida a queixa de tontura como vertigem deve-se esclarecer se é uma vertigem periférica ou central Os canais semicirculares são estruturas pareadas (orelhas esquerda e direita) que normalmente respondem ao movimento de maneira simétrica. Com a doença da orelha interna, a descarga de repouso ou a descarga estimulada pelo movimento pode ser alterada em uma orelha. Essa alteração produz respostas assimétricas e resulta na percepção de vertigem. Por exemplo, otólitos em movimento livre que estão localizados inadequadamente dentro dos canais semicirculares, como na vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), podem produzirvertigem posicional à medida que os otólitos se movem sob a influência da gravidade e sinalizam de forma inadequada que a cabeça está virando quando, na verdade, não está. Os impulsos deixam o aparelho vestibular pela parte vestibular do nervo vestibulococlear (nervo craniano VIII), entram no tronco encefálico logo abaixo da ponte, anteriores ao cerebelo, e seguem para os quatro núcleos vestibulares do tronco encefálico e para o cerebelo. A partir daí os impulsos percorrem dois caminhos que contribuem para as manifestações clínicas da vertigem: (1) o fascículo longitudinal medial (FML) e (2) o trato vestibuloespinal, que se conectam aos neurônios motores que suprem os músculos das extremidades. Em indivíduos com sistemas vestibulares saudáveis, essas conexões permitem que os olhos compensem o movimento do corpo em diferentes direções e mantenham um eixo visual estável em relação ao ambiente. No entanto, os pacientes com aparelho vestibular defeituoso podem dar passos em falso ou outros movimentos do corpo, o que é diferente da ataxia verdadeira, pois eles tentam corrigir uma mudança imaginária na posição. As conexões entre os núcleos vestibulares e o sistema autônomo são responsáveis pela transpiração, náuseas e vômitos que comumente acompanham um ataque de vertigem. As conexões entre os núcleos vestibulares e o cerebelo são responsáveis pela influência moduladora desse órgão na atividade motora. O nistagmo ocorre quando a informação vestibular sincronizada se torna desequilibrada. Tipicamente, resulta de doença vestibular unilateral, que causa estimulação assimétrica dos músculos retos medial e lateral do olho. Essa atividade sem oposição provoca um movimento lento dos olhos para o lado do estímulo, independente- mente da direção do desvio dos olhos. Vertigem Periférica Lesão no labirinto e/ou nervo vestibular até a sua entrada no núcleo vestibular. Pode ter tinnitus (zumbido) e hipoacusia. O corpo tende a pender para o lado da lesão durante a queda ou Teste de Romberg, mas não compromete a marcha. Pode haver prostração, sudorese, palidez e perda breve da consciência. Também pode apresentar nistagmo • Horizontal, rotatória ou misto • Fatigável (diminui com o tempo) • Desaparece ao se fixar o olhar • Não há mudança de direção do movimento • Componente lento aponta para o lado da lesão Vertigem Posicional Paroxística Benigna – Causa mais frequente de vertigem. Episódios breves, duram poucos segundos, comumente desencadeados Carla Bertelli – 5° Período por mudanças na posição da cabeça (virar-se na cama, olhar para cima, deitar ou levantar, curvar- se). Não associados a zumbidos ou surdez. Ataques intensos podem levar a sensação persistente de desequilíbrio, podendo durar horas e provocar quedas. Se dá pelo desprendimento de otólitos do utrículo que flutuam nos canais semicirculares (principalmente o posterior) provocando aceleração anormal da endolinfa e deflecção anormal da cúpula quando o paciente faz movimentos rápidos com a cabeça Pode ser devido a traumas, infecções virais, alterações isquêmicas degenerativas, e sem causa específica (mais comum). É autolimitada, geralmente resolvendo-se em semanas ou meses Vertigem Postural Fóbica – Segunda causa mais comum. Combinação de sintomas subjetivos: vertigem oscilatória, instabilidade postural, desequilíbrio, que ocorrem em ataques breves. Desencadeados por situações específicas (locais movimentados, medo de sair de casa ou cair, ansiedade, depressão, pânico, agorafobia) Doença de Méniere – Episódios recorrentes e intensos de vertigem, acompanhados de hipoacusia, tinnitus, prostração, náuseas e vômitos. Duração variável (minutos a horas) É provocada por um aumento no volume circulante de endolinfa dentro do labirinto membranoso por desequilíbrio entre síntese e reabsorção. Tríade: hipoacusia flutuante, tinnitus e vertigem recorrente que quando idiopática (sem razão aparente) é a doença de Meniere Os sintomas são precedidos de pressão no ouvido, zumbido progressivo ou piora na audição. Ocorre deterioração progressiva da audição com o passar do tempo. Labirintite Bacteriana – Extensão do processo infeccioso prévio no ouvido médio, meninges ou mastóide. Vertigem, náuseas, vômitos, hipoacusia importante, cefaleia, hipertermia, secreção purulenta. Falência Vestibular Súbita – Chamado também de neuronite vestibular, remete a uma infecção viral do nervo vestibular. Perda da função de um dos labirintos levando a vertigem súbita e persistente, prostração intensa, náuseas e vômitos. Não costuma estar associados a zumbidos ou surdes. Vertigem por Trauma Craniano – Concussão do labirinto. Desaparecimento dos sintomas em dias ou em semanas mas pode se cronificar como uma vertigem posicional episódica. Neurinoma do acústico e tumor de ângulo pontocerebelar – O neurinoma do acústico surge (maioria das vezes) na porção vestibular do VIII par e se manifesta como hipoacusia e/ou tinnitus unilateral. Com a progressão surgem a vertigem e nistagmo. Pode comprometer o V e VII pares levando a hipoestesia da hemiface, diminuição do reflexo corneano e paralisia facial homolateral. Se ocorrer também ataxia ipsilatera l dos membro s como consequência de acometimento cerebelar, recebe o nome de tumor de ângulo pontocerebelar. Vertigem Central Lesão no núcleo vestibular ou demais projeções superiores. Não há hipoacusia ou tinnitus. Pode estar associado a sintomas neurológicos como: disartria, ataxia, diplopia, perda da consciência, déficits focais sensitivos ou motores ou dos nervos cranianos. • Manobra índex-índex: desvio do índex no sentido oposto a o componente rápido do nistagmo • Avaliar pares cranianos e função cerebelar (disdiadococinesia, dismetria e tremor intencional) – alterações sugerem vertigem central. • Marcha compro metida - Zigue-zague • Aumenta ao fechar os olhos (sinal de Romberg +) → paciente pode cair. • Pode haver persistência do sinal por mais de três semanas • Muda a direção dos abalos • Nistagmo de direção diferente em cada olho (atáxico) Carla Bertelli – 5° Período • Abalos em qualquer direção que não a horizontal. Isquemia vertebrobasilar e aura da enxaqueca basilar são as mais comuns. AVC isquêmicos ou hemorrágicos do cerebelo ou tronco: Podem ter vertigem, mas costuma estar associada a outros sintomas de déficit neurológico. Infarto cerebelar: o Vertigem e perda severa do equilíbrio podem ser as únicas manifestações iniciais. Compressão da artéria vertebral Neoplasias: o Predominam sintomas deficitários e irritativos, além de hipertensão intracraniana (cefaléia, diminuição da acuidade visual, vômitos – em jato ou não). Esclerose múltipla (EM) Epilepsia vestibular Diagnóstico No caso de um paciente com comprometimento vestibular exclusivo, quatro perguntas são fundamentais: • Trata-se de uma síndrome vestibular aguda (neurite vestibular ou AVC de fossa posterior) ou algum tipo de vertigem recorrente (VPPB ou Doença de Méniére)? • Trata-se de uma lesão vestibular periférica ou central? • É necessária a investigação com exame de imagem? • É necessária a internação do paciente? No com lesão vestibular aguda existe um ponto de corte bem definido em que relata ter ocorrido o início dos sintomas. Além disso, os sintomas ocorrem de maneira progressivo durante dias e melhora após dias ou semanas.Esses pacientes queixam-se de vertigem com nítida sensação de rotação, desequilíbrio, náusea e vômito. Os episódios recorrentes de vertigem estão geralmente associados à doença de Ménière ou VPPB. No caso da VPPB, em que a vertigem que ocorre apenas durante algum movimento específico, pode ajudar a diferenciar de uma síndrome vestibular aguda, esta última não apresenta posição específica. A principal finalidade da abordagem da tontura na emergência é a exclusão, a partir da anamnese e exame neurológico, de causas centrais da síndrome vestibular aguda. A aplicação dos testes clínicos diagnósticos tem alta sensibilidade para distinguir entre causas centrais e periféricas. Se o paciente apresenta nítidos sintomas ou sinais de tronco, como diplopia, déficit motor ou sensitivo, alterações de coordenação, disfagia ou disartria, o diagnóstico de vertigem de origem central é claro. No entanto, alguns pacientes apresentam exclusivamente sintomas vestibulares, e sabe-se que muitos desses pacientes têm lesões isquêmicas, como AVC de fossa posterior. Para confirmar a origem da síndrome vestibular aguda é necessário realizar exames neurológicos específicos: teste do impulso da cabeça, avaliação do nistagmo O teste de impulso da cabeça é bastante conhecido no exame do paciente em coma, como manobra dos olhos de boneca. Ele testa o reflexo vestíbulo-ocular (VOR). É realizado instruindo o paciente a manter os olhos em um alvo distante enquanto usa seus óculos de prescrição usuais. A cabeça é então girada rápida e imprevisivelmente pelo examinador, aproximadamente 15°, a posição inicial deve estar a aproximadamente 10° da frente. espontâneo e teste de desvio Skew. A resposta normal é que os olhos permaneçam no alvo. A resposta anormal é que os olhos são arrastados para fora do alvo pela virada da cabeça (em uma direção), seguida por uma sacada de volta ao alvo após a virada da cabeça. Essa resposta indica um teste de impulso da cabeça deficiente no lado da virada da cabeça, implicando uma lesão vestibular periférica (orelha interna ou nervo vestibular) desse lado. Carla Bertelli – 5° Período O teste do desvio skew identifica a presença do estrabismo vertical. O desalinhamento vertical dos olhos resulta de uma assimetria do tônus vestibular e a informação otolítica de repouso que segue para os núcleos oculomotores. Esse estrabismo O paciente olha para um ponto na face do examinador e este oclui alternadamente o olho direito e esquerdo, observando se há ou não correção do olhar para a linha mediana. Embora possa estar presente em síndromes periféricas, o olhar desalinhado é sugestivo de comprometimento de fossa posterior. Pode ser observado com a oclusão alternada dos olhos. Manobra Nylen-Barany É uma manobra para provocar nistagmo. Coloca o paciente sentado na maca com a cabeça voltada para o lado a ser pesquisado. Depois o paciente é posto em decúbito com a cabeça ligeiramente inclinada para baixo e daí ocorre o nistagmo. Na vertigem periférica ele tem um período de latência de alguns segundos antes de surgir e é menos intenso ao se repetir. Dura menos que 1 minuto (esgotável) e pode desencadear vertigem. Na vertigem central ele dura mais que 1 minuto, não tem período de latência, se repete com a mesma intensidade a cada teste (inesgotável), vertigem leve ou sem vertigem (nesse caso ele pode ser considerado central). Pacientes com queixas típicas de lesão vestibular periférica aguda, a rigor, não necessitam de exame de imagem. No entanto, o diagnóstico diferencial entre lesões periféricas e centrais nem sempre é fácil. O médico pode lançar mão da escala ABCD2 para avaliar a possibilidade de solicitar um exame de imagem. Esse é o escore utilizado como preditor de risco de AVC isquêmico, durante os primeiros sete dias após a ocorrência de um Ataque Isquêmico Transitório (AIT), mas que também nos auxilia a diferenciar um possível causa central na vertigem, como AVC de fossa posterior. Estudos demonstraram um risco de AVC acima de 30% em pacientes com escore ABCD2 de 6 pontos, em relação aos pacientes com escores ABCD menores. Diagnóstico Diferencial Procurar nistagmo e sua caracterização, testar coordenação do paciente, em particular com prova do índex-nariz. Observar se o paciente apresenta disdiadococinesia, alterações de marcha e se apresenta sinal de Romberg positivo e de que padrão. O diagnóstico diferencial dos pacientes com tontura e alteração de equilíbrio inclui sobretudo alterações vestibulares e cerebelares. Também seriam incluídas como diagnóstico diferencial doenças que evoluíssem com alterações de propriocepção, como as lesões de coluna posterior, porém tais doenças caracteristicamente não apresentam vertigem, que é a falsa sensação de movimentação ou rotação, como a descrita neste caso. Os pacientes com alterações vestibulares costumam apresentar sensação de vertigem intensa, de caráter intermitente e não contínuo e que piora com a movimentação. A grande maioria dos pacientes apresenta nistagmo de caráter horizonto-rotatório, nunca vertical. Pode apresentar alteração do equilíbrio no teste de Romberg com piora típica com o fechar dos olhos. Os pacientes com alterações cerebelares, por sua vez, apresentam uma vertigem de caráter contínuo, menos intensa, sem piora com a movimentação. O nistagmo pode estar presente, embora com menor frequência do que nos pacientes com alterações vestibulares e pode ser horizonto-rotatório ou vertical; quando vertical, é altamente sugestivo de patologia cerebelar. Os pacientes apresentam ainda alterações de coordenação, com dismetria na prova de índex-nariz e a disdiadococinesia, que é a dificuldade em realizar movimentos rápidos alternantes, testado pela realização de movimentos de pronação e supinação das mãos. Ocorrem ainda alterações de equilíbrio, com dificuldade em se manter em pé, mas com alterações que não pioram com os olhos fechados.
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