Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DESCRIÇÃO Noções sobre agentes públicos e suas principais características como instrumento de materialização dos princípios da Administração Pública. PROPÓSITO Compreender os principais conceitos e normas jurídicas relacionados ao regime jurídico aplicável aos agentes públicos, seus direitos e obrigações constitucionais e legais. PREPARAÇÃO Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos a Constituição Federal de 1988 e a Lei n. 8.112, de 10 de dezembro de 1990. OBJETIVOS MÓDULO 1 Distinguir cada tipo de agente público e o tipo de regime a ele aplicável MÓDULO 2 Identificar as regras de acesso ao serviço público, estabilidade e direitos sociais aplicáveis aos agentes públicos MÓDULO 3 Categorizar os direitos e deveres aplicáveis aos servidores públicos e as responsabilidades decorrentes de eventual conduta ilícita INTRODUÇÃO Vamos aprender sobre as principais características relacionadas aos agentes públicos, quais são os tipos de agentes identificados pela doutrina, assim como o regime jurídico atinente a cada um. Por fim, vamos descobrir como isso se relaciona com o conceito de cargo, emprego e função na Administração Pública. MÓDULO 1 Distinguir cada tipo de agente público e o tipo de regime a ele aplicável AGENTES POLÍTICOS, SERVIDORES ESTATAIS E SERVIDORES PÚBLICOS De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello (2003), a expressão “agentes públicos” engloba, de maneira genérica e indistinta, sujeitos que servem ao Poder Público — de forma ocasional ou esporádica — como instrumentos de sua vontade. Em relação ao ordenamento jurídico normativo, o art. 2º da Lei n. 8.429/1992 define como agente público. [...] TODO AQUELE QUE EXERCE, AINDA QUE DE FORMA TRANSITÓRIA OU NÃO REMUNERADA, POR ELEIÇÃO, NOMEAÇÃO, DESIGNAÇÃO, CONTRATAÇÃO OU OUTRA FORMA DE INVESTIDURA SEM VÍNCULO, MANDATO, CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA OU FUNDACIONAL DE QUALQUER UM DOS ENTES DA FEDERAÇÃO. (ART. 2º DA LEI N. 8.429/1992) Art. 2º da Lei n. 8.429/1992 O Código Penal, por sua vez, em seu art. 327, prevê também a figura do “funcionário público”, expressão que corresponde à categoria de agente púbico, sendo este: “para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública”. Atualmente, a expressão “funcionário público” não é mais utilizada, embora o texto legal possa servir a título exemplificativo para conceituar agente público. ATENÇÃO Existem conceitos e classificações criadas por autores específicos que você pode encontrar em seus estudos. Aqui, utilizaremos a classificação mais atual utilizada pelos principais autores de Direito Administrativo. Para fins didáticos, deve-se considerar como agente público todo aquele que exerce função pública. Trata-se, portanto, de um gênero que abrange algumas espécies com características próprias, sendo alguns regidos por estatuto próprio, pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por regime especial ou mesmo sem um vínculo específico com o poder público, quando há mera colaboração, conforme veremos. Nesse sentido, o conceito de agente público é amplo, podendo ser dividido e classificado em espécies apontadas pelos autores. Embora existam nomenclaturas diferentes em alguns livros, para fins didáticos, é correto classificar os agentes públicos em três espécies: AGENTES POLÍTICOS PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O PODER PÚBLICO SERVIDORES ESTATAIS Foto: Shutterstock.com AGENTES POLÍTICOS De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2011), não há uniformidade de pensamento quanto ao conceito de agentes políticos na doutrina. Apesar disso, o conceito mais adequado consideraria tais agentes como aqueles que desempenham “típicas atividades de governo e exercem mandato, para o qual são eleitos apenas os chefes dos poderes executivos federal, estadual e municipal, os ministros e secretários de Estado, além de senadores, deputados e vereadores”. A característica central seria a atividade de governo mediante eleição (salvo para Ministros e Secretários, os quais são nomeados livremente para auxiliar o chefe do Executivo). As regras, direitos e deveres dos agentes públicos estão estabelecidos em lei específica e pela Constituição Federal de 1988. ATENÇÃO Apesar desse conceito, vale destacar que há, de acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) — vide RE 228.997/SP — e com a doutrina mais atual, uma tendência em se considerar também agentes políticos os membros da Magistratura e do Ministério Público, tendo em vista seu regime jurídico constitucional. Também é importante ressaltar que o STF já chegou a afirmar que os membros do Tribunal de Contas da União (TCU) não são considerados agentes políticos (Rcl 6.702 AgR-MC/PR). PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O PODER PÚBLICO Os particulares em colaboração com o poder público são aqueles que atuam, em situações excepcionais e sem perder a qualidade de particular, em nome do Estado. Essas situações excepcionais podem ser temporárias ou ocasionais, mesmo sem vínculo jurídico estabelecido. Eles são classificados em quatro espécies: Foto: Senado Federal / Wikimedia commons / CC-BY-2.0. DESIGNADOS Aqueles que são convocados pelo Poder Público para exercerem múnus público (obrigação de participar quando convocados), como os mesários nas seções eleitorais e os jurados no âmbito do júri. Foto: Shutterstock.com. VOLUNTÁRIOS Aqueles que atuam de forma voluntária nas repartições, escolas, hospitais públicos ou situações de calamidade por meio de programa de voluntariado oferecido pelo Poder Público. Foto: Shutterstock.com. DELEGADOS Aqueles que atuam mediante delegação do Estado para prestação de serviço público por meio de ato ou contrato, como as concessionárias e permissionárias de serviço público. Foto: Caroline Ferraz / Sul21.com.br / CC BY-NC-SA 3.0 BR. CREDENCIADOS Aqueles que atuam em virtude de credenciamento do Poder Público, como os médicos privados em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS). SERVIDORES ESTATAIS Os servidores estatais ou agentes administrativos são aqueles que exercem função pública mediante vínculo administrativo com o Estado. Nesse caso, há uma relação de trabalho de natureza profissional com os entes da Administração Pública. Geralmente, a doutrina caracteriza servidores estatais por critério de exclusão entre as classificações acima. De acordo com a doutrina, os servidores estatais ou agentes administrativos podem ser divididos em três espécies: SERVIDORES PÚBLICOS OU ESTATUTÁRIOS São aqueles que possuem vínculo de trabalho permanente com a Administração decorrente da lei/estatuto. O vínculo decorrente dessa relação advém da própria lei sem a celebração de contrato de emprego. Não há assinatura da carteira de trabalho, já que não há contrato. O vínculo surge, após a nomeação, mediante termo de posse. SERVIDORES CELETISTAS São aqueles que possuem vínculo contratual com o Estado, mantendo relação de emprego sob o regime da CLT, subsidiariamente às normas previstas em leis específicas. É importante destacar que, na atualidade, a contratação dos empregados celetistas é voltada aos entes de direito privado (exemplo: Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e Fundações Públicas regidas pelo direito privado). Embora não possuam estabilidade, de acordo com a doutrina, é necessário que a dispensa de empregados celetistas seja motivada. SERVIDORES TEMPORÁRIOS São aqueles contratados para atendimento em caráter excepcional de necessidades não permanentes dos órgãos. O art. 37 da CF/1988 estabelece três requisitos para ocorrer a regular contratação dos servidores temporários, sendo eles: Serviço temporário: lei específica deverá prever as características e limites de duração dos contratos temporários. Interesse público: devendo ser justificado pela autoridade responsável pela contratação temporária. Excepcionalidade: a contratação deverá ser feita apenas em situações excepcionais. A Lei n. 8.745/1993regula esse tipo de contratação no âmbito federal, mas cada ente federativo tem liberdade para estabelecer seu regime jurídico por lei própria. É importante destacar que eles não adquirem estabilidade e não é obrigatória a realização de concurso público para a contratação desses agentes. Os militares são considerados com regime jurídico diferenciado e, portanto, estudados em disciplina própria: o Direito Militar. Foto: Shutterstock.com [...] OS MILITARES ESTÃO SUJEITOS A ESTATUTOS PRÓPRIOS ESTABELECIDOS ATRAVÉS DE LEI ESTADUAL ESPECÍFICA, NOS CASOS DOS MILITARES DOS ESTADOS, OU LEI FEDERAL (NO CASO DOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS), DISPONDO SOBRE OS LIMITES DE IDADE, A ESTABILIDADE, OS DIREITOS E DEVERES, A REMUNERAÇÃO, AS PRERROGATIVAS AFETAS À CARREIRA MILITAR. SANTOS, 2016, p. 266-267 No vídeo a seguir, o professor Marcílio da Silva Ferreira Filho faz um panorama sobre os tipos de agentes públicos. Vamos assistir! REGIME ESTATUTÁRIO, TRABALHISTA, ESPECIAL E JURÍDICO ÚNICO Os servidores estatais ou agentes administrativos são submetidos a certos regimes jurídicos de acordo com sua classificação. Esses regimes variam quanto às garantias, direitos, vantagens, responsabilidades, entre outros. REGIME ESTATUTÁRIO O regime estatutário é o regime aplicável aos servidores denominados de “estatutários” em decorrência de uma vinculação legal/estatutária. Nessa hipótese, o regime decorre integralmente da lei (chamada de estatuto) que rege o vínculo dos servidores. Não há contrato de emprego firmado pelos agentes (a carteira de trabalho não é assinada), mas apenas o termo de posse que determina a aquiescência da pessoa com o regime jurídico legal. A título de exemplo, os servidores públicos federais são regidos pela Lei n. 8.112/1990. POR ESTABELECER DIREITOS E DEVERES PRÓPRIOS, O REGIME ESTATUTÁRIO POSSUI ALGUMAS NUANCES, DIFERENÇAS E CARACTERÍSTICAS ÚNICAS ENTRE OS DEMAIS REGIMES, SENDO ELAS: ESTABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO, REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RPPS), POSSIBILIDADE DE DISPONIBILIDADE REMUNERADA NOS CASOS DE EXTINÇÃO DE CARGO PÚBLICO ETC. AS SUAS GARANTIAS, DEVERES, DIREITOS ETC. ESTÃO FIXADAS NA LEI DE CADA ENTE. REGIME JURÍDICO ÚNICO Cada ente federativo possui liberdade para criar lei que defina o regime jurídico aplicável aos servidores de sua Administração Direta, autarquias e fundações públicas de direito público. Ocorre que, de acordo com o art. 39, caput, da Constituição de 1988, é vedada a opção de adoção de mais de um regime simultâneo. Logo, o ente deverá aplicar ou o regime de cargos ou de empregos públicos. Isso é o que chamamos de regime jurídico único, que, como regra, segue o modelo estatutário. ATENÇÃO Houve grande polêmica sobre o regime estatutário após a aprovação da Emenda Constitucional 19/1998. Esse diploma normativo alterou a Constituição para permitir a utilização de mais de um regime jurídico pelos entes federativos (o que incluiria a utilização do regime trabalhista da CLT), extinguindo o regime jurídico único. Analisando a referida alteração, o Supremo Tribunal Federal concedeu medida liminar, por meio da ADI 2.135, para suspender, até a decisão final, a nova redação dada pela Emenda Constitucional 19/1998. Sendo assim, a regra atual, de acordo com a doutrina e o STF, é a aplicação do regime jurídico único para a Administração Direta Federal, autarquias e fundações públicas de direito público federal e a liberdade de cada ente para definir qual regime jurídico aplicará para seus empregados, ressalvada a implantação de mais de um regime no mesmo ente. O REGIME JURÍDICO ÚNICO, NO ÂMBITO FEDERAL, É O REGIME ESTATUTÁRIO, DELIMITADO PELA LEI N. 8.112/1990, QUE É UTILIZADO COMO MODELO POR DIVERSOS ENTES FEDERATIVOS. ESSE DIPLOMA NORMATIVO ESTABELECEU O ESTATUTO APLICÁVEL A TODOS OS SERVIDORES FEDERAIS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL DE DIREITO PÚBLICO. REGIME TRABALHISTA O regime trabalhista, por sua vez, é o regime aplicável aos servidores celetistas dos entes privados da Administração Pública (ex.: empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas regidas pelo direito privado). Além desses casos, a CLT também será aplicada no âmbito federal de forma subsidiária à Lei n. 9.962/2000 (regime de emprego público do pessoal da administração federal direta, autárquica e fundacional). Conforme mencionado, o contrato de trabalho para o regime trabalhista — feito pelo ente privado da Administração Pública — deverá ser firmado por prazo indeterminado. De acordo com a Súmula 390, II, do Tribunal Superior do Trabalho, o empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista não possui a estabilidade prevista no art. 41, da CF/1988. ATENÇÃO De acordo com a doutrina, embora os servidores com vínculo pelo regime trabalhista não possuam estabilidade, há posicionamento de que a rescisão deverá ser feita de forma motivada, garantindo o contraditório aos servidores das empresas públicas e sociedades de economia mista com atuação na execução de serviços públicos. O tema foi reconhecido pelo STF como de repercussão geral e deverá ser julgado em breve (Tema 1022). REGIME ESPECIAL Além do regime estatutário e trabalhista, há também o regime especial aplicável aos servidores temporários do Poder Público. Conforme mencionado, não se aplica nesses casos a CLT, nem o regime jurídico único, mas sim lei específica que trate sobre o assunto. Importante destacar que, no âmbito federal, o diploma normativo que regula esse regime é a Lei n. 8.745/1993. Cada ente federativo tem liberdade para editar sua própria lei sobre o assunto. ATENÇÃO De acordo com a doutrina, as ações decorrentes de controvérsias dos servidores temporários são de competência da justiça comum e não da justiça trabalhista. Esse foi o entendimento do STF no Rcl 4351 MC-AgR/PE. CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA O desempenho de atividades em nome da Administração Pública pode acontecer por três formas: FUNÇÃO PÚBLICA CARGO PÚBLICO EMPREGO PÚBLICO FUNÇÃO PÚBLICA A função pública é qualquer atividade exercida em nome do Estado, seja por meio de cargo, de emprego ou de uma simples designação. Se uma pessoa executa atividades em prol da administração pública, estará exercendo uma função pública. Assim, por exemplo, um mesário da Justiça Eleitoral, embora não tenha cargo ou emprego, exerce uma função pública por atuar em nome do Estado mediante designação. A FUNÇÃO PÚBLICA REFERE-SE ÀS TAREFAS QUE SERÃO EXECUTADAS PELO AGENTE PÚBLICO. NESSE SENTIDO, TODO CARGO OU EMPREGO POSSUI UMA FUNÇÃO. PORÉM, NEM TODA FUNÇÃO POSSUI UM CARGO OU EMPREGO, JÁ QUE HÁ FUNÇÕES SEM CARGO, COMO AS ATRIBUÍDAS A UM PARTICULAR EM COLABORAÇÃO COM O PODER PÚBLICO. CARGO PÚBLICO O cargo público, por sua vez, é definido pela natureza estatutária (legal) do vínculo. Quem possui cargo público detém uma vinculação legal decorrente da posse, não havendo necessidade de assinar contrato de emprego. Foto: Shutterstock.com DE ACORDO COM CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO (2003, P. 234), CARGOS PÚBLICOS SÃO “UNIDADES DE COMPETÊNCIA A SEREM EXPRESSAS POR UM AGENTE, PREVISTAS EM NÚMERO CERTO, COM DENOMINAÇÃO PRÓPRIA, RETRIBUÍDAS POR PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO E CRIADAS POR LEI”. Levando em consideração o ordenamento jurídico normativo, o art. 3º da Lei n. 8.112/1990 estabelece cargo público como um conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. CARGO PÚBLICO É UM CONJUNTO DE ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DESIGNADAS A UM SERVIDOR PÚBLICO COM VÍNCULO ESTATUTÁRIO — DE NATUREZA PROFISSIONAL E PERMANENTE — PARA A CORRETA EXECUÇÃO DE SUAS ATIVIDADES. PARA CRIAR, TRANSFORMAR E EXTINGUIR CARGOS PÚBLICOS É NECESSÁRIA EXPRESSA PREVISÃO EM LEI DE COMPETÊNCIA DO PODER PARA O QUAL SERÁ DESIGNADO, CONFORME ART. 48, X, DA CF/1988. É importante ressaltar que há duas exceções ao parágrafo anterior: Congresso Nacional. Foto: P - A - S / Wikimediacommons / CC BY-SA 2.0. javascript:void(0) A primeira é em relação à dispensa de lei para nomeação de cargos de serviços auxiliares nos órgãos do Poder Legislativo. Para esse caso, basta a edição de resolução de cada uma das casas do Congresso Nacional. Palácio do Planalto. Foto: Gastão guedes / Wikimedia commons / CC BY-SA 4.0. A segunda é em relação ao art. 84, VI, da CF/1988, que estabelece competência ao Presidente da República, mediante decreto, para extinguir cargos e funções públicas, quando vagos. De acordo com a doutrina, o cargo público tem três classificações: QUANTO À ESFERA DE GOVERNO Federais (União), estaduais (estados), distritais (Distrito Federal) e municipais (municípios). QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL Essa classificação refere-se à estrutura organizacional, sendo dividida em: cargos de carreira (cargos organizados em classes ou categorias escalonadas com possibilidade de progressão funcional e promoção); cargos isolados (cargos não organizados e não escalonados sem possibilidade de progressão funcional e promoção). QUANTO À GARANTIA CONFERIDA AO OCUPANTE javascript:void(0) Essa classificação refere-se à garantia que o cargo público dá ao agente integrante de sua estrutura, sendo dividida em: cargo em comissão (também chamado de comissionado ou de confiança), designado para atribuições de direção, chefia ou assessoramento a serem preenchidas por quaisquer pessoas, integrantes ou não da Administração Pública, mediante livre nomeação, sem aprovação e nomeação em concurso público do qual poderá ser exonerado sem motivação; cargo efetivo, ocupado por agente devidamente aprovado em concurso público, podendo vir a adquirir estabilidade em três anos, mediante vínculo estatutário após o prazo fixado legalmente; cargo vitalício, regime semelhante ao do efetivo, mas com maior garantia, já que a perda do cargo dar-se-á apenas com sentença judicial transitada em julgado. Importante destacar que a perda não será admitida por meio de decisão meramente administrativa. A vitaliciedade será adquirida, em regra, em dois anos. Vale destacar que, conforme art. 37, V, da Constituição, “as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento”. Assim, o dispositivo constitucional traz regramento distinto quanto à função de confiança e ao cargo em comissão. COMENTÁRIO Enquanto a função de confiança é destinada apenas para aqueles que já possuem um cargo efetivo (ex.: Auditor Fiscal é nomeado Superintendente), o cargo em comissão pode ser preenchido por qualquer pessoa, inclusive por aquele que não seja servidor efetivo, desde que um percentual mínimo seja destinado a servidores de carreira. EMPREGO PÚBLICO O emprego público se refere ao vínculo profissional entre a Administração Pública e os agentes regidos pela CLT por meio da celebração de contrato. OS EMPREGADOS PÚBLICOS DEVERÃO ATENTAR-SE ÀS NORMAS FIXADAS POR MEIO DO “CONTRATO DE EMPREGO” PARA O DESEMPENHO DE SUAS ATIVIDADES. ESSAS NORMAS DEVERÃO RESPEITAR TANTO A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 QUANTO A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS. Embora o vínculo seja regido pela CLT, para que o contrato de emprego seja celebrado e o emprego público efetivado, é necessário que o empregado público tenha sido previamente aprovado em concurso público, em virtude da exigência de observância ao princípio da impessoalidade, previsto no art. 37, caput, da CF/1988. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTENHA, RESPECTIVAMENTE, UM EXEMPLO DE AGENTE POLÍTICO E UM DE SERVIDOR ESTATUTÁRIO: A) Deputado Estadual de Minas Gerais e os voluntários do “Amigos da Escola”. B) Vereador do município de Tabocas e os mesários. C) Ministro da Saúde e os empregados da Caixa Econômica Federal. D) Juiz Federal e os empregados do Banco do Brasil. E) Secretário da Saúde do Ceará e os analistas judiciários do Tribunal de Justiça de Goiás. 2. DE ACORDO COM A DOUTRINA, OS SERVIDORES ESTATAIS POSSUEM QUATRO TIPOS DE REGIMES: REGIME ESTATUTÁRIO, TRABALHISTA, ESPECIAL E JURÍDICO ÚNICO. SOBRE O ASSUNTO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) Cada ente federativo deve adotar o regime estatutário aplicável aos servidores públicos federais. B) O Regime Jurídico Único é aplicável apenas para a Administração Pública Direta. C) Embora os empregados celetistas não possuam estabilidade, o contrato de trabalho pelo regime trabalhista deverá ser feito por prazo indeterminado. D) Dependendo do caso, poderá ser aplicada a CLT no regime especial. E) As ações decorrentes de litígios relacionados ao regime especial são de competência da justiça do trabalho. GABARITO 1. Assinale a alternativa que contenha, respectivamente, um exemplo de agente político e um de servidor estatutário: A alternativa "E " está correta. Embora sejam agentes públicos, esses dois tipos de agentes possuem diferenças. Os agentes políticos exercem função política de Estado por meio de cargos estruturais à organização política do país. Já os servidores estatutários exercem função pública por um vínculo permanente com a Administração Pública em uma relação estabelecida por lei. 2. De acordo com a doutrina, os servidores estatais possuem quatro tipos de regimes: regime estatutário, trabalhista, especial e jurídico único. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta: A alternativa "C " está correta. De acordo com a doutrina majoritária, não se admite estabilidade aos detentores de emprego público. Porém, o contrato de trabalho a ser celebrado deverá ser feito por prazo indeterminado, podendo ser rescindido caso o empregado pratique alguma falta grave estabelecida na CLT. MÓDULO 2 Identificar as regras de acesso ao serviço público, estabilidade e direitos sociais aplicáveis aos agentes públicos REGRAS CONSTITUCIONAIS, CONCURSO PÚBLICO E CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA O ingresso no serviço público como servidor estatutário ou celetista dar-se-á, como regra, após aprovação em concurso com posterior nomeação e posse do cargo. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, II, e a legislação brasileira trazem algumas regras e requisitos para a realização do certame para provimento de cargos. Os cargos públicos, conforme o art. 37, I, da CF/1988, podem ser preenchidos por brasileiros e estrangeiros, na forma da lei. O ART. 37, II, DA CF/1988 ESTABELECE O CONCURSO PÚBLICO COMO A REGRA DE INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO. ESSA PREVISÃO CONSTITUCIONAL É UM REFLEXO DOS PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE, MORALIDADE E ISONOMIA NO ACESSO A CARGOS PÚBLICOS, POIS HÁ ANÁLISE EM CRITÉRIOS DE SELEÇÃO OBJETIVOS ANTES, DURANTE E APÓS O CERTAME. PORÉM, COM BASE NO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE, A LEI PODERÁ DEFINIR OUTRAS EXIGÊNCIAS PARA O INGRESSO NA CARREIRA PÚBLICA, DESDE QUE RESPEITE O MÉRITO DO SUJEITO COMO CRITÉRIO DE AVALIÇÃO NA ESCOLHA. Alguns cargos públicos, no entanto, não precisam de aprovação em concurso por previsão constitucional expressa. A doutrina elenca algumas exceções dessa regra que estão previstas no próprio texto constitucional, sendo elas: Foto: Shutterstock.com. CARGOS EM COMISSÃO (ART. 37, II, DA CF/1988) Não há necessidade de aprovação em concurso público para o exercício de funções de direção, chefia e assessoramento previstos em lei. Por serem cargos de confiança pessoal, eles são de livre nomeação e exoneração, independentemente de motivação (ad nutum). SERVIDORES TEMPORÁRIOS OU CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA (ART. 37, IX DA CF/1988) Essa hipótese constitucional determina que a Administração Pública poderá contratar profissionais, sem a obrigatoriedade de concurso público, para atender necessidade temporária de excepcional interesse público. Foto: Shutterstock.com. Foto: Ana de Oliveira / Flickr / CC BY-NC 2.0. CARGOS ELETIVOS Essa hipóteserefere-se aos agentes políticos nomeados para representarem a sociedade após eleição democrática. Por tratar-se da vontade do povo, não é necessária a submissão em prova e títulos. EX-COMBATENTES Essa hipótese refere-se aos combatentes que tenham participado de forma efetiva na Segunda Guerra Mundial, de acordo com o art. 35, I, do ADCT. Foto: Shutterstock.com. Foto: Dênio Simões / Agência Brasília / NETHIS – Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde. AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS De acordo com a Lei n. 11.350/2006, para esses agentes, é necessária a realização de um processo seletivo público diferenciado de provas ou, se for o caso, de provas e títulos. Existem também outras hipóteses constitucionais que permitem a nomeação pelo Chefe do Executivo, sem prévia aprovação em concurso público, como a nomeação dos Ministros dos Tribunais de Contas, do Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça, assim como também do Superior Tribunal Militar, Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal Superior Eleitoral, e ainda do quinto constitucional. O concurso público é um procedimento de seleção que deve seguir regras objetivas e embasadas na constituição e na lei. Algumas das principais regras são: PRAZO DE VIGÊNCIA O edital deverá definir o prazo de validade do concurso público, mas para isso deverá respeitar a regra constitucional prevista no art. 37, III, da CF/1988 (prazo de validade de dois anos prorrogável por igual período). ALTERAÇÕES EDITALÍCIAS Após a publicação do edital, tanto a Administração Pública quanto os participantes do certame estarão vinculados aos seus termos, de acordo com o princípio de vinculação ao instrumento convocatório. Contudo, em casos específicos e excepcionais — devidamente justificados em alterações legislativas nos casos de modificação do regime de cargos e empregos a serem preenchidas —, o Poder Público poderá alterar algumas disposições editalícias. CONTROLE JUDICIAL Por ser um ato discricionário da Administração Pública, tanto o edital quanto o concurso público não se sujeitam ao controle do Poder Judiciário no que se refere ao mérito, com base no princípio da separação dos poderes. Porém há uma exceção: o instrumento convocatório estará sujeito ao controle jurisdicional — desde que seja provocado — caso ele estabeleça critérios de escolha ou requisitos de admissão que passem dos limites dos princípios da razoabilidade e isonomia. OBSERVÂNCIA DA ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego na carreira, conforme art. 37, IV, da CF/1988. RESERVA DE VAGAS PARA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA De acordo com o art. 37, VIII, da CF, a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão. No âmbito federal, o art. 5º, § 2º, da Lei n. 8.112/1990, prevê 20% para fins de reserva. FASES DO CONCURSO Conforme o art. 11 da Lei n. 8.112/1990, o concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas. Nesse sentido, em regra, o curso lógico para o ingresso no serviço público seria a publicação do edital e a realização do concurso público com devida aprovação, nomeação e posse do servidor, entrando em exercício na sequência. No curso desse trâmite, algumas questões chegaram a ser suscitadas e geraram questionamentos perante a jurisprudência. Entre elas, destacaram-se: EXIGÊNCIA DE EXAME PSICOTÉCNICO CLÁUSULA DE BARREIRA DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO EXIGÊNCIA DE EXAME PSICOTÉCNICO O exame psicotécnico em sede de concurso público só pode ocorrer se contar com previsão expressa em lei e no edital. De acordo com a Súmula Vinculante 44 do STF: “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”. Entende-se também que o referido exame, caso realizado, deve seguir critérios objetivos (STF, AI 758.533 QO-RG). CLÁUSULA DE BARREIRA A cláusula de barreira foi outra questão analisada pelo STF. Essa cláusula é uma previsão, contida em Edital, que permite apenas um número de candidatos passar para as próximas fases do concurso. A título de exemplo, seria permitir que apenas os duzentos melhores classificados na prova objetiva passem para a segunda fase e realizem uma discursiva. O debate chegou ao STF, que definiu que tal previsão editalícia é constitucional (RE 635739). DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO Outro ponto também analisado pela Suprema Corte diz respeito ao direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados dentro do número de vagas, mas não nomeados pela Administração Pública. O Supremo Tribunal Federal decidiu, em 2007, que o candidato aprovado dentro do número de vagas definido no instrumento convocatório possui direito subjetivo à nomeação, com base nos princípios da boa-fé e segurança jurídica. Assim, por exemplo, se um concurso é lançado com vinte vagas de preenchimento imediato e um candidato é aprovado na décima colocação, ele tem direito subjetivo à nomeação, podendo ajuizar demanda para obrigar o Estado a nomeá-lo dentro do prazo de validade do concurso. Registre-se que a Súmula 15 do STF dispõe que “[d]entro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação”. ATENÇÃO De acordo com o STF, o candidato aprovado no número de vagas tem direito subjetivo à nomeação: Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital; Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; Quando surgirem novas vagas ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima (tese definida no RE 837.311). Ocorre que, para essa regra, há uma exceção. De acordo com o Supremo, a Administração Pública poderá deixar de convocar os candidatos dentro do número de vaga desde que ela demonstre — de forma comprovada e justificada — situação excepcional por motivo de necessidade superveniente (RE 598.099). É necessário destacar que, mesmo se o candidato for nomeado, ele deverá preencher os requisitos legais e constitucionais para ocupar o cargo, como: Imagem: Governo Brasileiro / Wikimedia commons / Domínio público. NACIONALIDADE BRASILEIRA De acordo com o art. 37, I, da CF/1988, para ingressar no serviço público brasileiro, é necessário que o agente seja brasileiro nato ou naturalizado. Admite-se o preenchimento de cargo público por estrangeiro, na forma da lei. Foto: Senado Federal / Wikimedia commons / CC-BY-2.0. GOZO DE DIREITOS POLÍTICOS De acordo com o art. 5º, II, da Lei n. 8.112/1990, quem não estiver em pleno gozo de direitos políticos não poderá ingressar na carreira pública federal. Ressalta-se que a CF/1988 estabelece algumas hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos, como no caso do art. 37, § 4º. Foto: Merdo / Desciclopédia / CC BY-NC-SA 3.0. QUITAÇÃO COM AS OBRIGAÇÕES MILITARES E ELEITORAIS De acordo com o art. 5º, III, da Lei n. 8.112/1990, deverá ser demonstrada a quitação com as obrigações militares e eleitorais para o acesso ao cargo público estatutário civil federal. Foto: Shutterstock.com. APTIDÃO FÍSICA E MENTAL PARA O EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES DO CARGO Essa regra pode impedir a posse apenas quando as vedações físicas ou mentais sejam amparadas nas funções específicas do cargo a ser assumido. Foto:Shutterstock.com ATIVIDADE JURÍDICA De acordo com o art. 93, I, da CF/1988, existem hipóteses em que será exigida, para o ingresso no serviço público, a demonstração de tempo de atividade na área jurídica como forma de atestar a experiência devida para a execução das funções a serem desempenhadas. No vídeo a seguir, o professor Marcílio da Silva Ferreira Filho comenta aspectos sobre a estabilidade dos servidores públicos. Vamos assistir! ESTABILIDADE, DIREITO DE GREVE, DIREITOS SOCIAIS E SINDICALIZAÇÃO O vínculo dos servidores públicos com a Administração Pública é estabelecido por meio do regime estatutário que prevê direitos, deveres e prerrogativas inerentes a esses servidores, com base na lei ou na Constituição Federal de 1988. Vejamos mais detalhadamente a seguir: ESTABILIDADE Uma das prerrogativas conferidas a ocupantes de cargo efetivo, por meio do Texto Constitucional e por lei, é a estabilidade. A estabilidade é uma prerrogativa dos servidores públicos que advém da Constituição Federal de 1988. Ela atribui aos servidores públicos, detentores de cargos de provimento efetivo, após preenchidos os requisitos constitucionais, permanência no serviço público, desde que não infrinjam alguma situação estabelecida pela própria Constituição. A ESTABILIDADE É ADQUIRIDA APENAS PELOS AGENTES DETENTORES DE CARGO PÚBLICO EFETIVO. A EFETIVIDADE É UM ATRIBUTO DO CARGO PÚBLICO E UM REQUISITO INDISPENSÁVEL PARA A AQUISIÇÃO DA ESTABILIDADE. IMPORTANTE DESTACAR QUE ESSA PRERROGATIVA NÃO É CONFERIDA AOS DETENTORES DE EMPREGO PÚBLICO OU DE CARGOS EM COMISSÃO. O servidor público, detentor de cargo de provimento efetivo, adquirirá a estabilidade após o preenchimento de dois requisitos cumulativos: três anos de efetivo serviço no cargo e a aprovação em avaliação especial de desempenho, por comissão especialmente constituída. O prazo para aquisição da estabilidade e desenvolvimento do estágio probatório é o mesmo: três anos (STF, AI 754802). ATENÇÃO De acordo com o STF, “o ato de exoneração do servidor é meramente declaratório, podendo ocorrer após o prazo de três anos fixados para o estágio probatório, desde que as avaliações de desempenho sejam efetuadas dentro do prazo constitucional”. Assim, por exemplo, se a avaliação do estágio probatório ocorreu nos três anos, mas a exoneração só saiu no quarto ano, ela será válida. (STF, RE 805.491 AgR) De acordo com o art. 41, § 1º, da CF/1988, existem hipóteses em que o servidor público estável perderá o cargo mesmo após a aquisição da estabilidade, sendo elas: Em virtude de sentença transitado em julgado. Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Essa última hipótese (avaliação periódica de desempenho) depende de lei complementar, que — até o presente momento — ainda não foi editada. Assim, por se tratar de uma norma constitucional de eficácia limitada, a terceira hipótese não tem aplicação prática até o advento da lei complementar. SAIBA MAIS Importante: Vitaliciedade diferencia-se de estabilidade, uma vez que a primeira possui uma prerrogativa maior em relação à segunda quanto à perda do cargo (na vitaliciedade, só se perde o cargo por sentença judicial transitada em julgado). Foto: Shutterstock.com. DIREITO DE GREVE Embora os servidores públicos ocupantes de cargo efetivo tenham estabilidade, é conhecido e pacificado na doutrina e jurisprudência que esses agentes possuem direito de greve (art. 37, VII, da CF/1988). A CF/1988 determinou que para ele ser exercido é necessária a edição de lei específica. Acontece que a referida lei específica ainda não foi editada. O Supremo Tribunal Federal, além de ter decidido que esse artigo se refere a uma norma de eficácia limitada, determinou que, enquanto não houver a edição da respectiva lei específica a regulamentar a greve dos servidores, será utilizada, até então, a Lei n. 7.783/1989 (lei geral de greve), julgamento que ocorreu nos Mandados de Injunção n. 670, 708 e 712. Sobre o assunto, o STF também decidiu que os dias parados por greve de servidor devem ser descontados, exceto se houver acordo de compensação (RE 693456). No mesmo julgado, o STF afirmou que o desconto não será devido se a greve for causada em decorrência de ilícito cometido pelo Poder Público. ATENÇÃO Vale ressaltar a vedação constitucional de movimentos paredistas aos servidores militares. O art. 142, IV, da CF/88 proíbe que os servidores que prestam serviços às Forças Armadas (ex.: Exército, Marinha, Aeronáutica, militares e Corpos de Bombeiro) façam greve, pois poderia prejudicar as relações necessárias à garantia e manutenção da sociedade. O STF entende que policiais civis e todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública também não podem exercer o direito de greve (ARE 654.432). DIREITOS SOCIAIS É conhecido pelo ordenamento jurídico brasileiro que o direito de greve é uma similaridade aplicada tanto para os servidores públicos quanto para os trabalhadores urbanos e rurais (art. 9º da CF/1988). Ocorre que o próprio Texto Constitucional traz outras similaridades entre esses agentes e trabalhadores, por exemplo os direitos sociais. De acordo com o art. 39, § 3º da CF/1988, aplicam-se aos servidores públicos, ocupantes de cargos efetivos, os seguintes direitos sociais: Salário mínimo (art. 7º, IV e VII) Décimo terceiro salário (art. 7º, VIII) Adicional noturno (art. 7º, IX) Salário-família (art. 7º, XII) Duração de trabalho não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais (art. 7º, XIII) Repouso semanal remunerado (art. 7º, XV) Hora extra (mínimo de 50%) (art. 7º, XVI) Férias anuais remuneradas e adicional de férias (art. 7º, XVII) Licença à gestante (art. 7º, XVIII) Licença-paternidade (art. 7º, XIX) Proteção ao mercado de trabalho da mulher (art. 7º, XX) Redução dos riscos inerentes ao trabalho (art. 7º, XXII) Proibição de diferença de salários por motivos discriminatórios (art. 7º, XXX) SINDICALIZAÇÃO Além do direito de greve e dos direitos sociais acima, o art. 37, IV, da CF/1988 garante aos servidores públicos a livre associação sindical. Ela objetiva a construção e facilitação do diálogo entre um grupo de servidores com o ente público na busca por boas condições de trabalho. Além da sindicalização ser optativa para esses agentes, é necessário apontar que é vedada a celebração de acordo ou convenção coletiva com a Administração Pública para fins de aumento salarial, conforme Súmula 679 do STF. Imagem: Shutterstock.com. REMUNERAÇÃO E APOSENTADORIA REMUNERAÇÃO Como qualquer empregado e trabalhador, o servidor público tem direito de ser remunerado pelos seus serviços prestados. Tanto o estatuto do servidor público federal quanto a Constituição Federal possuem previsões quanto à remuneração desses agentes. O sistema constitucional prevê duas formas de contraprestação, com regramentos diferentes: Por remuneração Por subsídio NO SISTEMA POR REMUNERAÇÃO, MAIS COMUM NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO, O SERVIDOR RECEBE O VENCIMENTO (VALOR BÁSICO PELO DESEMPENHO DO CARGO) E PODE RECEBER TAMBÉM VANTAGENS PECUNIÁRIAS, COMO ADICIONAIS, GRATIFICAÇÕES E/OU INDENIZAÇÕES. O SOMATÓRIO DO VENCIMENTO E DAS VANTAGENS É DENOMINADO DE REMUNERAÇÃO OU DE VENCIMENTOS (NO PLURAL). CADA LEGISLAÇÃO TEM LIBERDADE PARA FIXAR SUAS REGRAS REMUNERATÓRIAS, OBSERVADAS AS REGRAS DA CONSTITUIÇÃO. Para que os servidores públicos gozem dessa contraprestação, em regra, é necessária a edição de lei específica que defina o quanto devem receber, sendo cada um dos Poderes do Estado responsável pela edição dessa lei para os seus agentes. Entretanto, a Constituição estabelece algumas exceções referentes à exigibilidade de edição de lei, como a edição de decreto legislativo para definir a remuneração do Presidente da República e do Vice- Presidente (art. 40, VIIIda CF/1988) e os subsídios dos Vereadores (art. 29, VI, da CF/1988). Por ser uma contraprestação decorrente da natureza alimentar, a remuneração do servidor público é irredutível e não poderá sofrer atrasos em seu pagamento. Entretanto, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, a irredutibilidade prevista no art. 37, XV da Constituição Federal refere-se ao caráter nominal e não real. Logo, a irredutibilidade não se estende às perdas decorrentes do aumento inflacionário. VOCÊ SABIA É admitido o desconto da remuneração do servidor público quando sobrevir alguma imposição legal/decisão judicial ou consignação em folha de pagamentos. Existe, também, outra forma de pagamento realizada pelo Poder Público: o subsídio, que é uma forma de pagamento realizada em parcela única, sendo atribuída a parte dos cargos do serviço estatal. Nesse modelo, é vedado o pagamento de gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. Apesar disso, é possível o pagamento de verbas indenizatórias e direitos constitucionais (ex.: décimo terceiro). O SUBSÍDIO PODERÁ SER IMPLEMENTADO PARA OS SERVIDORES DE ACORDO COM A FACULDADE DO PODER PÚBLICO, EXCEPCIONADO PARA AS CARREIRAS QUE SUA INSTITUIÇÃO SEJA OBRIGATÓRIA. O ART. 39, § 4º, DA CF, PREVÊ QUE A SISTEMÁTICA DE SUBSÍDIO É APLICÁVEL A MEMBRO DE PODER, O DETENTOR DE MANDATO ELETIVO, OS MINISTROS DE ESTADO E OS SECRETÁRIOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS. Conforme mencionado, cada um dos Poderes do Estado é responsável pela edição da lei que fixa a remuneração de seus agentes. Acontece que essa lei deverá respeitar o requisito constitucional do teto remuneratório, conforme estabelecido pela Emenda Constitucional 19/1998 e 41/2003. Essas emendas estabeleceram as seguintes regras como requisitos na definição das remunerações: Teto remuneratório, subteto estadual e municipal Teto remuneratório Subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal Subteto estadual (e do DF) Subsídio do Governador (Executivo) Subsídio dos Deputados Estaduais/Distritais (Legislativo) Subsídio dos desembargadores dos TJs em 90,25% do subsídio do ministro do Supremo Tribunal Federal (Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Procuradorias) Subteto municipal Subsídio do Prefeito Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO De acordo com a doutrina, não se submetem ao teto remuneratório as verbas de natureza indenizatória (exemplo: valores de diárias pagos pelo servidor), direitos sociais (exemplo: décimo terceiro salário), abono de permanência (art. 40, § 19º da CF/1988) e remuneração da atividade de magistério (exemplo: ministro do Supremo Tribunal Federal que também exerce função como cargo público de professor). Imagem: Shutterstock.com. APOSENTADORIA Além da remuneração, os servidores públicos, assim como os trabalhadores urbanos e rurais, também podem se aposentar, havendo um regime especial para os ocupantes de cargo público efetivo. Esse direito estabelece aos servidores o recebimento de uma remuneração/provento após determinado tempo de serviço e preenchimento de certos requisitos sem se manter na execução de sua atividade original. Diferentemente dos empregados privados, os servidores públicos, detentores de cargo efetivo, vinculam-se ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), que possui regras próprias de aposentadoria. Seguem algumas de suas características: Imagem: Shutterstock.com. CARÁTER CONTRIBUTIVO DO REGIME Após a edição da Emenda Constitucional 20/1998, não será levado em conta apenas, para o cálculo e concessão de aposentadoria, o tempo de serviço público, mas sim o de contribuição. Imagem: Shutterstock.com. CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Será considerado como tempo de contribuição qualquer dos regimes de previdência com que o agente tenha contribuído, salvo o tempo de contribuição simultânea entre o exercício particular de professor e em cargo público. Imagem: Shutterstock.com. CARÁTER SOLIDÁRIO Não é aplicado o regime de capitalização, logo, o agente não contribui para seu benefício de forma isolada. No RPPS, os servidores contribuem para a manutenção de todo o sistema. Com o advento das alterações promovidas por Emendas Constitucionais, sendo a mais recente a reforma de previdência, seguem as hipóteses atuais de aposentadoria dos servidores públicos federais: APOSENTADORIA POR INVALIDEZ APOSENTADORIA COMPULSÓRIA APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ Será concedida a aposentadoria por invalidez após a apresentação de um laudo médico oficial que demonstre a incapacidade do agente para a prestação de serviço público, sendo, portanto, concedida a aposentadoria com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, salvas as hipóteses do art. 40, I, da CF/1988. APOSENTADORIA COMPULSÓRIA De acordo com o art. 40, II, da CF/1988, a aposentadoria compulsória será aplicada, tanto para homens quanto para mulheres, quando o agente completar 75 anos, sendo pago com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, podendo ser integral, nos casos em que o agente tenha contribuído o tempo necessário. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA Após a reforma da previdência, para ter acesso à aposentadoria voluntária, é necessário que o servidor público federal apresente o preenchimento dos seguintes requisitos: idade (65 anos para os homens e 62 para as mulheres), tempo de trabalho (10 anos de serviço público, sendo 5 no cargo). Nesse caso, a renda será 60% da média de todos os salários de contribuição, sendo assegurado o salário mínimo. Os critérios acima estabelecidos foram determinados pela Constituição Federal, porém, em alguns casos, os critérios poderão ser diferenciados para a concessão do benefício. O art. 40, § 4º, da CF/1988 estabelece que os portadores de deficiência, os agentes que exerçam atividades de risco e aqueles cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou integridade física poderão — mediante Lei Complementar — ter critérios diferenciados para concessão de benefício. COMENTÁRIO De acordo com a Lei n. 10.887/2004, a alíquota de contribuição do regime próprio de previdência social do servidor público é de 11%. Vale destacar que os servidores inativos que ganham acima do teto do RPPS também contribuem sobre tudo o que o provento ultrapassar do teto, sendo o valor da alíquota de 14%. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUANTO ÀS REGRAS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS DO CONCURSO PÚBLICO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: A) É prescindível a aprovação em concurso público para cargo em comissão, uma vez que se trata de cargo de confiança pessoal. B) De acordo com a CF/1988, para ingressar no serviço público, é necessário que o agente seja brasileiro nato ou português naturalizado brasileiro. C) Viola a Constituição Federal de 1988 qualquer previsão editalícia que exija demonstração de tempo de atividade jurídica como condição para ingresso no serviço público. D) O prazo de validade expresso pela CF/1988 para os editais é de dois anos, prorrogável por mais um ano. E) Por ser um ato discricionário, é vedado, em qualquer circunstância, controle judicial nos concursos públicos. 2. ESTUDAMOS QUE A ESTABILIDADE É UMA PRERROGATIVA DOS SERVIDORES PÚBLICOS QUE ADVÉM DO PRÓPRIO TEXTO CONSTITUCIONAL. ELA POSSIBILITA QUE OS SERVIDORES EFETIVOS PERMANEÇAM NO SERVIÇO PÚBLICO, DESDE QUE NÃO INFRINJAM ALGUMA SITUAÇÃO PREVISTA PELA CONSTITUIÇÃO. SOBRE ESSE TEMA, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA: A) De acordo com a jurisprudência, a estabilidade é conferida tanto para os agentes detentores de cargo efetivo quanto para os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista. B) Estabilidade e vitaliciedade não possuem diferenças, uma vez que os dois institutos protegem os servidores públicos contra eventuais perseguições ou demissões injustificadas pela Administração Pública. C) De acordo com a doutrina, o servidor público poderáperder o cargo, após a aquisição da estabilidade, por meio do deferimento de alguma tutela ou segurança no curso de uma ação judicial. D) Existem dois requisitos para a aquisição da estabilidade: três anos de efetivo serviço e aprovação em avaliação especial de desempenho. E) O servidor público, após a aquisição da estabilidade, perderá o seu cargo apenas por meio de sentença judicial transitada em julgado. GABARITO 1. Quanto às regras constitucionais e legais do concurso público, assinale a alternativa correta: A alternativa "A " está correta. Por se tratar de cargo de confiança, é dispensável a realização de concurso público para o preenchimento de vagas de cargos em comissão. Nesse sentido, não há estabilidade, uma vez que são de livre nomeação e exoneração. 2. Estudamos que a estabilidade é uma prerrogativa dos servidores públicos que advém do próprio Texto Constitucional. Ela possibilita que os servidores efetivos permaneçam no serviço público, desde que não infrinjam alguma situação prevista pela Constituição. Sobre esse tema, assinale a afirmativa correta: A alternativa "D " está correta. Para que o servidor público possa adquirir a estabilidade, é necessário que ele preencha dois requisitos: três anos de efetivo serviço no cargo e aprovação em avaliação especial de desempenho, por comissão especialmente constituída. MÓDULO 3 Categorizar os direitos e deveres aplicáveis aos servidores públicos e as responsabilidades decorrentes de eventual conduta ilícita DIREITOS E VANTAGENS DOS SERVIDORES ESTATUTÁRIOS O estatuto dos servidores públicos federais (Lei n. 8.112/1990) estabeleceu direitos e vantagens, que materializam os princípios da administração pública na execução dos serviços públicos. Esses direitos e vantagens estão previstos no Título III da Lei n. 8.112/90, sendo eles: Vencimento e remuneração Vantagens Férias Licenças Afastamentos Concessões VENCIMENTOS Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. A ele podem ser acrescidas vantagens, que são parcelas pecuniárias acrescidas ao vencimento dos servidores públicos em decorrência de condição fática prevista em lei. Logo, quando preenchidas, o servidor terá direito de recebê-las. Elas são divididas em: Indenizações Gratificações Adicionais SAIBA MAIS O somatório do vencimento e das vantagens é chamado de remuneração ou de “vencimentos”, no plural. O servidor público tem direito a receber como remuneração (total) pelo menos um salário mínimo, conforme Súmula Vinculante 16. INDENIZAÇÕES Indenizações são vantagens pagas como uma forma de reparar eventuais gastos feitos pelo servidor na prestação da atividade pública. Elas possuem natureza ressarcitória, portanto, não são consideradas acréscimo patrimonial. O Estado deverá ressarcir o prejuízo causado ao servidor que precisou despender seus próprios recursos para prestar o serviço público. De acordo com a Lei n. 8.112/1990, elas são divididas em quatro tipos: Imagem: Shutterstock.com. DIÁRIA Indenização devida quando houver deslocamento temporário para prestação do serviço público, como as despesas de alimentação e locomoção urbana. A lei traz algumas exceções, como no caso de o deslocamento do servidor ocorrer dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, nos quais há extensão de jurisdição e competência dos órgãos. Imagem: Shutterstock.com. AJUDA DE CUSTO Essa indenização será paga quando houver deslocamento permanente da sede, com mudança de domicílio e no interesse da Administração Pública. Esse tipo de indenização não objetiva custear as despesas com a mudança, já que o Estado deverá custear gastos de transporte tanto do servidor quanto de sua família, assim como a passagem, bagagem e os bens pessoais. Imagem: Shutterstock.com. TRANSPORTE Essa indenização será devida quando houver despesas relacionadas à execução de serviços públicos externos por meio próprio de locomoção por força das atribuições inerentes ao cargo. Imagem: Shutterstock.com. AUXÍLIO-MORADIA Essa indenização será paga para o servidor que tiver sido deslocado de sua sede para exercer cargos em comissão de DAS 4, 5 e 6, cargos de natureza especial ou de ministros de estado. Para que ele seja devido, é necessário que não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor, que o cônjuge ou o companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional; que o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município onde for exercer o cargo; que nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia; que o município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião; que o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança; que o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo; que o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. GRATIFICAÇÕES As gratificações foram regulamentadas no art. 61, I, II e IX da Lei 8.112/1990, sendo divididas em: GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO GRATIFICAÇÃO NATALINA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU CONCURSO GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO É paga ao agente pelo exercício de uma função de direção, chefia ou assessoramento. Ela é uma forma de remuneração devida em virtude do exercício de funções não inerentes à estrutura do cargo de origem do agente. GRATIFICAÇÃO NATALINA É devida ao servidor até o dia 20 de dezembro de cada ano. Ela é calculada a partir da proporção de doze avos da remuneração de dezembro para cada mês de serviço público que tenha sido prestado pelo agente. GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU CONCURSO É devida para o servidor que: atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou treinamento regularmente instituído no âmbito da Administração Pública Federal; participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes; participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades. ADICIONAIS Os adicionais são acréscimos patrimoniais estabelecidos por meio do art. 61, VI, VII e VIII da Lei n. 8.112/1990. Para que eles sejam devidos, é necessário que o servidor dependa de uma situação fática que não configure vantagem pessoal. De acordo com a referida lei, eles podem ser divididos em: Foto: Shutterstock.com. ADICIONAL PELO EXERCÍCIO DE ATIVIDADES INSALUBRES, PERIGOSAS OU PENOSAS É devido para os servidores que exercem atividades prejudiciais à saúde, como aqueles que têm contato com substâncias tóxicas, com perigo de vida ou atividades que exijam grande esforço para serem realizadas. ADICIONAL PELA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO Refere-se à hora extra. Ele é uma verba acessória devida ao servidor que trabalha além de sua jornada de trabalho diária por conta da necessidade do serviço público. O tempo de hora extra não poderá ultrapassar duas horas por jornada, sendo remunerado com adicional de 50% a mais em relação à hora normal. Foto: Shutterstock.com. Foto: Shutterstock.com. ADICIONAL NOTURNO É devido para os servidores que trabalham entreas vinte e duas horas até as cinco horas do dia seguinte em um percentual de 25% da remuneração da hora normal. Vale ressaltar que a hora noturna tem duração de cinquenta e dois minutos e trinta segundos, logo, o servidor fará jus tanto ao adicional noturno, quanto ao cômputo diferenciado da hora de trabalho no turno noturno. ADICIONAL DE FÉRIAS Deverá ser pago ao servidor público por conta de suas férias. Ele corresponde a 1/3 de sua remuneração. Foto: Shutterstock.com. FÉRIAS De acordo com o art. 7º, XVIII, e o art. 39, § 3º, da Constituição Federal, o terceiro direito e vantagem conferido ao servidor estatutário são as férias. É necessário que o agente complete doze meses de exercício (período aquisitivo) para que consiga gozar de seu primeiro período de férias (30 dias). A Lei n. 8.112/1990 estabelece três características próprias desse direito para os servidores públicos, sendo elas: ACUMULAÇÃO O servidor poderá acumular o período de férias por, no máximo, dois períodos. Essa opção não se refere a uma faculdade do agente público, mas sim do próprio interesse da Administração Pública. PARCELAMENTO Essa característica trata-se de uma possibilidade de parcelamento das férias em três períodos. Essa hipótese é uma faculdade do servidor público que poderá ser aceita ou não pela Administração Pública. INTERRUPÇÃO De acordo com o art. 80, da Lei n. 9.527/1997, o servidor poderá ter suas férias interrompidas caso atue na prestação de atividade de interesse público. Contudo, ela poderá ser interrompida uma única vez no mesmo período, e o restante será usufruído pelo servidor sem uma nova interrupção. LICENÇAS O quarto direito e vantagem conferido ao servidor são as licenças. Em algumas situações legais, o servidor público poderá se afastar do exercício da atividade pública de forma regular sem configurar ausência injustificada. Com base na Lei n. 8.112/1990, existem sete hipóteses de licenças: POR MOTIVO DE DOENÇA FAMILIAR Para fazer jus a essa licença, o servidor deverá comprovar por junta médica oficial que alguma pessoa da família (exemplo: cônjuge, companheiro, pais, filhos, padrasto, madrasta, enteado ou dependente) esteja doente, dependa de sua assistência direta e que seja difícil conciliar a ajuda com o exercício de sua função pública. Aprovada a licença, o servidor terá direito de até 60 dias (com remuneração), podendo esse prazo ser prorrogado por até 90 dias (sem remuneração). POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE Acontece quando o cônjuge do servidor é deslocado para outro lugar do território nacional, ou exterior, para exercício de mandato eletivo (Poder Legislativo ou Executivo). Ela não tem prazo definido em lei, podendo ser até mesmo concedida por tempo indeterminado. PARA EXERCÍCIO DE ATIVIDADE POLÍTICA Licença concedida ao servidor que queira participar das eleições como candidato. Ela é fracionada em dois momentos: escolha do servidor, na convenção partidária, até a véspera do registro da candidatura na justiça eleitoral (sem remuneração); registro da candidatura e até dez dias após as eleições (com remuneração em um prazo máximo de até três meses). PARA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO MILITAR Será concedida para o servidor que prestar atividade militar. Ela dura todo o tempo do serviço militar. Logo, quando terminar o exercício da referida função, a licença será expirada. POR MOTIVO DE INTERESSE PARTICULAR Trata-se de uma licença imotivada, ou seja, o servidor não precisa explicar o motivo. Ela poderá ser concedida por até três anos, improrrogáveis e sem remuneração, ao critério da Administração Pública, tendo em vista o interesse público. PARA CAPACITAÇÃO O servidor público terá direito a até três meses de licença (com remuneração) para participar de curso de capacitação, desde que ele cumpra cinco anos de efetivo exercício no serviço público. Vale ressaltar que os períodos são inacumuláveis, ou seja, se o servidor completar dez anos de exercício, ele não terá direito a seis meses de curso de capacitação. PARA DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA De acordo com o art. 92, da Lei n. 8.112/1980, é assegurado ao servidor o direito à licença (sem remuneração) para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros. AFASTAMENTOS O quinto direito e vantagem conferido aos servidores são os afastamentos, que são outras hipóteses de ausência do servidor público para o exercício de outras atividades de interesse coletivo ou social. A Lei n. 8.112/1990 cita quatro tipos de afastamentos: PARA O EXERCÍCIO DE MANDADO ELETIVO Afastamento de servidores eleitos, em cargos efetivos, para a funções com representatividade popular. Essa hipótese trata-se de uma manifestação clara da soberania do interesse público em virtude de um processo democrático. A Constituição Federal traz alguns casos em que o servidor poderá acumular o exercício das funções em mandato eletivo, como nos casos dos vereadores. PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE Afastamento do servidor público cedido para exercício em outro órgão ou entidade da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, para o exercício de cargo em comissão, função de confiança ou outros descritos por lei. PARA ESTUDO OU MISSÃO NO EXTERIOR Afastamento com a finalidade de estudo ou missão oficial fora do país. Para que ele seja concedido, é necessária a autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e do Presidente do Supremo Tribunal Federal. De acordo com a lei, essa ausência não poderá exceder quatro anos. PARA PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO STRICTO SENSU NO BRASIL Afastamento concedido ao servidor público para participação em programa de pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado) em instituição de ensino superior no Brasil. CONCESSÕES O sexto e último direito e vantagem conferidos aos servidores são as concessões. Elas, também, são hipótese de ausência – como efetivo serviço – do servidor no serviço público. De acordo com a Lei n. 8.112/1990, elas são divididas em: Foto: Shutterstock.com. DOAÇÃO DE SANGUE 1 dia Foto: Senado Federal / Wikimedia commons / CC-BY-2.0. ALISTAMENTO ELEITORAL 2 dias Foto: Shutterstock.com. CASAMENTO OU LUTO PELO FALECIMENTO DO CÔNJUGE, COMPANHEIRO, PAIS, MADRASTA, PADRASTO, FILHOS, ENTEADOS, MENOR SOB GUARDA E TUTELA OU IRMÃOS 8 dias DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS SERVIDORES ESTATUTÁRIOS Conforme estudado, por terem um vínculo com o Estado diferente dos celetistas e temporários, os servidores públicos possuem direitos próprios decorrentes da Constituição ou de seu respectivo estatuto. Além desses direitos, os servidores estatutários devem laborar de modo eficiente e produtivo para que honrem os princípios da Administração Pública. Para isso, a Lei n. 8.112/1990 estabelece deveres aos servidores estatutários: Foto:Shutterstock.com EXERCER COM ZELO E DEDICAÇÃO AS ATRIBUIÇÕES DO CARGO Em consonância com o princípio da eficiência do serviço público, o servidor estatutário deverá exercer com zelo, cuidado e dedicação as atribuições de seu cargo, tanto em caráter quantitativo quanto qualitativo. SER LEAL ÀS INSTITUIÇÕES A QUE SERVIR A lealdade às instituições pressupõe a observância tanto de regras quanto dos princípios da atividade administrativa. Além disso, esse dever proíbe o uso da imagem institucional desvinculada do interesse público. Foto:Shutterstock.com Foto:Shutterstock.com OBSERVAR AS NORMAS LEGAIS E REGULAMENTARES Em consonância com o princípio da legalidade, o servidor estatutário deve observar todas as normas jurídicas no exercício da atividade administrativa. CUMPRIR ORDENS SUPERIORES, EXCETO QUANDOMANIFESTAMENTE ILEGAIS De acordo com o poder hierárquico, o servidor público deverá acatar e cumprir as ordens superiores, salvo quando manifestamente ilegais. Foto:Shutterstock.com Foto:Shutterstock.com ATENDER COM PRESTEZA ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; às requisições para a defesa da Fazenda Pública: o servidor público deverá atender com presteza e agilidade quaisquer solicitações vindas dos superiores ou de qualquer cidadão, salvo as informações sigilosas. Nesse sentido, estará configurada como ato ilícito a demora ou lentidão injustificada na prestação do serviço público. LEVAR AS IRREGULARIDADES DE QUE TIVER CIÊNCIA EM RAZÃO DO CARGO AO CONHECIMENTO DA AUTORIDADE SUPERIOR OU, QUANDO HOUVER SUSPEITA DE ENVOLVIMENTO DESTA, AO CONHECIMENTO DE OUTRA AUTORIDADE COMPETENTE PARA APURAÇÃO Em respeito aos princípios da moralidade e legalidade, o servidor público deverá comunicar qualquer irregularidade de que tiver ciência à autoridade superior competente. Foto:Shutterstock.com Foto:Shutterstock.com ZELAR PELA ECONOMIA DO MATERIAL E A CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO O servidor público deverá zelar pela economia de todo o material utilizado na execução do serviço público e pela conservação da repartição pública, uma vez que ela faz parte do patrimônio público. GUARDAR SIGILO SOBRE ASSUNTO DE REPARTIÇÃO O servidor público tem o dever de guardar sigilo sobre assunto de repartição. Importante destacar que constitui infração administrativa sujeita à sanção de demissão a revelação de segredo da qual o servidor tenha se apropriado em razão do cargo. Foto:Shutterstock.com Foto:Shutterstock.com MANTER CONDUTA COMPATÍVEL COM A MORALIDADE ADMINISTRATIVA Em harmonia com o princípio da moralidade, o servidor público deverá pautar suas condutas em padrões éticos. Atos de improbidade, desonestos e imorais configuram ofensa ao decoro administrativo. SER ASSÍDUO E PONTUAL AO SERVIÇO O servidor público deverá comparecer assiduamente ao local de trabalho. Importante destacar que a chefia poderá descontar na remuneração do servidor se ele faltar ou atrasar injustificadamente. Foto:Shutterstock.com Foto:Shutterstock.com TRATAR COM URBANIDADE AS PESSOAS Durante o exercício da atividade pública, os servidores deverão prezar pelas boas maneiras, linguagens e cortesia, tanto na forma verbal quanto não verbal, como na escrita e nos gestos. REPRESENTAR CONTRA ILEGALIDADE, OMISSÃO OU ABUSO DE PODER Para preservar os princípios da administração pública, o servidor deverá representar contra qualquer ilegalidade, omissão ou abuso de poder. De acordo com o parágrafo único do artigo acima, a representação deverá ser encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando ampla defesa ao representado. Foto:Shutterstock.com ATENÇÃO Conforme estabelecido pela Lei n. 8.112/1990, o servidor estatutário que atentar contra um desses deveres poderá ser responsabilizado na esfera civil, penal e administrativa, conforme a natureza do ato. A referida lei regulamenta as penalidades que podem ser aplicadas a esses agentes por meio do regime disciplinar. Importante destacar que deverá ser oportunizado ao servidor o contraditório e ampla defesa antes, durante e após a apuração da conduta ilícita. RESPONSABILIDADE DOS SERVIDORES PÚBLICOS Constituídos os direitos e deveres dos servidores públicos, o estatuto do servidor federal (Lei n. 8.112/1990) também estabeleceu a responsabilidade dos servidores públicos quando houver a prática de condutas ilícitas. As consequências das práticas dessas condutas ensejarão a responsabilização na esfera penal, civil e administrativa. Vejamos a seguir: SANÇÕES PENAIS Serão aplicadas ao servidor que cometer crimes ou contravenções no exercício da atividade pública, sendo aplicadas as disposições previstas na legislação penal. SANÇÕES CIVIS Serão aplicadas ao servidor que praticar infrações que ensejem dano à Administração Pública ou a terceiros. Esse tipo de sanção está previsto na Lei n. 8.429/1992. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS Serão aplicadas ao servidor que descumprir normas funcionais. Esse tipo de sanção está previsto na Lei n. 8.112/1990. É POSSÍVEL QUE O SERVIDOR PÚBLICO SOFRA – CUMULATIVAMENTE – SANÇÕES EM CADA UMA DESSAS ESFERAS. CADA UMA DESSAS INSTÂNCIAS É INDEPENDENTE (PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DE INSTÂNCIAS) ENTRE SI E TEM SEU FUNDAMENTO DIVERSO DAS OUTRAS, LOGO, NÃO HÁ A OCORRÊNCIA DE BIS IN IDEM. Cada legislação dos entes federativos pode definir o regime disciplinar dos seus servidores públicos no âmbito da responsabilidade administrativa. Vejamos a definição de Marçal Justen Filho para a responsabilidade administrativa: javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) CONSISTE NO DEVER DE O AGENTE ESTATAL RESPONDER PELOS EFEITOS JURÍDICO- ADMINISTRATIVOS DOS ATOS PRATICADOS, NO DESEMPENHO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA ESTATAL, INCLUSIVE SUPORTANDO A SANÇÃO ADMINISTRATIVA COMINADA EM LEI PELA PRÁTICA DE ATO ILÍCITO. JUSTEN FILHO, 2009, p. 850 Conforme visto, em regra, as esferas são independentes e podem aplicar sanções de forma isolada e cumulativa em relação às demais. Porém, a legislação apresenta uma exceção: quando o servidor for absolvido na esfera penal por inexistência de fato ou negativa de autoria. Por consequência, o servidor deverá ser absolvido na esfera civil e administrativa quando houver a incidência de uma dessas hipóteses. COMENTÁRIO O estatuto do servidor público federal abrange, também, a possibilidade de as sanções patrimoniais serem transmitidas aos herdeiros e sucessores do servidor público falecido que tenha cometido alguma sanção, nos limites da herança. No vídeo a seguir, o professor Marcílio da Silva Ferreira Filho fala sobre as diferentes espécies de responsabilidade do servidor público. Vamos assistir! VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. EM RELAÇÃO AOS DIREITOS E VANTAGENS DOS SERVIDORES ESTATUTÁRIOS DEFINIDOS PELA LEI N. 8.112/1990, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA: A) Ajuda de custo refere-se ao custo do servidor em relação ao deslocamento temporário para prestação do serviço público, como despesas relacionadas a alimentação ou locomoção. B) O adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas é devido apenas ao trabalhador urbano ou rural, uma vez que o servidor estatutário não pode valer-se das normas estabelecidas pela CLT. C) As férias são um direito constitucional aplicável ao servidor público, logo, elas não poderão, em hipótese nenhuma, ser interrompidas. D) A licença por motivo de interesse particular refere-se a uma licença imotivada, podendo ser concedida por até quatro anos com remuneração. E) É possível que o servidor acumule o período de férias por, no máximo, dois períodos, e, caso queira, poderá parcelar suas férias em três períodos. 2. JOÃO, SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL, FOI INDICIADO NA ESFERA PENAL POR CORRUPÇÃO PASSIVA. DE FORMA CONJUNTA E INDEPENDENTE, A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ABRIU UM PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR PARA CONSTATAR OS FATOS ILÍCITOS ATRIBUÍDOS A JOÃO. OCORRE QUE, DURANTE A AUDIÊNCIA CRIMINAL, O JUIZ SENTENCIOU EM FAVOR DE JOÃO POR ALEGAR “INEXISTÊNCIA DE FATO”. APÓS ALGUNS MESES, A SENTENÇA FOI TRANSITADA EM JULGADO. ASSINALE A AFIRMATIVA VERDADEIRA: A) A Administração Pública não poderá absolver João na esfera administrativa, uma vez que as esferas são independentes e não se comunicam. B) A Administração Pública poderá absolver João na esfera administrativa desde que fique comprovado que ele não praticou o ato ilícito. C) A Administração Pública poderá aplicar uma sanção branda a João uma vez que ele foi absolvido na esfera criminal. D) A Administração Pública deverá isentar João de eventuais puniçõesna esfera administrativa tendo em vista que a “inexistência de fato” é uma exceção à regra da independência das instâncias. E) A Administração Pública deverá absolver João na esfera administrativa, porém deverá aplicar advertência por ter “manchado” a imagem da União. GABARITO 1. Em relação aos direitos e vantagens dos servidores estatutários definidos pela Lei n. 8.112/1990, assinale a afirmativa correta: A alternativa "E " está correta. De acordo com a Lei n. 8.112/1990, o servidor público poderá acumular o período de férias por, no máximo, dois períodos e parcelar suas férias em até três períodos. Porém, o parcelamento dependerá de aprovação da Administração Pública. 2. João, servidor público federal, foi indiciado na esfera penal por corrupção passiva. De forma conjunta e independente, a Administração Pública abriu um processo administrativo disciplinar para constatar os fatos ilícitos atribuídos a João. Ocorre que, durante a audiência criminal, o juiz sentenciou em favor de João por alegar “inexistência de fato”. Após alguns meses, a sentença foi transitada em julgado. Assinale a afirmativa verdadeira: A alternativa "D " está correta. As instâncias são independentes entre si, podendo, até mesmo, ocorrer acumulação de sanções cíveis, penais e administrativas em face de um agente público. Porém, de acordo com a doutrina e jurisprudência, a Administração Pública deverá isentar o servidor público de qualquer sanção desde que ele seja absolvido por “inexistência de fato” ou “negativa de autoria” na esfera criminal. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Abordamos as principais características dos agentes públicos e os tipos de regime em que se enquadram. Em consonância com os princípios constitucionais, o Estado promove eficiência na prestação do serviço público ao definir regras para cada tipo de agente que o integra. Como vimos, as regras de acesso ao serviço público – temporário ou indeterminado – viabilizam um bom arranjo para a estrutura organizacional do Estado. Além disso, analisamos os principais direitos e deveres dos agentes públicos que possibilitam a garantia e segurança da fiel execução do serviço público e possíveis responsabilidades por eventuais condutas ilícitas. FALA, MESTRE! Mestres de diversas áreas do conhecimento compartilham as informações que tornaram suas trajetórias únicas e brilhantes, sempre em conexão com o tema que você acabou de estudar! Aqui você encontra entretenimento de qualidade conectado com a informação que te transforma. Reflexões sobre a Reforma Administrativa Sinopse: Gustavo Binenbojm, professor de Direito Administrativo, apresenta uma análise crítica sobre alguns pontos apresentados pela Reforma Administrativa. Sinopse: Gustavo Binenbojm, professor de Direito Administrativo, apresenta uma análise crítica sobre alguns pontos apresentados pela Reforma Administrativa. Reforma Administrativa e as Desigualdades no Serviço Público Sinopse: Carlos Ari Sundfeld, Presidente da Sociedade Brasileira do Direito Público, fala sobre os problemas do RH do Estado, as desigualdades entre os servidores públicos, os caminhos possíveis para resolvê-los, e analisa a maneira que a reforma administrativa lidou com eles. Sinopse: Carlos Ari Sundfeld, Presidente da Sociedade Brasileira do Direito Público, fala sobre os problemas do RH do Estado, as desigualdades entre os servidores públicos, os caminhos possíveis para resolvê-los, e analisa a maneira que a reforma administrativa lidou com eles. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Ato das disposições constitucionais transitórias. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Emenda Constitucional 19/1998. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Emenda Constitucional 20/1998. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Emenda Constitucional 41/2003. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Lei nº 7.783, de 28 de junho de 1989. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Lei nº 9.962, de 22 de fevereiro de 2000. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. BRASIL. Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. CARVALHO, M. Manual de direito administrativo. 6. ed. Salvador: JusPODIVM, 2019. DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2015. JUSTEN FILHO, M. Curso de direito administrativo. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 22. ed. São Paulo. Malheiros, 1997. MELLO, C. A. B. Curso de direito administrativo. São Paulo: Malheiros, 2003. SANTOS, M. S. Curso de direito administrativo. 2. ed. Salvador: JusPODIVM, 2016. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ARE 654.432. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Mandados de Injunção n. 670, 708 e 712. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Ação Direta de Inconstitucionalidade 2.135. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AI 754802. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AI 758.533 QO-RG. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Recurso Extraordinário 228.997/SP. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Rcl 6.702 AgR-MC/PR. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Rcl 4351 MC-AgR/PE. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Recurso Extraordinário 805.491 AgR. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Recurso Extraordinário 635.739. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Recurso Extraordinário 693.456. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Recurso Extraordinário 598.099. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Recurso Extraordinário 837.311. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Súmula 15. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Súmula 679. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Súmula Vinculante 16. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. STF – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Súmula Vinculante 44. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. TST – TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Súmula nº 390, de 25 de abril de 2005. Diário de Justiça, Brasília, 25 abril 2005. Consultado em meio eletrônico em: 25 fev. 2021. EXPLORE+ Veja como Fernanda Barboza Dias aborda a responsabilidade de agentes públicos em atos praticados no enfrentamento da emergência de saúde pública da COVID-19 em seu artigo MP 966/20 e (ir)responsabilidade jurídica de agentes públicos, publicado em 28 de maio de 2020 no portal Migalhas. CONTEUDISTA Marcílio da Silva Ferreira Filho CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
Compartilhar