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Carrapatos ▸ Classe Arachnida ▸ Subclasse Acari ▸ Ordem Ixodida ▸ Subordem Metastigmata Possui 4 pares de patas, sem antenas ou asas. O corpo tem cefalotorax e abdome fusionados. Apresenta gnatos- somos (peças bucais) e idiossoma (região posterior, cor- responde à maior parte do corpo do ácaro). As larvas possuem três pares de patas. PERITREMA = placa quitinosa que protege o estigma (abertura respiratória) ➙ Os carrapatos mais importantes são: Família Ixodidae: duros, com escudo, corpo rugoso Monoxenos: Rhipicephalus microplus (boi), Anocentor nitens ou Dermacentor nitens (orelha, perianal, perivulvar, diverticulo nasal - cavalo) Heteroxenos: Rhipicephalus sanguineus (cães e gatos), Amblyomma cajennense (generalista, espécies domés- ticas e silvestres, potencial disseminador de doenças) Família Argasidae: moles, sem escudo. Argas miniatus (nidícola, fica no ninho durante o dia e parasita animais à noite, preferencia por aves) GNATOSSOMO A SALIVA: ➙ Facilita a alimentação do animal com secreção de substâncias vasodilatadoras, anticoagulantes e o cemento ➙ Inibe a resposta imunológica e o processo inflamatório no hospedeito ➙ É vetor de bioagentes parasitários e infecciosos ➙ Atua na transferência dos espermatóforos e de substâncias lubrificantes ➙ Inocula substâncias tóxicas, como neurotoxinas ➙ Excreta o excesso de água e íons vindos do sangue CEMENTO OU SAPATA: É um facilitador do processo de alimentação que faz proteção da área parasitada. ➙ Faz o isolamento da área de fixação/alimentação, evita a perda de secreção salivar e de fluidos. ➙ Evita a resposta imunológica do hospedeiro e a invasão bacteriana secundária. CICLO BIOLÓGICO: FASE DE VIDA LIVRE: PERÍODOS: ➙ Pré-postura (maturação dos ovários) ➙ Postura (2000 a 3000 ovos) ➙ Incubação dos ovos ➙ Geração da larva infectante FASE PARASITÁRIA: ➙ Estádios evolutivos: ovo, larva, ninfa e adulto ➙ Fases em alimentação: Metalarva e Metaninfa META = já se alimentou NEO = não se alimentou ESTÁDIO = ecdise / ESTÁGIO = mudanças fisiológicas ÍNSTAR = inespecífico ⚠ O carrapato MONOXENO tem o ciclo mais rápido, já que ele faz as mudas e a postura no hospedeiro. ⚠ O carrapato HETEROXENO tem o ciclo mais lento, pois ele desce do hospedeiro para fazer ecdise e postura, dependendo de um novo hospedeiro, o que pode demorar. ➙ NEANDRO = macho jovem ➙ GONANDRO = macho maduro sexualmente ➙ NEÓGINA = fêmea jovem ➙ PARTENÓGINA = fêmea madura sexualmente ➙ TELEÓGINA = fêmea pós cópula, com ovos ➙ QUENÓGINA = fêmea pós postura Luiza Messeder Zahluth Apresenta um par de quelíceras com dígitos (similares a dentes ou tesouras), cuja função é cortar a pele do animal. O hipostômio possui "dentinhos" e forma a parte debaixo da boca, quando dentro do animal infla para a fixação do carrapato no hospedeiro. A bainha da quelícera é como um estojo, uma bainha de espada da qual a peça pode sair ou entrar. ➙ Aparelho bucal do carrapato é fixado na pele do hospedeiro por um cone de cemento, criando um pool hemorrágico no local. Secretam moléculas bioativas (proteínas, como prostaglandinas) pela saliva que impedem a resposta imune do hospedeiro (prurido, dor, hemostase, inflamação, reações imunes). Uma importante função da saliva neste processo é a regulação da tríade da hemostasia, agregação plaquetária, vasoconstrição e coagulação - alimentação por TELMOFAGIA Acervo do Professor Benigno ACASALAMENTO E REPRODUÇÃO O macho insere, com ajuda das quelíceras, o espermató- foro (receptáculo de espermatozoides imaturos) na abertura genital da fêmea. A cópula ocorre ainda no hospedeiro. A postura ocorre com +- 15 dias. Na fase de TELEÓGINA, a alimentação é quase contínua com pulsos de salivação, alternando com períodos de alimentação. ➙ ÓRGÃO DE GENÉ = produz lubrificantes que ajudam na saída dos ovos. MONOXENOS: ▸ Rhipicephalus microplus: ➙ Hospedeiros: bovinos e outros ruminantes, além de equídeos e caninos. ➙ Preferência por áreas de pele mais fina ou com mais sangue (úbere, períneo) Além de tratar os animais, é importante tratar o ambiente, pois os animais vão para o chão para reproduzir e o mato alto favorece a volta dos carrapatos para os hospedeiros, além de cobrir o sol favorecendo o ambiente para os carrapatos. IMPORTÂNCIA MÉDICA = ➙ Ingestão de sangue, injeta patógenos. UMA CARGA PARASITÁRIA BAIXA, 20 A 30 TELEÓGINAS EM UM HEMICORPO, FUNCIONA COMO PROTEÇÃO CONTRA OS AGENTES DA TRISTEZA PARASITÁRIA PARA O ANIMAL - COMO UMA VACINA NATURAL, DEIXANDO A IMUNIDADE DO ANIMAL EM ALERTA PARA OUTROS PATÓGENOS ➙ Inoculação de toxinas pela saliva, podendo ser neurotóxicas causando paralisias e até a morte ➙ Afeta o metabolismo do hospedeiro, decréscimo do hematócrito, lesões na pele ➙ Perda da qualidade do couro por cicatrizes ➙ Vetoração biológica de bioagentes da TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA (Babesa bovis, Babesia bigemina, Anaplasma marginale) -parasitam hemácias ▸ Anocentor nitens ou Dermacentor nitens: ➙ Parasita o cavalo ➙ Regiões = orelha, perianal, perivulvar, divertículo nasal ➙ Causa lesões na cartilagem (cavalo troncho, muito visível nas orelhas, favorece míiases) e dermatite alérgica em todo o corpo. ➙ IMPORTÂNCIA MÉDICA = vetor biológico de bio- agentes da TRISTEZA PARASITÁRIA EQUINA: Theileria equi (4 merozoítos) e Babesia caballi (2 merozoítos) HETEROXENOS: ▸ Rhipicephalus sanguineus: ➙ Tem preferência pelo cão, mas podem parasitar gatos, carnívoros silvestres e o humano. ➙ Locais de pele fina, orelhas, axilas e interdígitos TODAS AS MUDAS SÃO REALIZADAS FORA DO HOSPEDEIRO, PARASITA O AMBIENTE SENDO MAIS FÁCIL DE CONTAMINAR Geotropismo negativo = sobem as paredes, apresen- tam garras e pulvilo (almofada adesiva) nas patas para auxiliar na subida - transporta patógenos Nidícola = faz ninho ➙ O TEMPO PARA INBUBAÇÃO E MUDA PODE VARIAR CONFORME O CLIMA - MUDANÇA DE METABOLISMO ➙ Sobrevivem muito tempo sem alimentação. Luiza Messeder Zahluth LNEOLARVA ➙ METALARVA ➙ NINFA ➙ NEANDRO OU NEÓGINA ➙ GONANDRO OU PARTENÓGINA ➙ FECUNDAÇÃO ➙ TELEÓGINA ➙ AMBIENTE ➙ POSTURA ➙ QUENÓGINA Família Ixodidae ECDISE OU MUDA: Para que haja mudança de estádio evolutivo (larva - ninfa - adulto) o carrapato precisa trocar a cutícula para suportar seu crescimento. ➙ Nos carrapatos, ocorre hemimetamorfose - a larva é semelhante ao adulto, mas imaturo. ▸ O processo de muda inicia com a separação da cutícula antiga por ação do hormônio ECDISONA, as células epidérmica produzem o LÍQUIDO DA MUDA com enzimas que fazem a digestão da cutícula velha, após a secreção da nova. APÓLISE = liberação da cutícula velha EXÚVIA = cutícula velha ▸ O exoesqueleto deve ser mudado para que ocorra o crescimento do artrópode acompanhado de mudança de fase evolutiva. nova cutícula líquido da muda a contaminação do carrapato pode ocorrer de duas formas: ▸ horizontal é quando o carrapato toma o sangue contaminado e o patógeno se instala nas glândulas salivais, quando pica outro hospedeiro passa a doença ▸ vertical é quando o carrapato se contamina mas ao invés de o patógeno se instalar nas glândulas salivais, se instala no útero, então quando faz a postura as larvas já nascem infectadas Ambliomma cajennense apresenta dentes na coxa IV machos de R. sanguineus e R. microplus apresentam placas adanais, sendo 1 par no sanguineus e 2 pares no microplus Machos de microplus apresentam prolongamento caudal. Todos os machos apresentam a coxa IV de tamanho igual á das fêmeas, menos o D. nitens, que é maior. ➙ Pode atacar qualquer região do corpo ➙ É considerado o principal transmissor dos bioagentes da TRISTEZA PARASITÁRIA CANINA: babesiose, erlichiose e anaplasmose ➙ Pode atacar o homem, causando dermatites CONTROLE = ➙ Aplicação de banhos carrapaticidas no animal; limpeza dos canis e locais na residência que possam servir de ninho; aplicação de acaricidas nas paredes e pisos; higiene e isolamento dos animais. ▸ Amblyomma cajennense: O gênero Amblyomma possui mais de 33 espécies que parasitam aves, mamíferos, répteis e anfíbios, além de 4 espécies que parasitam animais domésticos. 16 espéciespodem infectar o homem. Esse gênero transmite doenças, sendo capaz de fazer a ponte entre doenças silvestres para o homem, como a febre maculosa. ➙ A espécie A. cajennense ocorre na região Norte. ➙ Vulgarmente conhecido como carrapato estrela. Ninfa ou larva = MICUIM. Luiza Messeder Zahluth IMPORTÂNCIA MÉDICA = ➙ Pode provocar desde irritação lo- cal até anemia por ação espoliadora Muito pequeno = difícil visualização. Preferência por locais de pele mais fina. ➙ Por ser eurixeno, tem importante papel na trans- missão de patógenos entre homens e animais. ➙ Tem preferência pelos equinos. ➙ Como todo heteroxeno, faz as mudas no ambiente. IMPORTÂNCIA MÉDICA ➙ Transmitem Theileria equi e Babesia caballi para os equinos, sendo os principais hospedeiros. ➙ A mordida causa múltiplas pápulas eritematosas na pele - reação alérgica ➙ Para os humanos, transmite febre maculosa, doença de Lyme, encefalites, babesiose e erliquiose. Ações diretas e indiretas nos humanos: toxicose, paralisia, reações alérgicas, vetoração e reservatório de bioagentes (bactérias, vírus, protozoários) CARRAPATO CICLO EVOLUTIVO HOSP. PRIMARIO GNATOSSOMA ESPINHOS COXA I FESTÕES PERITREMA R. sanguineus heteroxeno cães curto dois, tamanho igual com vírgula, maior no macho R. microplus monoxeno bovino curto sem com arredondado D. nitens A. cajannense heteroxeno monoxeno equino bovino curto longo sem sem dois, tamanho desigual com, pouco delineado dial de telefone subtriangular R. sanguineus R. microplus D. nitens A. cajannense R. sanguineus Macho Fêmea 1.gnatosoma curto; 2. coxa I com dois dentes iguais; 3. peritrema no formato de vírgula longa (macho); 4. um par de placas adanais; 5. abertura genital; 6. abertura anal; 7. festões 5 1 2 3 4 1 2 3 36 7 5 4 4 1.gnatosoma curto; 2. coxa I com dois dentes iguais; 3. peritrema no formato de vírgula curta (fêmea); 4. abertura anal; 5. escudo incompleto (fêmea) R. microplus Macho 1.gnatosoma curto; 2 placas adanais (2 pares); 3. prolongamento caudal; 4. peritrema no formato oval; 5. abertura genital; 6. abertura anal 1 5 2 2 4 3 2 2 R. sanguineus Luiza Messeder Zahluth 6 A. cajennense Macho 1 5 2 2 4 3 6 Fêmea 5 1 2 3 4 D. nitens Macho 1.gnatosoma curto; 2. abertura genital; 3. abertura anal; 4. peritrema na forma de em dial de telefone; 5. coxa I mais desenvolvida (macho); 6. festões pouco delineados 1.gnatosoma curto; 2. abertura genital; 3. abertura anal; 4. peritrema na forma de em dial de telefone; 5. festões pouco delineados. escudo incompleto (fêmea, * final do escudo) 1.gnatosoma longo e fino; 2. dois dentes desiguais na coxa 1; 3. um espinho longo na coxa 4; 4. peritrema subtriangular; 5. festões; 6. abertura genital; 7. abertura anal D. nitens 5 1 2 34 5 4 * 3 4 7 Luiza Messeder Zahluth 6
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