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CURSO DE DIREITO AMBIENTAL - COMPLETO E RESUMIDO!

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CURSO DE DIREITO AMBIENTAL. COMPLETO E RESUMIDO.
DIREITO AMBIENTAL: CONCEITO E TUTELA CONSTITUCIONAL
1. CONCEITUANDO O MEIO AMBIENTE:
Segundo o art. 3º da lei 6.938/81, “É o lugar onde habitam os seres vivos, seu habitat. Esse meio físico interage com os seres vivos (meio biótico), formando um conjunto harmônico de condições essenciais para a existência da vida como um todo”.
O conceito de meio ambiente divide-se em:
a) Meio ambiente artificial: referente ao espaço urbano construído. Arts. 21 XX, 182 e 225 da CF/88
b) Meio ambiente cultural: integrado pelo patrimônio histórico, artístico, etc que possui valor especial. Arts. 215 e 216 CF/88
c) Meio ambiente natural: dispensam-se explicações.
d) Meio ambiente do trabalho: integra a proteção do homem em seu local de trabalho com observância às normas de segurança.
SUSTENTABILIDADE
Para Sirvinskas (2018), “desenvolvimento ecologicamente equilibrado, desenvolvimento sustentável e ecodesenvolvimento – a conciliação de duas situações: preservação do Meio Ambiente e necessidade de incentivar o desenvolvimento socioeconômico. Será possível com a utilização racional dos recursos naturais sem degradar o ambiente”.
MEIO AMBIENTE PARA O DIREITO
É a ciência jurídica que estuda, analisa e discute as questões e os problemas ambientais e sua relação com o ser humano, tendo por finalidade a proteção do meio ambiente e a melhoria das condições de vida no planeta.
DIR. E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Desenvolvimento sustentável: utilização racional dos recursos naturais.
BIOCENTRISMO VS ANTROPOCENTRISMO
O biocentrismo (concepção onde todos os seres vivos são importantes para o meio ambiente) foi proposto como um antônimo ao antropocentrismo (ser humano como centro das preocupações do meio ambiente), que é a concepção de que a humanidade seria o foco da existência. As tendências antropocêntricas defendem a responsabilidade do ser humano para com a natureza, enquanto as biocêntricas, os deveres dele diante da natureza. Em outras palavras, a natureza é a titular de direitos (SIRVINSKAS, 2018).
2. PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL:
PRINCÍPIOS:
a) Princípio do desenvolvimento sustentável: conciliar proteção ao meio ambiente com desenvolvimento socioeconômico. Previsão: art. II, III, VI e VII e art. 225 da CF/88
b) Princípio do poluidor-pagador: o poluidor deve suportar despesas de prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais. Previsão: Art. 225 § 3º e Art. 14 § 1º da lei nº 6.938/81.
c) Princípio da obrigatoriedade da atuação estatal: dever de defender e preservar o meio ambiente para as futuras gerações. Previsão: Art. 225 caput e § 1º da CF/88.
d) Princípio da informação: todos devem ter acesso às informações relacionadas ao meio ambiente, direito difuso e de interesse de toda a coletividade. Previsão: Art. 5º XXXIII e Art. 225 caput da CF/88. Ver: lei de acesso à informação nº 12.527/11.
Demais princípios: princípio democrático; princípio da prevenção; princípio da precaução; princípio do limite; princípio da função social da propriedade; princípio da cooperação entre os povos
3. CONSTITUIÇÃO E MEIO AMBIENTE:
TUTELA CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
Os essenciais são governados, sustentados ou intensamente afetados pelos ecossistemas, sendo indispensáveis para a produção de alimentos, para a saúde, além de outros aspectos da sobrevivência humana.
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
Diversidade biológica ou biodiversidade pode ser conceituada como “a variedade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”, conforme elenca o art. 2, III, da lei nº 9.985/00. 
A diversidade biológica e o patrimônio genético podem ser protegidos na sua integridade com a edição de leis que proíbam a exploração de determinados ecossistemas.
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
Para Milaré (2015), estes espaços abrangem: as áreas de proteção especial, as áreas de preservação permanente, as reservas legais e as unidades de conservação.
O que se protege nesses espaços são os ecossistemas, os quais, por sua vez, são áreas representativas da região e constituídas de recursos naturais relevantes. Tais espaços territoriais ambientais são protegidos e sua exploração depende de lei. Não se permitirá a sua modificação se causar alterações em seus atributos essenciais. É importante ressaltar que esses espaços territoriais podem ser instituídos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. (São denominadas unidades de conservação criadas pela lei n 9.985/00, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SISNAMA).
Proteção integral = estação ecológica, reserva ecológica, parque nacional, monumento natural e refúgio de vida silvestre;
De uso sustentável= áreas de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, floresta nacional, reserva extrativista, reserva da fauna, reserva de desenvolvimento sustentável e reserva particular do patrimônio natural.
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
O EIA nada mais é do que a avaliação, por meio de estudos realizados por uma equipe técnica multidisciplinar (engloba várias áreas de pesquisa e técnica), da área onde o postulante pretende instalar a indústria ou exercer atividade causadora de significativa degradação ambiental, procurando ressaltar os aspectos negativos e/ou positivos dessa intervenção humana. Tal estudo analisará a viabilidade ou não da instalação da indústria ou do exercício da atividade, apresentando, inclusive, alternativas tecnológicas que poderiam ser adotadas para minimizar o impacto negativo ao meio ambiente.
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
controlar a produção e a comercialização é exercer uma fiscalização efetiva dos recursos naturais extraídos da natureza até a sua transformação em matéria-prima para outras indústrias ou para o consumo final. Esse controle é exercido de maneira preventiva, por ocasião do licenciamento, e, após a sua operação, através das auditorias. O Poder Público também deve exercer um controle de emprego de técnicas, métodos e substâncias que possam colocar em risco o ser humano e o meio ambiente. Tal controle é exercido de maneira continuada e ininterrupta por meio de monitoramento, inspeção e auditoria.
Produtos perigosos: rejeito sólido ou uma combinação de rejeitos sólidos que, devido a sua quantidade, concentração ou características físicas, químicas ou infecciosas pode:
a) causar um incremento da mortalidade ou de enfermidades irreversíveis ou incapacidades reversíveis, ou contribuir, de forma significativa, para referido incremento;
b) apresentar um considerável perigo, atual ou potencial, para a saúde humana ou para o meio ambiente, quando se trate, armazene, transporte, elimine ou de outro modo se maneje de forma tão apropriada.
Entende-sepor agrotóxicos ou afins:
a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora e da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos;
b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento; e os componentes ou princípios ativos, os produtos técnicos e suas matérias-primas, os ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação de agrotóxicos e afins (art 2º I, lei 7.802/89).
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
Art. 1º da lei 5.197/67 conceitua fauna como os “animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais.
São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras (art. 29 § 3º da lei 9.605/98). Flora é o conjunto de plantas de uma região, de um país ou de um continente. A flora não vive isoladamente, mas depende da interação constante entre outros seres vivos, assim como micro-organismos e outros animais.
O chamado “ecossistema sustentado” é constituído pela interação constante e contínua entre a fauna e a flora, abrangendo, esta última, todos os animais (desde micro-organismos até animais de grande porte).
Ecossistema é o sistema ou o conjunto de vegetações, animais e micro-organismos que interagem entre si e com os outros elementos do meio, constituindo o biótipo (lugar) e a biocenose (agrupamento de seres vivos).
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
O IBAMA elaborou o Manual de Recuperação de áreas degradadas pela Mineração, explicitando que o “sítio degradado será retornado a uma forma de utilização de acordo com o plano preestabelecido para uso do solo.
Os impactos negativos da extração de minério do solo são os seguintes: 
a) desmatamento da área explorada; 
b) impedimento da regeneração da vegetação pela decomposição do minério às margens dos cursos d’água; 
c) poluição e assoreamento do curso d’água; 
d) comprometimento dos taludes, etc.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
A Constituição Federal tutela o meio ambiente nas esferas: (responsabilização cumulativa)
Administrativa: a legislação visa aplicação de multas a fim de se evitar o efeito do dano ao Meio Ambiente. (Lei 6938/81)
Penal: a lei 9.605/98 instituiu cinco categorias de crimes:  a) crimes contra a fauna; b) crimes contra a flora; c) crime de poluição e outros crimes ambientais; d) crimes contra o ordenamento urbano e cultural; e e) crimes contra a administração ambiental (atua de maneira repressiva).
Civil: a legislação protege o meio ambiente por meio da ação civil pública proposta contra o causador do dano, objetivando, se possível, a reconstituição da flora ou da fauna, se o caso – obrigação de fazer ou não fazer -, ou o ressarcimento em pecúnia dos danos causados e irrecuperáveis a curto espaço de tempo.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
O bioma de interesse nacional, o legislador constituinte optou por classificá-lo como macroecossistema (bioma de interesse nacional), abrangendo a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do mar, o Pantanal Mato- Grossense e a Zona Costeira, elevando estes à categoria de patrimônio nacional. (Omissão ao deixar de lado o cerrado e a caatinga.)
As unidades de conservação ou reservas florestais (microecossistemas), também conhecidas por áreas de Preservação Ambiental, são protegidas por lei infraconstitucional.  
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
Terras devolutas são aquelas pertencentes ao Poder Público, essas terras não possuem titulação, pois são indisponíveis se houver a necessidade de proteção dos ecossistemas no seu interior, bem como as arrecadadas por ações discriminatórias. Regulamentada pela lei: 6.383/76. 
Art. 20 II CF/88
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
Este parágrafo foi incluído pela Emenda Constitucional nº 96 de 2017, pois o debate sobre as práticas e direitos dos animais em manifestações culturais é muito discutido. Mesmo após a aprovação da emenda que inseriu este parágrafo o debate continua, pois não há convicção de que não haja sofrimento dos animais.
DIREITO AMBIENTAL E A TUTELA INTERNACIONAL
1. FONTES:
Principais fontes:
- Tratados e convenções
- Atos das organizações intergovernamentais
- Costumes internacionais
- Os princípios gerais do direito
- A doutrina internacional e jurisprudência internacional
2. IMPORTÂNCIA DA TUTELA INTERN. PARA O BRASIL:
A ameaça de uma possível guerra nuclear se tornou iminente e contribuiu para o surgimento de um movimento ambientalista internacional. Este movimento, por volta dos anos 60, deu início a uma série de estudos sobre o meio ambiente ao redor do mundo.
Os estudos sobre o meio ambiente e os grandes impactos globais aliaram várias iniciativas em prol dos problemas ambientais. Ativistas unem-se a instituições e organizações não governamentais para auxiliar em campanhas de proteção ao meio ambiente.
3. PRINCIPAIS DOCS. INTERNACIONAIS ORIUNDOS DE CONFERÊNCIAS:
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também conhecida como Conferência de Estocolmo, foi a primeira grande reunião de chefes de estado organizada pelas Nações Unidas (ONU) para tratar das questões relacionadas à degradação do meio ambiente.
Conhecida por ter inaugurado a busca por equilíbrio entre desenvolvimento econômico e redução da degradação ambiental que mais tarde evoluiria para a noção de desenvolvimento sustentável. Na Conferência de Estocolmo foram abordados temas relacionados principalmente com a poluição atmosférica e de recursos naturais.
Os países não estabeleceram um acordo com metas concretas. No entanto, foi concebido um importante documento político chamado Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (em inglês, Declaration of the United Nations Conference on the Human Environment), adotado em 6 de junho de 1972.
Trata-se do primeiro documento do direito internacional a reconhecer o direito humano a um meio ambiente de qualidade, que éaquele que permite ao homem viver com dignidade.
ECO – 92:
Eco-92 ou Cúpula da Terra, foi uma conferência de chefes de estado organizada pelas Nações Unidas e realizada de 3 a 14 de junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.
- Vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente, representantes de cento e setenta e oito países do mundo reuniram-se para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental
A intenção, nesse encontro, era introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico. 
- A diferença entre as conferências de 1972 e 1992 pode ser traduzida pela presença maciça de Chefes de Estado na segunda, fator indicativo da importância atribuída à questão ambiental no início da década de 1990. 
- Já as organizações não governamentais fizeram um encontro paralelo, chamado o Fórum Global. 
- Esse evento paralelo teve como resultado a aprovação da Declaração do Rio, também chamada de Carta da Terra.
AGENDA 21 – (ECO – 92):
Possui 2.500 recomendações para implementação de práticas sustentáveis.
- A Agenda 21 trata de questões atinentes aos recursos naturais e à qualidade ambiental, procurando dar sustentabilidade ao desenvolvimento econômico.
- Destacam-se as seguintes diretrizes do documento:
- Estímulo à cooperação, seja internacional, seja dentro dos países;
- Ênfase na gestão ambiental descentralizada e participativa;
- Valorização e incremento do poder local;
- Multiplicação de parcerias para o desenvolvimento sustentável;
- Mudança de padrões de consumo e nos processos produtivos.
Ressalta a promoção da consciência ambiental e o fortalecimento das instituições para o desenvolvimento sustentável, evidenciando instrumentos e mecanismos legais internacionais.
PROTOCOLO DE MONTREAL SOBRE CAMADA DE OZÔNIO E O CFC:
O Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a camada de ozônio é um tratado internacional em que os países signatários comprometeram-se a substituir as substâncias que demonstrarem ser responsáveis pela destruição do ozônio, a partir de 16 de setembro de 1987, entrando em vigor em 1 de janeiro de 1989. Ele teve adesão de 150 países e foi revisado em 1990, 1992, 1995, 1997 e 1999.
A principal meta foi acabar com o uso dos 15 tipos de CFC que eram as fontes de destruição do O3.
Neste tratado foi estipulado o prazo de dez anos para que os países se comprometessem a eliminar o uso desse produto clorado. Foi então proposto o uso do que hoje se usa: butano e o propano, e apresentam uma boa aceitação das indústrias.
PROT. DE KYOTO (97):
Possui compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa. Para este entrar em vigor precisou que 55 países, que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou, em Novembro de 2004.
Foi proposto calendário pelo qual os países-membros (principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990, no período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de compromisso (para muitos países, como os membros da UE, isso corresponde a 15% abaixo das emissões esperadas para 2008).
As metas de redução não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados para os 38 países que mais emitem gases. Países em franco desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia) não receberam metas de redução.
O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas ações básicas:
 - Reformar os setores de energia e transportes;
 - Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
 - Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção;
 - Limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos;
 - Proteger florestas e outros sumidouros de carbono.
Se for implementado com sucesso, estima-se que a temperatura global reduza entre 1,4° C e 5,8 °C até 2100, entretanto, isto dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois há comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução de 5,2% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente.
RIO + 10 OU CÚPULA MUNDIAL SOBRE DESENV. SUSTENTÁVEL:
Ocorrida em Johanesburgo, África do Sul, por ocasião do 20º aniversário da Conferência de Estocolmo.
Teve como objetivo principal discutir soluções já propostas na Agenda 21 primordial (Rio 92), para que pudesse ser aplicada de forma coerente não só pelo governo, mas também pelos cidadãos, realizando uma agenda 21 local, e implementando o que fora discutido em 1992.
Foi um encontro de alto nível, reunindo líderes mundiais, cidadãos engajados, agências das Nações Unidas, instituições financeiras multilaterais e outros importantes atores, para avaliar a mudança global desde a Rio-92.
Obrigou os países desenvolvidos a alcançarem os níveis intencionalmente convencionados de assistência oficial ao desenvolvimento, apoiar a criação de alianças regionais fortes para promover a cooperação internacional, afirmar que o setor privado também tem o dever de contribuir ao desenvolvimento sustentável, e por último chamada para criação de instituições internacionais e multilaterais mais eficientes, democráticas e responsáveis.
RIO + 20 CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENV. NATURAL:
Ocorrido no Rio de Janeiro, em 2012, é onsiderado o maior evento já realizado pelas Nações Unidas. O Rio+20 contou com a participação de chefes de Estado de 193 nações que propuseram mudanças, sobretudo, no modo como estão sendo usados os recursos naturais do planeta. Além de questões ambientais, foram discutidos, durante a CNUDN, aspectos relacionados a questões sociais como a falta de moradia e outros.
Teve dois temas principais: 
- A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; 
- A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. 
Documento produzido foi: “O futuro que queremos”
ACORDO DE PARIS
Acordo de Paris é um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), que rege medidas para redução da emissão de dióxido de carbono a partir de 2020.
O acordo foi negociado durante a COP-21, em Paris, e foi aprovado em 12 de dezembro de 2015.
Dentro da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, podem ser adotados instrumentos legais para alcançar os objetivos da convenção.
Objetivos da Conferência: 
(a) Assegurar que o aumento da temperatura média global fique abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e prosseguir os esforços para limitar o aumento da temperatura a até 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isto vai reduzir significativamente os riscos e impactos das alterações climáticas; 
(b) Aumentar a capacidade de adaptação aos impactos adversos das alterações climáticas e promover a resiliência do clima e o baixo desenvolvimento de emissões de gases do efeito estufa, de maneira que não ameace a produção de alimentos; 
(c) Criar fluxos financeiros consistentes na direção de promover baixas emissões de gases de efeito estufa e o desenvolvimento resistente ao clima. (Ministério do Meio Ambiente, 2018).
Em 1º de junho de 2017, o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos iriam deixar o acordo.
Os resultados da política ambiental do Brasil foram apresentados à COP 23. 
Foi anunciado o lançamento do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), que permitirá ao país restaurar 12 milhões de hectares até 2030, conforme proposto na contribuição nacional ao Acordo de Paris. Tramita, no Legislativo, o projeto para instituir a Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio). 
A redução de 16% do desmatamento na Amazônia Legal também foi enfatizada. 
Anunciada também a redução de 28% do desmatamento em unidades de conservação federal.
EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – UNESCO:Este programa tem como finalidade a geração e ampliação de ações em torno de cinco áreas prioritárias: impulsionar políticas; transformar ambientes de aprendizagem e de formação; capacitar educadores e formadores; mobilizar e capacitar jovens; e fomentar soluções sustentáveis no nível local (UNESCO, 2017).
4. TRATADO DE ASSUNÇÃO – MERCOSUL (91)
Neste tratado estão elencados objetivos como:
 - aproveitamento dos recursos disponíveis;
 - preservação do meio ambiente.
Além disso, o Mercosul aprova diretrizes de políticas de importação e regulamentação de produtos de ordem sanitária, animal e energética (SIRVINSKAS, 2018).
Previsão: lei n. 9.605/98 
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para: 
I - produção de prova; 
II - exame de objetos e lugares; 
III - informações sobre pessoas e coisas; 
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham relevância para a decisão de uma causa; 
V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja parte.
Soberania nacional: no campo interno, é a capacidade de autodeterminação dos povos. No externo, é o “Direito do Estado de organizar-se e reger-se com independência de toda intromissão política estrangeira.
Ordem Pública: é o conjunto de normas de determinado país disciplinadoras das condutas humanas e das atividades sociais e comerciais.
Bons costumes: são aqueles condizentes com a moral e a ética social, reconhecidos como tais em determinado momento histórico-social (SIRVINSKAS, 2018).
A cooperação internacional tem por finalidade evitar a poluição transfronteiriça, preservar os recursos naturais, evitar a extinção de animais e conservar o meio ambiente. 
5. OBJETIVOS P/ O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – ONU:
O Brasil é o único país da América Latina a ter uma Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) paritária entre governo e sociedade civil.
NORMAS DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL EM MATÉRIA AMBIENTAL:
Após a promulgação da lei 6.938/81 (lei da Política Nacional do Meio Ambiente), houve a necessidade de se estabelecer critérios de organização sobre a competência administrativa e legislativa em matéria Ambiental. No ano de 1988, a Constituição Federal identificou esta lacuna e determinou quais os entes federativos a serem responsabilizados.
Para José Afonso da Silva (2011), Competência é “a faculdade jurídica atribuída a uma entidade ou a um órgão ou agente do Poder Público para emitir decisões. Competências são as diversas modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais para realizarem suas funções”.
1. CONCEITOS ESSÊNCIAIS:
O conceito de país não pode se confundir com o de Estado, este é a ficção jurídica que possui poder com fim específico e essencial destinado a regular as relações entre os membros de uma população sobre determinado território (SIRVINSKAS, 2018).
O conceito de Estado (enquanto ente federativo) possui quatro elementos essenciais:
- Povo: pessoas
- Território: limite espacial
- Poder: modo de coerção por parte do Estado.
- Finalidade: aplicação de seus fins.
O sistema de governo brasileiro é o federalismo, ele estabelece que o Estado Federal possua soberania, enquanto os Estados-membros são apenas detentores de autonomia.
Como titular da soberania, o Estado Federal exerce-a no aspecto externo, por ser pessoa jurídica de direito público externo. Em âmbito interno, vê-se representado pela União.
Esta é formada por dois elementos essenciais:
- órgãos governamentais próprios;
- competências exclusivas.
2. CRITÉRIO DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS:
Aplica-se o princípio da predominância de interesses, ou seja:
- À União caberão as matérias de interesse nacional;
- Aos Estados as matérias de interesse regional;
- Aos Municípios tocarão as competências de interesse local;
- Ao Distrito Federal matérias de interesse regional e local.
"No Brasil, o sistema federativo prevê três níveis de repartição de competência para o exercício e o desenvolvimento de suas atividades normativas. Seu ponto crucial é a descentralização do poder entre as entidades federadas.” (SIRVINSKAS, 2018)
Pode-se classificar as normas de competência ambiental em:
- competência material exclusiva;
- competência legislativa exclusiva;
- competência material comum;
- e competência legislativa concorrente.
Tais regras podem ser encontradas nos arts. 21 a 24 e 30 da Constituição Federal.
3. CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA AMBIENTAL:
CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA MATERIAL EXCLUSIVA:
A competência material exclusiva determina o poder de execução - executiva ou administrativa - em observância à disciplina contida na competência legislativa. 
Tal fato pode ser identificado pelos verbos utilizados no rol do art. 21 da CF/88, tais como: “prover”, “editar”, “autorizar”, “promover”, “administrar”, “organizar”, etc. (SIRVINSKAS, 2018). 
Esta competência permite à União desempenhar atividades de cunho político, administrativo, econômico ou social, as quais se inserem na órbita do Executivo, pressupondo o seu exercício a tomada de decisões governamentais e a utilização da máquina administrativa. 
Às vezes, o desempenho dessas atividades e serviços pressupõe a participação do Legislativo, o qual deve autorizar previamente ou aprovar seus atos. 
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA EXCLUSIVA:
A competência legislativa privativa (Privativo: exclusivo de uma pessoa) é, por natureza, concentrada no titular dessa competência, que é a União.
A União possui competência privativa para legislar sobre: águas, energia, jazidas, minas e outros recursos minerais, populações indígenas, atividades nucleares de qualquer natureza.
Contudo, esta competência pode ser transferida aos Estados por lei complementar, conforme enumera o parágrafo único do art. 22 da CF/88.
- art. 22, IV, XII, XIV, XXVI e parágrafo único da CF/88.
Prevê o parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal, após a enumeração das matérias incluídas na privatividade legislativa da federação, que lei complementar poderá autorizar os Estados a legislarem sobre questões específicas relacionadas na competência privativa.
Esta exige, portanto, a aprovação da maioria absoluta das duas Casas do Congresso Nacional e requer, a particularização de questões específicas, subtraídas ao elenco das matérias incluídas na privatividade da União.
COMPETÊNCIA MATERIAL COMUM:
Em matéria ambiental, foi atribuída à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (competência comum) a responsabilidade de proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; impedir a destruição desses bens; promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas, preservar as florestas, a flora, a fauna, registrar, acompanhar e fiscalizar a concessão de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios (SIRVINSKAS, 2018).
Trata-se de cooperação administrativa, competência administrativa ou de implementação entre os entes da Federação para atuar em cooperação recíproca comum.
- Art. 23 III, IV, VI, VII, IX e XI da CF/88.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE:
Grande parte das matérias são de competência concorrente, impondo-se à União a responsabilidade em disciplinar normas gerais, aos Estados e ao Distrito Federal a edição de normas específicas.
Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal de forma concorrente legislar sobre: direito urbanístico, floresta, caça, pesca, fauna, conservação, defesa do meio ambiente e dos recursos naturais, proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico e responsabilidade por dano ao meio ambiente.
- art. 24 I, VI, VII e VIII,da CF/88.
Não excluindo a competência suplementar dos Estados art.24, § 2º CF/88. 
Na ausência de normas gerais, cabe a estes exercer a competência plena para atender a suas peculiaridades: art.24 § 3º da CF/88.
A competência concorrente permite que dois ou mais entes da federação possam legislar sobre a mesma matéria, podendo ser dividida em concorrente cumulativa e não-cumulativa. A primeira é aquela que permite à União, aos Estados e ao DF legislar sobre matérias a eles atribuídas sem limites prévios, enquanto a não-cumulativa não permite aos entes federados legislar plenamente, devendo respeitar a competência vertical.
A Constituição Federal brasileira adotou a competência concorrente não-cumulativa no sentido de atribuir à União a responsabilidade de legislar sobre normas de caráter geral (art.24 §1º da CF), e aos Estados e DF, sobre normas específicas (art. 24 §2º da CF) (SIRVINSKAS, 2018).
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DOS MUNICÍPIOS:
A Constituição Federal não atribuiu aos Municípios competência legislativa concorrente nas matérias contidas no art. 24 da CF/88.
Assim, os Municípios não podem editar leis sobre matérias ambientais, a não ser em âmbito local – Lei Complementar 140/2011.
A Constituição Federal atribuiu aos Municípios a competência para: 
a) legislar sobre assuntos de interesse local; 
b) suplementar a legislação federal e estadual no que couber; 
c) promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
d) promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual (art. 30 I, II, VIII e IX da CF).
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE: PRINCIPAIS INSTRUMENTOS:
1. A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE LEI No 6.938/81:
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE:
Essa lei foi recepcionada pela Constituição Federal, promulgada em 1988 e, desde então, tem sido utilizada como principal referência na proteção do Meio Ambiente.
Com isso, pode-se dizer que a política nacional do meio ambiente visa dar efetividade ao princípio matriz contido no art. 225 caput da CF/88, no tocante ao direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
OBJETO DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE:
O principal objeto de estudo da política nacional do meio ambiente é a qualidade ambiental propícia à vida das presentes e futuras gerações e nela estão contidas técnicas e instrumentos para sua proteção.
É pelo estudo desse objeto que o Direito Ambiental vai traçar sua política de atuação no Brasil.
- Art. 2º da Lei nº 6.938/81.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS DESSA POLÍTICA:
- Preservar: impedir a intervenção humana procurando manter o estado natural dos recursos ambientais.
- Melhorar: permitir a intervenção humana no ambiente com o objetivo de melhorar a qualidade dos recursos ambientais, realizando o manejo adequado das espécies animais e vegetais.
- Recuperar: significa permitir a intervenção humana para a reconstituição da área degradada com a finalidade de que ela volte a ter as mesmas características anteriores.
PRINCÍPIOS LEGAIS:
Estão arrolados no art. 2º I a X, da Lei nº 6.938/81. Tais princípios são fundamentais para a busca da proteção ambiental em juízo.
Importante não confundir os princípios doutrinários do Direito Ambiental com estes, mas devem compatibilizar-se.
Realizar a leitura do art. 2º da Lei 6.938/81 para melhor compreensão.
DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE:
Serão elaboradas em forma de normas e planos destinados a orientar a ação dos governos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no que se refere à preservação da qualidade ambiental e à manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º da Lei nº 6.938/81.
Importante mencionar que o governo federal poderá estabelecer diretrizes específicas destinadas à proteção ambiental em uma macrorregião ou diretrizes gerais para a proteção de uma microrregião, cfe. art. 21 IX da CF/88.
2. INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE:
Encontram-se arrolados no art. 9º I a XII, da Lei 6.938/81 e possuem como meta o cumprimento dos objetivos contidos no art. 4º da Lei nº 6.938/81.
CONCEITO:
Instrumentos são medidas, meios e procedimentos pelos quais o Poder Público executa a Política Ambiental, tendo em vista a realização concreta de seu objeto, ou seja, a preservação, melhoria e recuperação do meio ambiente e do equilíbrio ecológico (SILVA, 2011).
José Afonso da Silva (2011) distribui esses instrumentos em três grupos para melhor compreensão, assim explicitados: 
1) Instrumentos de intervenção ambiental - são mecanismos normativos condicionadores das condutas e atividades no meio ambiente. 
2) Instrumentos de controle ambiental - são medidas e atos adotados pelo Poder Público ou pelo particular com a finalidade de verificar a observância das normas e planos de padrão de qualidade ambiental. 
3) Instrumentos de controle repressivos - são medidas ou sanções a serem tomadas após a ocorrência do dano (civil, penal e administrativo) aplicáveis à pessoa física ou jurídica.
SISNAMA – SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE:
Atua de forma conjunta à Política Nacional do Meio Ambiente, pois é constituído por uma rede de agências ambientais (instituições e órgãos) que tem por finalidade dar cumprimento ao princípio matriz previsto na Constituição Federal e nas normas infraconstitucionais nas diversas esferas da Federação.
Esse conjunto é formado pelo Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário e Ministério Público.
PRINCIPAIS ÓRGÃOS DO SISNAMA:
I- Órgão superior – é constituído pelo Conselho de Governo. Esse órgão tem por finalidade assessorar o Presidente da República na elaboração da política nacional, nas diretrizes governamentais do meio ambiente e nos recursos ambientais. É composto pelos Ministérios da Presidência da República.
II- Órgão consultivo, deliberativo e normativo – é constituído pelo CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Esse órgão tem a finalidade de assessorar o Conselho de Governo na formulação de diretrizes da política nacional para a proteção do meio ambiente. O art. 8º da Lei nº 6.938/81 dispõe sobre as atribuições do CONAMA.
III- Órgão Central – é constituído pelo Ministério do Meio Ambiente. Compete ao Ministério do Meio Ambiente preservar, conservar e fiscalizar o uso racional dos recursos naturais renováveis, implementar os acordos internacionais na área ambiental, etc.
IV- Órgão executor - é constituído pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA - Lei nº 7.735/89), autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e pelo Instituto Chico Mendes (Lei nº 11.516/2007).
V- Órgãos setoriais - são constituídos pelas entidades da administração pública direta, indireta e fundacional voltadas à proteção do meio ambiente. Ex.: Ministérios da Agricultura, da Fazenda, da Saúde, da Ciência e Tecnologia, etc.
VI- Órgãos seccionais - são constituídos pelos órgãos ou entidades estaduais responsáveis por programas ambientais e pela fiscalização das atividades causadoras de poluição e utilizadoras de recursos ambientais. Ex.: Secretarias Estaduais do Meio Ambiente e a Polícia Militar Ambiental.
VII- Órgãos locais – são as entidades municipais responsáveis por programas ambientais e pela fiscalização das atividades causadoras de poluição e utilizadoras de recursos ambientais (SIRVINSKAS, 2018).
3. LICENCIAMENTO AMBIENTAL:
A avaliação de impactos ambientais é um dos instrumentos da política nacional do meio ambiente prevista no art. 9º III da Lei n. 6.938/81 e se baseia em um conjunto de estudos preliminares sobre o meio ambiente, o qual abrange: quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental,plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e a análise preliminar de risco (SIRVINSKAS, 2018).
ESTUDO PRÉVIO E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL E DO SEU RESPECTIVO RELATÓRIO (EIA/RIMA):
O EIA é um instrumento administrativo preventivo e por tal razão é que foi elevado a nível constitucional, conforme previsão no artigo 225 § 1º IV da CF/88:
Incumbe, pois, ao Poder Público: “exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”.
IMPACTO AMBIENTAL:
Qualquer alteração que afete: I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II – as atividades sociais e econômicas; III – a biota; IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V – a qualidade dos recursos ambientais” (art. 1º I, II, III, IV e V da resolução n. 001/86 do CONAMA). Em suma, é toda intervenção humana no meio ambiente causadora de degradação
A Resolução 001/86 do CONAMA regulamentou o instituto do estudo de impacto ambiental e seu respectivo relatório. Essa resolução conceituou impacto ambiental e ainda arrolou as principais atividades industriais sujeitas à realização do estudo de impacto ambiental, relacionou as diretrizes para o estudo, os requisitos que devem ser analisados pela equipe técnica multidisciplinar e ainda o conteúdo do Relatório de Impacto Ambiental.
Importante destacar que houve alteração pela Resolução 237, de 19 de dezembro de 1997, ampliando o rol das atividades que devem submeter-se ao estudo prévio de impacto ambiental.
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA PARA EXIGIT O ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA):
O órgão público estadual que tem competência para exigir das atividades ou obras potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental o estudo prévio de impacto ambiental e do seu respectivo relatório de impacto ambiental conforme elenca o artigo 10 da Lei 6.938/81.
Pode, contudo, o IBAMA, na qualidade de órgão público federal, exigir, em caráter supletivo, o estudo prévio de impacto ambiental, se houver omissão.
Importa salientar que os municípios também poderão exigir o estudo prévio de impacto ambiental, de acordo com seu interesse, conforme previsão no artigo 6º da resolução 237 do CONAMA.
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL:
O licenciamento ambiental envolve vários órgãos, são eles:
- o órgão público ambiental;
- o empreendedor ou postulante da atividade ou obra;
- a equipe técnica multidisciplinar;
- o legítimo interessado.
Para que haja a participação dos legitimados, é necessário dar-se publicidade do pedido de licenciamento e essa publicidade é garantida constitucionalmente nos artigos 225 §1 IV, 5ºXXXIII e 10 §1º da Lei n. 6.938/81. A publicidade será feita mediante a publicação do pedido de licenciamento no Diário Oficial em jornal de grande circulação local ou regional.
Ainda, há previsão de uma audiência pública, onde se fará a discussão de todos os pontos analisados pela equipe técnica multidisciplinar, apresentando-se, ao final, as críticas ou sugestões.
O licenciamento ambiental tem característica administrativa e configura-se como procedimento preventivo e formal. A exigência do estudo de impacto ambiental é obrigatória.
O órgão público ambiental não está vinculado à análise do estudo prévio de impacto ambiental apresentado pela equipe técnica multidisciplinar e, em razão disso, pode ser realizado por empresa particular, observando as diretrizes gerais previstas no art. 5º da resolução nº 001/86 do CONAMA.
LICENCIAMENTO E REVISÃO DE ATIVIDADES EFETIVAS OU POTENCIALMENTE POLUIDORAS:
Licenciamento ambiental é o “procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental” (art. 1º I, da resolução nº 237/97 do CONAMA).
LICENÇA AMBIENTAL:
A licença ambiental é concedida pelos órgãos ambientais integrantes do SISNAMA através de um procedimento previsto no artigo 6º da Lei n. 6.938/81.
Tal licença pode ser concedida pelos órgãos ambientais pertencentes à União, aos Estados ou ao Distrito Federal e também aos Municípios, dependendo da natureza de cada atividade. Contudo, cabe, em caráter supletivo, ao IBAMA, órgão público federal, artigo 10, caput da Lei n. 6.938/81.
A competência, em regra, é do órgão público estadual, mas o Poder Público federal, através do CONAMA, tem competência para fixar normas gerais para a concessão das licenças, as quais poderão ser regulamentadas ou alteradas pelo Poder Público estadual no sentido de se adequar às peculiaridades locais.
A lei complementar 140/2011 regulamentou os incisos III, VI e VII do caput e do § único do artigo 23 da CF/88, dispondo sobre a cooperação entre a União, os Estados, o DF e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora, além de alterar a Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. 
Por isso, há possibilidade de suplementação de competência por parte de outros entes federativos.
Tais licenças poderão ser concedidas pelos órgãos públicos estaduais, e seus prazos poderão ser restringidos, dependendo do tipo de atividade ambiental licenciada, previstos na Resolução 237/97 do CONAMA:
a) Licença prévia – concedida em fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação (art. 8º I da resolução n. 237/97 do CONAMA). O prazo de validade deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma, não podendo ser superior a cinco anos, no máximo (art.18 I Resolução 237 do CONAMA).
b) Licença de instalação – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes nos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante (art. 8º II da resolução n. 237/97 do CONAMA). O prazo de validade deverá ser no mínimo o estabelecido no cronograma, não podendo ser superior a seis anos (art. 18 II Resolução 237 do CONAMA).
c) Licença de operação – autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação (art. 8º III da resolução n. 237/97 do CONAMA). O prazo de validade deverá considerar os planos de controle ambiental e será, no mínimo, de quatro anos e, no máximo, de dez anos (art. 18 III Resolução 237 do CONAMA).
Há possibilidade de revogação das licenças, pois o órgão público ambiental poderá, mediante decisão motivada, modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:
a) violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais;
b) omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença;
c) superveniência (Superveniência: possa acontecer inesperadamente) de graves riscos ambientais e de saúde.
Em conformidade com o artigo 19 I, II e III da Resolução n. 237/97 do CONAMA.
DANO AMBIENTAL E RESPONSABILIZAÇÃO
1. DANO AMBIENTAL:
SOBRE DANO AMBIENTAL:
Sobre os danos causados aos recursos ambientais, estamos nos referindo ao que menciona do disposto no art. 3º V da lei 6.938/81, pois não só aos meros recursos naturais, mas também aos elementos da biosfera podem ocorrer.
O artigo 3º da lei 6.938/81 elenca o que pode ser considerado como dano ambiental, assim, degradação da qualidade ambiental é a alteraçãoadversa das características do meio ambiente, segundo o inciso II do referido artigo. 
Também elenca o artigo 3º III o que deve ser entendido por poluição e as atividades consideradas como poluidoras, ainda, quem pode ser considerado poluidor, segundo o inciso IV: “poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental”.
CARACTERÍSTICAS:
- ampla dispersão de vítimas: o dano ambiental ocorre de maneira ampla e nem sempre é possível quantificar todos os atingidos;
- a dificuldade inerente à ação reparatória: identificar os danos em sua totalidade devido a sua extensão; 
- a dificuldade da valoração: contabilizar, mensurar o valor da lesão causada ao meio ambiente;
- formas de reparação: pode ser por via administrativa ou judicial;
- indenização Pecuniária: colocar um valor à lesão ao meio ambiente.
AS DUAS FACES DO DANO AMBIENTAL:
DANO COLETIVO:
O professor Delton Winter de Carvalho (2008) menciona em sua obra que: “dizem respeito aos sinistros causados ao meio ambiente lato sensu, repercutindo em interesses difusos, pois lesam diretamente uma coletividade indeterminada ou indeterminável de titulares. Os direitos decorrentes dessas agressões caracterizam-se pela inexistência de uma relação jurídica base, no aspecto subjetivo, e pela indivisibilidade (ao contrário dos danos ambientais pessoais) do bem jurídico, diante do aspecto objetivo”.
O dano ambiental coletivo afeta interesses que podem ser coletivos stricto sensu ou difusos, a saber: 
- Interesses ou direitos difusos são “os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato”; 
- Interesses ou direitos coletivos são os “transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base”.
O traço comum está no caráter “transindividual” e na “indivisibilidade” do direito tutelado.
Sua tutela pode se dar através de ação civil pública ou de outros instrumentos processuais adequados, como, por exemplo, o mandado de segurança coletivo. Diante da importância dos interesses e da difusão das vítimas, cumpre fundamentalmente ao Ministério Público o manejo das medidas processuais tendentes a garantir a reparação ou prevenção.
DANO INDIVIDUAL:
Também chamado dano ricochete ou reflexo, pois essa é a modalidade de dano ambiental que, ao afetar desfavoravelmente a qualidade do meio repercute de forma reflexa sobre a esfera de interesses patrimoniais ou extra patrimoniais de outrem. 
A partir de sua identificação, a vítima do dano ambiental reflexo pode buscar a reparação do dano sofrido, no âmbito de uma ação indenizatória de cunho individual, fundada nas regras gerais, que regem o direito.
2. RESPONSABILIZAÇÃO PELO DANO AMBIENTAL:
TUTELA ADMINISTRATIVA:
Tem fundamento no art. 225, § 3º da Constituição Federal de 1988. O citado dispositivo menciona que: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.
As infrações administrativas, o procedimento administrativo e as sanções administrativas encontram-se disciplinados nos artigos 70 a 76 da lei 9.605/1998.
“Considera-se infração administrativa ambiental, toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente", conforme menciona o artigo 2º do decreto n. 6.514/2008.
Durante o procedimento, o agente autuante, ao lavrar o auto de infração, indicará a multa prevista para a conduta, bem como, se for o caso, as demais sanções estabelecidas no decreto, observando-se a gravidade dos fatos, os antecedentes e a situação econômica do infrator (Art.4º do decreto n. 6.514/2008). 
Constitui reincidência a prática de nova infração ambiental cometida pelo mesmo agente no período de três anos. 
Qualquer pessoa, ao tomar conhecimento de alguma infração ambiental, poderá apresentar representação às autoridades integrantes do SISNAMA (art. 70 § 2º da lei n. 9.605/98)
No auto de Imposição de Infração de Penalidade Ambiental – AIIPA lavrado pela autoridade ambiental competente deverá constar os seguintes requisitos mínimos – sob pena de nulidade do auto:
- A qualificação do autuado;
- O local, a data e a hora da lavratura;
- A descrição do fato;
- A disposição legal infringida e a penalidade aplicável;
- A determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la no prazo de 20 dias;
- A assinatura do autuante, a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.
PODER DE POLÍCIA:
Conforme menciona Édis Milaré (2015), a “aplicação de sanções administrativas figura entre as mais importantes expressões do poder de polícia conferido à Administração Pública. De fato, a coercibilidade é um dos atributos do poder de polícia, que se materializa através de penalidades administrativas previstas abstratamente em lei e aplicadas concretamente por agentes do Poder Público credenciados”.
Poder de polícia é a faculdade que tem a Administração Pública para limitar e disciplinar direito, interesse e liberdade, procurando regular condutas na sociedade para evitar abuso por parte do poder do Estado. É um poder amplo e que abrange (também) a proteção ao meio ambiente.
São atributos do poder de polícia: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade.
3. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO:
É o procedimento legal a ser percorrido pelos agentes públicos para a obtenção dos efeitos regulares de um ato administrativo principal.
O procedimento administrativo se desenvolve em diversas fases:
-  A instauração do procedimento pelo auto de infração;
-  A defesa técnica;
-  A colheita de provas;
-  A decisão administrativa; e,
-  Eventualmente, o recurso.
O procedimento administrativo para apuração de infração ambiental deverá observar os seguintes prazos máximos: 
- Vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, contados da data da ciência da autuação; 
- Trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação; 
- Vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior dos integrantes do SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação; 
- Cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação. Findo este prazo, deverá a Administração Pública promover a cobrança judicial do débito (art. 71, I a IV, da lei n. 9.605/98).
A prescrição da ação punitiva é disciplinada pelo art. 1º da lei n. 9.873, de 23 de novembro de 1999. Diz citado dispositivo: “Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado”.
Os recursos deverão ficar restritos às esferas das competências de cada um dos entes federados. Não poderá haver recurso da esfera municipal para a estadual, nem desta para a federal.
PRINCÍPIOS:
Devem ser observados pela Administração Pública:
- O princípio da legalidade;
- O princípio da impessoalidade;
- O princípio da moralidade;
- O princípio da publicidade;
- O princípio da eficiência (art. 37 da CF/88).
O direito à publicidade deve ser preservado e realçado pelo Poder Público, pois há a necessidade de se divulgarem pela imprensa todas as autuações das infrações administrativas e os pedidos de licenciamento para construção, reforma, ampliação, instalação ou funcionamento de estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores para a população poder tomar conhecimento e, se quiser e tiver legitimidade, apresentar sugestões e críticas aos projetos ou aos pedidos.
AConstituição Federal, em seu art. 5ºXXXIII, que reza: “Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.
Não basta a publicidade das infrações administrativas e dos pedidos de licenciamento no órgão de imprensa oficial. É necessário também que as informações sejam fornecidas amplamente para que o cidadão legitimado possa opinar e apresentar sugestões a respeito do projeto potencialmente poluidor ao meio ambiente.
AUDIÊNCIA PÚBLICA:
O professor Paulo Affonso Leme Machado (2017) coloca a audiência pública como parte do procedimento administrativo, afirmando que a conciliação é valiosa tanto para o licenciamento de uma atividade como para a aplicação de punição.
A concessão do licenciamento ou a aplicação de infrações administrativas podem ser discutidas na fase de conciliação entre os interessados, as vítimas em potencial e as associações, em audiência pública, presidida pela Administração Pública.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS:
O art. 3º do Decreto n. 6.514/2008, bem como o art. 72 da lei n. 9.605/98, apresenta o seguinte rol de sanções administrativas:
- Advertência – será aplicada em caso de o infrator, por inobservância da lei ou regulamento, deixar de sanar a irregularidade apurada pelo órgão fiscalizador;
- Multa Simples – será aplicada se o agente, por negligência ou dolo, advertindo por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las no prazo assinalado pelo órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos do Comando da Marinha, ou se opuser embargo à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos do Comando da Marinha; A multa poderá ser também convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente;
-  Multa diária;
- Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
- Destruição ou inutilização do produto;
- Suspensão de venda e fabricação do produto;
- Embargo de obra ou atividade;
- Demolição da obra;
- Suspensão parcial ou total das atividades;
- Restritiva de direitos;
- Reparação de danos causados.
Ressalte-se que essas sanções são obrigatórias para a União, podendo os Estados e Municípios acrescentarem outras que julgarem convenientes. Referidas sanções poderão ser aplicadas cumulativamente ao infrator que cometer duas ou mais infrações administrativas.
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL
O Direito Ambiental possui três esferas básicas de atuação: a preventiva, a reparatória e a repressiva. A partir destas é possível estabelecer os limites e identificar o tipo de reparação a ser realizada.
A reparação à danosidade funciona através das normas de responsabilidade civil.
O Direito Ambiental a partir das esferas de proteção preventiva, a reparatória e a repressiva, estabelece os mecanismos simultaneamente de tutela e controle da propriedade para que não haja dúvidas no tocante à reparação jurídica em matéria ambiental.
A responsabilidade civil pressupõe prejuízo a terceiro, ensejando pedido de reparação do dano
1. RESPONSABILIDADE CIVIL:
RESPONSABILIDADE BASEADA NA REGRA DA CULPA:
Continua a viger a regra de que o dever ressarcitório pela prática de atos ilícitos decorre da culpa lato sensu, que pressupõe a aferição da vontade do autor, enquadrando-a nos parâmetros do dolo (consciência e vontade livre de praticar o ato) ou da culpa stricto sensu (violação do dever de cuidado, atenção e diligência com que todos devem se pautar na vida em sociedade)
RESP. OBJETIVA:
Ocorre “nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem” (MILARÉ, 2015).
O professor Édis Milaré se fundamenta no princípio de que, “se alguém introduz na sociedade uma situação de risco ou perigo para terceiros, deve responder pelos danos que a partir desse risco criado resultarem” (2015).
2. A RESPONSABILIDADE CIVIL NO DOMÍNIO DO DIREITO AO AMBIENTE:
RESP. CIVIL:
Segundo a regra da responsabilidade objetiva, para tornar efetiva a responsabilização, basta a prova da ocorrência do dano e do vínculo causal deste com uma determinada atividade humana. 
Trata-se de uma tese que não cogita de indagar porque ocorreu o dano, ou seja, é suficiente apurar se houve o dano, vinculado a um fato qualquer, para assegurar à vítima uma indenização. 
Vinculada à responsabilidade objetiva, está a teoria do risco integral, que atende à preocupação de se estabelecer um sistema, o mais rigoroso possível.
PRINCÍPIOS:
Os Princípios do Direito ambiental continuam em evidência, principalmente durante a constatação e processamento das responsabilidades, visto que fazem parte do entendimento doutrinário para que sejam tomadas as ações ambientais de segurança jurídica e faça-se justiça. 
Princípios básicos da responsabilidade civil ambiental: 
- Princípios da Prevenção e da Precaução; 
- Princípio do Poluidor - pagador; 
- Princípio da Reparação Integral.
3. PRESSUPOSTOS DA RESPONS. CIVIL DO MEIO AMBIENTE:
EVENTO DANOSO:
Atividades que, de maneira direta ou indireta, causem a degradação do meio ambiente ou de um ou mais de seus componentes.
Cabe discutir também a respeito de se precisar a linha de fronteira entre o uso e o abuso, isto é, o limite ou a intensidade do dano capaz de detonar a obrigação reparatória. Para o Direito interessam aquelas ocorrências de caráter significativo, cujos reflexos negativos transcendessem os padrões de suportabilidade estabelecidos.
Mas, cabe ressalvar que a lei não apresenta parâmetros que permitam uma verificação objetiva da significância
Cabe também mencionar que a conjuração da danosidade ambiental se pauta pela teoria da responsabilidade objetiva, fundada no risco, a qual não se perquire a licitude da atividade, já que tão somente a lesividade é suficiente a provocar a tutela jurisdicional. 
Por fim, é preciso ter presente que muitas emissões, até inocentes quando isoladamente consideradas, podem, examinadas no contexto de um conglomerado industrial, por exemplo, apresentar extraordinário potencial poluidor, em razão de seus efeitos sinérgicos.
A poluição não se caracteriza apenas pela inobservância de normas e padrões específicos, mas também pela degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente.
Vale dizer, poluição é degradação que se tipifica pelo resultado danoso, independentemente de qualquer investigação quanto à inobservância de regras ou padrões específicos.
NEXO DE CAUSALIDADE:
No dano ambiental, ao adotar o regime da responsabilidade civil objetiva, a Lei 6.938/81 afasta a investigação e a discussão da culpa, mas não prescinde do nexo causal, isto é, da relação de causa e efeito entre a atividade e o dano dela advindo. Analisa-se a atividade, indagando-se se o dano foi causado em razão dela, para se concluir que o risco que lhe é inerente é suficiente.
Não considera-se facilmente a determinação segura do nexo causal, já que os fatos da poluição, por sua complexidade, permanecem muitas vezes camuflados não só pelo anonimato, como também pela multiplicidade de causas, das fontes e de comportamentos.
Assim, pode-se dizer que “a maior guinada que oportuniza a discussão do liame de causalidade seria a inversão do ônus da prova, que parece bastante apropriada ao dano ambiental. Também se pondera que a adoção de presunções legais relativas também constitui opção para os casos em que houver dificuldade em provar os danos. Elas admitem prova em contrário pela parte prejudicada, com o que se minimiza o risco de decisões judiciais equivocadas.Cabe, assim, ao poder judiciário indicar a parte a quem toca a obrigação de provar o não cometimento do dano ambiental.
4. CONSEQUÊNCIAS DA OBJETIVAÇÃO DA RESP. CIVIL FUNDADA NA TEORIA DO RISCO INTEGRAL.
A adoção da teoria do risco integral, da qual decorre a responsabilidade objetiva, traz como consequências principais para que haja o dever de indenizar:
a) a prescindibilidade de investigação da culpa;
b) a irrelevância da licitude da atividade;
c) a inaplicação das causas de exclusão da responsabilidade civil.
PRESCINDIBILIDADE DE INVESTIGAÇÃO DE CULPA:
Art. 14 §1º da lei 6.938/81: “É o poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade”.
Desse modo, a primeira importante consequência que a regra da objetividade enseja é afastar a investigação e a discussão da culpa do poluidor.
IRRELEVÂNCIA DA LICITUDE DA ATIVIDADE:
Nessa linha de raciocínio, não se discute, necessariamente, a legalidade da atividade. É a potencialidade de dano que a atividade possa trazer aos bens ambientais que será objeto de consideração.
Ou seja, ainda que haja autorização da autoridade competente, ainda que a emissão esteja dentro dos padrões estabelecidos pelas normas de segurança, ainda que a indústria tenha tomado todos os cuidados para evitar o dano, se ele ocorreu em virtude da atividade do poluidor há o nexo causal que faz nascer o dever de indenizar.
INAPLICABILIDADE DE EXCLUDENTES E DE CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR:
Na teoria do risco integral, o poluidor contribui para com a reparação do dano ambiental, ainda que presentes quaisquer das clássicas excludentes da responsabilidade ou cláusula de não indenizar.
É o poluidor assumindo todo o risco que sua atividade acarreta: o simples fato de existir a atividade produz o dever de reparar, uma vez provada a conexão causal entre dita atividade e o dano dela advindo.
Segundo este sistema, só haverá exoneração de responsabilidade quando:
a) o dano não existir; ou
b) o dano não guardar relação de causalidade com a atividade da qual emergiu o risco.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA:
Havendo ação reparatória e mais de um agente poluidor prevalece entre eles o vínculo e as regras da solidariedade, no teor do art. 3º IV, da lei 6.938/81, que importa na responsabilidade de todos e de cada um pela totalidade dos danos, ainda que não os tenham causado por inteiro.
Àquele que pagar pela integralidade do dano caberá ação de regresso contra os outros corresponsáveis.
RESPONSABILIDADE DO ESTADO:
Não é só como agente poluidor que o ente público se expõe ao controle de Poder Judiciário, mas também quando se omite no dever constitucional de proteger o meio ambiente.
O Estado também pode ser solidariamente responsabilizado pelos danos ambientais provocados por terceiros, já que é seu dever fiscalizar e impedir que tais danos aconteçam.
Esta posição mais se reforça com a cláusula constitucional que impôs ao Poder Público o dever de defender o meio ambiente e de preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Afastando-se da imposição legal de agir, ou agindo deficientemente, deve o Estado responder por sua incúria, negligência ou deficiência.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROFISSIONAL:
Não há de se cogitar de responsabilidade objetiva dos profissionais que, por falha humana ou técnica, tenham colaborado para o desencadeamento do evento danoso, mesmo porque isso implicaria investigação de conduta culposa, circunstância que não se afeiçoa com o sistema da objetivação da responsabilidade, que rege a matéria ambiental.
Fica ressalvado ao empreendedor, se for o caso, voltar-se regressivamente contra o causador do dano, alcançando, inclusive, o profissional que eventualmente tenha se excedido ou se omitido no cumprimento da tarefa a ele cometida.
A RESPONS. DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS:
O artigo 12 da lei 6.938/81 há muito prescreve a responsabilidade dos bancos estatais de avaliar os critérios socioambientais em seus contratos de mútuo. De efeito, esse dispositivo estabelece que as entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma dessa lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA.
O Protocolo de Intenções (Protocolo Verde II) deve ser evidenciado com a adesão de vários bancos privados, sob o comando das normas mencionadas na lei 6.938/81 e aplicável apenas às instituições oficiais. Esse conjunto normativo, ademais, é que vem conduzindo várias decisões judiciais, impondo a responsabilidade civil solidária das instituições oficiais por danos ambientais causados em decorrência do financiamento de obras e atividades sem a observância do quanto ali prescrito.
RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL:
1. RESPONSABILIDADE PENAL DO MEIO AMBIENTE:
A medida penal tem por escopo prevenir e reprimir condutas praticadas contra a natureza. Mas a doutrina penal vem propugnando a abolição da pena privativa de liberdade com a consequente substituição por penas alternativas, compreendendo-se que num futuro próximo a pena privativa de liberdade será aplicada apenas em casos extremos.
Procura-se, então, evitar ao máximo, a sua aplicação ao caso concreto, impondo-se medidas alternativas aos infratores.
Verificou-se que foi feito mais pelo meio ambiente em suas três últimas décadas do que em todo o século, pois durante muito tempo a visão antropocêntrica predominou neste campo.
SOBRE A LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS:
A lei nº 9.605/98 é que elenca todos os atos considerados lesivos contra o meio ambiente.
A lei contém 82 artigos, distribuídos em oito capítulos.
- O capítulo I trata das disposições gerais (sujeito ativo, pessoa jurídica, autoria e coautoria);
- O capítulo II, da aplicação da pena (tipos de penas, consequências do crime, culpabilidade, circunstâncias atenuantes e agravantes);
- O capítulo III cuida da apreensão do produto e do instrumento de infração administrativa ou de crime;
- O capítulo IV trata da ação e do processo penal (todos os crimes da lei são de ação penal pública incondicionada e permitem a aplicação dos dispositivos dos arts.74, 76 e 89 da lei nº 9.099/95);
- O capítulo V cuida dos crimes contra o meio ambiente;
- O capítulo VI, da infração administrativa;
- O capítulo VII cuida da cooperação internacional para a preservação do meio ambiente;
- O capítulo VIII, que cuida das disposições finais.
2. SUJEITOS:
SUJEITOS DO CRIME:
Abrangem o sujeito ativo, o sujeito passivo, o concurso de pessoas e a responsabilidade penal da pessoa jurídica.
SUJEITO ATIVO:
As sanções penais aplicáveis à pessoa física são as penas privativas de liberdade, as restritivas de direitos e a multa.
No entanto, a pena poderá ser atenuada:
a) se o sujeito ativo tiver baixo grau de instrução ou escolaridade;
b) se o sujeito ativo se arrepender e reparar espontaneamente o dano, ou limitar significativamente a degradação ambiental causada;
c) se o agente comunicar previamente o perigo iminente de degradação ambiental; e
d) se o agente colaborar com os encarregados da vigilância e do controle ambiental (art. 14 da lei nº 9.605/98).
SUJEITO PASSIVO:
Sobre o sujeito passivo dos crimes ambientais, entende-se como a União, os Estados e os Municípios, diretamente, e também a coletividade, indiretamente.
O sujeito passivo no tipo penal está previsto no art. 49 da lei nº 9.605/98, onde se compreende que é o proprietário do imóvel lesado ou destruído.
CONCURSO DE PESSOAS:
Menciona o artigo 2º da lei nº 9.605/98 que o sujeito que, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos na lei, incide nas penas, na medida de sua culpabilidade, bem como a pessoa ou o sujeito determinante para a conduta criminosa de outrem ou deixar de impedir a sua prática quando podia agir para evitá-la.
A conduta omissiva em relação ao dano ambiental procura responsabilizar também todas as pessoas que tiverem conhecimento da conduta criminosa de outrem e deixarem de impedir sua prática, quando podiam agirpara evitá-la.
3. CRIME DE PERIGO E CRIME DE DANO:
CRIME AMBIENTAL:
Classifica-se, assim, o delito de perigo em:
- concreto: o delito é perquirido caso a caso;
- abstrato ou presumido: por determinação legal.
O crime de perigo consubstancia-se na mera expectativa de dano, aí se reprime para evitar o dano, mas basta a mera conduta, independentemente da produção do resultado.
Mas somente o dano efetivo poderá ser objeto de reparação na esfera civil e não o mero perigo abstrato ou presumido. Além disso, a doutrina tem afirmado que a maioria dos delitos são considerados de mera conduta, e sua inobservância configuraria o delito de desobediência passível de punição conforme menciona o artigo 330 do Código Penal.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: DOLO E CULPA:
A lei nº 9.605/98 contém tipos penais punidos a título de dolo e culpa.
ELEMENTO NORMATIVO:
Grande parte dos tipos penais ambientais exige um elemento normativo, assim, não há de se falar em crime se o agente previamente apresenta a permissão, licença ou autorização concedida pela autoridade competente.
Exemplo: art. 29, 30, 31 e 39 da lei nº 9.605/98.
Contudo, será crime se o agente extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou quaisquer espécies de minerais, conforme menciona o art. 44 da lei.
Outro exemplo a ser analisado é o que considera crime receber ou adquirir sem a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, conforme menciona o artigo 46. 
Bem como comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas sem licença ou registro da autoridade competente menciona o art. 51, e também penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade.
Configura-se como crime, por fim, executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou produzir, processar, etc. substância tóxica perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos regulamentos, ou construir, reformar, ampliar, instalar, etc, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos competentes, ou contrariando normas legais e regulamentares pertinentes mencionados nos artigos 55, 56 e 60 da lei 9.605/98.
4. ESPÉCIES DE CRIMES AMBIENTAIS:
DOS TIPOS:
Estão arrolados na parte especial da lei nº 9.605/98, os quais se dividem em:
a) crimes contra a fauna;
b) crimes contra a flora;
c) poluição e outros crimes ambientais;
d) crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural;
e) crimes contra a administração ambiental.
CRIMES CONTRA A FAUNA:
Somente os artigos. 29, 30, 31, 32, 33, 34 e 35 tipificam as condutas delituosas. Já o art.29 se refere à caça e os arts. 34 e 35 tipificam as condutas delituosas referentes à pesca.
Protegem-se as espécies da fauna silvestre ou aquática, domésticas ou domesticadas, nativas, exóticas ou em rota migratória e essa proteção não é absoluta.
A lei exige a permissão, licença ou autorização da autoridade competente para a prática da caça ou da pesca.
Por fauna silvestre compreendem-se todas aquelas pertencentes a espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras, conforme menciona o § 3º do art. 29 da lei nº 9.605/98.
Ou seja, são os animais que têm seu habitat natural nas matas, nas florestas, nos rios e mares, animais estes que, via de regra, ficam afastados do meio ambiente humano.
Destacam-se os seguintes delitos:
- é crime matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativas ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida; 
- é crime impedir a procriação da fauna, sem licença, autorização, ou, em desacordo com a obtida, modificar, danificar ou destruir ninho, abrigo ou criadouro natural ou vender, expor à venda, exportar ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização competente, etc.
Pune-se quem exporta para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem autorização, ou induz espécime animal no país, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade; 
Pune-se também quem pratica ato de abuso, maus-tratos, fere ou mutila animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, ou provoca, pela emissão de efluentes ou carregamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras; 
Pune-se a pesca em período no qual esta seja proibida, ou a sua prática em lugares interditados por órgão competente, ou mediante a utilização de explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante, ou com substâncias tóxicas, ou outro meio proibido por lei.
CRIMES CONTRA A FLORA:
São quinze artigos tipificando condutas delituosas praticadas contra as áreas de preservação permanente e as Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável, abrangendo as reservas biológicas, reservas ecológicas, estações ecológicas, parques nacionais, estaduais e municipais, monumentos naturais, refúgios da vida silvestre, florestas nacionais, estaduais e municipais, áreas de proteção ambiental, áreas de relevante interesse ecológico, reservas extrativistas, reservas da fauna, reservas de desenvolvimento sustentável, reservas particulares do patrimônio natural ou outras a serem criadas pelo Poder Público (arts. 40, §1º , e 40- A, §1º da lei nº 9.605/98).
Somente os artigos. 38, 39, 40, 41, 42, 44, 45, 46, 48, 49, 50, 50- A, 51 e 52 tipificaram as condutas delituosas.
Ainda, o art. 53 prevê as causas especiais de aumento de pena.
A lei dos crimes ambientais prevê:
-  Pune-se quem destrói, danifica ou corta árvores em floresta de preservação permanente;
- Pune-se quem causa dano direto ou indireto em Unidades de Conservação ou provoca incêndio em mata ou floresta;
- Pune-se quem fabrica, vende ou transporta ou solta balões ou quem extrai de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais;
- Pune-se igualmente quem corta ou transporta em carvão madeira de lei, sem autorização, ou recebe ou adquire madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exibir a competente licença;
- Pune-se quem impede ou dificulta a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação ou destrói, lesa ou maltrata, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade provada alheia;
- Pune-se ainda quem destrói ou danifica florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação, ou quem comercializa motosserra ou a utiliza em florestas e nas demais formas de vegetação, sem licença ou registro;
- A conduta de desmatar, degradar ou ainda explorar economicamente floresta pública também é punida;
- Pune-se quem penetra em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou exploração de subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente.
Compreende-se por pouluição atividades que, direta ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Tipifica como

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