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TIPOS DE VACINAS

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Tipos de Vacinas 
 
Leal, Maria da Luz Fernandes Desenvolvimento 
tecnológico de vacinas em BioManguinhos/ FIOCRUZ: 
uma proposta de gestão. / Maria da Luz Fernandes Leal. 
Rio de Janeiro: s.n., 2004. 148p., ilus., tab. 
Segundo Ebbert et al. (1999), os tipos de vacinas e 
principais tecnologias empregadas para a sua produção 
são como segue: 
Vacinas Atenuadas 
↣ São vacinas produzidas através do cultivo e purificação 
de microorganismos adaptados ou estruturados para 
eliminar sua patogenicidade, ou seja, a sua capacidade de 
causar a doença, porém mantendo suas características de 
imunogenicidade. Neste grupo, podem ser citadas as 
vacinas contra o Sarampo, Caxumba, Rubéola, 
Poliomielite oral (tipo Sabin), Febre Amarela e BCG. 
↣ A tecnologia de produção e controle de qualidade tem 
variações de acordo com características próprias de cada 
microorganismo, principalmente no que diz respeito ao 
sistema ou substrato utilizado para sua propagação 
(cultivo celular, ovos embrionados de galinha, etc.), porém 
seguindo o mesmo esquema básico. 
↣ Como exemplo podemos citar a vacina oral contra a 
Poliomielite oral. Esta é uma vacina composta por uma 
mistura dos três tipos de Poliovírus atenuados (Sabin) 
preparados em culturas de células 13 primárias de rim de 
macaco ou de células diplóides humanas. 
↣ Estas células são cultivadas in vitro utilizando meios de 
cultura contendo solução salina balanceada e tamponada, 
glicose, vitaminas, aminoácidos, antibióticos e soro fetal 
bovino. Após o crescimento das células “in vitro”, - 
monocamada ou bio-reatores utilizando “microbeads” 
(microesferas de sepharose) - o meio de cultura é 
removido, um tipo de poliovírus inoculado, adicionado novo 
meio de cultivo sem o soro fetal bovino e incubadas para 
replicação do vírus. 
↣ As suspensões de Poliovírus monovalentes, testadas, 
são misturadas em concentrações pré-determinadas 
para a formulação da vacina trivalente. Todos os lotes de 
vacina devem ser produzidos a partir de um mesmo “lote 
 
semente” de cada tipo de Poliovírus, submetido a todos os 
testes de controle de qualidade, como identificação de 
vírus, esterilidade, potência, toxicidade e neurovirulência 
em primatas não humanos. 
↣ Estes tipos de vacinas apresentam algumas vantagens 
importantes sobre as demais. A principal delas é o 
envolvimento de todos os componentes do sistema imune 
no desenvolvimento da imunidade contra a partícula 
vacinal integra, e que se multiplica no organismo do 
indivíduo vacinado. Com isso a resposta imune é completa 
mantendo se por longos períodos, reproduzindo muito a 
resposta à infecção natural. 
 
↣ Outra vantagem importante é a imunidade de rebanho. 
Os vírus da vacina de vírus vivos atenuados contra a 
Poliomielite são ingeridos por via oral, replicam-se a nível 
intestinal e são excretados para o meio ambiente, nas 
fezes de um indivíduo vacinado. Podem infectar outro 
indivíduo o qual desenvolverá anticorpos contra a doença, 
e assim sucessivamente. 
 
↣ Entre as desvantagens destaca-se a possibilidade de 
eventos adversos que surgem quando da replicação no 
hospedeiro, seja por fatores individuais, seja por uma 
reversão genética da amostra vacinal, que quando existem 
muitas passagens, pode tornar-se mais virulenta. 
 
Vacinas Inativadas 
↣ São vacinas produzidas a partir de microorganismos 
mortos, utilizados de forma integral ou parcial (frações da 
superfície do microorganismo), para induzir a resposta 
imunológica. 
↣ Neste grupo, podem ser citadas as vacinas contra a 
Poliomielite inativada (tipo Salk), Influenza, Difteria, 
Tétano, Coqueluche e Raiva. 
↣ A tecnologia de produção dessas vacinas segue os 
mesmos conceitos básicos da produção de vacinas 
atenuadas, para propagação dos microorganismos, 
passando, posteriormente, no caso de vacinas baseadas 
na utilização de microorganismos completos, pela etapa 
de inativação do microorganismo por calor ou 
Nathalia de Tarso 
quimicamente (ex: formol) e as baseadas em 14 frações, 
passam pelas etapas de extração e purificação de sub-
unidades das células (ex: polissacarídeos capsulares) ou 
etapas de detoxificação (ex: toxóides). 
↣ Dependendo das etapas envolvidas, uma série de 
complexos testes de controle em processo, devem ser 
adicionalmente incorporados. 
Vacinas Conjugadas 
↣ São vacinas produzidas a partir de tecnologias de 
ponta que utilizam frações de microorganismos 
purificadas (ex: polissacarídeos) e conjugadas, através de 
ligação química, com proteínas (toxóides, tetânico ou 
diftérico), de forma a potencializar a resposta imune, 
principalmente em crianças de baixa idade. 
↣ Neste grupo podem ser citadas as vacinas modernas 
contra Haemophilus influenzae tipo b conjugada (Hib), 
pneumococos e vacina contra Neisseria meningitidis tipo 
C conjugada. 
Vacinas Recombinantes 
↣ São vacinas produzidas a partir de microorganismo 
geneticamente modificados, que utilizam um fragmento de 
DNA derivado de um microorganismo que codifica uma 
proteína protetora. 
↣ O DNA é derivado diretamente do genoma do 
microorganismo ou pela transcrição do RNA mensageiro. 
As proteínas podem ser produzidas pela inserção do 
DNA numa variedade de vetores de expressão, tais como 
Escherichia coli, baculuovírus, ou certas linhagens de 
células como as de ovário de hamster chinês (CHO) ou 
pela injeção direta no músculo, de um plasmideo 
carregando o DNA. 
↣ Com exceção desta última tecnologia, as proteínas 
produzidas por DNA recombinante devem ser purificadas 
após a expressão. Neste grupo pode ser citada a vacina 
contra a Hepatite B. 
↣ Com a disponibilidade da tecnologia de DNA 
recombinante, uma abordagem promissora, a quimerização 
de vírus, vem sendo utilizada para o desenvolvimento de 
vacina atenuada contra a Dengue, onde gens do envelope 
e pré-membrana do vírus vacinal de Febre Amarela (cepa 
17D) são substituídos por gens de vírus de Dengue. 
Quimeras monovalentes para vírus Dengue sorotipo 4 
demonstraram ser seguras e imunogênicas em modelos 
animais e humanos e, formulações de vacinas 
tetravalentes de vírus quimérico Febre Amarela-
Dengue, demonstraram sua segurança e imunogenicidade 
em primatas não humanos (Guirakhoo et al., 2004), 
estando atualmente já na fase de estudos clínicos. Outro 
exemplo é o desenvolvimento de vacina contra a malária, 
utilizando o vírus vacinal da Febre Amarela (cepa 17DD) 
como um vetor de expressão. 
↣ Pela inserção de epitopos de uma proteína de 
Plasmodium falciparum na proteína estrutural E do 
envelope do vírus da Febre Amarela, obteve-se 15 uma 
construção geneticamente estável e que demonstrou ser 
mais atenuada nos testes de neurovirulência em 
camundongos do que a vacina 17DD e resultados de 
imunogenicidade promissores (Bonaldo et al., 2002). 
Vacinas Combinadas 
↣ A combinação de vacinas consiste na agregação de dois 
ou mais microorganismos atenuados, microorganismos 
inativados ou antígenos purificados combinados no 
processo de fabricação ou imediatamente antes da 
administração. 
↣ A combinação de vacinas visa prevenir várias doenças 
ou prevenir uma doença causada por vários sorotipos do 
mesmo microorganismo em uma única injeção. Neste 
grupo podem ser consideradas a vacina tríplice bacteriana 
– DTP (Difteria, Coqueluche e Tétano), vacina tríplice 
viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola), vacina tetravalente 
DTP + Hib (Difteria, Coqueluche, Tétano e Haemophilus 
influenzae tipo b). 
Vacina Reversa 
↣ Esta é a mais moderna tecnologia, desenvolvida nos 
últimos três anos, com potencial aplicação nos processos 
de desenvolvimento de vacinas. 
↣ É feito o sequenciamento do genoma do agente, a 
análise de suas proteínas, previstas através da 
bioinformática e com base nas características 
hidrofóbicas ou hidrofílicas, determinando-se a posição 
provável das proteínas dentro do microorganismo. 
Nathalia de Tarso 
↣ Os peptídeos selecionados, aqueles com capacidade 
teórica de induzir resposta imune, podem então ser 
sintetizados ou expressosem vetores para a 
comprovação de sua real capacidade de induzir imunidade 
em animais. 
↣ Esta estratégia baseada na genômica vem sendo 
aplicada para desenvolvimento de vacinas contra N. 
meningitidis sorogrupo B, Streptococcus pneumoniae, 
Staphilococcus aureus entre outros (Adu-Bobie et al., 
2003). 
Vacinas para uso terapêutico 
↣ Vacinas terapêuticas, diferente das vacinas 
profiláticas, visam à eliminação de uma doença 
estabelecida, como por exemplo, a vacina contra a Raiva 
humana para evitar que o vírus atinja o sistema nervoso 
central, a infecção por Papilomavírus humano (HPV) e 
lesões associadas ao vírus. Inúmeras estratégias de 
vacinas contra tumores vem sendo investigadas. 
↣ Estudos realizados e publicados nos últimos 30 anos 
têm demonstrado que a imunização de pacientes, 
utilizando-se suas próprias células tumorais é 
extremamente difícil, uma vez que os antígenos tumorais 
são fracos imunógenos e freqüentemente induzem 
tolerância, bloqueando a resposta imune (Berd, 2003). 
Uma outra abordagem é resultado da observação, em 
modelos animais, do papel efetivo dos linfócitos T, CD8+ 
e CD4+, por reconhecem proteínas específicas 16 
expressas pelo tumor. 
↣ As células CD8+ lisam as células tumorais e as células 
CD4+ estimulam uma resposta inflamatória na área do 
tumor. Tais proteínas não são expressas pelas células 
normais e estão sendo identificadas em larga variedade de 
tumores, como melanomas e tumores de mama, próstata, 
ovário pâncreas, leucemias entre outros. 
↣ Essas proteínas podem ser expressas em vetores e 
administradas aos pacientes na forma de vacinas, visando 
estimular a resposta imune contra as células tumorais. 
↣ Entretanto, resultados de estudos clínicos em 
humanos tem sido, na maior parte, desapontadores, 
atribuindo-se, em parte, ao fato de que estudos no estágio 
inicial são conduzidos em pacientes em estágio avançado 
da doença, com sério comprometimento do sistema imune. 
↣ Um número de variáveis ainda precisa ser otimizado 
para a aplicação de vacinas contra o câncer baseadas em 
células T, em particular metodologia e via de 
administração, uso de adjuvantes, etc. (Kalos, 2003). 
↣ Vacinas terapêuticas, baseadas em células T, também 
vem sendo estudadas como opção adicional de tratamento 
para a AIDS, visando impedir ou retardar a progressão da 
doença, diminuir a carga viral em pessoas infectadas pelo 
HIV, com indução de imunidade celular (Klein, 2003; 
Lisziewicz et al., 2003). 
Nathalia de Tarso

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