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Bases Imunológicas das vacinações - Imunologia

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Imunologia
PT- Estudante dedicada
Bases Imunológicas das vacinações
A vacinação surgiu no final do século XVIII a partir da observação por Edward
Jenner (1749 – 1823) de que pessoas que contraíram a varíola bovina estariam
protegidas da infecção pela varíola humana.
Vacinação, no sentido de prevenir doenças infecciosas é, inquestionavelmente, a
maior contribuição da medicina à saúde humana. Embora as vacinas atualmente
em uso envolvam, na sua produção, desde tecnologias baseadas nos princípios
descritos por Jenner e Pasteur até os métodos mais avançados de manipulação
genética e intervenção no sistema imune, todas as vacinas têm um objetivo
comum que é a indução de uma resposta imune capaz de prevenir a infecção ou
limitar os efeitos da infecção. Ambas as respostas imunes, humoral e celular,
contribuem para a proteção induzida pela vacina, o que a diferencia da proteção
proporcionada pela imunidade inata.
Um outro elemento crítico induzido pelas vacinas, a ser considerado, é a
memória imunológica, uma vez que a imunização antecede à exposição ao
patógeno. Assim, uma resposta imunológica de longa duração, ou seja, uma
memória imunológica de longa duração é fundamental para que uma vacina seja
eficiente.
Uma vacina bem-sucedida deve ter várias características além da sua habilidade
em provocar uma resposta imune protetora . Primeiro, ela deve ser segura.
As vacinas devem ser administradas a um grande número de pessoas, das quais
relativamente poucas morreriam da doença, ou a contrairiam. Isso significa que
mesmo um nível baixo de toxicidade é inaceitável. Segundo, a vacina deve ser
capaz de produzir imunidade protetora em uma proporção muito alta das
pessoas que a recebem. Terceiro, sobretudo em países mais pobres, nos quais é
impraticável administrar doses de reforço a populações rurais dispersas, uma
vacina bem-sucedida deve gerar memória imune prolongada. Isso significa que
os linfócitos B e T devem ser instruídos pela vacina. Quarto, as vacinas devem
ser de baixo custo para que possam ser administradas a grandes populações. As
vacinas consistem em uma das medidas mais efetivas em relação ao custo em
cuidados de saúde, mas esse benefício é reduzido à medida que o custo por
unidade se eleva.
Imunidade de “rebanho” ou coletiva
Outro benefício de um programa de vacinação efetivo é a "imunidade grupal"
que ele confere à população em geral. Pela redução do número de membros
suscetíveis de uma população, a vacinação diminui o reservatório natural de
indivíduos infectados na população e, assim, reduz a probabilidade de
transmissão da infecção. Desse modo, inclusive os membros não vacinados
estarão protegidos, pois sua chance individual de encontrar o patógeno está
reduzida.
Esta imunidade, ou resistência à infecção, pode ser adquirida pelos indivíduos
que se recuperaram, após sofrer a doença, ou foram vacinados contra o agente
causador. Em princípio, um indivíduo imune não se reinfecta após um período
que varia com a natureza do agente infectante. Quando quantidade suficiente
de pessoas tem imunidade para atingir a imunidade de rebanho, a propagação
da doença diminui, não porque a infectividade do agente patogênico tenha
diminuído, mas porque diminui a possibilidade de uma pessoa contagiável
entrar em contato com uma pessoa infectada. O conceito fundamental a ser
compreendido é que a população imune serve como barreira que impede que
um transmissor da doença o infecte.
Vias de aplicação das vacinas
Quanto às vias de administração, é possível administrar as vacinas por via oral,
intradérmica, subcutânea e intramuscular.
Via oral: A via oral é utilizada para a administração de soluções que são melhor
absorvidas no trato gastrointestinal. A dose é administrada pela boca e
apresentada, geralmente, em gotas.
Exemplo: vacina da poliomielite.
Via Intradérmica (Id): Na utilização desta via a solução é introduzida nas camadas
superficiais da pele, isto é, na derme. A via intradérmica é uma via de absorção
lenta, utilizada para a administração da vacina BCG-ID. O volume máximo
indicado, introduzido por esta via, é de 0,5ml, sendo que, geralmente, o volume
corresponde a frações inferiores ou iguais a 0,1ml.
Via Subcutânea (Sc): Na utilização dessa via a solução é administrada nas camadas
subcutâneas. A via subcutânea é utilizada para a administração de soluções que
necessitam ser absorvidas mais lentamente, assegurando uma ação contínua.
Essas soluções não devem ser irritantes, devendo ser de fácil absorção.
O volume máximo a ser introduzido por esta via é de 1,5ml. Vacinas, como a
contra o Sarampo, Caxumba e Rubéola (Tríplice Viral) tem indicação específica
desta via.
Intramuscular: Na utilização desta via, a solução é introduzida no tecido muscular.
Utilizada para a administração de volumes superiores a 1,5ml de soluções
irritantes (aquosas ou oleosas) que necessitam ser absorvidas rapidamente e
também quando é necessário obter efeitos mais imediatos.
Exemplo: a maioria das vacinas aplicadas na atualidade, como a da Covid-19.
A vacinação ideal induz defesa no hospedeiro no ponto de entrada do agente
infeccioso. A estimulação da imunidade mucosa é, portanto, um objetivo
importante da vacinação contra os organismos que entram pelas superfícies
mucosas. Contudo, a maioria das vacinas é administrada por injeção. Essa via
tem várias desvantagens. As injeções são dolorosas e pouco populares,
reduzindo sua aceitação, e são caras, requerendo agulhas, seringas e um
aplicador treinado. A vacinação em massa por injeção é trabalhosa.
Também existe o problema imunológico de que a injeção não é a via mais eficaz
na estimulação de uma resposta imune apropriada, já que não imita a via normal
de entrada da maioria dos patógenos contra os quais a vacinação é dirigida.
Imunização passiva x Imunização ativa
A imunidade contra agentes infecciosos pode ser obtida de forma passiva ou
ativa.
A imunização passiva consiste na transferência passiva de anticorpos, de forma
temporária, que pode ser de forma natural ou pela administração de soro
hiperimune e, mais raramente, pela transferência de células ativadas entre
indivíduos histocompatíveis. Esse tipo de imunização acontece de forma natural
quando anticorpos maternos são transferidos para o feto via placenta e/ou pelo
colostro. Esses anticorpos transferidos da mãe para o recém-nascido cumprem
uma função importante, que é a proteção do neonato contra as principais
doenças presentes no ambiente, com a qual ele estará diretamente em contato,
a partir do nascimento. Dentre essas doenças, podemos citar algumas em que
os anticorpos são transferidos: contra o vírus da gripe, da poliomielite, do
sarampo, contra as toxinas tetânica e diftérica, contra as bactérias
Staphylococcus, Streptococcus etc.
Uma outra forma de imunização passiva pode ser realizada pela administração
de preparados contendo anticorpos aos pacientes. Esses preparados, contendo
anticorpos específicos, podem ser obtidos a partir de soro colhido de animais
imunizados, em geral equinos, ou de soros de pessoas imunes contra
determinadas doenças. Em geral, eles são utilizados em situações em que há a
necessidade de proteção imediata do indivíduo.
A imunização ativa envolve a administração do antígeno no indivíduo de forma
que ele reaja elaborando uma resposta imune protetora contra o agente
infeccioso. A reimunização ou a exposição do indivíduo ao agente infeccioso
resultará numa resposta imune secundária contra o patógeno. A desvantagem
da imunização ativa é que ela não confere uma proteção imediata. No entanto,
uma vez estabelecida, ela possui uma duração longa e pode ser reestimulada.
Os procedimentos de imunização ativa estão entre as medidas mais eficazes e
econômicas disponíveis para a preservação e proteção da saúde. Quando a
imunização ativa é bem-sucedida, a subsequente exposição ao agente
patogênico induz uma resposta imune efetiva capaz de eliminar o patógeno ou
prevenir a doença causada pelos seus produtos (toxinas, por exemplo). A
imunização ativa pode acontecer de forma naturalquando o indivíduo é
infectado pelo microrganismo, ou de forma artificial quando ele é vacinado. A
utilização de vacinas em programas de imunização em massa é responsável pela
redução de milhares de mortes anuais causadas por doenças infecciosas,
principalmente entre as crianças;
Tipos de Imunização
As vacinas, de acordo com a forma dos antígenos imunizantes, podem ser
classificadas da seguinte maneira.
As vacinas integrais, também conhecidas como vacinas de primeira geração, são
constituídas por microrganismos inteiros e podem ser ainda divididas em dois
grupos: as vacinas com microrganismos vivos atenuados ou modificados e as
vacinas com microrganismos inativados (mortos).
A maioria das vacinas antivirais atualmente em uso consiste em vírus inativados
ou vírus vivos atenuados. As vacinas virais inativadas, ou "mortas'' consistem
em vírus tratados para serem incapazes de se replicar. Estes organismos são
inativados por agentes químicos tais como formaldeído ou agentes alquilantes,
como por exemplo a ß-propiolactona que é utilizada para inativar o vírus da
raiva na produção dessa vacina. A inativação por radiação também pode ser
empregada. Uma condição essencial no processo de inativação é que não
ocorram, durante o processo, mudanças estruturais dos antígenos na superfície
dos microrganismos, principalmente, dos antígenos que induzem à produção de
anticorpos neutralizantes ou bloqueadores.
As vacinas com vírus vivo atenuado geralmente são muito mais potentes: elas
induzem um número maior de mecanismos efetores, incluindo a ativação de
células T CD4 e células T CD8 citotóxicas. As células T CD4 ajudam na
formatação da resposta de anticorpos, o que é importante para o efeito protetor
subsequente da vacina. As células T CD8 citotóxicas forneceriam proteção
durante a infecção pelo próprio vírus, e, se mantida, podem contribuir para a
memória protetora. Os vírus inativados não podem produzir proteínas no
citosol; desse modo, os peptídeos dos antígenos virais não são apresentados
pelas moléculas do MHC de classe I. Assim, as células T CD8 não são geradas e
tampouco necessárias com as vacinas virais mortas. As vacinas virais atenuadas
estão em uso para poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
Tradicionalmente, a atenuação é obtida pelo cultivo do vírus em culturas de
células. Em geral, os vírus são selecionados para o crescimento preferencial em
células não humanas e, durante essa seleção, tornam-se menos aptos a crescer
em células humanas. Como essas linhagens atenuadas replicam-se de maneira
insatisfatória em hospedeiros humanos, elas induzem imunidade, mas não
doença, quando administradas a pessoas. Embora as linhagens de vírus
atenuados contenham múltiplas mutações em genes que codificam várias de
suas proteínas, é possível que uma cepa de vírus patogênico reapareça por meio
de novas séries de mutações.
As vacinas virais atenuadas também podem apresentar riscos particulares a
receptores imunodeficientes, nos quais elas frequentemente se comportam
como infecções oportunistas virulentas. Os lactentes imunodeficientes que são
vacinados com poliovírus vivo atenuado antes que suas imunodeficiências nas
imunoglobulinas hereditárias sejam diagnosticadas estão sob risco, pois não
podem eliminar o vírus de seu intestino, e, assim, existe uma chance aumentada
de a mutação do vírus, associada à sua contínua replicação descontrolada no
intestino, conduzir à doença paralisante fatal.
Vacinas de toxinas inativadas ou toxóides, utilizam-se de toxóides (por
exemplo, tetânico) para dar imunogenicidade a substâncias. Normalmente,
utiliza-se toxóide para os quais a maioria das pessoas já é imunizada. As toxinas
produzidas por essas bactérias são purificadas e inativadas pelo formaldeído,
resultando nos toxóides. Cada toxóide é capaz de induzir anticorpos específicos
nos indivíduos vacinados sem produzir a doença. Estes anticorpos induzidos
pelo toxóide são capazes de neutralizar a respectiva toxina na sua forma ativa.
Possui como vantagens não apresentar mutação ou reversão, utilizando
antígenos na sua conformação nativa (Acs neutralizantes), pode ser utilizada em
pacientes imunocomprometidos. Já suas desvantagens, estão no fato de que
ocorre a ativação somente da imunidade humoral, é necessário repetidas doses
(o vírus não multiplica) , sendo seu custo mais elevado, as bactérias inativadas
podem causar inflamação.
As vacinas constituídas de macromoléculas são produzidas a partir de
macromoléculas derivadas dos microrganismos causadores das respectivas
doenças, o que permite que este tipo de vacina não apresente riscos associados
às vacinas atenuadas ou inativadas.
As vacinas compostas por polissacarídeos derivados da cápsula bacteriana
incluem a vacina contra o Haemophilus influenzae tipo b, Streptococcus
pneumoniae e outros. Esses microrganismos são frequentemente encontrados
causando meningites e pneumonias,respectivamente. Embora os
polissacarídeos sejam antígenos timo independentes, e são ineficientes na
indução de células de memória, eles são capazes de induzir a uma resposta
protetora de longa duração.
Essa resposta, em geral, é constituída de anticorpos IgM. Esse fenômeno pode
ser justificado, possivelmente, pelo fato de que os polissacarídeos não são
antígenos facilmente degradados. Assim, eles podem persistir nos órgãos
linfóides, estimulando especificamente os linfócitos B por longos períodos de
tempo.
Vacinas conjugadas são aquelas nas quais antígenos polissacarídicos sofrem
mudança química pela associação com proteínas, levando à mudança no tipo de
resposta imune ao antígeno, originalmente timo-independente, passando a
resposta a timo dependente. Exemplos são as vacinas conjugadas
pneumocócicas, meningocócicas e Haemophilus influenzae tipo b. Essa
mudança proporciona maior imunogenicidade, havendo resposta de memória
com doses repetidas.
Vacinas combinadas são aquelas que têm duas ou mais vacinas, como difteria e
tétano (dupla) e como difteria, tétano e coqueluche (tripla).
A vacina de DNA baseia-se no uso de sequências do material genético do agente
infeccioso que codificam antígenos imunodominantes. Estas sequências são
inseridas em vetores (plasmídeos ou vetores virais). A estrutura da vacina de
DNA inclui a clonagem de genes ou fragmentos de genes relacionados à
virulência ou patogenicidade de um microrganismo em um plasmídeo, também
chamado de vetor. Com a vacina de DNA, a pessoa não é injetada com o
antígeno, mas com a sequência codificadora do antígeno. O DNA é incorporado
em um plasmídeo e é então injetado no músculo como as vacinas convencionais.
A partir disso, o plasmídeo entra nas células, o gene que codifica o antígeno é
transcrito e traduzido e então os fragmentos da proteína são degradados em
peptídeos. Estes peptídeos são apresentados na superfície celular junto com o
MHC de classe I.
Vantagens: Os plasmídeos podem ser feitos em grande quantidade. O DNA é
estável e sua sequência pode ser facilmente modificada em laboratório. Não há
resposta contra o próprio DNA. Pode-se produzir vacinas mais eficazes,
duradouras e seguras. Diminui o número de aplicações necessárias. Simula o
modo de apresentação de antígenos virais, por isso é eficiente no tratamento
desses. É um poderoso estimulante para a imunidade celular.
Desvantagens: O plasmídeo pode ser inserido no genoma. Não se sabe se o gene
irá penetrar na célula desejada. Não se sabe quais os possíveis efeitos no
sistema imune, caso o antígeno seja expresso por longo período.
Vacinas de fragmentos subcelulares são vacinas preparadas de frações de
células. São seguras e efetivas, porém possuem uma duração limitada. É
necessário um estudo da estrutura dos antígenos para que se escolha um
antígeno imunogênico, mas que não seja tóxico.
Adjuvantes
Adjuvantes (do latim adjuvare significa ajudar) são substâncias que, ao serem
homogeneizadas com antígenos vacinais e administradas aos indivíduos,
aumentam significativamente a resposta imune específica contra o antígeno.
A utilização de adjuvantes é fundamentalnas vacinas inativadas e nas vacinas
compostas por macromoléculas, cuja função é induzir uma resposta imune forte
e com produção de células de memória de longa duração. A forma como
funcionam os adjuvantes ainda não foi totalmente esclarecida.
Entretanto, eles podem exercer as suas ações por alguns mecanismos que
incluem a formação de depósitos de antígeno com liberação gradual,
imunoestimulação de macrófagos, linfócitos, aumentando o processamento e a
apresentação de antígenos.
Alguns adjuvantes funcionam simplesmente retardando a liberação do antígeno,
ou seja, formam um depósito de antígeno associado ao adjuvante que libera o
antígeno gradualmente. Um exemplo desse tipo de adjuvante são os sais de
alumínio, tais como o hidróxido de alumínio, fosfato de alumínio e o sulfato de
potássio e alumínio (também conhecido como alúmen), que são largamente
utilizados em vacinas humanas e animais. Quando um antígeno é misturado
com um desses sais e inoculado em um indivíduo, forma-se no tecido um
granuloma rico em macrófagos. O antígeno dentro do granuloma é
gradualmente liberado e resulta em estimulação antigênica prolongada.
Entretanto, esse tipo de adjuvante influencia principalmente a resposta
primária e muito pouco a resposta secundária. Além disso, uma outra
desvantagem dos sais de alumínios é que eles induzem principalmente à
resposta humoral e muito pouco à resposta imune celular.
Uma outra forma de liberação gradual de antígenos é com a utilização de
adjuvantes oleosos que são constituídos de óleos minerais. Os antígenos são
homogeneizados com esses adjuvantes formando emulsões aquosas. Essas
emulsões antigênicas, quando injetadas em indivíduos, resultam na formação de
granulomas ou abscessos em torno do sítio da inoculação, o que constitui uma
desvantagem. Além disso, uma outra desvantagem desses tipos de adjuvantes é
a de causarem a irritação ou a destruição tecidual local.
A maioria dos adjuvantes estimula a imunidade inata com o aumento da
expressão de co-estimuladores e citocinas, como por exemplo a IL-12, que
estimula a proliferação e diferenciação de linfócitos T.
Atualmente, existem várias pesquisas que buscam o desenvolvimento de
adjuvantes mais efetivos e seguros para o uso humano. Uma alternativa é a
utilização de moléculas de origem biológica que estimulam a resposta celular,
quando administradas em conjunto com o antígeno, como por exemplo as
citocinas. Dentre elas, a utilização da IL-12 junto com antígenos vacinais induz a
uma resposta celular muito proeminente. Além disso, já foi demonstrado que o
DNA plasmidial também tem atividade de adjuvante. Assim, genes que codificam
moléculas co-estimulatórias, citocinas etc. têm sido utilizados em conjunto com
genes que codificam antígenos, nas pesquisas de vacinas por DNA.
Vacinas no Brasil
O Brasil possui um dos maiores programas de vacinação gratuita reconhecidos
mundialmente. O “Programa Nacional de Imunizações (PNI)” tem como
importante papel na saúde pública brasileira garantir a cobertura vacinal da
população contra diversas doenças de forma gratuita, por meio do SUS.
O PNI define os calendários de vacinação considerando a situação
epidemiológica, o risco, a vulnerabilidade e as especificidades sociais, com
orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e
povos indígenas. E, para que o programa continue representando um sucesso na
saúde pública, cada vez mais esforços devem ser despendidos. Todas as doenças
prevenidas pelas vacinas que constam no calendário de vacinação, se não forem
alvo de ações prioritárias, podem voltar a se tornar recorrentes.
As vacinas correntemente utilizadas no Brasil, são atualmente constituídas por
19 vacinas recomendadas à população, desde o nascimento até a terceira idade e
distribuídas gratuitamente nos postos de vacinação da rede pública.
Vacinas de origem bacteriana
• Tuberculose BCG
A vacina contra a tuberculose denominada BCG é preparada a partir de uma
cepa atenuada de M. bovis. Segundo recomendações do Ministério da Saúde, a
primeira dose deve ser administrada ao nascer ou no primeiro mês de vida e
uma dose de reforço entre 6 e 10 anos de idade. A aplicação precoce do BCG visa
a reduzir a incidência da tuberculose, especialmente as formas graves da
doença, tais como a tuberculose meníngea e a tuberculose miliar, que aparecem
com maior frequência até os quatro anos de idade.
• Difteria, tétano e coqueluche (DTP) e Haemophilus influenzae tipo b
Tradicionalmente a vacina DTP (difteria, tétano e pertussis) é conhecida como
tríplice bacteriana, ou seja, a vacina é composta pela mistura dos três antígenos
que induzem a uma resposta imune protetora respectiva para cada uma dessas
doenças. Mais recentemente foi desenvolvida a vacina Tetravalente, que incluiu,
na vacina Trivalente DTP, o antígeno derivado da H. influenzae tipo b que
protege contra a meningite e outras infecções causadas pela Haemophilus
influenzae tipo b. De acordo com o Ministério da Saúde, a recomendação é que
a vacinação seja feita aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina tetravalente e
dois reforços com a tríplice bacteriana (DTP). O primeiro reforço é feito aos 15
meses, e o segundo, entre 4 e 6 anos.
A vacinação com a vacina DTP ou a dupla DT (difteria e tétano) que inclui a
toxina tetânica inativada, o toxóide tetânico. O Ministério da Saúde recomenda
a vacinação de bebês com 2, 4 e 6 meses, com doses de reforço nas crianças em
idade escolar. Recomenda-se, também, a vacinação de gestantes entre 5 e 7
meses de gestação (prevenção do tétano neonatal) e de certos grupos
profissionais, como operários, trabalhadores agrícolas e tropas militares.
A vacina tradicional contra a coqueluche é composta pela B. pertussis inativada.
Essa vacina tem boa eficácia, mas apresenta efeitos adversos mais frequentes e
intensos. Recentemente, foi introduzida a vacina acelular contra essa doença
que é composta por partes da bactéria imunologicamente relevantes.
A vacina contra a Haemophilus influenzae tipo B é preparada com o
polissacarídeo capsular purificado do Haemophilus influenzae tipo B, ou seja,
um polímero de ribose, ribitol e fosfato poliribosil, conjugado com a proteína
tetânica (PRP-T). É importante lembrar que o fato de o polissacarídeo estar
conjugado com a proteína tetânica não confere proteção contra o tétano.
Atualmente, a vacinação contra a H. influenzae é feita junto às três primeiras
doses da vacina DTP, ou seja, nos 2, 4 e 6 meses de vida dos bebês.
Vacinas De Origem Viral
• Vacina contra a hepatite B
A vacina contra a hepatite B é feita com a proteína HBsAg recombinante,
produzida em leveduras. A vacinação recomendada pelo Ministério da Saúde é a
primeira dose ao nascer, a segunda dose com um mês e a terceira dose aos seis
meses. Em adultos, a recomendação é de duas doses da vacina com intervalo de
um mês e a terceira dose, seis meses após a primeira dose.
• Vacina contra a poliomielite
As vacinas disponíveis são Sabin (oral, com poliovírus sorotipos 1, 2 e 3
atenuados) e Salk (injetável, com vírus inativado). A vacina Sabin é a vacina
utilizada em imunizações de rotina no Brasil.
A vacina oral contra a poliomielite não deve ser utilizada em pessoas com
imunodeficiência (inclusive portadores assintomáticos de HIV) e nem em
contactantes desses indivíduos. Os indivíduos com imunodeficiência, além do
risco maior de poliomielite vacinal, podem eliminar o vírus pelas fezes por
períodos prolongados (meses, anos), o que facilita a ocorrência de mutação
(reversão) e constitui um risco para pessoas não vacinadas. Em 1994, o Brasil
recebeu o certificado de erradicação da transmissão autóctone pela
Organização Mundial de Saúde.
• Vacina combinada contra sarampo, rubéola e caxumba
A vacina contra o sarampo, a rubéola e a caxumba é conhecida como tríplice
viral ou pela sigla SRC. Essa vacina é composta pelos três vírus atenuados. A
vacinação, segundo o Ministério da Saúde, é feita em dose única aos 12 meses de
idade e uma dose de reforço na idade de 4-6 anos. A vacinação é
contra-indicadadurante a gestação e esta deve ser evitada nos três meses que
sucedem a aplicação da vacina. Como regra geral, a vacina não deve ser utilizada
em imunodeficientes, exceto em situações especiais em que o risco da doença é
consideravelmente superior ao imposto pela vacina, como por exemplo nos
casos de indivíduos infectados pelo HIV, em áreas de elevada prevalência de
sarampo.
• Vacina contra a gripe
No Brasil, como na América do Norte e Europa Ocidental, encontram-se
licenciados dois tipos de vacinas inativadas contra influenza: a vacina do tipo
split, obtida pela fragmentação da partícula viral por detergente e purificada de
forma a conter os antígenos de superfície do vírus e algumas nucleoproteínas; e
as vacinas subunitárias, as quais contêm apenas as proteínas de superfície
hemaglutinina e neuraminidase do vírus. De uma forma geral, as vacinas do tipo
split e as vacinas subunitárias induzem à resposta imunológica semelhante.
É importante manter a carteira de vacinação atualizada anualmente, pois de
tempos em tempos os vírus da gripe sofrem muitas mutações em sua estrutura
e desenvolvem novas cepas, ou seja, novas variações e uma série de subtipos. A
OMS (Organização Mundial da Saúde) analisa ANUALMENTE as principais
categorias de vírus da gripe circulantes para criar vacinas cada vez mais efetivas
para manter a população imunizada.
- Não há restrições para a imunização contra o vírus da gripe, então crianças,
jovens, adultos e idosos podem e devem receber a vacina. A contraindicação é
somente para pessoas que já apresentaram reações alérgicas a ela.
- Os riscos de complicações em caso de gripe são maiores para gestantes,
pessoas com mais de 60 anos, crianças menores de seis anos, diabéticos,
hipertensos e pessoas com imunodeficiência. A paciente em questão, por
apresentar dois riscos importantes de complicação da gripe, deve ser
estimulada a tomar a dose da vacina.
Referências
Oliveira, Lílian M.G. Bahia. Imunologia. v. 2 / Lílian M. G. Bahia Oliveira; Milton
M. Kanashiro. – 2.ed. – Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010.
Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway [recurso eletrônico]/ Kenneth
Murphy; tradução: Denise C. Machado, Gaby Renard, Lucien Peroni Gualdi;
revisão técnica: Denise C. Machado. - 8. ed. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre :
Artmed, 2014.
https://www.sanarsaude.com/portal/carreiras/artigos-noticias/vacinas-vias-
de-administracao
http://www.medicina.ufba.br/imuno/roteiros_imuno/Vacinas.pdf
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/dezembro/11/manual-
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Machado, Paulo R. L. et al. Mecanismos de resposta imune às infecções. Anais
Brasileiros de Dermatologia [online]. 2004, v. 79, n. 6 [Acessado 19 Junho 2021] ,
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<https://doi.org/10.1590/S0365-05962004000600002>. Epub 30 Mar 2005.
ISSN 1806-4841. https://doi.org/10.1590/S0365-05962004000600002.
https://www.sanarsaude.com/portal/carreiras/artigos-noticias/vacinas-vias-de-administracao
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