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Prof. Ana Lúcia Fernandes Chittó Sistema Endócrino O sistema endócrino, em conjunto como o sistema nervoso, regula uma série de funções no nosso organismo, a fim de manter a homeostasia. Ele é composto por glândulas endócrinas que produzem hormônios. Glândulas endócrinas O nosso corpo possui dois tipos de glândulas: 1. Glândulas exócrinas: secretam seus produtos em ductos que transportam as secreções para as cavidades ou superfícies do corpo. Exemplos: glândulas sudoríparas, salivares, sebáceas, mucosas, digestivas. 2. Glândulas endócrinas: secretam seus produtos, os hormônios no líquido extracelular (LEC), dali eles podem se difundir para os capilares sanguíneos. As glândulas endócrinas que constituem o nosso organismo incluem: a hipófise, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais (adrenais) e a pineal (Fig.1). Muitos órgãos do nosso organismo contêm células endócrinas, mas não são glândulas exclusivamente endócrinas. Entre eles estão: o hipotálamo, o pâncreas, os ovários, o fígado, o intestino delagado, a pele, o coração e a placenta. Figura 1: Localização das principais glândulas endócrinas. Hormônios Os hormônios são substâncias químicas produzidos pelas glândulas endócrinas e liberados na corrente sanguínea. Através do sangue os hormônios são transportados para vários tecidos do organismo, onde produzirá seu efeito, alterando a atividade de suas células-alvo. Funções gerais dos hormônios Regular a composição química e o volume do meio interno (líquido intracelular) Regular o metabolismo e o equilíbrio energético Auxiliar na regulação da contração das fibras musculares lisas e cardíacas e a secreção glandular Auxiliar na manutenção da homeostase Regular certas atividades do sistema imunológico Regular e integras o crescimento e o desenvolvimento do organismo Regular funções relacionadas a reprodução, tais como produção de gametas, nutrição de embrião, parto. Classificação dos hormônios Os hormônios podem ser classificados quanto a estrutura química: Classe química Síntese Exemplos Local de produção 1. Derivados de lipídios Hormônios esteróides A partir do colesterol Aldosterona, corrisol e androgênios Testosterona Córtex da supra-renal Testículo Estrógenos e progesterona Ovários Eicosinóides A partir de um ácido graxo Prostaglandinas e leucotrienos Todas as células, exceto hemáceas 2. Derivados de aminoácidos A partir da tirosina T3 e T4 Tireóide Adrenalina noradrenalina Medula supra-renal 3. Peptídeos e proteínas A partir de um gene para o hormônio Todos os hormônios do hipotálamo Hipotálamo Ocitocina e antidiurético (ADH) Hipotálamo Todos os hormônios da adeno-hipófise Adeno-hipófise Insulina, glucagon Pâncreas Mecanismo de ação hormonal Receptores Embora os hormônios percorram todo o organismo pela corrente sanguínea, ele só afetará as chamadas células-alvo. A maioria destas células apresenta receptores, proteínas localizadas na membrana celular, no citoplasma ou no núcleo, que se ligam aos hormônios. Após a ligação do hormônio ao receptor, ele causa uma cascata de eventros intracelulares, desencadeando respostas nas células, tais como: síntese de proteínas (constituintes, enzimas, hormônios) e ativação ou inibição de rotas metabólicas. A maneira pela qual o hormônio interage com seu receptor específico na célula alvo depende da sua solubilidade. Os hormônios podem ser hidrossolúveis ou lipossolúveis. Veja os próximos esquemas: Hormônios lipossolúveis difundem-se do sangue ao LEC atravessa a membrana celular liga-se em receptores no citoplasma ou núcleo celular, se for uma célula-alvo o receptor ativado altera a função celular ativando ou inativando genes específicos transcrição de genes ativados formação do RNAm tradução de novas proteínas que alteram a atividade celular Hormônios hidrossolúveis difundem-se do sangue ao LEC ligam-se em receptores na membrana das células-alvo ATP é convertido em AMP cíclico, um segundo mensageiro o AMP cíclico ativa enzima que catalisam reações químicas alteração da resposta fisiológica. Controle da secreção hormonal A secreção hormonal é regulada, frequentemente, por sistemas de retroalimentação negativa, os quais anulam as variações sofridas pelo sistema a fim de manter a homeostase. O controle hormonal por retroalimentação negativa pode ser desencadeado por: Níveis de substância química no sangue Impulsos nervosos Secreções químicas do hipotálamo (Hormônios hipotalâmicos) Hipotálamo Localizado no diencéfalo, é um órgão neuro-endócrino. Relações hipotálamo- hipofisárias O hipotálamo e a glândula hipófise atuam de forma coordenada para regular muitos sistemas endócrinos. Funcionalmente, o hipotálamo controla a glândula hipófise por mecanismos neurais e hormonais. O eixo hipotálamo-hipófise regula: O funcionamento da tireóide O funcionamento do córtex da supra-renal O funcionamento das glândulas reprodutoras (ovário e testículo) O crescimento A produção e ejeção de leite A osmorregulação O hipotálamo produz dois grupos de hormônios: 1. Hormônios reguladores (estimuladores ou inibidores) da Adenohipófise: Hormônio Hipotalâmico Hormônio hipofisário estimulado ou inibido TRH (Hormônio liberador de tireotropina) + Tireotropina (TSH) e Prolactina GnRH (H. liberador de gonadotropina) + LH e FSH CRH (H. liberador de corticotropina) ACTH (adrenocorticotropina), e - lipotropina e -endorfina GHRH (H. liberador do hormônio do crescimento) + GH (H. do crescimento) GHIH = somatostatina (H. inibidor do hormônio de crescimento) - GH, prolactina, TSH e ACTH Dopamina (Fator inibidor da prolactina=PIF) - Prolactina e TSH Fator liberador da prolactina (PRF) + prolactina Legenda: (+) estimulação; (-) inibição 2. Hormônios armazenados na Neuro-hipófise - Ocitocina - Hormônio anti-diurético (ADH) ou vasopressina Hipófise (Pituitária) Estrutura pequena, arredondada, fixada ao hipotálamo por meio de uma haste delgada, chamada infundíbulo. Pode ser dividida em duas partes: a adeno-hipófise e a neuro – hipófise. 1. Adeno-hipófise (lobo anterior) É maior que a neuro-hipófise e é formada por células glandulares. Produz e secreta os seguintes hormônios: HORMÔNIO FUNÇÃO 1. Hormônio de crescimento humano (hGH) Efeito direto: ativa lipólise, aumenta a glicemia Efeito indireto: estimula o fígado a secretar IGF (somatomedina), o qual estimula o crescimento geral do corpo, principalmente de ossos e músculos 2. Hormônio folículo- estimulante (FSH) = gonadotropina Estimula a produção de espermatozóides pelos testículos e a produção de ovócitos e estrógenos pelos ovários 3. Hormônio luteinizante (LH) = gonadotropina Estimula a secreção de testosterona pelos testículos, a secreção de estrógenos e progesterona pelo ovário e estimula a ovulação. 4. Hormônio estimulante da tireóide (TSH) = tireotropina Controla a secreção da glândula tireóide 5. Prolactina (PRL) Em conjunto com outros hormônios, inicia e mantém a produção de leite pelas glândulas mamárias 6. Horm. adrenocorticotrópico (ACTH)=adrenocorticotropina Estimula o córtex da supra-renal a secretar seus hormônios 7. Hormônio melanócito- estimulante (MSH) Afeta a pigmentação da pele, em vertebrados. Função desconhecida em mamíferos A liberação dos hormônios da adeno-hipófise é controlada pelos hormônios liberadores e inibidores produzidos por células neurossecretoras (neurônios) do hipotálamo. Esses hormônios são enviados do hipotálamo diretamente à adeno-hipófise pela circulação porta hipotálamo-adenohipófise, sem passar pela circulação sistêmica. Seguem dois exemplos. Descreva ao lado do esquema o controle da secreção hormonal Controle da produçãoe secreção de prolactina Controle da produção e secreção do hormônio do crescimento: 2. Neuro-hipófise (lobo posterior) É formada por axônios de neurônios, cujos corpos celulares estão no hipotálamo. Não é considerada uma glândula, pois não produz, apenas armazena hormônios produzidos no hipotálamo, a ocitocina e o hormônio antidiurético (ADH). Age sobre os rins, estimulando a reabsorção de água, diminuindo o volume final de urina. Ações da ocitocina (OT): Ejeção de leite: Estimula as células contráteis das glândulas mamárias, promovendo a ejeção de leite. Contração uterina: em baixas concentrações promove a contração das células musculares lisas do útero grávido. Segue esquema: Distensão do colo uterino (porção estreita inferior) pela cabeça e o corpo do bebê estimulação de receptores de estiramento no colo do útero impulsos nervosos são enviados ao hipotálamo e neuro- hipófise liberação de ocitocina no sangue contração da parede uterina até a hora do nascimento Hipotálamo Adeno- hipófise Mamas PRF(TRH) (+) Dopamina (-) Prolactina Leite Hipotálamo Adeno-hipófise Fígado GHIH GHRH GH IGF Ações do hormônio anti-diurético (ADH): Aumenta a permeabilidade à água das células principais dos túbulos distais finais e ductos coletores dos rins, quando se liga em receptores V2. A água é então reabsorvida (passa dos túbulos renais ao sangue), tornando a urina mais concentrada ou hiperosmótica. Contração do músculo liso vascular, constrição das arteríolas e aumento da resistência periférica total, quando se liga em receptores V1. O aumento da osmolaridade sanguínea é o estímulo fisiológico principal para a regulação da secreção de ADH. Tireóide Localiza-se junto à laringe e anteriormente à traquéia. Contém dois lobos conectados por uma massa de tecido chamada de istmo. Recebe grande suprimento sanguíneo, podendo liberar altas concentrações de hormônios rapidamente, se necessário. É preenchida por folículos tireóides que contém dois tipos celulares: 1. Células foliculares: produzem a tiroxina ou T4, pois contém 4 átomos de iodo e a triiodotironina ou T3 que contém 3 átomos de iodo. Ambos são chamados também de hormônios tireóideos. O T3 é o hormônio ativo, mas o T4 é o hormônio produzido em maior concentração pel glândula. Ele é convertido na forma ativa nas células-alvo. São hormônios aminados produzidos a partir do aminoácido tirosina e de iodo. 2. Células parafoliculares: produzem a calcitonina que estimula a deposição de cálcio nos ossos. O aumento dos níveis de cálcio no sangue estimula a sua secreção. Ações dos hormônios tireóideos Atravessam a membrana celular, ligando-se em receptores no núcleo. Atuam sobre praticamente todos os sistemas e órgãos do corpo, promovendo: Junto com o GH, IGF e insulina, a formação do osso e do sistema nervoso; maturação do sistema nervoso Aumentam a intensidade do metabolismo (aumenta o consumo de oxigênio e a produção de calor, estimulam a síntese e degradação de proteínas, aumentam a lipólise, a glicogenólise, a gliconeogênese e a absorção de glicose); Alteração do sistema respiratório e cardiovascular (aumenta fluxo sanguíneo e a oferta de nutrientes aos tecidos) Regulação da secreção dos hormônios tireóideos A secreção de hormônios da tireóide é regulada por um mecanismo de retroalimentação negativa: O baixo nível sanguíneo de hormônios tireóideos estimula o hipotálamo a secretar o TRH, que estimula a adeno-hipófise a secretar o TSH, que por sua vez, estimula a secreção de T3 e T4 pela tireóide. Glândulas paratireóides São pequenas e arredondadas massa de tecido anexadas á face posterior da glândula tireóide . Normalmente duas superiores e duas inferiores em cada lobo da tireóide. Contém dois tipos de células epiteliais: Células principais: mais numerosas, produzem o hormônio paratireóideo (PTH) Células oxofílicas: função desconhecida Ações do PTH Junto com outros hormônios auxilia no controle dos níveis de íons cálcio (Ca 2+ ) e fosfato (HPO4 2- ) no sangue: Ativa a vitamina D e aumenta a taxa de absorção de cálcio e fosfato do trato gastrintestinal para o sangue Aumenta o número e a atividade dos osteoclastos ( células destruidoras do osso), causando a degradação do tecido ósseo e a liberação adicionalde cálcio e fosfato no sangue Aumenta a reabsorção de cálcio do filtrado nos túbulos renais, devolvendo cálcio ao sangue e aumentando a perda de fosfato pela urina. Mais fosfato é perdido pela urina do que é ganho dos ossos. Efeito final: diminuir o nível de fosfato no sangue e aumentar o nível de cálcio. Com relação ao nível de cálcio no sangue o PTH e a calcitonina (CT) tem efeitos opostos. Quando o nível de cálcio no sangue cai, mais PTH é liberado pelas paratireóides. Quando os níveis de cálcio no sangue sobem menos PTH e mais CT é liberada. È um exemplo de controle por retroalimentação negativa. Supra-renais (Adrenais) São duas glândulas, cada uma localizada superiormente sobre cada rim. Cada glândula é composta de duas regiões: o córtex supra-renal, externo, que compõe a maior parte da glândula e a medula supra- renal, interna. Cada região produz hormônios diferentes Córtex supra-renal É subdividido em 3 zonas que produzem diferentes hormônios esteróides: zona glomerular: mais externa, produz mineralocorticóides zona fasciculada: intermediária, produz glicocorticóides zona reticular: mais interna, produz androgênios Hormônios do córtex adrenal Corticosteróides glicocorticóides: produzidos na zona fasciculada. Exs: cortisol (mais abundante), corticosterona mineralocorticoides: produzidos na zona glomerulosa. Exs: aldosterona Esteróides sexuais Androgênios (hormônios sexuais masculainos): produzidos na zona reticular. Exs: Desidroepiandosterona, androstenediona, testosterona e dihidrotestosterona Ações dos hormônios do adrenocorticais Cortisol Promove, junto com outros hormônios, o metabolismo normal, assegurando o fornecimento de ATP através de: aumento da proteólise e do transporte de aminoácidos ao fígado para síntese de novas proteínas; conversão de aminoácidos em glicose se as reservas de glicogênio e lipídios estiverem baixas; lipólise para liberação de ácidos graxos como fonte adicional de energia Promove resistência ao estresse (por medo, temperaturas extremas, cirurgia) já que disponibiliza glicose para síntese de ATP, e aumenta a reatividade vascular às catecolaminas, aumentando a pressão arterial Os glicocorticóides são compostos antiinflamatórios e imunossupressores, mas podem ser úteis no tratamento de inflamações crônicas Aldosterona Estimula a reabsorção de Na+ e a secreção de K+ nas células principais dos túbulos distais e dutos coletores renais Estimula a secreção de H+ nas células intercaladas Androgênios Em meninos e meninas contribuem para o pico de crescimento pré-puberal e para o desenvolvimento inicial dos pelos axilares e púbicos Em mulheres contribuem com o impulso sexual (libido) Em homens, seus níveis são baixos quando comparados com a testosterona secretada pelos testículos Regulação da secreção dos hormônios adrenocorticais Cortisol: O baixo nível sanguíneo de cortisol estimula o hipotálamo a secretar o CRH, que estimula a adeno-hipófise a secretar o ACTH, que por sua vez, estimula a secreção de cortisol. Androgênios: também está sob controle do eixo hipotálamo-adenohipófise, embora já tenha sido proposto um controle independente Aldosterona: Também depende do ACTH para a etapa de biossíntese do esteróide, mas depois, passa a ser controlada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona. Sistema Renina-Angiotensina II – Aldosterona PA pressão de perfusão renal renina Angiotensinogênio AngiotensinaI (substrato de renina) Enzima conversora de angiotensina Angiotensina II Aldosterona Vasoconstrição reabsorção de Na+ RTP volume sanguíneo PA em direção ao normal Medula Supra-renal Parte interna da supra-renal. Hormônios da medula supra-renal: adrenalina (80%) noradrenalina (20%). Ações dos hormônios da medula supra-renal Resposta ao estresse e reação de luta ou fuga: Aumenta a freqüência cardíaca e vasoconstrição aumenta a pressão sanguínea Acelera a taxa respiratória Dilata as vias respiratória (bronquidilatação) Diminui as funções digestivas Aumenta a efeciencia das contrações musculares Aumenta a glicemia Estimula o metabolismo celular Regulação da secreção dos hormônios da medula supra-renal Sob estresse, o hipotálamo transmite impulsos nervosos aos neurônios pré-ganglionares simpáticose estes estimulam a medula supra-renal, aumentando a produção de adrenalina e noradrenalina. Pâncreas È uma glândula endócrina e exócrina, achatada, localizada posteriormente e levemente abaixo do estômago. A porção endócrina consiste de grupos de células, chamadas de ilhotas pancreáticas ou ilhotas de Langerhans. As ilhotas são cercadas por capilares sanguineos e por células exócrinas, os ácinos pancreáticos. As ilhotas contém 4 tipos de células produtoras de diferentes hormônios. Hormônios pancreáticos e suas ações: Insulina produzido pelas células beta, diminui o nível de glicose no sangue (glicemia), através das seguintes ações: Acelera o transporte de glicose do sangue para a célula, principlamente nas células musculares esqueléticas e tecido adiposo Acelera a conversão de glicose em glicogênio e a síntese de ácidos graxos Acelera o transporte de aminoácidos para o interior da célula, acelerando a síntese de proteínas Diminui a glicogenólise (quebra do glicogênio em glicose) no fígado Diminui a gliconeogênese (síntese de glicose a partir de aminoácidos e ácido lático) Glucagon produzido pelas células alfa, tem efeito oposto ao da insulina através das seguintes ações: Acelera a conversão de glicogênio em glicose no fígado Promove a gliconeogênese Estimula a liberação de glicose para o sangue pelo fígado Somatostatina produzido pelas células delta, inibe a secreção de insulina e glucagon, por uma ação parácrina Polipeptídeo pancreático produzido pelas células F, regula a liberação de enzimas digestivas pelo pâncreas. Regulação da secreção de insulina e glucagon È por um mecanismo de retroalimentação negativa, determinada pelo nível de glicose no sangue. A glicemia tem que ser mantida em certos níveis no sangue. O aumento da glicemia e da concentração de aminoácidos no sangue estimula a liberação de insulina. A diminuição da glicemia estimula a liberação de glucagon. Pineal Localiza-se próxima ao tálamo, no cérebro. Produz a melatonina. Ações Fisiológicas da Melatonina Transmite a informação fotoperiódica para todo o organismo, participando do controle dos mais variados processos fisiológicos, metabólicos e comportamentais: - termorregulação - ciclo sono-vigília, torpor e hibernação - regulação do sistema cardiovascular, principalmente da pressão arterial - regulação da secreção de hormônios como o TRH, CRH, GnRH - regulação dos processos reprodutivos: ciclo menstrual humano, reprodução sazonal em animais - temporização do feto, gestação e parto - crescimento e envelhecimento - regulação do metabolismo de carboidratos - clareamento da pele em anfíbios Timo Localizado posteriormente ao osso esterno, entre os pulmões. Possui funções imunológicas (estimulação da produção de anticorpos) e endócrinas. Produz os hormônios timosina, o fator humoral tímico (FHT), o fator tímico (FT) e a timopoietina. Eles promovem o desenvolvimento das células T. Ovários São as gônadas femininas, um par de estruturas ovais localizadas na cavidade pélvica. O ovário apresenta 3 zonas: o córtex, mais externa e maior, revestido por epitélio germinal, contém os oócitos (cada um incluso em um folículo ovariano); a medula, zona média e o hilo, mais interna, por onde passam os vasos sanguíneos e linfáticos. O folículo ovariano individual é a unidade funcional dos ovários, formado por uma célula germinativa, cercada por células endócrinas das camadas granulosa e tecais. Os ovários, o útero e as trompas de Falópio compõem o trato reprodutivo feminino. Os ovários têm duas funções: oogênese e secreção dos hormônios sexuais femininos, progesterona e estrogênio. Será discutida a sua função endócrina. Hormônios ovarianos Progesterona e estrogênio (17β-estradiol): produzidos a partir do colesterol nas células da granulosa e tecais, células endócrinas do folículo ovariano em crescimento. Inibina: produzida pelas células do folículo em crescimento Relaxina: produzida pelo corpo lúteo e pela placenta durante a gravidez Ações dos hormônios ovarianos sobre os tecidos-alvo Estrogênio Maturação e manutenção do útero, trompas de Falópio, cérvix e vagina Na puberdade, é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias no sexo feminino Desenvolvimento mamário Proliferação e desenvolvimento das células da granulosa Efeitos de retroalimentação negativ e poditiva sobre a secreção de FSH e de LF, conforme a fase do ciclo menstrual Manutenção da gravidez Abaixa o limiar uterina para os estímulos para a contração Estimula a secreção de prolactina Bloqueia a ação da prolactina sobre as mamas Progesterona Manutenção da atividade secretória do útero, durante a fase lútea Desenvolvimento das mamas Retroalimentação negativa sobre a secreção de FSH e LH Manutenção da gravidez Aumenta o limiar uterino para os estímulos contráteis, durante a gravidez Inibina Inibe a secreção de FSH e de LH em menor grau Relaxina Facilita o parto, relaxando a sínfise púbica e auxiliando na dilatação do colo uterino Ciclo menstrual É uma série de mudanças no endométrio (camada de tecido que reveste internamente o útero) de uma mulher não-grávida. Apresenta a fase menstrual, a fase pré-ovulatória (fase folicular ou proliferativa), a ovulação e a fase pós-ovulatória (fase lútea ou secretória. Esse ciclo se repete em intervalos de aproximadamente 28 dias durante o período reprodutivo da mulher: da puberdade à menopausa. Ciclo ovariano É uma série mensal de eventos associados à maturação de um ovário. Os ciclos ovarianos e menstrual são regulados pelo hormônio liberador hipotalâmico GnRh, que estimula a liberação de FSH e LH pela adeno-hipófise. Eventos do ciclo menstrual Por convensão o dia 1 marca o início da menstruação Fase folicular (dia 1 ao 14): No ovário um folículo primordial se desenvolve até um Folículo de Graff (maduro), enquanto os folículos vizinhos tornam-se atrésicos (degeneram). O folículo maduro passa a ser chamado de dominante. Os receptores para FSH e LH nas células das teças e granulosa foliculares são estimulados por essas gonadotropinas a produzirem estrogênio. Os altos níveis de estrogênio promovem a proliferação do endométrio uterino e inibem a secreção de FSH e LH pela adeno-hipófise, por meio de retroalimentação negativa Ovulação(dia 15): independente da duração do ciclo a ovulação ocorre 14 dias antes do término do ciclo. Ocorre após o aumento de estrogênio que exerce um efeito de retroalimentação positiva sobre a adeno-hipófise, causando um surto de FSH e principalmente de LH, promovendo a liberação do ovócito maduro. O muco cervical aumenta, torna-se mais aquoso e mais penetrável aos espermatozóides. Os níveis de estradiol, de LH e FSH diminuem logo após a ovulação. Fase lútea (dia 15 ao 28): No ovário,o corpo lúteo ou amarelo (contém os restos de um folículo maduro ovulado) se desenvolve e começa a secretar estrogênio e progesterona. Os altos níveis de progesterona estimulam a atividade secretora do endométrio e aumentam sua vascularização. A temperatura corporal aumenta nessa fase porque a progesterona eleva o ponto fixo hipotalâmico para temperatura. O muco cervical diminui e torna-se mais espesso. Ao final da fase lútea o corpo lúteo regride, se não houver fecundação, formando o corpo albicante. A fonte de secreção de estrogênio e progesterona é perdida. Menstruação (dia 1 ao 5): A diminuição de estrogênio e, principalemente de progsterona é perdida, fazendo com que o revestimento endometrial e sangue seja descamado. Regulação dos hormônios ovarianos As fases foliculares e lútea são caracterizadas por um controle hormonal por retroalimentação negativa, onde os níveis circulantes de estrogênio e progesterona, respectivamente, inibem a secreção de gonadotropinas pela adeno-hipófise. Na ovulação ocorre um mecanismo de retroalimentção positiva, onde os níveis altos de estrogênio circulante estimulam a adeno-hipófise a secretar as gonadotropinas, até a liberação do ovócito. Alguns conceitos importantes: Menarca Adrenarca Puberdade Menopausa Climatério Testículos São um par de glândulas ovais que se desenvolvem na parede abdominal posterior do embrião, e, geralmente, iniciam sua descida ao escroto durante o 1º mês de desenvolvimento fetal. Formado por lóbulos, cada um contendo 1 a 3 túbulos seminíferos, que produzem espermatozóides por um processo chamado de espermatogênese.. Entre os espermatozóides estão as células de Sertoli ou de sustentação, cujas funções são: suporte, proteção e nutrição das células espermatogênicas. Entre os túbulos seminíferos estão grupos de células intersticiais de Leydig, que produzem testosterona. Hormônios dos testículos Testosterona: principal hormônio androgênico, produzido a partir de colesterol e secretado pelas células de Leydig dos testículos. Em alguns tecidos-alvo é convertida em diidrotestosterona (DHT) pela enzima 5α- redutase. 98% da testosterona circulante está ligada a proteínas plasmáticas, como a globulina fixadora de esteróides sexuais e a albumina, servindo como reservatório para o hormônio circulante. Ações dos androgênios sobre os tecidos-alvo Testosterona Diferenciação do epidídimo, canal deferente e vesículas seminais Aumento da massa muscular Surto de crescimento puberal Cessação do suro de crescimento puberal Crescimento do p~enis e das vesículas seminais Abaixamneto do timbre de voz Espermatogênese Retroalimentação negativa sobre a adeno-hipófise Libido Diidrotestosterona Diferenciação do pênis, saco escrotal e próstata Padrão masculino da implantação de pelos Padrão masculino de calvície Atividade das glândulas sebáceas Crescimento da próstata Regulação dos hormônios dos testículos O eixo hipotálamo-hipófise é controlado por um mecanismo de retroalimentação negativa, que tem duas vias: a testosterona atua sobre o hipotálamo e sobre a adeno-hipófise inibindo a secreção de GnRH e LH. A inibina, secretada pelas células de Sertoli, inibe a adeno-hipófise a secretar FSH. O LH estimula as células de Leydig a produzir testosterona. O FSH estimula a espermatogênese e o funcionamento das células de Sertoli Questionário para estudo – Sistema endócrino 1. Quais os componentes do sistema endócrino? 2. Quais as funções do sistema endócrino? 3. O que é hormônio? Onde é produzido? Onde é liberado? 4. Quimicamente, como podem ser classificados os hormônios? 5. Qual o mecanismo de ação dos hormônios esteróides e dos hormônios protéicos ou peptídicos? 6. Como o hormônio reconhece seu tecido alvo ou como o tecido alvo reconhece o hormônio? 7. Quais os hormônios secretados pelo (a) seguintes glândulas e quais os efeitos de cada um no tecido- alvo? a) hipotálamo b) adeno-hipófise (hipófise anterior) c) neuro-hipófise (hipófise posterior) d) tireóide e) córtex adrenal f) medula adrenal g) gônadas masculinas (testículos) h) gônadas femininas (ovário) i) pâncreas j) paratireóide k) pineal l) órgãos que contêm células endócrinas: trato gastrintestinal; placenta; rim; pele; coração 8. O hipotálamo produz hormônio inibidor da liberação de prolactina (pela adeno-hipófise) e hormônios liberadores de hormônios da adeno-hipófise. O que aconteceria com a liberação dos hormônios da adeno-hipófise se o eixo hipotálamo-hipófise fosse bloqueado? 9. Quais as etapas e as características de cada etapa do ciclo menstrual? 10. O que é menarca, adrenarca, menopausa e climatério? 11. A partir de que precursor (substância química) são produzidos os hormônios do córtex adrenal e das gônadas masculinas e femininas? 12. Explique o mecanismo de regulação por feedback, utilizando os hormônios da tireóide ou do córtex adrenal. 13. Existe controle por feedback positivo? Explique-o. Bibliografia COSTANZO, L. S. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2.ed. TORTORA, G. J. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artes Médicas, 4. ed. 2000. AIRES, Margarida de M.Fisiologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. GUYTON, A. C. e Hall. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
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