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Conforto Aplicado à Engenharia Civil - EAD

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CONFORTO APLICADO À 
ENGENHARIA CIVIL
PROF. ME. BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline 
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Fernando Sachetti Bomfim
Marta Yumi Ando
Simone Barbosa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Cristiane Alves
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................5
1. VARIÁVEIS HUMANAS PARA O CONFORTO TÉRMICO.......................................................................................6
1.1 O ORGANISMO HUMANO E O METABOLISMO ..................................................................................................6
1.2 TERMORREGULAÇÃO ..........................................................................................................................................7
2. VARIÁVEIS AMBIENTAIS PARA O CONFORTO TÉRMICO ..................................................................................9
3. O PAPEL DA VESTIMENTA ...................................................................................................................................10
4. ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO .....................................................................................................................12
4.1 O VOTO MÉDIO PREDITO (PMV E PPD) ...........................................................................................................12
5. PROGRAMAS DE ANÁLISE E SIMULAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO ............................................................13
6. PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS ...................................................................16
6.1 TROCAS TÉRMICAS ÚMIDAS E SECAS .............................................................................................................16
CONFORTO TÉRMICO E O COMPORTAMENTO 
TÉRMICO DAS EDIFICAÇÕES
PROF. ME. BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CONFORTO APLICADO À ENGENHARIA CIVIL
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6.2 FECHAMENTOS OPACOS E TRANSPARENTES ................................................................................................ 17
7. ABSORTIVIDADE, REFLETIVIDADE, TRANSMISSIVIDADE E EMISSIVIDADE .................................................19
8. CONDUTIVIDADE TÉRMICA ................................................................................................................................ 20
9. RESISTÊNCIA TÉRMICA .......................................................................................................................................21
9.1 RESISTÊNCIA TÉRMICA SUPERFICIAL ............................................................................................................21
9.2 RESISTÊNCIA TÉRMICA DE CÂMARAS DE AR ................................................................................................23
9.3 TRANSMITÂNCIA TÉRMICA ..............................................................................................................................23
9.4 DENSIDADE DE FLUXO DE CALOR ....................................................................................................................24
9.5 TEMPERATURA SOL-AR .....................................................................................................................................24
9.6 FLUXO DE CALOR ............................................................................................................................................... 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 26
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, serão abordados os conceitos, defi nições e aplicações 
que estruturam o tema do conforto térmico. Segundo a American Society of Heating Refrigeration 
and Air Conditioning Engineers (ASHRAE), podemos defi nir conforto térmico como a satisfação 
do estado da mente do homem em relação ao ambiente térmico que o circunda.
Estamos em estado de conforto térmico quando não há necessidade de esforço para nos 
aquecer ou nos resfriar. A insatisfação do homem com o ambiente térmico pode ser ocasionada 
pela sensação de calor ou frio, ou seja, quando nosso corpo está em desequilíbrio entre o calor 
produzido pelo corpo e o calor perdido para o ambiente.
A chamada neutralidade térmica é uma condição fundamental e necessária para se atingir 
o conforto térmico, porém, por si só, não é sufi ciente. Por defi nição, a neutralidade térmica tem 
como base o conceito de que todo o calor gerado pelo nosso organismo é trocado, na mesma 
intensidade e proporção, com o ambiente ao nosso redor, sem acréscimo ou perda de calor 
excessivo.
Para atingirmos o conforto térmico, apenas a temperatura do ar não é sufi ciente. A 
umidade relativa do ar, ventilação, metabolismo e idade são todos fatores que podem infl uenciar 
para atingirmos esse estado. 
De acordo com Frota e Schiff er (2003) e Lamberts et al. (2014), os principais fatores que 
justifi cam a importância do estudo do conforto térmico são:
• A satisfação – estado físico e mental em que estamos termicamente confortáveis.
• A performance – as atividades físicas, intelectuais e visuais, quando exercidas em 
um conforto térmico condizente com o metabolismo do usuário, apresentam maior 
rendimento.
• A conservação de energia – quando o ambiente possui condições e parâmetros relativos ao 
conforto térmico em harmonia com o metabolismo e com a atividade exercida pelos seus 
ocupantes, podem-se evitar gastos desnecessários com o aquecimento ou refrigeração.
Com o objetivo de compreendermos os princípios do conforto térmico, podemos dividir 
suas variáveis em três tipos: variáveis humanas, variáveis ambientais e a vestimenta.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. VARIÁVEIS HUMANAS PARA O CONFORTO TÉRMICO
Devido ao fato de nós, seres humanos, sermos objeto de estudo fundamental desta 
unidade, veremos a seguir algumas exigências e conceitos que nos defi nem quanto ao conforto 
térmico.
1.1 O Organismo Humano e o Metabolismo
O homem é um animal homeotérmico. Frota e Schiff er (2003) explicamque possuímos 
um organismo no qual a temperatura interna pode ser considerada constante. A média da nossa 
temperatura interna é 37º C uma vez que apresentamos pequenas variações de temperatura, 
normalmente entre 36,1º C e 37,2º C, sendo que o limite para o aquecimento interno é de 42º 
C e o limite inferior para a sobrevivência é de apenas 32º C. Isso signifi ca que apenas 5º C de 
aquecimento ou resfriamento faz a diferença entre o estado de saúde e o de enfermidade, valores 
considerados como limites extremamente baixos de variação.
Nosso organismo assemelha-se a uma máquina térmica, em que nossa energia é obtida 
por meio de fenômenos térmicos e reações químicas, sendo a mais importante delas a combinação 
do carbono (advindo da introdução de alimentos no organismo) com o oxigênio extraído do ar 
pela respiração.
A produção de energia interna em nosso organismo, gerada a partir da combustão dos 
elementos orgânicos, é denominada metabolismo. Contudo, de todo o potencial de energia 
gerado pelo nosso metabolismo, apenas cerca de 20% são utilizados como potencial de trabalho. 
Os 80% restantes são transformados em calor e devem ser esvaecidos do nosso organismo para 
que ele não superaqueça, permanecendo em equilíbrio. Sendo assim, ao analisarmos a “máquina 
humana” com base na termodinâmica, constatamos que ela possui um rendimento extremamente 
baixo.
Nesse contexto, o calor produzido e dissipado pelo nosso organismo está diretamente 
vinculado ao tipo de atividade desenvolvida pelo indivíduo. Quando estamos em repouso 
absoluto, o chamado metabolismo basal, nosso metabolismo gera cerca de 75 W de calor, que 
devem ser dissipados para o ambiente (FROTA; SCHIFFER, 2003).
A Tabela 1 apresenta, de acordo com a norma internacional ISO 7730:2005 (ABNT, 
2005a), valores de energia produzida por unidade de pessoa em repouso. Para isso, utiliza-se a 
unidade de medida MET, que equivale a 58 W/m².
Tabela 1 - Energia gerada por unidade de área de uma pessoa de acordo com a atividade exercida (1 MET = 58 W/
m²). Fonte: ABNT (2005a).
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1.2 Termorregulação 
De acordo com Frota e Schiff er (2003) e Lamberts et al. (2014), o mecanismo interno do 
nosso organismo, responsável pela manutenção da temperatura interna constante, recebe o nome 
de mecanismo de termorregulação ou aparelho termorregulador. É por meio dele que impedimos 
que as condições termohigrométricas do ambiente infl uenciem em perdas ou ganhos de calor em 
nosso organismo.
Apesar de os mecanismos de termorregulação presentes em nosso organismo serem 
ativados de maneira involuntária, eles geram, por consequência, uma perda de potencialidade de 
trabalho devido ao esforço extra, necessário para o seu funcionamento. Podemos constatar que 
estamos em um estado de conforto térmico quando nosso organismo perde calor para o ambiente 
de maneira natural, sem a necessidade de ativação de nenhum mecanismo de termorregulação. 
Quando sentimos frio, nossos mecanismos termorreguladores são ativados de maneira 
a evitar a perda de calor do corpo de forma demasiada. Além de manter a temperatura interna 
constante, o organismo reage de forma a aumentar a produção interna de calor. Para reduzir as 
perdas de calor para o ambiente, o primeiro mecanismo a ser ativado é a vasoconstrição periférica 
(Figura 1), que contrai os vasos capilares próximos à pele, o que faz com que os vasos próximos 
aos órgãos dilatem. Evitam-se, assim, as perdas de calor por meio da radiação e convecção uma 
vez que a pele se resfria e aproxima sua temperatura à do meio.
 
Figura 1 - Vasoconstrição periférica. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Outros dois mecanismos ativados na presença do frio são o arrepio e o tremor dos 
músculos. O arrepio tem como objetivo aumentar a espessura da camada de isolamento de nosso 
corpo por meio do eriçamento dos pelos, deixando a pele mais rugosa e evitando a perda de 
calor por convecção. Caso o frio seja mais intenso, é necessário que o aumento da nossa taxa 
metabólica seja ativado, causando de maneira involuntária o tremor muscular. Por intermédio do 
tremor, atividade física involuntária, produz-se de maneira mais efi caz o calor interno em nosso 
organismo (Figura 2).
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Figura 2 - Tremor e arrepio. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Quando estamos expostos a uma situação em que o calor seja demasiado, isto é, quando 
as perdas de calor para o ambiente são inferiores às necessárias para a manutenção de nossa 
temperatura interna, nosso organismo propicia mecanismos de trocas térmicas mais intensas, 
com o objetivo de resfriar nosso sistema.
Nesse caso, o primeiro mecanismo termorregulador a ser ativado é a vasodilatação 
periférica, que, a partir da dilatação dos vasos sanguíneos, diminui o atrito e aumenta o 
relaxamento dos músculos lisos, o que contribui para o aumento das perdas de calor para o meio 
por meio da convecção e radiação, aumentando a temperatura da pele (Figura 3).
Figura 3 - Vasodilatação periférica. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Caso somente a vasodilatação periférica não seja sufi ciente, ativa-se o segundo mecanismo 
que auxiliará no incremento das perdas de calor de nosso organismo para o meio: o suor (Figura 
4). Quando a temperatura da pele aumenta ou quando há muita umidade no ar, o suor presente 
em nossos poros não consegue evaporar totalmente, o que faz com que ele transite do interior dos 
poros para a superfície da pele (LAMBERTS et al., 2014).
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Figura 4 – Suor. Fonte: Lamberts et al. (2014).
2. VARIÁVEIS AMBIENTAIS PARA O CONFORTO TÉRMICO
Além da percepção do usuário, o conforto térmico pode ser infl uenciado pelas seguintes 
variáveis climáticas: temperatura do ar (TAR = ºC), temperatura média radiante (TRM = ºC), 
umidade relativa do ar (UR - %) e velocidade do ar (V = m/s) conforme ilustra a Figura 5.
Figura 5 - Variáveis climáticas. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Como controlamos a temperatura do nosso corpo? 
A temperatura corporal de nosso organismo tende a não ser alterada 
independentemente do clima em que se situa, isto é, relacionada ao nosso 
aparelho termorregulador.
Entretanto, é essencial compreender alguns princípios acerca 
desse tema. No texto disponível em <https://www.infoescola.com/
fi siologia/temperatura-corporal/>, são expostos, de uma maneira 
clara e objetiva, os conceitos e princípios que envolvem o tema.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A diferença de temperatura entre a pele e o ar gera a perda de calor no corpo, princípio 
básico em que se baseia a sensação de conforto. O ar mais frio, ao entrar em contato com a nossa 
pele, “rouba” o calor produzido pelo nosso organismo. Ao se aquecer, o ar torna-se mais leve e 
sobe enquanto o ar frio desce. Esse princípio de movimentação das massas de ar proporciona a 
sensação de resfriamento do ambiente, chamada de convecção natural.
A temperatura média radiante, por sua vez, tem como base a temperatura média da 
superfície dos elementos que compõem um determinado espaço. Essa temperatura realiza trocas 
térmicas por radiação (Figura 6).
Figura 6 – Trocas térmicas entre corpos. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Outro fator importante de infl uência para o conforto térmico, além das temperaturas, é a 
umidade relativa do ar, isto é, a quantidade de vapor de água presente no ar em relação à máxima 
que pode conter em uma situação de determinada temperatura e pressão.
Quanto maior for a quantidade de umidade relativa do ar, mais saturado de vapor de 
água esse ar estará. Com isso, aumenta-se a difi culdade de perdas por convecção e radiação, 
diminuindo-se a efi ciência da evaporaçãopara o resfriamento.
A velocidade do ar funciona como um parâmetro modifi cador das trocas térmicas por 
evaporação e convecção. Quanto maior for a velocidade do ar, mais efi ciente será a retirada de 
ar quente e água em contato com um corpo, reduzindo, assim, a sensação de calor. Um exemplo 
prático é quando aplicamos álcool sobre a pele: a velocidade de evaporação do álcool, por ser 
elevada, aumenta a sensação de resfriamento do corpo. Sendo assim, quanto mais rápida for a 
evaporação, maior será a sensação de perda de calor. 
Além das variáveis apresentadas, outros fatores acabam infl uenciando na sensação 
térmica dos seres humanos, tais como: idade, raça, hábitos alimentares, altura e sexo.
3. O PAPEL DA VESTIMENTA
Além de conhecermos as variáveis humanas e ambientais que podem infl uenciar a 
sensação de conforto térmico, devemos lembrar que os seres humanos possuem o hábito de 
utilizar uma resistência térmica de grande importância na sensação do conforto térmico: as 
roupas.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A resistência térmica da roupa, de acordo com Frota e Schiff er (2003) e Lamberts et 
al. (2014), é determinada pela unidade de medida clo, do inglês clothing (1 clo = resistência 
térmica de 0,155 m² C/W). Nosso corpo pode realizar trocas térmicas com a roupa por meio de 
condução, convecção e radiação, que, por sua vez, realiza trocas com o ar por convecção. Quando 
em contato com outras superfícies, a roupa troca calor por radiação.
Dessa maneira, a vestimenta funciona como uma barreira para as trocas de calor por 
convecção. Sua efi ciência acontece devido a uma camada de ar parado, por mínima que seja, 
entre nossa pele e o material da roupa. Esse fator gera difi culdade para as trocas por convecção e 
radiação. Quanto maior for a camada de ar que isola o corpo da barreira térmica, melhor será sua 
capacidade de isolar a temperatura interna.
Em climas secos, por exemplo, além de protegerem contra a radiação direta do Sol, as 
roupas difi cultam a perda de umidade do corpo para o meio (Figura 7). O suor produzido pelo 
corpo, nessa situação, evapora e fi ca preso entre a roupa e a pele, o que diminui as perdas de 
líquido do organismo por evaporação e acaba criando um microclima mais agradável. Quanto 
maior for a resistência térmica da vestimenta, menores serão suas trocas de calor com o meio que 
a circunda. Em climas frios, a camada de ar presente entre a pele e a vestimenta mantém o ar mais 
aquecido junto ao corpo. 
Figura 7 – Vestimenta adequada a climas quentes e secos. Fonte: Madzwamuse (2008).
A vestimenta deve ser adequada em função do clima, temperatura média do ambiente, 
atividade que será praticada, calor do organismo e, em alguns casos, da umidade do ar em que é 
utilizada.
A Tabela 2 mostra valores dos índices de resistência térmica de determinados tipos de 
vestimentas, obtidos da norma internacional ISO 7730 (ABNT, 2005a).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Tabela 2 – Valores de Iclo para algumas vestimentas. Fonte: Lamberts et al. (2014).
4. ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO
Por se tratar de um conceito tido como subjetivo (devido ao fato de possuir diversos 
fatores e variáveis de infl uência ao homem e ao ambiente em que se encontra), inúmeros métodos 
e pesquisadores buscaram desenvolver uma maneira simplifi cada e clara para a constatação do 
conforto ou desconforto térmico de acordo com uma determinada situação. A seguir, serão 
apresentados os mais atuais índices e métodos de análise do conforto térmico. 
4.1 O Voto Médio Predito (Pmv e Ppd) 
Em 1972, no livro � ermal comfort: analysis and applications in environmenal engineering, 
de autoria do professor Povl Ole Fanger, apresentava-se a derivação de uma equação experimental 
geral de conforto, utilizada para calcular a combinação das variáveis ambientais – temperatura 
radiante média, velocidade do ar, umidade relativa do ar, temperatura do ar, atividade física e 
vestimenta - somadas a fatores humanos – nacionalidades, idades e sexo – e a condições ambientais. 
Dessa equação, originou-se o Voto Médio Predito (em inglês, predicted mean vote – PMV). Esse 
método é elaborado a partir de um valor numérico que consiste na sensibilidade humana à 
variação de temperatura, calor ou frio. Considera-se o PMV de valor zero como o estado de 
conforto térmico. Para estados de desconforto por calor, o valor é positivo e, para o frio, obtém-
se um valor negativo (Figura 8). Posteriormente, os valores obtidos no PMV são relacionados 
ao conceito de porcentagem de pessoas insatisfeitas (Predicted Percentage of Dissatis� ed – PPD). 
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 8 - Relação entre valores PMV e PPD. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Esse método de medição para constatação do desconforto térmico é adotado pela norma 
internacional ISO 7730:2005 (ABNT, 2005a). Recomenda-se que os valores do PPD, em espaço 
onde haja ocupação humana, sejam menores que 10%, correspondendo a uma faixa moderada 
de valores de PMV entre -0,5 e +0,5.
Com vistas a facilitar os cálculos das equações desenvolvidas por Fanger, adotaremos o 
soft ware Analysis-CST como método de cálculo para valores PMV e PPD.
Para tanto, como base de cálculo, é aceitável um ambiente que esteja dentro das seguintes 
faixas de PMV:
-0,5 < PMV > +0,5
De acordo com a norma ISO 7730 (ABNT, 2005a), os limites do conforto térmico, de 
maneira que atenda às necessidades solicitadas, devem levar em consideração a vestimenta e a 
atividade desenvolvida.
5. PROGRAMAS DE ANÁLISE E SIMULAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO 
Por meio do soft ware Analysis-CST, desenvolvido pela Universidade Federal de Santa 
Catarina (UFSC), no Laboratório de Efi ciência Energética em Edifi cações (LabEEE, Figura 9), é 
possível conhecer e aplicar os conceitos de PMV e PPD de acordo com a norma ISO 7730:2005 
(ABNT, 2005a) a partir da relação das variáveis ambientais de temperatura, umidade relativa do 
ar, temperatura radiante média, vestimenta e metabolismo. Dessa maneira, é possível constatar 
a condição de conforto térmico submetida ao usuário em um ambiente interno de acordo com 
as variáveis aplicadas pelo soft ware. Por fi m, o programa torna-se um forte aliado nos processos 
de análises iniciais para diretrizes de projetos uma vez que, por meio dele, é possível predizer o 
comportamento prévio de como o ser humano reagirá às alterações térmicas em um ambiente 
(LAMBERTS et al., 2014).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 9 - Relação entre valores PMV e PPD. Fonte: Lamberts et al. (2014).
O segundo soft ware apresentado para base de análises de conforto térmico é o programa 
desenvolvido pela Macquarie Univeristy: Dear 2007 (Figura 10). O programa é gratuito e está 
disponível para download através do link http://atmos.es.mq.edu.au/~rdedear/pmv/. Sua 
principal função é calcular os índices de PMV e PPD conforme os dados das seguintes variáveis: 
temperatura do ambiente, temperatura radiante, pressão do ar, pressão do vapor de água, umidade 
relativa, velocidade do ar e características físicas do usuário.
Figura 10 – Dear 2007: soft ware para cálculo de PMV e PPD. Fonte: Lamberts et al. (2014).
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Similar ao soft ware anterior, o programa Comfort Calculator, desenvolvido pelo Square 
One Group e disponibilizado de maneira gratuita no endereço http://squ1.com (Figura 11), em 
uma linguagem prática e dinâmica fornece ao pesquisador os índices de PMV e PPD conforme 
os valores das variáveis adotadas.
Figura 11 – Comfort calculator. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Por fi m, temos o soft ware PMV Tools (Figura12), desenvolvido também pelo Square One 
Group, que fornece ao pesquisador os valores para os índices de PMV e PPD. Entretanto, nesse 
programa é possível visualizar os dados de infl uência de cada variável fornecida em um gráfi co. A 
vantagem do PMV Tools em relação aos outros soft wares é que ele possui características de dados 
parametrizados, isto é, ao determinar uma variável, é possível visualizar os demais parâmetros 
e buscar valores de maneira com que seja possível atingir um índice de PMV próximo de zero, 
propiciando o estado de conforto térmico (LAMBERTS et al., 2014). 
Figura 12 – Soft ware PMV Tools. Fonte: Lamberts et al. (2014).
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6. PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
Cada material e elemento construtivo se comportam termicamente de maneira diferente 
de acordo com suas propriedades térmicas. Para que seja possível analisarmos e compararmos um 
determinado material, utilizaremos tabelas e equações obtidas na norma pertinente ao assunto, 
a NBR 15220-3:2005 – Desempenho Térmico em Edifi cações (ABNT, 2005c). Nessa norma, 
são demonstrados os cálculos de resistência térmica de materiais homogêneos e heterogêneos, 
capacidade térmica, transmitância térmica, fator solar e atraso térmico.
6.1 Trocas Térmicas Úmidas e Secas
O conforto ambiental nas edifi cações é matéria cada vez mais presente e discutida nos 
congressos que estudam o ambiente construído e suas relações com o homem, procurando 
aprimorar a qualidade de vida das pessoas. 
Sabe-se que, quando dois materiais ou corpos possuem diferença de temperatura, aquele 
que possuir a temperatura mais baixa tenderá a absorver a temperatura mais alta até que ambos 
estejam à mesma temperatura. A esse processo, dá-se o nome de trocas térmicas. As trocas 
térmicas entre materiais ou corpos acontecem devido a dois fatores físicos: 
• Existência de temperaturas diferentes entre dois corpos.
• Mudança de estado de agregação do material.
Para entendermos melhor cada processo que possa envolver essa ação, iremos dividir as 
trocas térmicas em dois tipos: trocas térmicas secas e trocas térmicas úmidas.
As trocas térmicas úmidas envolvem mudanças de estado de agregação, dentre elas: 
evaporação e condensação. A evaporação pode ser defi nida pela troca térmica que envolve 
mudança de fase, do estado líquido para o estado gasoso. Durante a evaporação do líquido, é 
“roubado” calor do corpo. Exemplo é o suor do corpo, que se transforma em vapor d’água. Por 
sua vez, a condensação é a troca térmica decorrente da mudança do estado gasoso do vapor 
d’água contido no ar para o estado líquido (é o chamado “ponto de orvalho”). 
Ao abordarmos o conceito de conforto térmico nos ambientes 
de trabalhos, o bem-estar experimentado por um usuário é 
resultado de uma somatória de fatores de infl uência, que, 
quando combinados corretamente, produzem satisfação 
térmica ao usuário. 
Nesta apostila, serão apresentados e concentrados os 
estudos que promovem a sensação de conforto térmico em 
ambiente interno. Abordaremos os principais conceitos e 
defi nições em busca do equilíbrio das trocas de calor geradas 
no espaço.
Fonte: Slide Share (2016).
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Exemplo é a umidade excessiva no ar, que se precipita em forma de gotas de chuva.
As trocas secas envolvem materiais ou elementos que possuem diferença de temperaturas. 
As propriedades físicas que possibilitam esse tipo de troca térmica são a radiação, a condução e 
a convecção. 
A radiação pode ser defi nida como um mecanismo de troca térmica entre dois corpos 
que guardam entre si uma distância qualquer, o que se dá por meio de sua capacidade de emitir 
ou absorver energia térmica. 
Na condução, a radiação solar que entra pelas aberturas é absorvida em parte pelas 
superfícies do chão e das paredes, convertendo-se em energia térmica. Dessa forma, a radiação 
incidente sempre terá uma parcela refl etida e outra absorvida de acordo com o tipo de material e 
elemento (EQ7). Sendo: α = absortividade e ρ = refl etividade, teremos a seguinte equação:
EQ7 – Absorção e refl etividade
α + ρ = 1
A condução térmica pode ser defi nida como a troca de calor entre dois corpos sólidos 
que se tocam ou mesmo entre partes de um corpo que estão a temperaturas diferentes. Exemplo: 
o calor que fl ui através de uma parede, com superfícies de temperaturas diferentes. A velocidade 
da troca de calor por condução dependerá:
• Da diferença de temperatura entre as superfícies que trocam calor.
• Das áreas e da distância entre essas superfícies (espessura do componente).
• Da densidade do material.
• Da condutividade térmica do material através do qual se conduz o calor.
Por fi m, a convecção é a troca de calor entre dois corpos quando o calor é transferido por 
um corpo fl uido (líquido ou gasoso). Exemplo: ar frio (mais denso), que desce do aparelho de 
ar-condicionado e resfria o ar do ambiente (menos denso), gerando movimento de massas de ar.
O sentido do fl uxo de calor sempre ocorrerá a partir da troca térmica entre a superfície 
mais quente para a superfície mais fria.
6.2 Fechamentos Opacos e Transparentes
Uma das principais formas de ganho térmico em um ambiente acontece por meio de uma 
parcela da radiação transmitida para seu interior. Tendo entendido os conceitos de transmissão 
de calor e comportamento térmico dos fechamentos, será possível dimensionar e especifi car 
corretamente os materiais e aberturas em nossos projetos.
Os elementos construtivos podem ser divididos em fechamentos opacos e fechamentos 
transparentes. A seguir, compreenderemos o funcionamento de cada um deles.
Em um sistema de fechamento opaco, segundo Lamberts et al. (2014), a transmissão do 
calor ocorre sempre que houver alteração de temperatura entre as superfícies externa e interna. 
Em uma situação na qual a temperatura do ar externo esteja maior que a interna, o sentido do 
fl uxo do calor penetra por meio do fechamento de maneira que a temperatura da superfície 
interna aumente até que se atinja o equilíbrio térmico entre elas.
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Como forma de prevenir a transferência de calor entre as duas superfícies, materiais como 
a cortiça, isopor, lã de vidro e concreto celular atuam como isolantes térmicos. Tais materiais 
possuem uma baixa densidade, isto é, possuem grandes quantidades de ar em seus poros. O ar, 
por sua vez, possui uma baixa condutividade térmica, que pode ser entendida como a capacidade/
velocidade de se transmitir calor.
Entretanto, outra característica importante que deverá ser considerada nos fechamentos 
opacos é a sua inércia térmica, isto é, a capacidade de um material ou elemento de armazenar 
calor. Quanto maior for sua inércia térmica, maior será o calor retido, que, por consequência, 
poderá ser transmitido para a superfície mais fria (Figura 13).
Figura 13 - Inércia térmica. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Em um sistema de fechamento transparente, podem ocorrer os três tipos básicos de 
trocas térmicas: radiação, condução e convecção.
Os fechamentos transparentes são responsáveis pelas principais trocas térmicas em uma 
edifi cação, as quais são possibilitadas por meio de janelas, claraboias, aberturas ou qualquer outro 
elemento transparente em um projeto.
Nos materiais transparentes, a radiação é o principal fator que contribui para a transmissão 
do calor para o interior da construção uma vez que a transparência é o que permite a incidência 
direta dos raios do Sol. O material absorve parte do calor e, posteriormente, irradia o calor 
armazenado para o interior (Figura 14). 
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Figura 14 - Radiaçãotransmitida, absorvida e refl etida pelo vidro. Fonte: Lamberts et al. (2014).
7. ABSORTIVIDADE, REFLETIVIDADE, TRANSMISSIVIDADE E 
EMISSIVIDADE
De acordo com o material ou elemento construtivo, o desempenho em relação à radiação 
térmica incidente pode ser diferente uma vez que essa radiação poderá ser transmitida, refl etida 
ou, até mesmo, absorvida e posteriormente reemitida para o interior. Conforme vimos, a equação 
da absortividade e refl etividade é uma característica dos materiais opacos. Para os materiais 
transparentes, devem-se acrescentar à equação os valores acerca da transmissividade (τ), o que 
dará origem à equação EQ8.
EQ8 – Absorção e refl etividade para materiais transparentes:
α + ρ + τ = 1
Segundo Lamberts et al. (2014), ao analisarmos a absortividade, percebemos que os 
materiais de construção são seletivos à radiação de onda curta (radiação solar), e a principal 
característica responsável por isso é a cor superfi cial desse material. Um material escuro tende a 
absorver uma maior parcela de radiação incidente se comparado a um material mais claro, e essa 
radiação absorvida, posteriormente, será reemitida. A propriedade térmica que rege a emissão 
da radiação para o ambiente interno é a emissividade (ε). Na Tabela 3, obtida com os dados da 
NBR 15220-3:2005 (ABNT, 2005c), são apresentados os valores de absortividade e emissividade 
de alguns materiais e cores.
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Tabela 3 – Absortividade (α) e emissividade (ε) de algumas matérias e cores. Fonte: ABNT (2005c).
A emissividade de cada material é responsável por determinar a quantidade de energia 
térmica emitida por unidade de tempo. Tal característica ocorre na camada superfi cial do material 
emissor. Ao interpretarmos a Tabela 3, é possível observar, por exemplo, que o tijolo aparente 
possui uma absortividade de 80% da energia incidente sobre ele, refl etindo os 20% restantes. 
Sua emissividade, entretanto, é de 95%, o que compreende um material com grande potencial de 
transmissão de calor por radiação.
8. CONDUTIVIDADE TÉRMICA
A capacidade de um material conduzir com maior ou menor facilidade o calor por 
unidade de tempo é chamada de condutividade térmica (λ) e está relacionada à densidade do 
material em questão. A Tabela 4 apresenta alguns valores de condutividade térmica para alguns 
materiais.
Tabela 4 - Condutividade térmica de alguns materiais. Fonte: ABNT (2005c).
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Observe que, quanto menor for a densidade de um material, menor será sua condutividade 
térmica. Tal característica é responsável por determinar materiais com a função de isolante 
térmico.
9. RESISTÊNCIA TÉRMICA
A resistência térmica (R) pode ser defi nida como a característica de um material em 
resistir à passagem do calor. Essa característica também está relacionada à espessura do material 
uma vez que, quanto maior ela for, melhor será a resistência oferecida à passagem do calor. 
Quanto maior for a condutividade térmica (λ) do material, maior será a quantidade de calor 
transmitida entre a superfície, o que impactaria negativamente em um sistema com função de 
isolante térmico. Em situações nas quais o material for homogêneo, podemos utilizar a equação 
EQ9, que irá determinar a sua resistência térmica.
EQ9 - Resistência térmica - materiais homogêneos
Em que: 
R = Resistência térmica do material (m²K/W)
L = Espessura do material (m)
λ = Condutividade térmica do material (W/mK)
Entretanto, em materiais heterogêneos, aqueles que são compostos por mais de um tipo 
de material, a resistência térmica total é calculada por meio da soma das resistências térmicas 
de cada um dos elementos que os compõem. Essa somatória é representada pela equação EQ10:
EQ10 – Resistência térmica – materiais heterogêneos
Em que:
Rt = Resistência térmica do material (m²K/W)
Lx = Espessura do material “x” (m)
λx = Condutividade térmica do material “x” (W/mK)
9.1 Resistência Térmica Superficial
A resistência térmica superfi cial está relacionada às trocas térmicas por radiação e 
convecção entre a superfície do material em questão e as características térmicas do meio que 
o circunda. Essa resistência poderá ser subdividida em resistência superfi cial externa (Rse) e 
resistência superfi cial interna (Rsi), e a tipologia a ser adotada será de acordo com a limitação do 
material em relação ao meio interno ou externo.
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Como vimos, o sentido do fl uxo sempre será da superfície mais quente para a mais fria; 
dessa forma, supondo que a temperatura do meio exterior seja maior que a do meio interior, a 
superfície externa, por meio da convecção e radiação, irá transmitir calor para o meio interno. 
A Figura 15 apresenta os valores da resistência superfi cial de acordo com o sentido do fl uxo de 
calor.
Figura 15 - Resistência térmica superfi cial. Fonte: ABNT (2005c).
Ao analisarmos a Figura 15, podemos considerar o sentido do fl uxo de calor na direção 
horizontal quando ele for aplicado para paredes e, quando o fl uxo de calor for na direção vertical 
(geralmente em coberturas), seu sentido irá depender do meio com a maior temperatura.
Com o objetivo de ilustrar as equações e fatores apresentados até agora, a Figura 16 
apresenta a resolução de um sistema heterogêneo em que se deseja conhecer a resistência térmica 
total de uma parede de tijolos maciços rebocada.
Figura 16 - Resistência térmica de uma parede de tijolos maciços. Fonte: Lamberts et al. (2014).
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Dessa maneira, a equação da resistência térmica total poderá ser compreendida como a 
EQ11:
EQ11 - Resistência térmica total
Em que:
RT = Resistência térmica total (m²K/W)
Rse = Resistência superfi cial externa
Rsi = Resistência superfi cial interna
Lx = Espessura do material “x” (m)
λx = Condutividade térmica do material “x” (W/mK)
9.2 Resistência Térmica de Câmaras de Ar
Com o objetivo de reduzir as trocas térmicas em um fechamento opaco, devem-se 
empregar materiais de baixa condutividade térmica ou elaborar um sistema de fechamento 
composto por múltiplas camadas, podendo uma delas ser composta somente por ar, material 
esse com um baixo índice de condutividade térmica. A Tabela 5 apresenta a resistência térmica de 
câmaras de ar não ventiladas. Sua leitura deverá ser feita da esquerda para a direita. O primeiro 
passo é descobrir qual a emissividade da superfície da câmara de ar; posteriormente, deverá ser 
estipulada a espessura da câmara de ar existente e, por fi m, descobre-se o sentido do fl uxo de 
calor que transpassa o elemento.
Tabela 5 - Resistência térmica para câmaras de ar não ventiladas. Fonte: ABNT (2005c).
9.3 Transmitância Térmica
A transmitância térmica pode ser compreendida como o inverso da resistência térmica. 
Ela é a variável mais importante para a avaliação do desempenho de um sistema de fechamento. 
É por meio dela que podemos avaliar o comportamento térmico de um fechamento em relação à 
transmissão de calor, observando a quantidade de calor que atravessa o fechamento. A equação 
EQ12 defi ne a transmitância térmica.
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EQ12 - Transmitância térmica
Em que:
U = Transmitância térmica
Rt = Resistência térmica total (m²K/W)
9.4 Densidade de Fluxo de Calor
Um dos principais objetivos ao se determinar um tipo de fechamento é prevenir as perdas 
de calor em demasia no inverno e também evitar os ganhos excessivos de calor no verão. No 
inverno, quando a temperatura interna é maior que a externa, podemos dizer que o fl uxo de calor 
é obtido pela equação EQ13.
EQ13 –Densidade do fl uxo de calor
q = U x Δt
Em que: 
q = densidade de fl uxo de calor (W/m²)
U = transmitância térmica (W/m²K) 
Δt = diferença de temperaturas interna e externa (K)
9.5 Temperatura Sol-Ar
Em um momento em que haja incidência solar direta no fechamento, pode haver o 
crescimento da temperatura da superfície externa. Nesse caso, para compensar tal acréscimo, 
acrescenta-se à equação de fl uxo de calor a temperatura sol-ar (τ sol-ar), que está relacionada à 
quantidade de radiação solar que a superfície recebe de acordo com sua cor conforme demostra 
a equação EQ14.
EQ14 – Densidade do fl uxo de calor
Em que: 
α = absortividade da superfície externa do fechamento
I = radiação solar (W/m²) 
Rse = Resistência superfi cial externa (m²K/W)
A radiação solar é função da orientação do fechamento, da latitude do local, do dia do 
ano e da hora do dia. Ela é obtida a partir do ano climático de referência (TRY), disponível no 
site do INMET.
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9.6 Fluxo de Calor
Por fi m, após obtida a densidade do fl uxo de calor (q) de um material ou fechamento, 
podemos calcular a quantidade e intensidade do fl uxo de calor (Q) que penetra o ambiente 
interno, em watts, de acordo com a área desse mesmo material ou fechamento. Essa relação é 
demonstrada por meio da equação EQ15:
EQ15 – Fluxo de calor
Q = q x A
Em que: 
q = densidade do fl uxo de calor (W/m²)
A = área do fechamento em questão (m²).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecemos, nesta unidade, os conceitos, variáveis, parâmetros e métodos de análise 
para a realização de ensaios que comprovam o estado de conforto térmico para o usuário. Por 
meio de soft wares e instrumentos de análise, pudemos atestar a qualidade de conforto de um 
determinado espaço. A conciliação de instrumentos, soft wares e métodos de análise assegura 
a confi abilidade de constatação de um processo tido como incerto uma vez que ele apresenta 
inúmeras variáveis.
Com base nesta unidade, compreendemos os princípios básicos acerca da questão 
do conforto térmico. A partir das defi nições dos fatores e variáveis, é possível avaliarmos e 
quantifi carmos de maneira qualitativa a sensação do conforto térmico. É fundamental ressaltarmos 
que, para a elaboração correta de uma proposta de projeto, a análise do clima e das solicitações do 
usuário é de extrema importância. 
Com base nas normas e equações pertinentes ao assunto, foi possível compreendermos 
a relação entre as propriedades físicas dos materiais e as diretrizes básicas do conforto térmico. 
Cabe agora a você, graduando(a), o papel de conscientizar o usuário e qualifi car o espaço de 
maneira que ele atenda às necessidades físicas e técnicas de acordo com a função do espaço.
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................28
1. CONCEITOS BÁSICOS DE ILUMINAÇÃO E EXIGÊNCIAS HUMANAS DA VISÃO ..............................................29
1.1 CARACTERÍSTICAS DAS LÂMPADAS .................................................................................................................32
2. A LUZ NATURAL ...................................................................................................................................................34
2.1 FUNDAMENTOS DO PROJETO DE ILUMINAÇÃO .............................................................................................35
2.2 ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO NATURAL ......................................................................................................37
3. ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL.....................................................................................................................................42
3.1 SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO ...............................................................................................................................42
3.2 TIPOS DE LÂMPADAS .........................................................................................................................................43
4. CÁLCULO LUMINOTÉCNICO ............................................................................................................................... 48
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................53
ILUMINAÇÃO NATURAL E ARTIFICIAL
PROF. ME. BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CONFORTO APLICADO À ENGENHARIA CIVIL
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INTRODUÇÃO
Conforto luminotécnico é o resultado em termos de quantidade, qualidade da luz e sua 
distribuição em determinados ambientes. Um ambiente provido de luz natural e/ou artifi cial 
produz estímulos ambientais. Ou seja, dependendo da iluminação, é possível alcançar certos 
resultados em termos de quantidade, qualidade da luz e sua distribuição, contrastes etc.
Para estudar conforto luminotécnico e elaborar projetos adequados, temos de ter em 
mente que, quanto menor for o esforço de adaptação do indivíduo, maior será sua sensação de 
conforto. Para a iluminação, tanto natural quanto artifi cial, a função do ambiente é o primeiro e 
mais importante parâmetro para a defi nição de um projeto. Ela irá determinar o tipo de luz de 
que o ambiente precisa.
O primeiro objetivo da iluminação é a obtenção de boas condições de visão, associadas 
à visibilidade, segurança e orientação dentro de um determinado ambiente. Esse objetivo está 
intimamente associado às atividades laborativas e produtivas que variam conforme o cômodo: 
para escritório, escolas, bibliotecas, bancos, indústrias etc.
O segundo objetivo da iluminação é a utilização da luz como principal instrumento de 
ambientação do espaço. Com a iluminação, temos a criação de efeitos especiais com a própria 
luz ou podemos dar destaque para objetos, superfícies ou para o próprio espaço. Esse objetivo 
está intimamente associado às atividades não laborativas, não produtivas, de lazer, de bem-estar 
e religiosas, o que ocorre em residências, restaurantes, museus e galerias, igrejas etc. 
Para um projeto de construção civil, a iluminação é um aspecto muito importante a ser 
considerado. É relativamente fácil adaptar um edifício para atender às necessidades de conforto 
visual com a iluminação artifi cial. Todavia, as soluções fazem aumentar os gastos com energia 
elétrica, manutenção e, muitas vezes, são mais um adendo ao projeto do que uma solução 
integrada com outras características e conceitos de conforto.
Em suma: é importante considerar e planejar a iluminação artifi cial sim, mas o grande 
diferencial está no bom uso da iluminação natural, nos elementos, tais como a forma do edifício, 
as cores, a orientação, a distribuição espacial e outras características que fi cam com o projeto 
desde o início.
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1. CONCEITOS BÁSICOS DE ILUMINAÇÃO E EXIGÊNCIAS HUMANAS DA 
VISÃO
Para começo de conversa, temos de tratar das exigências básicas da visão humana. Do 
ponto de vista fi siológico, para desenvolvermos determinadas atividades visuais, nosso olho 
necessita de condições específi cas, que dependem muito das atividades que o usuário realiza. Por 
exemplo: 
• Para ler e escrever, é necessária uma certa quantidade de luz no plano de trabalho.
• Para desenhar ou desenvolver atividades visuais de maior precisão visual (atividades mais 
“fi nas” e com maior quantidade de detalhes), necessita-se de mais luz. 
Mas quantidade de luz não é o único requisito necessário.Para essas atividades, a boa 
distribuição de luz no ambiente e a ausência de contrastes excessivos (como a incidência direta 
do Sol no plano de trabalho e refl exos indesejáveis) também são fatores essenciais. 
As grandezas e os conceitos a seguir relacionados são fundamentais para o entendimento 
dos elementos da luminotécnica e foram retirados do manual básico de luminotécnica - indicação 
de leitura já a seguir, que vale muito a pena para você! As defi nições do manual apresentadas aqui 
foram extraídas do dicionário brasileiro de eletricidade e reproduzidas das normas técnicas da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Primeiro, vale a pena vermos algo sobre as grandezas. 
Uma fonte de radiação emite ondas eletromagnéticas com diferentes comprimentos, 
sendo que o olho humano é sensível a somente alguns. Luz é, portanto, a radiação eletromagnética 
capaz de produzir uma sensação visual. A sensibilidade visual para a luz varia de acordo com o 
comprimento de onda da radiação e também com a luminosidade. A curva de sensibilidade do 
olho humano demonstra que radiações de menor comprimento de onda (violeta e azul) geram 
maior intensidade de sensação luminosa quando há pouca luz (por exemplo, crepúsculo, noite 
etc.) enquanto que as radiações de maior comprimento de onda (alaranjado e vermelho) se 
comportam de forma contrária. Esse fenômeno se denomina efeito Purkinje. Fluxo luminoso é a 
radiação total da fonte luminosa entre os limites de comprimento de onda mencionados (380 e 
780 nanômetros – nm). 
Se a fonte luminosa irradiasse a luz uniformemente em todas as direções, o fl uxo luminoso 
se distribuiria na forma de uma esfera. Tal fato, porém, é quase impossível de acontecer, razão 
pela qual é necessário medir o valor dos lúmens - unidade de medida do fl uxo luminoso (lm) - 
emitidos em cada direção.
É interessante a leitura do Manual Luminotécnico Prático para 
aprimorar seus conhecimentos acerca do tema. Acesse-o pelo link 
<https://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Livros/ManualOsram.pdf>.
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Essa direção é representada por vetores, cujo comprimento indica a intensidade 
luminosa. Portanto, é o fl uxo luminoso irradiado na direção de um determinado ponto. Se, num 
plano transversal à lâmpada, todos os vetores que dela se originam tiverem suas extremidades 
ligadas por um traço, obtém-se a Curva de Distribuição Luminosa (CDL). Em outras palavras: é a 
representação da intensidade luminosa em todos os ângulos em que ela é direcionada num plano. 
Para a uniformização dos valores das curvas, geralmente elas são referidas a 1000 lm.
Nesse caso, é necessário multiplicar-se o valor encontrado na CDL pelo fl uxo luminoso 
da lâmpada em questão e dividir o resultado por 1000 lm. A luz que uma lâmpada irradia, 
relacionada à superfície sobre a qual incide, defi ne uma nova grandeza luminotécnica, denominada 
iluminamento ou iluminância.
Como o fl uxo luminoso não é distribuído uniformemente, a iluminância não será a 
mesma em todos os pontos da área em questão. Considera-se, por isso, a Iluminância Média 
(Em). Existem normas que especifi cam o valor mínimo de “Em” para ambientes diferenciados 
pela atividade exercida.
Figura 1 – Intensidade luminosa (1), iluminância (2) e curva de distribuição de intensidades luminosas no plano 
transversal e longitudinal para uma lâmpada fl uorescente isolada (A) ou associada a um refl etor (B) (3). Fonte:
OSRAM (2000).
Intensidade luminosa (cd) expressa em candelas é a intensidade do fl uxo luminoso de 
uma fonte de luz com refl etor ou de uma luminária, projetado em uma determinada direção. 
Uma candela é a intensidade luminosa de uma fonte pontual, que emite um fl uxo luminoso de 
um lúmen em um ângulo sólido de um esferoradiano.
Iluminância (E) expressa em lux (lx) indica o fl uxo luminoso de uma fonte de luz, 
que incide sobre uma superfície situada a uma certa distância dessa fonte. É a relação entre 
intensidade luminosa e o quadrado da distância(l/d²). Na prática, é a quantidade de luz dentro 
de um ambiente e pode ser medida com o auxílio de um luxímetro. Para obter conforto visual, 
considerando a atividade que se realiza, são necessários certos níveis médios de iluminância, os 
quais são reco mendados por normas técnicas (ABNT – NBR 5523).
Curva de distribuição luminosa pode ser compreendida como um gráfi co que expressa a 
intensidade luminosa de um ponto de luz, em um determinado plano, para todas as direções. Ou 
seja, é como a distribuição espacial da intensidade luminosa de uma lâmpada refl etora ou de uma 
luminária é distribuída em uma superfície conforme a Figura 2. 
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Figura 2 – Curva de distribuição de intensidades luminosas no plano transversal de uma lâmpada incandescente. 
Fonte: OSRAM (2000).
É conhecida como curva de distribuição luminosa, apresentada em coordenadas polares 
(cd/1000 lm) para diferentes planos. São essas curvas que indicam se a lâmpada ou luminária tem 
uma distribuição de luz concentrada, difusa, simétrica, assimétrica etc. de luz com refl etor ou de 
uma luminária, projetado em uma determinada direção.
Das grandezas mencionadas, nenhuma é visível, isto é, os raios de luz não são vistos, 
a menos que sejam refl etidos em uma superfície e aí transmitam a sensação de claridade aos 
olhos. Essa sensação de claridade é chamada de luminância (Figura 3). Em outras palavras, é a 
intensidade luminosa que emana de uma superfície pela sua superfície aparente. A equação que 
permite sua determinação é:
Como é difícil medir-se a intensidade luminosa que provém de um corpo não radiante 
(através de refl exão), pode-se recorrer à outra fórmula, a saber:
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Como os objetos refl etem a luz diferentemente uns dos outros, fi ca explicado por que a 
mesma iluminância pode dar origem a luminâncias diferentes. Vale lembrar que o coefi ciente 
de refl exão é a relação entre o fl uxo luminoso refl etido e o fl uxo luminoso incidente em uma 
superfície. Esse coefi ciente é geralmente dado em tabelas, cujos valores são função das cores e 
dos materiais utilizados.
Figura 3 – Iluminância: luz incidente não é visível. Fonte: OSRAM (2000).
1.1 Características das Lâmpadas
As lâmpadas se diferenciam entre si não só pelos diferentes fl uxos luminosos que elas 
irradiam, mas também pelas diferentes potências que consomem. Para poder compará-las, é 
necessário que se saibam quantos lúmens são gerados por Watt absorvido. A essa grandeza, dá-se 
o nome de efi ciência energética (antigo “rendimento luminoso”). Em aspecto visual, admite-se 
que é bastante difícil a avaliação comparativa entre a sensação de tonalidade de cor de diversas 
lâmpadas. Para estipular um parâmetro, foi defi nido o critério temperatura de cor (Kelvin) 
para classifi car a luz. Assim como um corpo metálico que, em seu aquecimento, passa desde o 
vermelho até o branco, quanto mais claro o branco (semelhante à luz diurna ao meio-dia), maior 
é a temperatura de cor (aproximadamente, 6500 K). A luz amarelada, como de uma lâmpada 
incandescente, está em torno de 2700 K. É importante destacar que a cor da luz em nada interfere 
na efi ciência energética da lâmpada, não sendo válida a impressão de que quanto mais clara, mais 
potente é a lâmpada.
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Objetos iluminados podem parecer diferentes a nós mesmo se as fontes de luz tiverem 
idêntica tonalidade. As variações de cor dos objetos iluminados sob fontes de luz diferentes 
podem ser identifi cadas a partir de um outro conceito – reprodução de cores – e de sua escala 
qualitativa Índice de Reprodução de Cores (Ra ou IRC). O mesmometal sólido, quando aquecido 
até irradiar luz, foi utilizado como referência para se estabelecerem níveis de reprodução de cor. 
Defi ne-se que o IRC nesse caso seria um número ideal = 100. Sua função é como dar uma nota 
(de 1 a 100) para o desempenho de outras fontes de luz em relação a esse padrão. Portanto, quanto 
maior a diferença na aparência de cor do objeto iluminado em relação ao padrão (sob a radiação 
do metal sólido), menor é seu IRC. Isso explica o fato de lâmpadas de mesma temperatura de cor 
possuírem diferentes Índices de Reprodução de Cores.
Temperatura de cor (K), ou aparência de cor da luz, é a grandeza que expressa a aparência 
de cor da luz, sendo Kelvin (K) a sua unidade. Quanto mais alta a temperatura de cor, mais 
branca é a cor da luz.
Efi ciência energética (lm/W) é a relação entre o fl uxo luminoso e a potência consumida, 
ou seja, quantos lúmens são gerados para cada Watt de energia consumido. Em regra, quanto 
maior for a quantidade de lúmens produzidos pela menor quantidade de Watts consumidos, mais 
econômica a lâmpada será. Sendo assim, com 1 Watt de consumo: uma lâmpada incandescente
standard clara produz de 10 a 15 lm/W; uma fl uorescente compacta DULUX, de 50 a 80 lm/W; e 
uma vapor de sódio NAV, de 80 a 140 lm/W.
Índice de reprodução de cor (Ra / IRC) é a medida de correspondência entre a cor das 
superfícies e sua aparência sob uma fonte de referência. Para determinar os valores do RA/IRC 
das fontes de luz, são defi nidas oito cores de teste, que predominam no meio ambiente. Elas são 
iluminadas com a fonte de luz de referência (com IRC de 100%) e a fonte de luz a ser testada. 
Quanto menor ou maior for o desvio de rendimento da cor iluminada e testada, melhores ou 
piores serão as propriedades de rendimento de cor da fonte de luz. Uma fonte de luz com Ra 
de 100% faz com que todas as cores sejam apresentadas perfeitamente, como se estives sem sob 
a fonte de luz de referência. Quanto menor for o valor do Ra, pior será o rendimento de cores 
da superfície iluminada. Exemplos: lâmpadas halógenas têm um índice de reprodução de cor 
RA>99, portanto, oferecem as propriedades ideais de rendimento de cor. 
Figura 4 - Espectro luminoso de diferentes fontes de luz. Fonte: Lumicenter Lighting (2020).
O LED possui uma reprodução de cores muito melhor do que lâmpadas fl uorescentes, 
mesmo com um IRC igual. Isso porque ele possui um espectro de cores contínuo com bons índices 
de reprodução, mais parecido com a luz do Sol, e outras vantagens em termos de qualidade de 
luz.
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2. A LUZ NATURAL 
A luz natural está disponível na maior parte das horas do dia. Contudo, não é explorada 
pela maioria dos projetos, geralmente por falta de conteúdo em relação a essas estratégias e 
conceitos necessários ao bom projeto de iluminação e conforto visual (LAMBERTS et al., 2014).
Em um projeto de iluminação, é importante que haja integração com as necessidades 
térmicas e acústicas do edifício visto que a luz natural penetra nos ambientes internos pelas 
aberturas, as quais também permitem a entrada de calor, vento, cheiros, sons e ruídos indesejáveis. 
Os autores citam o exemplo da janela, que, 
[...] além da luz natural, do calor solar (radiação), da ventilação natural e de 
ruídos indesejáveis externos, também faz o contato visual e olfativo do usuário 
com o exterior, tornando-se um elemento essencial no desempenho combinado 
de todos estes aspectos (LAMBERTS et al., 2014, p. 151). 
Assim, a iluminação natural deve ser planejada de acordo com as respostas desejadas 
para cada ambiente.
As fontes de luz natural são o Sol, o céu e as superfícies edifi cadas ou não, que fornecem 
luz direta, luz difusa e luz refl etida ou indireta, respectivamente. É necessário que se conheçam 
os três tipos básicos de céu: claro, parcialmente encoberto e encoberto. Esses três tipos traduzem 
as possíveis variações de luz diurna para se poder avaliar a iluminação natural em um ambiente. 
O céu encoberto ou nublado é usado, na maioria das vezes, para o cálculo de iluminação 
natural, pois representa a pior condição em termos de quantidade de luz. A aplicação mais 
prática do céu encoberto é chamada de Fator de Luz Diurna (FLD), conceito que deu origem 
à Contribuição da Iluminação Natural (CIN) conforme a norma brasileira NBR 15.215-3:2005. 
Figura 5 – Os três principais tipos de céu: claro, parcialmente encoberto e encoberto. Fonte: Lamberts et al. (2014).
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Agora que sabemos os conceitos básicos sobre iluminação, vejamos como aplicar isso em 
nossos projetos.
2.1 Fundamentos do Projeto de Iluminação 
Para o planejamento de um sistema de iluminação, podemos seguir os passos:
• Escolha da lâmpada e da luminária mais adequadas.
• Cálculo da quantidade de luminárias.
• Disposição das luminárias no cômodo.
• Cálculo de viabilidade econômica.
Para desenvolver um projeto, é necessário que se siga uma metodologia, e a OSRAM 
(2000) recomenda as seguintes etapas:
1) Determinação dos objetivos da iluminação e dos efeitos que se pretende alcançar.
2) Levantamento das dimensões físicas do local, layout, materiais utilizados e características 
da rede elétrica do local.
3) Análise dos fatores de infl uência na qualidade da iluminação. 
4) Cálculo da iluminação geral (método das efi ciências). 
5) Adequação dos resultados ao projeto. 
6) Cálculo de controle.
7) Defi nição dos pontos de iluminação.
8) Cálculo de iluminação dirigida.
9) Avaliação do consumo energético.
10) Avaliação de custos.
11) Cálculo de rentabilidade.
Para esse trabalho, é importante conhecermos sobre a tonalidade de cor da luz e a 
reprodução de cores.
Um dos requisitos para o conforto visual é a utilização da iluminação para dar o aspecto 
desejado ao ambiente. Sensações de aconchego ou estímulo podem ser provocadas quando se 
combinam a correta tonalidade de cor da fonte de luz ao nível de iluminância pretendido. Veja 
na Figura 6.
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Figura 6 – Relação de conforto ambiental entre nível de iluminância e tonalidade de cor da lâmpada. Fonte: OSRAM 
(2000).
Estudos subjetivos afi rmam que para Iluminâncias mais elevadas são requeridas 
lâmpadas de Temperatura de Cor mais elevada também. Chegou-se a esta 
conclusão baseando-se na própria natureza, que ao reduzir a luminosidade 
(crepúsculo), reduz também sua Temperatura de Cor. A ilusão de que a 
Tonalidade de Cor mais clara ilumina mais, leva ao equívoco de que com as 
‘lâmpadas frias’ precisa-se de menos luz (OSRAM, 2000, p. 8).
Sobre a reprodução das cores, sabe-se que a cor de um objeto é determinada pela refl exão 
de parte do espectro de luz que incide sobre ele. Isso signifi ca que uma boa reprodução de 
cores está diretamente ligada à qualidade da luz incidente, ou seja, à equilibrada distribuição 
das ondas constituintes do seu espectro. É importante notar que, assim como para iluminância 
média, existem normas que regulamentam o uso de fontes de luz com determinados índices, 
dependendo da atividade a ser desempenhada no local.
Figura 7 - Índice de reprodução de cores e exemplos de aplicação. Fonte: OSRAM (2000).
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2.2 Estratégias de Iluminação Natural
Dentro do projeto de iluminação, vale muito a pena trabalhar com a iluminação natural. 
Por isso, vamos aprender algumas estratégias de iluminação natural: pátios e átrios, prateleiras 
de luz, cores, distribuição e posicionamento de janelas, orientação de iluminação lateral e zenital.
A forma do edifício é o que determina as combinações de janelas e aberturas, além do 
quanto da área de piso terá acesso à luz natural.O comum é que, em edifícios com diversos 
pavimentos, a luz natural ilumine uma distância de 5 metros, e o que estiver além desse limite 
será parcialmente iluminado. Na Figura 8, todas as plantas têm a mesma área construída, mas 
veja como há diferentes possibilidades de iluminação (total, parcial e sem iluminação natural) 
(LAMBERTS et al., 2014).
Figura 8 - Iluminação natural em função da geometria em planta. Fonte: Lamberts et al. (2014).
A quantidade de luz disponível na base do átrio depende de uma série de fatores, como a 
cobertura e sua transparência, as paredes internas e a refl etância e geometria do espaço, ou seja, 
largura e profundidade. O átrio pode ser conceituado como “[...] o espaço luminoso interno 
envolvido lateralmente pelas paredes da edifi cação e coberto com materiais transparentes ou 
translúcidos que admitem luz a ambientes internos da edifi cação ligados ao átrio por componentes 
de passagem” (LAMBERTS et al., 2014, p. 155).
É por meio de maquetes ou simulação que se sa be a quantidade de luz que pode entrar 
num átrio. 
Um átrio muito pequeno para ser um espaço útil chama-se poço de luz, e os autores o 
conceituam como “[...] o espaço luminoso interno que conduz a luz natural para porções internas 
da edifi cação” (LAMBERTS et al., 2014). As superfícies internas de um poço de luz apresentam 
acabamento com cores claras, que permitem uma alta refl etância.
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As prateleiras de luz são outra estratégia apresentada por Lamberts et al. (2014). Elas 
previnem contra o ofuscamento quando colocadas acima do nível dos olhos, e a janela posicionada 
abaixo da prateleira de luz fi ca usada para contato visual com o exterior. Uma prateleira de luz age 
da mesma maneira que os brises horizontais para essa janela, e podem-se usar persianas ou outra 
prateleira de luz no interior para o ofuscamento das janelas acima da prateleira de luz por onde 
a luz penetra no ambiente. As prateleiras de luz são interessantes por melhorarem a qualidade 
da luz natural, além de facilitarem a entrada da luz de forma mais profunda no ambiente. “Um 
“macete” para fi ns de pré-dimensionamento da penetração da luz natural no interior é considerar 
que ela será de 1,5 vezes a altura de uma janela padrão e de 2 vezes a altura de uma janela com 
uma prateleira de luz” (LAMBERTS et al., 2014, p. 156).
Figura 9 – Exemplos de prateleiras de luz e suas várias formas de aplicação para a refl exão da luz difusa. Fonte: Baker 
e Steemers (2002).
Sobre as cores, os autores afi rmam que as cores claras refl etem melhor a luz para dentro 
das construções. Telhados claros, da mesma forma, podem aumentar a luz que as claraboias 
transmitem e, ainda, paredes exteriores e fachadas claras irão refl etir melhor a luz para o interior. 
Para exemplifi car, veja a Figura 10.
Veja a aplicação das prateleiras de luz em uma casa acessando o 
link <https://www.archdaily.com.br/br/771557/casa-contraponto-
paul-raff-studio-architects>.
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Figura 10 – Refl etâncias ideais para superfícies interiores em função de seu posicionamento em relação à janela. 
Fonte: Lamberts et al. (2014).
Agora que abordamos janelas, vamos discutir sobre sua distribuição e posicionamento. 
Vamos continuar baseando-nos no trabalho de Lamberts et al. (2014), os quais afi rmam que a 
entrada da luz natural aumenta com a altura da janela e com a presença de prateleiras de luz. 
A entrada útil de luz natural é limitada a uma distância de 1,5 vezes a altura da parte superior 
da janela aproximadamente. Por isso, o teto deve ser posicionado mais alto para que as janelas 
também possam fi car mais altas.
Também é interessante citar que janelas horizontais são capazes de distribuir a luz de 
maneira mais uniforme do que janelas verticais. Ademais, janelas espalhadas são mais efi cientes 
para distribuir a luz do que janelas concentradas em uma pequena área de parede. O tamanho 
da janela em relação ao piso, em porcentagem, deve ser de 20% no máximo devido à entrada do 
calor do verão e às perdas de calor no inverno.
Figura 11 – Área da janela em função da área de piso. Fonte: Lamberts et al. (2014).
É muito válido posicionar as janelas de um ambiente em mais de uma parede para 
favorecer a iluminação bilateral, que é muito melhor que a unilateral visto que a bilateral tem 
uma distribuição melhor de luz, além de reduzir o ofuscamento. As janelas posicionadas em 
paredes adjacentes são capazes de reduzir o ofuscamento, porque iluminam a parede em que a 
outra janela está, e isso faz com que se reduza o contraste entre essa janela e sua própria parede.
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Para um projeto ter uma boa iluminação natural, além das janelas, a orientação conta 
muito. A mais indicada é a norte devido à incidência mais frequente da luz solar. Apesar de essa 
luz vir com o calor, é muito fácil sombrear as aberturas nesse caso.
A outra orientação é a sul, também devido à alta qualidade da luz, branca e fria, apesar 
da quantidade de luz ser baixa. Essa orientação recebe menos luz solar direta, e isso traz menos 
problemas de ofuscamento, além de ser fácil projetar proteções solares para o sul.
As orientações menos indicadas são, portanto, a leste e a oeste, porque elas recebem a luz 
solar direta com maior intensidade no verão e com menor intensidade no inverno, o que difi culta 
o projeto de proteção solar, pois se devem considerar ângulos muito baixos de altura solar.
Segundo a norma NBR 15215-1 (ABNT, 2005b), a iluminação zenital é a porção de luz 
natural produzida pela luz que penetra nos espaços internos por meio dos fechamentos superiores. 
As duas principais vantagens da iluminação zenital são: a) iluminação mais uniforme do que a 
obtida com janelas; e b) mais luz natural é recebida ao longo do dia pelo ambiente. A principal 
desvantagem é o desafi o de proteger essas aberturas contra radiação solar indesejável; por isso, 
recomenda-se o uso da iluminação zenital por intermédio de vidros posicionados verticalmente.
Figura 12 – Tipos de iluminação zenital. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Da Figura 12, destacamos os domos, que são fontes de iluminação zenital, construídas 
em aberturas envidraçadas no telhado. Porém, os domos têm o problema da maior incidência 
de luz e calor no verão e dessa menor incidência no inverno devido à geometria solar. Por isso, 
as claraboias, também presentes na Figura 12, devem ser utilizadas em detrimento dos domos 
sempre que possível. A função de ambos é a mesma, mas as claraboias são mais facilmente 
sombreadas e permitem uma distribuição mais homogênea da luz durante o ano já que podem 
ser orientadas para aproveitar melhor a luz no inverno e evitar a alta incidência no verão. As 
orientações para as claraboias são as mesmas que para as janelas: orientação sul e norte, evitando 
leste e oeste. 
Leia sobre a residência Cantareira acessando <https://www.
archdaily.com.br/br/01-10571/residencia-cantareira-coletivo-de-
arquitetos>.
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Mais uma vantagem das claraboias é a de levar luz difusa para o ambiente visto que a 
luz solar ou do céu pode ser refl etida em alguma superfície interna antes de entrar. A principal 
desvantagem é que se enxerga menos céu do que com os domos e, consequentemente, coleta-se 
menos luz.
 Os poços de luz são muito efi cientes para a iluminação natural em ambientes que não 
possuem contato direto com o exterior, porém, a efi ciência diminui conforme aumenta a razão 
entre a sua profundidade e sua largura. Além disso, conforme citado, as paredes devem ser claras 
ou até mesmo espelhadas, se possível.
Já que tratamos de espelhos,mais uma técnica muito inteligente é a iluminação natural 
direcionada com espelhos, em que se cria um sistema de espelhos que, manual ou até mesmo 
automaticamente, se posicionam melhor para capturar a luz solar e enviá-la para o interior do 
edifício, onde ela pode ser espalhada. 
Agora, se o projeto pretende ter máxima efi ciência, vale a pena utilizar as fi bras óticas, 
que, ao contrário dos sistemas que usam superfícies refl etoras pra conduzir a luz ao interior, 
usam uma técnica de refl exão total interna muito efi ciente. Uma das principais vantagens é a 
fl exibilidade, pois é possível transmitir a luz por meio de cantos e dobras estruturais, e as fi bras 
óticas podem ser utilizadas também com sistemas de iluminação artifi cial. 
Os pisos transparentes são usados desde o século XIX e servem para transmitir a luz 
natural para ambientes inferiores, como no subsolo ou em edifícios de vários pavimentos para 
levar a luz de um piso ao outro.
Saiba o que é a iluminação por fi bra ótica e onde usá-la. Para 
tanto, assista ao vídeo disponível em <https://www.youtube.com/
watch?v=3mE5ipvdSIs>.
Leia mais sobre a iluminação natural em <http://www.
dicadaarquiteta.com.br/2015/02/iluminacao-natural.html>.
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3. ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL
3.1 Sistemas de Iluminação
Muitos profi ssionais cometem um erro primário num projeto luminotécnico, partindo 
inicialmente da defi nição de lâmpadas e/ou luminárias. 
O primeiro passo de um projeto luminotécnico é defi nir o(s) sistema(s) de iluminação, 
respondendo basicamente a três perguntas:
1ª. Como a luz deverá ser distribuída pelo ambiente?
2ª. Como a luminária irá distribuir a luz?
3ª. Qual é a ambientação que queremos dar, com a luz, a este espaço?
Para respondermos à primeira pergunta, classifi camos os sistemas de acordo com a 
forma como as luminárias são distribuídas pelo ambiente e com os efeitos produzidos no plano 
de trabalho. 
Essa classifi cação também é conhecida como sistema principal. Nela, os sistemas de 
iluminação proporcionam:
a) Iluminação geral: distribuição aproximadamente regular das luminárias pelo teto; 
iluminação horizontal de um certo nível médio; uniformidade.
- Vantagens: uma maior fl exibilidade na disposição interna do ambiente - layout.
- Desvantagens: baixo nível de iluminação, grande consumo de energia, possibilidade de 
ofuscamento
Este é o sistema que se emprega mais frequentemente em grandes escritórios, ofi cinas, 
salas de aula, fábricas, supermercados, grandes magazines etc.
Figura 13 – Iluminação geral. Fonte: Freshome (2018).
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b) Iluminação localizada: concentra-se a luminária em locais de principal interesse. Esse 
tipo de iluminação é útil para áreas restritas de trabalho em fábrica.
As luminárias devem ser instaladas sufi cientemente altas para cobrir as superfícies 
adjacentes, possibilitando altos níveis de iluminância sobre o plano de trabalho, ao mesmo tempo 
em que asseguram uma iluminação geral sufi ciente para eliminar fortes contrastes.
- Vantagens: maior economia de energia e podem ser posicionadas de tal forma a evitar 
ofuscamentos, sombras indesejáveis e refl exões.
- Desvantagens: em caso de mudança de layout, as luminárias devem ser reposicionadas.
3.2 Tipos de Lâmpadas
As lâmpadas são divididas em dois tipos básicos:
• Incandescentes – com irradiação por efeito térmico.
• Descarga em gases e valores - são as fl uorescentes, vapor de mercúrio, de sódio etc.
As lâmpadas incandescentes são as mais comuns, possuem vida útil curta, mas custo 
inicial baixo. O funcionamento delas é a part ir da elevação da temperatura de um fi lamento 
submetido à corrente elétrica.
- Vantagens: tamanho reduzido, funcionamento imediato e desnecessidade de aparelhagem 
auxiliar. 
- Desvantagens: efi ciência luminosa baixa, dissipação de calor e desperdício de energia, 
ofuscamento. 
Há três tipos de lâmpadas incandescentes: as comuns, as refl etoras/espelhadas e as 
halógenas. As comuns são as mais conhecidas e mais antigas, possuem o custo inicial bem baixo 
e o custo global alto. A alta temperatura do fi lamento causa evaporação do tungstênio, que se 
deposita no bulbo e o escurece, o que faz com que o fl uxo luminoso diminua e, assim, a lâmpada 
tem uma duração muito curta. 
As lâmpadas espelhadas possuem refl etor interno para melhorar o direcionamento da luz 
e, assim, a área espelhada funciona como uma luminária, que redireciona a luz para melhorar a 
efi ciência da instalação.
As lâmpadas halógenas possuem, além dos gases presentes nas outras, um halogênio, 
geralmente o iodo, dentro do bulbo. Por ação do halogênio, o fl uxo luminoso dura mais, a 
efi ciência é maior, e a vida útil também. A desvantagem é que elas necessitam de transformadores 
para uso da rede elétrica.
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As lâmpadas de descarga gasosa são as fl uorescentes comuns, as compactas e as lâmpadas 
de vapor de mercúrio. Não existe um fi lamento nessas lâmpadas, pois a luz é produzida pela 
excitação de um gás presente entre dois eletrodos conforme a energia elétrica atua. Esse agito 
produz radiação ultravioleta, que é transformada em luz ao atingir as paredes internas do bulbo, 
que estão revestidas por alguma substância fl uorescente, como cristais de fósforo. Essas lâmpadas 
necessitam de dispositivos auxiliares, como reatores e iniciadores (starters). A forma dessas 
lâmpadas é tubular, com um eletrodo em cada ponta e vapor de mercúrio em baixa pressão. O 
reator fornece alta voltagem inicial para começar a descarga e limita a corrente para manter a 
energia com segurança. O starter proporciona a tensão necessária para ocorrer a descarga inicial 
do gás.
Em geral, as lâmpadas fl uorescentes possuem boa efi ciência luminosa e vida 
média alta (6 mil a 9 mil horas). O fato de apresentarem baixa luminância é 
vantajoso, pois reduz a possibilidade de ofuscamento. A fl uorescente T8 é mais 
efi ciente por ter menor diâmetro, menor potência e fl uxo luminoso equivalente 
ao da fl uorescente comum (tipo T12) de 40w, sendo boa alternativa para 
edifi cações comerciais. Ainda mais efi cientes, as novas lâmpadas fl uorescentes 
do tipo T5, cuja potência é da ordem de 28w, apresentam consumo energético 
da ordem de apenas 70% da T12 para a mesma luminosidade. A vida útil da T5 
é o dobro das anteriores, podendo chegar a 16.000 horas (LAMBERTS et al., 
2014, p. 236).
Atualmente, temos mais um tipo de fl uorescente, que é a compacta, que substitui 
muito bem as lâmpadas incandescentes. Os reatores e starters são incorporados ao invólucro 
compacto junto com o pequeno bulbo fl uorescente. Podemos encontrar dos quatro seguintes 
tipos no mercado, sendo os três primeiros com reator e starter incorporados: a) forma circular 
com diâmetro padrão; b) forma compacta com dois ou mais tubos paralelos interconectados; c) 
forma compacta com invólucro adicional; e d) forma compacta com dois ou mais tubos paralelos, 
interconectados sem dispositivos de partida incorporados.
As lâmpadas fl uorescentes compactas com reatores eletrônicos são mais efi cientes e 
apresentam um fator de potência mais elevado.
Assista à matéria Acaba a venda de lâmpadas incandescentes, no 
link <https://www.youtube.com/watch?v=AHB3jR-Ix7o>.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 14 – Tipos de lâmpadas fl uorescentes compactas. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Para grandes áreas internas (como depósitos e armazéns) ou grandes áreas externas, 
indica-se o uso de lâmpadas a vapor de mercúrio, pois apresentam boa efi ciência luminosa e 
luz branca-azulada. Essas lâmpadas funcionam de maneira similar à das fl uorescentes

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