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UNIVERSIDADE FEDERAL TECNOLÓGICA DO PARANÁ
campus Pato Branco
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Comunicação oral e escrita
Professora: Vanda Mari Trombetta
4) Vamos exercitar o que aprendemos até o momento com análise de textos. 
	Eu, escravo
 “O tempo não pára”, como já dizia Cazuza, e com ele a evolução das técnicas de trabalho. É a humanidade seguindo uma linha do tempo de “Os tempos modernos” até “Os jetsons”. De certa forma ficamos receosos de até onde vai a criatividade humana, e da combinação de tal, com conhecimento e tecnologia.
 Há tempos que o trabalho vem sendo a causa de revoltas, crises, confrontos em geral. A greve Geral de 1917, no Brasil, por exemplo. Os trabalhadores se revoltaram com as péssimos condições de trabalho a que eram submetidos, devido à explosiva expansão desse setor. Há também a exploração do trabalho infantil, vergonhosamente presente no século XXI . Elas sim deveriam ser substituídas por máquinas.
 Mesmo sendo fonte de tantas desavenças e desigualdades, é do trabalho que provém parte da história da humanidade. O que seria da Itália, sem o tão famoso ”Parla” ! Da França sem o quadro da auto-coroação de Napoleão! Quando direcionado para a área da arte, é capaz de representar vidas.
 O filme “Eu robô”, retrata um possível desfecho para nossa descontrolada substituição de vidas pelo avanço tecnológico. Os robôs passam a ter sentimentos, e assim como os escravos, querem a sua Lei Áurea. O que a princípio fora criado para nos poupar de certos trabalhos, é o que nos dará trabalho. Afinal, “o homem é o lobo do homem”.
	Um sacrifício chamado trabalho
 O trabalho não é apenas uma palavra de oito letras, é um sacrifício que todos devem sofrer.
 É uma invenção histórica com muitas faces. Já foi sofrimento dos escravos e agora é de todos que nascem.
 É uma arte que faz artistas ficarem sofrendo por horas para terem um bom resultado.
 Tudo é trabalho, acordar cedo, pintar, estudar e até viver. Mas nem todo trabalho é remunerado.
 O trabalho não pode ser erradicado, é infinito e atemporal, também pode ser considerado um caminho para o progresso.
 Entretanto, o trabalho é bem e mal, um paradoxo que atinge a humanidade.
 Portanto, nada pode ser feito contra ou a favor do "trabalho universal", mas muito deve ser feito contra as formas negativas do trabalho que atingem crianças (trabalho infantil), negros (trabalho escravo) e outros.
 Mas, infelizmente, esse tipo de trabalho se esconde, e se prolifera nas sombras de um país corrompido.
IV- Leitura: grande formadora de repertório
 A leitura é indispensável à vida, visto que por meio dela refletimos e interagimos com e sobre o mundo. A leitura é uma das atividades mais significativas para a aprendizagem e por isso, constitui-se imprescindível para a formação acadêmica e formação cidadã.
O que é ler!!
O entendimento do conceito de leitura não é somente reconhecer, decifrar, compreender os significados das palavras. Ler está relacionado a compreensão dos sentidos presentes no texto. A leitura, passa então, a ser um processo de interlocução, um diálogo entre leitor e autor. É uma espécie de encontro com o autor, que está ausente, mas mediado pela palavra escrita. 
Algumas orientações para leitura[footnoteRef:1]: [1: Ver ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL, Tatiana. Português: língua e literatura. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2002.] 
1º PASSO: IDENTIFIQUE O TEMA DO TEXTO. 
1) Do que trata o texto?
2) Qual seria o seu foco principal (assunto em torno do qual as informações se organizam)?
3) Qual o grau de conhecimento que tenho sobre esse tema: alto (me permite avaliar o que foi dito no texto a ser lido), médio (posso obter informações ainda ignoradas), ou baixo (é difícil julgar a qualidade das informações oferecidas pelo texto)?
2º PASSO: LOCALIZAR O TEXTO NO TEMPO E NO ESPAÇO. 
1) Quem é o seu autor? 
2) Quando o escreveu? 
3) Quais as condições da época em que produziu sua obra? 
4) Quais as principais características de seu pensamento? 
5) Quais as influências que recebeu e também exerceu?
3º PASSO: ELABORAR UMA SÍNTESE DO TEXTO. Nesse passo, será exigido que você, leitor, faça uma seleção e uma organização dos elementos mais importantes do texto, estabelecendo um critério de relevância (o que é mais importante? o que é menos importante)?
4º PASSO: ORGANIZAR AS PRÓPRIAS IDEIAS COM RELAÇÃO AOS ELEMENTOS RELEVANTES. Nesse ponto, é preciso um posicionamento do leitor, que decorrerá da avaliação do que foi dito. É importante verificar os conhecimentos prévios que você já possui sobre o tema. Com base nesses conhecimentos, você poderá adotar uma posição em relação às novas informações: concorda com elas? discorda delas? por quê? 
Todos esses passos sugeridos podem ser sintetizados pelos elementos do retângulo?
MEMORIZE!!!! Vocábulos importantes!!!
 TEMA – ideia central ou assunto tratado pelo autor, o que se discute no decorrer do texto;
TESE: a ideia de afirmação do autor a respeito do assunto. O que o autor fala sobre esse tema? Que posição assume, que ideia defende? O que quer demonstrar?
OBJETIVO – a finalidade que o autor busca atingir. O objetivo pode estar implícito ou explícito no texto; 
IDEIAS CENTRAIS – ideias principais do texto.
 
Texto I – Vamos exercitar!!! 
Da arte brasileira de ler o que não está escrito - Claudio de Moura Castro
A imaginação criativa de alguns leitores não se detém sobre a lógica do texto. É a vitória da semiótica sobre a semântica.
Terminando os poucos anos de escola oferecidos em seu vilarejo nas montanhas do Líbano, o jovem Wadi Haddad foi mandado para Beirute para continuar sua educação. Ao vê-lo ausente de casa por um par de anos, a vizinha aproximou-se cautelosa de sua mãe, jurou sua amizade à família e perguntou se havia algum problema com o rapaz. Se todos os seus coleguinhas aprenderam a ler, por que ele continuava na escola? Anos depois, Wadi organizou a famosa Conferência de Jontiem, "Educação para Todos", mas isso é outro assunto.
Para a vizinha libanesa, há os que sabem ler e há os que não sabem. Não lhe ocorre que há níveis diferentes de compreensão. Mas infelizmente temos todos o vício de subestimar as dificuldades na arte de ler, ou, melhor dito, na arte de entender o que foi lido. Saiu da escola, sabe ler.
O ensaio de hoje é sobre cartas que recebi dos leitores de VEJA, algumas generosas, outras iradas. Não tento rebater críticas, pois minhas farpas atingem também cartas elogiosas. Falo da arte da leitura.
É preocupante ver a liberdade com que alguns leitores interpretam os textos. Muitos se rebelam com o que eu não disse (jamais defendi o sistema de saúde americano). Outros comentam opiniões que não expressei e nem tenho (não sou contra a universidade pública ou a pesquisa).
Há os que adivinham as entrelinhas, ignorando as linhas. Indignam-se com o que acham que eu quis dizer, e não com o que eu disse. Alguns decretam que o autor é um horrendo neoliberal e decidem que ele pensa assim ou assado sobre o assunto, mesmo que o texto diga o contrário.
Não generalizo sobre as epístolas recebidas algumas de lógica modelar. Tampouco é errado ou condenável passar a ilações sobre o autor ou sobre as consequências do que está dizendo. Mas nada disso pode passar por cima do que está escrito e da sua lógica. Meus ensaios têm colimado assuntos candentes e controvertidos. Sem uma correta participação da opinião pública educada, dificilmente nos encaminharemos para uma solução. Mas a discussão só avança se a lógica não for afogada pela indignação.
Vale a pena ilustrar esse tipo de leitura com os comentários a um ensaio sobre nosso sistema de saúde (abril de 1997). A essência do ensaio era a inviabilidade econômica e fiscal do sistema preconizado pela Constituição. Lantejoulas e meandros à parte, o ensaio afirmavaque a operação de um sistema de saúde gratuito, integral e universal consumiria uma fração do PIB que, de tão alta (até 40%), seria de implantação inverossímil.
Ninguém é obrigado a aceitar essa afirmativa. Mas a lógica impõe quais são as possibilidades de discordar. Para destruir os argumentos, ou se mostra que é viável gastar 40% do PIB com saúde ou é necessário demonstrar que as contas que fiz com André Medici estão erradas. Números equivocados, erros de conta, hipóteses falsas, há muitas fontes possíveis de erro. Mas a lógica do ensaio faz com que só se possa rebatê-lo nos seus próprios termos, isto é, nas contas.
Curiosamente, grande parte das cartas recebidas passou por cima desse imperativo lógico. Fui xingado de malvado e desalmado por uns. Outros fuzilaram o que inferem ser minha ideologia. Os que gostaram crucificaram as autoridades por negar aos necessitados acesso à saúde (igualmente equivocados, pois o ensaio critica as regras e não as inevitáveis consequências de sua aplicação).
Meus comentaristas escrevem corretamente, não pecam contra a ortografia, as crases comparecem assiduamente e a sintaxe não é imolada. Contudo, alguns não sabem ler. Sua imaginação criativa não se detém sobre a aborrecida lógica do texto. É a vitória da semiótica sobre a semântica.
1) Qual é a ideia defendida pelo autor?
R: Defende que mesmo atualmente, ainda existem pessoas que não sabem ler e interpretar as informações contidas no texto. Preferem utilizar de falsos argumentos que não podem ser sustentados pois essas informações ou não são verdadeiras, ou não estão escritas e muito menos podem ser entendidas com uma leitura efetiva.
2) Aponte os argumentos utilizados para defender o ponto de vista do autor.
R: A palavras que o autor usa para expor seu ponta de vista e: preocupação! Ele diz que muitos se rebelam com o que ele não disse e da ênfase no fato de que jamais defendeu o sistema de saúde americano, e ainda existem outros que comentam opiniões que o autor não expressou e talvez nem tem. Há os que adivinham as entrelinhas, ignorando as linhas. Indignam-se com o que acham que ele quis dizer, e não com o que ele disse. Alguns decretam que o autor é um horrendo neoliberal e decidem que ele pensa assim ou assado sobre o assunto, mesmo que o texto diga o contrário. Ele afirma que seus comentaristas escrevem corretamente, não pecam contra a ortografia, as crases comparecem assiduamente e a sintaxe não é imolada, entretanto, as pessoas não sabem ler. 
3) A qual conclusão o autor chega?
R: Conclui que as pessoas preferem se deter a imaginação criativa do que a verdadeira logica do texto.
4) Retome a discussão realizada em aula e explique o excerto do texto: “Sua imaginação criativa não se detém sobre a aborrecida lógica do texto. É a vitória da semiótica sobre a semântica.”
R: Um bom texto contém informações culturais e sociais, diferente desse texto porque o autor apenas discorreu sobre sua opinião. 
5) Aprendemos muito com conceitos e definições. Assim, defina o que é um artigo de opinião e um ensaio. Recorra à pesquisa na internet, mas não esqueça de especificar autoria das ideias (nome do autor).
R: Em ensaios, existe a possibilidade de discorrer a respeito de qualquer temática que se queira, segundo a perspectiva do autor! E fundamental que seja um texto de opinião em que se expõem ideias e impressões pessoais do autor sobre o tema. Já o artigo de opinião é um texto onde o autor expõe seu posicionamento sobre um determinado tema de interesse público. É um texto dissertativo que traz argumentos sobre o assunto abordado.

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