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DOS RECURSOS • Conceito: Recursos são remédios processuais de que se podem valer as partes, o Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados para submeter uma decisão judicia a nova apreciação, em regra por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que tem por finalidade modificar, invalidar, esclarecer ou complementar a decisão. • Os recursos não têm natureza jurídica de ação Eles são interpostos na mesma relação processual e têm como condão de prolonga-la. Essa característica pode servida para distingui-los de outros remédios, que têm natureza de ação e implicam formação de um novo processo. • Recursos no Novo CPC Art. 994 CPC/15 I - apelação; II - agravo de instrumento; III - agravo interno; IV - embargos de declaração; V - recurso ordinário; VI - recurso especial; VII - recurso extraordinário; VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; IX - embargos de divergência. • Características dos recursos: ✓ Interposição na mesma relação processual Os recursos não tem natureza jurídica de ação! São interpostos na mesma relação processual e têm como condão de prolonga-la. Essa característica pode servir para distingui-los de outros remédios, que têm natureza de ação e implicam formação de um novo processo. ✓ A aptidão para retardar ou impedir a preclusão ou a coisa julgada Enquanto houver recurso pendente, a decisão impugnada não se terá tornado definitiva. Quando se tratar de decisão interlocutória, não haverá preclusão, quando se tratar de sentença, inexistirá coisa julgada, as decisões judicias não se tornam definitivas, enquanto houver a possibilidade de interposição de recurso, ou enquanto os recursos pendentes não tiverem sido examinados. Cuidado! Isso não significa que a decisão impugnada não possa desde logo produzir efeitos. Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. • Agravo de Instrumento ✓ Em regra, não possui efeito suspensivo. Assim, o processo prosseguirá, embora a decisão agravada não tenha se tornado definitiva. • O que ocorrerá com os atos processuais posteriores à decisão agravada, se o agravo for provido? • Morosidade do Poder Judiciário – Possibilidade de Sentença. • Provido o agravo, todos os atos processuais supervenientes, incompatíveis com a nova decisão, ficarão prejudicados, até mesmo a sentença. • Correção de Erros de forma ou de conteúdo: ✓ Ao fundamentar o seu recurso, o interessado poderá postular a anulação ou a substituição da decisão por outras, quando se alegara erro de conteúdo ou processual ✓ Erro de conteúdo é quando se alega a injustiça da decisão frente a outras normas jurídicas ✓ Erro processual é quando se alega vicio processual entre a decisão judicial e as regras de processo civil • Impossibilidade de inovação ✓ Não se pode inovar na matéria recursal, sendo vedado trazer matérias que não tenham sido previamente arguidas e discutidas anteriormente ✓ Exceção do 493 e do 1.014 do CPC. ✓ Questões de ordem pública, que podem ser conhecidas a qualquer tempo como prescrição, decadência condições e pressupostos da ação, elas podem ser suscitadas no recurso. • Sistema de interposição ✓ Os recursos são interposto perante o órgão a quo, e não perante o órgão ad quem. ✓ Antes havia a figura do juízo de admissibilidade por parte do juízo a quo, hoje não há mais, tendo apenas a competência do processamento, que é o ato de enviar para o juízo ad quem que terá a competência para examinar a admissibilidade e posterior o mérito. • A decisão do órgão Ad quem ✓ A decisão do órgão ad quem em regra substitui a do a quo ✓ Em caso de não conhecer o recurso: a decisão do órgão a quo prevalece. ✓ No caso de conhecer o recurso e negar o provimento: a decisão anterior será mantida. ✓ No caso de conhecer e prover: reforma a decisão anterior ✓ Pode, ainda, conhecer do recurso, apenas para anular ou declarar a nulidade da decisão anterior, determinando o retorno dos autos para que seja proferida outra; ✓ O que deverá ser cumprido e executado é o acórdão, e não mais a decisão ou sentença. • O não conhecimento do recurso e o trânsito em julgado Entendimento atual: O Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que o recurso, ainda que não venha a ser conhecido, impede o trânsito em julgado, salvo em caso de má-fé. Ele só ocorrerá daí para diante, e não mais retroagirá, salvo má-fé. Nesse sentido: “Segundo entendimento que veio a prevalecer no Tribunal, o termo inicial para o prazo decadencial da ação rescisória é o primeiro dia após o trânsito em julgado da última decisão proferida no processo, salvo se provar-se que o recurso foi interposto por má- fé do recorrente” (RSTJ 102/330). • Atos processuais sujeitos a Recurso ✓ Decisões interlocutórias: Atos judicias de conteúdo decisório, que se prestam a resolver questões incidentais, sem por fim ao processo. São o agravo de instrumento e o embargo de declaração. ✓ As sentenças: pronunciamentos do juiz por meio dos quais ele, com fundamento nos art. 485 e 487 do CPC, põe fim a fase cognitiva do procedimento. Contra elas caberá a apelação e eventualmente os embargos de declaração ✓ As decisões monocráticas proferidas pelo relator: O relator dos processos de competência originarias dos tribunais. Da decisão do relator cabe agravo interno. ✓ Os acórdãos: decisões colegiadas dos tribunais. Cabe o recurso extraordinário, especial e o embargo de declarações. • LEGITIMIDADE RECURSAL ✓ São partes legitimas para interpor Recurso: • Autor e Réu • Terceiro Interveniente (exceção do amicus curiae e o caso do assistente simples). • Ministério Público (Art. 179 e 180 do CPC) • Assistente Simples X Terceiro prejudicado • Subordinação X Não Subordinação ✓ Pode o Advogado recorrer em nome próprio? • Honorários advocatícios Embargos de Declaração 5 Qualquer decisão (menos despacho) Apelação 15 Sentença Agravo de Instrumento 15 Rol do 1.015 do NCPC Agravo Interno 15 Decisões monocráticas do Relator Agravo nos autos 15 Inadmissão dos recursos especiais e extraordinários Recurso ordinário constitucional 15 Acórdãos Recurso Especial 15 Acórdãos Recurso Extraordinário 15 Acórdãos Embargos de Divergência 15 Acórdãos • Superior Tribunal de Justiça, “têm legitimidade, para recorrer da sentença, no ponto alusivo aos honorários advocatícios, tanto a parte como o seu patrono” (STJ — 4ª Turma, Resp 361.713/RJ, Rel. Min. Barros Monteiro, j. 17/02/2004). ✓ Perito pode recorrer? • Contra o valor dos honorários periciais cabe recurso? O perito, se assim desejar, poderá discutir os seus honorários em ação própria, mas não por meio de recurso, dada a sua posição, no processo, de auxiliar do juízo. • JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO DOS RECURSOS ✓ Antes de examinar o mérito, o juiz deve verificar se estão preenchidos os pressupostos processuais e as condições da ação. ✓ Da mesma forma, antes de examinar a pretensão recursal, deve-se analisar os requisitos de admissibilidade do recurso. ✓ O exame é feito pelo órgão ad quem e, exclusivamente no RE e no REsp, também pelo órgão a quo. ✓ Os requisitos de admissibilidade constituem matéria de ordem pública e, por isso, devem ser examinados de ofício. Constituem os pressupostos indispensáveis para que o recurso possa ser conhecido. O não preenchimento dos requisitos de admissibilidade leva a que a pretensão recursal nem sequer seja examinada. • REQUISITOS PARA O JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE ✓ Requisitos Intrínsecos: aqueles que dizem respeito à relação entre a natureza e o conteúdo da decisão recorrida e o recurso interposto. ✓ Requisitos Extrínsecos: aqueles que se referem a fatores que não dizem respeito à decisão impugnada, mas que são externos a ela. • REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE INTRÍNSECOS ✓ Cabimento: os recursossão apenas aqueles criados por lei. Taxatividade. Art. 944, do CPC/15. Nada impede que lei especial crie outros, como os embargos infringentes na Lei de Execução Fiscal, ou o recurso inominado contra a sentença no Juizado Especial Cível. ✓ Legitimidade para recorrer: para propor o recurso é imprescindível a legitimidade. Partes, terceiro interveniente, MP, terceiro prejudicado. ✓ Interesse recursal: para que haja interesse é preciso que, por meio do recurso, se possa conseguir uma situação mais favorável do que a obtida com a decisão ou a sentença. • REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE EXTRÍNSECOS ✓ Tempestividade: a tempestividade diz-se do prazo para interpor o recurso, no caso do novo CPC, todos são de 15 dias, com exceção do embargo de declaração que é de 5 dias. O prazo obedece a regra do Art. 1.003 do CPC. ✓ Exceções: Possuem prazo em dobro o MP e a fazenda pública, além de serem isentos de custas ✓ Preparo: é o pagamento das despesas para o processamento do recurso. ✓ Como Saber essas os valores do preparo? ✓ PORTARIA Nº 1.470/2015-TJRN, DE 27 DE AGOSTO DE 2015 ✓ Regularidade formal: os recursos, em regra, são apresentados por escrito. Embargos de Declaração – Juizados Especiais ✓ Apresentação das razões recursais. • Inexistência de Fato Extintivo ou impeditivo São os pressupostos negativos de admissibilidade: A) Renuncia: é a manifestação unilateral de vontade, pela qual o titular do direito de recorrer declara a sua intenção de não recorrer. B) Aquiescência: é a concordância com a decisão, o que causa a preclusão lógica, pode ser expressa ou tácita. C) Desistência do recurso: Art. 998 do CPC trata disso, difere da renúncia porque esta é posterior a interposição do recurso. • MODO DE INTERPOSIÇÃO DOS RECURSOS O Recurso adesivo não é uma espécie, mas uma forma de interposição da apelação, recurso especial e o extraordinário. É opção do recorrente interpor sob forma principal ou adesiva Os requisitos para a forma adesiva são que tenha havido sucumbência reciproca e que haja recurso da parte adversa. O recurso adesivo é uma segunda chance de recorrer, mas ocorre de maneira acessória. • PROCESSAMENTO • No recurso principal, o prazo corre após a intimação da sentença ou acordão. ✓ No recurso adesivo é necessário que haja o recurso principal e só então, no prazo das contrarrazões é que começa a contar o prazo, porém, ambos são peças distintas. ✓ Cuidado: os fundamentos serão diferentes, tendo em vista que, nas contrarrazões, o apelado postulará a manutenção do que lhe foi concedido; e, no recurso adesivo, a reforma da sentença, naquilo que lhe foi negado. • Se o recurso principal não for admitido o adesivo também não será conhecido (art. 997, §2º, III). • Aquele que apelou sob a forma principal, não pode, posteriormente, recorrer sob a forma adesiva
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