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Terapias Breves

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Terapias Breves
Parte psíquica, essencial da disciplina de bases psicossociais;
Terapias em saúde mental, em psiquiatria, que não envolvem medicação. Uma delas são as
terapias breves. Podem ser adotadas dentro de um CAPS, de um hospital psiquiátrico, de
um ambulatório psiquiátrico, numa unidade básica de saúde, nos nossos estágios.
Terapias simples e rápidas, fáceis de aplicar.
Algumas semanas demoram semanas com o paciente, mas são breves, pois não levam
anos.
Terapia de Ativação
Ativa o doente mental com grau elevado de sofrimento psíquico a voltar a fazer atividades
que lhe dão prazer, incluindo ações simples do cotidiano, e a cumprir uma rotina diária de
atividades.
Ativa a pessoa a voltar para o caminho de ser feliz, de ter bem-estar, de qualidade de vida.
Isso é com atividades ou ações do cotidiano da pessoa, coisas simples que estão presentes
no dia a dia dela, que estão de acordo com o poder aquisitivo que ela tem.
Na medida do possível, o que aplica a terapia tenta fazer com que a pessoa cumpra uma
rotina diária de atividades, para que aquilo fique estabelecido no cotidiano dela.
A terapia de ativação evita que o sofrimento psíquico “controle” a vida do doente.
Tira o foco do paciente no sofrimento.
Pode ser feita nas consultas individuais ou em grupo.
Pode ser feita na atenção básica.
Profissional e paciente devem construir um plano de retomada de atividades, como uma
meta do paciente.
Ajude a pessoa a organizar a rotina para encaixar momentos de prazer, satisfação e paz
Exemplo no Guia Prático de Matriciamento em Saúde Mental: construção da agenda
positiva
Nas consultas, nas visitas domiciliares e nos encontros dos grupos deve ser medido o
estado motivacional do sujeito. → conseguiu ler tantas páginas do livro que escolheu? →
medir o quanto está motivado para seguir com a terapia
Atenção, considere a realidade do que está acessível ao doente.
Pergunte à pessoa: o que ela gosta de fazer? Há algo que ela deixou de fazer e da qual
gostava muito? Por que não voltar a fazê-lo?
Explique sobre a importância desse tipo de atividade como forma de cuidado para reduzir o
sofrimento psíquico
Incentive e apoie a retomada das atividades que oferecem qualquer tipo de satisfação à
pessoa, tanto nas consultas individuais quanto em momentos de grupo
Construa com a pessoa um plano de retomada de tais atividades, que poderá ser feito com
metas a atingir.
AGENDA POSITIVA: ferramenta que permite à pessoa e aos profissionais acompanharem o
andamento da retomada às atividades
Registre no prontuário tudo o que foi acordado com o paciente, para que todos os
profissionais da equipe participem do processo de motivação
Terapia de Reatribuição
Útil para casos de doentes mentais com queixas de sintomas físicos sem explicação ou
justificativa médica
Por trás das queixas há um sofrimento psíquico muito grande e o doente não consegue
associar seu sofrimento aos sintomas que está produzindo
O sintoma físico ligado a um sofrimento que pode não ter sua origem no corpo
Comumente as pessoas desconfiam que estão mentindo ou chamando a atenção
Acolha a pessoa com empatia e solidariedade
Técnica da retribuição: fale com a pessoa sobre os sintomas que ela sente, que eles
representam o sofrimento por algo de sua vida
Reatribua: faça a relação entre as queixas sintomáticas e o sofrimento psíquico
Reatribua o significado do sintoma físico ao sofrimento
Passos:
1. Abordagem da situação
2. Elaboração do processo de compreensão
3. Resolução: o que a pessoa pode fazer para melhorar sua condição
Esse processo pode ser demorado e necessitar de vários encontros
Etapas da terapia de reatribuição:
Sentindo-se compreendido: faça a anamnese e o exame físico focado na queixa, com
valorização das crenças da pessoa
Ampliando a agenda: dê feedback à pessoa, com recodificação dos sintomas e vinculação
destes com acontecimentos da vida dela ou com sentimentos (psicológicos).
Fazendo o vínculo: construa modelos explicativos que façam sentido para a pessoa
Negociando o tratamento: pactue em conjunto com ela um projeto terapêutico ampliado
As etapas desse tratamento devem seguir uma rotina de consultas (contrato terapêutico)
Terapia Comunitária (TC)
Criada pelo médico brasileiro Adalberto Barreto na década de 90
Criou o Projeto Quatro Varas, no Ceará
Metodologia de intervenção no ambiente comunitário, com encontros interpessoais e
intercomunitários
Objetivos:
● Promoção da saúde através da construção de vínculos solidários
● Valorização das experiências de vida dos participantes
● Resgate da identidade
● Restauração da autoestima
● Ampliação da percepção dos problemas e possibilidades de resolução a partir das
competências locais
Regras:
● Respeitar quem está falando, fazendo silêncio para escutá-lo, não interromper
● Falar da própria história, utilizando a 1ª pessoa do singular (eu)
● Não dar conselhos, discursar ou dar sermões
● Utilizar músicas que tenham a ver com o tema escolhido, bem como piadas,
histórias e provérbios relacionados
● Preservar segredo do que é exposto
Acolhimento: momento de apresentação individual e das regras
Escolha do tema: as pessoas apresentam os temas sobre os quais querem falar. Vota-se o
tema a ser abordado no dia
Contextualização: momento em que o participante com o tema escolhido conta sua história.
O grupo faz perguntas
Problematização: questão-chave para reflexão relacionada ao tema é aberta para o grupo
Rituais de agregação e conotação positiva: cada integrante verbaliza o que mais o tocou em
relação às histórias contadas.
Avaliação: feita pelos terapeutas.
Terapia de Intervenção Breve (TIB/IB)
Duração: 5 a 30min
Utilizada com dependentes químicos; pode ser aplicada por vários profissionais na atenção
primária
Também para pessoas em uso abusivo de substância, ainda sem dependência
Estimula a autonomia, a iniciativa e a responsabilidade por suas escolhas
Auxilia na diminuição dos problemas associados ao uso de substâncias: identificação do
problema e motivação para alcançar as metas estabelecidas em parceria com o médico e
profissional de saúde
Metas: iniciar um tratamento, rever o padrão de consumo e planejar uma redução
Identifique um problema → Motive o indivíduo a mudar o comportamento → Sugira
estratégias de mudança → Previna/reduza o consumo abusivo de drogas e problemas
associados → Oriente, de modo focal e objetivo, sobre efeitos e consequências do consumo
abusivo
Tipos de intervenção breve:
● Prevenção primária: antes do primeiro contato com a droga para impedir/retardar o
início do consumo
● Prevenção secundária: quando já existe o uso da droga, para evitar a progressão do
consumo e minimizar os prejuízos
Etapas: FRAMES
● Identificação e dimensionamento dos problemas ou riscos, com instrumento de
rastreamento ou triagem: AUDIT ou ASSIST
● Aconselhamento, orientação e monitoramento
● Feedback (devolutiva ou retorno) ─ tanto o paciente dá o retorno do que ele tem
vivido e sentido, quanto o terapeuta dá o retorno do tratamento
● Responsibility (responsabilidade) ─ o paciente tem que assumir a responsabilidade
do próprio tratamento, da própria vontade de parar de usar a droga
● Advice (aconselhamento) ─ terapeuta aconselha o paciente a parar de usar drogas,
que compromete os órgãos, a vida social, acadêmica
● Menu of Option (menu de opções) ─ terapeuta mostra ao paciente o que dá pra
fazer junto dele e da família que o faça parar de usar drogas. Ex: voltar a praticar
algum esporte, usar apenas a cannabis ao invés de todas as outras.
● Empathy (empatia) ─ terapeuta demonstra que entende a dor do paciente, que sabe
que existirá recaídas
● Self-efficacy (autoeficácia) ─ o quanto aquele paciente está implementando uma
terapia para ele mesmo
MENU DE OPÇÕES:
Estratégias para mudança de comportamento: parar ou reduzir o consumo
Identifique com o paciente situações de risco que favorecem o uso de substâncias: local,
companhia, sentimentos que surgem ou provocam o uso
Oriente sobre como desenvolver habilidades e estratégias para evitar e lidar com situações
de risco, como:
- fazer umdiário sobre o uso da substância: registre onde costuma usar, quanto, com
quem, por qual razão
- identifique junto com o paciente, outras atividades que substituam o uso de drogas e
que sejam prazerosas: atividade física, lazer, música, leitura, religião, amigos que
não usam drogas
Estratégias da TIB/IB
● Forneça informações sobre os prejuízos das drogas e sobre a rede de assistência
disponível e os recursos existentes na comunidade
● Faça as contas com a pessoa do prejuízo financeiro que ela já teve
● Fale sobre os danos à saúde que as drogas já fizeram ao corpo
● Faça escuta terapêutica se possível
● Aplique escalas de avaliação: ASSIST ou AUDIT
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A aula ministrada sobre terapias breves inicia-se apresentando o motivo de levarem
este nome, pois não duram anos, e sim no máximo algumas semanas, e também porque
são simples e rápidas de serem aplicadas. Elas podem ser aplicadas dentro do CAPS,
dentro de ambulatórios psiquiátricos, em UBS e nos nossos estágios em PIESC IV. Com
isso, existem alguns tipos de terapias breves.
A terapia de ativação é aplicada de modo a incentivar o paciente em sofrimento
psíquico a voltar a realizar atividades que antes lhe causavam prazer. Essa terapia tem o
objetivo de devolver a qualidade de vida ao indivíduo por meio da definição de uma rotina
de cuidados, afazeres e de lazer. Para isso, a pessoa e o terapeuta organizam juntos um
plano de retomada de atividades e periodicamente, durante as consultas, analisa-se o
progresso do paciente na execução da rotina. Nessa terapia, deve-se considerar a realidade
do doente e a acessibilidade das atividades a ele. Uma ferramenta muito utilizada para a
ativação do paciente é a construção da Agenda Positiva, que permite aos profissionais de
saúde e ao indivíduo em recuperação a verificação do andamento das tarefas definidas.
A terapia de reatribuição é aplicável em casos nos quais o indivíduo em sofrimento
mental também apresenta queixas físicas não justificáveis, visto que o sofrimento psíquico e
físico podem estar correlacionados. Dessa forma, para aplicar essa terapia, deve-se
abordar a situação com o paciente, relatando que seus sintomas físicos tem ligação com os
psíquicos, para que haja uma maior compreensão do momento e para que se possa
elaborar uma resolução conjuntamente com o terapeuta. Essa terapia pode ser mais
demorada e suas etapas consistem no exame clínico completo do paciente, na explicação
do terapeuta ao paciente sobre a correlação entre seus sintomas físicos e mentais de modo
que faça sentido para a pessoa e na elaboração de um projeto terapêutico ampliado
conjunto.
A terapia comunitária (TC), elaborada por Adalberto Barreto e difundida em seu
Projeto Quatro Varas, consiste na intervenção comunitária, interpessoal de modo a
promover qualidade de vida por meio da construção de vínculos entre os participantes, da
valorização de suas experiências de vida, da recaptação da identidade cultural e individual,
da restauração da autoestima e da resolução de problemas comunitários a partir de
competências locais. Para esses objetivos serem efetivados, algumas regras devem ser
seguidas, como o respeito à fala da outra pessoa, a inserção da cultura dentro das
reuniões, a abordagem das histórias e experiências de vida dos pacientes, a reflexão em
grupo e a avaliação realizada pelos terapeutas.
Por fim, a terapia de intervenção breve (TIB/IB), muito utilizada com dependentes
químicos e aplicada por diversos profissionais da área da saúde, consiste na redução de
danos gerados pela dependência, de modo a auxiliar na amenização dos problemas
gerados pelo uso de substâncias químicas. Essa terapia possui dois tipos: a prevenção
primária, a qual é aplicada antes do contato com a droga, a fim de impedir o consumo ou
retardá-lo o máximo possível, e a prevenção secundária, na qual já houve o uso da droga e
a intenção é minimizar os danos. As etapas da TIB constituem-se na devolutiva, no retorno
do paciente ao terapeuta sobre seu tratamento e progresso e vice e versa, na
responsabilidade que o indivíduo deve assumir sobre seu tratamento, no aconselhamento
dado pelo terapeuta sobre os problemas que o uso de drogas gera para a vida do paciente,
na elaboração de um menu de opções de atividades que o indivíduo pode realizar que evite
o uso de drogas, na demonstração de empatia pelo terapeuta e na autoeficácia, ou seja, o
quanto a terapia está sendo eficaz para o paciente de modo que o próprio consiga
reconhecer isso. Nessa terapia, pode-se aplicar escalas de avaliação, como a AUDIT ou a
ASSIST.

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