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Filosofia Geral -

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1
Filosofia Geral 
Professor Euclides Di Dário
Conteúdo
1. Conceito de Filosofia – Filosofia Geral e Filosofia do Direito
2. Correntes do Pensamento Filosófico
3. Filosofia na Grécia – Os mitos – Filósofos da Natureza
4. Sócrates – Platão – Aristóteles e a Filosofia na Grécia
5. Filosofia do Direito em Roma
6. Filosofia do Direito na Idade Média
7. Filosofia no Renascimento
8. Filosofia na Idade Moderna
9. Filosofia Contemporânea
10. Conceitos Filosóficos: Vontade, Verdade, Certeza, Virtude, Justiça.
11. Revoluções Burguesas
12. O ideal republicano
13. Experiências Totalitárias
14. Democracia
1. Conceito de Filosofia – Filosofia Geral e Filosofia do Direito
A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de tudo, uma prática de vida que procura pensar os acontecimentos além de sua pura aparência.
O nascimento da Filosofia
Os historiadores da Filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: final do século VII e início do século VI antes de Cristo nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma região denominada Jônia), na cidade de Mileto. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto
A filosofia tem início quando o pensamento se torna racional
Os primeiros filósofos ocupavam-se com a origem e a ordem do mundo, o kosmos, e a filosofia nascente era uma cosmologia. Pouco a pouco, passou-se a indagar o que era o próprio kosmos, qual era o fundo eterno e imutável que permancia sob a mutiplicidade de transformação das coisas. Qual era e o que era o ser subjacente a todos os seres. Com isto, a filosofia nascente tornou-se ontologia, isto é conecimento ou saber sobre o ser.
A atitude crítica
A primeira caracteristica da atitude filosófica é negar as crenças e os preconceitos e a segunda atitude filosófica é interrogar a respeito das coisas, das ideias, dos atos, das situações, dos comportamentos, dos valores e de nós mesmos. Porque as coisas são dessa maneira e não de outra? Essas caracteristicas constituem a atitude crítica e o pensamento crítico
O filósofo grego Sócrates afirmava que “Sei que nada sei”. 
Para Platão, discípulo de Sócrates a filosofia começa com a admiração:
"A admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não tem outra origem a filosofia." (Platão, Teeteto).
Para Aristóteles a filosofia começa com o espanto: 
"Os homens começam e sempre começaram a filosofar movidos pela admiração." (Aristóteles, Metafísica).
Filosofia Jurídica
A filosofia jurídica é a parte da filosofia que busca a formulação da ideia universal do Direito, determina seu valor ou sua natureza e estuda sua origem e evolução através da História.
A lei expressa o Direito, traduz, em forma inadequada e pobre, a riqueza da realidade jurídica, mas as dimensões totais do Direito não se encerram apenas nela.
As leis estão cheias, saturadas, empapadas de realidade humana, pois são destinadas à regulação da atividade do homem.
A finalidade da Filosofia do Direito: análise dos fundamentos e fins do fenômeno jurídico e o sentido existencial, ético do Direito.
Problematizar o direito – eis o objetivo da filosofia do direito
Na realidade, pode-se advogar mediocremente (e até razoavelmente) sem conhecer filosofia do direito, mas não se pode haver jamais um expoente, na arte de advogar, eu não conheça lógica, filosofia e filosofia do direito, porque é impossível versar grandes que com o emprego somente da técnica de advogar.
O fenômeno jurídico suporta três tipos básicos de tratamento: o técnico, o científico e o filosófico. Os aspectos técnicos e científicos do Direito são tratados pelos seus diversos ramos do direito material e processual e pela Teoria Geral do Direito, disciplinas que estudam as normas, sua validade e aplicação. O aspecto filosófico está reservado à Filosofia Jurídica. 
Axiologia (estudo o valor)
Do grego axio (apreciação, valoração), a axiologia é a parte da filosofia que estuda os problemas dos valores, como o bem e o mal, o verdadeiro, o justo. No caso da axiologia jurídica, é o estudo dos valores jurídicos, na base dos quais está a justiça. 
O valor é o eixo em torno do qual toda a ordem jurídica vai girar. O direito como valor é um fenômeno indiscutivelmente complexo. Compõe-se de pelo menos cinco dimensões: fato, valor, norma, ciência e poder. Desde o ponto de vista filosófico, dentre essas cinco dimensões, o núcleo central, vital e básico é o valor. É que o valor é sempre o ideal superior, a ser buscado por todos, quer sejam legisladores, executores, doutrinadores ou aplicadores do direito. 
Todas as finalidades do direito são, necessariamente, valores. Dentre os principais valores jurídicos estão a liberdade, igualdade, segurança coletiva, direitos humanos fundamentais e a justiça. 
O Direito é uma realidade embebida de valores imantada pela Justiça, portadora de uma carga axiológica que lhe pressiona o ser e, por lhe condiciona inevitavelmente o conceito.
Ontologia (estuda o ser)
Conhecimento dos princípios e fundamentos últimos de toda a realidade, de todos os seres.
É a parte da filosofia que estuda o "Ser enquanto Ser", buscando sua essência. É um dos ramos do Direito, que tem como uma de suas funções determinar o seu conteúdo, fazendo-o conhecido e, finalmente, determinando o seu conceito e posterior definição, mas, para isso, encontram-se alguns problemas de ordens não puramente ontológicas, sendo o maior deles o de encontrar uma definição única para o Direito, na qual constem suas inúmeras manifestações e funções, eis que ele é muito amplo e complexo.
A gnosiologia dos tempos modernos passa a ocupar o lugar da primitiva ontologia, destronando-a. Tudo girava em torno do ser; agora tudo vai gravitar em torno do conhecer. A filosofia que era uma metafísica ou “filosofia do ser” passa a ser uma gnosiologia “filosofia do conhecer”. O sistema ptolomaico (de Ptolomeu que defendeu a ideia da Terra ser o centro do universo) cedeu lugar ao sistema copernicano. (Copérnico afirmou que o sol era o centro do universo)
Gnosiologia
Estudo do conhecimento filosófico
Na história das cogitações do espírito humano, o ato de conhecer tem sido objeto de constante preocupação por parte dos filósofos, já que o homem é um animal que, por excelência, conhece.
A curiosidade incessante de perceber os fatos do mundo e os atos do homem, bem como a indiginação das relações entre esses fatos e as causas que o determinam, constitui conotação fundamental do espirito hunao.
O problema de conhecer já preocupava os antigos gregos que ora falavam “gnosis”, conhecimento, ora se referem à “epistemé” saber, atravessou os tempos até a Idade Média; atingindo o Renascimento, tornando-se o eixo da filosifia de Kant, e chegou aos nossos dias.
Gnosiologia é a parte da Filosofia que estuda o conhecimento humano. É formada a partir do termo grego “gnosis” que significa “conhecimento” e “logos” que significa “doutrina, teoria”. Pode ser entendida como a teoria geral do conhecimento, na qual se reflete sobre a concordância do pensamento entre sujeito e objeto. Nesse contexto, objeto é qualquer coisa exterior ao espírito, uma ideia, um fenômeno, um conceito, etc., mas visto de forma consciente pelo sujeito. O objetivo da gnosiologia é refletir sobre a origem, essência e limites do conhecimento, do ato cognitivo (ação de conhecer).
Qual a origem do conhecimento? É necessário admitir que o homem é composto de duas partes, sentidos e intelecto. A fonte dos sentidos é a experiência e a fonte do intelecto é a razão. A proposição “o fogo que é quente” exprime um juízo extraido da experiência. Por outro lado, a proposição “a soma dos ângules internos de um triângulo é igual a dosiângulos retos” resulta da razão. Os dois exemplos concretizam colocações extremas, a empirista e a racionalista.
O moderno e verdadeiro fundador do empirismo é o inglês Jonh Locke (1632-1704) que refutando a teoria das idéias inatas, sustenta a teoria do papelem branco que a experiência diária vai preenchendo com sua escrita.
O continuador das idéias empiristas de Locke foi David Hume (1711-1776), que dividiu as percepções de seu antecessor em “impressões” e “ideias”. Impressoões ão as sensações dos sentidos. Ideais sãos as representações da memoria e da fantasia. Todas as ideais nascem das impressões e nada maissão do que cópias das impressões.
O empirista francês Condillac (1715-1780) transformou o empirismo no sensualismo (de “sensus”, sentido), resumindo e reduzindo as fontes de conhecimento a uma só – a sensação. A “alma” tem uma só faculdade – a de experimentar sensações. As demais faculdades derivam desta faculdade originária.
Com Stuart Mill (1806-1873) o empirismo atinge expressão máxima, afirmando-se que todos os conhecimentos, inclusive o matemático têm sua fonte na experiência.
Epistemologia 
Estudo do conhecimento científico.
A epistemologia, também chamada teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia interessado na investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético?
Análise critica das ciências, tanto as ciências exatas ou matemáticas, quanto as naturais e as humanas: avaliação dos métodos e dos resultados das ciências; compatibilidade e incompatibilidades entre as ciências; formas de relações entre as ciências.
Rigor científico, método, procedimentos de pesquisa, exequibilidade das experiências científicas, fins das atitudes científicas, possibilidade de alcance da verdade, papel social das ciências.
Metafísica
Metafísica é uma palavra com origem no grego e que significa "o que está para além da física". É um ramo da filosofia que estuda a essência do mundo. Procura responder perguntas tais como: O que é real? O que é natural? O que é sobrenatural?
Origem das cosias, unidade divina, relação criador/criatura, preexistência do mundo, subsistência do ser, alma, destino, governo do universo, causa das causas, sentido da vida.
Linguagem 
Língua: é um grande conjunto de palavras, que designam objetos, qualidades, sentimentos, ações, ordenado gramaticalmente e pela sintaxe.
Linguagem: é um modo peculiar de o espírito se exteriorizar mediante signos, revelador da personalidade do faltante.
Retórica é a arte elegante de falar, consiste no poder de expressão capaz de persuadir , ou convencer, seja pela linguagem falada ou escrita 
Semiótica é a ciência dos signos. As palavras, como as leis, evoluem no tempo e ganham novos significados. A semiótica, como teoria ou ciência geral dos sinais, estuda a essa variação história, com repercussão na esfera jurídica.
A atuação dos advogados compreende a argumentação e a contra argumentação.
Na área jurídica a linguagem é de suma importância, mas requer apurada interpretação.
A hermenêutica jurídica estuda as técnicas e os métodos de interpretação das normas jurídicas.
Na decisão judicial, além de se orientar por critérios lógicos, o juiz se guia por valores. Pela exposição dos fatos e contra razões, depoimentos, prova em geral, o juiz desenvolve processo de avaliação sob o plano da lei e do sentimento do justo.
O Direito e os Princípios do Direito
É comum dizer-se que o Direito está mais nos princípios do que nas leis que nas leis. É que neles se acham concentradas as ideias diretoras do sistema jurídico. Quem pretende assimilar a cultura jurídica há de cultivá-los, pois é a partir deles que se elaboram teorias e códigos. Os princípios são alicerces do Direito e guias para a elaboração, aplicação e interpretação das normas.
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
Princípio da Igualdade
Princípio da livre iniciativa
Princípio do contraditório e da ampla defesa
Pensamento dogmático e método zetético
O pensamento dogmático é uma forma de enfoque teórico no qual as premissas de sua argumentação são inquestionáveis, como ocorre, por exemplo, com a religião, por ser a fé inquestionável; o método zetético é analítico e para resolver algum problema ou investigar a razão das coisas questiona as premissas de argumentação, procede pesquisas, investiga, é céptico.
Direito e Moral
Direito e Moral podem ser facilmente associados se pensarmos o direito como sendo o conjunto de normas que tenta regular e organizar a vida em sociedade, solucionando os conflitos entre os indivíduos, visto que a moral é um ramo das Ciencias Sociais que também se preocupa com o estudo de normas reguladoras da vida social.
Nem sempre é fácil diferenciar as normas do direito das normas da moral, em face de semelhança entre elas em muitos aspectos. Por exemplo, ambos os sistemas de normas, direito e moral, valorizam princípios como o respeito à vida, à liberdade, à integridade física, psicológica e espiritual dos homens, à propriedade legitimamente obtida, à igualdade de direitos, entre outros.
O filosófo alemão Cristiano Tomásio diferenciou Direito e Moral. Segundo ele o Direito se preocupa com o foro externo do indivíduo. Em contrapartida, a Moral preocupa-se com o foro interno, ou seja, com a vida interior das pessoas.
Para Kelsen se o direito for entendido e definido exclusivamente a partir das idéias de normatividade e validade, então seu campo nada tem a ver com a Ética. Pode-se sintetizar sua proposta: as normas jurídicas são estudadas pela Ciência do Direito; as normas morais são objeto de estudo da Ética como ciência. O raciocínio jurídico, então, não deverá versar sobre o que é certo ou errado, sobre o que é virtuoso ou vicioso, sobre o que é bom ou mau, mas sim sobre o lícito e o ilícito, sobre o legal (constitucional) ou ilegal (inconstitucional), sobre o válido e o inválido.
Miguel Reale, por sua vez, criou a Teoria Tridimensional do Direito. Segundo esse doutrinador o Direito se compõe da conjugação harmônica dos três aspectos primordiais: Fato, Valor e Norma.
Divisão Histórica 
Idade Antiga: 
4000 a.C. – 476 d.C.		Da escrita até a queda o Império Romano
Idade Média:
Século V a Século XV	Da queda do Império Romano até a tomada de Constantinopla
Idade Moderna: 
Século XV – XVIII		Da tomada de Constantinopla até a Revolução Francesa
Idade Contemporânea: 
Século XVIII – 		Da Revolução Francesa até os dias atuais
Os Principais Períodos da Filosofia
I. Filosofia antiga (do século VI a.C. a século VI d.C). A filosofia antiga compreende os quatro grandes períodos da Filosofia greco-romana, indo do pré-socrático ao período helenistico. 
II. Filosofia Patrística (do século I ao século VII, desde o nascimento de Cristo até 600). Inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João e termina no século VIII, quando teve inicio a Filosofia medieval. Do século I ao século VII. Seus pensadores mais importantes foram: Justino, Tertuliano, Atenágoras, Orígenes, Clemente, Eusébio, Santo Ambrósio, São Gregório Nazianzo, São João Crisóstomo, Isidora de Sevilha, Santo Agostinho, Beda e Boécio
III. Filosofia Medieval (do século VII ao século XIV, desde 600 até 1300). Abrange os pensadores europeus, árabes e judeus. Seus principais pensadores foram: Abelardo, Duns, Escoto Erígena, Santo Anselmo, Santo Tomas de Aquino, Santo Alberto Magno, Guilherme de Ockham, Roger Bacon, São Boaventura.
É o período em que a Igreja Roanada dominava a Europa, ungia e coroava reis, organizava Cruzadas à Terra Santa e criava, à volta das catedrais, as primeiras universidades ou escolas. E, a partir do século XII, por ter sido ensinada nas escolas, a Filosofia medieval também é conhecida com o nome de Escolástica.
IV. Filosofia da Renascença (do século XIV ao século XVI, desde 1300 até 1500). Os nomes mais importantes desse período foram. Dante, Marcílio Ficino, Giordano Bruno, Campannella, Maquiavél, Montaigne, Erasmo, Tomas Morus, Jeand Poden, Kepler e Nicolau de Cusa.
V. Filosofia Moderna (do século XVII a meados do século XVIII, de 1600 até meados de 1700). Os principais pensadores desse período foram: Francis Bacon, Descartes,Galileu, Pascal, Hobbes, Espinosa, Leibniz, Malebranche, Locke, Berkeley, Newton, Gassendi.
VI. Filosofia da Ilustração ou Iluminismo (do século XVIII ao começo de século XIX, de 1700 até o início de 1800). Os principais pensadores desse período foram: Hume, Voltaire, D’Alembert, Diderot, Rousseau, Kant, Fichte e Schelling.
O iluminismo afirma que: pela razão, o homem pode conquistar a liberdade e a felicidade social e política. A Filosofia da Ilustração foi decisiva para as idéias da Revolução Francesa de 1789.
VII. Filosofia Contemporânea (meados do século XIX até nossos dias, meados de 1800 até hoje).
É do século XIX a concepção de progresso, isto é, de que os seres humanos, as sociedades, as ciências, as artes e as técnicas melhoram com o passar do tempo, acumulam conhecimento e práticas, aperfeiçoando-se cada vez mais, de modo que o presente é sempre melhor e superior.
Esta visão otimista também foi desenvolida na França pelo filósofo Augusto Comte, que atribuía o progresso ao desenvolvimento das ciências positivas. Essas ciências permitiriam aos seres humanso “saber para prever, prever para prover”, de modo que o desenvolvimento social se faria por aumento do conhecimento científico da sociedade. É de Comte a idéia de “Ordem e Progresso”, que viria a fazer parte da Bandeira do Brasil.
Comte faz uma separação entre Filosofia e ciências positivias (matemática, química, física e outras). As ciências, dizia Comte, estudam a realidade natural, social, pscicológica e moral e repesentam o conhcecimento, propriamente. A Filosofia seria apenas uma reflexação sobre o trabalho científico.
Marx descobriu que temos a ilusão de estarmos pensando e agindo com nossa própria cabeça e por nossa própria vontade, racional e livremenret, de acordo com nosso entendimento e nossa liberdade, porque desocnhecemos um poder invi´sivel que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos. A esse poder – que é social – ele deu o nome de ideologia
Freud, por sua vez, mostrou que os seres humanos têm a ilusão de que tudo quanto pensam, fazem, sentem e desejam, tudo quanto dizem ou calam estaria sob o controle de nossa consciência porque desconhecemos a existência de uma força invisível, de um poder – que é psíquico e social – que atua sobre nssa consciência sem que ela o sabia. A esse poder que domina e controla invisível e profundamente nossa vida consciente, ele deu o nome de insconsciente.
Os períodos da filosofia grega
I. Período pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a.C. quando a filosofia se ocupava fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das transformações na Natureza. 
II. Período socrático ou antropológico, do final do século V e todo o século IV a.C., quando a Filosofia investiga as questões humans, isto é, a ética, a política e as técnicas (em grego, ântropos quer dizer hoem; por isso o período recebeu o nome de antropológico). 
III. Perído sistemático, do final do século IV ao final do século III a.C., quando a Filosofia busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e antropologia, interessando-se sobretudo em mostrar que tudo pode ser objeto do conhecimento filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas demonstrações estejam firmemente estabelecidas para oeferecer os critérios da verdade e da ciência.
IV. Período helenístico ou greco-romano, do final do século III a.C. até o século VI depois de Cristo. Nesse longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos primeiros Padres da Igrega, a Filosofia se ocupa, sobretudo com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a Natureza de ambos com Deus.
2. Correntes do Pensamento Filosófico
Idealismo
O Idealismo é uma corrente filosófica que emergiu apenas com o advento da modernidade, uma vez que a posição central da subjetividade é fundamental. Seu oposto é o materialismo.
Tendo suas origens a partir da revolução filosófica iniciada por Descartes e o seu cogito, é nos pensadores alemães que o Idealismo está em geral associado, desde Kant até Hegel, que seria talvez o último grande idealista da modernidade. Muitos, ainda, acreditam que a teoria das ideias de Platão é historicamente o primeiro idealismo. No idealismo a verdadeira realidade está no mundo das ideias, das formas inteligíveis, acessíveis apenas à razão.
Platão achava que humanos poderiam progredir de dentro para fora, corrigindo seus pensamentos e descobrindo o conhecimento desde o nascimento. O Idealismo se concentra no raciocínio e na maneira pela qual a pessoa pode trazer à tona o conhecimento que tem dentro de si. Na sua visão, o mundo só existe na mente das pessoas e esta verdade definitiva reside em uma consistência de ideias. Portanto, quanto mais perfeitas tornam-se nossas ideias, melhor podemos servir ao mundo. No Idealismo de Immanuel Kant, o mundo existe, mas a nossa mente é separada dele.
Realismo filosófico
O Realismo é a escola de pensamento educacional promovida pelo aluno de Platão, Aristóteles. Essa escola afirma que a única realidade é o mundo material, que o estudo do mundo exterior é o único meio confiável de encontrar a verdade; o mundo é um fenômeno objetivo ao qual a nossa mente precisa aderir. Conseguimos cada vez mais conhecimento através do estudo adequado do mundo. No Realismo, uma pessoa é um vaso vazio de conhecimento, e este só pode vir de fora do ser, através da observação. Essa filosofia foi a mãe do método científico, um sistema de investigação baseado em fatos objetivos.
Materialismo
Na filosofia marxista, o materialismo dialético (ou materialismo marxista) é uma forma desta doutrina estabelecida por Karl Marx e Friedrich Engels que, introduzindo o processo dialético na matéria, admite, ao fim dos processos quantitativos, mudanças qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência, que é produto da matéria, mas realmente distinta dos fenômenos de ordem material.
O materialismo histórico é uma tese do marxismo, segundo a qual o modo de produção da vida material determina, em última instância, o conjunto da vida social, política e espiritual. É um método de compreensão e análise da história, das lutas e das evoluções econômicas e políticas. Essa tese foi definida e utilizada por Karl Marx (em O 18 do brumário de Luis Bonaparte, O capital), Friedrich Engels (Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico), Rosa Luxemburgo e Lênin.
Epircurismo
Os gregos antigos estavam habituados a fazer uma série de especulações místicas e filosóficas a respeito da morte. No campo supersticioso, a vontade dos deuses e os caprichos do destino permeavam explicações para o fim da vida. Na filosofia, discutia-se a ligação da alma com o corpo e ensinavam-se maneiras de se lidar com o medo da morte. Sócrates (470-399 a.C.), diante da preocupação acerca do tema, ensinava que “filosofar é aprender a morrer”. Mas, no fim do século IV a.C., eis que uma escola inovadora abria suas portas ou, melhor dizendo, seus jardins, em Atenas. O mestre, Epicuro (341-270 a.C.), não só considerava sem sentido as angústias em relação à morte, como ria do destino e pregava que o sentido da vida era o prazer. Nascia o epicurismo.
O papel da filosofia, para Epicuro, é bem claro: cuidar da saúde da alma. Assim como a medicina precisa se ocupar dos males do corpo, a filosofia só tem valor se cuidar dos da alma, longe de consistir num discurso vazio e abstrato. O discípulo Diógenes de Oenoanda resumiu a sabedoria do mestre em quatro “remédios” de cunho bem prático: 1) Os deuses não devem ser temidos; 2) A morte não deve amedrontar; 3) O bem é fácil de ser obtido; 4) E o mal, fácil de suportar.
Comecemos pelo não temor aos deuses. Epicuro não era ateu, como foi acusado por alguns. Ele acreditava na existência dos deuses, mas sustentava que estes eram indiferentes aos humanos. Serenos, as deidades habitariam um plano perfeito, não nutrindo nenhum interesse pelas coisas que acontecem aqui embaixo. Assim, é inútil temê-los ou se preocupar com castigos. Termedo do destino é igualmente desnecessário: ele não é tecido por forças divinas, mas escrito pelos humanos.
Em relação à morte, para os epicuristas, simplesmente não faz sentido se preocupar com ela. O raciocínio é o seguinte: quando um ser humano existe, a morte não existe para ele. Quando ela existe, ele é que não existe mais. Assim, nós nunca nos encontramos com nossa morte – nossa existência nunca se dá ao mesmo tempo da existência dela. Logo, ocupemos nossas mentes com a vida e desfrutemos dela. E qual é o maior bem que podemos usufruir? O prazer. 
A noção de prazer, no epicurismo, é extremamente refinada. Não se trata de uma busca desenfreada pela fruição do momento presente, como era para outro grego, Aristipo de Cirene (435-366 a.C.), conhecido por pregar o hedonismo. O prazer do epicurismo é calmo e sereno. O sábio deve evitar a dor e as perturbações, levando uma vida isolada da multidão, dos luxos e excessos. Colocando-se em harmonia com a natureza, ele desfruta da paz. Epicuro condena a renovação a qualquer preço e a ânsia pela mudança, pregando uma espécie de prazer tranquilo.
Para vivenciar esse prazer, é fundamental evitar a dor, como ensina o quarto remédio de Diógenes. A tarefa não é difícil para Epicuro. Diferentemente da postura desapegada em relação ao passado e ao futuro, característica dos seguidores do estoicismo – corrente filosófica contemporânea e rival à de Epicuro –, os epicuristas afirmavam que, para amenizar momentos dolorosos, nada como se lembrar de alegrias passadas ou criar expectativas felizes em relação ao futuro. E não pense que o mestre ensinava sem conhecimento de causa: ele mesmo sofria dores constantes, em virtude de uma grave doença que o acompanhou em grande parte da vida.
Estoicismo
O estoicismo tira seu nome do Pórtico (Stoa), local de Atenas em que se reuniam seus adeptos. Diferentemente do epicurismo, o estoicismo não está ligado a uma autoridade incontestável de um fundador. A doutrina estoica se constitui progressivamente pelas contribuições sucessivas dos três primeiros chefes da escola: Zenão de Cicio (322 a.C. – 262 a.C.), que depois de ter sido discípulo de Crates, fundou a escola cerca de 300 a.C.; Cleanto de Assos (312-232) e Crisipo (227-204 a.C.). O estoicismo médio é representado essencialmente por Panécio (180-110) e Possidônio (135-51), que tiveram o grande mérito histórico de introduzir o estoicismo em Roma. O novo estoicismo se desenvolveu em Roma sob o império e está ligado a três grandes nomes: Sêneca (0-65 d.C.), Epitecto, um escravo, (50-125 d.C.) e o imperador Marco Aurélio (121-180).
A filosofia estoica é a primeira da história a considerar-se “sistemática”. A palavra sistema designava em grego a constituição de um organismo ou de uma cidade e foram os estoicos que a aplicaram pela primeira vez à filosofia, querendo significar que a sabedoria é um todo. Sua divisão em partes somente era possível fazer didaticamente, segundo as necessidades do ensino, mas com a condição de compreender que cada parte é solidária às outras e que o abandono de uma só delas provoca a ruína do conjunto.
Para o estoico, é preciso estar em consonância com a natureza para atingir a sabedoria. Assim, faz-se necessário entender que o único bem que existe é a retidão da vontade e o único mal, o vício. O que não é nem virtude nem vício é indiferente. Assim, a doença, a morte, a pobreza, a escravidão, por exemplo, não são males, são indiferentes porque o sábio é, por definição, feliz, mesmo no sofrimento. O homem mau é sempre infeliz, uma vez que aflige a si próprio, pelo seu vício. 
A experiência estoica consiste na tomada de consciência da situação trágica do homem condicionado pelo destino. Assim, não estamos absolutamente entregues e sem defesa aos acidentes da vida, aos revezes da fortuna, nem à doença e à morte, mas temos, e nada nos pode tirar isso, a vontade de fazer o bem, a vontade de agir de acordo com a razão.
A necessidade de um guia moral na época da transição da Grécia clássica para a helênica explica porque o estoicismo ganhou rapidamente adeptos no mundo antigo e também porque que renasceu todas as vezes em que os valores de uma sociedade entraram em crise profunda
Houve três períodos: antigo, helenístico-romano e imperial romano.
Período antigo: A doutrina ética, como forma de ajudar o individuo a aceitar a adversidade representou o principal apelo do estoicismo nesse período. O homem deve viver de acordo com a razão e ser indiferente a desejos e paixões. A verdadeira felicidade não está no sucesso material, mas na busca da virtude. Alegrias e infortúnios devem ser igualmente aceitos, porque seguem o ritmo natural do universo. Os mais importantes filósofos desse período são: Zenão, Cleantes e Crisipo.
Período helenístico-romano. Panécio de Rodes, Posidônio de Apaméia e Cícero.
O homem político, segundo Cicero, só atinge a virtude suprema se sua atuação estiver voltada para o bem do seu povo.
Período romano. Musônio Rufo, Sêneca, Epicteto e Marco Aurélio criaram os alicerces teóricos que deveriam dignificar o poder imperial. 
Empirismo
O empirismo  é uma doutrina filosófica que tem como principal teórico o inglês  John Locke (1632-1704), que defende uma corrente a qual chamou de Tabula Rasa. Esta corrente afirma que as pessoas nada conhecem, como uma folha em branco. O conhecimento é limitado às experiências vivenciadas, e as aprendizagens se dão por meio de tentativas e erros.
Entende-se por empírico aquilo que pode ter sua veracidade ou falsidade verificada por meio dos resultados de experiências e observações. Teorias não bastam, somente através da experiência, de fatos ocorridos e observados, um conhecimento é considerado pelo empirista.
A percepção do Mundo externo e a abstração da realidade realizada na mente humana são o que faz o homem adquirir sabedoria, segundo o empirismo. Embora tenha se baseado no cartesianismo de René Descartes, ao contrário deste, Locke não aceita a existência de ideias inatas resultantes da capacidade de pensar da razão.
Segundo a teoria de Locke (com a qual concordavam os demais empiristas), a razão, tem a função de organizar os dados empíricos, apenas unir uns dados aos outros, que lhe chegam através da experiência. Segundo Locke, “nada pode existir na mente que não tenha passado antes pelos sentidos”, ou seja, as ideias surgem da experiência externa (via sensação), ou interna (via reflexão), e podem ser classificadas em simples (como a ideia de largura, que vêm da visão) ou compostas (a ideia de doença, resultado de uma associação de ideias).
Nesse sentido, qualquer afirmação de cunho metafísico era rejeitada no Empirismo, pois para essas afirmações não há experimentação, testes ou controles possíveis.
Outro importante teórico empirista foi o escocês David Hume  (1711-1776), que contribuiu com a epistemologia ao discutir o princípio da causalidade. Segundo Hume, não existe conexão causal, e sim uma sequência temporal de eventos, que pode ser observada.
Além de John Locke e David Hume, outros filósofos que são associados ao empirismo são: Aristóteles, Tomás de Aquino, Francis Bacon, Thomas Hobbes, George Berkeley e John Stuart Mill.
O empirismo causou uma grande revolução na ciência, pois graças à valorização das experiências e do conhecimento científico, o homem passou a buscar resultados práticos, buscando o domínio da natureza. A partir do empirismo surgiu a metodologia científica.
Racionalismo
O Racionalismo é uma corrente filosófica baseada nas operações mentais para definir a viabilidade e efetividade das proposições apresentadas.
Essa corrente surgiu como doutrina no século I antes de Cristo para enfatizar que tudo que é existente é decorrente de uma causa. Muito tempo depois, já na Idade Moderna, os filósofos racionalistas adotaram a matemática como elemento para expandir a ideia de razão e a explicação da realidade. Dentre seus adeptos, destacou-se o francês René Descartes  que elaborou um método baseado na geometria e nas regras do método científico. Suas ideias influenciaramdiversos outros intelectuais, como Spinoza e Leibniz. Este, por exemplo, desenvolveu o método de cálculo infinitesimal e defendeu o Racionalismo dizendo que algumas ideias e princípios são percebidos pelos nossos sentidos, mas não estão neles as origens. Seus argumentos tinham grande amparo da geometria, da lógica e da aritmética. As elaborações de Descartes também impulsionaram muito o método científico em função das quatro regras que utilizou para elaborar seu método racionalista. As regras diziam que jamais se deveria acolher algo como verdadeiro enquanto não fosse verificado, que era preciso fragmentar as dificuldades para examiná-las mais de perto, que era preciso impor ordem aos pensamentos e, por fim, fazer enumerações e revisões para não correr o risco de omissões.
A partir da Idade Moderna, o racionalismo obteve grande crescimento como corrente filosófica e não se pode desvincular essas ideias das aplicações matemáticas. 
Tradicionalmente, o Racionalismo era definido pelo raciocínio como operação mental, discursiva e lógica para extrair conclusões. As inovações humanas apresentadas com o advento do Renascimento consolidaram o Racionalismo com o acréscimo de elaborações e verificações matemáticas. Para o Racionalismo, tudo tem uma causa inteligível, mesmo que não possa ser demonstrada empiricamente. O Racionalismo foi importante elemento do mundo Moderno para superar o mundo Medieval, pois privilegia a razão em detrimento das experiências do mundo sensível, ou seja, o método mítico como se tinha acesso ao conhecimento durante a Idade Média. Assim, o Racionalismo é baseado na busca da certeza e da demonstração.
O Racionalismo se tornou central ao pensamento liberal, que, por sua vez, pretende propor e estabelecer caminhos para alcançar determinados fins em nome do interesse coletivo. Assim, o Racionalismo está na base do planejamento da organização econômica e espacial da reprodução social, abrindo espaço para as soluções racionais de problemas econômicos e/ou urbanos com base em soluções técnicas e eficazes.
Jusnaturalismo
É a teoria do direito natural configurada nos séculos XVII e XVIII a partir de Hugo Grócio (1583 - 1645), também representada por Hobbes (1588 - 1679) e por Pufendorf (1632 - 1694). Essa doutrina, cujos defensores formam um grande contingente de autores dedicados às ciências políticas, serviu de fundamento à reivindicação das duas conquistas fundamentais do mundo moderno no campo político: o princípio da tolerância religiosa e o da limitação dos poderes do Estado. Desses princípios nasceu de fato o Estado liberal moderno. 
O Jusnaturalismo distingue-se da teoria tradicional do direito natural por não considerar que o direito natural represente a participação humana numa ordem universal perfeita, que seria Deus (como os estóicos julgavam) ou viria de Deus (como julgaram os escritores medievais), mas que ele é a regulamentação necessária das relações humanas, a que se chega através da razão, sendo, pois, independente da vontade de Deus. Assim, o Jusnaturalismo representa, no campo moral e político, reivindicação da autonomia da razão que o cartesianismo afirmava no campo filosófico e científico.
Positivismo Jurídico
O positivismo jurídico foi uma reação ao jusnaturalismo dominante nos séculos XVIII e XIX. Tinha como objetivo construir uma nova ordem jurídica baseada não mais em leis divinas ou da natureza, mas em princípios de igualdade e liberdade. A principal obra sobre o positivismo jurídico, “Teoria Pura do Direito”, foi escrita no início do século XX, pelo filósofo austríaco Hans Kelsen. Para Kelsen, o direito deveria ter a função meramente descritiva e deveria ser entendido como norma despida de qualquer concepção social ou de valores (valores para ele, são objeto de estudo da Sociologia, Psicologia e Filosofia)
Liberalismo
O liberalismo, no início da modernidade, é o correlato, na política, do individualismo e do subjetivismo na teoria do conhecimento. A concepção da existência de direitos naturais ao homem corresponde do ponto de visa epistemológico à concepção de ideias inatas e de faculdades da mente que tornam possível o conhecimento. A valorização da livre iniciativa e da liberdade individual no campo da política e da economia equivale no campo do conhecimento à valorização da experiência individual, tanto intelectual (racionalismo) quanto sensível (empirismo).
O liberalismo econômico signfica pouca inteferência do Estado nas relações privadas, enquanto o intervencionismo signifca uma grande interferência do Estado nas relações prividas.
Contratualismo
Contrato Social ou contratualismo é uma doutrina que reconhece como origem ou fundamento do Estado (ou, em geral, da comunidade civil) uma convenção ou estipulação (contrato) entre seus membros. O contratualismo, na modernidade, juntamente com o jusnaturalismo (doutrina do direito natural) transforma-se em poderoso instrumento de luta pela reivindicação dos direitos humanos. Hobbes e Spinoza puseram a doutrina do contrato a serviço da defesa do poder absoluto. Assim Hobbes enunciava a fórmula básica do contrato: 'Transmito meu direito de governar-me a este homem ou a esta assembleia, contanto que tu cedas o teu direito da mesma maneira' (Leviatã). Essa, diz Hobbes, é a origem do grande Leviatã ou, com mais respeito, do Deus mortal a quem, depois de Deus imortal, devemos nossa paz e defesa, pois por essa autoridade conferida pelos indivíduos que o compõem, o Estado tem tanta força e poder que pode disciplinar à vontade todos para a conquista da paz interna e para a ajuda mútua contra os inimigos externos' (Leviatã).
Ceticismo
O Ceticismo  é a doutrina do constante questionamento. O termo Ceticismo é de origem grega e significa exame, seu fundador foi Pirro, no século IV a.C.. Pintor nascido no Peloponeso, não deixou nenhum escrito filosófico sobre o assunto, mas desenvolveu um grande interesse por filosofia que o levou a fundar uma escola filosófica que garantiu sua reputação entre os contemporâneos. 
Pirro deixou como discípulo – Timon, que produziu uma vasta obra escrita, da qual só restaram alguns fragmentos. A escola cética criada por Pirro passa por um período de escuridão com a morte de seu fundador e renasce com Enesidemo, cujo período de vida não é muito bem determinado, porém sua obra é muito conhecida. A partir daí aparecem com destaque os nomes de Agripa, Sexto Empírico e Antíoco de Laodicéia. Até que chega ao fim o período do chamado Ceticismo Antigo.
Como corrente doutrinária, o ceticismo argumenta que não é possível afirmar sobre a verdade absoluta de nada, é preciso estar em constante questionamento, sobretudo, em relação aos fenômenos metafísicos, religiosos e dogmáticos. Com o passar do tempo, o Ceticismo se dividiu em duas linhas, o filosófico e o científico.
O Ceticismo Filosófico  é exatamente esse que começa com a escola de Pirro e que se expandiu pela chamada “Nova Academia” que ampliou as perspectivas teóricas, refutando verdades absolutas e mentiras. Seus seguidores alegavam a impossibilidade de alcançar o total conhecimento e adotaram métodos empíricos para afirmar seus conhecimentos. Assim, o Ceticismo Filosófico se dedicou a examinar criticamente o conhecimento e a percepção sobre a verdade.
O Ceticismo Científico tem, naturalmente, ligação com o Ceticismo Filosófico, que é a base de tudo. Porém não são idênticos e muitos dos praticantes do Ceticismo Científico não concordam as proposições da corrente filosófica. A corrente científica é a contemporânea, as pessoas que se identificam como céticas são aquelas que apresentam uma posição crítica geralmente baseando-se no pensamento crítico e nos métodos científicos para constatar a validade das coisas. Assim, ganha muita importância a evidência empírica, o que não quer dizer que os céticos façam seu uso constantemente. A necessidade de evidências científicas é mais recorrente na área da saúde, onde os experimentos não podem colocar em risco a vida das pessoas.
Entre os céticos há os chamados desenganadores que dedicam-seao combate contra o charlatanismo, expondo suas práticas falsas e não-científicas. Os religiosos afetados por esses indivíduos, quando chamados a provar suas convicções, preferem atingir pessoalmente os céticos e não discutir suas práticas. Por outro lado, há também o pseudo ceticismo, que, invés de manter o perfil de questionamento, partem logo para a negação. Assim, o Ceticismo pode levar a um circulo vicioso e tornar seu praticante em um fanático tecnológico.
Criticismo
O criticismo é o estudo metódico prévio do ato de conhecer e dos modos de conhecimento, ou seja, uma disposição metódica do espírito no sentido de situar, preliminarmente o problema do conhecimento em função da relação sujeito-objeto, indagando as suas condições e pressupostos.
Ele aceita e recusa certas afirmações do empirismo e racionalismo, por isso, muitos autores acreditam em sua autonomia. Entretanto, devemos entender tal posição como uma análise crítica e profunda dos pressupostos do conhecimento.
Seu maior representante, Immanuel Kant, tem como marca a determinação a priori das condições lógicas das ciências. Ele declara que o conhecimento não pode prescindir da experiência, a qual fornece o material cognoscível e nesse ponto coincide com o empirismo. 
Porém, sustenta também que o conhecimento de base empírica não pode prescindir de elementos racionais, tanto que só adquire validade universal quando os dados sensoriais são ordenados pela razão. Segundo palavras do próprio autor: “os conceitos sem as intuições são vazios; as intuições sem os conceitos são cegas”. Para ele, o conhecimento é sempre uma subordinação do real à medida do humano.
Conclui-se então, que pela ótica do criticismo, o conhecimento implica sempre numa contribuição positiva e construtora por parte do sujeito cognoscente em razão de algo que está no espírito, anteriormente à experiência do ponto de vista gnosiológico.
Pragmatismo
O Pragmatismo constitui uma escola de filosofia, com origens nos Estados Unidos da América, caracterizada pela descrença no fatalismo e pela certeza de que só a ação humana, movida pela inteligência e pela energia, pode alterar os limites da condição humana. Este paradigma filosófico caracteriza-se, pois, pela ênfase dada às consequências-utilidade e sentido prático – como componentes vitais da verdade.
O pragmatismo valoriza a prática mais do que a teoria e considera que devemos dar mais importância às consequências e efeitos da ação do que a seus princípios e pressupostos. A teoria pragmática da verdade mantém que o critério da verdade deve ser encontrado nos efeitos e consequências de uma ideia, em sua eficácia, em seu sucesso. A validade de uma ideia está na concretização dos resultados que se propõe obter.
O Pragmatismo foi a primeira filosofia americana elaborada autonomamente. Inspirada em Ralph Waldo Emerson
Existencialismo
O filósofo do início do século XIX, Søren Kierkegaard, é geralmente considerado como o pai do existencialismo. Ele sustentava a ideia que o indivíduo é o único responsável em dar significado à sua vida e em vivê-la de maneira sincera e apaixonada, apesar da existência de muitos obstáculos e distrações como o desespero, ansiedade, o absurdo, a alienação e o tédio.[
O representante principal do existencialismo ateu é Sartre, tendo publicado obras significativas como O Existencialismo é um Humanismo de 1946 e O Ser e o Nada de 1943.
De acordo com Sartre, a existência precede a essência, ou seja, primeiro existe e depois determina a sua essência, através das suas ações e forma de viver a vida. Assim, o existencialismo ateu era contrário ao existencialismo cristão, porque o homem era responsável por definir a sua essência e não Deus.
O existencialismo cristão incide comunhão e no amor interpessoal como meio de uma transcendência moral da presença absoluta. Insiste na defesa de uma perspectiva antropológica, embora não admita o imanentismo ateu. Está representado por K. Barth, G. Marcel e K. Jaspers.
Realismo Jurídico
O Realismo Jurídico se opõe ao Formalismo Jurídico. Para os formalistas os juízes devem aplicar a lei e não fazê-la. No realismo jurídico não há verdade absoluta. O que é verdadeiro para um pode ser falso para outro. Para os realistas o direito é fato social. O realismo dá destaque à realidade e afasta comandos. O realismo se preocupa com os fatores conscientes e inconscientes do comportamento dos magistrados. 
As normas jurídicas gerais existem como ingredientes que intervêm na elaboração do direito efetivo, em que o fator central é a personalidade do juiz, ou seja, suas tendências éticas ou políticas e sua formação cultural podem explicar a decisão judicial, mas não justifica-la.
Para os realistas, o direito real e efetivo é aquele que o tribunal declara ao tratar do caso concreto.
Realismo jurídico norte-americano
A característica geral da doutrina realista é a valorização da prática judicial na definição do direito e o papel secundário atribuído às disposições legais. Na corrente norte-americana os juristas com maior representatividade são: Jerome Frank, Oliver Wendell Holmes.
A ideia básica do realismo norte-americano é a Common Law de Holmes. A Common Law proclamou a vida do direito não na lógica, mas sim na experiência, portanto, o direito não seria um direito comum, mas sim um direito que surge diretamente das relações sociais e é acolhido pelos juízes. 
	
 
Segundo Oliver Wendell Holmes Jr., “O Direito não é lógica, é experiência”.
Jerolme Frank foi radicalmente contra ao princípio da segurança jurídica que diz que a atividade judicial deve está subordinada aos planos da lei. Para ele, tal valor, atua como freio a liberdade discricionária dos juízes na solução dos feitos que lhe são afetos.
Realismo jurídico escandinavo
Os realistas são empiristas. O juiz, ante o leque de alternativas que tem diante de si, escolherá sempre aquela que a ele, enquanto homem, parecer mais conveniente de ser adotada.
Os realistas concentraram a sua reflexão no papel dos tribunais em face do ordenamento jurídico. A sua doutrina culminou na formação da escola de Upsala e teve com ponto de partida os estudos de: Axel Hagerstrom, Lundstedt, Karl Olivecrona, Alf Ross.
Karl Olivecrona identificou o fenômeno jurídico com os fatos sociais. Lundstedt negava a ciência jurídica, taxando-a de irreal e afetada de superstição.
Ideia principal do realismo escandinavo: Vamos deixar de lado o formalismo e preocupar-nos como o que é útil para a população, só assim teremos a verdadeira Justiça.
3. Filosofia na Grécia – Os mitos – Filósofos da Natureza
Mitologia grega
É o estudo dos conjuntos de narrativas relacionadas aos mitos dos gregos antigos, de seus significados e da relação entre eles e os povos — consideradas, com o advento do cristianismo, como meras ficções alegóricas. Para muitos estudiosos modernos, contudo, entender os mitos gregos é o mesmo que lançar luz sobre a compreensão da sociedade grega antiga e seu comportamento, bem como suas práticas ritualísticas. O mito grego explica as origens do mundo e os pormenores das vidas e aventuras de uma ampla variedade de deuses, deusas, heróis, heroínas e outras criaturas mitológicas.
Ao longo dos tempos, esses mitos foram expressos através de uma extensa coleção de narrativas que constituem a literatura grega e também na representação de outras artes, como a pintura da Grécia Antiga e a pintura vermelha em cerâmica grega. Inicialmente divulgados em tradição oral-poética, hoje esses mitos são tratados apenas como parte da literatura grega. 
Essa literatura abrange as mais conhecidas fontes literárias da Grécia Antiga: os poemas épicos Ilíada e Odisseia (ambos atribuídos a Homero e que focam sobre os acontecimentos em torno da Guerra de Troia, destacando a influência de deuses e de outros seres), e também a Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, ambos produzidos por Hesíodo. Os mitos também estão preservados nos Hinos homéricos, em fragmentos de poemas do Ciclo Épico, na poesia lírica, no âmbito dos trabalhos das tragédias do séculoV a.C., nos escritos de poetas e eruditos do Período Helenístico e em outros documentos de poetas do Império Romano, como Plutarco e Pausânias. 
A principal fonte para a pesquisa de detalhes sobre a mitologia grega são as evidências arqueológicas que descobrem e descobriram decorações e outros artefatos, como desenhos geométricos em cerâmica, datados do século VIII a.C., que retratam cenas do ciclo troiano e das aventuras de Hércules. Sucedendo os períodos Arcaico, Clássico e Helenístico, Homero e várias outras personalidades aparecem para completar as provas dessas existências literárias. 
A mitologia grega tem exercido uma grande influência na cultura, nas artes e na literatura da civilização ocidental e permanece como parte da herança e da linguagem do Ocidente. Poetas e artistas desde os tempos antigos até o presente têm se inspirado na mitologia grega e descoberto que os temas mitológicos lhes legam significado e relevância em seu contemporâneo. Seu patrimônio também influi na ciência, como no caso dos nomes dados aos planetas do Sistema Solar e em estudos teóricos, acadêmicos, psicanalíticos, antropológicos e muitos outros, além de nos dias de hoje tradições neopagãs como a Wicca serem influenciadas por ela e outras como o dianismo, a Stregheria e principalmente o dodecateísmo (ou neopaganismo helênico) tenham tentado resgatar suas crenças.
A palavra mito é grega e significa contar, narrar algo para alguém que reconhece aquele que profere o discurso como autoridade sobre aquilo que foi dito.
Homero é o poeta grego que teria vivido ao redor de 850 a.C. Escreveu as obras Ilíada e Odisseia. Hesíodo outro poeta grego escreveu Teogonia e Dos Trabalhos e dos Dias. Teogonia é um verdadeiro catálogo de deuses.
Assim, Homero e Hesíodo são considerados os educadores da Hélade (como se chamava a Grécia) por excelência, bem como os rapsodos (uma espécie de ator, cantor, recitador) eram tidos como portadores de uma verdade fundamental sobre a origem do universo, das leis etc., por reproduzirem as narrativas contidas nas obras daqueles autores.
Para os gregos os mitos eram a pura realidade
Todas as coisas eram explicadas através dos mitos. Tudo girava em torno de poderes sobrenaturais e de divindades: as chuvas, tempestades e raios, por exemplo, eram atribuídas a Zeus. 
Zeus era o principal deus da mitologia grega. Seu filho Hércules era famoso pela força. Apolo era considerado de beleza sem igual. Artemis era a deusa da caça e da vida selvagem.
Têmis: Deusa da Justiça;
Morfeu: Deus dos Sonhos; 
Hefesto: Deus do Fogo;
Afrodite: Deusa do amor e da beleza
Selene: Deusa da Lua
Filósofos da Natureza
Os primeiros filósofos gregos não estavam satisfeitos com as explicações dos mitos. Estes filósofos são freqüentemente chamados de "filósofos da natureza" e se interessavam, sobretudo pela natureza e pelos processos naturais.
Eles sempre partiam do fato de que sempre existiu "alguma coisa".
Os filósofos viam com seus próprios olhos que havia constantes transformações na natureza. Mas como estas transformações eram possíveis? Como uma substância podia se transformar em algo completamente diferente, numa forma de vida, por exemplo?
Os primeiros filósofos tinham uma coisa em comum: eles acreditavam que determinada substância básica estava por trás de todas essas transformações da natureza.
Podemos dizer que esses filósofos deram os primeiros passos na direção de uma forma científica de pensar. E com isto deram o pontapé inicial para todas as ciências naturais, surgidas posteriormente.
Com eles a filosofia nasce com um conteúdo cosmológico. Cosmologia
As principais características da cosmologia são:
1. É uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da Natureza;
2. Afirma que não existe criação do mundo, isto é, nega que o mundo tenha surgido do nada. Para os Pré-socráticos, o mundo, ou a natureza, é eterna. Tudo se transforma em coisa sem jamais desaparecer.
3. O fundo eterno, perene, imortal, de onde tudo nasce e para onde tudo volta é invisível para os olhos do corpo e visível somente para o olho do espírito, isto é, para o pensamento.
4. Este elemento de onde tudo brota e para onde tudo retorna é o elemento primordial da Natureza e chama-se physis (que significa fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir). A physis é a Natureza em constante transformação.
5. A physis sendo um elemento primordial eterno, ele dá origem a outros seres que são perecíveis e mortais, as coisas físicas.
6. Além de todos os seres serem gerados e mortais, são seres em contínua transformação, mas não perdendo sua forma, sua ordem e sua estabilidade. Essa mudança chama-se movimento, para os pré-socráticos. O movimento do mundo chama-se devir e o devir segue leis rigorosas que o pensamento conhece. 
Essas leis são as que mostram que toda mudança é passagem de um estado ao seu contrário. O devir é, portanto, a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela physis.
Os gregos são os primeiros a colocar a questão da realidade numa perspectiva não mítica. Embora revelando influências do pensamento mítico anterior e contemporâneo, as explicações produzidas pelos primeiros filósofos, por volta do século VI a. C., na colônia grega de Mileto, na Ásia Menor, são consideradas por muitos o embrião da ciência e da filosofia, ou seja, do pensamento racional.
Tales, Anaximandro, Pitágoras
O mais antigo filósofo de que se tem conhecimento que terá encontrado uma resposta para esta questão foi Tales. Pensou ele que o princípio único de todas as coisas era a água. Pela mesma época outros filósofos tomaram posições mais ou menos parecidas com a de Tales. Foi o caso de Anaximandro e de Pitágoras que fizeram do indefinido e do número respectivamente o princípio originário a partir do qual tudo proveio. 
Pitágoras foi quem criou a palavra "Filósofo" e "Matemática".
Heráclito e Parmênides
As respostas irão progressivamente tornando-se mais elaboradas, embora sempre centradas no problema da unidade ou da multiplicidade, da mudança ou da permanência das coisas. Nesse sentido, Heráclito e Parmênides, representam, historicamente, um radicalizar de posições: o primeiro aparece como o defensor da mudança: não se pode penetrar duas vezes no mesmo rio; o segundo, como partidário radical da unidade fundamental de todas as coisas. Esta oposição não resiste, todavia, a um estudo aprofundado das posições dos dois pensadores.
Zenão de Eléia (489 - 430 a.C)
Ficaram célebres os argumentos ou paradoxos inventados por Zenão de Eléia, discípulo de Parmênides, com o objetivo de mostrar o caráter contraditório do movimento, e assim defender as teses do mestre sobre a imutabilidade do real. Para além de uma reflexão sobre a natureza do espaço, do tempo, do conhecimento e da realidade, os paradoxos de Zenão desencadearam uma crise na matemática da Antiguidade, que só viria a ser resolvida nos séculos XVII e XVIII d. C., com a criação da teoria das séries infinitas.
Suponhamos que um objeto se move de A para B, para chegar ao ponto B o objeto deve antes atingir o ponto intermediário B1, mas antes de chegar a B1 deve chegar ao ponto B2 que é a metade da distância entre A e B1,  para chegar a B2 também deve antes chegar ao ponto B3. Esse movimento vai ao infinito demonstrando que o movimento não pode ser iniciado conforme ilustra a figura abaixo:
A-----B3-----B2----------B1--------------------B
Os Sofistas
A palavra sofista (em grego sophistes) deriva de sophia «sabedoria», e designa genericamente todo o homem que possui conhecimentos consideráveis em qualquer ramo do saber. 
No início, a palavra sofista foi utilizada para realçar uma capacidade ou arte especial num determinado assunto. Homero refere que um construtor naval, um cocheiro, um navegador, um adivinho ou um escultor são sábios nas suas profissões. Também Apolo é sophos com a sua lira. 
No início do séc. V a.C. o termo "sofista" passa a ser utilizado com o sentido de "homemsábio". É atribuído a poetas, a músicos e rapsodos, a deuses e mestres, aos Sete Sábios, aos filósofos pré-socráticos e a figuras com poderes superiores, como Prometeu. Pelo final do século, o termo "sofista" era aplicado a quem escrevia ou ensinava e que era visto como tendo uma especial capacidade ou conhecimento a transmitir. 
No entanto, depois dos sofistas terem aparecido na Grécia, os ódios e invejas que geraram por entre a multidão fez com que a palavra "sofista" começasse a ser utilizada em sentido depreciativo. A palavra passa então a ser utilizada no sentido de ladrão, charlatão ou mentiroso, significado que acaba por ir ao encontro do seu sentido atual.
 Como, nesta altura, os jovens atenienses estavam ávidos de novidades, rapidamente os sofistas se viram rodeados de rapazes desejosos de encontrar o segredo do domínio das multidões.
Os sofistas recebiam dinheiro pelos ensinamentos que ministravam, o que era alvo da censura  dos atenienses. Também Sócrates - que ao contrário dos sofistas, dispensava gratuitamente o seu saber a quem dele necessitava - achava vergonhoso vender o saber na praça publica. Como Platão diz no Protágoras,  Sócrates comparava os sofistas aos mercadores, que elogiam os produtos que vendem mesmo sem saberem se são bons ou não e que,  inevitavelmente eram tentados a acomodar a sua mercadoria ao gosto dos compradores. 
 
No estado democrático ateniense, a exigência de todos, enquanto homens livres, intervirem ativamente na vida pública é um dever cívico, a participação nas assembleias é indispensável. 
Neste contexto, surge uma nova estirpe de "educadores", os sofistas. Estes se apresentavam como professores, no sentido atual do termo (os primeiros da história), e oferecem, em troca de dinheiro, o ensino da virtude, da aretê ou, como também lhe chamam, a technê (técnica, ofício, habilidade, arte ou saber aplicado) política.
Dentre os principais sofistas destacam-se Górgias, Protágoras e Hípias, Isócrates, Pródico, Crítias, Antifonte e Trasímaco, sendo que destes, Protágoras, Górgias e Isócrates foram os mais importantes. 
Protágoras de Abdera (480 - 411 a.C.)
Obras: As antologias; A verdade
Sofista de maior renome, é autor da frase que caracteriza o pensamento da escola e do período: O homem é o princípio de todas as coisas. Protágoras destacou-se, sobretudo, por seus dons de oratória, com os quais movia multidões para ensinar mediante pagamento, as estratégias sofistas.
No livro As antologias, trata da natureza recíproca dos contrários (visível e invisível, crença e descrença), o que levou a duvidar da existência de um ser divino. No livro, A Verdade afirma que o homem é que devia ser o centro de todos os contrários. Por causa disso, foi expulso de Atenas e suas obras forma queimadas.
A base da filosofia de Protágoras está na máxima "O Homem é a medida  de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são e daquelas que não são por aquilo que não são." Para ele medida significava juízo e as coisas são os fatos e as experiências das pessoas. Com essa máxima Protágoras tinha por objetivo negar um critério absoluto para distinguir o ser do não-ser. O critério para a diferenciação torna-se o homem, cada homem. Ele explica melhor "Tal como cada coisa se apresenta para mim, assim ela é para mim, tal como ela se apresenta para você, assim ela é para você." O vento que sopra é frio ou quente? A resposta vai depender de cada pessoa, para algumas vai estar frio e para outras vai estar quente, dessa forma ninguém vai estar errado e a verdade vai estar em cada sujeito e no que ele pensa sobre sua experiência. 
 
Se os homens são a medida de todas as coisas, por consequência, nenhuma medida pode ser a medida para todos os homens. As coisas assim vão ser definidas pelas pessoas que as definem, o que vale para determinada situação não vai valer para outras. As coisas vão ser conhecidas particularmente por cada indivíduo. 
 
Protágoras ensinava também técnicas e métodos para  tornar um argumento fraco em um argumento forte. Ele ensinava a aptidão de fazer sobressair um ponto de vista sobre um ponto de vista contrário. Os homens tem em si a faculdade de julgar com justiça, a função do sofista é fazer com que eles expressem essa capacidade.
 
Para ele as coisas são, portanto, relativas aos indivíduos e aos seus pareceres. Não existe uma verdade absoluta assim como não existem padrões morais absolutos, o que existem são coisas mais oportunas, úteis e convenientes. A pessoa sábia vai ser aquela que consegue distinguir o que é mais vantajoso e decente para cada situação. O sábio vai conseguir também convencer os outros a reconhecer essa qualidade superior e fazer com que eles a ponham em prática.
 
Protágoras afirmou também que em relação aos deuses ele não poderia afirmar se existem ou se não existem, pois muitas coisas o impediam de fazer tais afirmações, ele considerava o assunto obscuro e a vida breve para se achar uma resposta para a questão. Mostrava-se agnóstico nas suas crenças, pois o divino vai além da capacidade humana de compreensão dessa experiência sendo o homem limitado em seu saber. Para ele era possível criarmos argumentos tanto a favor como contra a existência dos deuses.
 
Ele dizia ainda que os sábios e os bons oradores deveriam guiar através de conselhos as outras pessoas.
Górgias (485 – 380 a.C.) 
Górgias para fundamentar sua filosofia toma por base o niilismo, a descrença por razão principal, onde nada existe de absoluto, onde não existem verdades morais e nem hierarquia de valores. A verdade não existe, qualquer saber é impossível e tudo é falso porque é ilusório.
 
Seu niilismo baseia-se em três tópicos, primeiro na não existência do ser, existe somente o nada. O ser não é uno, não é múltiplo, nem criado e nem gerado, por conseguinte o ser é nada. Segundo, mesmo que o ser existisse ele não poderia ser conhecido pois se podemos pensar em coisas que não existem é porque existe uma separação entre o que pensamos e o ser, o que impossibilita o seu conhecimento. E terceiro, mesmo que pudéssemos pensar e conhecer o ser nós não poderíamos expressar como ele é porque as palavras não conseguem transmitir com veracidade nada que não seja ela mesma. Quando comunicamos, comunicamos palavras e não o ser.
 
O filósofo destrói dessa forma a possibilidade de alcançarmos a verdade absoluta. Nossa razão somente pode iluminar as situações em que os homens vivem mas não tem a capacidade de formular regras absolutas. Podemos somente analisar a condição em que nos encontramos e expor o que devemos ou não fazer e mesmo o que devemos ou não fazer muda muito dependendo da situação em que nos encontramos. Uma mesma atividade pode ser boa ou ruim dependendo de quem a pratica e em que situação se encontra.
 
Como não existe uma verdade absoluta e a falsidade está em tudo; as palavras assumem uma autonomia quase sem limites, pois estão desligadas do ser. As palavras são independentes e estão disponíveis para os mais diversos usos. Um dos principais usos é a retórica que utiliza a palavra para sugerir, para fazer crer e para persuadir os cidadãos. A retórica tem assim grande utilidade para a política. As palavras têm também grande expressão na poesia que diferente da retórica não tem interesses práticos, mas artísticos. Frente ao drama da vida a única consolação é a palavra que adquire valor próprio porque não exprime a verdade, mas a aparência. A palavra cria um mundo perfeito onde é belo viver. A palavra exprime da melhor forma as paixões que direcionam a vida dos homens.
  
Isócrates (436 – 338 a.C.)
	Obra: Contra os sofistas
Filósofo e retórico ateniense. Foi discípulo de Górgias, em Tesalia. Dedicou-se ao ensino e fundou sua escola de retórica, contemporânea e rival da Academia platônica. Em sua primera obra, "Contra os sofistas", atacava a retórica meramente formalista e erística praticada pelos sofistas, mas defendia a retórica como núcleo essencial de uma formação.
Combateu a filosofia platônica, que julgava inapta para a formação ética e política do homem grego.No âmbito político, Isócrates foi adversário de Demóstenes, lutando pela união do mundo helênico sob a monarquia de Filipe da Macedônia, contra os persas.
	 
Basicamente o entendimento que Isócrates tinha de filosofia, e dos filósofos, era oposto à concepção dos sofistas. 
A principal crítica que ele faz aos sofistas é o fato deles cobrarem para ensinar a temperança (sophrosyne) e a justiça (dikaiosyne). Para Isócrates, não havia nenhuma arte (técne) capaz de incutir estes valores naqueles que não fossem naturalmente inclinados para a virtude (areté). 
No entanto, o estudo e o exercício do discurso poderiam engrandecer esses valores nos homens.
A organização do discurso de Isócrates em “Contra os Sofistas” se dá da seguinte maneira. Primeiro, ele começa criticando os erísticos, que podem ser entendidos como todos aqueles que se utilizam da técnica retórica para vencerem uma discussão e calarem os adversário, e que segundo Isócrates, fingem procurar a verdade, mas em seus ensinamentos apenas proferem mentiras.
Em segundo, Isócrates censura os “mestres da retórica” que prometem ensinar os discursos políticos. Isócrates os critica por não se preocuparem realmente com a verdade, e vale ressaltar aqui que para ele, no campo da política só há opinião (doxa), sendo a verdade inacessível ao Homem. Ele os critica também por se comportarem de modo estúpido não servindo deste modo como exemplo para seus discípulos. 
A censura de Isócrates também aborda o fato destes “mestres” não se importarem com a experiência e a natureza de seus discípulos, acreditando eles que basta ensinar uma série de fórmulas prontas para transformarem seus discípulos em excelentes oradores. Isócrates ainda se ressente pelo fato de que as “bobagens” proferidas por estes “mestres” acabam difamando todos aqueles envolvidos com a ocupação da retórica, o que inclui ele mesmo.
4. Sócrates, Platão e Aristóteles. A Filosofia do Direito na Grécia
Sócrates (469-399 a.C.) 
Sócrates não fundou uma escola como diversos outros filósofos. Era um pregador que ensinava em locais públicos e não escreveu nada de seus pensamentos. Suas ideias chegaram até nós através dos escritos dos seus discípulos, principalmente Platão que faz de Sócrates porta voz de muitas de suas ideias, sendo difícil separar o pensamento dos dois.
A Maiêutica
Sócrates fazia perguntas sobre as ideias, sobre os valores nos quais os gregos acreditavam e que julgavam conhecer. Suas perguntas deixavam os interlocutores embaraçados, irritados, curiosos, pois quando tentavam responder ao célebre “o que é”, descobriam, surpresos, que não sabiam responder. 
Sócrates dizia: “Eu também não sei, por isso estou perguntando”.
“Só sei que nada sei.”
A maiêutica é a forma encontrada por Sócrates para fazer com que as pessoas através da interrogação feita de forma organizada e direcionada cheguem ao conhecimento. A Maiêutica é um estímulo para a pesquisa, através dela ele buscava fazer "parir" nas pessoas as ideias , os conhecimentos. Ele próprio se declarava sem sabedoria e não criou nenhuma organização metodológica e doutrinal. Era o parteiro das ideias nos outros e não podia parir conhecimentos em si mesmo.
Através da Maiêutica a pessoa que parece ignorante pode achar em si conhecimentos que desconhecia ter, Sócrates somente ajuda a pessoa nessa pesquisa, mas não lhe ensina nada.
A Virtude
Para Sócrates as pessoas deveriam concentrar os seus esforços em serem virtuosos, para si mesmos, para seus amigos e para a comunidade a que pertencem, pois a virtude deve ser conquistada também pelo grupo humano, pela polis. Esse é um dos motivos pelo qual não fugiu da sua sentença de morte, acreditava que fugir da sua comunidade e da sentença que ela lhe impôs era deixar de ser virtuoso e isso era ir contra todos os seus princípios.
Para os gregos a virtude era a qualidade essencial que faz do ser o que ele é, assim é virtuoso o homem que tenta ser bom e perfeito utilizando a razão e o conhecimento para atingir esse objetivo porque essas qualidades são próprias do homem. O contrário da virtude é o vício que é caracterizado basicamente pela ignorância que é a ausência da razão e do conhecimento.
Sócrates foi condenado à morte por envenenamento. 
Ingeriu uma taça de cicuta e prosseguiu falando tranquilamente com seus amigos 
Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude pensar. Por isso, eles acusavam de desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis. Levado perante a assembleia, Sócrates não se defendeu e foi condenado a tomar um veneno – a cicuta.
Sócrates não se defendeu porque preferir morrer a ter que renunciar à Filosofia.
“Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância”.
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”.
Platão (428-347 a.C.)
Obras: A República, As Leis, Fedro.
Platão em sua filosofia determinou algumas das ideias centrais do pensamento ocidental tais como as ideias políticas, que aparecem nos escritos Diálogos e na República, nas teorias psicológicas que expõe em Fedro, na cosmologia de Timeu e na filosofia das ciências abordas na obra Teeteto.
            Platão fundou a Academia de Atenas, escola onde estudou Aristóteles. Escreveu sobre diversos temas como epistemologia, metafísica, ética e política. Em seus diálogos um dos personagens freqüente é Sócrates de quem Platão foi discípulo. Em muitos momentos é difícil dividir o pensamento dos dois filósofos.
            Em seus diálogos Platão utiliza diversos personagens históricos como Górgias, Parmênides e Sócrates para através de suas falas expor suas teorias filosóficas. Uma de suas teorias mais conhecidas é a das Idéias em que afirma que o mundo que conhecemos através dos cinco sentidos, o mundo sensível, é um mundo imperfeito e falho, mera sombra do real mundo das idéias. O Mundo das Idéias é muito superior ao mundo sensível. O mundo que sentimos é somente uma cópia apagada do mundo das idéias pois as idéias são únicas e imutáveis e as coisas do mundo sensível estão constantemente mudando. Esse pensamento aparece no livro República e é conhecida como Mito da Caverna. Para Platão a única forma para conhecermos a realidade inteligível é através da razão pois os nosso sentidos podem nos enganar. 
Ele divide o mundo em três partes, na primeira estão os objetos perceptíveis pelos sentidos. Na segunda estão as coisas que não podem ser percebidas pelos sentidos mas podem ser entendidos pelo espírito humano como a matemática e a geometria. Na terceira parte de sua divisão Platão coloca as idéias superiores como a virtude e a justiça que somente podem ser conhecidas pela inteligência através da utilização de outras idéias.
            Platão escreveu ainda sobre diversos assuntos como a melhor forma de governo e sobre o Estado, para ele a sociedade deveria ser dividida em três partes que correspondem e se relacionam com a alma dos indivíduos. A primeira parte é a vontade ou o apetite e corresponde aos trabalhadores braçais. A segunda parte é a do espírito e é relacionada aos guerreiros e aventureiros que tem que ser destemidos, fortes e espirituosos. A terceira parte é reservada aos filósofos e aos governantes, é a parte da razão e é reservada aos inteligentes e racionais, qualidades essas mais apropriadas para indivíduos que vão tomar decisões representando toda sociedade. É portanto a razão e a sabedoria que devem governar, os filósofos devem governar como reis ou os reis devem ser filósofos para governar com racionalidade. 
· Seu mentor foi Sócrates e seu pupilo foi Aristóteles
· Escreveu na forma de diálogos. São vinte e seis diálogos conhecidos. A presença de Sócrates é constante nos diálogos
· Platão foi um idealista. O Bem desempenha um papel central. Como a justiça, pertence à realidade ideal e somente pode ser apreendido pelo ser humana forma imperfeita, por meio da contemplação.
· Segundo Platão o mundo deve ser governado por filósofos, pelos sábios e, se a sabedoria impera as leis são desnecessárias.
· A sociedade no mundo ideal seria formadapor artesãos, que seriam os laboriosos, pelos guerreiros que seriam os fortes, pelos magistrados que seriam dotados de racionalidade.
· A justiça somente seria alcançada na medida em que as pessoas desempenhassem na sociedade um papel compatível com suas aptidões.
· Todo o conhecimento é uma recordação
· Platão elabora a teoria da reminiscência, onde afirma que a alma é imortal e muda de corpo após a morte. Nessa mudança de corpo, as almas contemplam as ideias perfeitas. O corpo é um obstáculo da alma que busca o conhecimento.
· Fundou a Academia
O mito da caverna de Platão 
O Mito da Caverna, também conhecido como “Alegoria da Caverna” é uma passagem do livro “A República” do filósofo grego Platão. É mais uma alegoria do que propriamente um mito. É considerada uma das mais importantes alegorias da história da Filosofia. Através desta metáfora é possível conhecer uma importante teoria platônica: como, através do conhecimento, é possível captar a existência do mundo sensível (conhecido através dos sentidos) e do mundo inteligível (conhecido somente através da razão). 
O mito fala sobre prisioneiros (desde o nascimento) que vivem presos em correntes numa caverna e que passam todo tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações.
Vamos imaginar que um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para poder explorar o interior da caverna e o mundo externo. Entraria em contato com a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real ficaria encantado com os seres de verdade, com a natureza, com os animais e etc. Voltaria para a caverna para passar todo conhecimento adquirido fora da caverna para seus colegas ainda presos. Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu, pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros vão o chamar de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias consideradas absurdas.
Os seres humanos tem uma visão distorcida da realidade. No mito, os prisioneiros somos nós que enxergamos e acreditamos apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos durante a vida. A caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. Só é possível conhecer a realidade, quando nos libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna.
Aristóteles (384-322 a.C.)
Obras: Ética a Nicômaco, Política, Organon, Tópicos.
Nasceu em 384 a.C., na cidade antiga de Estagira, e morreu em 322 a.C. Filho de Nicômaco. Estudou desde os 18 anos na Academia. Foi por tres anos preceptor de Alexandre, o Grande, a pedido deste Filipe II da Macedônia. Fundou o Liceu.
Frases
“O homem é um ser social”
“A virtude está no justo meio”
Palavras gregas
Ágora: praça
Arché: origem
Aretê: virtude
Diké: direito
Dikaiosyne: justiça
Ethos: ética
Hybris: desafio
Kratos: força
Physis: natureza
Polis: cidade
Politeia: Estado
Politikos: estadista
Nomoi: leis
Logos: razão
Sophrosyne: prudência
Sophia: sabedoria
Techne: técnica
O aparecimento da polis constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento decisivo. 
A arte política é essencialmente exercício de linguagem.
Uma caracteristica da polis é o cunho de plena publicidade dada as manifestações mais importantes da vida social.
A filosofia, pois, segundo Aristóteles, dividi-se em teorética, prática e poética, abrangendo, destarte, todo o saber humano, racional. A teorética, por sua vez, divide-se em física, matemática e filosofia primeira (metafísica e teologia); a filosofia prática divide-se em ética e política; a poética em estética e técnica.
Na Ética a Nicômaco, Aristóteles expõe uma teoria do ethos e da justiça da Atenas do século IV a.C., discutindo conceitos como "o bem", "a virtude", "a justiça", "a lei", "a amizade" e "a felicidade". Nos Tópicos, apresenta um método de argumentação (o dialético) que parte de opiniões geralmente aceitas, por todas as pessoas, ou pela maioria, ou pelos mais eminentes (os filósofos).
O mundo é concebido por Aristóteles de forma finalista, onde cada coisa tem uma atividade determinada por seu fim. O bem é a plenitude da essência, aquilo a que todas as coisas tendem. O bem, portanto, é a finalidade de uma coisa (ou de uma ciência, ou arte). Assim, a finalidade da medicina é a saúde, e a da estratégia é a vitória. Dentre todos os bens, contudo, há um que é supremo, que deve ser buscado como fim último da pólis. Esse bem é a felicidade, entendida não como um estado, mas como um processo, uma atividade através da qual o ser humano desenvolve da melhor maneira possível suas aptidões.
Os meios para atingir a felicidade são as virtudes (formas de excelência), discutidas por Aristóteles na Ética a Nicômaco. As virtudes são disposições de caráter cuja finalidade é a realização da perfeição do homem, enquanto ser racional. A virtude consiste em um meio-termo entre dois extremos, entre dois atos viciosos, um caracterizado pelo excesso e outro pela falta, pela carência.
Aristóteles divide as virtudes em dianoéticas (ou intelectuais), às quais se chega pelo ensinamento, e éticas (ou morais), às quais se chega pelo exercício, pelo hábito. As virtudes éticas, enquanto virtudes do saber prático, não se destinam ao conhecer, como as dianoéticas, mas à ação. Para sua aquisição o conhecimento tem pouca ou nenhuma importância.
Das virtudes dianoéticas, a de maior importância é a phrónesis (prudência), capacidade de deliberar sobre o que é bom ou mal, correto ou incorreto. Das virtudes éticas, a mais importante é a justiça.
Aristóteles distingue a justiça em duas importantes classes: a universal e a particular. A justiça universal é o cumprimento da lei (lei, na Antiguidade, designava mais o modo de ser da pólis do que propriamente uma prescrição). O homem justo, portanto, é aquele que, como Sócrates, no diálogo platônico Críton, cumpre a lei. Neste caso, abrange as demais virtudes, pois o que a lei manda é cumprir todas as virtudes éticas particulares. A justiça particular é o hábito que realiza a igualdade, a atribuição a cada um do que lhe é devido. Neste caso, a justiça se coloca ao lado das demais virtudes, pois respeitar a igualdade implica, quando necessário, agir com coragem, ou com temperança etc.
A justiça particular divide-se em duas: a justiça distributiva e a justiça corretiva. A justiça distributiva é a mais importante, pois responsável pela manutenção da ordem e da harmonia da pólis. Consiste em atribuir a cada um o que lhe é devido, tendo em vista sua excelência, seu valor (areté) para a comunidade. Baseia-se numa igualdade geométrica, na qual quem valha 8 receba 4, e quem valha 2 receba 1. Já a justiça corretiva, ou retificadora, não se baseia numa igualdade geométrica, mas numa igualdade aritmética. A justiça corretiva não trata das relações dos indivíduos com a comunidade, mas das relações dos indivíduos entre si (interpessoais), como, por exemplo, as de troca de bens.
Lógica
Aristóteles foi o criador da logica como instrumento de conhecimento em qualquer campo do saber. A lógica não é uma ciência, mas o instrumento para a ciência: Organon Lógica é analisar detalhadamente: Analytikos
Estado
“Assim como não é possível conceber a mão viva separada do corpo, assim também não é possivel conceber o indivíduo sem o Estado”.
“O homem é um animal político”
Foi primeiro a distinguir os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no Estado, ideia mais tarde aproveitada por Montesquieau e Locke.
As virtudes devem ser adquiridas pela educação e pela vontade.
Política
Aristóteles expos na Política a teoria clássica das formas de governo, teoria essa que continua

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