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Apostila de Filosofia - 9º ano(1)

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FILOSOFIA 
 
 
 
Ensino Fundamental 
9º Ano 
 
 
 
 
 
Textos & Planos de Aulas 
 
 
 
 
 9º Ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
Site: 
http://educacao.uol.com.br/ 
http://www.infoescola.com 
http://www.mundojovem.com.br/artigos/ 
 
 
http://educacao.uol.com.br/
http://www.infoescola.com/
 
SUMÁRIO 
 
1. Mas afinal, para que serve a filosofia? 
2. Surgimento da Filosofia 
3. História da filosofia: Antiga, medieval, moderna e contemporânea 
4. Filosofia antiga: Panorama dos pré-socráticos ao helenismo 
5. Pré-socráticos: Origens da filosofia e os primeiros filósofos gregos 
6. Sócrates 
7. Sócrates e o Direito de Pensar 
8. Sócrates: O método socrático e o "parto" das ideias 
9. Conhece-te a ti mesmo: Sócrates e a nossa relação com o mundo 
10. Platão 
11. Ideias de Platão: As coisas mudam, mas seus modelos são eternos 
12. Aristóteles 
13. Filosofia medieval: Filósofos cristãos conciliaram fé e razão 
14. Escolástica: A filosofia durante a Idade Média 
15. Filosofia moderna: A razão: do Renascimento ao Iluminismo 
15. Filosofia Contemporânea: Fenomenologia, existencialismo 
16. Tipos de Conhecimento 
17. Conhecimento Científico e Cotidiano 
18. Conhecimento Tácito 
19. Ética 
20, Fanatismo 
21. Indústria cultural e cultura de massa 
22. Democracia e os direitos do povo 
 
 
 
 
A Filosofia no Ensino Fundamental tem por objetivo estimular os alunos a: 
- Participar em grupos. 
- Dialogar. 
- Entender a responsabilidade de pertencer a um grupo. 
- Aumentar a autoestima. 
- Aprender a ser tolerante com as ideias dos outros. 
- Desenvolver a paciência e a compreensão com aqueles menos favorecidos. 
- Alargar a visão do mundo e a capacidade de questionar e de investigar o mundo. 
- Refletir sobre valores morais e éticos. 
- Despertar para a apreciação da arte e da beleza da vida. 
Os educadores devem vivenciar com os alunos as atitudes de companheirismo e 
colaboração, hábito de leitura, diminuição de preconceitos, amor a si mesmo e aos 
outros, capacidade de diálogo e comunicação etc. 
Lembremos que a filosofia educa o intelecto e a emoção. Não pode reduzir-se a 
fórmulas feitas. As aulas de filosofia não são somente para lembrar que Platão 
nasceu em Atenas em 427 a.C. e morreu em 347, nem que foi discípulo de Sócrates. 
Além destes dados que ajudam a entender como surge e se desenvolve a filosofia 
ocidental, os alunos precisam ser estimulados a observar, a questionar, a repensar o 
mundo. Filosofia é observar uma flor, observar uma pedra, observar uma estrela no 
céu e perguntar-se: Quem sou eu? De onde surgiu este universo? Filosofar é, então, 
uma atitude espontânea. 
 
Isabel F. Furini é educadora e escritora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Textos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas afinal, para que serve a filosofia? 
Para nada. 
Eis a resposta mais plausível. 
A Filosofia “não serve” para nada por que não é serva, é absoluta. 
Assim como o olho é fundamento da visão, a Filosofia é o fundamento de todo interrogar. Mais 
que isso: é a essência de todo fundamento. 
O erro inicia-se em querer avaliar a Filosofia de fora, num campo estranho à própria Filosofia. É 
como querer julgar o supremo tribunal que é a fonte de todo julgar. 
Em nossa cultura contemporânea, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito 
de existir se tiver finalidade prática, utilidade imediata. Aristóteles, há 2.400 anos, ao contrário 
desse pensamento reducionista, primava o conhecimento pelo conhecimento. Ele 
hierarquizava os saberes, colocando no topo as ciências teoréticas, que cuidavam do estudo 
das causas primeiras, da essência de tudo o que há. Depois as ciências comportamentais 
(política e ética). Por fim, as ciências produtivas, mecânicas (as úteis nos dias de hoje). O 
fundamental para ele era cultivar a essência do homem. E isso só seria possível pela Filosofia. 
Para o idealista alemão Schelling (1775 -1854), falar da utilidade da filosofia é contrário a 
dignidade dessa ciência. Aquele que se prende a esse tipo de questão certamente não está à 
altura de possuir a idéia de Filosofia. A Filosofia se desobriga por si mesma de toda relação com 
a utilidade. Ela só existe em função de si mesma. Existir em função de outra coisa seria de 
imediato destruir sua própria essência. A Filosofia é sempre o fim, nunca pode ser reduzia à 
categoria de um simples meio. 
Agora, se criticar o caminho trilhado pelas idéias dominantes e poderes estabelecidos for útil. 
Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil. 
Se buscar compreender a significação do mundo for útil. 
Se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil. 
Se dar a cada um de nós os meios para sermos conscientes de nossas ações numa prática que 
deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então a Filosofia é o mais útil de todos os 
saberes de que os seres humanos são capazes. 
Matheus Arcaro 
Blog: oqueinspira? - http://oqueinspira.blogspot.com 
 
 
 
 
 
http://oqueinspira.blogspot.com/
Surgimento da Filosofia 
Por Miriam Ilza Santana 
 
No período em que se estudavam os mitos, suas origens, desenvolvimento e significado 
existiam várias formas de tornar compreensíveis o surgimento de todas as coisas. 
Houve um momento em que tais explicações deixaram de ser suficientes para levar as pessoas, 
seja por meio da razão ou de provas incontestáveis, a acreditarem em tais explicações. 
Surgiu então a filosofia, uma forma de conhecimento capaz de explicar as diversas mudanças e 
maravilhas que ocorriam na natureza, pois a mitologia – ciência que estudava os mitos – já não 
conseguia mais dar conta de explicar fatos que nem mesmo ela, com toda sua sabedoria, 
conseguia compreender. 
Apesar das contradições da mitologia, a filosofia nasceu fortalecida por fatos históricos que 
aconteceram e contribuíram para esclarecer as diversas modificações ocorridas. 
Os fatos históricos acima citados e que fortaleceram o avanço da filosofia foram: 
* Viagens marítimas – navegando por territórios antes desconhecidos os gregos perceberam 
que as criaturas imaginárias criadas pela mitologia grega não eram reais e que também não 
existiam deuses em outras regiões, como sugeria a mitologia e sim seres humanos. Também 
concluíram que os mares não eram moradia de monstros e outros seres. Com as viagens o 
mundo perdeu seu caráter mítico ou lendário, os exploradores descobriram um mundo repleto 
de belezas e conhecimentos, seu surgimento foi sendo esclarecido pouco a pouco, mistério este 
que a mitologia já não conseguia explicar. 
* Invenção do calendário – Os gregos aprenderam que era possível contar o tempo das 
estações do ano, definindo quando e de que forma aconteciam as mudanças do clima e do dia, 
notando que o tempo passava por transformações espontaneamente e não por intervenções 
divinas. 
* Invenção da moeda – Os gregos aprenderam a a arte de negociar, não mais se efetuava a 
venda de uma mercadoria aceitando como pagamento a troca por mercadoria semelhante, o 
pagamento tornou-se monetário, ou seja, a moeda substituiu o poder de troca. 
* Surgimento da vida urbana – O desenvolvimento da cidade trouxe aos gregos uma situação 
financeira mais igualitária, o prestígio social que antes era benefício de apenas algumas famílias 
diminuiu, assim como o prestígio que detinham. As artes ganharam patrocinadores, 
estimulando assim o surgimento de novos artistas. Invenção da escrita alfabética – O uso do 
alfabeto fez com que os gregos se expressassem de forma mais clara, colaborando para que 
suas idéias fossem melhor compreendidas e difundidas pelo mundo afora, levando a sabedoria 
as pessoas. 
* Invenção da política – Surgiram novas fontes de informação, a lei passou a abranger muitas 
outras coisas e chegou até as pessoas, criou-se uma área pública voltada para discuros e 
debates, local no qual os gregos debatiam e propagavam suas idéias a respeito da política. 
http://www.infoescola.com/autor/miriam-ilza-santana/20/A filosofia chegou timidamente, tentando mostrar a humanidade que o mundo não era 
perigoso e cheio de monstros como a mitologia pregava e aos poucos vêm conquistando seu 
espaço, avançando cada vez mais nas profundezas do saber. 
Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga foram: 
- Heróis : criaturas mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplo : Hércules e Aquiles. 
- Ninfas : seres femininos que residiam nos campos e bosques, irradiando alegria e felicidade 
por onde passavam. 
- Sátiros : vulto com corpo de homem, chifres e patas de bode. 
- Centauros : corpo constituído por metade homem metade cavalo. 
- Sereias : mulheres com metade do corpo em formato de peixe, seduziam os marinheiros com 
seus cantos fascinantes. 
- Górgonas : espécie feminina, com formato de monstros e cabelos de serpentes. Exemplo: 
Medusa 
- Quimeras : combinação de leão com cabra, lançavam fogo pelas ventas. 
Os principais deuses foram: 
* Zeus – divindade de todos os deuses, senhoril do Céu. 
* Afrodite – diva do amor, sexo e beleza. 
* Poseidon – divo dos mares 
* Hades – deus dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo. 
* Hera – deidade dos casamentos e da maternidade. 
* Apolo – divindade da luz e das obras de artes. 
* Artemis – diva da caça. 
* Ares – divindade da guerra.. 
* Atena – deidade da saber e da paz. Benfeitora da cidade de Atenas 
* Hermes – divo que representava o comércio e as comunicações 
* Hefestos – deus do fogo e do trabalho. 
Fontes 
http://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/ 
http://www.geocities.com/mundodafilosofia/origem.htm 
http://www.infoescola.com/filosofia/surgimento-da-filosofia/ 
 
 
 
 
 
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/zeus/
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/afrodite/
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/poseidon/
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/hades/
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/hera/
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/apolo/
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/ares/
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/atena/
http://www.geocities.com/mundodafilosofia/origem.htm
http://www.infoescola.com/filosofia/surgimento-da-filosofia/
História da filosofia: Antiga, medieval, 
moderna e contemporânea 
De um modo geral, os estudos filosóficos têm como espinha dorsal o estudo da história da filosofia. Para 
se estabelecer uma sequência histórica da filosofia podem-se usar diferentes critérios. 
Normalmente, a periodização é feita a partir de uma correlação com os períodos históricos, políticos e 
culturais. Desse modo, fala-se em: 
1) filosofia antiga; 
2) filosofia medieval; 
3) filosofia moderna; 
4) filosofia contemporânea. 
O filósofo Mario Ariel González Porta, professor de filosofia na graduação e pós-graduação da PUC/SP, 
num pequeno grande livro, questiona essa periodização, na medida em que sua base não é de natureza 
filosófica. Para ele, o desenvolvimento filosófico tem de ser compreendido a partir de critérios que 
preencham as seguintes condições: 
"1) que sejam, em primeiro lugar, intra-sistemáticos e propriamente filosóficos e, além disso, 
2) que sejam evolutivos ou dinâmicos, isto é, que permitam compreender não apenas a diferença 
essencial entre o pensamento de diferentes períodos, mas também o princípio interno de passagem de 
um a outro." 
A periodização proposta por González Porta permite efetivamente que o iniciante nos estudos 
filosóficos encontre o fio de Ariadne que o conduza com segurança no labirinto temporal em que pode 
se transformar a história da filosofia. Por isso, vale a pena conhecê-lo: 
 
Período filosófico Correspondência ao 
período histórico 
Grandes nomes Disciplina-chave Conceito-chave 
1. Período 
metafísico 
Época antiga, 
medieval e início da 
moderna 
Platão,Aristóteles, 
São Tomás de 
Aquino ( Descartes 
Metafísica 
(ontologia) 
Ser 
2. Período 
epistemológico 
(ou 
transcendental) 
Época moderna Descartes, Kant Epistemologia, Teoria 
transcendental 
Verdade, 
objetividade, 
validez 
3. Período 
semântico-
hermenêutico 
Época 
contemporânea 
Husserl, Dilthey, 
Heidegger, Frege, 
Wittgenstein 
Teoria da 
significação, 
Fenomenologia, 
Hermenêutica, 
Semântica (análise 
lógica da linguagem) 
Significado, 
Semântica: 
análise lógica 
da linguagem 
O livro em que se encontra o esquema de Mario Ariel González Porta chama-se "A Filosofia a 
partir de seus problemas" e integra a coleção "Leituras Filosóficas", das Edições Loyola. Não se 
trata de uma leitura meramente introdutória, pois pressupõe que o leitor já tenha uma 
familiaridade mínima com a filosofia. A estes, com certeza, a obra de González Porta pode ser 
muito útil e esclarecedora. 
Bibliografia 
 Dicionário de Filosofia, Nicola Abagnano (Editora Martins Fontes) 
 
 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-antiga-2-panorama-dos-pre-socraticos-ao-helenismo.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-medieval-2-filosofos-cristaos-conciliaram-fe-e-razao.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-moderna-2-a-razao-do-renascimento-ao-iluminismo.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-contemporanea-2-fenomenologia-existencialismo.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-antiga-2-panorama-dos-pre-socraticos-ao-helenismo.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/aristoteles-o-mundo-da-experiencia-as-quatro-causas-etica-e-politica.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/rene-descartes-1-o-metodo-cartesiano-e-a-revolucao-na-historia-da-filosofia.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/rene-descartes-1-o-metodo-cartesiano-e-a-revolucao-na-historia-da-filosofia.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u350.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u399.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u529.jhtm
Filosofia antiga: Panorama dos pré-
socráticos ao helenismo 
Heidi Strecker 
 
A filosofia é um saber específico e tem uma história que já dura mais de 2.500 anos. A filosofia 
nasceu na Grécia antiga - costumamos dizer - com os primeiros filósofos, chamados pré-
socráticos. Mas a filosofia não é compreendida hoje apenas como um saber específico, mas 
também como uma atitude em relação ao conhecimento, o que faz com que seus temas, seus 
conceitos e suas descobertas sejam constantemente retomados. 
 
A história da filosofia coloca em perspectiva o conhecimento filosófico e apresenta textos e 
autores que fundamentam nosso conhecimento até hoje. 
 
A história da filosofia na Antiguidade pode ser dividida em três grandes períodos: o período 
pré-socrático, a Grécia clássica e a época helenística. 
 
Pré-socráticos 
Os filósofos que viveram antes da época de Sócrates, como Parmênides e Heráclito, 
investigaram a origem das coisas e as transformações da natureza. De seus textos só restaram 
fragmentos. O conhecimento especulativo no período pré-socrático não se distinguia dos 
outros conhecimentos, como a astronomia, a matemática ou a física. 
 
Tales de Mileto foi o primeiro pensador que podemos chamar de filósofo. Como outros pré-
socráticos, Tales dedicou-se a caracterizar o princípio ou a matéria de que é feito o mundo. 
Sustentou que este princípio era a água. 
 
A Grécia clássica 
No período clássico, a filosofia vinculou-se a um momento histórico privilegiado - o da Grécia 
clássica. Nesse período, que compreende os séculos 5 a.C. e 4 a.C., a civilização grega conheceu 
seu apogeu, com o esplendor da cidade de Atenas. Essa cidade-estado dominou a Grécia com 
seu poderio militar e econômico. 
 
Adotando a democracia como sistema político, Atenas assistiu a um florescimento admirável 
das ciências e das artes. Foi esse período histórico que deu origem ao pensamento dos três 
maiores filósofos da Antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles. 
 
Sócrates não deixou uma obra escrita, mas conhecemos seu pensamento através das obras de 
seu discípulo Platão. Este não escreveu uma obra sistemática, organizada de forma lógicae 
abstrata, mas sim um rico conjunto de textos em forma de diálogo, em que diferentes temas 
são discutidos. Os diálogos de Platão estão organizados em torno da figura central de seu 
mestre - Sócrates. 
 
Platão e Aristóteles 
O conhecimento é resultado do convívio entre homens que discutem de forma livre e cordial. 
No livro "A República", por exemplo, temos um grupo de amigos que incluem o filósofo 
Sócrates, dois irmãos de Platão - Glauco e Adimanto - e vários outros personagens, que serão 
http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u6.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/socrates-o-metodo-socratico-e-o-parto-das-ideias.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u367.jhtm
http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u16.jhtm
http://educacao.uol.com.br/artes/ult1684u10.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u369.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/platao-1-a-republica-e-o-metodo-dialetico.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/aristoteles-o-mundo-da-experiencia-as-quatro-causas-etica-e-politica.htm
provocados pelo mestre. O diálogo vai tratar de assuntos relacionados à organização da 
sociedade e à natureza da política. A palavra política vem do grego polis, que significa cidade ou 
Estado. 
 
Aristóteles - ao contrário de Platão - criou uma obra sistemática e ordenada. A filosofia 
aristotélica cobre diversos campos do conhecimento, como a lógica, a retórica, a poética, a 
metafísica e as diversas ciências. No livro "A Política", Aristóteles entende a ciência política 
como desdobramento de uma ética, cuja principal formulação encontra-se no livro "Ética a 
Nicômaco". 
 
Helenismo 
O período helenístico corresponde ao final do século 3 a.C. (período que se sucede à morte de 
Alexandre Magno, em 323 a.C.) e se estende, segundo alguns historiadores, até o século 6 d.C. 
As preocupações filosóficas fundamentais voltam-se para as questões morais, para a definição 
dos ideais de felicidade e virtude e para o saber prático. 
 
 
Heidi Strecker, Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação é filósofa e educadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u650.jhtm
Filosofia antiga: Quadro relaciona os 
principais filósofos da Antigüidade 
 
Pré-socráticos 
Nascimento e morte Filósofo Obra 
c. 624-556 a.C. Tales de Mileto Existem apenas fragmentos de sua obra. 
c. 610-547 a.C. Anaximandro de Mileto Fragmentos 
c. 585-528 a.C. Anaxímenes de Mileto Fragmentos 
c. 580-497 a.C. Pitágoras Fragmentos 
c. 570-460 a.C. Xenófanes de Colofão Fragmentos 
c. 540-470 a.C. Heráclito de Éfeso Fragmentos 
c. 515-440 a.C. Parmênides de Eléia Fragmentos 
c. 500-428 a.C. Anaxágoras Fragmentos 
c. 490-430 a.C. Zenão de Eléia Fragmentos 
c. 485-415 Protágoras Fragmentos 
 
Filosofia clássica 
Nascimento e morte Filósofo Obra 
469-399 a.C. Sócrates Não escreveu. Conhecemos suas idéias por meio de Platão. 
427-347 a. C. Platão O Banquete; A república, Protágoras, Fédon 
384-322 a. C. Aristóteles A Política, Organon, Ética a Nicômano, Retórica 
 
Filosofia helenística 
Nascimento e morte Filósofo Obra 
341-270 a.C. Epicuro Cartas, Aforismos 
334-262 a. C. Zenão de Cício República 
320-230 a.C. Tímon de Flio Sátiras, Sobre as Sensações 
106-43 a.C. Cícero Da República, Sobre a Velhice, Sobre o Destino 
99-55 a.C. Lucrécio Da Natureza 
4 a.C.-65 d.C Sêneca Diálogos, Espístolas Morais, Questões Naturais 
55-135 Epícteto Discursos, Manual 
121-180 Marco Aurélio Meditações 
205-270 Plotino Enéadas 
 
 
 
 
 
 
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u367.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/anaximandro.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/anaximenes.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/pitagoras.jhtm
http://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/ult1789u522.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/heraclito-de-efeso.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/parmenides-de-eleia.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/anaxagoras.jhtm
http://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/ult1789u518.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/protagoras.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/socrates-o-metodo-socratico-e-o-parto-das-ideias.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/platao-1-a-republica-e-o-metodo-dialetico.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/aristoteles-o-mundo-da-experiencia-as-quatro-causas-etica-e-politica.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/epicuro.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/marco-tulio-cicero.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/lucrecio.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u368.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/marco-aurelio.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u857.jhtm
Pré-socráticos: Origens da filosofia e os 
primeiros filósofos gregos 
Antonio Carlos Olivier 
 
No livro "Paixão pelo Saber - Uma breve História da Filosofia, os filósofos norte-americanos 
Robert C. Solomon e Kathleen M. Higgins, ambos professores de filosofia na Universidade do 
Texas, apresentam de modo bastante sintético alguns pontos básicos sobre as origens da 
filosofia. Vale a pena conhecer o que os dois escreveram: 
 
Se voltamos os olhos para o passado e contemplamos a totalidade da existência 
humana, o surgimento da filosofia e de filósofos parece um fenômeno realmente 
bastante estranho, uma secreção etérea que não pode ser explicada em termos de 
fisiologia ou de necessidade física. Talvez essa atividade notoriamente “inútil” fosse um 
subproduto de nossos cérebros avantajados, o resultado de pensamentos que 
ultrapassam as rotinas cotidianas e olham para além de si. A filosofia representou, sem 
dúvida, uma complicação a mais em nosso uso crescente da linguagem, à medida que 
um vocabulário rico de conceitos abstratos e subjetivos substituiu nossos grunhidos e 
rosnados utilitários e expressivos. Mas ideias filosóficas, de alguma forma – ideias sobre 
a natureza, suas forças e questões, sobre a morada da alma na vida após a morte, por 
exemplo –, são praticamente universais e podemos encontrar sua origens há dezenas de 
milhares de anos, na pré-história. Os homens de Neandertal tinham rituais de 
sepultamento e práticas que sugerem uma crença na continuidade da vida após a morte. 
Ideias sobre a existência e espíritos, deuses e deusas, e seres ativos e forças além do 
alcance da percepção humana direta têm também uma longa história. A curiosidade 
acerca da natureza, não apenas como necessidade prática mas como deslumbramento 
genuíno, remonta provavelmente a Cro-Magnon. Várias concepções de identidade 
coletiva e justiça – não só costumes e hábitos de vida em comum, mas mitos e 
racionalizações do território, do poder e da comunidade – antecedem sem dúvida a 
“civilização” por muitos séculos. 
Em algum momento entre os séculos 6 e 7 antes da era cristã, no entanto, ideias 
filosóficas plenamente articuladas e sistemas de pensamento começaram a aparecer em 
vários lugares esparsos do globo. Em torno do Mediterrâneo e no Oriente Médio, na 
Índia e na China, surgiram filósofos, grandes filósofos cujas ideias iriam estabelecer os 
termos da filosofia em suas várias tradições por milênios no futuro. No Oriente Médio, os 
antigos hebreus desenvolveram sua concepção de um Deus uno e de si mesmos como o 
“povo escolhido”. Na Grécia, filósofos elaboraram as primeiras teorias científicas da 
natureza. Na China, os taoístas desenvolveram uma visão muito diferente da natureza, 
enquanto Confúcio criava uma poderosa concepção da sociedade e do indivíduo virtuoso 
que rege o pensamento chinês até hoje. Na India antiga, os primeiros teóricos hindus (os 
vedistas) comentavam a origem da natureza e do mundo, tal como descrita nos Vedas, e 
especulavam sobre ela, criando um rico panteão de deuses, deusas e ideias grandiosas. 
 
Além de referir-se a épocas, Solomon e Higgins deixam claro que tipo de questões e ideias 
formam o quechamamos de pensamento filosófico. De acordo com alguns estudiosos, a 
filosofia inclui todo tipo de especulação sobre a vida e a morte que o ser humano tenha 
levantado, incluindo aí as reflexões de caráter religioso. 
Para outros filósofos, porém, o pensamento filosófico surge na Grécia, por volta do século VI 
a.C., quando surgem as primeiras tentativas de explicação natural (e não sobrenatural) para os 
fenômenos da natureza. De fato, isso foi uma coisa nova e um dos momentos essenciais ao 
desenvolvimento humano, que deram um enorme impulso ao nosso conhecimento. 
 
Os primeiros filósofos gregos 
Os primeiros filósofos gregos tentaram entender o mundo com o uso da razão, sem recorrer à 
religião, à revelação, à autoridade ou à tradição. Além disso, também eram professores que 
ensinavam seus discípulos a usar a razão e a pensar por si mesmos. Eles os encorajavam a 
discutir, argumentar, debater e propor ideias próprias. 
 
Tendo vivido entre o século 6 a.C e princípios do século 5 a.C., esses filósofos mais antigos, dos 
quais poucos conhecimentos foram conservados através dos tempos, são também chamados 
de pré-socráticos, por que antecederam Sócrates, o primeiro filósofo cujo método de pensar, 
bastante sistemático, foi efetivamente preservado para a posteridade. 
Não se pode, porém, deixar de examinar, ainda que brevemente, o pensamento dos pré-
socráticos. Ainda que só nos restem fragmentos de suas ideias, elas são surpreendentes. E não 
só por constituírem uma grande novidade para a época em que elas foram formuladas, mas 
também porque muitas delas ou conservam grande atualidade ou encontraram ressonância em 
filósofos de milênios posteriores, inclusive nossos contemporâneos. 
 
Tales e Anaximandro 
Para começar, pode-se mencionar Tales, da cidade de Mileto, na Ásia Menor (atual Turquia). As 
datas de seu nascimento e morte são ignoradas, mas sabe-se que ele atuou na década de 580 
a.C. Tales de Mileto se perguntou: "De que é feito o mundo?". Chegou à conclusão de que ele 
era feito de um único elemento: a água. Afinal, todas as coisas precisam de água para viver, é a 
chuva que faz as plantas brotarem da terra e toda porção de terra termina na água. 
 
Hoje sabemos que a resposta de Tales estava incorreta, mas não de todo. Na verdade, a física 
moderna chegou a uma conclusão semelhante à do antigo filósofo ao mostrar que todas as 
coisas materiais são redutíveis à energia. 
Um discípulo de Tales, nascido na mesma cidade, Anaximandro (610 a.C.-546 a.C) desenvolveu 
outro raciocínio. Se a Terra fosse sustentada pela água, esta, por sua vez, deveria ser 
sustentada por outra coisa e assim sucessivamente, até o infinito. Disso, Anaximandro concluiu 
que a Terra não era sustentada por nada, mas um objeto sólido que flutuava no espaço e se 
mantinha em sua posição graças a sua equidistância em relação a tudo mais. 
 
Heráclito e Pitágoras 
Na mesma época, outro filósofo de outra cidade grega, Heráclito de Éfeso, desenvolveu dois 
raciocínios extremamente originais. Primeiro, a da unidade entre os opostos. Heráclito 
percebeu que o caminho para subir uma montanha é o mesmo para descer. Ou seja, trata-se de 
um mesmo caminho, embora ela conduza a direções opostas. A partir daí, o filósofo concluiu 
que a realidade surge justamente da contradição. 
 
Por isso, a realidade é instável e está em constante movimento. "Tudo flui", dizia Heráclito. 
Com isso, queria dizer que nada é permanente. Ele comparava as coisas a uma chama que 
parece um objeto, mas é muito mais um processo. Para ele, portanto, a mudança é a lei da vida 
e do universo. 
http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u39.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u367.jhtm
http://educacao.uol.com.br/fisica/ult1700u60.jhtm
http://educacao.uol.com.br/fisica/ult1700u60.jhtm
Pouco antes de Heráclito, outro filósofo também se destacava na cidade grega de Samos: 
Pitágoras. Supõe-se que ele tenha inventado o termo "filosofia", pois se definia como um amigo 
(filo) do saber (sofia). Com certeza, sabe-se que ele relacionou a filosofia à matemática, 
acreditando que a linguagem matemática poderia expressar com maior precisão as estruturas 
do universo. 
Você tem dúvidas de que ele estava certo? Claro que não. A relação matemática/filosofia 
vingou, e chegou até física e aos filósofos contemporâneos como Bertrand Russell e Alfred 
Whitehead. Antes de seguir adiante, não se pode esquecer que Pitágoras formulou o 
famosíssimo teorema que leva seu nome: num triângulo retângulo, a hiponenusa ao quadrado 
é igual à soma do quadrado dos catetos. Aliás, Pitágoras traçou também a relação, até então 
inexistente no mundo grego, entre geometria e aritmética. 
 
Xenófanes e Parmênides 
Na última metade do século 6 a.C., pontificou outro grande filósofo: Xenófanes de Colofão. 
Para ele, o conhecimento é uma criação humana. Nós jamais conhecemos a verdade, mas 
vamos nos aproximando dela, à medida que aprendemos mais e vamos mudando nossas ideias, 
à luz do que aprendemos. 
 
Nesse sentido, conhecer é fazer conjeturas que devem ser substituídas, quando se revelarem 
ultrapssadas. Essa ideia foi a chave que permitiu ao filósofo contemporâneo Karl Popper 
estabelecer os limites da ciência. 
Na primeira metade do século 5 a.C., Parmênides, um discípulo de Xenófanes, desenvolveu 
uma reflexão contrária à de Heráclito. Parmênides considerou que é uma contradição afirmar 
que "nada existe". Para ele, tudo sempre existiu. O mundo, portanto, não tem princípio, nem 
foi criado: ele é eterno e imperecível. "Tudo é um", dizia Parmênides, e o que parece mudança 
ocorre, na verdade, no interior de um sistema fechado e imutável. 
 
Empédocles e Demócrito 
Sem discordar de Parmênides, Empédocles sustentava que tudo era composto de quatro 
elementos essenciais e perenes: terra, água, ar e fogo. Essa ideia influenciou o pensamento 
ocidental até o renascimento e a ideia dos quatro elementos é bastante conhecida ainda hoje, 
mesmo por quem não conhece história da filosofia. 
 
Para terminar esse breve panorama do pensamento pré-socrático, é importante mencionar os 
filósofos Leucipo e Demócrito, chamados de "atomistas". Foram eles que teorizaram que se 
fôssemos reduzindo, por meio de cortes, qualquer coisa, chegaríamos a um momento em que a 
coisa estaria tão diminuta que não poderia ser cortada. Ou seja, chegaríamos ao átomo ("a" = 
prefixo de negação; "tomo" = cortar). 
Segundo ambos, tudo que existe são átomos e espaço. As coisas são diferentes entre si por que 
são diferentes combinações de átomos no espaço. Mesmo que hoje saibamos que o átomo 
pode ser subdividido em partículas menores do que ele mesmo, não há como negar o avanço 
da concepção de Leucipo e Demócrito, não é mesmo? 
Enfim, os pré-socráticos refletiram sobre a natureza do mundo procurando explicá-lo a partir 
de sua própria natureza e, se muito do que pensarem pode ser considerado um absurdo hoje 
em dia, seu pensamento inegavelmente foi o ponto de partida para o entendimento racional do 
mundo. 
 
Sugestão de leituras 
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u211.jhtm
http://educacao.uol.com.br/matematica/ult1692u46.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u522.jhtm
http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u34.jhtm
http://educacao.uol.com.br/quimica/ult1707u15.jhtm
"O mundo de Sofia - romance da história da filosofia", de Jostein Gaarder (Companhia 
das Letras) é uma história da filosofia escrita especialmente para adolescentes. Quem 
quiser se aprofundar pelo tema, lendo um livro breve e muito atualizado, pode ler 
"Paixão pelo Saber - uma Breve História da Filosofia", de Robert C. Solomon e Kathleen 
M. Higgins (Civilização Brasileira), cujo trecho incial foi citado aqui. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sócrates 
Por Ana Lucia Santana 
Sócrates foi o pioneiro do que atualmente se define como Filosofia Ocidental. Nascido em Atenas, por 
volta de 470 ou 469 a.C., seguiu os passos do pai, oescultor Sofrônico, ao estudar seu ofício, mas logo 
depois se devotou completamente ao caminho filosófico, sem dele esperar nenhum retorno financeiro, 
apesar da precariedade de sua posição social. Seu trabalho seria marcado profundamente pelos textos 
de Anaxágoras, outro célebre filósofo grego. 
No início, Sócrates caminhou pelas mesmas veredas dos sofistas, mas ao retomar seus 
princípios ele os universalizou, empreendendo a jornada típica do pensamento grego. 
Suas pesquisas iniciais giraram em torno do núcleo da alma humana. Até hoje este 
filósofo é sinônimo de integridade moral e sabedoria, pois sempre agiu com ética, 
responsabilidade, e tornou-se padrão de perfeita cidadania. 
Ele desprezava a política e não se adaptava à vida pública, embora tenha exercido 
algumas funções no quadro político, inclusive como soldado. Seu método filosófico 
ideal era o diálogo, através do qual ele se comunicava da melhor forma possível com seus 
contemporâneos, no esforço de transmitir seus conhecimentos para os cidadãos gregos. Além de legar 
ao mundo sua sabedoria sem par, ele também formou dois discípulos fundamentais para a perpetuação 
e desenvolvimento de seus ensinamentos – Platão e Xenofontes -, embora não tenha deixado por 
escrito o fruto de suas pregações. 
Casado com Xantipa, nunca priorizou sua família, sempre entregue ao exercício dos dons de que era 
dotado. Sua essência crítica e justa o levava a crer que tinha uma importante missão, a de multiplicar 
seres igualmente dotados de sabedoria, probidade, moderação. Este caminho o levaria a se chocar com 
a cúpula dos governantes, na qual conquistaria inimigos e insatisfação. A contundência de sua fala, o 
rigor de sua personalidade, seu viés crítico e mordaz, suas idéias muitas vezes opostas à estrutura social 
vigente e o método educativo de que se valia, geraram-lhe antagonistas no seio da estrutura política 
que então dominava a Grécia. 
O comportamento de Sócrates desencadeou em sua prisão, acusado por Mileto, Anito e Licon, de 
perverter a juventude e renegar os deuses cultuados pelos gregos, trocando-os por outros. Recebendo a 
oportunidade de advogar a seu favor, diante do tribunal e dos homens, ele se recusou, pois não 
pretendia renunciar ao que acreditava e ao que pregava a seus conterrâneos. Ele preferia ser 
condenado pela justiça terrena e preservar, diante da imortalidade, a verdade de sua alma. Assim, 
optou pela morte, decretada por seus juízes, através do voto da maioria. 
Mesmo diante da chance de fugir, arquitetada por seu seguidor Criton, com a complacência da justiça 
grega, ele recuou, pois não desejava ferir as leis de seu país. Ao esperar a execução de sua sentença, 
prorrogada por um mês – graças a uma lei que não permitia o cumprimento desta pena enquanto um 
navio empreendesse uma jornada até Delos, oferecida em cumprimento de um voto -, preparou-se 
psicologicamente para esta viagem além-túmulo, em conversas espiritualizadas com seus amigos. 
Após ter bebido calmamente seu cálice de cicuta, veneno mortal, ele teria dito “devemos um galo a 
Esculápio”, pois acreditava que o suposto deus da Medicina o tinha libertado da enfermidade conhecida 
como ‘vida’, liberando-o para a morte. Desta forma ele partiu em 399 a.C., aos 71 anos. 
 
http://www.infoescola.com/autor/ana-lucia-santana/3/
http://www.infoescola.com/biografias/anaxagoras/
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Sócrates e o Direito de Pensar 
 
 
Por Geraldo Magela Machado 
 
Sócrates (469-399 a.C.), filho de um escultor e de uma parteira, herdou as artes do pai e da 
mãe, tornado-se um escultor de almas e parteiro de idéias. Seu processo de pensamento 
filosófico consistia em fazer com que seus interlocutores buscassem, através do raciocínio e da 
aceitação de sua ignorância diante do assunto, suas próprias 
verdades, sem considerar os costumes e dogmas impostos. 
A esse processo deu o nome de Maiêutica (do grego – arte de 
trazer à luz), fazendo com que as pessoas com quem tinha 
contato, elaborassem suas próprias idéias e conceitos, 
trazendo-lhes, segundo Sócrates, a liberdade e a noção do que 
é realmente necessário à vida do homem, a sabedoria. 
Diferentemente dos Sofistas, que utilizavam a retórica 
como arte de influenciar e, assim, tirar proveito para si, Sócrates usava seu conhecimento e 
reflexão para elevar a alma humana (a essência do ser) ao nível das coisas supremas. Para ele, o 
ideal de busca do homem deveria ser o bem, o justo, o amor e o belo e via na ética e na moral, 
as bases para se alcançar essa elevação. 
A famosa frase “conhece-te a ti mesmo”, demonstra a clara opção de Sócrates pelo ser humano 
e suas peculiaridades. Para ele, as pessoas deveriam ter liberdade total de pensamentos e 
idéias, e a justiça deveria estar presente em todos os atos humanos. 
Considerando a justiça e a moral como que direcionando os atos humanos, pode-se inferir que, 
caso aja assim, o homem não terá o livre arbítrio, pois suas decisões seriam comandadas por 
essas duas regras. Nessa concepção de comportamento, todo ato que fugisse à justiça ou à 
moral, seriam condenáveis. 
A profunda concepção de liberdade e pensamento fazia com que Sócrates questionasse tudo, 
das leis humanas aos deuses, dos dogmas aos costumes e isso lhe trouxe a reputação de 
corruptor da juventude ateniense, pelo fato de fazer com que os jovens refletissem mais sobre 
a vida e os valores tidos como certos. 
Tal comportamento era inaceitável para a aristocracia da época e Sócrates foi julgado e 
condenado pelo tribunal ateniense. Mesmo diante do tribunal e da certeza de sua condenação, 
Sócrates manteve a postura de quem não teme nada, consciente de sua própria consciência, de 
que nada fez que merecesse a condenação. 
No relato de seu maior discípulo e biógrafo, Platão, Sócrates assim de defende: 
“Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. 
Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que não 
sei”. 
http://www.infoescola.com/autor/geraldo-magela-machado/639/
http://www.infoescola.com/filosofia/socrates/
http://www.infoescola.com/filosofia/maieutica/
http://www.infoescola.com/filosofia/socrates-e-o-direito-de-pensar/
http://www.infoescola.com/filosofia/sofistas/
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Essa declaração demonstra claramente a idéia de Sócrates de que, todo homem deve estar 
ciente de sua ignorância, para se manter de mente aberta a novos conhecimentos. Se 
acreditarmos que sabemos tudo, não aceitaremos opiniões e idéias novas e, portanto, 
ficaremos estagnados em nosso pseudoconhecimento. 
A força dos discursos de Sócrates e sua presença imponente são tão nítidas que as palavras 
ficaram marcadas em seus discípulos. Com ele aprenderam o valor da filosofia, da amizade, do 
caráter e da verdade e a valorizar a essência das coisas, deixando de lado as banalidades como 
poder, reputação e riqueza, desenvolvendo uma postura de reflexão e liberdade de 
pensamentos, que busca o bem e dá acesso a felicidade e a sabedoria. 
 
 
 
 
http://www.infoescola.com/filosofos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sócrates: O método socrático e o "parto" 
das ideias 
Antonio Carlos Olivieri 
 
Foi no momento de esplendor de Atenas e da democracia ateniense que Sócrates (470-399 a.C) 
floresceu, expressão que tradicionalmente designa o período de atuação dos filósofos, em 
especial da Antiguidade. 
 
Sócrates estudou as doutrinas de seus antecessores (os chamados pré-socráticos) e concluiu 
que elas eram um emaranhado de teorias conflitantes, além de inexistirum modo 
efetivamente satisfatório de se decidir por uma delas. 
 
Além disso, Sócrates também questionou o interesse do conhecimento desenvolvido pelos que 
vieram antes dele, o qual se voltava para a natureza o mundo e do universo. Sócrates se 
perguntava em que isso afeta o nosso comportamento. Para ele, mais importante era saber o 
que é bom, o que é certo, o que é justo, ou seja, estabelecer um conhecimento que ajudasse a 
pautar uma conduta correta para o ser humano. 
 
 
Método socrático 
Porém, o filósofo acreditava que ninguém tinha as respostas definitivas para essas perguntas. 
Desse modo, perambulava por Atenas, fazendo as questões que considerava básicas sobre 
moralidade e política. As pessoas se reuniam a sua volta e Sócrates lançava uma questão. 
 
A cada resposta, fazia novas perguntas, levando a pessoa a aprimorar sua resposta inicial ou 
descartá-la. Desse modo, basicamente ele estimulava a discussão e se definia como um 
"parteiro de ideias". Vale lembrar que a crença em ideias abstratas, como bondade, beleza, 
justiça, etc., seria desenvolvida posteriormente por seu discípulo Platão. 
 
De qualquer modo, a postura de Sócrates exerceu uma influência subversiva sobre os 
atenienses, pois ele os ensinava a questionar tudo e, além disso, muitas vezes expunha a 
ignorância de indivíduos com poder e autoridade. 
 
Envenenamento 
Tornou-se assim uma pessoa mal-vista. O dramaturgo Aristófanes faz uma caricatura dele na 
peça "As Nuvens", onde um pai manda o filho estudar com Sócrates para aprender uma 
maneira de não pagar as contas e de convencer os credores de que eles não devem ser pagos. 
 
O governo de Atenas, contudo, não reagiu com o mesmo bom humor às práticas socráticas. Ao 
contrário, prendeu-o por corrupção da juventude e por questionar os deuses da cidade. 
Condenou-o a morrer por envenenamento, bebendo cicuta. Entretanto, deu-lhe oportunidade 
de defender-se e negar seus ensinamentos. 
 
 
 
http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u6.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u369.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/pre-socraticos-origens-da-filosofia-e-os-primeiros-filosofos-gregos.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/platao-1-a-republica-e-o-metodo-dialetico.htm
 
Apesar de dizer que não tinha ensinamentos positivos a oferecer, mas apenas perguntas a 
fazer, a linha de questionamento de Sócrates revela as crenças subjacentes a muito do que ele 
diz. Duas delas merecem ser destacadas. 
 
Uma delas é que o ser humano deve preservar sua integridade acima de tudo. Para Sócrates, a 
verdadeira catástrofe consiste na corrupção da alma. Por isso, ele dizia que é melhor sofrer 
uma injustiça do que cometê-la. 
 
O conhecimento é a virtude 
A outra é a de que ninguém comete conscientemente um erro: se sabe que vai fazer algo 
errado, você simplesmente não o faz. Nesse sentido, o mal é consequência da ignorância e a 
busca do conhecimento coincide com a busca da virtude. 
 
Foi devido a essa crença na integridade que Sócrates preferiu envenenar-se a contradizer-se ou 
a negar suas ideias. Morrendo, ele cumpria o seu dever para consigo mesmo. É interessante 
notar que essas ideias de Sócrates encontram eco nas palavras de Jesus Cristo: "De que vale a 
um homem ganhar o mundo todo se perder sua alma?". Ou ainda no dramaturgo Shakespeare: 
"Acima de tudo, sê verdadeiro contigo mesmo". 
 
Para finalizar, é importante lembrar que Sócrates era contra a arte de escrever, que ele julgava 
prejudicar a memória. Assim, não deixou nenhuma obra. Tudo que sabemos dele vem 
basicamente da obra de seu discípulo Platão que, em seus "Diálogos", apresenta Sócrates como 
personagem principal. 
 
 
 
Antonio Carlos Olivieri, Da Página 3 Pedagogia & Comunicação é escritor, jornalista e diretor da 
Página 3 Pedagogia & Comunicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u636.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u145.jhtm
Conhece-te a ti mesmo: Sócrates e a 
nossa relação com o mundo 
Josué Cândido da Silva 
 
A figura de Sócrates é como um divisor de águas na Filosofia Antiga, tanto que os filósofos 
anteriores a ele são tradicionalmente chamados de pré-socráticos. 
 
De fato, com Sócrates há uma mudança significativa no rumo das discussões filosóficas sobre a 
verdade e o conhecimento. Os primeiros filósofos estavam preocupados em encontrar o 
fundamento (arké) de todas as coisas. Sócrates, por sua vez, está mais interessado em nossa 
relação com os outros e com o mundo. 
 
Curiosamente, Sócrates nada escreveu - e tudo o que sabemos dele é graças a seus discípulos, 
particularmente Platão. Sócrates teria tomado a inscrição da entrada do templo de Delfos como 
inspiração para construir sua filosofia: Conhece-te a ti mesmo. 
 
Para compreendermos o sentido dessa frase, segundo o filósofo francês Michel Foucault (1926 
- 1984), devemos inscrevê-la em uma estratégia mais geral do cuidado de si. 
 
Ou seja, o que Sócrates pregava era que nós devemos nos ocupar menos com as coisas 
(riqueza, fama, poder) e passarmos a nos ocupar com nós mesmos. Poderia objetar-se: com 
que propósito deveria ocupar-me comigo mesmo? Porque é o caminho que me permite ter 
acesso à verdade. Mas que tipo de verdade? Obviamente não é uma verdade qualquer, tal 
como a fórmula química da água, mas a verdade que é capaz de transformá-lo no seu próprio 
ser de sujeito. 
 
É esse ato de conhecimento, capaz de promover nossa autotranscendência, de que fala 
Sócrates. Conhecer a mim mesmo para saber como modificar minha relação para comigo, com 
os outros e com o mundo. 
 
Como ter acesso à verdade? 
Tal modificação para ter acesso à verdade, contudo, não é um ato puramente intelectual. Ela 
exige, por vezes, determinadas renúncias e purificações, das quais Sócrates é um exemplo. 
 
Sócrates dizia ter recebido de Deus a missão de exortar os atenienses, fossem eles velhos ou 
jovens, a deixarem de cuidar das coisas, passando a cuidar de si mesmos. Tal atitude o fez 
dedicar-se inteiramente à filosofia e à prática dialógica (uma forma especial de diálogo, 
denominada maiêutica) por meio da qual ele fazia com que seu interlocutor percebesse as 
inconsistências de seu discurso e se autocorrigisse. 
 
A atitude de Sócrates questionava os valores da sociedade ateniense, razão pela qual seus 
inimigos o levaram ao tribunal, onde foi julgado e condenado à morte. Sua morte, porém, não 
impediu que a questão do cuidado de si se tornasse um tema central na filosofia durante mais 
de mil anos - e chegasse a influenciar alguns filósofos modernos e contemporâneos. 
 
A questão central do cuidado de si é que jamais se tem acesso à verdade sem uma experiência 
de purificação, de meditação, de exame de consciência - enfim, através de determinados 
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u369.jhtm
http://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/ult1789u147.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u720.jhtm
exercícios espirituais capazes de transfigurar nosso próprio ser. 
 
Dito de outro modo, o estado de iluminação, de descoberta da verdade, não é produto do 
estudo, mas de uma prática acompanhada de reflexão constante sobre minhas ações, atitudes - 
e de como posso modificá-las para me tornar uma pessoa melhor. É como se a vida fosse uma 
obra de arte em que nós vamos nos moldando, nos aperfeiçoando no decorrer da existência. 
 
A difícil busca da verdade 
Atualmente, estamos distantes dessa perspectiva socrática do cuidado de si. A ciência moderna 
está preocupada com a produção e acumulação de conhecimentos. 
 
Mas quando nos perguntamos: para quê acumulamos e produzimos conhecimento? A resposta 
é simplesmente: para aumentar infinitamente nosso conhecimento. Entramos, assim, numa 
corrida sem fim, em que nunca nos questionamos se isso realmente está trazendo os benefícios 
prometidos. 
 
Claro que a tecnologia traz inegáveis benefícios, mas não parece que as pessoas, atualmente, 
estejam mais felizes. Pode-se alegar,no entanto, que não é papel do conhecimento e da ciência 
promover a felicidade humana - e que, talvez, conhecimento e ciência tenham a única função 
de contribuir para a concentração de poder e dinheiro nas mãos de alguns uns poucos. 
 
Sócrates, porém, via a busca da verdade como um caminho de ascese, pois, quando cuidamos 
de nós mesmos, modificamos nossa relação com os outros e com o mundo. 
 
Mergulhados em preocupações com a aparência e o consumo, pensamos estar cuidando de nós 
mesmos, quando na verdade estamos nos perdendo em meio às coisas. É preciso conhecer a si 
mesmo para não perder-se. Claro que você não vai encontrar toda verdade em si mesmo, mas, 
pelo menos, a única verdade capaz de salvá-lo. 
Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de 
filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus (BA). 
 
Bibliografia 
 Michel Foucault. A hermenêutica do sujeito, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Platão 
 
Por Ana Lucia Santana 
Platão foi um dos principais filósofos gregos da Antiguidade. Ele 
nasceu em Atenas, por volta de 427/28, foi seguidor de Sócrates e 
mestre de Aristóteles. O nome pelo qual ficou conhecido era 
possivelmente um apelido, aparentemente ele se chamava 
Arístocles. 
Este filósofo se encontrava no limiar de uma época, entre os 
valores antigos e um novo mundo que emergia, o que lhe 
propiciou uma riqueza de idéias sem igual. Ele tinha o poder de 
abordar os temas mais diversos, mais com a força da paixão e da 
criatividade artística do que com a lucidez da razão. Sua obra é um dos maiores legados da 
Humanidade, abrangendo debates sobre ética, política, metafísica e teoria do conhecimento. 
Ao contrário de Sócrates, que vinha de uma origem humilde, Platão era integrante de uma 
família rica, de antiga e nobre linhagem. Ele conheceu seu ilustre mestre aos vinte anos. 
Sócrates era bem mais velho, pelo menos quarenta anos separavam ambos, mas eles puderam 
desfrutar de oito anos de aprendizado conjunto. Platão teve acesso também, por meio de seu 
professor, aos ideais pré-socráticos. Com a morte de seu preceptor, o filósofo isolou-se, com 
outros adeptos das idéias socráticas, em Mégara, ao lado de Euclides. 
Depois de viajar pela Magna Grécia e pela Sicília, Platão regressou a Atenas e fundou a 
Academia, que em breve se tornou conhecida e freqüentada por um grande número de jovens 
que vinha à procura de uma educação melhor. Até intelectuais consagrados acorriam a esta 
instituição para debater suas idéias. Depois de várias tentativas de difundir seus conceitos 
políticos em Siracusa, na Sicília, Platão se instala definitivamente em sua terra natal, na 
liderança da Academia, até sua morte, em 347 a.C. 
Dos filósofos da Antiguidade, Platão é o primeiro de quem se conhece a obra integral. Mas 
muitos de seus diálogos não são autênticos, embora supostamente assinados por ele. Seu estilo 
literário é o diálogo, uma espécie de ponte entre a oralidade fragmentária de Sócrates e a 
estética didática de Aristóteles. Nos escritos de Platão mesclam-se elementos mito-poéticos 
com fatores essencialmente racionais. Este filósofo não se guia pelo rigor científico, nem por 
uma metodologia formal. 
Em Platão a filosofia ganha contornos e objetivos morais, apresentando assim soluções para os 
dilemas existenciais. Esta práxis, porém, assume no intelecto a forma especulativa, ou seja, 
para se atingir a meta principal do pensamento filosófico, é preciso obter o aprendizado 
científico. O âmbito da filosofia, para Platão, se amplia, se estende a tudo que existe. Segundo o 
filósofo, o homem vivencia duas espécies de realidade – a inteligível e a sensível. A primeira se 
refere à vida concreta, duradoura, não submetida a mudanças. A outra está ligada ao universo 
das percepções, de tudo que toca os sentidos, um real que sofre mutações e que reproduz 
neste plano efêmero as realidades permanentes da esfera inteligível. Este conceito é concebido 
como Teoria das Idéias ou Teoria das Formas. 
http://www.infoescola.com/autor/ana-lucia-santana/3/
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Segundo Platão, o espírito humano se encontra temporariamente aprisionado no corpo 
material, no que ele considera a ‘caverna’ onde o ser se isola da verdadeira realidade, vivendo 
nas sombras, à espera de um dia entrar em contato concreto com a luz externa. Assim, a 
matéria é adversária da alma, os sentidos se contrapõem à mente, a paixão se opõe à razão. 
Para ele, tudo nasce, se desenvolve e morre. O Homem deve, porém, transcender este estado, 
tornar-se livre do corpo e então ser capaz de admirar a esfera inteligível, seu objetivo maior. O 
ser é irresistivelmente atraído de volta para este universo original através do que Platão chama 
de amor nostálgico, o famoso eros platônico. 
Platão desenvolveu conceitos os mais diversos, transitando da metafísica para a política, destas 
para a teoria do conhecimento, abrangendo as principais esferas dos interesses humanos. Sua 
obra é estudada hoje em profundidade, apresentado uma atualidade inimaginável, quando se 
tem em vista que ela foi produzida há milênios, antes da vinda de Cristo. Seu pensamento 
influencia ainda em nossos dias teorias políticas, psicológicas – como a junguiana -, filosóficas, 
espirituais, sociológicas, entre outros segmentos do conhecimento humano. 
 
 
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Ideias de Platão: As coisas mudam, mas 
seus modelos são eternos 
Josué Cândido da Silva 
 
Platão (428-347 a.C.) foi discípulo de Sócrates, por quem sempre nutriu profunda admiração, 
transformando-o no personagem principal de seus diálogos. Após a morte do mestre, fundou 
sua própria escola de filosofia, chamada de Academia, em homenagem ao deus Academus. Sua 
obra está intimamente ligada aos problemas filosóficos de sua época. 
 
Platão viveu durante a florescente democracia ateniense - e na democracia era importante 
saber argumentar e convencer os cidadãos a votarem nesta ou naquela proposta. Muitos 
jovens, que pretendiam ter destaque na vida pública, procuravam professores que lhes 
ensinassem a arte de falar bem e de maneira convincente. Esses professores de oratória e 
retórica eram os sofistas, título que, originalmente, significa "sábio". 
 
Relativismo 
Os sofistas mais famosos foram Protágoras (480-411 a.C.) e Górgias (485-380 a.C.). Para eles 
não existem verdades imutáveis, válidas para todo o sempre. Muito do que acreditávamos ser 
certo no passado, hoje sabemos que é falso, e nada garante que no futuro não venha a 
acontecer o mesmo. O melhor que podemos almejar é construir um consenso provisório sobre 
o que é certo para maioria, aqui e agora. 
 
"O homem é a medida de todas as coisas", dizia Protágoras, cabe a nós decidir sobre o que é 
certo ou errado, respeitando os diferentes pontos de vista, pois ninguém pode se julgar dono 
da verdade. Ora, o melhor modo de fazer isso é a democracia, em que prevalece o livre debate 
de ideias. 
 
A posição dos sofistas é chamada de relativismo, por considerar que não existem verdades 
absolutas, mas apenas verdades relativas que mudam com o passar do tempo e de uma cultura 
para outra. Daí a necessidade de sempre refazermos o consenso democrático sobre os 
problemas que nos afetam e reformar as leis de nossa sociedade. 
 
 
Modelos ideais imutáveis 
Platão achava isso absurdo. É certo que a realidade está sempre mudando, que as coisas 
nascem e morrem, mas é igualmente certo que existem coisas que não morrem e tampouco 
mudam. Do contrário, teríamos apenas opiniões (doxa) sobre as coisas, mas nunca um 
conhecimento (episteme) sobre elas. 
 
O que não muda são asideias das quais as coisas são meras cópias. As coisas podem mudar de 
forma e tamanho, mas a soma dos ângulos internos de um triângulo será sempre 180 graus, 
assim como 2 + 2 será sempre igual a 4. O que conhecemos da realidade não é o que pode ser 
percebido através dos sentidos, mas os modelos ideais imutáveis que estão para além das 
aparências. 
 
Imagine um edifício, um carro, uma máquina. O que eram antes de existir? Apenas uma ideia 
http://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/ult1789u147.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u369.jhtm
http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult1704u69.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/protagoras.jhtm
na mente do projetista ou inventor. Quando colocada em prática, aparecem as imperfeições 
que fazem parte da realidade, não da ideia. Da mesma forma, as coisas que existem em nosso 
mundo são cópias das ideias que lhes deram origem. As cópias estragadas são substituídas por 
novas, mas a forma permanece sempre a mesma. 
 
Quando olhamos para João ou Paula, vemos um ser humano, mas não existe mais humanidade 
em João do que em Paula, ou melhor, a humanidade não é algo que está neles, mas são como 
biscoitos retirados de uma mesma forma (ô). Por isso, é inútil buscar alguma verdade no 
mundo sensível, imperfeito e corruptível, enquanto podemos intuí-la diretamente do mundo 
das ideias, que permanece imutável e completamente separado do nosso mundo de 
aparências. 
 
Alma imortal 
Mas, se o mundo das ideias é separado do nosso mundo, como Platão sabe que ele existe? 
Segundo o filósofo, não só ele, mas todos nós sabemos que o mundo das ideias existe porque já 
estivemos lá. 
 
Para Platão, temos em nós duas partes: um corpo corruptível e uma alma imortal. Nossa alma 
imortal tem sua origem no mundo das ideias, onde contemplou as ideias de tudo o que existe. 
Assim, quando olhamos para as coisas neste mundo, nos lembramos do que contemplamos no 
mundo das formas ideais, e dizemos que algo é bom ou justo apesar de nunca encontrarmos 
algo verdadeiramente bom ou justo em parte alguma. 
 
Quando participamos de um diálogo filosófico, mesmo que seja um diálogo da alma consigo 
mesma, nos afastamos das opiniões sobre as coisas para contemplar diretamente as ideias. E 
ao recordar tudo o que vimos no mundo das ideias, onde tudo era eternamente Bom, Belo e 
Verdadeiro, nossa alma aspira a libertar-se do corpo corruptível, no qual está aprisionada, e 
voltar para o mundo das ideias. 
 
Enquanto isso não acontece, a alma busca afastar-se de tudo que é ligado ao corpo, dedicando-
se à contemplação e à filosofia. Existem almas, porém, que se agarram ao corpo e seus 
apetites, e tomam o efêmero por duradouro, o relativo pelo verdadeiro. 
 
Infelizmente, são poucos os que escolhem o caminho da verdade e da filosofia. Estes são, até 
mesmo, vistos como loucos pela maioria que vaga entre opiniões incertas. Por tentar retirá-los 
do mundo de sombras e ilusões em que se encontram (leia "O mito da caverna e a visão além 
das aparências"), alguns filósofos são perseguidos e até condenados a morte, como aconteceu 
com Sócrates. 
 
O filósofo, entretanto, não pode fechar os olhos para verdade - e a única coisa que pode aspirar 
é que ela, por fim, prevaleça. 
 
 
Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de 
filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus (BA). 
 
 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/platao-2-o-mito-da-caverna-e-a-visao-alem-das-aparencias.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/platao-2-o-mito-da-caverna-e-a-visao-alem-das-aparencias.htm
Aristóteles 
Por Ana Lucia Santana 
 
Aristóteles é considerado um dos principais filósofos da Antiguidade, ao lado de Sócrates e 
Platão. Filho de Nicômaco, médico pessoal de Amintas, rei da Macedônia, nasceu na Estagira, 
em Calcídica, situada no litoral norte do Mar Egeu, no ano de 384 a.C. 
Com aproximadamente dezesseis ou dezessete anos, ele partiu para o 
centro cultural da Grécia, Atenas, optando pela Academia fundada por 
Platão. 
 
Aí o filósofo permaneceu, ao longo de vinte anos, até a morte de seu 
mestre. Neste período ele se dedicou também ao estudo da filosofia 
pré-platônica, o que influenciaria profundamente sua futura visão 
teórica. Ao ser rejeitado para substituir Platão na Academia, ele se muda para Assos, onde 
institui um grupo filosófico, assessorado pelo governante local, Hérmias. Permanece nesta 
localidade por três anos, casando-se com Pítias, sobrinha do tirano. Com o assassínio deste, ele 
segue para a Ilha de Lesbos, na qual ele empreende grande parcela de suas célebres pesquisas 
biológicas, tendência que alguns estudiosos atribuem à herança recebida de seu pai e do tio. 
No ano de 343 a.C., Aristóteles é convidado pelo Rei Filipe II para exercer o cargo de preceptor 
do Príncipe Alexandre, posto no qual ele permanece até 336 a.C., quando o nobre assume o 
trono. Retornando a Atenas, treze anos depois de sua partida, ele inaugura sua própria escola, 
próxima ao templo de Apolo Lício, sendo por isso conhecida como Liceu. Ela também era 
apelidada de peripatética, dado ao hábito do filósofo de transmitir seus ensinamentos em uma 
palestra ministrada durante tranqüilo passeio pelas veredas do Ginásio de Apolo. 
Este estabelecimento de ensino seria a real sucessora da Academia platônica. Com a morte de 
Alexandre, porém, Atenas se insurge e tem início uma revolta nacional, liderada por 
Demóstenes. Ao se sentir perseguido pelos atenienses, que não o viam com bons olhos, e o 
condenavam como ateu, ele se exilou por vontade própria em Eubéia. Um ano depois, em 322 
a.C., Aristóteles, conhecido como o filósofo, pela vasta amplidão temática que dominava, deixa 
o corpo, com pouco mais de 60 anos. Considerado o inventor do pensamento lógico, ele se 
distinguia na ética, na política, na física, na metafísica, na lógica, na psicologia, na poesia, na 
retórica, na zoologia, na biologia e na história natural. 
Mais absorto em suas pesquisas, totalmente absorvido por suas idéias, Aristóteles foi um ser 
devotado à cultura, às elaborações intelectuais, à meditação, tornando-se assim mais 
distanciado da vida social. Ele percorreu todos os meandros da mente humana, dedicando-se 
amplamente à prática literária, produzindo assim uma vasta obra, da qual restam apenas alguns 
textos. A primeira compilação de seus escritos foi realizada por Andronico de Rodes, por volta 
da metade do último século a.C., incluindo Escritos lógicos, Escritos sobre a física; Escritos 
metafísicos; Escritos morais e políticos: a Ética a Nicômaco; Escritos retóricos e poéticos. 
http://www.infoescola.com/filosofia/aristoteles/ 
 
http://www.infoescola.com/autor/ana-lucia-santana/3/
http://www.infoescola.com/filosofia/socrates/
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Filosofia medieval: Filósofos cristãos 
conciliaram fé e razão 
Heidi Strecker 
 
Com a dissolução do Império romano, as invasões bárbaras e o desaparecimento das instituições, 
os centros de difusão cultural também se desagregaram. Os chamados "pais da igreja" foram os 
primeiro filósofos a defender a fé cristã nos primeiros séculos, até aproximadamente o século 8. 
 
Os padres da igreja foram os filósofos que, nesse período, tentaram conciliar a herança clássica 
greco-romana, com o pensamento cristão. Essa corrente filosófica é conhecida como patrística. A 
filosofia patrística começa com as epístolas de São Paulo e o evangelho de São João. Essa doutrina 
tinha também um propósito evangelizador: converter os pagãos à nova religião cristã. 
 
Surgiram ideias e conceitos novos, como os de criação do mundo, pecado original, trindade de 
Deus,juízo final e ressurreição dos mortos. As questões teológicas, relativas às relações entre fé e 
razão, ocuparam as reflexões dos principais pensadores da filosofia cristã. 
 
Santo Agostinho e a interioridade 
Santo Agostinho (354-430) foi o primeiro grande filósofo cristão. Uma de suas principais 
formulações foi a ideia de interioridade, isto é, de uma dimensão humana dotada de consciência 
moral e livre arbítrio. 
 
As ideias filosóficas tornam-se verdades reveladas (reveladas por Deus, através da Bíblia e dos 
santos) e inquestionáveis. Tornaram-se dogmas. A partir da formulação das ideias da filosofia cristã, 
abre-se a perspectiva de uma distinção entre verdades reveladas e verdades humanas. Surge a 
distinção entre a fé e a razão. 
 
O conhecimento recebido de Deus torna-se superior ao conhecimento racional. Em decorrência 
desta própria dicotomia, surge a discussão em torno da possibilidade de conciliação entre fé e 
razão. 
 
Escolástica e Tomas de Aquino 
A partir do século 12, a filosofia medieval é conhecida como escolástica. Surgem as universidades e 
os centros de ensino e o conhecimento é guardado e transmitido de forma sistemática. Platão e 
Aristóteles, os grandes pensadores da Antiguidade, também foram as principais influências da 
filosofia escolástica. Nesse período, a filosofia cristã alcançou um notável desenvolvimento. Criou-
se uma teologia, preocupada em provar a existência de Deus e da alma. 
 
O método da escolástica é o método da disputa. A disputa consiste na apresentação de uma tese, 
que pode ser defendida ou refutada por argumentos. Trata-se de um pensamento subordinado a 
um princípio de autoridade (os argumentos podem ser tirados dos antigos, como Platão e 
Aristóteles, dos padres da igreja ou dos homens da igreja, como os papas e os santos). 
 
O filósofo mais importante desse período é São Tomás de Aquino, que produziu uma obra 
monumental, a "Suma Teológica", elaborando os princípios da teologia cristã. 
 
Heidi Strecker, Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação é filósofa e educadora. 
 
http://educacao.uol.com.br/historia/roma-alto-imperio.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/deus-reflexao-sobre-a-divindade-integra-a-filosofia.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/deus-reflexao-sobre-a-divindade-integra-a-filosofia.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/santo-agostinho-a-procura-da-verdade-no-interior-do-ser-humano.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/tomas-de-aquino.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/platao-1-a-republica-e-o-metodo-dialetico.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/aristoteles-o-mundo-da-experiencia-as-quatro-causas-etica-e-politica.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-antiga-2-panorama-dos-pre-socraticos-ao-helenismo.htm
Filosofia medieval: Quadro com os 
principais filósofos da Idade Média 
 
Nascimento e 
morte 
Filósofo Obra 
354-430 Santo Agostinho As Confissões, A Cidade de Deus 
830-880 Escoto Erígena Da Predestinação, Da Divisão da Natureza 
1033-1109 Santo Anselmo Monológico, A Verdade 
1079-1142 Abelardo Introdução à Teologia, Ética 
1193-1280 Santo Alberto Magno Suma de Teologia 
1225-1274 Tomás de Aquino Suma Contra os Gentios, Suma Teológica 
1260-1327 Mestre Eckhart 
Sobre o Desprendimento, Livro da Divina 
Consolação 
1266-1308 Duns Escoto Do Princípio Primeiro, Questões Metafísicas 
1300-1350 
Guilherme de 
Ockham 
Comentários sobre as Sentenças, Lógica dos 
Termos 
1401-1464 Nicolau de Cusa A Douta Ignorância, O Deus Escondido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/santo-agostinho-a-procura-da-verdade-no-interior-do-ser-humano.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/joao-escoto-erigena.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/santo-anselmo.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/pedro-abelardo.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/santo-alberto-magno.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/tomas-de-aquino.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/mestre-eckhart.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/johannes-duns-scotus.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/guilherme-de-ockham.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/guilherme-de-ockham.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/nicolau-de-cusa.jhtm
Escolástica: A filosofia durante a Idade 
Média 
Renan Santos 
É comum se ouvir falar em trevas e barbárie quando alguém se refere à Idade Média, por vezes 
com uma expressão de escárnio e desprezo. Ao contrário do que diz este preconceito herdado 
dos iluministas, tanto a filosofia quanto a ciência moderna devem muito à Idade Média e à sua 
monumental Escolástica. 
 
A pré-Escolástica 
Ao final do século 5, o que restava dos escombros do Império Romano era uma multidão 
dispersa de povos bárbaros e alguns fragmentos da cultura clássica, que só não desapareceram 
devido aos esforços dos monges copistas e dos grandes pensadores 
crihttps://publicador.uolinc.com/media.jsp?contentUri=/br/com/uol/educacao/card/disciplinas
/filosofia/escolastica-a-filosofia-durante-a-idade-media.xmlstãos em Alexandria, Grécia e 
Roma. 
 
Os primeiros e conturbados séculos da Idade Média europeia seriam dominados pelo 
pensamento de santo Agostinho, antigo responsável por solidificar a fé cristã sobre uma série 
de elementos platônicos. Veremos a sua influência em autores como Boécio, Dionísio 
Areopagita e Escoto Erígena, bem como na tradição das artes liberais que fundamentaram o 
ensino medieval. 
 
O princípio 
É difícil delimitar a origem da Escolástica porque jamais ela se estabeleceu como uma doutrina 
filosófica restrita. Diferente do que se pensa, havia no ambiente católico uma divergência 
muito viva em questões teológicas. Foi esse espírito do debate que acabou dando origem à 
corrente de atividades intelectuais, artísticas e filosóficas a que se convencionou chamar de 
Escolástica (do latim schola). 
 
É o século 12 que vê essa valorização do saber refletida na criação das universidades e na 
ascensão da classe letrada. O monge agostiniano santo Anselmo desponta como o primeiro 
escolástico, seguido por Pedro Abelardo, Pedro Lombardo e Hugo de São Vítor. 
 
O auge 
Eis que na segunda metade do século 12 chegam às universidades as traduções hispânicas de 
versões árabes das obras de Aristóteles. É o grande choque cultural que muda o rumo do 
Ocidente e que catapulta a Escolástica para a sua "era de ouro" no século 13, quando Agostinho 
deixa de ser o eixo do pensamento cristão, e a filosofia natural aristotélica se agiganta diante da 
teologia. 
 
Os mestres universitários adquirem fama e importância, os livros se multiplicam, e o modelo de 
ciência antiga começa a ruir. Robert Grosseteste e seu discípulo Roger Bacon trabalham a ideia 
de pesquisa científica, idealizando experimentos. As universidades de Paris, Oxford e Colônia 
testemunham os grandes debates e o surgimento de obras gigantescas. É o século de são 
Tomás de Aquino, Alberto Magno, são Boaventura e Duns Scotus. 
 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-medieval-2-filosofos-cristaos-conciliaram-fe-e-razao.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/iluminismo-a-fe-na-razao-e-a-valorizacao-da-ciencia.htm
http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u23.jhtm
http://educacao.uol.com.br/historia/roma-divisao-invasoes-barbaras.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/santo-agostinho-a-procura-da-verdade-no-interior-do-ser-humano.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/boecio.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/joao-escoto-erigena.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/santo-anselmo.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/pedro-abelardo.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/aristoteles-o-mundo-da-experiencia-as-quatro-causas-etica-e-politica.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/robert-grosseteste.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/roger-bacon.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/santo-tomas-de-aquino-razao-a-servico-da-fe.htmhttp://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/santo-tomas-de-aquino-razao-a-servico-da-fe.htm
http://educacao.uol.com.br/biografias/santo-alberto-magno.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/sao-boaventura.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/johannes-duns-scotus.jhtm
A disputa escolástica 
Possivelmente a maior contribuição da Escolástica à filosofia tenha sido o seu notável rigor 
metodológico e dialético. Os estudantes das principais universidades precisavam passar por 
exames que envolviam a disputa oral de argumentos, sempre regida pelo uso da lógica formal e 
intermediada por um mestre. 
 
Pedro Abelardo se inspirou nesse método dialético e o aprofundou em sua obra Sic et Non, que 
virou referência para a resolução de problemas a partir da sucessão de afirmações e negações 
sobre um mesmo tópico. Para isso, era imprescindível uma definição satisfatória dos termos, 
que evitasse ambiguidades. 
 
Tiveram muito sucesso nesse sentido os escolásticos, chegando a criar palavras totalmente 
novas a partir das raízes do grego e do latim, o que acabou resultando no latim escolástico. A 
própria evolução das ciências se deve em grande parte ao desenvolvimento desse rigor 
terminológico. 
 
A relação entre filosofia e teologia 
Entre os renascentistas e iluministas, criou-se a ideia de que a Escolástica havia se submetido a 
Aristóteles como um servo feudal se curva ao seu mestre, o que os estudos do século 20 
desmentiram profundamente. 
 
A verdade é que, com a chegada da imensa obra de Aristóteles, foram surgindo naturalmente 
dois partidos nas universidades: os tradicionais, agostinianos e platônicos, que não admitiam a 
ideia de ciências autônomas em relação à teologia, e os "modernos" aristotelistas, fascinados a 
tal ponto com a investigação da filosofia natural que buscaram tornar as ciências 
independentes da teologia. 
 
Essa discussão levou a grandes contendas acerca da relação entre fé e razão, cuja ruptura 
definitiva ficaria a cargo do franciscano inglês Guilherme de Ockham no século 14, abrindo de 
vez as portas para a ciência moderna. 
 
A querela dos universais 
Na esteira das traduções que abalaram o Ocidente, encontrou-se a Isagoga, obra do filósofo 
antigo Porfírio, onde ele expunha o problema dos universais em Aristóteles. Iniciava-se assim 
um dos mais longos debates da história da filosofia. 
 
Quando olhamos para duas maçãs, vemos algo de comum entre elas? Ou elas são 
completamente diferentes? Há uma substância "maçã" separada delas, ou ela está em cada 
uma das maçãs? Ou a substância "maçã" não existe de forma alguma? Perguntas desse tipo é 
que dirigiram o debate dos universais. 
 
Os ultrarrealistas, de índole platônica, como santo Anselmo, Odo de Tournai e Bernard de 
Chartres, diriam que há uma substância, um universal "maçã" separado de todas as maçãs e 
que lhes serve de modelo. Os realistas moderados, mais aristotélicos, como Pedro Abelardo, 
João de Salisbury e Tomás de Aquino, afirmariam que o universal "maçã" existe somente nas 
maçãs e nunca fora delas. Já os nominalistas, como Roscelin e Guilherme de Ockham, negariam 
que houvesse qualquer universal; "maçã" seria um puro nome. Esta discussão ecoaria no 
confronto entre empiristas e racionalistas modernos. 
 
A decadência 
http://educacao.uol.com.br/biografias/guilherme-de-ockham.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/porfirio.jhtm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/os-universais-como-conhecemos-as-coisas.htm
Chegam os séculos 14 e 15 e o movimento escolástico começa a conhecer sua derrocada, 
eivando-se de formalismos dialéticos e discussões cada vez mais estéreis. Ainda assim, conta 
este período com grandes figuras, como o já citado Guilherme de Ockham, Nicolas 
d'Autrecourt, Jean Buridan e Nicolau de Cusa. De todo modo, às portas da Renascença, a 
Escolástica já se encontrava moribunda. 
 
A Escolástica tardia 
Nos anos da Contra-Reforma, ainda a península ibérica testemunharia um último sopro do 
espírito medieval, através de grandes pensadores católicos formados nas universidades de 
Salamanca e Coimbra, como Francisco Suárez, Francisco de Vitória, Domingo de Soto e Tomás 
de Mercado. 
 
É neste ambiente da "Escolástica tardia" que se produzem importantes concepções do 
jusnaturalismo e da ideia de direito internacional, além dos tratados de matéria econômica que 
viriam a influenciar a escola marginal e o liberalismo austríaco nos séc. 19 e 20. 
 
A Neoescolástica 
Com o declínio dos impérios português e espanhol, a filosofia medieval cristã praticamente 
desapareceu, enquanto o cartesianismo, o positivismo e o agnosticismo kantiano atingiam o 
seu auge. 
 
Finalmente, no século 19 é que se verá uma tentativa de resgatar o legado escolástico (e 
principalmente tomista), através da chamada Neoescolástica (ou Neotomismo). Tal movimento 
ganhou relativa força no século vinte, principalmente no meio católico. Josef Pieper, Jacques 
Martitain e Garrigou-Lagrange foram alguns dos seus nomes mais destacados. 
Renan Santos, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é publicitário, estudioso de 
filosofia e mantém o blog Lectiones philosophica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Filosofia moderna: A razão: do 
Renascimento ao Iluminismo 
Heidi Strecker 
 
No período do Renascimento (séculos 15 e 16), o mundo assistiu a profundas transformações 
no campo da política, da economia, das artes e das ciências. O Renascimento retomou valores 
da cultura clássica (representada pelos autores gregos e latinos), como a autonomia de 
pensamento e o uso individual da razão, em oposição aos valores medievais, como o domínio 
da fé e a autoridade da Igreja. 
 
No campo político, o principal autor do Renascimento foi Maquiavel, autor de "O Príncipe". 
Maquiavel elaborou uma teoria política fundamentada na prática e na experiência concreta. 
Durante o período medieval, o poder político era concebido como presente divino e os teólogos 
elaboraram suas teorias políticas baseados nas escrituras sagradas e no direito romano. 
 
Uma outra obra representativa desse momento filosófico é o "Elogio da Loucura", de Erasmo 
de Roterdã. Ao elaborar uma obra ao mesmo tempo literária e filosófica, Erasmo usa a palavra 
para afirmar valores humanos e denunciar a hipocrisia, ridicularizando papas, filósofos ou 
príncipes. As mudanças dessa época de crise prepararam o caminho para o despontar do 
racionalismo clássico. 
 
Racionalismo clássico 
 
O século 17 foi um dos períodos mais fecundos para a história da filosofia. Marcado pelo 
absolutismo monárquico (concentração de todos os poderes nas mãos do rei) e pela Contra-
Reforma (reafirmação da doutrina católica em oposição ao crescimento do protestantismo), 
essa época acolheu as grandes criações do espírito científico, como as teorias de Galileu Galilei 
e o experimentalismo de Francis Bacon. 
 
Recusando a autoridade dos filósofos que o antecederam, René Descartes foi o maior expoente 
do chamado "racionalismo clássico" - uma época que deu ao mundo filósofos tão brilhantes 
como Blaise Pascal, Thomas Hobbes, Baruch Espinoza, John Locke e Isaac Newton. 
 
Embora sempre tenha sido objeto da reflexão dos filósofos, o problema do conhecimento 
tornou-se mais agudo a partir do século 17. Com os filósofos modernos (em oposição aos 
filósofos medievais e os da Antiguidade), a teoria do conhecimento tornou-se uma disciplina 
filosófica independente. O pensamento passou a voltar-se para si mesmo. O pensamento 
(sujeito do conhecimento) passou a ser também o seu objeto. Em outras palavras: o homem 
começou a pensar nas suas próprias maneiras de pensar e entender o

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