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Instituto de Matema´tica - IM/UFRJ Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 07/05/2009 Questa˜o 1: (2.0 pontos) Classifique as se´ries abaixo em absolutamente convergente, divergente ou condicionalmente conver- gente. Justifique as suas afirmac¸o˜es. (a) (0.7 ponto) ∞∑ n=1 (−1)n2 n n! nn Soluc¸a˜o: (a) Neste item aplicaremos o teste da raza˜o a` se´rie ∞∑ n=1 ∣∣∣∣(−1)n2nn!nn ∣∣∣∣ = ∞∑ n=1 2nn! nn . Temos que: an = 2nn! nn =⇒ an+1 = 2 n+1(n+ 1)! (n+ 1)n+1 . Logo: lim n→∞ an+1 an = lim n→∞ 2n+1(n+ 1)n! (n+ 1)n+1 x nn 2nn! =⇒ lim n→∞ an+1 an = 2 lim n→∞ ( n n+ 1 )n = 2 e < 1. ((1)) De (1) resulta pelo teste da raza˜o que a se´rie ∞∑ n=1 2nn! nn converge =⇒ ∞∑ n=1 ∣∣∣∣(−1)n2nn!nn ∣∣∣∣ con- verge =⇒ ∞∑ n=1 (−1)n2nn! nn converge absolutamente. (b) (0.7 ponto) ∞∑ n=1 (−1)n n√ n3 + 1 Soluc¸a˜o: (i) Mostraremos que a se´rie ∞∑ n=1 (−1)n n√ n3 + 1 e´ convergente pelo teste de Leibniz.De fato: (1) A se´rie e´ alternada; (2) lim n→∞ un = lim n→∞ n√ n3 + 1 = lim n→∞ n√ n2 ( n+ 1 n2 ) = limn→∞ 1√( n+ 1 n2 ) = 0; (3) Mostraremos que a sequ¨eˆncia { un = n√ n3 + 1 } e´ decrescente. • Alternativa 1 De fato, considere f(x) = x√ x3 + 1 , x > 1. ((2)) De (2) obtemos: f ′(x) = √ x3 + 1− 3 2 x3 (x3 + 1) −1/2 (x3 + 1) =⇒ f ′(x) = 2x 3 + 2− 3x3 2(x3 + 1)3/2 . =⇒ f ′(x) = 2− x 3 2(x3 + 1)3/2 . ((3)) Pa´gina 1 de 7 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 07/05/2009(continuac¸a˜o) De (3) resulta que: f ′(x) < 0⇔ 2− x3 < 0⇔ x3 > 2⇔ x > 3 √ 2. ((4)) Logo, a sequ¨eˆncia { un = n√ n3 + 1 } e´ decrescente para n > 2. Por Leibniz a se´rie ∞∑ n=2 (−1)n n√ n3 + 1 converge =⇒ ∞∑ n=1 (−1)n n√ n3 + 1 converge. • Alternativa 2 De fato, temos que: un+1 un = (n+ 1) √ n3 + 1 n √ (n+ 1)3 + 1 = (n+ 1)n √ n+ 1 n2 n(n+ 1) √ n+ 1 + 1 (n+ 1)2 , ou equivalentemente, un+1 un = √ n+ 1 n2√ n+ 1 + 1 (n+ 1)2 < 1, pois √ n+ 1 n2 < √ n+ 1 + 1 (n+ 1)2 . ((5)) (ii) Mostraremos que a se´rie ∞∑ n=1 ∣∣∣∣(−1)n n√n3 + 1 ∣∣∣∣ = ∞∑ n=1 n√ n3 + 1 e´ divergente aplicando o o teste de comparac¸a˜o por limite. De fato, considere a se´rie ∞∑ n=1 vn = ∞∑ n=1 1 n1/2 . Logo: un vn = n3/2 (n3 + 1)1/2 =⇒ un vn = √ n3 n3 + 1 =⇒ lim n→∞ un vn = lim n→∞ √ n3 n3 + 1 = √ lim n→∞ n3 n3 + 1 = 1 ((6)) Como a se´rie ∞∑ n=1 vn = ∞∑ n=1 1 n1/2 diverge pois p = 1 2 enta˜o a se´rie ∞∑ n=1 n√ n3 + 1 diverge. De (i) e de (ii) segue que a se´rie ∞∑ n=1 (−1)n n√ n3 + 1 e´ condicionalmente convergente. (c) (0.6 ponto) ∞∑ n=1 n1/3 1 + 5n1/3 Pa´gina 2 de 7 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 07/05/2009(continuac¸a˜o) Soluc¸a˜o: (c) Mostraremos que a se´rie ∞∑ n=1 n1/3 1 + 5n1/3 e´ divergente pelo teste da divergeˆncia. De fato: lim n→∞ un = lim n→∞ n1/3 1 + 5n1/3 = lim n→∞ n1/3 n1/3 [ 5 + 1 n1/3 ] =⇒ lim n→∞ un = 1 5 6= 0. ((7)) Sugesta˜o: Sabe-se do Ca´lculo I que limn→∞ ( 1 + 1 n )n = e ( denominado limite fundamental expo- nencial ) Questa˜o 2: (2.5 pontos) Seja f(x) = ∞∑ n=1 (−1)n (x+ 2) n n 3n . Fac¸a o que se pede: (a) (1.0 ponto) Determine o raio e o intervalo de convergeˆncia da se´rie de poteˆncias acima; Soluc¸a˜o: Temos que: R = lim n→∞ ∣∣∣∣ anan+1 ∣∣∣∣ =⇒ R = limn→∞(n+ 1)3n+1n3n =⇒ R = limn→∞3 =⇒ R = 3. ((8)) Pelo teste da raza˜o a se´rie convergira´ absolutamente se |x+ 2| < 3 e divergira´ se |x+ 2| > 3. • Seja x = 1. Enta˜o: f (1) = ∞∑ n=1 (−1)n n . ((9)) (i) Mostraremos que a se´rie ∞∑ n=1 (−1)n n e´ convergente pelo teste de Leibniz. De fato: (1) A se´rie e´ alternada; (2) lim n→∞ un = lim n→∞ 1 n = 0; 3) A sequ¨eˆncia { un = 1 n } e´ decrescente, pois un+1 = 1 n+ 1 < 1 n = un. Logo, por Leibniz a se´rie ∞∑ n=2 (−1)n n converge. • Seja x = −5. Enta˜o: f (−5) = ∞∑ n=1 1 n . ((10)) Esta se´rie diverge pelo teste da integral pois e´ uma p-se´rie de ordem 1. Portanto, o intervalo de convergeˆncia e´ (−5, 1] . Pa´gina 3 de 7 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 07/05/2009(continuac¸a˜o) (b) (0.8 ponto) Determine uma expressa˜o em se´rie de poteˆncias em torno do ponto x0 = −2 para f ′(x); Soluc¸a˜o: Sabemos da teoria de se´ries de poteˆncias que a derivada da se´rie coincide com ase´rie das derivadas. Logo: f ′(x) = ∞∑ n=1 (−1)n(x+ 2)n−1 3n com |x+ 2| < 3. ((11)) (c) (0.7 ponto) Obtenha o intervalo de convergeˆncia da se´rie de poteˆncias obtida no item (b). Soluc¸a˜o: (c) Sabemos tambe´m da teoria de se´ries de poteˆncias que o raio de convergeˆncia e´ o mesmo da se´rie original, ou seja R = 3. Basta enta˜o verificar a convergeˆncia da se´rie em x = 1 e x = −5. • Seja x = 1. Enta˜o: f ′(1) = ∞∑ n=1 (−1)n 3 . ((12)) Como os termos da se´rie para n par sa˜o iguais a 1 3 e os termos da se´rie para n ı´mpar sa˜o iguais a −1 3 na˜o existe o limite do termo geral quando n tende a infinito. Enta˜o a se´rie dada em (12) diverge pelo teorema da divergeˆncia • Seja x = −5. Enta˜o: f ′(−5) = − ∞∑ n=1 1 3 . ((14)) A se´rie dada em (14) diverge pelo teorema da divergeˆncia pois: lim n→∞ un = lim n→∞ 1 3 = 1 3 6= 0. ((15)) Portanto, o intervalo de convergeˆncia e´ (−5, 1). Questa˜o 3: (3.0 pontos) Considere a equac¸a˜o diferencial dada abaixo: 2x2y ′′(x) + (x− x2)y ′(x)− y(x) = 0, x ∈ (0,∞) . (a) (0.6 ponto) Mostre que x = 0 e´ um ponto singular regular da equac¸a˜o diferencial; Soluc¸a˜o: Pa´gina 4 de 7 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 07/05/2009(continuac¸a˜o) Temos neste caso que: (i) p(x) = Q(x) P (x) = (x− x2) 2x2 =⇒ xp(x) = (x− x 2) 2x = 1 2 − x 2 =⇒ lim x→0 xp(x) = 1 2 = p0; (ii) q(x) = R(x) P (x) = − 1 2x2 =⇒ x2q(x) = −1 2 =⇒ lim x→0 x2q(x) = −1 2 = q0. De (i) e de (ii) segue que x = 0 e´ um ponto singular regular, pois p(x) e q(x) na˜o sa˜o anal´ıticas em 0, o que mostra que x = 0 na˜o e´ ponto ordina´rio e, portanto, e´ ponto singular. Ale´m disso, xp(x) e x2q(x) sa˜o anal´ıticas em R e os limites em x = 0 de xp(x) e x2q(x) existem, mostrando que e´ um ponto singular regular. (b) (0.4 ponto) Determine as ra´ızes da equac¸a˜o indicial; Soluc¸a˜o: Temos que a equac¸a˜o indicial e´ da forma: F (r) = r(r−1)+p0r+q0 = 0 =⇒ r2−r+1 2 r−1 2 = 0 =⇒ 2r2−r−1 = 0 =⇒ r1 = 1 e r2 = −1 2 . (c) (1.0 ponto) Determine a relac¸a˜o de recorreˆncia; Soluc¸a˜o: Temos que: y(x) = ∞∑ n=0 anx n+r =⇒ y ′(x) = ∞∑ n=0 (n+r)anx n+r−1 =⇒ y ′′(x) = ∞∑ n=0 (n+r)(n+r−1)anxn+r−2. ((1)) Substituindo as equac¸o˜es dadas em (1) na EDO resulta que: ∞∑ n=0 2(n+r)(n+r−1)anxn+r+ ∞∑ n=0 (n+r)anx n+r− ∞∑ n=0 (n+r)anx n+r+1− ∞∑ n=0 anx n+r = 0, ((2)) onde 0 < x < ρ. De (2) obtemos que: ∞∑ n=0 2(n+r)(n+r−1)anxn+r+ ∞∑ n=0 (n+r)anx n+r− ∞∑ n=1 (n+r−1)an−1xn+r− ∞∑ n=0 anx n+r = 0, ou equivalentemente, xr { 2r(r − 1)a0 + ra0 − a0 + ∞∑ n=1 {[ 2(n+ r)(n+ r − 1) + (n+ r)− 1] an − (n+ r − 1)an−1 } xn } = 0, ((3)) Pa´gina 5 de 7 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 07/05/2009(continuac¸a˜o) onde 0 < x < ρ. Da equac¸a˜o (3) deduzimos: 2r(r−1)a0+ra0−a0 = 0 =⇒ 2r(r−1)+r−1 = 0, (equac¸a˜o indicial) pois por hipo´tese a0 = 1; an(r) = (n+ r − 1)an−1(r) (n+ r − 1)(2n+ 2r + 1) =⇒ an(r) = an−1(r) 2n+ 2r + 1 ; ∀ n > 1, ((4)) onde a equac¸a˜o (4) e´ denominada relac¸a˜o de recorreˆncia. (d) (1.0 ponto) Obtenha a soluc¸a˜o y1(x) correspondente a` maior raiz da equac¸a˜o indicial. Soluc¸a˜o: Substituindo r1 = 1 na equac¸a˜o (4) obtemos: an = an−1 (2n+ 3) ; ∀ n > 1. ((5)) • Substituindo n = 1 na equac¸a˜o (5) resulta: a1 = a0 5 = 1 5 , pois por hipo´tese a0 = 1. • Substituindo n = 2 na equac¸a˜o (5) resulta: a2 = a1 7 =⇒ a2 = 1 5.7 . • Substituindo n = 3 na equac¸a˜o (5) resulta: a3 = a2 9 =⇒ a3 = 1 5.7.9 . Podemos concluir enta˜o que: an = 1 5.7.9...(2n+ 3) ; ∀ n > 1. ((6)) Substituindo an dada por (6) em (1) obtemos: y1(x) = x [ 1 + ∞∑ n=1 xn 5.7.9...(2n+ 3) ] . ((9)) Questa˜o 4: (2.5 pontos) Seja a seguinte EDO: y′′(t) + 2y′(t) + 2y(t) = f(t), com y(0) = 0, y′(0) = 2, f(t) = { 0 se 0 ≤ t < 2pi 2 se t ≥ 2pi . Pa´gina 6 de 7 Ca´lculo Diferencial e Integral IV - MAC248 Gabarito prim. prova unificada - Escola Polite´cnica / Escola de Qu´ımica - 07/05/2009(continuac¸a˜o) Encontre a soluc¸a˜o do problema de valor inicial usando Transformada de Laplace e SEM usar convoluc¸a˜o. Soluc¸a˜o: Vemos que f(t) = 2u2pi(t), que tem Transformada de Laplace F (s) = e −2pis2 s . Aplicando a Transformada de Laplace em ambos os lados da EDO obtemos (s2 + 2s+ 2)Y (s) = e−2pis 2 s + 2. Segue que Y (s) = 2e−2pis s[(s+ 1)2 + 1] + 2 (s+ 1)2 + 1 . Aplicando frac¸o˜es parciais e usando a tabela de Transformadas de Laplace obtemos Y (s) = e−2pis ( 1 s − s+ 2 (s+ 1)2 + 1 ) + 2 (s+ 1)2 + 1 = e−2pisL{1−e−t cos t−e−t sen t}+L{2e−t sen t}. Conclui-se que y(t) = u2pi(t) ( 1− e−(t−2pi) (cos(t− 2pi) + sen(t− 2pi)))+ 2e−t sen t isto e´, y(t) = u2pi(t) ( 1− e−(t−2pi)(cos t+ sen t))+ 2e−t sen t, Pa´gina 7 de 7 Boa prova!
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