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Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 24 CYBERBULLYING: A ATUAÇÃO DOS ÓRGÃOS ESSENCIAIS À JUSTIÇA NO CASO DE BULLYING COMETIDO VIA INTERNET DIOTTO, Nariel 1 ; FRIPP, Denize Terezinha 2 ; OBERDÖRFER, Ariane 3 ; WOLTMANN, Angelita 4 Resumo Esta pesquisa irá analisar o cyberbullying, uma espécie de crime virtual ainda não positivado que acontece devido a práticas de agressão e humilhação (bullying) contra a vítima na internet. Mostrar como acontece, se há alguma prevenção, e, principalmente, demonstrar qual é o papel dos órgãos essenciais à Justiça na efetivação da proteção à vítima do cyberbullying e prevenção quanto à sua prática. Palavras-Chave: Cyberbullying. Internet. Privacidade. Redes Sociais. Abstract This research will examine cyberbullying a crime not virtual positivised that happens due to practices of humiliation and aggression (bullying) against the victim on the internet. Show as it happens, if there is prevention, and especially to show what is the role of the organs essential to justice in the effective protection to the victim of cyberbullying and prevention practice. Keywords: Cyberbullying. Internet. Privacy. Social Networks. Introdução Esta pesquisa tem como objetivo geral verificar as ações a serem tomadas quanto aos crimes virtuais envolvendo bullying. Para explanar esta ideia, a pesquisa será iniciada teoricamente, com a busca de um conceito inicial de bullying e cyberbullying. Após isto, debater-se-á sobre a privacidade nas redes sociais e o quanto isso facilita a ocorrência do cyberbullying e a propagação do mesmo, já que a internet é um recurso de comunicação livre e ilimitado. 1 Graduanda Direito pela Universidade de Cruz Alta - UNICRUZ. 2 Agrônoma formada pela Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria/RS). Graduanda Direito pela Universidade de Cruz Alta - UNICRUZ. 3 Graduanda Direito pela Universidade de Cruz Alta - UNICRUZ. 4 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação na modalidade Doutorado em Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Acadêmica do Doutorado em Ciências Jurídicas Universidade de Buenos Aires (UBA). Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 25 Após concluída a primeira etapa, meramente conceitual, ressaltar-se-á então o papel dos órgãos essenciais à Justiça, iniciando-se pelo Ministério Público, na fiscalização e prevenção dessa prática virtual comum nas redes sociais, bem como as atitudes a serem tomadas pelos juristas nesses casos. Será apresentado, também, de modo ilustrativo, a prática do cyberbullying em alguns casos de grande repercussão, bem como as possíveis formas alternativas de minimizar os problemas originários das redes sociais, já que uma solução total dificilmente será encontrada, devido à amplitude do ambiente em questão, o ciberespaço. 5 Por fim, serão demonstrados dados da pesquisa de campo realizada com alunos formandos do Ensino Médio da EEEM Agostinha Dill de Condor/RS, os quais foram entrevistados quanto a incidência do cyberbullying em sua jornada escolar. Sobre o (ciber)bullying Bullying é um termo derivado da língua inglesa, e se refere a formas de atitudes agressivas, sejam físicas ou verbais, feitas para intimidar, sem que haja motivo para isso. Ocorrem com aqueles que não conseguem se defender, de forma repetida. Fante (2005) esclarece o conceito geral do bullying, que se aplica ao âmbito internacional, Por definição universal, o bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas (física, verbal ou psicológica) que ocorrem de forma intencional e repetida, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s) em desigual situação de poder, sem motivo evidente provocando dor, sofrimento e angústia. A assimetria de poder caracteriza-se pelo fato de que a vitima não consegue se defender com facilidade devido a inúmeros fatores: diferença de idade, tamanho, desenvolvimento físico ou emocional, ou por estar em minoria. (FANTE, 2005, p. 28-29). Geralmente, algum apelido que seja humilhante para a vítima é criado, algo que atinja diretamente a pessoa. Existem até mesmo casos de pequenos roubos nas escolas, agressões físicas e perseguições que tem um alvo m específico. O bullying é capaz de destruir a estima da vítima, causar isolamento social, depressão, insegurança. Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e também o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. (Constituição Federal 1988) 5 É uma esfera,cuja estrutura não física ou territorial, é composta por um conjunto de redes de computadores responsável por possibilitar uma intensa circulação de informações.(GIBSON, 1984) Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 26 Com o avanço da comunicação tecnológica e o surgimento de um turbilhão de redes sociais, temos hoje, mais uma forma de se praticar esse crime: o cyberbullying, que nada mais é do que o bullying nas redes sociais. Desde uma foto engraçada, uma preferência da pessoa, uma característica, são formas que o agressor encontra para ofendê-la e agredi-la. O facebook e o youtube, devido à quantidade imensa de usuários, são redes sociais que, atualmente, possuem maior capacidade de disseminar uma informação, ou até uma agressão, pois contam com a opção “compartilhar”. Pode-se dizer que o facebook, por exemplo, acabou por se tornar um “depósito de lixo”, pois na maioria das vezes em que se tem um caso de cyberbullying, o que se vê são as trocas nada afetuosas de “indiretas” grosseiras, outras “diretas” até caluniosas e pessoas que, pelo seu simples físico, passam a ser alvo de humilhações. Em uma análise pessoal das autoras - até o presente momento da pesquisa – nota-se que há uma contradição entre um ambiente que poderia ser um “inteligente coletivo” (LEVY, 1999) e a futilidade das relações sociais, que as tornam agressivas e podem gerar bulliyng virtual. Lévy (1999, p. 131) entende que inteligência coletiva seja uma espécie de “perspectiva espiritual” da cibercultura. A ideia de união de saberes, cultura, imaginação e energia dos seres conectados à internet é, pelo lado positivo, uma das melhores maneiras de utilizar a rede. Como alega Pereira (2006), faltam perspectivas, modelos, pois a internet amplia horizontes, mas não possui, em si, um horizonte, e se a cibercultura permite que mentes privilegiadas se unam para a solução de problemas e um futuro melhor, isso também acontece com grupos totalitaristas, xenófobos, homofóbicos ou, simplesmente, que, por motivo algum, objetivem humilhar alguém. O Direito e a Privacidade nas Redes Sociais Privacidade, segundo Houaiss (2001) é a vida privada, particular, íntima: trata-se de anglicismo de empréstimo recente na língua, sugerindo-se em seu lugar o uso de intimidade, liberdade pessoal, vida íntima; sossego, etc. A Constituição Federal brasileira de 1988, em seu artigo 5º, inciso X, estabelece a privacidade como direito básico da pessoa: Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 27 X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; [...]” Neste sentido, é importante evidenciar as diferenças entrea intimidade e a privacidade, espécie de direitos de personalidade, presentes na Constituição Federal Brasileira, que já nascem com o próprio homem. O direito a privacidade, possui uma abrangência maior, já a intimidade possui uma dimensão menor, e está contida dentro da esfera da privacidade. Não é fácil distinguir vida privada de intimidade. Aquela, em última análise, integra a esfera íntima da pessoa, porque é repositório de segredos e particularidades do foro moral e íntimo do indivíduo. Mas a Constituição não considerou assim. Deu destaque ao conceito, para que seja mais abrangente, como conjunto de modo de ser e viver, como direito de o indivíduo viver sua própria vida. Parte da constatação de que a vida das pessoas compreende dois aspectos: um voltado para o exterior e outro para o interior. A vida exterior, que envolve a pessoa nas relações sociais e nas atividades públicas, pode ser objeto das pesquisas e das divulgações de terceiros, porque é pública. A vida interior, que se debruça sobre a mesma pessoa, sobre os membros de sua família, sobre seus amigos, é a que integra o conceito de vida privada, inviolável nos termos da Constituição. (SILVA, 2011) Porém, apesar desses direitos estarem positivados, o tráfego de informações na internet é incontrolável. Em se tratando das redes sociais, blogs e páginas pessoais, há inúmeros transtornos que a exposição demasiada e exagerada pode causar. A exposição sem limites de tudo o que está fazendo, da família, dos amigos é uma espécie de abertura para sua vida que a pessoa possibilita aos outros. Mesmo sem conhecê-la, através de uma página pessoal é possível saber muito dela, onde trabalha, estuda, locais que frequenta, gostos pessoais e pessoas de suas relações. Neste ano, um caso chamou muita atenção, pois uma menina de apenas 11 anos postou fotos particulares suas no facebook, e em questão de dias um site de humor copiou suas fotos e propagou pelos sites brasileiros (MAGNANI, 2013). O motivo principal da depreciação são os pelos da menina, que tem sobrancelhas grossas. A foto teve mais de cinco mil curtidas e a menina foi ridicularizada, difamada e humilhada, sendo uma vítima do cyberbullying. A internet amplifica o que as pessoas têm de melhor e pior. No mês de setembro de 2013, na Flórida (EUA), uma jovem de 12 anos se suicidou devido cyberbullying cometido por colegas através de telefone e redes sociais. A jovem recebia mensagens, como "Devias morrer", "Porque é que ainda estás viva?", "És horrorosa", uma perseguição que já acontecia há cerca de um ano. A jovem foi torturada por 15 colegas Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 28 da escola secundária, subiu a um silo de uma fábrica abandonada e atirou-se lá de cima. (FERREIRA, 2013). Um terceiro caso aconteceu em 2006 com um estudante de Educação Física de 19 anos, que se tornou alvo de uma comunidade no Orkut, criada apenas para inventar boatos sobre os moradores da cidade de Ponta Grossa, no Paraná. Chamado de "homossexual e pedófilo", foi agredido nas ruas por pessoas que acreditavam nas acusações. O jovem suportou quase um ano de humilhação até que, em março de 2007 ele escreveu na internet que caso as agressões não parassem, ele se mataria. A resposta que teve dos membros da comunidade foi um incentivo ao suicídio, sendo que no dia seguinte às mensagens, Thiago foi encontrado morto dentro do seu carro, estacionado na garagem de sua casa. Com uma mangueira no escapamento do automóvel, ele levou o fluxo de monóxido de carbono e morreu sufocado. (DUPRAT, 2008). Na internet, conteúdos depreciativos e intimidantes são capazes de se alastrar com uma rapidez impressionante, sendo o cyberbullying ainda mais ofensivo que o próprio bullying, devido a dimensão que toma. O ciberespaço é um lugar ilimitado de troca de informações, e a vítima pode ser constrangida mesmo sem sair de casa, ficando muitas vezes, sem saber como agir, como se defender ou como cessar essas agressões verbais, contra sua imagem e convívio social. O ser humano conseguiu atingir nível de exposição virtual tão severo, que ainda que deseje retornar a uma vida mais reservada, não terá meios hábeis para alcançar tal pretensão. (OLIVEIRA, 2012). Apesar de o indivíduo ter o direito a privacidade, não faz uso dele. Por escolha própria expõe sua vida nas redes sociais, mesmo sabendo que após uma informação ser publicada, perde o controle de sua propagação. Desta maneira, a lei se torna falha, pois ela não é específica para os diversos casos de crimes na internet, é precária. Muitas vezes o indivíduo não é amparado legalmente em muitos casos concretos. Sem uma legislação eficiente, não há como punir os infratores. O direito neste sentido está atrasado, pois não acompanhou a evolução da sociedade, tecnologia, e das novas formas de comunicação. Afinal, as leis atuais são feitas para o “mundo real”. Mas agora, temos um novo mundo, um novo ambiente: o virtual. Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 29 A Atuação dos Órgãos Essenciais à Justiça na Prática de Cyberbullying De modo geral, não há como controlar ou até mesmo impedir, que determinadas informações sejam veiculadas na rede, não há como retirá-las sem deixar vestígios. A partir do momento em que uma pessoa publica alguma informação na internet, há outra que vai repassar, outra que irá receber e continuará propagando determinada informação. É como uma “bola de neve”, uma “corrente” que se faz entre os usuários da internet e seus contatos. Não há como impedir a disseminação desta informação. O Poder Judiciário tem diversas liminares determinando a retirada de algum conteúdo ou publicação da internet e redes sociais. Imhof (2010) apresenta uma condenação por cyberbullying praticado por adolescente, A prática de bullying é ato ilícito, respondendo o ofensor pela prática ilegal. Com base nesse entendimento, a 6ª Câmara Cível manteve decisão do 1º grau no sentido de condenar a mãe de um menor de idade que criou página na internet com a finalidade de ofender colega de classe. Por conta da atitude do filho, ela terá de pagar indenização por danos morais no valor de R$ 5 mil, corrigidos monetariamente. [...] Segundo ele, após muita insistência e denúncias por mais de um mês, o provedor cancelou o fotolog. Na sequência, o autor começou a receber e-mails com conteúdo ofensivo, razão pela qual providenciou registro de ocorrência policial e ingressou com ação cautelar para que o provedor fornecesse dados sobre a identidade do proprietário do computador de onde as mensagens foram postadas, chegando ao nome da mãe de um colega de classe. [...] De fato, após a primeira publicação é praticamente impossível evitar sua disseminação, ou seja, essas liminares são cumpridas parcialmente. (WERNECK, 2012). Em superior instância vem sendo repelido tais práticas delitivas e afrontosas, cuja resolução na esfera civil bem acaba por culminar na responsabilização e conseqüente aplicação de indenização a título de dano moral. (VANCIM, 2012) De acordo com Mônica Sifuentes, Pelas leis penais brasileiras, se o cyberbullying for praticado por maiores de idade, a conduta poderá se configurar em crime contra a honra (calúnia, difamação ou injúria), de ação penal privada e sujeito a penas que vão de seis meses a dois anos de detenção. Se o ato configurar ameaça, o crime passa a ser de ação penal pública, condicionada à representação da vítima, com previsão de penas que vão de um a seis meses de detenção. Caso a conduta seja praticada por menores de 18 anos, caberá ao Ministério Público (com atribuição na Vara da Infância e da Juventude) pleitear ao juiz competente a apuração do ato infracional. Este, por sua vez, poderá aplicar as medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criançae do Adolescente (ECA). No Brasil, em vários Estados já existem delegacias especializadas em crimes praticados pela internet. (SIFUENTES, Mônica. 2012). Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 30 O bullying e o cyberbullying ocorrem, geralmente, na infância e adolescência, principalmente pelo fato de se tratarem de práticas comuns nas escolas, institutos e as vezes até nas próprias universidades. Neste sentido, entra o Ministério Público, que irá apurar este ato infracional e aplicará as medidas previstas no ECA. De acordo com Mazzilli, O Ministério Público guarda estreita ligação com as normas de proteção à criança e ao adolescente, haja vista se tratar de interesses sociais e individuais indisponíveis. Trata-se de instituição constitucionalmente incumbida da defesa dos interesses da sociedade, sejam eles coletivos, difusos ou individuais indisponíveis, e que, pelo texto estatutário, assumiu obrigações que lhe colocam na qualidade de verdadeiro curador da infância e adolescência (MAZZILLI, 1991). Das hipóteses possíveis para se classificar as condutas criminosas ligadas ao cyberbullying, há os crimes contra a honra (artigos 138 a 145), quando forem usados artifícios para hostilizar a outro, constranger e denegrir sua imagem. Nestes casos, aplica-se o Código Penal para punir as práticas delituosas. Portanto a conduta do cyberbullying é típica e encontra total adequação aos tipos penais já previstos. A sociedade não está preparada para tais situações, porém, o cyberbullying não pode ser tratado como uma brincadeira de criança, onde não há mal algum. O cyberbullying é uma violência silenciosa, porque suas vítimas costumam isolar-se e não pedir socorro. Portanto, resta as vítimas procurarem maneiras de se defender e buscar o ressarcimento dos danos causados. Já para os agressores, existem condutas tipificadas e penas exemplares para evitar essa prática que tanto atinge o psicológico e também a vida particular e familiar da vítima. Legislações Disponíveis e Jurisprudência Para discutir este ponto, foram tomadas como base três legislações existentes para combater a prática de bullying e também cyberbullying, que são: Lei nº 4.837, de 22 de maio de 2012 (Distrito Federal); Lei nº 10.866, de 26 de março de 2010 (Lei Municipal de Porto Alegre); Lei nº 13.474, de 28 de junho de 2010 (Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul). Estas três legislações referem-se às práticas de bullying, seja esta violência cometida no mundo real ou virtual. Elas têm em seu conteúdo a definição desta violência e também os órgãos a serem procurados para ajuda e formas para agir nestas situações. Incentivam ainda, a Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 31 promoção de ações de combate ao bullying, realizando pesquisas, debates, cobrando das escolas e possibilitando a vítima atendimento adequado e informações que lhe ensinem como agir se for agredida. VIII – envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de computador, celular ou assemelhado, bem como sua postagem em “blogs” ou “sites”, cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem. § 2º O descrito no inc. VIII do § 1º deste artigo também é conhecido como “cyberbullying”. (LEI MUNICIPAL nº 10.866, de 26 de março de 2010). A legislação acima referida traz em seu art. 2° § 1°, inciso VIII, a definição do cyberbullying, mesma definição que encontra-se na Lei nº 13.474, de 28 de junho de 2010, do estado do Rio Grande do Sul, em seu art. 2° § 1°, inciso VIII. Neste inciso percebe-se que a agressão ocorre desde um celular, até um computador, qualquer mídia digital que possa ter conteúdo ofensivo e humilhante, desde que este seja capaz de causar risco a integridade psicológica da vítima. Já na Lei nº 4.837, de 22 de maio de 2012 do Distrito Federal, para definir o bullying cometido via internet, temos em seu Art. 3°, inciso II o seguinte: II - fazer comentário ofensivo à honra e à reputação de aluno ou propalá-lo, inclusive pela internet e por meio de mídias sociais, de maneira a potencializar o dano causado ao estudante ofendido; (Lei nº 4.837, de 22 de maio de 2012). Nesta lei não encontramos o termo “cyberbullying”, temos apenas referência de dano ofensivo a honra e reputação através do meio virtual, porém, esta definição se enquadra no termo, já que se trata de violência virtual. Nesta lei, temos ainda, algo mais concreto se for identificado casos de cyberbullying, pois ela traz em seu art. 4°, as atitudes que podem ser tomadas por pais, representantes legais e qualquer pessoa que tiver conhecimento de um caso como este, citando órgãos que podem fornecer auxílio. Art. 4º Na hipótese de ocorrência de alguma das práticas descritas nos arts. 2º e 3º desta Lei, a vítima do bullying, seus pais, representantes legais, ou qualquer pessoa que tenha conhecimento dos fatos poderão formalizar a denúncia perante os seguintes órgãos públicos e instituições: I – a direção da escola pública ou privada na qual estejam matriculados os envolvidos na denúncia, sejam autores ou vítimas do bullying; II – a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal; III – o Conselho Tutelar competente; IV – o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; V – a Polícia Civil do Distrito Federal, em caso de atos tipificados como crime pela legislação penal ou ato infracional, conforme disposto na Lei Federal nº 8.069, de 3 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e Adolescente. (Lei nº 4.837, de 22 de maio de 2012). Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 32 A respeito, tais práticas delitivas e afrontosas vem sendo repelidas, cuja resolução na esfera civil acaba por culminar na responsabilização e consequente aplicação de indenização a título de dano moral. Vejamos a seguir, uma jurisprudência que tem em seu conteúdo a prática de cyberbullying: Ementa: APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INTERNET. USO DE IMAGEM PARA FIM DEPRECIATIVO. CRIAÇÃO DE FLOG - PÁGINA PESSOAL PARA FOTOS NA REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES. RESPONSABILIDADE DOS GENITORES. PÁTRIO PODER. BULLYING. ATO ILÍCITO. DANO MORAL IN RE IPSA. OFENSAS AOS CHAMADOS DIREITOS DE PERSONALIDADE. MANUTENÇÃO DA INDENIZAÇÃO. PROVEDOR DE INTERNET. SERVIÇO DISPONIBILIZADO. COMPROVAÇÃO DE ZELO. AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE PELO CONTEÚDO. AÇÃO. RETIRADA DA PÁGINA EM TEMPO HÁBIL. PRELIMINAR AFASTADA. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. AUSENCIA DE ELEMENTOS. Apelo do autor Da denunciação da lide I. Para restar configurada a denunciação da lide, nos moldes do art. 70 do CPC, necessário elementos demonstrando vínculo de admissibilidade. Ausentes provas embasando o pedido realizado, não há falar em denunciação da lide. Da responsabilidade do provedor de internet II. Provedores de internet disponibilizam espaço para criação de páginas pessoais na rede mundial de computadores, as quais são utilizadas livremente pelos usuários. Contudo, havendo denúncia de conteúdo impróprio e/ou ofensivo à dignidade da pessoa humana, incumbe ao prestador de serviços averiguar e retirar com brevidade a página se presente elementos de caráter ofensivo. III. Hipótese em que o provedor excluiu a página denunciada do ar depois de transcorrida semana, uma vez ser analisado assunto exposto, bem como necessário certo tempo para o rastreamento da origem das ofensas pessoais - PC do ofensor. Ausentes provas de desrespeito aos direitos previstos pelo CDC, não há falar em responsabilidade civil do provedor. Apelo da ré Do dano moral IV. A Doutrina moderna evoluiu para firmar entendimento acerca da responsabilidade civil do ofensor em relação ao ofendido, haja vista desgaste do instituto proveniente da massificação das demandas judiciais. O dano deve representar ofensa aos chamados direitosde personalidade, como à imagem e à honra, de modo a desestabilizar psicologicamente o ofendido. V. A prática de Bullying é ato ilícito, haja vista compreender a intenção de desestabilizar psicologicamente o ofendido, o qual resulta em abalo acima do razoável, respondendo o ofensor pela prática ilegal. VI. Aos pais incumbe o dever de guarda, orientação e zelo pelos filhos menores de idade, respondendo civilmente pelos ilícitos praticados, uma vez ser inerente ao pátrio poder, conforme inteligência do art. 932, do Código Civil. Hipótese em que o filho menor criou página na internet com a finalidade de ofender colega de classe, atrelando fatos e imagens de caráter exclusivamente pejorativo. VII. Incontroversa ofensa aos chamados direitos de personalidade do autor, como à imagem e à honra, restando, ao responsável, o dever de indenizar o ofendido pelo dano moral causado, o qual, no caso, tem natureza in re ipsa. VIII. Quantum reparatório serve de meio coercitivo/educativo ao ofensor, de modo a desestimular práticas reiteradas de ilícitos civis. Manutenção do valor reparatório é medida que se impõe, porquanto harmônico com caráter punitivo/pedagógico comumente adotado pela Câmara em situações análogas. APELOS DESPROVIDOS (Apelação Cível Nº 70031750094, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 30/06/2010) Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 33 Metodologia e/ou Material e Métodos O presente trabalho tem abordagem interdisciplinar, pois em seu conteúdo predomina características que envolvem os direitos humanos. Foi desenvolvida uma pesquisa de campo, que trata de entrevistas com alunos formandos do Ensino Médio, da Escola Estadual de Ensino Médio Agostinha Dill, situada no município de Condor/RS. Nesta oportunidade, os jovens falaram de passagens em suas vidas onde viram ou sofreram práticas de cyberbullying, para assim termos uma noção do quanto esta prática está presente no cotidiano dos alunos. Resultados e discussões Um fato merece grande destaque: o crescimento acelerado de casos de cyberbullying com o passar do tempo. Com o total de 26 alunos entrevistados, sendo destes 20 meninas e 6 meninos, com idades entre 16 e 18 anos, observamos que cinco (05) deles já sofreram cyberbullying, todas as vítimas do sexo feminino, sendo a principal rede utilizada o Orkut. Gráfico 1 – Fonte: Elaborado pela autora Nariel Diotto Gráfico 2 – Fonte: Elaborado pela autora Nariel Diotto Gráfico 3 – Fonte: Elaborado pela autora Nariel Diotto Gráfico 4 – Fonte: Elaborado pela autora Nariel Diotto Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 34 Este número indica que cerca de 20% dos alunos entrevistados já sofreram cyberbullying e as principais agressões foram publicações de conteúdos para efetuar humilhação. A incidência do cyberbullying é frequente, tendo em vista que grande parte dos entrevistados já sofreu ou conhecem alguma vítima dessa agressão. E o desconhecimento de seus próprios direitos acaba por fazer com que a maioria das vítimas permaneça em silêncio, por medo ou vergonha. Neste sentido se torna evidente a importância da atuação dos órgãos de justiça na prevenção de casos de cyberbullying a partir da fiscalização de sites e também na punição dos agressores. Conclusão O cyberbullying é uma agressão comum, principalmente nas escolas e universidades, e vem sendo a causa de muitos problemas de isolamento social, depressão, vingança e até mesmo suicídio. É uma forma de ofender e ridicularizar as pessoas, ainda mais eficaz que o bullying, pois abrange um espaço maior e ilimitado na disseminação de informações. É importante destacar que o bullying vem sendo bastante banalizado, pois tem sido usado frequentemente como álibi ou desculpa para justificar insanidades e práticas de violências de toda espécie. Afinal, nem tudo é bullying. Não se trata de brincadeiras inconvenientes, conflitos ou ofensas pontuais, que resultam em mágoa passageira. Trata-se de violência persistente e cruel. Não podemos banalizar o bullying ao ponto de suas consequências serem esquecidas ou vistas como naturais, é um problema sério, que deve ser prevenido e tratado de acordo com a sua gravidade. É fato que a Legislação Brasileira é falha em se tratando de crimes virtuais, pois ela não é capaz de acompanhar a sociedade que se desenvolve em extrema velocidade. Mesmo assim, desde o surgimento do cyberbullying, as penas para os agressores foram estabelecidas de acordo com o Código Penal, que se mostrou bastante eficaz na hora de “se fazer justiça”. Apesar de a internet ser um ambiente em que o usuário usa do anonimato, existem maneiras de encontrar o agressor, através do endereço de IP que cada máquina possui, ou mesmo por suspeitas das vítimas e das pessoas de suas relações. O que é certo, é que as vítimas não podem permanecer no silêncio, seja por medo do que o agressor possa fazer ou vergonha da exposição que possa sofrer. Revista Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão, vol.1 n°1 35 Os órgãos de justiça hoje estão cientes dos problemas advindos do mundo virtual e de certa forma, estão preparados para atuar nesse tipo de caso, já que a conduta do agressor se encaixa no Código Penal. Neste sentido, é importante que pais, juntamente com a comunidade escolar, estejam atentos ao comportamento das crianças e jovens e procurem a ajuda necessária para ajudar as vítimas e também punir os agressores, afinal, se todas as medidas cabíveis fossem adotadas, se a internet fosse devidamente fiscalizada através dos seus provedores, se houverem punições aos agressores que realmente sirvam de exemplo e as mesmas tenham publicidade, com certeza a prática do cyberbullying seria evitada, ou ao menos minimizada. Assim sendo, os agressores estariam cientes das consequências de seus atos e a escola e famílias tomariam uma posição mais firme na educação da criança e jovem, fazendo com que esse problema seja remediado e permitindo as vítimas viver de acordo com seus direitos, sem medo e sem opressão. Referências AGÊNCIA SENADO. "Cyberbullying" pode virar crime previsto no Código Penal. Disponível em <http://www.administradores.com.br/noticias/tecnologia/cyberbullying-pode- virar-crime-previsto-no-codigo-penal/73356/>. Acesso em 12. Abr. 2013. Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Lei nº 13.474, de 28 de junho de 2010. Dispõe sobre o combate da prática de “bullying” por instituições de ensino e de educação infantil, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 29 de junho de 2010. BORDALHO, Galdino Augusto Coelho. Ministério Público. In: MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade (coord.). 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